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Biologia molecular e citologia oncotica

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Gildenor Silva Fonseca
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Paula Moiana da Costa
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade analisará os princípios e aplicações das Análises 
Toxicológicas, Biologia Molecular e Citologia Oncótica. Especificamen-
te, foram enfocadas: a) toxicologia ambiental, ocupacional, de alimentos 
e clínica, bem como os fundamentos básicos da toxicologia; b) os fun-
damentos da biologia molecular e sua aplicação em análises clínicas e 
forenses e c) citologia oncótica ginecológica e não ginecológica. Estes 
temas são fundamentais ao exercício pleno das análises clínicas, devi-
do ao amplo leque de conhecimentos exigidos para atender às necessi-
dades de um laboratório. Ainda que o profissional opte por se direcionar 
de forma mais profunda a uma das áreas de atuação laboratorial que 
não os presentes nesta unidade, há a necessidade de conhecimento 
das demais, que permeiam toda a prática e tomada de decisões nesta 
área.
Análises Toxicológicas. Biologia Molecular. Citologia Oncótica.
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 CAPÍTULO 01
ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Introdução à Toxicologia _______________________________________
Toxicologia de Alimentos _______________________________________
 CAPÍTULO 02
BIOLOGIA MOLECULAR
Introdução à Biologia Molecular ________________________________
Biologia Molecular aplicada às Análises Clínicas _________________
Biologia Molecular aplicada às Análises Forenses ________________
Recapitulando _________________________________________________
Toxicologia Ambiental _________________________________________
Recapitulando _________________________________________________
Toxicologia Ocupacional _______________________________________
Toxicologia Clínica _____________________________________________
39
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55
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22
32
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 CAPÍTULO 03
CITOLOGIA ONCÓTICA
Introdução à Citologia Oncótica ________________________________
Citopatologia Ginecológica _____________________________________
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Citopatologia Não Ginecológica ________________________________
Recapitulando _________________________________________________
Fechando a Unidade ___________________________________________
Referências ____________________________________________________
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Este módulo aborda os princípios e aplicações das Análises 
Toxicológicas, Biologia Molecular e Citologia Oncótica. 
A toxicologia, abordada no capítulo 1, é uma ciência que se 
destina a estudar, avaliar e analisar os agentes químicos, suas interações 
com sistemas biológicos e os danos decorrentes destas interações. Esta 
área do conhecimento aplica-se a diversos contextos e esta é a razão 
de sua subdivisão em toxicologia ocupacional, toxicologia de alimentos, 
toxicologia ambiental e toxicologia clínica.
A toxicologia ocupacional se dedica a reconhecer, avaliar e pro-
mover o controle e monitorização de agentes tóxicos presentes no am-
biente laboral. As características destes agentes, riscos associados e a 
quantificação destas substâncias dependemdo tipo de trabalho realiza-
do, o produto e as medidas de segurança profiláticas neste ambiente.
A toxicologia ambiental, por sua vez, estuda contaminantes 
introduzidos nos ecossistemas, de forma que possam trazer riscos a 
qualquer organismo vivo, incluindo – mas não objetivando de forma ex-
clusiva – os seres humanos. Estes estudos envolvem a determinação 
da origem do agente, suas características, suas interações com a biota 
e todo seu ciclo de vida ambiental, bem como os riscos, lesões e altera-
ções ambientais que estes possam causar.
A área da toxicologia que analisa, identifica e caracteriza a pre-
sença de substâncias tóxicas em alimentos é denominada toxicologia 
de alimentos. Estes agentes podem ter diversas origens, como micror-
ganismos e contaminação direta pelas mais variadas substâncias, con-
taminação por produtos utilizados na embalagem e armazenamento, 
toxicidade associada ao uso de estabilizantes, flavorizantes e edulco-
rantes e, ainda, serem presentes nos próprios alimentos, na forma de 
substâncias antinutritivas.
Por fim, mas não menos importante, a toxicologia clínica tra-
balha nas intoxicações de importância médica, independentemente da 
origem desta intoxicação. Assim, esta área da toxicologia engloba todas 
as demais, uma vez que seu âmbito de atuação inclui toda e qualquer 
substância – ainda que não considerada tóxica em exposições contro-
ladas – que possam ocasionar lesões patológicas em seres humanos.
Os conhecimentos em Biologia Molecular, trabalhados no capí-
tulo 2, agregam investigações interdisciplinares, envolvendo a genética, 
química e bioquímica, com a finalidade de conhecer e elucidar mecanis-
mos moleculares que ocorrem a nível celular. A compreensão dos even-
tos moleculares nos permite não apenas detectá-los e associá-los a 
ocorrências clínicas, mas também mimetizar e interferir nestes eventos 
a nível laboratorial.
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Estes conhecimentos têm permitido, cada vez mais, o desen-
volvimento de tecnologias em diversas áreas de diagnóstico e tratamen-
to, incluindo nos testes laboratoriais que compõem as análises clínicas, 
possibilitando a execução de testes mais precisos e assertivos.
Outra área abordada neste módulo, especificamente no capí-
tulo 3, é a citologia oncótica. Também conhecida como Citopatologia, 
dedica-se à análise e detecção de células neoplásicas em fluidos cor-
porais ou em células obtidas por punção, raspagem, escovação ou 
aspiração. As técnicas utilizadas se fundamentam principalmente no 
estudo das modificações citoplasmáticas e nucleares por microscopia 
óptica. Embora a citologia oncótica seja comumente associada ao teste 
de Papanicolaou, em função das várias campanhas para prevenção do 
câncer de colo de útero, os exames citológicos são úteis para a detec-
ção de células neoplásicas em diversos tecidos, com uma ampla utiliza-
ção no apoio diagnóstico de lesões neoplásicas e pré-cancerosas.
Os conhecimentos em análises toxicológicas, biologia molecu-
lar e citologia oncótica são essenciais para a atuação competente nas 
análises clínicas laboratoriais.
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INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA
A toxicologia é uma ciência inter e multidisciplinar, que se ocupa 
da origem, mecanismos e avaliação das lesões decorrentes de agentes 
químicos em interação com sistemas biológicos. 
Agentes Tóxicos 
Os agentes, ou substâncias tóxicas podem ser classificados 
de diversas formas. As classificações mais usuais consideram o teci-
do-alvo deste agente, suas características físicas e as características 
químicas de toxicidade. Quando estes agentes não possuam um papel 
fisiológico determinado, denominamos xenobióticos.
Ao classificar os agentes tóxicos no que se refere ao tecido-al-
ANÁLISES
TOXICOLÓGICAS
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vo, considera-se o principal órgão afetado pela exposição ao mesmo. 
Assim, temos substâncias neurotóxicas, quando estas promovem al-
terações no sistema nervoso, nefrotóxicas, se o tecido-alvo é o renal, 
hepatotóxicas, e assim por diante.
Quanto às características físicas, podemos dividir estes agen-
tes tóxicos em sólidos, líquidos, partículas, vapores e gases. As partícu-
las, que podem se apresentar tanto no estado sólido quanto líquido, são 
microscópicas. Estas são representadas principalmente pela poeira, fu-
maça e névoas. Já os vapores configuram-se na forma gasosa destas 
substâncias nas condições ambientais em que se encontram, como o 
benzeno, o tolueno e o xileno. Em condições normais de temperatura e 
pressão (CNTP), os vapores são sólidos ou líquidos. Por fim, os gases 
se tratam de fluidos amorfos, gasosos nas CNTP, como o Ozônio e o 
Monóxido de Carbono. 
Os atributos físicos das substâncias tóxicas estão associados 
às vias preferenciais de absorção destes agentes. Sólidos e líquidos 
são geralmente absorvidos pela pele ou por ingestão. A inalação se dá 
na contaminação do ar por partículas, vapores e gases. Isso promove 
sinais e sintomas diferentes de intoxicação.
A classificação quanto às características químicas se refere ao 
grau de toxicidade de uma substância ao organismo humano, sendo 
consideradas como leve, quando os efeitos tóxicos são reversíveis e 
desaparecem ao final da exposição; moderada, caso estes efeitos se-
jam reversíveis, mas exigem intervenção médica; e severa, se as le-
sões ocasionadas pela exposição ao agente tóxico sejam irreversíveis 
e acarretam morbidade significativa, ou até mesmo mortalidade.
É importante lembrar que, ao se tratar de compostos químicos, 
as substâncias podem atuar de forma combinada, e sua toxicidade final 
não é, necessariamente, a somatória dos efeitos isolados de cada uma 
delas. Ainda, uma vez no organismo humano, a toxicocinética de cada 
substância pode ser diferente, ou seja, os agentes podem sofrer trans-
formações diversas, e serem absorvidos e excretados em velocidades 
diferentes. Tudo isso impacta na toxicidade final de um agente.
Os agentes tóxicos podem ser classificados de diversas for-
mas e, como estas classificações se referem a características diferen-
tes, não são mutuamente exclusivas. Isso significa que uma substância 
pode ser, por exemplo, gasosa, de toxicidade moderada e hepatotóxica, 
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simultaneamente. O conjunto das classificações descrevem o agente 
tóxico com maior precisão.
Intoxicações
Quando um agente tóxico ocasiona lesões, através de alte-
rações bioquímicas e fisiológicas por suas interações no organismo 
humano, denominamos intoxicação. A intoxicação engloba todas as 
consequências patológicas decorrentes do contato com determinada 
substância e estas podem se dar de forma crônica ou aguda.
A intoxicação aguda é decorrente de um contato único e/ou por 
um curto período de tempo com um agente, cujos efeitos não tardam. 
Podem ser instantâneos ou durarem por alguns dias. Uma intoxicação 
pode ser considerada crônica, por sua vez, se esta exposição se dá 
por períodos prolongados, de forma que as alterações patológicas são 
resultado da ação cumulativa e constante de determinada substância 
tóxica.
Apesar das intoxicações agudas decorrerem da exposição por 
no máximo 24h a um agente, não necessariamente estas são menos 
relevantes do que as intoxicações crônicas. As intoxicações agudas po-
dem levar a convulsões,choque e morte, nos casos mais graves. En-
tretanto, existem alguns fármacos, aos quais chamamos de antídotos, 
que são capazes de neutralizar estas respostas tóxicas, especialmente 
quando aplicados durante uma intoxicação aguda.
Dose, efeito e resposta
De uma forma geral, a ação tóxica de um agente depende da 
dose de exposição, a qual é estabelecida pela concentração ao longo 
do tempo. Ainda que os agentes tóxicos originem sintomas a doses rela-
tivamente baixas, é interessante destacar que mesmo substâncias que 
habitualmente não são consideradas tóxicas podem acarretar intoxica-
ções caso haja a exposição a doses demasiadamente altas. 
Ainda que alguns dos sinais e sintomas possam ser comuns, é 
importante diferenciar as intoxicações de reações alérgicas, intolerância 
e hipersensibilidade. As últimas não se correlacionam com a dose de 
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forma direta e/ou apresentam sintomas como reação à uma dose que 
habitualmente é segura para a maioria da população.
Na figura 1 podemos observar um exemplo da curva dose-
-resposta comumente observada para agentes tóxicos. Este gráfico 
representa a progressão dos efeitos tóxicos de fluidos resultantes de 
indústrias que se utilizam de metal para fabricação de ferramentas, em 
Daphnia magna – um microcrustáceo bastante usado como organismo-
-teste em avaliações de toxicidade (Dias et al, 2006).
Figura 1 - Exemplo de curva dose-resposta em toxicologia, demonstrando a 
mortalidade de microcrustáceos frente ao aumento da concentração de flui-
dos resultantes da fabricação de produtos por indústrias metalúrgicas
Fonte: Dias et al, 2006
Avaliações toxicológicas
Para a determinação da toxicidade de determinada substância, 
alguns ensaios devem ser realizados. Geralmente, os primeiros testes a 
serem conduzidos são aqueles capazes de detectar a toxicidade aguda 
de uma substância química, seguidos por ensaios de toxicidade crônica 
nos casos em que estes são necessários.
Os critérios mais importantes para a determinação da toxicida-
de aguda de um agente são a DL50 (Dose Letal 50%) e a CL50 (Con-
centração Letal 50%), em diferentes espécies animais com exposição 
por diferentes vias.
A DL 50 trata-se da dose de uma substância que provoca o 
óbito de 50% do grupo-teste em determinada via de administração e a 
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CL50 corresponde a concentração capaz de induzir o mesmo. Entretan-
to, a CL50 é utilizada para concentrações atmosféricas e nisto reside a 
diferença entre estes parâmetros.
Para a toxicidade crônica, os testes utilizados são os mais di-
versos possíveis. Isso porque, nestes estudos, o objetivo é determinar 
os efeitos a uma exposição prolongada, com doses cumulativas da 
substância estudada. Assim, são possíveis alterações no organismo 
que são buscadas, a nível bioquímico, morfológico e/ou fisiológico, no 
organismo teste ou nas gerações posteriores.
As avaliações conduzidas no âmbito da toxicologia são as se-
guintes:
a) Toxicidade aguda
Os testes que detectam a toxicidade agudam que uma subs-
tância é capaz de gerar num organismo vivo são realizados em pesqui-
sas, com a exposição do organismo-teste a uma única dose no tempo 
de 24h. Várias dosagens são testadas em diferentes grupos, a fim de se 
avaliar a relação dose-resposta da atividade tóxica.
b) Toxicidade crônica e subcrônica
Os termos “crônico” e “subcrônico”, nestes testes, se referem 
ao tempo ao qual o organismo-teste é submetido à exposição a deter-
minado agente potencialmente tóxico. Utilizados por pesquisadores na 
avaliação da periculosidade de uma substância, os testes crônicos são 
conduzidos pelo tempo mínimo de 2 anos. Os testes que envolvem a 
exposição mais intermediária (isto é, por tempo maior do que o consi-
derado exposição aguda, e menor do que a estabelecida para a expo-
sição crônica) são denominados subcrônicos.
c) Testes de mutagenicidade
Os testes de mutagenicidade são ensaios conduzidos em 
diferentes organismos e in vitro, que avaliam a capacidade de determi-
nada substância causar danos ao DNA.
d) Testes de Carcinogenicidade
Os testes de carcinogenicidade verificam o potencial de um 
agente em deflagrar um processo canceroso. Devem ser avaliadas no 
mínimo duas doses, em duas espécies animais. As espécies mais co-
muns utilizadas neste tipo de teste são ratos e camundongos. Em ratos, 
o ensaio deve durar até 130 semanas e 120 semanas no caso de ca-
mundongos.
e) Testes de Teratogenicidade
Estes testes avaliam o potencial teratogênico de uma substân-
cia, ou seja, a capacidade que determinado agente pode ter de ocasio-
nar infertilidade, alterações no desempenho reprodutivo e alterações no 
desenvolvimento embrionário.
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f) Testes comportamentais
Alguns agentes tóxicos são capazes de promover alterações 
neurocomportamentais e distúrbios sensoriais. Podem ser conduzidos 
em laboratório ou em pessoas ambientalmente expostas às substâncias 
químicas de interesse.
TOXICOLOGIA OCUPACIONAL
A toxicologia ocupacional é uma área da toxicologia dedicada a 
caracterizar, identificar e quantificar os agentes potencialmente tóxicos, 
bem como seus riscos, quando estes estão presentes no ambiente de 
trabalho. O objetivo desta área é de proporcionar informações para que 
ocorram medidas de precaução e, assim, sejam minimizados possíveis 
riscos para a saúde do trabalhador.
Na toxicologia ocupacional, o reconhecimento, avaliação e 
controle são consideradas as etapas fundamentais para que seus obje-
tivos sejam alcançados.
 Na etapa do reconhecimento, todos os processos e ativida-
des locais são mapeados, bem como produtos e matérias-primas que 
possam ser utilizadas neste ambiente. Uma vez que um agente seja 
levantado, este é caracterizado quanto às suas propriedades físicas e 
químicas, e sua potencial toxicidade.
Após o reconhecimento local e de agentes, procede-se à eta-
pa de avaliação. Na avaliação há a mensuração da exposição local ao 
agente, bem como o número de pessoas expostas e o ambiente em que 
ocorre esta exposição. Fatores como ventilação, temperatura e umida-
de também são avaliados, uma vez que podem interferir na toxicidade 
da(s) substância(s) estudada(s).
Com o ambiente e agentes reconhecidos, caracterizados e 
mensurados, é o momento de estabelecer o controle. A etapa do con-
trole utiliza as informações obtidas nas etapas anteriores para o esta-
belecimento de medidas que reduzam a exposição do trabalhador para 
níveis seguros, através de modificações de processos produtivos e in-
serção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – como luvas, 
jalecos, botas, óculos, entre outros – e de Equipamentos de Proteção 
Coletiva (EPC) – como autoclaves, chuveiro de emergência e câmaras 
de proteção, a exemplo. É importante que a etapa do controle inclua 
uma constante monitorização, ou seja, o acompanhamento efetivo da 
efetividade destas medidas e da segurança da exposição.
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Parâmetros de exposição
Parâmetros de exposição são fatores que influenciam na dose 
efetiva da exposição a determinada substância tóxica, bem como nos 
danos resultantes dessa exposição. Estes fatores incluem, comumen-
te, as vias de absorção, as alterações fisiológicas e bioquímicas que 
resultam da exposição o tecido-alvo, as transformações que esta subs-
tância sofre após ser absorvida, o ambiente e a própria concentração 
do produto no ambiente. Estes parâmetros são necessários para que 
sejam identificadosos limites de tolerância da substância, ou seja, a 
quantidade desta substância tolerável no ambiente laboral, de forma a 
não representar um risco à saúde dos trabalhadores.
Monitorização biológica
No acompanhamento necessário às medidas de controle de 
risco dos trabalhadores na toxicologia ocupacional, os colaboradores 
são avaliados individualmente com o objetivo de constatar qualquer va-
riação biológica ou manifestações de toxicidade, a tempo de serem ain-
da reversíveis e não gerarem maiores danos à saúde. Essa monitoriza-
ção compreende na mensuração e verificação periódica da substância 
e seus metabólitos no organismo dos indivíduos expostos.
Os resultados desses exames são comparados com as re-
ferências do Ministério do Trabalho, publicadas e atualizadas periodi-
camente na NR-7, que consiste no Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional. A NR-7 define o Índice Biológico Máximo Permitido 
(IBMP). O IBMP é um indicador que, em conjunto com o Valor de Re-
ferência da Normalidade (VRN), permite estimar as concentrações de 
substâncias tóxicas que não causem prejuízos à saúde.
A NR-7 do Ministério do Trabalho pode ser encontrada em: 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_
NR/NR-07.pdf
Doenças relacionadas ao risco ocupacional
A Portaria do Ministério da Saúde de n º 2309, de 28 de agosto 
de 2020, apresenta a Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho (LDRT). 
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São mais de 200 doenças passíveis de serem decorrentes de riscos la-
borais, embora nem todas estejam associadas a exposições a agentes 
tóxicos, uma vez que este trata-se exclusivamente de substâncias quí-
micas. A LDRT inclui agentes físicos, ergonômicos e biológicos, de for-
ma que comentaremos aqui sobre algumas das patologias associadas à 
toxicologia, que compõem a parte II da referida portaria. Segundo estudo 
de Magalhães e Caldas, publicado em 2019, os agentes tóxicos mais 
comumente envolvidos na exposição ocupacional são os agrotóxicos, 
produtos químicos industriais, metais, saneantes e raticidas.
• Agrotóxicos
A intoxicação por agrotóxicos está associada a diversas neo-
plasias, linfomas e leucemias, bem como ao hipotireoidismo, quadros 
depressivos, Parkinsonismo e outras formas de tremor, polineuropatia, 
perda de audição, arritmias cardíacas, edema pulmonar, dermatites e 
urticárias.
• Produtos Químicos Industriais
Os produtos químicos industriais correspondem a uma gama 
bastante diversificada de produtos, como solventes, ácidos e álcalis, tin-
tas, adesivos, resinas e gases, que constituem componentes de vários 
segmentos industriais. Assim, as patologias associadas a estes produ-
tos no ambiente laboral são bastante diversificadas. Como exemplo, 
temos os solventes, associados a transtornos mentais e comportamen-
tais, dermatites, neoplasias, danos no sistema nervoso central - incluin-
do disfunções cerebrais e encefalopatia, edema pulmonar, afecções 
pulmonares e do trato respiratório superior.
• Metais
Os metais constituem-se risco ocupacional principalmente na 
forma de vapores, ainda que não exclusivamente. A intoxicação ocupa-
cional por metais pode gerar polineuropatia, encefalopatia, demência, 
delírios, transtornos mentais, cognitivos e comportamentais, depressão, 
edema pulmonar, afecções pulmonares e do trato respiratório superior, 
neoplasias, danos hepáticos, renais e gastrointestinais, infertilidade e 
hipertensão grave. O edema pulmonar é uma consequência bastante 
comum da intoxicação por diversos agentes.
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Figura 2 – Edema pulmonar visualizado em radiografia de tórax (A) em com-
paração com radiografia de tórax normal (B).
Fonte: Moreira et al, 2005.
• Saneantes
Saneantes são produtos químicos utilizados na limpeza de 
ambientes diversos, como detergente, sabão em pó, água sanitária, 
amaciantes e desinfetantes, entre outros. De uma forma geral, as into-
xicações por saneantes estão associadas a dermatites, neoplasias, lin-
fomas e leucemias, transtornos mentais, cognitivos e comportamentais, 
bem como sintomas gastrointestinais.
• Raticidas
Os raticidas, também denominados rodenticidas, são produtos 
químicos utilizados no extermínio de ratos. Os raticidas de uso permiti-
do na legislação brasileira são os derivados das cumarinas e os deriva-
dos da indandiona.
As cumarinas são uma classe de substâncias encontradas em 
diversas fontes vegetais, que podem ser consideradas uma estratégia 
de defesa de algumas plantas contra patógenos. Os produtos derivados 
da indandiona são sinteticamente produzidos.
Apesar de utilizadas de forma bastante ampla na indústria far-
macêutica e na fabricação de produtos de higiene, as cumarinas e de-
rivados da indantiona que compõem os raticidas são anticoagulantes e 
podem provocar fortes quadros hemorrágicos em casos de intoxicação.
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A Portaria do Ministério da Saúde de n.º 2309, de 28 de agosto 
de 2020, que apresenta a Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho 
(LDRT), pode ser encontrada em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/
portaria-n-2.309-de-28-de-agosto-de-2020-275240601
TOXICOLOGIA AMBIENTAL
A toxicologia ambiental, ou ecotoxicologia, é uma área da to-
xicologia que estuda os riscos associados à contaminação ambiental 
por substâncias químicas para quaisquer organismos vivos, bem como 
à saúde humana. Esta contaminação ambiental pode ter origem antro-
pogênica, quando originada pela atividade humana, ou natural, quando 
esta é gerada por atividades que ocorrem normalmente na natureza. 
Contaminantes e ecossistemas
Uma vez introduzidos nos ecossistemas por sua fonte, os con-
taminantes geralmente se distribuem no ambiente e sofrem interações 
diversas com os elementos presentes e com os seres vivos que habi-
tam e interagem neste local (biota). Estas interações levam a eventuais 
transformações e, na maioria das vezes, à degradação do contaminan-
te. A este processo denominamos ciclo de vida ambiental de uma subs-
tância química, e a forma como isso ocorrerá dependerá da natureza 
deste contaminante e do ambiente em que este foi inserido, incluindo 
a biota local e fatores como temperatura, pH e demais características 
físicas e químicas deste ecossistema.
Os contaminantes podem ser distribuídos em ambiente aquá-
tico, terrestre ou na atmosfera. Quando na atmosfera, a dispersão se 
dá em função das condições atmosféricas e de movimentos do ar. Se a 
contaminação ocorre em ambiente aquático, a distribuição ambiental de 
uma substância depende do volume de água, salinidade, dureza, cor-
renteza, e das características do corpo d’água – podem ser rios, lagos, 
oceanos, ambientes estuários, ou, ainda, ocorrer a dispersão entre vá-
rios destes. Apesar de diversos fatores interferirem na dispersão final de 
um contaminante aquático, de forma geral podemos afirmar que haverá 
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a dispersão, interação com o material em suspensão na água e, por fim, 
a sedimentação e absorção pela biota.
No ambiente terrestre, os contaminantes são dispersos no solo, 
onde podem ocorrer os fenômenos da adsorção, percolação, difusão e 
advecção, que interferem na velocidade e destino final dos elementos 
introduzidos neste ecossistema. É importante lembrar que o solo é um 
sistema complexo, formado por diferentes partículas agrupadas entre si.
A adsorção se trata da adesão superficial de moléculas de um 
contaminante a uma superfície sólida. Ou seja, as moléculas de umasubstância ficam retidas na superfície de elementos do solo, de forma 
que há uma redução na velocidade de dispersão.
A percolação define a passagem de líquidos através dos poros 
do solo, para suas camadas mais profundas. Trata-se de uma forma de 
dispersão mecânica, cuja velocidade depende do tamanho dos poros do 
solo, da rugosidade na superfície destes e do comprimento da trajetória 
que a substância terá que percorrer. As variáveis que compõem o fenô-
meno da percolação podem ser observadas na figura 3, demonstrando 
o atrito entre o elemento contaminante e os poros do solo, quando estes 
são estreitos (a), a diferença de velocidade que pode ser observada no 
caso de superfícies mais rugosas dos poros (b) e comprimento da traje-
tória de fluxo, que geralmente se relaciona com a tortuosidade apresen-
tada nesta trajetória (c).
Figura 3 – Ilustração esquemática da percolação e suas variáveis.
 
 a b c
Fonte: O autor, 2020.
A difusão, ou difusão molecular, se trata de um processo que 
depende do gradiente de concentração e dos constituintes iônicos do 
solo. O contaminante tende a se deslocar dos locais mais concentra-
dos do solo em direção às regiões de menor concentração. Por fim, na 
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advecção o contaminante é carregado pela água através do solo. As-
sim, na contaminação do solo, a substância pode se dispersar na água 
presente e alcançar os lençóis freáticos, levando a uma contaminação 
aquática de forma secundária.
Em quaisquer dos ambientes passíveis de contaminação, 
a biota local pode promover a degradação, embora nem sempre isso 
ocorra. Nos casos de substâncias não orgânicas, ou substâncias orgâ-
nicas lipossolúveis, com baixa solubilidade em água e baixa taxa de bio-
transformação, é comum que o contaminante seja transferido de um or-
ganismo para o outro na cadeia alimentar, promovendo o fenômeno de 
biomagnificação. Quando este acúmulo se dá nos mesmos organismos 
em função do tempo de exposição, denominamos de bioacumulação. A 
diferença entre estes dois conceitos pode ser melhor compreendida na 
Figura 4.
Tanto a bioacumulação quanto a biomagnificação ocorrem 
principalmente em ambientes aquáticos e terrestres, e acarretam o au-
mento da dose de exposição dos tecidos, frequentemente com concen-
trações orgânicas muito maiores do que a encontrada no ambiente. 
Figura 4 – Esquema ilustrativo dos fenômenos de bioacumulação e 
biomagnificação em ambiente aquático
Fonte: Secretaria de Educação do Paraná, acesso em 2020.
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Monitoramento Ambiental
O monitoramento ambiental trata-se do levantamento de parâ-
metros de forma contínua e sistemática, bem como a monitorização de 
variáveis ambientais, de forma a avaliar as condições dos recursos na-
turais, determinar riscos e propor sistemas de controle ambiental, de 
forma a reduzir possíveis impactos negativos de ações humanas ou 
acidentes naturais.
Monitoramento ambiental em ambientes aquáticos
Para se realizar o monitoramento aquático é importante que 
sejam observadas as diferenças de períodos chuvosos e de seca, e 
que amostras sejam coletadas em ambos os momentos. Isso porque as 
concentrações de possíveis contaminantes podem ser extremamente 
variáveis nestes períodos.
Além dos aspectos característicos da água, é importante que 
nestes ambientes o sedimento também seja analisado, a fim de veri-
ficar o depósito destes contaminantes. Na grande maioria dos casos, 
as substâncias se acumulam no fundo dos ecossistemas aquáticos ao 
longo do tempo.
Monitoramento ambiental no ar
No monitoramento do ar, os fatores que causam diferenças no 
resultado do monitoramento são principalmente as condições meteoro-
lógicas, que variam de forma sazonal. Assim, a exemplo do realizado no 
monitoramento de ambientes aquáticos, é essencial que as amostras 
recolhidas para a realização de testes toxicológicos e de acompanha-
mento das características ambientais sejam procedentes das variadas 
condições.
Monitoramento ambiental no solo
Para a realização do monitoramento do solo, observa-se a dis-
tância da fonte contaminante em relação ao local de coleta da amostra, 
caso este seja conhecido. Ainda, caso a região apresente solos com 
características diferentes, como concentração de matéria orgânica, pH 
e umidade, é interessante que a amostragem considere as diferentes 
zonas, uma vez que estes parâmetros podem influenciar grandemente 
a retenção e cumulação de contaminantes.
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Biomonitoramento
O biomonitoramento pode ser realizado em quaisquer ambien-
tes, e considera os impactos na comunidade biótica local que um con-
taminante pode induzir. Os parâmetros utilizados neste tipo de análise 
consideram a concentração da substância no organismo – denomina-
dos parâmetros diretos de biomonitoramento – ou a avaliação de fatores 
biológicos cujas modificações podem ser resultado da contaminação 
por determinado agente. Neste caso, a qualidade ambiental é avalia-
da por parâmetros indiretos de biomonitoramento, uma vez que são as 
consequências associadas, e não a presença do próprio contaminante, 
que são consideradas na análise. É importante que os organismos uti-
lizados neste tipo de monitoramento sejam nativos da região e existam 
em número populacional significativo.
 
TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS
A toxicologia de alimentos é a área da toxicologia que identifica 
e analisa a ocorrência de substâncias tóxicas em alimentos.
Nem sempre, entretanto, as substâncias tóxicas são provenien-
tes de contaminações. Alimentos são um complexo químico composto 
por substâncias nutritivas e não nutritivas. As substâncias não nutritivas 
que podem ser essenciais para o metabolismo vegetal e/ou estarem 
relacionadas à proteção da planta contra predadores. Ainda que não 
nutritivas, várias dessas substâncias estão associadas às propriedades 
organolépticas do alimento.
No âmbito da toxicologia de alimentos, estas substâncias 
podem atuar de diferentes formas ao serem ingeridas. Classificamos 
como agentes tóxicos aquelas que efetivamente produzem efeitos tó-
xicos clássicos, com alterações bioquímicas, fisiológicas e/ou morfoló-
gicas no organismo contaminado. Entretanto, agentes antinutricionais 
também são considerados como indutores de toxicidade, uma vez que 
estes podem sequestrar minerais e anular, por mecanismos diversos, a 
ação ou absorção de enzimas e vitaminas.
Contaminação dos alimentos
A contaminação dos alimentos pode ocorrer de diversas for-
mas. A princípio, é preciso destacar que a vasta maioria dos alimentos 
que consumimos passam por processos de produção, processamento 
e armazenamento, e todas estas etapas são passíveis de exposição 
a substâncias diversas ou a contaminação biológica, com a geração 
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de compostos tóxicos. A contaminação pode ser direta, em função da 
manipulação destes alimentos em suas etapas ou pode ser resultante 
da utilização de substâncias tóxicas para controle de pragas nas planta-
ções e indução de crescimento de animais, ou, ainda, a contaminação 
pelas próprias substâncias componentes das embalagens. Os aditivos 
alimentares também são fonte de toxicidade quando utilizados em do-
sagens inadequadas.
Contaminação direta 
Denominamos de contaminação direta controlável aquela que 
podemos gerenciar. Constitui-se principalmente do emprego de aditivosde forma excessiva.
Já a contaminação direta incontrolável pode ser decorrente da 
produção de toxinas por microrganismos presentes nos alimentos, a 
incorporação de metais tóxicos e a geração de substâncias tóxicas nos 
alimentos.
A geração de compostos tóxicos pelos alimentos é resultante, 
geralmente, da presença de um agente nitrosante, que pode ser resul-
tante da ação de microrganismos, estar presente no ar, no próprio ali-
mento, de forma natural, como nitrito endógeno, ou, ainda, pela adição 
de nitritos que ocorre no processamento de alimentos. Em todos os 
casos são gerados nitrosaminas e nitrosamidas, substâncias de toxici-
dade conhecida.
Contaminação indireta 
Consideramos que houve uma contaminação indireta de um 
alimento quando esta decorre da exposição a contaminação ambiental, 
como é o caso da incorporação de metais tóxicos, ou quando esta é 
consequência dos processos utilizados na obtenção da matéria prima, 
junto ao produtor. São agrotóxicos, quimioterápicos e promotores de 
crescimento os principais contaminantes.
Substâncias tóxicas de origem natural
As substâncias não nutritivas podem ser adicionadas aos ali-
mentos na forma de aditivos alimentares ou podem ser de origem na-
tural. As últimas são constituintes dos alimentos, encontrados principal-
mente em espécies vegetais.
Entretanto, existem substâncias constitutivas que apresentam 
toxicidade clássica na ingestão. São, principalmente, glicosídeos cia-
nogênicos, glicoalcalóides, glicosinolatos, nitratos e oxalatos. Ainda, há 
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compostos carcinogênicos e mutagênicos.
Glicosídeos cianogênicos são compostos orgânicos que, ao 
ser hidrolisado, produz cianeto. Se a concentração de cianeto for maior 
do que 20 mg a cada 100g do produto vegetal, há alto risco de intoxica-
ção. Um exemplo de vegetal que possui esta classe de glicosídeos é a 
mandioca brava.
TOXICOLOGIA CLÍNICA 
A toxicologia clínica constitui-se de uma área da toxicologia que 
versa sobre a importância médica das intoxicações. Assim, quaisquer 
formas de intoxicação – seja intencional ou não intencional, a partir de 
contaminantes ambientais, ocupacionais, fármacos, abuso de drogas 
ilícitas, consumo de alimentos impróprios, ou, ainda, doses excessivas 
de substâncias não consideradas tóxicas, são do interesse da toxicolo-
gia clínica.
Há, entretanto, as intoxicações que se destacam do ponto de 
vista clínico, por sua frequência e morbidade. Estas podem ser verifica-
das na figura 5.
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Figura 5 – Principais síndromes tóxicas de importância médica
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, 2017.
O diagnóstico laboratorial toxicológico é essencial para o diag-
nóstico das contaminações agudas na emergência clínica, no monitora-
mento terapêutico da utilização de fármacos, detecção da utilização de 
drogas de abuso e para o próprio monitoramento biológico da exposição 
ocupacional a substâncias tóxicas. Denominamos toxicologia analítica 
ao conjunto de ensaios que visa detectar e mensurar substâncias quími-
cas das mais diversas origens, bem como seus produtos, de interesse 
clínico.
A realização destas análises laboratoriais exige um conjunto 
de processos em duas etapas, que visam a efetividade destes testes:
a) Triagem
Os testes de triagem são rápidos e fornecem resultados quali-
tativos sobre uma classe de agente.
b) Confirmação
Os testes de confirmação são realizados após a triagem inicial 
e visam identificar a substância específica dentro de sua classe, e é 
capaz de fornecer resultados quantitativos. 
Os testes de confirmação são, em sua maioria, realizados por 
cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas, equipa-
mentos caros e disponíveis em poucos laboratórios no país. Ainda, são 
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trabalhosos e demandam mais tempo. Desta forma, a maior parte das 
análises conduzidas no Brasil para a detecção clínica de contaminantes 
se refere às análises qualitativas.
É comum vermos em filmes e séries solicitações da equipe 
médica por um screening toxicológico que determina todo e qualquer 
tipo de substância presente no organismo do paciente. Isso, entretan-
to, não corresponde à realidade. Existem milhares de agentes poten-
cialmente tóxicos, mas os melhores laboratórios do mundo possuem 
a capacidade de detectar apenas cerca de uma centena deles e de 
quantificar poucas dezenas.
Os principais testes conduzidos são:
• Teste de triagem para agentes tóxicos
Esta triagem corresponde a um screening toxicológico, condu-
zido em plasma, urina ou fluido gástrico através de cromatografia em 
camada delgada. O laudo pode ser emitido em 5h.
• Teste imediato para detecção de drogas de abuso
Este teste é conduzido num volume de 10 a 20 ml de urina, que 
deve ser refrigerada. É importante que a coleta seja assistida e tenha 
o termo de consentimento preenchido e assinado pelo solicitante, pelo 
coletor e pelo paciente. Avalia a presença de anfetamínicos, antidepres-
sivos tricíclicos, barbitúricos, benzodiazepínicos, cocaína, fenciclidina, 
MDMA (ecstasy), metadona, metanfetamina, morfina, tetrahidrocarbo-
netos e opiáceos. O laudo pode ser emitido em 2h.
• Teste imediato para detecção de Paraquat
O Paraquat é um herbicida de alta toxicidade a seres humanos 
quando ingerido. Este teste utiliza-se de amostras de urina ou fluido 
gástrico e o laudo pode ser emitido em 2h. Entretanto, este teste diag-
nostica apenas exposições agudas a grandes quantidades deste agen-
te, não sendo indicadas para exposições crônicas.
Em função de sua alta periculosidade, o Paraquat teve sua 
venda proibida no Brasil a partir de 22 de setembro de 2020.
• Pesquisa para identificação de metais pesados
O ensaio para detecção de metais pesados utiliza-se de urina e 
fluido gástrico, sendo indicado apenas para exposições agudas a gran-
des quantidades de metais. O teste é capaz de identificar a presença de 
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arsênico, antimônio, bismuto, mercúrio, prata e chumbo.
• Teste imediato para detecção de azul de metileno
O azul de metileno é uma substância utilizada como terapêuti-
co nas intoxicações por nitritos, nitratos, anilina, pentaclorofenol, fena-
zopiridina, nitrato de prata, cloroquina, primaquina e dapsona. Entretan-
to, em doses excessivas, pode induzir uma anemia hemolítica grave. 
O teste para detecção do azul de metileno é realizado em amostras de 
urina e o laudo emitido em 2h.
Outros testes podem ser utilizados, principalmente em labora-
tórios de pesquisa.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: IDECAN Órgão: EBSERH Prova: Técnico em En-
fermagem - Saúde do Trabalhador Nível: Superior.
É correto afirmar que intoxicação ocupacional se refere a:
a) contato com substâncias estranhas ao organismo.
b) contato de substâncias químicas com o organismo.
c) contato com substâncias ou produtos derivados por formas vivas.
d) riscos causados ao organismo pelo contato com substâncias quími-
cas, físicas ou biológicas.
e) sinais e sintomas de desequilíbrio do organismo causados pela inte-
ração com substâncias químicas.
QUESTÃO 2
Ano: 2020 Banca: COTEC Órgão: Prefeitura de São Francisco - MG 
Prova: Médico do Trabalho Nível: Superior.
“[...] todas as substâncias são venenos, não existe nenhuma que 
não seja. A dose corretadiferencia um remédio de um veneno”.
A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decorren-
tes das interações das substâncias químicas com o organismo, 
com a finalidade de prevenir, diagnosticar e tratar a intoxicação. 
A toxicologia ocupacional é a área da toxicologia que identifica e 
quantifica as substâncias químicas presentes no ambiente de tra-
balho e os riscos que elas oferecem, com o objetivo de prevenir a 
saúde do trabalhador. São estudados os agentes tóxicos de maté-
rias primas, produtos intermediários e produtos acabados quanto 
a: aspectos físico-químicos, interação entre agentes no ambiente 
e no organismo, as vias de introdução, a toxicidade, a ocorrência 
de intoxicação em curto, médio e longo prazos, os limites de tole-
rância na atmosfera e no sistema biológico e os indicadores bio-
lógicos de exposição. A prevenção da intoxicação em toxicologia 
ocupacional pode ser alcançada em três etapas fundamentais, que 
são: reconhecimento, avaliação e controle.
Dentro dessa ciência, o que é toxicocinética?
a) Processo de transformação, absorção e distribuição do tóxico no or-
ganismo.
b) Processo de introdução do tóxico no processo produtivo.
c) Processo de absorção do tóxico pelo organismo.
d) Natureza da ação do tóxico no meio ambiente.
e) Efeito nocivo do tóxico no meio ambiente e no organismo.
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QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: CIAAR Órgão: FAB Prova: Primeiro Tenente - 
Farmácia Bioquímica Nível: Superior.
A respeito dos conceitos básicos de toxicologia, preencha correta-
mente as lacunas.
A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos decor-
rentes das interações de substâncias químicas com o organis-
mo, sob condições específicas de exposição. Entende-se por 
________________ a entidade química capaz de causar dano a um 
sistema biológico, alterando seriamente uma função ou levando à 
morte. Entretanto, para alguns casos existem _________________ 
capazes de antagonizar esses efeitos. A manifestação dos efeitos 
tóxicos é denominada __________________, evidenciada por si-
nais, sintomas ou exames laboratoriais. Poluentes da atmosfera 
e metais pesados são exemplos de ___________________, desde 
que não possuam papel fisiológico conhecido.
Fonte: OGA, Seizi; CARVALHO, Márcia Maria de Almeida; BATISTU-
ZZO, José Antônio de Oliveira. Fundamentos da Toxicologia. 4. ed. 
Rio de Janeiro: Atheneu, 2014. Adaptado.
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é
a) fármaco / drogas / ação tóxica / xenobióticos 
b) agente tóxico / fármacos / intoxicação / antídotos 
c) antídoto / agentes tóxicos / toxicocinética / fármacos 
d) agente tóxico / antídotos / intoxicação / xenobióticos 
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: CEEERS Prova: Médico do 
Trabalho Nível: Superior.
Os princípios ativos dos agrotóxicos estão classificados, quanto à 
sua toxicidade aguda humana, com base na:
a) Dose Letal (DL100).
b) Dose Mínima (DM100).
c) Dose Letal (DL50).
d) Concentração Mínima (CM50).
e) Concentração Mínima (CM100).
QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: MS CONCURSOS Órgão: UFAC Prova: Engenhei-
ro de Segurança do Trabalho Nível: Superior.
A Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos produzi-
dos pela interação de agentes químicos com sistemas biológicos. 
Um dos campos de aplicação da toxicologia é aplicada ao estudo 
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dos mecanismos de ação e efeitos nocivos produzidos pelos con-
taminantes, presentes nos ambientes de trabalho, sobre a saúde 
dos trabalhadores. Esta área da toxicologia é definida como:
a) Toxicologia do Trabalho.
b) Toxicologia Ocupacional.
c) Toxicologia Ambiental.
d) Toxicologia Industrial.
e) Toxicologia Social.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Moeda de Prata depositada no Museu Britânico, com a face do Rei Mi-
trídates VI cunhada.
Fonte: Wikipedia commons
O rei Mitrídates VI foi o governante do antigo reino de Ponto de 120 
a.C. até 63 a.C, e um forte inimigo do Império Romano na época. Seu 
pai, Mitrídates V, morreu envenenado por um agente não identificado 
durante um jantar em Sinope, de forma que, com receio de ter o mes-
mo destino, Mitrídates VI passou a ingerir doses subletais dos venenos 
mais comuns e a realizar experiências toxicológicas em seus escravos 
para obter antídotos aos diferentes tipos de venenos da época.
Sabemos que intoxicação causada pela ingestão de alimentos pode 
ocorrer a partir da contaminação por bactérias patogênicas, toxinas, 
pesticidas, entre outros – inclusive, obviamente, pela contaminação in-
tencional com agentes tóxicos.
Entretanto, sabemos também que nem toda a intoxicação provocada 
por alimentos é decorrente de contaminação destes. Como isso é pos-
sível? 
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TREINO INÉDITO
Para a realização do monitoramento ambiental é necessário tomar al-
guns cuidados, de forma a garantir a efetividade dele. Os seguintes 
aspectos devem ser considerados, exceto:
a) Na realização do monitoramento de ambientes aquáticos, é impor-
tante que sejam realizadas coletas tanto nos períodos chuvosos quanto 
de seca.
b) O monitoramento ambiental do ar não exige cuidados em relação a 
condições ambientais, uma vez que a coleta de amostras é realizada 
em locais muito altos da atmosfera.
c) A distância da fonte contaminante em relação ao local de coleta da 
amostra é um fator a ser observado em estudos de monitoramento am-
biental do solo.
d) No Biomonitoramento, as espécies nativas são as preferencialmente 
utilizadas.
e) A análise dos sedimentos também é importante no monitoramento 
de ambientes aquáticos, uma vez que os contaminantes tendem a se 
depositar.
NA MÍDIA
Herbicidas a base de paraquat foram proibidos no país
O Paraquat, um herbicida de baixo custo utilizado de forma abrangente 
no Brasil, foi proibido em setembro de 2020 pela ANVISA, e agências 
governamentais farão a fiscalização.
A proibição ocorreu em função da alta toxicidade do produto, e sua pe-
riculosidade para a saúde humana. É importante considerar que, além 
da contaminação dos alimentos pelos agrotóxicos, estes contaminam 
solos e lençóis freáticos, dispersando-se para além de nossa mesa.
Fonte: Globo – G1
Data: 22/09/2020.
Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/to/tocantins/noti-
cia/2020/09/22/adapec-vai-fiscalizar-propriedades-rurais-e-lojas-apos-
-herbicidas-a-base-de-paraquat-serem-proibidos-no-pais.ghtml
NA PRÁTICA
A possibilidade de fatores relacionados ao trabalho serem os causado-
res de adoecimento já foi estabelecida há longa data. Sem dúvida, Ber-
nardino Ramazzini (1633-1714), considerado o “Pai da Medicina do Tra-
balho”, foi a personalidade que trouxe maior contribuição neste campo 
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2020/09/22/adapec-vai-fiscalizar-propriedades-rurais-e-lojas-apos-herbicidas-a-base-de-paraquat-serem-proibidos-no-pais.ghtml
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2020/09/22/adapec-vai-fiscalizar-propriedades-rurais-e-lojas-apos-herbicidas-a-base-de-paraquat-serem-proibidos-no-pais.ghtml
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2020/09/22/adapec-vai-fiscalizar-propriedades-rurais-e-lojas-apos-herbicidas-a-base-de-paraquat-serem-proibidos-no-pais.ghtml
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da Saúde Pública. René Mendes, em um estudo da obra de Ramazzini, 
chama a atenção para a atualidade das ideias do autor, ao indicar, entre 
outras, a sua preocupação com o habitual esquecimento da Medicina 
com os efeitos adversos do trabalho na saúde, além de evidenciar asua visão acerca da determinação social da doença. Destaca também, 
a preocupação de Ramazzini na metodologia de abordagem das ques-
tões acerca da saúde e do trabalho, nas entrevistas e na anamnese 
ocupacional. Nas suas palavras:
“Um médico que atende um doente deve informar-se de muita coisa a 
seu respeito pelo próprio e por seus acompanhantes (...). A estas inter-
rogações devia acrescentar-se outra: ‘e que arte exerce?’. Tal pergunta 
considero oportuno e mesmo necessário lembrar ao médico que trata 
um homem do povo, que dela se vale chegar às causas ocasionais do 
mal, a qual quase nunca é posta em prática, ainda que o médico a co-
nheça. Entretanto, se a houvesse observado, poderia obter uma cura 
mais feliz”.
Nos currículos de graduação de universidades brasileiras são poucas 
as atividades voltadas para a formação de indivíduos que “pensem” o 
trabalho como possível causador de adoecimento. Com isto, a aborda-
gem das características do trabalho dos pacientes, com a finalidade de 
estabelecer possíveis associações com o adoecimento, é restrita, na 
maioria das vezes, a profissionais de saúde que procuraram adquirir 
maior conhecimento em cursos de pós-graduação. Em grande parte, 
estes profissionais, por exigência de leis, trabalham para empresas e 
cumprem as funções que a legislação determina.
Por outro lado, os indivíduos estão sujeitos a adoecerem de diferentes 
formas, por diferentes etiologias, com manifestações variadas. Muitas 
vezes, principalmente, em caso de transtornos crônicos, o diagnóstico 
não é evidente, necessitando maior número de consultas para a sua 
definição. Quando adoece, o trabalhador pode procurar o médico da 
empresa, quando é possível, mas em geral, busca atendimento em uni-
dades de saúde pública ou privada, sejam hospitais, consultórios ou 
outras formas de atendimento. Em uma situação em que o trabalho está 
relacionado com o adoecimento, mas esta relação não é evidente e não 
tendo tido o profissional que o atendeu uma formação voltada para um 
possível comprometimento do trabalho com a saúde ou então não tendo 
sido possível uma investigação criteriosa, a identificação do trabalho 
como fator de adoecimento está comprometida.
São inúmeras as possibilidades de exposições a situações e agentes 
nocivos ao longo da vida e nos ambientes de trabalho. Toxicologia é 
a ciência que estuda os efeitos nocivos das substâncias químicas nos 
organismos vivos. Compreende múltiplos conhecimentos e abrange vá-
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rios setores das atividades humanas como, por exemplo, a alimentação, 
as indústrias, a agricultura, o meio ambiente e os ambientes de trabalho. 
Uma substância é tóxica quando ela é capaz de perturbar as funções 
normais de um organismo vivo. A Toxicologia Ocupacional compreende 
a aplicação dos princípios da Toxicologia quando a exposição aos agen-
tes ocorre nos ambientes de trabalho. Anteriormente, foi dito que os 
profissionais de saúde, no Brasil, raramente, associam o trabalho como 
possível fator de adoecimento, a menos que esta relação seja muito 
evidente. De forma específica, quando as exposições potencialmente 
danosas são a substâncias químicas nos ambientes de trabalho, é infre-
quente que esta relação seja “pensada” pelo profissional de saúde ge-
neralista frente a um paciente. Além da formação acadêmica deficiente 
dos profissionais de saúde acerca dos possíveis efeitos do trabalho na 
saúde, muitas vezes o quadro clínico é insidioso, complexo, de caráter 
crônico e multifacetado, de pouca magnitude e pode surgir depois de 
longo período de cessada a exposição. Na maioria das vezes não há 
uma especificidade dos sintomas e a clínica pode ser confundida com 
outras patologias. Também tem que ser levado em conta o fato de que 
os indivíduos têm outras formas de exposição a agentes químicos, seja 
no meio ambiente, por exemplo, pela poluição atmosférica, no ambiente 
doméstico, como a produtos fitossanitários, cosméticos, medicamentos 
etc. e aquelas oriundas de hábitos de vida como tabagismo e etilismo. 
Além disso, é importante considerar a idade do paciente e a presença 
de outras patologias que podem confundir o diagnóstico.
Todas essas situações exemplificam o quanto complexa pode ser a de-
terminação de um quadro clínico de intoxicação. Cabe ao profissional 
de saúde estar apto a incluir a investigação de exposição a substâncias 
químicas como uma das hipóteses diagnósticas, diante de um quadro 
clínico suspeito. E além disso, realizar com atenção e detalhamento a 
História Ocupacional de todos os pacientes. A partir desta mudança de 
conduta dos profissionais de saúde, possivelmente, haveria uma redu-
ção de uma parcela de paciente que percorrem diversas especialida-
des clínicas, elevando os indicadores de morbidade e mortalidade, sem 
que o diagnóstico etiológico seja estabelecido. Como sugestão inicial, 
duas perguntas deveriam ser incluídas em todas as consultas médi-
cas: Como é o seu trabalho? A quais agentes químicos você é exposto 
no seu trabalho? Assim, seriam retomados os sábios ensinamentos de 
Ramazzini que, em outros tempos, já enfatizava a importância deste 
conhecimento.
Título: A Toxicologia e a Prática da Medicina
Autor: Marisa Moura - Pesquisadora do Centro de Estudos da Saúde 
do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH/ENSP/FIOCRUZ)
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Data de publicação: 10/04/2019
Fonte: http://www.cesteh.ensp.fiocruz.br/noticias/toxicologia-e-pratica-
-da-medicina
PARA SABER MAIS
Título: Toxicologia – Perícia Criminal
Data de publicação: 03/08/2015
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=KzS1SR-0Vrc
Título: Contaminantes aquáticos e saúde ambiental
Data de publicação: 03/07/2020
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=6zLAS4MAl5o
https://www.youtube.com/watch?v=KzS1SR-0Vrc
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INTRODUÇÃO À BIOLOGIA MOLECULAR
A Biologia Molecular é uma ciência que une conhecimentos da 
genética, química e bioquímica, que estuda os eventos das células a 
nível de moléculas.
Os estudos de Biologia Molecular têm trazido, nos últimos anos, 
inúmeras tecnologias e possibilidades dentro das ciências biológicas e 
da saúde. Isso porque, a partir do momento em que compreendemos os 
eventos moleculares, podemos criar formas de mimetizar estes eventos 
em laboratório e até mesmo interferir nos mesmos. A Biologia Molecular 
originou técnicas com aplicações em diversas áreas, incluindo nos tes-
tes laboratoriais que compõem as análises clínicas.
Assim, é necessário conhecer seus princípios, a fim de utilizá-los.
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Dogma central da Biologia Molecular
A Biologia Molecular gira em torno de um paradigma que, por 
ocorrer de forma quase universal, foi denominado de “Dogma Central 
da Biologia Molecular”. Este paradigma consiste no fundamento mole-
cular básico da hereditariedade e da formação do fenótipo:
O ácido desoxirribonucleico (DNA) possui a capacidade de se 
autoduplicar, e traz, em si, informações bioquímicas que codificam a es-
trutura de proteínas. Este DNA é transcrito em ácido ribonucleico (RNA), 
que, por sua vez, é traduzido em proteínas que comporão o fenótipo 
celular e do indivíduo. Todo este processo é mediado por RNAs com 
diferentes atividades biológicas e por proteínase enzimas específicas.
Estrutura do DNA e RNA
O DNA é uma estrutura composta da repetição de um açúcar 
com 5 carbonos (pentose) ligadas à uma base nitrogenada e um fosfato, 
denominados nucleotídeos. A ligação entre os nucleotídeos forma uma 
fita estável, através de uma ligação fosfodiéster. Tipicamente, o DNA 
possui duas fitas antiparalelas dispostas em dupla hélice, ligadas entre 
si através de pontes de hidrogênio formadas entre suas bases nitroge-
nadas. As fitas de DNA em dupla hélice são antiparalelas por se dispo-
rem de forma tal que, enquanto uma delas possui uma extremidade 3’ 
livre de seu último nucleotídeo, a complementar tem sua extremidade 
5’ livre. A extremidade 3’ de uma fita possui uma hidroxila (-OH) e a 5’ 
conta com um grupo fosfato (-PO4) livre (Figura 6).
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Figura 6 - Orientação antiparalela da dupla fita de DNA demonstrando a 
estrutura das extremidades 3’ e 5’. Em destaque, o grupamento fosfato 5’ e o 
grupamento hidroxila na extremidade 3’.
Fonte: Creative Commons, 2008.
As bases nitrogenadas presentes no DNA podem ser purinas 
ou pirimidinas. As purinas possuem dois anéis de 6 átomos, sendo, por-
tanto, maiores. Este grupo é formado pelas adeninas e guaninas. Já 
as pirimidinas são compostas por apenas um anel de 6 átomos, sendo 
encontradas no DNA como citosina e timina. 
Estas bases nitrogenadas possuem ligações preferenciais, de 
forma complementar, e estas ligações configuram a estrutura da dupla 
hélice do DNA. As Adeninas e timinas ligam-se entre si, com a formação 
de duas pontes de hidrogênio, enquanto as citosinas e guaninas promo-
vem a formação de três pontes de hidrogênio. Podemos observar esta 
estrutura na figura 7.
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Figura 7- As ligações entre as bases nitrogenadas complementares se dão 
através de pontes de hidrogênio, com a formação de duas ligações entre 
Adenina e Timina e três ligações entre Guanina e Citosina.
Fonte: Creative Commons, 2008.
O RNA tem uma estrutura muito semelhante à do DNA. Entre-
tanto, é composto por riboses, que são pentoses com um oxigênio a 
menos do que as encontradas no DNA. Geralmente apresentam-se em 
fita simples e a base nitrogenada Timina é substituída, no RNA, por uma 
Uracila. A diferença entre as timinas e uracilas se deve à presença de 
um grupo metil (-CH3) na estrutura da primeira. Esta diferença, porém, 
não é suficiente para impedir a capacidade de ligação entre uracilas e 
adeninas, da mesma forma que ocorre com as timinas.
Apesar de essencial para o mecanismo de hereditariedade ce-
lular e individual, o RNA possui funções biológicas bem diferentes da 
exibida pelo DNA. Este componente atua na regulação da expressão 
gênica, no processo de transcrição, tradução, transporte e enovelamen-
to de proteínas, e pode ser constantemente produzido a partir do molde 
de DNA. Assim, não há empacotamento do RNA na forma de cromos-
somos no ambiente celular e ele pode ser encontrado não apenas no 
núcleo, como no citoplasma e diversos compartimentos da célula euca-
riótica.
Código Genético
O Código genético é formado pela sequência de bases nitrogena-
das no DNA, cuja ordenação representa uma correspondência à aminoáci-
dos específicos. Esta informação é interpretada e utilizada para a produção 
de proteínas pelo maquinário responsável pela tradução do RNA.
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Em eucariotos, cada aminoácido possui uma sequência de três 
bases nitrogenadas correspondente. Em função disso, atribuímos no 
código genético o encadeamento de uma trinca de bases, denomina-
da códon, ao seu aminoácido correspondente no processo de tradu-
ção. Alguns destes códons, entretanto, não possuem correspondência 
a aminoácidos mas à indicação de início e fim da tradução, bem como 
sequências regulatórias.
O código genético é universal e não ambíguo, mas degenera-
do. Isso significa que todos os organismos vivos, com poucas exceções, 
possuem a mesma correspondência entre códons e aminoácidos, de 
forma que o código é universal. Caracteriza-se como não ambíguo pelo 
fato de que um códon corresponde a apenas um único aminoácido. As-
sim, não há ambiguidade na interpretação destes durante o processo de 
tradução. Por outro lado, a degeneração do código se deve ao fato de 
que códons diferentes podem corresponder a um mesmo aminoácido, 
como se estes códons fossem “sinônimos” para a maquinaria tradicio-
nal. A figura 8 mostra o código genético conhecido.
Figura 8 – Código genético
Fonte: Creative Commons, 2010.
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Estrutura dos cromossomos
A nível citogenético, o DNA é encontrado no núcleo das célu-
las, enovelado na forma de cromossomos em torno de proteínas histô-
nicas e outras proteínas acessórias, além de uma matriz protéica.
Os cromossomos eucarióticos possuem tipicamente extremi-
dades denominadas telômeros, compostos por sequências repetitivas, 
com a função de proteger as regiões geneticamente ativas de danos e 
erosão. A região do centrômero é o local reconhecido pelas proteínas 
do cinetócoro, importante para o processo de divisão celular, e também 
denominada de constrição primária. A constrição secundária ocorre em 
alguns cromossomos específicos e possui sequências responsáveis 
pela síntese de RNA ribossômico. Veja a estrutura do cromossomo de 
forma gráfica na figura 9.
Figura 9 – Cromossomo eucariótico e suas estruturas citogenéticas
Fonte: Domínio público.
Duplicação do DNA
O processo de duplicação do DNA é extremamente importante 
para a manutenção do genoma. Este fenômeno ocorre a cada vez que 
uma célula se divide, o que implica que é observado no desenvolvimen-
to embrionário, no crescimento, na reposição de células somáticas e na 
formação de células germinativas masculinas. No âmbito das técnicas 
de Biologia Molecular, este processo também é crucial; a maioria das 
práticas precisa da amplificação do DNA da amostra ou de uma peque-
na sequência de interesse. Para isso, a replicação do DNA que ocorre 
na célula é mimetizada e otimizada em laboratório.
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Replicação semiconservativa
Na duplicação (ou replicação) do DNA, cada fita de sua dupla-
-hélice funciona como molde para a síntese das novas fitas. Assim, um 
novo DNA é formado por uma fita original e por outra duplicada a partir 
de seu molde, de forma que este processo é considerado semiconser-
vativo. 
O modelo semiconservativo de duplicação do DNA só é possí-
vel pela especificidade de ligações das bases nitrogenadas. Com isso, 
uma fita que possui uma adenina terá sempre uma fita complementar 
com uma timina no local correspondente, por exemplo. 
As timinas (T) se ligam às adeninas (A), e as guaninas (G) se 
ligam às citosinas (C), e vice-versa. Assim, uma sequência de DNA com 
ATCGAG teria como fita complementar TAGCTG.
O repliossomo
O evento de duplicação ou replicação do DNA, a partir deste 
princípio, ocorre com o auxílio de enzimas e RNAs, no processo descrito 
a partir da Figura 10. O conjunto de estruturas funcionais que compõem 
a maquinaria da replicação do DNA e permitem a ocorrência do fenô-
meno é chamado de repliossomo. É importante destacar que o modelo 
apresentado foi descrito em Escherichia coli. Entretanto, o processo em 
eucariotos é bastante semelhante.
 
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Figura 10 - Representação gráfica do repliossomo
Fonte: Wikipedia commons, 2008.
Para que ocorra a duplicação do DNA, é preciso que as duas 
fitas sejam separadas, de forma a expor as bases nitrogenadas que 
servirão como molde para a formação das novas fitas. Esta separação 
ocorre progressivamente, através da quebra das pontes de hidrogênio 
entre as bases pela enzima Helicase, formando a Forquilha de Repli-
cação. A ação da helicase depende de ATP.
Para realizar esta separação, a cada 10 pares de bases a héli-
ce do DNA é girada ao redor de seu eixo pela Helicase. Isso provocaria 
um superenovelamento à frente da abertura da forquilha, impedindo a 
continuidade da mesma, se não fosse a ação da Topoisomerase I. A 
Topoisomerase I, também chamada de Girase, é uma enzima respon-
sável por cortar, girar e religar os filamentos de DNA, que sucedem a 
forquilha de replicação.
À medida que a helicase vai progressivamente abrindo as fitas 
de DNA, as SSB (Proteínas ligadoras ao DNA de fita simples, do inglês 
Single Strand DNA Binding) recobrem as cadeias simples, sem interagir 
com bases expostas na forquilha, impedindo que estas se liguem nova-
mente em dupla hélice ou dobrem-se sobre si mesmas. À medida que 
as fitas complementares vão sendo sintetizadas, as SSB se soltam, por 
perderem a afinidade.
A enzima DNA Polimerase III é responsável, então, por adi-
cionar bases complementares àquelas expostas na forquilha de repli-
cação, e, assim, formar as novas fitas. Entretanto, as DNA polimerases 
precisam de uma hidroxila (-OH) livre para que iniciem a polimerização, 
e esta é encontrada somente na extremidade 3’ da fita de DNA. Para 
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resolver este problema, à medida que a helicase move a forquilha, a 
enzima Primase a acompanha e insere um Primer de RNA de 5 a 10 
nucleotídeos de comprimento, frouxamente complementar à fita molde, 
que fornece uma extremidade 3’ para que a polimerização ocorra.
É preciso lembrar que a forquilha de replicação expõe as bases 
nitrogenadas de ambas as fitas da dupla hélice do DNA. Uma delas, 
denominada Fita Líder ou cadeia leading, está na direção 3’-5’, de for-
ma que a polimerização ocorre continuamente, acompanhando a pro-
gressão da helicase. A fita complementar, no entanto, está na direção 
oposta, 5’-3’. A DNA polimerase III se liga ao primer de RNA na abertura 
da forquilha e realiza a polimerização no sentido 3’-5’, e na Fita Tardia 
ou cadeia lagging, como é denominada, a polimerização ocorre de 
forma fragmentada. Estes fragmentos são chamados de Fragmentos 
de Okazaki.
A fita líder pode ser amplificada a partir de um único primer, 
mas a fita tardia precisa de um novo primer para cada avanço da forqui-
lha de replicação. Nos modelos mais recentes, considera-se que duas 
DNA polimerases III se ocupam da fita tardia, conectadas à fita molde do 
repliossomo por uma proteína em forma de anel chamada de proteína 
do grampo deslizante. Em eucariotos, todo o genoma de uma célula é 
replicado durante a fase S do ciclo celular e, por isso, há diversos pon-
tos de origem de duplicação. Assim, a duplicação do DNA em eucariotos 
forma múltiplas bolhas de replicação, compostas por forquilhas que se 
movem em sentidos opostos.
Após a replicação, a DNA polimerase I remove os primers e 
preenche as lacunas com bases nitrogenadas de DNA. Os fragmentos 
são, então, conectados pela enzima DNA ligase, e outras polimerases 
realizam o processo de revisão, corrigindo as inserções incorretas de 
nucleotídeos que possam ter ocorrido durante a replicação.
Veja a replicação do DNA de forma animada, neste vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=T3RK7w0nfOc
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A replicação nas extremidades dos cromossomos e o relógio mo-
lecular da célula
Uma fita líder, por estar no sentido 3’-5’ na replicação, é co-
piada até o final. Entretanto, quando se trata de uma fita tardia, há um 
último primer que, quando retirado, não pode ser polimerizado. Uma vez 
que para ocorrer a polimerização seria necessária uma hidroxila livre 
mais a frente, em um primer de RNA ou um fragmento de DNA, não há 
como ocorrer a replicação completa.
Assim, a cada ciclo celular, o cromossomo perde porções de 
70 a 100 nucleotídeos de sua região telomérica. Quando estas perdas 
atingem níveis alarmantes, um processo bioquímico é desencadeado, 
levando a célula a entrar em apoptose, uma forma de morte celular 
programada. Este fenômeno é considerado o relógio molecular da cé-
lula, uma vez que limita a sobrevivência destas a um número restrito de 
divisões e, portanto, se relaciona ao nosso próprio processo de enve-
lhecimento e mortalidade.
Durante o desenvolvimento embrionário há um grande núme-
ro de divisões celulares subsequentes e, portanto, o DNA é duplicado 
múltiplas vezes. Isso levaria a um rápido encurtamento dos telômeros. 
Para evitar isso, uma enzima chamada telomerase é capaz de promo-
ver a recomposição destes fragmentos teloméricos perdidos. A telome-
rase não é expressa após o nascimento do indivíduo, exceto em células 
germinativas e em algumas células-tronco.
Quer saber um pouco mais sobre os telômeros e o relógio mo-
lecular da célula? Leia este interessante artigo, publicado pela Ciência 
Hoje: http://www.dbm.ufpb.br/~marques/Artigos/telomeros.pdf
Transcrição do DNA 
A transcrição consiste no processo de cópia de sequências gê-
nicas do DNA para um RNA, que será processado e enviado ao citoplas-
ma para orientar a maquinaria da tradução na produção de proteínas.
 A enzima responsável pela transcrição é a RNA polimerase. 
Esta enzima se liga a regiões que antecedem a sequência gênica, de-
nominadas promotores. Em eucariotos, os promotores possuem uma 
sequência denominada TATA box, em função da repetição de Timinas e 
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Adeninas nesta região. Os fatores de transcrição eucarióticos possuem 
afinidade pelo TATA box e, após sua ligação sucessiva, a RNA polime-
rase é recrutada e a transcrição tem início.
Uma vez as fitas abertas na região a ser transcrita, a RNA po-
limerase polimeriza uma fita de RNA utilizando o DNA como modelo. É 
importante ressaltar que o RNA transcrito é complementar à fita molde; 
portanto ele é semelhante à fita não molde de DNA, com exceção das 
timinas, que são substituídas por uracilas.
O ponto no DNA de no qual o primeiro nucleotídeo é transcrito 
é designado de +1, ou sítio de iniciação. Nucleotídeos que antecedem o 
sítio de iniciação recebem números negativos e estão a montante. Nu-
cleotídeos que seguem o sítio de iniciação são marcados com números 
positivos e estão a jusante. 
A RNA polimerase polimeriza até encontrar sequências especí-
ficas que indicam o fim da transcrição. O RNA sintetizado é denominado 
RNA mensageiro (RNAm).
Os termos “a jusante” e “a montante” indicam a localização do 
nucleotídeo. Assim, se temos um nucleotídeo +8 a jusante, isso implica 
que este nucleotídeo se situa 8 nucleotídeos após o sítio de iniciação. 
Já um nucleotídeo -23 a montante, por exemplo, significa que ele está 
localizado 23 nucleotídeos antes do sítio de iniciação daquele gene.
Processamento do RNA
O RNAm recém transcrito, ou pré-RNAm, será processado 
para a excisão de sequências não necessárias para a produção de de-
terminada proteína a ser produzida, e para ser capaz de ultrapassar a 
barreira da membrana nuclear e alcançar o citoplasma, onde será tra-
duzido. Após o processamento, o RNAm se torna maduro e está pronto 
para a tradução.
No processamento,

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