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Serviços Públicos 1 – Introdução 2 – Conceito 3 – Essencialistas X Legalistas 4 – Classificações 5 – Distribuição de Competência 1 - Introdução Toda aquela atividade exercida pela administração pública, direta ou indireta, essencial ou não, visa a atender a necessidade pública. 2 - Conceito Não é pacífica na doutrina a conceituação de Serviço Público. 3 – Essencialista x Legalista Podemos dividir o conceito em duas visões: Essencialista: é toda atividade essencial, tais como os serviços imprescindíveis a coletividade; Legalista: é toda atividade que o ordenamento jurídico determina que seja prestada sob o regime de Direito Público, sendo irrelevante verificar se ela é ou não imprescindível a satisfação de necessidades essenciais. 4 – Classificações I – Serviços Individuais (singulares) e Serviços Gerais (coletivos): (uti singuli) – Individuais: são também chamdados de divisíveis, pois são prestados a pessoas determinadas, em regra, tais serviços são remunerados por taxas e tarifas. Ex.: energia, telefone; (uti universi) – Gerais: não é possível ao poder público identificar de forma individualizada seus usuários. São prestados a toda coletividade indistintamente. Ex.: pavimentação de rua, iluminação pública, implantação de serviço de abastecimento de água, de prevenção de doenças entre outros. II – Serviços Delegáveis e Serviços Indelegáveis: Indelegáveis: são aqueles que somente podem ser prestados pelo Estado ou por pessoas jurídicas de Direito Público integrantes da Administração Pública Indireta. Ex.: serviço de defesa nacional, segurança interna, fiscalização de atividades, etc; Delegáveis: são serviços que podem ser prestados pelo Estado ou pela Administração Pública Indireta ou ainda por particulares. Ex.: energia elétrica, sistema de telefonia, etc. III – Serviços Público Próprios ou Serviços Público Impróprios: Serviços Público Próprios: São aqueles em que a prestação representa uma comodidade material para a administração pública através do regime de Direito Público prestado direta ou indiretamente. Serviços Públicos Impróprios: são atividades de natureza social prestadas por particulares. São na verdade serviços privados, fiscalizados pelo Estado. IV – Serviços Administrativos, Sociais e Econômicos: Serviços Administrativos: são atividades internas da Administração, atividades meio; Serviços Públicos Sociais: são aqueles que se referem aos Direitos Sociais, e que devem ser exercidos de forma própria pelo Estado. Serviços Econômicos: são serviços que se enquadram como atividade econômica, são explorados com intuito de lucro, mas por opção do legislador são serviços públicos. Ex.: energia elétrica, telefonia, etc. 5 – Distribuição de Competências: é regra a preponderância do interesse público. Assim, podemos ter como titulares a União, os estados-membros, os municípios e o Distrito Federal. Para a repartição, teremos que verificar a forma de distribuição de competências. Para a União, serão matérias de interesse nacional, para os Estados, de interesse regional, para o município e DF, interesse local. Existem técnicas para repartição destas competências, que são elas: Competência Horizontal (competências exclusivas ou privativas), onde o ente cuida daquele competência sem a participação de outro ente; Competência Vertical (Concorrentes e Comum), onde nas concorrentes a União compartilhará a matéria de normas gerais e os outros entes agirão de forma suplementar, e na comum todos simultaneamente tratam tais matérias; Competências Enumeradas (expressas), onde a CF informa, taxativamente, de quem será a competência para tal matéria; Competência Residuais ou Remanescentes, na qual não foi atribuída a nenhum ente. 6 – Formas de Prestação Diez: prestação “é uma atividade pessoal que um sujeito deve efetuar um benefício de outro sujeito a quem se proporciona uma utilidade concreta e em virtude de uma relação jurídica de natureza obrigatória entre as duas partes”. Ou seja, dentro da Administração Pública, a prestação de serviços públicos pode se confundir com o conceito de prestação supra citado, porém, nem sempre terá uma remuneração, pois a prestação pública pode ser também gratuita. Quanto a execução, vejamos o quadro esquematizado: Na desconcentração é transferido o serviço. Na descentralização o Estado transfere a titularidade do serviço para Administração Pública Indireta. Na prestação de Serviço Indireta, o mesmo é praticado por particulares. A lei 8.987/95 transfere aos particulares a Execução. A concessão/permissão são espécies de delegações onde o Estado transfere para o particular a Execução de determinado serviço mantendo a titularidade deste serviço. Obs.: Não transfere a Titularidade! Concessão Permissão Delegação a prestação de serviços públicos/a titularidade; Delegação a prestação de serviços públicos/a titularidade; Serviço por conta e risco da concessionária, sob fiscalização do poder concedente; Serviço por conta e risco da concessionária, sob fiscalização do poder concedente; Licitação (somente concorrência) Licitação (qualquer tipo) Natureza Contratual Natureza Contratual Prazo Determinado Prazo Determinado Pessoa Jurídica ou Consórcio de Empresa Pessoa Jurídica ou Pessoa Física Não é precário Precário Não cabe revogação É revogável Leis utilizadas na Aula I: ,Lei 8987/95 “DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos. Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas modalidades dos seus serviços.” Lei 11.079/04 – diz respeito as PPP (Parceria Público Privada); Lei 11.107/05 – referente ao Consorcio; Art. 175 da CRFB – referente a prestação indireta; � 29/04/2013 Aula 2 Princípios do Serviço Público Cada serviço público possuí sua peculiaridade, porém, existem aspectos que são genéricos a todos, esses são chamados de princípios, que são eles: 1 – Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico 2 – Princípio da Continuidade do Serviço Público – exceção do art. 6º 3º L. 8987/95 3 – Princípio da Generalidade (deriva da impessoalidade) 4 – Princípio da Modicidade das Tarifas Obs. Também aplicam-se os Princípios da Adm. Pública (explícito e implícito) Algumas hipóteses da Lei 8987/95 informam que não caracteriza interrupção da Continuidade (emergência, inadimplementos (pré-aviso) e reparação técnica); Note: 1 – Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico - Administração Pública está autorizada a promover mudanças no regime de prestação do serviço público, visando conformá-lo com o interesse da coletividade. 2 – Princípio da Continuidade do Serviço Público – O Serviço Público deve ser prestado de forma contínua, sem interrupção (regra); Exceção: a) interrupção em situação de emergência; b) por razões de ordem técnica ou segurança (com prévio aviso); c) por inadimplemento do usuário (com prévio aviso); Obs.: O STJ já se manifestou sobre a legalidade da interrupção de serviços essenciais em Unidades Públicas Essenciais (hospitais, escola, creche, etc) e nos casos de dívidas contestadas em juízo. 3 – Princípio da Generalidade – este princípio busca a universalidade da prestação do serviço público, possui dois aspectos: a) deve ser prestado de igual maneira a todos. B) deve ser acessível ao maior número de pessoas possíveis. 4 – Princípio da Modicidade de Tarifas – por se tratar de serviço público, a contraprestação deve assumir valores módicos e razoáveis dentro das características dos usuários. Concessão de Serviços Públicos 1 – Conceito 2 – Vantagens – Econômico-financeira / agilidade– eficiência 3 – Definição legal – art. 2ºII Lei 8987/95 4 – Natureza Jurídica 5 – Tratamento legal – art. 175 CRFB/88 / Lei 8987/95 / Lei 11079/04 Conceito É a transferência da Execução do Serviço Público a terceiros que não integram a Administração Pública. Vantagens: a) Econômico Financeira: o serviço é prestado por conta e risco do concessionário; b) Eficiência: serviço mais ágil e eficiente devido sua pouca burocracia. Definição Legal – ler artigo 2º ins II; Natureza Jurídica: Contrato administrativo (art 175 § único, ins. I da CRFB; 11.079/04 – PPP (parceria público privado) – concessão especiais; Poder Concedente; Entidade da Administração Pública titular do Serviço Público Art. 2º Ins I; Prerrogativas do Poder Concedente: Direção/Controle (art. 29 ins I Lei 8.987/95): O poder concedente direcionará o concessionário de como será a prestação como também fiscalizará; Poder Sancionatório (art. 29 ins II Lei 8.987/95): o poder concedente pode aplicar penalidades no caso de descumprimento por parte do concessionário de seus deveres; Poder de Intervenção (art. 32 a 34 Lei 8.987/95): o poder concedente poderá intervir na concessão para assegurar a prestação adequada do serviço e o fiel cumprimento do controle; Concessionária (conceito): pessoa para quem se delega a execução do serviço que passa a geri-la por sua conta em risco, podendo ser pessoa jurídica ou consórcio de empresa. Regime Híbrido (concessionário) – Privado/ Público: a concessionária, em relação à sua organização, estrutura e financeiro trabalha com o regime jurídico privado. Contudo, em relação à administração pública o regime é de Direito Público. Prerrogativas do Concessionário: Bens afetados à prestação do Serviço Público – art. 7º VI da Lei 8.987/95; Poder de Polícia em relação aos bens públicos; Desapropriação/Servidões (art. 31 VI Lei 8.987/95); Responsabilidade da concessionária – art. 25 Lei 8.987 / art 37 § 6º da CF; O concessionário responde por todos os prejuízos causados aos usuários, ao poder concedente e a terceiros. A responsabilidade é objetiva; inclusive para os não usuários (STF); Autorização Legislativa (art. 175) Para que se tenha a concessão, além da lei da Administração Pública é necessário a tramitação de tal lei pelo legislativo. Licitação: Concorrência: Concorrência Pública é uma modalidade de licitação para contratos de grande vulto, que se realiza, com ampla publicidade, para assegurar a participação de quaisquer interessados que preencham os requisitos previstos no edital convocatório. Critérios de Julgamento: A lei de concessões prevê critérios diferenciados (art. 15 da Lei 8987/95): Menor valor da Tarifa; Maior oferta; Melhor proposta; Melhor proposta técnica; Combinação dos métodos anteriores acima citados. Fases: A lei de concessão prevê a possibilidade de inversão de fases, como ocorre no pregão. Regime de exclusividade – art. 16 Lei 8.987/95: A regra é que não há exclusividade, pois a mesma dificulta a concorrência. Somente será admitida a delegação a título exclusivo se nos casos de inviabilidade técnica ou econômica. Política Tarifária: É o modo pelo qual as tarifas são instituídas, cobradas, mantidas e alteradas. Tarifa é preço público, é fixada inicialmente pela proposta do concessionário. Pode ocorrer revisão durante a concessão. Obs.: A alteração da tarifa é possível para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, pois a mesma é Direito Subjetivo do concessionário, que pode recorrer ao judiciário caso seu direito seja violado. Prazo: Prazo determinado: A lei não fixa limite, apenas dispõe que o prazo deve ser determinado ezadmite sua prorrogação (art. 2º ins II C/C art 23 XII). Direitos e obrigações do usuário – art. 7º da Lei 8.987/95; Obrigação da Concessionária – Art. 31 da Lei 8987/95; Contratação com terceiros (art. 25 §1º): é permitido a contratação de terceiro concessionário desde que não não envolva diretamente/indiretamente o próprio serviço público (contrato privado). Subconcessão: Art. 26 Lei 8.987/95: é admitido nos termos previstos no contrato, desde que expressamente seja autorizado pelo Poder Concedente (Subconcessão precedida de concorrência). Aula 3 Extinção da Concessão Termo contratual (art. 35 I): Encampação (Resgate)(art. 35 II e 37): O poder público chama de volta para si o serviço, por interesse público, não por inadimplemento. A indenização é prévia. Terá que se criar uma lei autorizativa, existe divergência quanto essa lei. Caducidade (art. 35 III): Quando ocorre o inadimplemento da concessionária, pela má prestação ou não prestação, sendo indenizado somente o que não foi amortizado. Terá que ser feito um processo administrativo. Rescisão (art 35 IV): É a inadimplência da Administração Pública. A concessionária deverá demandar judicialmente, prestando o serviço, até a sentença transitada em julgado. Anulação (art. 35 V): Se dá pela invalidade do contrato, podendo chegar a anulidade até a licitação que deu origem ao contrato. Ocorrendo tal ilegalidade sem culpa do concessionário, gerará perdas e danos para o mesmo. Falência ou extinção do concessionário (art. 35 VI): A concessionária falindo ou extinguindo finda o contrato, pois a concessão é intuito persona, e tem efeito ex nunc (ou seja, não retroage). Extinção Motivo Peculiaridade Termo Fluência do prazo (via natural) Indenização (investimentos não amortizados); Encampação Pela Adm./interesse público Indenização Prévia/Lei autorizando; Caducidade Inadimplemento da concessionária Indenização (Não amortizados/prévio processo administrativo); Recisão Inadimplemento da administração pública Via judicial. Anulação Invalidade do contrato Sem culpa do concessionário resulta perdas e danos. Falência e extinção Concessionária deixa de existir Efeito ex nunc; INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE Desapropriação Utilidade/necessidade pública Interesse social Fundamentação legal: art. 5º XXIV CF Forma originária de aquisição da propriedade Indenização Desconcentração Direta FORMA DE Descentralização PRESTAÇÃO Indireta Delegação Prestação Indireta Lei 8.987/95: Concessão Permissão Autorização Lei 11.079/04: PPP/ Parceria Público Privado Lei 11.107/05 Consórcio/Convênios Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e pressionarias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários;
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