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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – FACULDADE CÂMARA CASCUDO BACHERELADO EM DIREITO TRABALHO DE DIREITO PENAL EDUARDO JOSÉ BARBALHO BATISTA CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES NATAL/RN 2012 2 EDUARDO JOSÉ BARBALHO BATISTA CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES Trabalho obrigatório para a composição da nota parcial da disciplina Direito Penal I da Universidade Estácio de Sá – Faculdade Câmara Cascudo, sob a orientação do professor Carlos Seabra. NATAL/RN 2012 3 SUMÁRIO Introdução ................................................................................... 04 1. Crimes comuns, próprios e crimes de mão própria ou de atuação pessoal .................................................................... 04 2. Crimes de dano e de perigo .................................................. 04 3. Crimes materiais, formais e de mera conduta .................... 05 4. Crimes instantâneos, permanentes e instantâneos de efeitos permanentes .................................................................. 06 5. Crime impossível ................................................................... 06 6. Crime habitual ........................................................................ 07 7. Crime complexo ..................................................................... 07 8. Considerações finais ............................................................. 07 9. Referências ............................................................................. 08 4 Introdução Este trabalho tem por objetivo explicitar a classificação de crimes, identificando e conceituando as principais espécies. 1. Crimes comuns, próprios e Crimes de mão própria ou atuação pessoal 1.1. Crimes comuns São crimes que podem ser cometidos por qualquer pessoa, e a lei não exige nenhum requisito especial daquele que pratica ou do que sofre o crime. Ex: Himicídio, furto etc.1 1.2. Crimes próprios São crimes em que o tipo penal determina que o agente tenha uma característica própria. No infanticídio (art. 123, CP), só a mãe pode ser a autora do delito. Outro modo de crime próprio são aqueles contra a Administração Pública, onde só funcionário público pode cometê-lo.2 1.3. Crimes de mão própria (atuação pessoal ou de conduta infungível) São crimes descritos, no tipo penal, de forma que só pode ser autor aquele que estiver na situação de realizá-lo. Exemplo disso é o crime de falso testemunho (art. 342, CP), onde só este poderá cometer o ato ilícito dada a impossibilidade de outra pessoa fazê-lo. 2. Crimes de dano e de perigo 2.1. Crime de dano A ação delituosa está consumada quando, um bem juridicamente protegido é 1 INSTITUTO AVANTE BRASIL. O que se entende por crimes comum, próprio, de mão própria e vago?. Disponível em: http://www.institutoavantebrasil.com.br/descomplicando-‐o-‐direito/o-‐que-‐se-‐entende-‐por-‐crimes-‐comum-‐proprio-‐de-‐mao-‐propria-‐e-‐vago/ Acesso em: 2 de dezembro de 2012. 2 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Volume 1. 16ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 287 5 danificado pelo agente criminoso. Ex.: homicídio, furto, dano etc. 2.2. Crime de perigo A consumação deste crime se dá pela possibilidade da ação delituosa por em risco de dano o bem juridicamente tutelado. São exemplos destes crimes os de periclitação da vida ou da saúde de outrem (art. 132, CP). Os delitos de perigo se subdividem em sete espécies, são elas. a) crime de perigo concreto: exige a uma objetiva situação de perigo; b) crime de perigo abstrato: neste caso, a situação de perigo é presumida, quando a possibilidade de dano é indeterminado; c) crime de perigo individual: atinge uma pessoa ou um grupo determinado de pessoas (arts. 130-137, CP); d) crime de perigo comum ou coletivo: só se efetiva quando atinge um número indeterminado de pessoas, como no incêndio ou explosão; e) crime de perigo atual: está acontecendo no momento presente; f) crime de perigo iminente: é aquele que está para acontecer; g) crime de perigo futuro ou mediato: crime que pode advir da conduta. Ex.: porte ilegal de arma de fogo, bando ou quadrilha. 3. Crimes materiais, formais e de mera conduta 3.1. Crimes materiais Este gênero de crime exige a produção de um resultado naturalístico. A lei descreve este tipo com uma conduta e um resultado. No crime de furto, relacionado no artigo 155 do Código Penal diz que: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.” Está definida a conduta com o respectivo resultado. 3.2. Crimes formais O tipo dispensa a produção do resultado para que haja a consumação do crime. Embora o resultado possa acontecer ele é irrelevante para que o crime se consume. Podemos citar como exemplo o delito de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP), quando mesmo que o recebimento do resgate aconteça ou não, o crime já está definido. 3.3. Crimes de mera conduta Nestes crimes não existe o resultado, a simples conduta do agente se caracteriza ilícita. É o que está descrito no art. 150 do Código Penal: “Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita 6 de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências.” 4. Crimes instantâneos, permanentes e instantâneos de efeitos permanentes 4.1. Crimes instantâneos Consuma-se no instante em que é praticado, sem se alongar no decorrer do tempo. É o caso do homicídio. 4.2. Crimes permanentes O momento da consumação do crime se prolonga no tempo nele o bem jurídico é agredido permanentemente. “A sua característica reside em que a cessação da situação ilícita depende apenas da vontade do agente, por exemplo o sequestro (art. 148 do CP).”3 4.3. Crimes instantâneos de efeitos permanentes São aqueles crimes que se consumam instantaneamente, todavia seus efeitos são duradouros e não tem a interferência do agente. A diferença entre o crime permanente e o instantâneo de efeitos permanentes reside em que no primeiro há a manutenção da da conduta criminosa, por vontade do próprio agente, ao passo que no segundo perduram, independentemente da sua vontade, apenas as consequências produzidas por um delito já acabado, por exemplo, o homicídio e a lesão corporal.4 5. Crime impossível O crime impossível possui sinônimos, tais como: a tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase crime. É assim chamado pois não chega à consumação devido a ineficácia total do meio empregado, ou pela impropriedade absoluta do objeto material. 5.1. Hipóteses de crime impossível 3 CAPEZ, op. cit., p. 289 4 CAPEZ, op. cit., p. 289 7 a) Ineficácia absoluta do meio: é quando o instrumento ou empregado no crime é incapaz de levar à consumação. Ex.: utilizar um vibrador para assaltar roubar alguém; b) Impropriedade absoluta do objeto material: acontece quando a conduta recai sobre uma pessoa ou coisa que seja inidônea para a produção do resultado. Ex.: matar um cadáver. c) Crime impossível por obra de agente provocador (flagrante preparado): acontece quando o agente provocador simula um situação, a qual induz o agente a cometer o delito. “Odesprevenido sujeito opera dentro de uma pura ilusão, pois, ab initio5, a vigilância dos agentes policiais torna impraticável a real consumação do crime.”6 6. Crime habitual Caracteriza-se pela reiteração de atos do agente, revelando assim seu estilo de vida. Nesse caso a tipicidade depende de uma habitualidade da conduta. Citamos como exemplo o rufianismo (CP, art. 230). 7. Crime complexo Capez define crime complexo como: Resulta da fusão entre dois ou mais tipos penais (latrocínio = roubo + homicídio; estupro qualificado pelo resultado morte = estupro + homicídio; extorsão mediante sequestro = extorsão + sequestro). Não constituem crime complexo os delitos formados por um crime acrescido de elemento que isoladamente são penalmente indiferentes, por exemplo, o delito de denunciação caluniosa (CP, art. 339) que é formado pelo crime de calúnia e por outros elementos que não constituem crimes.7 8. Considerações finais Este trabalho classificou os principais crimes tipificados no ordenamento jurídico brasileiro, bem como definiu e caracterizou cada um segundo sua natureza. 5 Expresão latina que significa “desde o início”. 6 CAPEZ, op. cit., p. 282 7 CAPEZ, op. cit., p. 282 8 9. Referências CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal; Parte Geral : (arts. 1º ao 120). – 16. Ed. São Paulo ; Saraiva, 2012. 1 INSTITUTO AVANTE BRASIL. O que se entende por crimes comum, próprio, de mão própria e vago?. Disponível em: http://www.institutoavantebrasil.com.br/descomplicando-‐o-‐direito/o-‐que-‐se-‐entende-‐por-‐crimes-‐comum-‐proprio-‐de-‐mao-‐propria-‐e-‐vago/ Acesso em: 2 de dezembro de 2012
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