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CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES

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Crimes classificação 
CRIME GRATUITO: praticado sem motivo 
conhecido, pois todo crime tem motivação. 
Não se confunde com motivo fútil, que é 
definido como aquele em que o motivo é de 
menor importância, fazendo desproporcional 
ao resultado provocado pelo delito. 
 
CRIMES COMUNS OU GERAIS: aqueles em 
que podem ser praticados por qualquer 
pessoa. Ou seja, o tipo penal não exige, em 
relação ao sujeito ativo, nenhuma condição 
especial. 
Ex.: parentesco do sujeito ativo com a vítima. 
 
CRIMES BICOMUNS: compreendidos como 
aqueles que podem ser cometidos por 
qualquer pessoa e contra qualquer pessoa. 
Ou seja, não exige nenhuma condição 
especial para o sujeito ativo, nem para o 
passivo. 
 
CRIMES PRÓPRIOS OU ESPECIAIS: 
aqueles em que o tipo penal exige uma 
situação fática ou jurídica diferenciada por 
parte do sujeito ativo. 
Admite coautoria e participação. 
Se dividem em puros e impuros. 
 
CRIMES PROPRIO PURO: a ausência da 
condição imposta pelo tipo penal leva à 
atipicidade do fato. 
Ex.: prevaricação, pois excluída a elementar 
“funcionário público”, não subsiste crime 
algum. 
 
 
 
 
 
 
CRIME PRÓPRIO IMPURO: a exclusão da 
especial posição do sujeito ativo acarreta a 
desclassificação para outro delito. 
Ex.: peculato doloso, pois afastando-se do 
elementar “funcionário público”, o fato 
passará a constituir crime de furto ou 
apropriação indébita, conforme o caso. 
 
CRIME PRÓPRIO COM ESTRUTURA 
INVERSA: classificação relativa aos crimes 
praticados por funcionários públicos contra a 
administração em geral (crimes funcionais). 
 
CRIMES BIPRÓPRIOS: delitos que exigem 
uma peculiar condição (fática ou jurídica) no 
tocante ao sujeito ativo. 
Ex.: Infanticídio, que somente pode ser 
praticado pela mãe contra o próprio filho 
nascente ou recém-nascido. 
 
CRIMES DE MÃO PRÓPRIA, DE ATUAÇÃO 
PESSOAL OU DE CONDUTA INFUNGÍVEL: 
aqueles que somente podem ser praticados 
pela pessoa expressamente indicada no tipo 
penal. 
Não admitindo coautoria, somente 
participação. 
Não permitindo, também, a delegação do 
crime a terceiro. 
Em caso de falso testemunho, o advogado 
do réu pode, por exemplo, induzir, instigar ou 
auxiliar a testemunha a faltar com a verdade, 
mas jamais poderá, em juízo, mentir em seu 
lugar ou juntamente com ela. 
 
 
 
CRIME SIMPLES: é aquele que se molda em 
um único tipo penal. É o caso do furto – art. 
155, CP. 
 
CRIME COMPLEXO: é aquele que resulta da 
união de dois ou mais tipos penais. 
 
CRIME COMPLEXO EM SENTIDO 
ESTRITO: O crime de roubo (CP, art. 157), 
por exemplo, é oriundo da fusão entre furto e 
ameaça (no caso de ser praticado com 
emprego de grave ameaça - CP, art. 147), ou 
furto e lesão corporal (se praticado mediante 
violência contra a pessoa - CP, art. 129). 
Denominam-se famulativos os delitos que 
compõem a estrutura unitária do crime 
complexo. 
 
CRIME COMPLEXO EM SENTIDO AMPLO: 
é o que deriva da fusão de um crime com um 
comportamento por si só penalmente 
irrelevante, a exemplo da denunciação 
caluniosa (CP, art. 339), originária da união 
da calúnia (CP, art. 138) com a conduta lícita 
de noticiar à autoridade pública a prática da 
infração penal e sua respectiva autoria. 
 
CRIMES MATERIAIS OU CAUSAIS: são 
aqueles em que o tipo penal aloja em seu 
interior uma conduta e um resultado 
naturalístico, sendo a ocorrência deste último 
necessária para a consumação. É o caso do 
homicídio (CP, art. 121). A conduta é "matar 
alguém", e o resultado naturalístico ocorre 
com o falecimento da vítima, operando-se 
com ele a consumação. 
 
CRIMES FORMAIS, DE CONSUMAÇÃO 
ANTECIPADA OU DE RESULTADO 
CORTADO: são aqueles nos quais o tipo 
penal contém em seu bojo uma conduta e um 
resultado naturalístico, mas este último é 
desnecessário para a consumação. 
Em síntese, malgrado possa se produzir o 
resultado naturalístico, o crime estará 
consumado com a mera prática da conduta. 
Ex.: na exortação mediante sequestro (art. 
159, CP), basta a privação de liberdade da 
vítima com o escopo de obter futura 
vantagem patrimonial indevida com a 
condição ou preço do resgate. Ainda que a 
vantagem não seja obtida pelo agente, o 
crime estará consumado com a realização da 
conduta. 
 
CRIMES DE MERA CONDUTA OU DE 
SIMPLES ATIVIDADE: aqueles em que o 
tipo penal se limita a descrever uma conduta, 
ou seja, não contém resultado naturalístico, 
razão pela qual ele jamais poderá ser 
verificado. 
Ex.: ato obsceno (CP, art. 233) 
 
CRIMES INSTANTÂNEOS OU DE ESTADO: 
aqueles cuja consumação se verifica em um 
momento determinado sem continuidade no 
tempo. 
Ex.: Furto (CP, art. 155) 
 
CRIMES PERMANENTES: são aqueles cuja 
consumação se prolonga no tempo, por 
vontade do agente. O ordenamento jurídico é 
agredido reiteradamente, razão pela qual a 
prisão em flagrante é cabível a qualquer 
momento, enquanto perdurar a situação de 
ilicitude. Os crimes permanentes se 
subdividem em: 
1. Necessariamente permanente: 
aqueles que para a consumação é 
imprescindível a manutenção da 
situação contraria ao Direito por 
tempo juridicamente relevante. 
(sequestro. CP, art. 148). 
2. Em regra, são crimes instantâneos, 
mas, no caso concreto, a situação de 
ilicitude pode ser prorrogada no 
tempo pela vontade do agente. (furto 
de energia elétrica. CP, art. 155, P.3°) 
CRIMES INSTANTÂNEOS DE EFEITO 
PERMANENTES: aqueles cujos efeitos 
subsistem após a consumação, 
independentemente da vontade do 
agente, tal como ocorre na bigamia (CP, 
art. 235) 
Crimes a prazo são aqueles cuja 
consumação exige a fluência de 
determinado período. É o caso da lesão 
corporal de natureza greve em 
decorrência da incapacidade para as 
ocupações habituais por mais de 30 dias 
(CP, art. 129, P.1°, I), e do sequestro em 
que a privação da liberdade dura mais de 
15 dias (CP, art. 148, P.1°, III). 
 
CRIMES UNISSUBJETIVOS, 
UNILATERAIS, MONOSSUBJETIVOS 
OU DE CONCURSO EVENTUAL: 
aqueles que em regra praticados por um 
único agente. Admitem, entretanto, o 
concurso de pessoas. É o caso do 
homicídio (CP, art. 121). 
 
CRIMES PLURISSELULARES, 
PLURILATERAIS OU DE CONCURSO 
NECESSÁRIO: são aqueles em que o 
tipo penal reclama a pluralidade de 
agentes, que podem ser coautores ou 
participantes, imputáveis ou não, 
conhecidos ou desconhecidos, e 
inclusive pessoas em relação às quais já 
foi extinta a punibilidade. 
Subdividem-se em: 
1. CRIMES BILATERIAS OU DE 
ENCONTRO: tipo penal que exige 
dois agentes, cuja condutas tendem a 
se encontrar. (ex.: Bigamia. CP, art. 
235.). 
2. CRIMES COLETIVOS OU DE 
CONVERGÊNCIA: tipo penal que 
reclama a existência de três ou mais 
agentes. 
Pode ser: 
a) Conduta contraposta: os agentes 
devem atuar uns contra os outros. 
É o caso da rixa (CP, art. 137); 
b) Conduta paralela: os agentes se 
auxiliam, mutualmente, com o 
objetivo de produzirem o mesmo 
resultado. É o caso da associação 
criminosa (CP, art. 288). 
Obs.: crimes plurissubjetivos não se 
confundem com os delitos de participação 
necessária. Estes podem ser praticados por 
uma única pessoa, nada obstante o tipo 
penal reclama a participação necessária de 
outra pessoa, que atua como sujeito passivo 
e, por essa razão, não é punido. 
c) Crimes eventualmente coletivos: 
aqueles que, nada obstante o seu 
caráter unilateral, a diversidade de 
agentes atua como causa de 
majoração da pena, tal como se dá 
no furto qualificado (CP, art. 155, 
P.4°, IV) e no roubo 
circunstanciado (CP, art. 157, P.2°, 
II). 
 
CRIMES DE SUBJETIVIDADE PASSIVA 
ÚNICA: aquele em que consta no tipo penal 
uma única vítima. O caso da lesão corporal 
(CP, art. 129). 
 
CRIMES DE DUPLA SUBJETIVIDADE 
PASSIVA: aqueles em que o tipo penal prevê 
a existência de duas ou mais vítimas, tal 
como se dá no aborto sem o consentimento 
da gestante, em quese ofendem a gestante 
e o feto (CP, art. 125), e na violação de 
correspondência, na qual são vitimas o 
remetente e o destinatário (CP, art. 151). 
 
CRIMES DE DANO OU DE LESÃO: aqueles 
cuja consumação somente se produz com a 
efetiva lesão do bem jurídico. 
Ex.: homicídio (CP, art. 129) e dano (CP, art. 
163). 
 
CRIMES DE PERIGO: aqueles que se 
consumam com a mera exposição do bem 
jurídico penalmente tutelado a uma situação 
de perigo, ou seja, basta a probabilidade de 
dano. 
Subdivide-se em: 
a) Perigo abstrato, presumido ou de 
simples desobediência: consuma-se 
com a prática da conduta, 
automaticamente. Não se exige a 
comprovação da produção da situação 
de perigo. 
Ao contrário, há presunção absoluta 
(juris et de iure) de que determinadas 
condutas acarretam perigo aos bens 
jurídicos. 
É o caso do tráfico de drogas (Lei 
11.343/2006, art. 33, caput). Esses 
crimes estão em sintonia com a CF, 
mas devem ser instituídos pelo 
legislador com parcimônia, evitando-
se a desnecessária inflação legislativa; 
 
b) Perigo concreto: consuma-se com a 
efetiva comprovação, no caso 
concreto, da ocorrência da situação de 
perigo. É o caso do crime de perigo 
para a vida ou saúde de outrem (CP, 
art. 132); 
 
c) Perigo Individual: atingem uma pessoa 
ou um número determinado de 
pessoas, tal como no perigo de 
contagio venéreo. (CP, art. 130); 
 
d) Perigo comum ou coletivo: atingem um 
número determinado de pessoas, 
como no caso da explosão criminosa 
(CP, art. 251); 
 
e) Perigo atual: o perigo está ocorrendo 
no momento. Ex.: abandono de 
incapaz (CP, art. 133); 
 
f) Perigo Iminente: o perigo está prestes 
a ocorrer; 
 
g) Perigo futuro ou mediato: a situação 
de perigo decorrente da conduta se 
projeta para o futuro, como no porte 
ilegal de arma de fogo permitido ou 
restrito (Lei 10.826/2003, arts. 14 e 
16), autorizando a criação de “tipos 
penais preventivos”. 
 
CRIMES UNISSUBSISTENTES: são 
aqueles cuja conduta se revela mediante 
um único ato de execução, capaz por si 
só de produzir a consumação, tal como 
nos crimes contra a honra praticados com 
o emprego da palavra. 
Não admitem a tentativa, pois a conduta 
não pode ser fracionada, e, uma vez 
realizada, acarreta automaticamente na 
consumação. 
 
CRIMES PLURISSUBSISTENTES: são 
aqueles cuja conduta se exterioriza por 
meio de dois ou mais atos, os quais 
devem somar-se para produzir a 
consumação. 
É o caso do homicídio praticado por 
diversos golpes de faca. É possível a 
tentativa justamente em virtude da 
pluralidade de atos executórios. 
 
CRIMES COMISSIVOS OU DE AÇÃO: 
são os praticados mediante uma conduta 
positiva, um fazer, tal como se dá no 
roubo (CP, art. 157). Nessa categoria, se 
enquadra a ampla maioria dos crimes. 
 
CRIMES OMISSIVOS OU DE OMISSÃO: 
são os cometidos por meio de uma 
conduta negativa, de uma inação, de um 
não fazer. 
subdivide-se em: 
a) Omissivos próprios ou puros: essa 
está contida no tipo penal, ou seja, a 
descrição da conduta prevê a 
realização do crime por meio de uma 
conduta negativa. Não há previsão 
legal do dever jurídico de agir, de 
forma que o crime pode ser praticado 
por qualquer pessoa que se encontre 
na posição indicada pelo tipo penal. 
Nesses casos, o omitente não 
responde pelo resultado naturalístico 
eventualmente produzido, mas 
somente pela omissão. 
Ex.: omissão de socorro (art. 135, CP). 
Os omissivos próprios são 
unissubsistentes, isto é, a conduta é 
composta de um único ato. Como 
decorrência, não admitem a forma 
tentada; 
 
b) Omissivos impróprios, espúrios ou 
COMissivos por OMIssão: tipo penal 
que aloja em sua descrição uma ação, 
uma conduta positiva, mas a omissão 
do agente, que descumpre seu dever 
jurídico de agir, acarreta a produção 
do resultado naturalístico e a sua 
consequente responsabilização penal. 
As hipóteses do dever jurídico de agir 
foram previstas no art. 13, P2°, CP. 
Tais crimes entram também na 
categoria dos “próprios”, uma vez que 
somente podem ser cometidos por 
quem possui o dever jurídico de agir. 
São ainda crimes materiais, pois o 
advento do resultado naturalístico é 
imprescindível à consumação do 
delito, e admitem a tentativa, pelo fato 
de serem plurissubsistentes; 
 
c) OMIssivos por COMIssão: há uma 
ação provocada da omissão. 
Ex.: o funcionário público responsável 
por uma repartição impede que uma 
funcionária subalterna, com problemas 
de saúde, seja socorrida, e ela vem a 
falecer. 
Essa categoria não é reconhecida por 
grande parte da doutrina. 
 
d) Omissivos “quase impróprios”: 
ignorada pelo direito penal brasileiro, 
diz respeito aos crimes em que a 
omissão não produz uma lesão ao 
bem jurídico, como nos crimes 
omissivos próprios, mas apenas im 
perigo, que podem ser abstrato ou 
concreto, tutela-se um bem jurídico 
naturalístico (ex.: a vida humana), ao 
passo que, nos casos de perigo 
abstrato, busca-se a proteção de um 
bem jurídico normativo (ex.: uma 
obrigação jurídica); 
 
CRIMES DE CONDUTA MISTA: aqueles 
em o tipo penal é composto de duas fases 
distintas, uma inicial e positiva, outra final 
e omissiva, a exemplo da apropriação de 
coisa achada, definida pelo artigo 169, 
parágrafo único, II do CP. 
 
CRIMES DE FORMA LIVRE: aqueles que 
admitem qualquer meio de execução. É o 
caso da ameaça (art. 147, CP), que pode 
ser cometida com emprego de gestos, 
palavras, escritos, símbolos, etc. 
 
CRIMES DE FORMA VINCULADA: 
aqueles em que podem ser executados 
pelos meios indicados no tipo penal. É o 
caso do crime de contágio venéreo (art. 
130, CP), que somente admitem relações 
sexuais ou atos libidinosos. 
 
CIRMES MONOOFENSIVOS: são 
aqueles que ofendem um único bem 
jurídico. É o caso do furto (art. 155, CP), 
que viola o patrimônio. 
 
CRIMES PLURIOFENSIVOS: são 
aqueles que dois ou mais bens jurídicos. 
Tal como o latrocínio (art. 157, parágrafo 
3°, parte final, CP), que afronta a vida e o 
patrimônio. 
 
 CRIME ÍMPETO: é o cometido sem 
premeditação, como decorrência de 
reação emocional repentina, tal como no 
homicídio privilegiado, praticado pelo 
agente sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vitima (art. 121, parágrafo 
1°, CP). Normalmente, esses são crimes 
passionais (movidos pela paixão). 
CRIMES TANSEUNTE OU DE FATO 
TRANSOTÓRIO: aqueles em que não 
deixam vestígios materiais, como no caso 
dos delitos praticados verbalmente 
(ameaça, desacato, injúria, calúnia, 
difamação, etc.). 
 
CRIME EXAURIDO: aquele em que, 
depois de já alcançada a consumação, 
insiste na agressão ao bem jurídico. Não 
caracteriza novo crime, constituindo-se 
em desdobramento de uma conduta 
perfeita e acabada. 
ou seja, é o delito que, depois de 
consumado, alcança suas consequências 
finais, as quais podem configurar um 
indiferente penal, como no falso 
testemunho (art. 342, CP), que se torna 
exaurido com o encerramento do 
julgamento relativo a este crime, ou então 
condição de maior punibilidade, como 
ocorre na resistência (art. 329, CP), em 
que a não execução do ato da ensejo à 
forma qualificada do crime. 
 
CRIMES À DISTÂNCIA (OU CRIMES DE 
ESPAÇO MÁXIMO): aqueles cuja 
conduta e resultado ocorrem em países 
diversos. No tocante ao lugar do crime, 
artigo 6° do CP acolheu a teoria mista ou 
de ubiquidade. 
 
CRIMES NÃO TRANSEUNTES OU DE 
FATO PERMANENTE: aqueles que 
deixam vestígios materiais, tais como o 
homicídio (art. 121, CP) e as lesões 
corporais (art. 129, CP). Nos crimes não 
transeuntes, a falta de exame de corpo de 
delito leva à nulidade da ação penal, 
enquanto nos delitos transeuntes não se 
realiza a perícia (art. 158 e 164, III, “b”, 
CPP). 
 
CRIMES PLURILOCAIS: aqueles cuja 
conduta e resultado se desenvolvem 
emcomarcas diversas, sediadas no 
mesmo país. Emrelação às regras de 
competências, o art. 70 do CPP dispõe 
que, nesse caso, será competente para o 
processo e julgamento do crime o juízo do 
local em que se operou a consumação, 
mas existem exceções legais e 
jurisprudenciais. 
 
CRIMES EM TRÂNSITO: aqueles em que 
somente uma parte da conduta ocorre em 
um país, sem lesionar ou expor a situação 
de perigo bens jurídicos de pessoas que 
nele vivem. 
Ex.: “A” da argentina, envia para os 
Estados Unidos uma missiva com ofensas 
a “B”, e essa carta passa pelo território 
brasileiro. 
 
CRIMES INDEPENDENTES: aqueles que 
não apresentam nenhuma ligação com os 
outros delitos. 
 
CRIMES CONEXOS: são os que estão 
interligados entre si. Essa conexão pode 
ser penal ou processual penal. A conexão 
material ou penal, que nos interessa, 
divide-se em: 
a) Teleológica ou Ideológica: crime é 
praticado para assegurar a execução 
de outro delito; 
 
b) Consequencial ou causal: crime é 
cometido para assegurar a ocultação, 
impunidade ou vantagem de outro 
delito. 
 
Essas duas espécies de conexão têm 
previsão legal. Funcionam como 
qualificadoras no crime de homicídio (art. 
121, p2°, V,CP) e como agravantes 
genéricas nos demais crimes (art. 611, II, 
alínea “b”, CP). 
 
 CRIMES OCASIONAL: praticado como 
consequência da ocasião, da oportunidade 
proporcionada por outro delito. O agente 
responde por ambos os crimes, em 
concurso material. Cuida-se da criação 
doutrinária e jurisprudencial, sem amparo 
legal. 
 
CRIMES CONDICIONADOS: Crimes 
condicionados são aqueles em que a 
inauguração da persecução penal 
depende de uma condição de 
procedibilidade. É o caso da ameaça, de 
ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido ou de seu 
representante legal (CP, art. 147). Anote-
se que a legislação penal indica 
expressamente a condição de 
procedibilidade, quando necessária, pois a 
ausência de menção direta acarreta a 
conclusão de tratar-se de crime de ação 
penal pública incondicionada 
 
CRIMES INCONDICIONADOS: são 
aqueles em que a instauração da 
persecução penal é livre. Constituem a 
ampla maioria de delitos no Brasil. O 
Estado pode iniciá-la sem nenhuma 
autorização, como ocorre no crime de 
homicídio, de ação penal pública 
incondicionada. 
 
CRIMES DE CIRCULAÇÃO: É o praticado 
com o emprego de veículo automotor, a 
título de dolo ou de culpa, com a 
incidência do CP ou do CTB (Lei 
9.503/1997). 
 
CRIME DE ATENTADO OU DE 
EMPREENDIMENTO: É aquele em que a 
lei pune de forma idêntica o crime 
consumado e a forma tentada, isto é, não 
há diminuição da pena em face da 
tentativa. É o caso da evasão mediante 
violência contra a pessoa (art. 352 do CP). 
 
CRIME DE OPINIÃO OU DE PALAVRA: 
É o cometido pelo excesso abusivo na 
manifestação do pensamento, seja pela 
forma escrita, seja pela forma verbal, tal 
como ocorre no desacato (art. 331 do CP) 
 
CRIME MULTITUDINÁRIO: É aquele 
praticado pela multidão em tumulto. A lei 
não diz o que se entende por "multidão", 
razão pela qual sua configuração deve ser 
examinada no caso concreto. Exemplo: 
agressões praticadas em um estádio por 
torcedores de um time de futebol. No 
Direito Canônico da Idade Média, exigiam-
se ao menos 40 pessoas 
 
CRIME VAGO: É aquele em que figura 
como sujeito passivo uma entidade 
destituída de personalidade jurídica, como 
a família ou a sociedade. Exemplo: tráfico 
de drogas (art. 33, caput, da Lei 
11.343/2006), no qual o sujeito passivo é a 
coletividade. 
 
CRIME INTERNACIONAL: É aquele que, 
por tratado ou convenção devidamente 
incorporado ao ordenamento jurídico 
pátrio, o Brasil se comprometeu a evitar e 
punir, tal como o tráfico internacional de 
pessoa para fim de exploração sexual (art. 
231 do CP) 
 
CRIME DE MERA SUSPEITA, SEM 
AÇÃO OU DE MERA POSIÇÃO: Nesse 
crime o agente não realiza conduta 
penalmente relevante, mas é punido pela 
suspeita despertada pelo seu modo de 
agir. Essa modalidade, idealizada na Itália 
por Vicenzo Manzini, não encontrou 
amparo seguro na doutrina. No Brasil, 
ainda que de forma temerária, pode ser 
apresentada como exemplo a 
contravenção penal tipificada pelo art. 25 
do Decreto-lei 3.688/1941 - LCP (posse 
não justificada de instrumento de emprego 
usual na prática de furto) 
 
CRIME INOMINADO: Delineado pelo 
uruguaio Salvagno Campos, é o que 
ofende regra ética ou cultural consagrada 
pelo Direito Penal, embora não definido 
em lei como infração penal. Não pode ser 
aceito, haja vista que o princípio da 
reserva legal veda a analogia in malam 
partem em âmbito criminal. 
CRIME HABITUAL: É o que somente se 
consuma com a prática reiterada e 
uniforme de vários atos que revelam um 
criminoso estilo de vida do agente. Cada 
ato, isoladamente considerado, é atípico. 
Com efeito, se cada ato fosse típico, 
restaria configurado o crime continuado ou 
então o concurso material, dependendo da 
situação concreta. Exemplos: exercício 
ilegal da medicina e curandeirismo (arts. 
282 e 284 do CP, respectivamente). 
 
CRIME PROFISSIONAL: É o crime 
habitual, quando cometido com finalidade 
lucrativa. Exemplo: rufianismo (art. 230 do 
CP). 
 
QUASE CRIME: É o nome doutrinário 
atribuído ao crime impossível (art. 17 do 
CP) e à participação impunível (art. 31 do 
CP). Na verdade, inexiste crime. 
 
CRIME SUBSIDIÁRIO: É o que somente 
se verifica se o fato não constitui crime 
mais grave. É o caso do dano (art. 163 do 
CP), subsidiário em relação ao crime de 
incêndio (art. 250 do CP). Para Nélson 
Hungria: este crime funciona 
como "soldado de reserva". 
 
CRIME HEDIONDO: É todo aquele que se 
enquadra no rol do artigo 1º da Lei 
8.072/1990, na forma consumada ou 
tentada. Adotou-se um critério legal: crime 
xxxxxxxx é aquele que a lei define como 
xxxxxxxx, independentemente da 
discussão sobre sua gravidade. 
 
CRIME DE EXPRESSÃO: É o que se 
caracteriza pela existência de um 
processo intelectivo interno do autor. 
Exemplo: falso testemunho (art. 342 do 
CP), no qual a conduta tipificada não se 
funda na veracidade ou na falsidade 
objetiva da informação, mas na 
desconformidade entre a informação e a 
convicção pessoal do seu autor. 
 
CRIME DE INTENÇÃO: É aquele em que 
o agente quer e persegue um resultado 
que não necessita ser alcançado para a 
consumação, como se dá na extorsão 
mediante sequestro (art. 159 do CP). 
 
CRIME DE TENDÊNCIA OU DE ATITUDE 
PESSOAL: É aquele em que a tendência 
afetiva do autor delimita a ação típica, ou 
seja, a tipicidade pode ou não ocorrer em 
razão da atitude pessoal e interna do 
agente. Exemplos: toque do ginecologista 
na realização do diagnóstico, que pode 
configurar mera atuação profissional ou, 
então, algum crime de natureza sexual, 
dependendo da tendência (libidinosa ou 
não), bem como as palavras dirigidas 
contra alguém, que podem ou não 
caracterizar o crime de injúria em razão da 
intenção de ofender a honra ou de apenas 
criticar ou brincar. 
 
CRIMES MUTILADOS DE DOIS ATOS 
OU TIPOS IMPERFEITOS DE DOIS 
ATOS: É aquele em que o sujeito pratica 
um delito, com a finalidade de obter um 
benefício posterior. Ex.: falsidade para 
cometer outro crime 
 
CRIME DE AÇÃO VIOLENTA: É o 
cometido mediante o emprego de violência 
contra a pessoa ou grave ameaça, como 
no caso do roubo (art. 157 do CP) 
 
CRIME DE AÇÃO ASTUCIOSA: É o 
praticado por meio de fraude, engodo, tal 
como no estelionato (art. 171 do CP) 
 
CRIME FALHO: É a denominação 
doutrinária atribuída à tentativa perfeita ou 
acabada. 
 
CRIME PUTATIVO, IMAGINÁRIO OU 
ERRONEAMENTE SUPOSTO: É aquele 
em que o agente acredita realmente ter 
praticado um crime, quando na verdade 
cometeu um indiferente penal. 
 
Trata-se de um "não crime" 
Se divide em três espécies: 
 
a) crime putativo por erro de tipo; 
b) crime putativo por erro de proibição 
ou delito poralucinação; 
c) crime putativo por obra do agente 
provocador 
 
(Súmula 145 do STF). 
 
CRIME PUTATIVO POR ERRO DO TIPO: 
1. Caçador, atira na direção de um 
arbusto, imaginando atingir em animal, 
mas acaba por matar um mendigo que lá 
estava dormindo. Ou seja, o agente 
imagina estar agindo licitamente, pois 
ignora a presença da elementar "alguém" 
do tipo penal descrito no artigo 121 do 
Código Penal , praticando assim fato típico 
sem querer. Aplicável ao caso o previsto 
no artigo 20 , CP : O erro sobre elemento 
constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime 
culposo, se previsto em lei. 
 
2. Atira-se em pessoa que já estava morta. 
Ou seja, o agente, imaginando agir 
ilicitamente, ignora a ausência de uma 
elementar e pratica fato atípico, sem 
querer. Temos, no caso, um crime 
impossível por impropriedade absoluta do 
objeto, ou seja, um delito putativo por erro 
de tipo, cuja solução penal encontra-se no 
artigo 17 do Código Penal que dispõe: Não 
se pune a tentativa quando, por ineficácia 
absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
 
CRIME PUTATIVO POR ERRO DE 
PROIBIÇÃO OU DELITO POR 
ALUCINAÇÃO: EX: PAI QUE TEM 
RELAÇÃO SEXUAL COM A FILHA. 
 
TER RELAÇÃO SEXUAL COM A FILHA 
NÃO É CRIME. 
VALE DIZER, O ERRO DE FAZER "O 
PROIBIDO" POR LEI, DESENCADEIA UM 
QUADRO MENTAL PARANÓICO NO 
AGENTE. 
IMORAL NÃO SE CONFUNDE COM 
ILEGAL. 
 
CRIME PUTATIVO POR OBRA DO 
AGENTE PROVOCADOR: (Súmula 145 
do STF). FLAGRANTE ESPERADO. 
 
Não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a 
sua consumação. 
 
POLICIAL DE PASSA POR USUÁRIO E 
INDUZ ALGUEM A VENDER DROGA 
PARA PODER PRENDE-LO EM 
FLAGRANTE = CRIME IMPOSSÍVEL!!!!! 
SO QUI NO BRAZA MESMO!!! 
 
CRIME REMETIDO: É o que se verifica 
quando sua definição típica se reporta a 
outro crime, que passa a integrá-lo, como 
no uso de documento falso ("fazer uso de 
qualquer dos papéis falsificados ou 
alterados, a que se referem os arts. 297 a 
302" - art. 304 do CP). 
 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE: 
Dividem-se em próprios (são, na verdade, 
crimes comuns) e impróprios (infrações 
político-administrativas). Esses últimos são 
apreciados pelo Poder Legislativo, e a sua 
prática redunda na imposição de sanções 
políticas 
 
CRIME OBSTÁCULO: É aquele que 
retrata atos preparatórios tipificados como 
crime autônomo pelo legislador. É o caso 
da associação criminosa (art. 288 do CP) 
e dos petrechos para falsificação de 
moeda (art. 291 do CP). 
 
CRIME PROGRESSIVO: É aquele que, 
para ser cometido, o agente deve violar 
outra lei penal, a qual tipifica crime menos 
grave, chamado de crime de ação de 
passagem. Em síntese, o agente, 
pretendendo desde o início produzir o 
resultado mais grave, pratica sucessivas 
violações ao bem jurídico. Com a adoção 
do princípio da consunção para solução do 
conflito aparente de leis penais, o crime 
mais grave absorve o menos grave. 
Exemplo: relação entre homicídio e lesão 
corporal. 
 
PROGRRESSÃO CRIMINOSA: Verifica-
se quando ocorre mutação no dolo do 
agente, que inicialmente realiza um crime 
menos grave e, após já alcançada a 
consumação, decide praticar outro delito 
de maior gravidade. Há dois crimes, mas o 
agente responde por apenas um deles, o 
mais grave, em face do princípio da 
consunção. 
 
CRIMES DE IMPRESSÃO: Nos dizeres de 
Mário O. Folchi são aqueles que provocam 
determinado estado de ânimo na vítima. 
Dividem-se em: a) crimes de inteligência: 
são praticados mediante o engano, como 
o estelionato (art. 171 do CP); b) crimes de 
vontade: recaem na vontade do agente 
quanto à sua autodeterminação, como o 
sequestro (art. 148 do CP); e c) crimes de 
sentimento: são os que incidem nas 
faculdades emocionais, tal como a injúria 
(CP, art. 140).12 
 
CRIME MILITAR: São os tipificados pelo 
CPM (Decreto-lei 1.001/1969). 
Subdividem-se em próprios e impróprios: 
a) Crimes militares próprios (ou puramente 
militares) são os definidos exclusivamente 
pelo Código Penal Militar.13 Exemplo: 
deserção (art. 187 do CPM); b) Por outro 
lado, crimes militares impróprios são os 
que encontram previsão legislativa tanto 
no CPM como no CP comum, tais como 
furto, roubo, estupro e homicídio. Podem 
ser ainda crimes militares em tempo de 
paz (art. 9º do CPM) e crimes militares em 
tempo de guerra (art. 10 do CPM). 
 
CRIMES FALIMENTARES: São os 
tipificados pela Lei de Falências (Lei 
11.101/2005). Podem ser ante ou pós-
falimentares, conforme sejam praticados 
antes ou depois da sentença declaratória 
da falência; ou ainda próprios ou 
impróprios, se forem cometidos pelo falido 
ou por outra pessoa (exemplo: 
administrador judicial, contador etc.). 
 
CRIMES FUNCIONAIS OU DELICTA IN 
OFFICIO: São aqueles cujo tipo penal 
exige seja o autor funcionário público.14 
Dividem-se em próprios e impróprios. 
Crimes funcionais próprios são aqueles 
em que a condição de funcionário público, 
no tocante ao sujeito ativo, é indispensável 
à tipicidade do fato. A ausência desta 
condição conduz à atipicidade absoluta, tal 
como ocorre na corrupção passiva e na 
prevaricação (arts. 317 e 319 do CP, 
respectivamente). Nos crimes funcionais 
impróprios, ou mistos, se ausente a 
qualidade funcional, opera-se a 
desclassificação para outro delito. 
 
CRIMES PARCELARES: São os crimes 
da mesma espécie que compõem a série 
da continuidade delitiva, desde que 
presentes os demais requisitos exigidos 
pelo art. 71, caput, do CP. Com efeito, o 
ordenamento penal brasileiro filiou-se, no 
campo do crime continuado, à teoria da 
ficção jurídica, razão pela qual os diversos 
delitos (parcelares) são considerados, 
para fins de aplicação da pena, como um 
único crime. 
 
CRIMES DE HERMENÊUTICA: São os 
que resultam unicamente da interpretação 
dos operadores do Direito, pois na 
situação concreta não existem provas, 
nem sequer indícios consistentes, da 
prática de um fato legalmente descrito 
como criminoso. A expressão "crimes de 
hermenêutica" foi idealizada por Rui 
Barbosa. 
 
CRIMES DE RUA, CRIMES DO 
COLARINHO BRANCO E CRIMES DO 
COLARINHO AZUL: Crimes de rua são os 
praticados pelas pessoas de classes 
sociais desfavorecidas, a exemplo dos 
furtos executados por miseráveis, 
andarilhos e mendigos. Estes delitos são 
cometidos aos olhos da sociedade, em 
locais supervisionados pelo Estado 
(praças, parques, favelas etc.), e por esta 
razão são frequentemente objeto das 
instâncias de proteção (Polícia, Ministério 
Público e Poder Judiciário). Quando ficam 
alheios ao conhecimento do Poder 
Público, integram as cifras negras do 
Direito Penal. Os crimes de rua se 
contrapõem aos "crimes do colarinho 
branco" (white collar crime), cometidos por 
aqueles que gozam e abusam da elevada 
condição econômica e do poder daí 
decorrente, como é o caso dos delitos 
contra o sistema financeiro nacional (Lei 
7.492/1986), de lavagem de capitais (Lei 
9.613/1998) e contra a ordem econômica 
(Lei 8.176/1991), entre tantos outros. 
Nesses crimes socioeconômicos, surgem 
as "cifras douradas do Direito Penal", 
indicativas da diferença apresentada entre 
a criminalidade real e a criminalidade 
conhecida e enfrentada pelo Estado. 
Raramente existem registros envolvendo 
delitos desta natureza, inviabilizando a 
persecução penal e acarretando a 
impunidade das pessoas privilegiadas no 
âmbito econômico. De fato, em tais crimes 
o Poder Público pouco interfere, pois são 
praticados em locais privados (escritórios, 
restaurantes de luxo, casas, apartamentos 
etc.), resultando no desconhecimento pelo 
Estado e, consequentemente, na ausência 
do correspondente registro para viabilizar 
a persecução penal. Se os crimes 
econômicos são etiquetados como crimes 
do colarinho branco, os crimes de rua são 
rotulados comocrimes do colarinho azul: 
aqueles fazem alusão às finas camisas 
utilizadas pelos executivos das grandes 
empresas, enquanto estes se referem à 
cor dos macacões utilizados pelos 
operários norte-americanos da década de 
1940. Esta última nomenclatura foi 
utilizada no STF, pelo Min. Luiz Fux, no 
julgamento do "Mensalão" (Ap 470/DF, rel. 
Min. Joaquim Barbosa, Plenário, j. 
27.08.2012) 
 
CRIME LILIPUTIANO “CRIME ANÃO” 
OU “CRIME VAGABUNDO”: É o nome 
doutrinário reservado às contravenções 
penais. Esta terminologia tem origem no 
livro Viagens de Gulliver, do inglês 
Jonathan Swift, no qual o personagem 
principal viaja por um mundo imaginário, e 
em sua primeira jornada vai a Liliput, terra 
em que os habitantes medem apenas 15 
(quinze) centímetros de altura. Na 
verdade, não há crime (ou delito), em face 
da regra contida no art. 1º do Decreto-lei 
3.914/1941 - LICP. 
 
 
Kamile

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