Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
149 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS Unidade III 7 GÊNERO DIVERSIONAL E GÊNERO UTILITÁRIO 7.1 Jornalismo diversional: as matérias de interesse humano O jornalismo diversional ainda provoca discussões sobre sua existência e sua definição. De forma geral, trata-se do conjunto de textos jornalísticos considerados “agradáveis”, que não se limitam apenas a informar; tampouco procuram impor juízos de valor sobre a realidade. Sua função essencial é o entretenimento da leitura com prazer. Segundo Marques de Melo (2010, p. 2), no final do século XX, “aparece um segmento de natureza emotiva e hedonística, nutrido pela civilização do ócio, configurando o gênero diversional, cuja identidade vacila entre o mundo real e a narrativa imaginária”. Observação Hedonismo é o modo de vida que tem como máxima a busca pelo prazer. Lembrete Lembramos que seguimos aqui a classificação mais recente de José Marques de Melo, que estipula a classificação dos gêneros jornalísticos, entendidos como categorias, em cinco: informativo, opinativo, interpretativo, diversional e utilitário. No entanto, o próprio autor, em estudos anteriores, considerava apenas dois gêneros: informativo e opinativo. Para definir a categoria diversional, em primeiro lugar, devemos esclarecer que não se trata do jornalismo informativo ou de serviço, voltado à oferta de opções de lazer. Trata-se, sim, do jornalismo em que a leitura do texto é prazerosa, e, por isso, promove diversão. Também devemos explicar que diversão não se associa a algo engraçado nem a algo alienador. Ler um romance de Dostoiévski, por exemplo, não é engraçado nem leve, mas é uma forma de entretenimento, é uma atividade que se faz por prazer e que oferece gratificação estética. É, também, uma prática que amplia o repertório cultural do indivíduo, que contribui para sua formação como ser humano. Nas palavras de Francisco de Assis (2016, p. 150): 150 Unidade III Uma pessoa pode muito bem ter diversão em contato com histórias dramáticas, de sofrimento ou de superação. O teor não precisa ser espirituoso para tanto. Os filmes (ficcionais ou não) exploram essas particularidades. As telenovelas também. Os livros, igualmente. Sempre com a mesma finalidade, ou seja, a de divertir. Com o jornalismo seria diferente? É certo, em nosso modo de ver, que não. Inserida no ambiente midiático, essa atividade busca, como se observou, encontrar meios para disputar espaço, ainda que indiretamente, com outras ofertas feitas pelos media. Assim, em síntese, o gênero diversional oferece textos jornalísticos que promovem leituras prazerosas. Observe que nos referimos a textos jornalísticos, ou seja, não se trata de ficção ou de outras publicações que possam estar em um jornal, como uma seção de piadas, por exemplo. Por serem jornalísticos, os textos mantêm o compromisso com a realidade, com a checagem e com a precisão. Com base nisso, Francisco de Assis (2016) propõe que a relação entre jornalismo e diversão se constrói pela forma. O autor aponta que, muitas vezes, a classificação em um texto no gênero diversional se dá pelo conteúdo, e isso, na sua visão, é equivocado. Para ele, é a forma de expressão que define esse gênero. Observação A forma envolve a estrutura, a organização e a ordenação. Para Assis e Marques de Melo, os textos do jornalismo diversional apresentam formatos que mimetizam os gêneros ficcionais, mas permanecem ancorados na realidade. Em outras palavras, permanecem os princípios essenciais do jornalismo em uma estrutura narrativa que se apoia nos recursos literários. Observação José Marques de Melo chama a atenção para o fato de que textos como quadrinhos e palavras cruzadas, por exemplo, não podem ser considerados pertencentes ao gênero diversional do jornalismo, pois não são textos jornalísticos. Leia o texto a seguir, da repórter Eliane Brum, escrito em 1999. O colecionador das almas sobradas A Bagé, em Porto Alegre, seria uma rua igual a todas as outras do bairro Petrópolis. Seria, não fosse o número 81. Ele é o pedaço de caos na ordem cósmica da Bagé. O triângulo no meio da fileira de quadrados. O protesto bruto à sociedade de consumo, descartável e implacável. O número 81 da rua Bagé é a toca de um homem pequeno, não mais de metro 151 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS e meio de altura, mirrado como um suspiro. É a toca de Oscar Kulemkamp. Lá dentro, há fragmentos de uma Porto Alegre inteira. Ninguém sabe dizer quando foi que Oscar Kulemkamp iniciou sua resistência. O fato é que dia após dia ele peregrina pelas ruas de Porto Alegre. Começou resgatando banquinhos amputados e lhes devolvendo as pernas. Acabou tomando para si a missão de juntar os pedaços da cidade. Vai de lixeira em lixeira, até onde alcança, recolhendo nacos de pau e de canos, ventiladores estragados, vasos quebrados, brinquedos abandonados. Tarefa árdua, porque ele é um só combatente contra um exército de 1,3 milhão de pessoas que todos os dias botam fora as sobras de suas vidas. Oscar Kulemkamp apropriou-se dessas vidas jogadas fora. E salvou-as do aterro sanitário do esquecimento. Foi assim que o chalé de madeira onde criou os sete filhos se transformou numa toca. Retalhos de existência foram tomando conta das peças da casa. Quando o interior ficou abarrotado, começou a ocupar o quintal, o corredor, os fundos. Quando todos os espaços foram preenchidos, passou a pendurar nos galhos dos cinamomos, dos abacateiros. Depois das árvores foi a vez da calçada. O casulo de Oscar Kulemkamp não parou mais de crescer. Agora as janelas já estão cobertas de obsolescências e ele só penetra na casa esgueirando-se por um túnel de restos. Não fosse reinventar o mundo, Oscar Kulemkamp seria dono apenas de uma vida que partiu. Como a mulher, quatro anos atrás. E uma filha, de câncer. Garçom a maior parte de seus 85 anos, as mesas que serviu já não existem. São nomes do passado, quase pó, como o Restaurante Sherazade. Histórias não mais contadas, ruas que já se foram, personagens que só povoam os cemitérios. Ele emerge de seu túnel sem tempo como uma toupeira miúda. Veste roupas pobres, puídas e encardidas pela poeira dos dias. Está mais surdo do que porta de igreja, como ele diz. E não fosse recolher restos de existências alheias, teria somente os dois filhos que compartilham de sua caverna – um que vive nas trevas e jamais sai de casa, outro que às vezes o ameaça de morte. Os quatro filhos que casaram e não compreendem a sua obsessão. E os dois gatos que travam infindáveis batalhas com o esquadrão de ratos que persegue o rastro do antigo habitante da Bagé. Oscar Kulemkamp teceu sua colcha de retalhos com a vida dos outros. Com o refugo da vida dos outros. Cartões que jamais foram enviados a ele. “Rezei tanto para ficar com você nesse Natal.” Manuais de objetos que nunca lhe pertenceram. “Atenção: este televisor reúne várias inovações. Para entendê-lo e aproveitar todos os seus recursos é indispensável que o primeiro passo seja ler o manual de instruções.” Encomendas que nunca fez. “Trabalhos pagos com cheques só serão entregues após a compensação dos mesmos.” Identidades alheias, carteiras de profissões que nunca serão suas. Páginas de revistas, panfletos, santinhos. Quadro de uma família real, gravura de neve. Até mesmo um pedaço de papel escrito “Sou feliz!”. Bolas de Natal de uma árvore que não brilhou no seu dezembro. 152 Unidade III No esconderijo de Oscar Kulemkamp, os balões murchos do aniversário de uma criança que não conheceu decoram todos os dias de sua vida. Um enfeite feito de palitos de picolé por um filho – e mais tarde abandonado pela mãe que o recebeu – foi acomodado no armário da sala. As bonecas tortas, quebradas, esbodegadas foram enfileiradas. E as meninas rejeitadas que sorriem das fotografias, penduradas como netas queridas. Os vizinhos se assustam com aquele casulo que cresce sem parar, aquelas sombras metade árvores metade lixo que avançam sobre a rua. Uma moradora pediu providênciasao Departamento Municipal de Limpeza Urbana, que carregou parte do tesouro de Oscar Kulemkamp. Tão desesperado ele ficou que mais ninguém teve coragem de ensaiar o protesto. Um vizinho compreensivo já deixou de prontidão a mangueira, para que no dia em que tudo aquilo virar chamas consiga pelo menos salvar o homem engastado em sua caverna. Então ele poderá iniciar novamente a sua jornada sem fim para salvar os pedaços da cidade. Quando surge lá de dentro, desconfiado e sorridente, Oscar Kulemkamp já vai explicando que um dia, um dia em breve, vai levar tudo aquilo para construir uma casa na praia. Uma Pasárgada onde bonecas cansadas, fotografias de crianças que já se deixou de amar e cartões de aniversário que se foram não virem lixo. Um mundo onde nem coisas nem pessoas sejam descartáveis. Onde nada nem ninguém fique obsoleto depois de velho, quebrado ou torto. Um mundo onde todos tenham igual valor. E a nenhum seja dada uma lixeira por destino. O número 81 da rua Bagé é o castelo de um homem que inventou um mundo sem sobras. Dando valor ao que não tinha, Oscar Kulemkamp deu valor a si mesmo. Colecionando vidas jogadas fora, Oscar Kulemkamp salvou a sua. Talvez seja esse o mistério do número 81. E talvez por isso seja tão assustador. Fonte: Brum (2012, p. 26-27). Repare que o modo como a jornalista nos apresenta o personagem, com um olhar compreensivo, empático e poético, faz com que compreendamos seu estranho hábito de recolher e acumular os restos de outras pessoas. A autora não emite um julgamento sobre o costume peculiar de Oscar, tampouco explora de forma sensacionalista o fato. Note, ainda, que a existência de tal homem em uma capital não seria pauta de notícia, a menos que, por exemplo, houvesse um incêndio na sua casa. Esse olhar sensível, que vê o que (quase) ninguém vê, é o que faz a diferença no jornalismo “de interesse humano”. Observação A elaboração de uma reportagem literária pressupõe maior competência linguística e redacional do jornalista. A notícia é o formato mais simples, que exige menos habilidade do redator. O livro-reportagem e as reportagens literárias, por sua vez, demandam grande capacidade de construir narrativas. 153 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS Assim, o gênero diversional define-se, principalmente, pela forma esteticamente trabalhada. O conteúdo, isto é, o assunto abordado, pode ser trágico, ou seja, não ser “divertido” na acepção do senso comum. Segundo Assis (2016, p. 145), a “finalidade de diversão, por isso mesmo, se cumpre e se estabelece no relato com requintes literários”. Lembrete Formato refere-se às várias disposições textuais que repórteres e colaboradores elaboram. Dessa forma, para falarmos do gênero diversional, devemos abordar o jornalismo literário, que serve de suporte às matérias de interesse humano. 7.1.1 Jornalismo literário Apesar das intersecções e dos liames que unem jornalismo e literatura, trata-se de duas áreas distintas. Entre as diferenças ontológicas que as distinguem, devemos considerar a referencialidade e o testemunho do “real” que acompanham o jornalismo. No entanto, o critério de ser ou não ficção, ao contrário do que dita o senso comum, não é critério suficiente para separar as duas atividades, como comprova o caso de Os sertões. Há várias obras literárias realizadas com base no real, assim como há várias publicações ficcionais que não são literatura. O jornalismo literário caracteriza-se pela união entre as técnicas de apuração jornalística e as técnicas narrativas da literatura. A proposta concentra-se em fazer a mediação social com narrativas menos engessadas e menos padronizadas. Observam-se recursos que fazem com que o leitor se envolva com a história e, em muitos casos, crie empatia pelos personagens. Diferentemente da linguagem jornalística padrão, a literária explora estilisticamente as potencialidades expressivas. Por isso, considera-se que no texto literário há predomínio da função poética da linguagem, ao passo que no jornalístico “comum” domina a função referencial. Lembrete O texto de Eliane Brum apresentado nesta unidade é um exemplo de texto que trabalha os aspectos narrativos e descritivos de forma a criar empatia no leitor. No jornalismo literário, certas regras do jornalismo padrão são rompidas. A primeira diz respeito ao efeito de objetividade, com o apagamento das marcas do sujeito. A segunda refere-se à criação de cenas e de diálogos. O jornalista pode reconstruir momentos e cenários como se os tivesse vivenciado. 154 Unidade III Descreve, como em um texto literário, roupas, gestos e hábitos das personagens. Há, em alguns casos, o uso do narrador onisciente, com a presença do discurso indireto livre, ou do narrador-personagem. Observação O discurso indireto livre consiste no apagamento das distinções entre a voz do narrador e o pensamento do personagem. Veja um exemplo do livro Vidas secas, de Graciliano Ramos, mostrado a seguir. “Fabiano pregou nele os olhos ensanguentados, meteu o facão na bainha. Podia matá-lo com as unhas. Lembrou-se da surra que levara e da noite passada na cadeia. Sim senhor. Aquilo ganhava dinheiro para maltratar as criaturas inofensivas. Estava certo? O rosto de Fabiano contraía-se, medonho, mais feio que um focinho. Hem? Estava certo? Bulir com as pessoas que não fazem mal a ninguém. Por quê? Sufocava-se, as rugas na testa aprofundavam-se, os pequenos olhos abriam-se, escondia-se por trás da árvore. E Fabiano cravava as unhas nas palmas calosas” (RAMOS, 1994, p. 101). Os trechos que sublinhamos referem-se ao pensamento de Fabiano, que se confunde com a voz do narrador. Para esse tipo de narrativa, contudo, é necessária apuração rigorosa e intensa, com convívio entre o repórter e as fontes. Assim, os textos demoram mais para serem produzidos, tanto pela necessidade de levantamento de informações mais detalhadas quanto pelo aprimoramento da linguagem. De acordo com Felipe Pena (2006), o jornalismo literário deve ultrapassar os limites do acontecimento cotidiano. Em outras palavras, quer dizer que o jornalista rompe com duas características básicas do jornalismo contemporâneo: a periodicidade e a atualidade. Ele não está mais enjaulado pelo deadline, a famosa hora de fechamento do jornal ou da revista, quando, inevitavelmente, deve entregar a sua reportagem. E nem se preocupa com a novidade, ou seja, com o desejo do leitor em consumir os fatos que aconteceram no espaço de tempo mais imediato possível. Seu dever é ultrapassar esses limites e proporcionar uma visão ampla da realidade. Observação O jornalismo literário não dispensa o compromisso com a verdade. Não se trata, de forma alguma, de ficção. 155 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS Segundo Felipe Pena (2006), o jornalismo literário é identificado por alguns itens, que formam a “estrela de sete pontas”. O primeiro item refere-se à manutenção dos bons e tradicionais princípios jornalísticos, que incluem a abordagem ética e comprometida com a veracidade das informações. O segundo item, ou a segunda ponta, recomenda ultrapassar os limites do acontecimento cotidiano, rompendo com a periodicidade e a atualidade clássicas da prática jornalística. A terceira ponta contempla a visão “ampla da realidade”. A quarta ponta focaliza o compromisso social do jornalista ao permitir a melhor informação como condição da cidadania. A quinta ponta refere-se ao rompimento das correntes do lead. A sexta afirma que é importante “evitar os definidores primários”. E a última ponta coloca o jornalismo literário como mais durável que o padrão. Observação De acordo com Paul Valéry (apud FIORIN; PLATÃO, 2011, p. 485), escritor e crítico literário, a diferença principal entre um texto literário e outros é que, ao se resumir um texto literário, perde-se a sua essência. Ou seja, a forma é fundamental e indissociável do conteúdo. De fato, ao lermos o resumo de Dom Casmurro, por exemplo, não conseguimos captar a genialidade de Machadode Assis. A forma como o escritor trabalhou o tema do ciúme é o que dá valor à obra. A inspiração na literatura não ocorre apenas nos recursos narrativos. Percebe-se, também, a intenção de alargar o horizonte do leitor, apurando sua sensibilidade. Dessa forma, a função da literatura também é parcialmente transportada para o jornalismo. Nas palavras de Antonio Candido (1995), “a literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante”. Saiba mais Para saber mais, leia o livro: PENA, F. Jornalismo literário. São Paulo: Contexto, 2006. Observação A revista Realidade marcou a história do jornalismo brasileiro pela qualidade de suas reportagens. Leia o início de uma reportagem sobre a vida na cidade de Conceição do Mato Dentro, publicada na revista Realidade em maio de 1966. 156 Unidade III Nossa cidade Texto de José Carlos Marão Foi mesmo um grande acontecimento, o daquele sábado, em Conceição do Mato Dentro. Comemoraram o juiz, o gerente do banco, o deputado local e ilustres visitantes, todos impecáveis em azul-marinho, sobriamente sentados nos sofás modernos e cadeiras coloniais do andar de cima da casa do prefeito. Bebiam guaraná com uísque que o velho Levi Ferreira de vez em quando trazia. Comemoraram outros cidadãos, no andar de baixo da mesma casa, bebendo sem fazer pose e cantando euforicamente músicas de carnaval entremeadas com o Hino da Cidade. Os jovens comemoraram no clube, pois apesar da quaresma houve até baile em que as moças disputaram os poucos rapazes da cidade e alguns vindos de fora especialmente para ver o grande evento. Um dia antes, sexta-feira, sol nem bem nascido ainda, mestre Zé Júlio, como faz todos os dias, já estava na avenida, cujo nome é Bias Forte, mas poucos sabem. Ia o velho mestre seleiro, andando devagar, sempre de colete, paletó e uma bengala famosa, ver se o relógio da matriz funcionou direitinho durante a noite e justificar os 3 mil cruzeiros por mês de salário. Para depois trabalhar o dia inteirinho na tenda da selaria, como se não fosse casado 3 vezes e pai de 22 filhos. Segundo o costume, quando passa pelo hotel e restaurante Cuiabá, o mestre bate com toda a força a ponta da bengala duas vezes no poste de ferro que quase acorda a cidade inteira. Foi para avisar Antonio Geraldo que eram exatamente 5 e meia da manhã. Antonio Geraldo é o dono do hotel e tem muito orgulho de levantar cedo, mas dificilmente ganha do mestre. Só que, nesse dia, ganhou. E fez o que sempre faz, quando já está de pé na hora do mestre passar – uma gargalhada, um pontapé na porta de aço do seu restaurante e um grito: — Ah, véio, hoje levantei mais cedo. Não sabe que amanhã tem coisa importante na cidade e eu vou ter muito serviço? Zé Júlio nem quis saber o que ia acontecer e foi cumprir suas funções de zelador do relógio da igreja. Deixou para trás Antonio Geraldo acordando os hóspedes que iam viajar, e Teófilo, o motorista do ônibus, já tratando de esquentar o motor da jardineira. Teófilo nunca partiu para Belo Horizonte tão atarefado como nessa sexta-feira. Além das encomendas normais – entregar cartas, dar recados, pagar uma conta – estava encarregado de comprar alguns presentes e fazer vários convites verbais, tudo para o grande acontecimento do dia seguinte, sábado. Até pensa em tomar nota, mas não precisava. Teria bastante tempo para relembrar tudo durante as 6 horas de viagem, em que estaria percorrendo velozmente a estrada de 170 quilômetros até Belo Horizonte, parando a cada sinal de passageiro. 157 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS Estacionaria também em toda bica de boa água, sem falar na meia hora de almoço. A partida ou chegada diária de ônibus é a única coisa que em Conceição tem o sabor da novidade. Nessa sexta-feira, mesmo com a promessa de uma quebra total da rotina no dia seguinte, juntou gente em volta da jardineira. Como um certo interesse especial: ver quem não ia ficar para o sábado. Até o prefeito Duarte pôs a cabeça gorda e careca para fora de uma das muitas janelas de sua casa e espiou. Os rapazes do ginásio, as moças do colégio, as crianças do grupo, as professorinhas já iam tomando conta da rua. Mas como aula é às 7, sempre dá tempo de dar uma olhadinha na partida. Dona Raulina, a beata, que nessas horas sai de casa toda de preto para a missa diária que não perde há anos, olha também. E a turma se dispersa quando o ônibus vira na curva da estrada e não é mais possível ler o aviso “keep distance” da traseira. Às 7 horas abrem as portas a Casa Lúcia do Niquinho (que tem presente para cada gosto) e a loja Adão, onde, segundo enorme e taxativa ordem escrita nas paredes de fora, deve-se entrar e comprar mais barato. Quando Niquinho e Adão começam a trabalhar, é sinal de que ninguém mais dorme na ativa comunidade conceicionense. Reforma Mais ou menos também às 7 horas, na casa do prefeito, na avenida, alguns metros abaixo das duas lojas, Levi Ferreira estava dirigindo os trabalhos de um grupo de pedreiros. Ele é o homem que faz de tudo: no dia seguinte serviria uísque aos respeitáveis senhores de azul-marinho, agora orientava a reforma na casa do prefeito, que tinha de estar pronta necessariamente até o sábado. A casa, construída há uns 150 anos ou mais, em puro colonial brasileiro, o prefeito Duarte herdou do seu sogro, o falecido João Turco, comerciante. E tratou de melhorá-la para o esperado sábado: — Vamos colocar aí do lado uma porta dessa de vidro, moderna, que esse casarão não tem nem uma entrada decente, você entende? Levi, apesar de especialista em limites de terra em Conceição (sabe a quem já pertenceu cada metro do município e prova com documentos antiquíssimos), entendeu perfeitamente. E cuidou ele mesmo de apressar as coisas, de pintar com tinta prateada as peças de ferro do moderno portão encomendado pelo dono e, a quem observasse que aquela não era exatamente sua função, Levi respondia: — Uai, pois não é amanhã o dia? Quase 7 e meia, começavam a chegar à avenida os frequentadores habituais, para as conversas, os negócios. 158 Unidade III — Comé, o homem chega hoje? — Diz que chega. Foi Teiado que, chegado com um jipinho velho – o Mosquito – perguntou a Antonio Geraldo, o dono do hotel-bar-restaurante, se estava confirmada a vinda do esperado engenheiro do DER. Teiado, além de dono da relojoaria Marçal, onde tudo se conserta, desde tampa de bule até fogão a gás, é moço preocupado com o progresso e os acontecimentos da cidade. Liderou a fundação da companhia telefônica, a instalação do repetidor de televisão (a cidade já tem 30 aparelhos) e agora empenha-se em conseguir capital para uma fábrica de farinha de mandioca. O soldado Geraldo também já estava na avenida, gordo, bigodudo e imponente, andando para baixo e para cima, policiando, preocupado com o sábado, se daria muito serviço ou não. Chicão, gordo e careca, estava, como sempre, na porta do seu bar, o Cantinho do Céu, desafiando quem passasse para uma partida de damas. Dizem que Chicão, além de campeão regional desse jogo, tem uns 30 milhões emprestados. Juquita, o barbeiro, estava preocupado com a chegada do sábado: só trabalha com hora marcada, e não tinha mais horários livres. O delegado Zé Pimenta também está sempre ali por perto do Cantinho Do Céu. É um moço da cidade, que tentou ser investigador em Belo Horizonte, não conseguiu, à falta de outro, é responsável pela ordem em Conceição do Mato Dentro. Zezé da Ubaldina, dono do Hotel Ubaldina, passou perto dele, arregaçou as calças e olhou irônico. Com isso estava chamando Zé Pimenta de delegado calça curta, mas Zé Pimenta não ligou, pois não estava de serviço: “Ligo para isso quando estou na delegacia”. Fonte: Marão (2012). Saiba mais Leia o resto da reportagem em: MARÃO, J. C. Nossa cidade. Estado de Minas Gerais, 6 abr. 2012. Disponível em: https://bit.ly/2PudW9e. Acesso em: 9 fev. 2021. O tal acontecimento que movimenta acidade é revelado no final. O jornalismo literário como o conhecemos hoje tem sua origem no movimento new journalism (novo jornalismo), surgido na década de 1960, nos Estados Unidos, que pretendia transportar para a atividade jornalística os recursos linguísticos da literatura, tornando o texto mais envolvente para o leitor. 159 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS Truman Capote, Tom Wolfe, Norman Mailer, Gay Talese são importantes nomes dessa vertente. Os “romances de não ficção”, como foram chamados, quebraram com a “objetividade”, usando diálogos (normalmente recriados livremente), muitos adjetivos, interjeições, marcando explicitamente a presença do narrador. A descrição detalhada na criação de cenários e personagens também é outra característica marcante desse gênero. Leia o trecho a seguir de A sangue frio, de Truman Capote. O Chevrolet preto estava novamente estacionado, dessa vez em frente a um hospital católico nos arredores de Emporia. Espicaçado por alfinetadas constantes (“É o seu problema. Você acha que só existe um jeito de fazer as coisas – o jeito de Dick”), Dick tinha se rendido. Enquanto Perry esperava no carro, tinha entrado no hospital para tentar comprar um par de meias pretas de alguma freira (CAPOTE, 2003, p. 68-69). Observe que o autor chega a explicitar entre parênteses o pensamento do personagem, como nos romances com narrador onisciente. Além disso, deve-se ressaltar a forma de construção da cena, transportando o leitor para dentro da história. Referindo-se às origens new journalism, José Marques de Melo aponta (2003, p. 33): A natureza diversional desse novo tipo de jornalismo está justamente no resgate das formas literárias de expressão que, em nome da objetividade, do distanciamento pessoal do jornalista, enfim da padronização da informação de atualidades dentro da indústria cultural, foram relegadas a segundo plano, quando não completamente abandonadas. O jornalismo literário é mais comum nos livros, pois normalmente o jornalista se estende na narração, que surge após um longo período de pesquisa e “vivência”. Para reconstituir o crime da família Clutter, Capote passou longo tempo na cidadezinha do Kansas, convivendo com os acusados. Dessa forma, pôde construir densos perfis psicológicos deles. Saiba mais Para se aprofundar no assunto, leia o livro: BULHÕES, M. Jornalismo e literatura em convergência. São Paulo: Ática, 2007. No Brasil, podemos citar o livro Abusado, de Caco Barcellos, que, como vimos, conta a trajetória do chefe do tráfico no Morro Dona Marta, Rio de Janeiro. A partir da história de vida de Marcinho VP (que, no livro, aparece como Juliano VP), Barcellos traça um abrangente painel da disputa de poder nas 160 Unidade III favelas e do papel do tráfico na sociedade carioca. Com a estrutura de um romance, o livro é fruto de um exaustivo trabalho de reportagem e apresenta um bom retrato sociológico do Brasil. Contudo, não é apenas em livros que o jornalismo literário se manifesta. A revista Realidade e o Jornal da Tarde são exemplos de publicações que valorizavam o texto bem trabalhado e a reportagem humanizada. Ainda hoje temos no mercado brasileiro algumas revistas que dão espaço à reportagem literária, pois sabem que uma história bem contada atrai leitores. Observação Repare que alguns produtos jornalísticos podem ter dupla função, ou seja, podem se encaixar em dois gêneros. Um livro-reportagem como Abusado, de Caco Barcellos, revela uma interpretação da sociedade brasileira e oferece ao leitor o prazer da leitura. Dessa forma, pode ser considerado como produto do jornalismo interpretativo e do jornalismo diversional. 7.2 Jornalismo utilitário A vida na sociedade contemporânea demanda informações práticas, relacionadas ao dia a dia dos cidadãos. É necessário, por exemplo, saber a previsão do tempo, a cotação de moedas estrangeiras, o horário de funcionamento de mercados, a disponibilidade de transporte, o status do trânsito etc. Na passagem para o século XXI, que consolida o neoliberalismo e o consumismo, ocorreu oportunidade singular para o desenvolvimento do jornalismo operacional ou de serviços. Sua ascensão apoia-se na tomada de decisões rápidas tanto no mundo financeiro quanto nas ações corriqueiras. Os textos jornalísticos que têm essa finalidade pertencem ao gênero utilitário, também chamado de gênero de serviços. Trata-se de textos a que se dedica, em geral, pouca atenção nos estudos jornalísticos. Nas palavras de Chaparro (2008, p. 166-167): Entre as insuficiências e inadequações que os critérios tradicionais revelaram para a tipificação das formas discursivas do atual jornalismo brasileiro, uma adquire relevância acentuada: a incapacidade de classificar as espécies utilitárias, aquilo a que vulgarmente se chama “serviço”, até agora tratadas como simples tendência ou curiosidade. Entretanto, a significação da participação dessas espécies nos espaços pelos conteúdos jornalísticos impõe sua caracterização enquanto manifestação discursiva. São formas adequadas de mediação para solicitações concretas da vida urbana, nos planos do negócio, da cultura, do consumo, do lazer, do acesso a bens e serviços, na ordenação de preferências e movimentos, nas estratégias e táticas da sobrevivência. O jornalismo de serviço manifesta-se tanto em seções especiais, como a da previsão do tempo, por exemplo, quanto em destaque em outras matérias informativas. Por exemplo: uma reportagem sobre as 161 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS festas de fim de ano pode apresentar um box com a lista de estabelecimentos que funcionam ou não no dia de Natal. As mensagens utilitárias podem aparecer sob a forma de pequenos textos, itens, gráficos, infográficos, mapas, fotografias com legendas. Podem ser de interesse geral ou de valor para públicos segmentados. Observação A função essencial do jornalismo utilitário é orientar o cidadão em suas ações concretas. Para Luiz Beltrão (2006, p. 106), os serviços no jornalismo impresso aparecem das seguintes formas: • avisos diversos (plantões de farmácias, cotações, achados e perdidos etc.); • informações úteis ( telefones de emergência, horários de transporte etc.); • cartaz do dia (programas de shows, peças teatrais e cinemas, festas etc.). Veja, como exemplo, o gráfico a seguir, publicado em 12 de novembro de 2020. Figura 35 — Exemplo de gráfico 162 Unidade III Observe que o objetivo é transmitir, de modo visual, com fácil apreensão, a variação da cotação do euro ao longo do dia. Não há qualquer texto verbal, apenas o gráfico. No alto, uma síntese do dia é apresentada ao leitor. Outro exemplo é a lista de candidatos a vereador de São Paulo publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo às vésperas das eleições municipais. Foi feita uma compilação de todos os nomes de todos os partidos, com informações básicas. Veja a chamada para a lista. Figura 36 – Exemplo de lista Costuma-se dividir as informações utilitárias em práticas e conselheiras. Como os nomes indicam, as primeiras fornecem dados que orientam a ação do indivíduo. As segundas, por sua vez, fornecem conselhos ou dicas. Observação Você se lembra da reportagem sobre o hábito de leitura na pandemia, apresentada na unidade II? No final dela, havia um box com indicações de leitura. Trata-se de um exemplo de informações conselheiras. Deve-se considerar, ainda, a questão de que o jornalismo utilitário, muitas vezes, apresenta conteúdo publicitário travestido de informação. Isso ocorre no caso de produtos e serviço de consumo. Por princípio ético, jornalismo e publicidade não deveriam se misturar. O receptor deve ter conhecimento da natureza do texto que lhe é oferecido. A informação jornalística pressupõe isenção e independência. Em outras palavras, nem o veículo nem o jornalista podem ter qualquer lucro em 163 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS divulgar determinado produto. Se a mensagem do jornal for uma estratégia de marketing, isso deve ficar claro parao leitor. Entretanto, na prática, ocorrem situações em que essa clareza não aparece, e o jornalista ou o veículo recebem recompensas para indicar determinado produto ou serviço sob a aparência de informação isenta. Muitas informações chegam às redações por meio de agências ou de assessorias de imprensa. Luiz Beltrão (1969, p. 153) afirma: É verdade que grande parte desta correspondência é interesseira: disfarça publicidade, propaganda pessoal, desejo de aparecer em letra de forma. O noticiarista, porém, é o homem indicado para distinguir entre aquelas informações que podem ser graciosamente divulgadas e as que poderão sair através do departamento comercial, ou seja, como matérias pagas. Observação No século XXI, as fronteiras entre jornalismo, publicidade e relações públicas ficaram mais tênues. Atualmente, informações utilitárias e divulgações de produtos e serviços são, muitas vezes, produzidas por youtubers, digital influencers. Trata-se de profissionais que ocupam espaços que tradicionalmente eram do jornalismo e da publicidade. 8 O JORNALISMO E OS GÊNEROS NA ERA DIGITAL O século XXI trouxe mudanças significativas para o jornalismo. A presença da internet e das redes sociais alterou paradigmas da comunicação até então consolidados. Segundo Castells (2004), a internet converteu-se no coração articulador dos distintos meios, da multimídia. Por isso, emissoras de TV ou de rádio, produtoras e distribuidoras de filmes e veículos impressos têm páginas na internet. O primeiro movimento do jornalismo na web foi marcado pela mera transposição do conteúdo e das técnicas do papel para o ambiente on-line, o que se mostrou inadequado ao longo do tempo. Hoje, já existe a percepção de que é necessária a produção de conteúdos exclusivos, pensados para os meios digitais. Ou seja, deve-se fazer a convergência de mídias, e não a transposição de uma mídia para outra. 164 Unidade III Atualmente, pessoas com os mais diversos perfis acessam notícias por meio de dispositivos como laptops, tablets, telefones celulares e demais dispositivos móveis. Isso, indubitavelmente, afeta o modus operandi do jornalista. Estudiosos apontam quatro elementos característicos do jornalismo on-line: interatividade, customização de conteúdo, hipertextualidade e multimidialidade. A web tornou-se o espaço privilegiado de participação nos universos de produtos culturais, o que modificou a concepção quanto aos processos de comunicação. Há até pouco tempo, os meios de comunicação de massa, em termos de emissão e recepção, podiam ser pensados conforme indica a figura. Receptor 1 Receptor 2 Receptor 3 Receptor 4 Receptor N M ei os d e di fu sã o: rá di o, T V, im pr en sa Emissor Figura 37 – Meios de comunicação de massa: emissão e recepção (modelo 1) No entanto, com a convergência de mídias, os meios de comunicação de massa, em termos de emissão e recepção, podem ser representados de forma mais atual e adequada pelos elementos da figura a seguir, na qual emissor e receptor têm papéis alternados, não mais estanques como antes. Comunicador Receptor Comunicar Cifrar Perceber Decifrar Interpretar Interpretar Decifrar Perceber Cifrar Comunicar Receptor Comunicador A resposta: comunicação de retorno Mensagem A B Mensagem Figura 38 – Meios de comunicação de massa: emissão e recepção (modelo 2) 165 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS O desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação alterou, portanto, os papéis tradicionais de receptor e emissor. A interatividade permite que os leitores comentem as matérias, construindo um diálogo acerca do que foi noticiado. Com a internet, a produção e a veiculação de conteúdo tornaram-se descentralizadas, rompendo com o controle dos meios de comunicação de massa. Dessa forma, as novas modalidades midiáticas abalaram o papel centralizador do jornalismo como emissor de informações. Essa nova configuração apresenta um importante impacto sobre a formação da opinião pública. As mídias alternativas, formadas por grupos que atuam fora das empresas de comunicação, permitem a divulgação de maior pluralidade de visões de mundo, rompendo com o discurso hegemônico dos mass media tradicionais. Dênis de Moraes (apud COUTINHO, 2008) aponta a importância e o papel da comunicação alternativa na atuação contra-hegemônica. Para compreender o pensamento do autor, é necessário relembrar o conceito de hegemonia de Gramsci. Segundo o pensador italiano, a hegemonia consiste na construção de legitimidade da classe dominante por meio de valores culturais. Em outras palavras, a dominação de uma classe social não ocorre apenas por meio da coerção ou do poder econômico, mas também pela ideologia. Para ele, é por meio da hegemonia que a sociedade entende como seus os interesses que são, de fato, da classe social dominante. Observação Hegemonia, de acordo com o dicionário, é definida como supremacia, domínio, poder que algo ou alguém exerce em relação aos demais. Nesse contexto, é evidente o papel dos meios de comunicação de massa na construção do pensamento hegemônico. Esses meios, ao lado de outras instituições, fazem parte dos aparelhos da sociedade civil e atuam como portadores materiais de ideologia. De acordo com Dênis de Moraes (2010, p. 68), “é no domínio da comunicação que se esculpem os contornos da ordem hegemônica, seus tentáculos ideológicos, suas hierarquias, suas expansões contínuas no bojo da mercantilização generalizada dos bens simbólicos”. Esse cenário, contudo, sofreu alterações com as novas tecnologias comunicacionais. Nas redes sociais, é possível ter acesso a informações que não são destacadas pela grande imprensa e, além disso, é possível conhecer outros pontos de vista sobre os fatos divulgados por ela. 166 Unidade III Dessa forma, a comunicação alternativa atua como meio de difusão contra-hegemônica. Para Dênis de Moraes (apud COUTINHO, 2008), os discursos produzidos de forma alternativa rompem com o controle da mídia tradicional; defendem a cidadania, a democratização da vida coletiva e a liberdade de expressão; opõem-se ao “pensamento único” do neoliberalismo. Nesse sentido, a rede torna-se um campo de luta pela hegemonia no interior da sociedade civil. As mídias alternativas, formadas por cidadãos, não necessariamente jornalistas, promovem outros discursos diferentes do hegemônico, valendo-se das facilidades tecnológicas, que permitem a descentralização e a maior liberdade de emissão de conteúdo. Entre esses grupos, podemos citar, por exemplo, o denominado Mídia Ninja. Em relação aos gêneros jornalísticos também ocorreram algumas mudanças com o avanço da internet. Uma delas se refere às colunas, que, no suporte impresso, são reconhecidas por um espaço fixo em determinada página, com o título e o nome do colunista. No webjornalismo, são identificadas pelo nome do colunista, com um link para acesso aos textos produzidos por ele. Assim, o atributo da periodicidade também sofre alteração, pois o leitor pode selecionar a data do texto que deseja ler. Alguns sites apresentam a opção “colunas” na homepage. Dessa forma, a autoria passa a ser o critério do leitor que escolhe um artigo ou uma crônica, por exemplo. A possibilidade de escolher o que ler por meio de mecanismos de busca torna o conteúdo customizado, ou personalizado. Os próprios veículos, depois de identificadas as preferências do leitor, enviam chamadas de matérias para ele. Outro ponto é a hipertextualidade, que interfere na estrutura das notícias e das reportagens. Nas palavras de João Canavilhas (2006, p. 13): No webjornalismo, a quantidade (e variedade) de informação disponibilizada é a variável de referência, com a notícia a desenvolver-se de um nível com menos informação para sucessivos níveis de informação mais aprofundados e variados sobre o tema em análise. O esquema da figura a seguir representa esse modelo. 167 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS +++ +++ +++ +++ +++ +++ Arquivo Arquivo+Por quê + O quê + Quem Como Por quê O quê Quem Quando Onde + Quando + Onde + Como Arquivo Arquivo Arquivo Arquivo Externos Externos Externos Externos Externos Externos - informação + informação Figura 39 – Hipertextualidade A hipertextualidade permite que o leitor escolha a quantidade de informações que deseja ter sobre um assunto. Dessa forma, a possibilidade de interpretar melhor um fato depende, em boa parte, do interesse do leitor. Em outras palavras, o percurso da leitura e a quantidade de informações que deseja são determinados pelo leitor. Observação Hipertexto é uma forma não linear de apresentar informações, que são divididas em textos paralelos. Trata-se de unidades básicas que mantêm entre si elos conceituais ou temáticos. Na internet, o modelo da pirâmide invertida se expande para o modelo da “pirâmide deitada”, ou seja, parte-se de um cenário de menos informação para outro, de mais informação. 168 Unidade III Saiba mais Você encontrará mais informações sobre o assunto no artigo: CANAVILHAS, J. Webjornalismo: da pirâmide invertida à pirâmide deitada. 2006. Disponível em: https://bit.ly/3w7jvuZ. Acesso em: 9 fev. 2021. Tomemos como exemplo a matéria a seguir. FIVB divulga ranking internacional e Brasil segue entre os primeiros no vôlei No masculino, time nacional está na liderança com 427 pontos, enquanto que no feminino ocupa a 3ª posição com 328 Redação, Estadão Conteúdo 29 de dezembro de 2020 | 15h00 A Federação Internacional de Voleibol (FIVB, na sigla em inglês) divulgou na segunda-feira o ranking mundial atualizado e o Brasil segue no topo. A seleção masculina se manteve na liderança, com o total de 427 pontos, enquanto que a equipe feminina está em terceiro lugar, com 328 – atrás somente da China (391) e Estados Unidos (382). Em um ano atípico, onde as seleções não tiveram competições por causa da pandemia da covid-19, o time dirigido pelo técnico Renan Dal Zotto se manteve em primeiro com a boa vantagem de 43 pontos para a segunda colocada, a Polônia, que tem 384. Em terceiro aparece a seleção dos Estados Unidos, com 365. LEIA TAMBÉM Giba tem prisão decretada pela Justiça por falta de pagamento de pensão alimentícia Fonte: Estadão Conteúdo (2020). Observe que há vários termos em destaque que, ao serem clicados, levam o leitor a outras informações. No final da matéria, há, ainda, um link para outra notícia, de forma que o leitor pode definir o grau de aprofundamento que deseja ter do assunto. Exemplo de aplicação Acesse o portal de um jornal na internet e escolha um texto do seu interesse. Procure identificar em que gênero ele se encaixa e avaliar as possibilidades de leitura oferecidas por meio da hipertextualidade. 169 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS Resumo Nesta unidade, abordamos o gênero diversional, caracterizado por promover entretenimento pela leitura prazerosa. Seguindo o pensamento de José Marques de Melo e Francisco de Assis, trata-se dos textos que, pela forma esteticamente elaborada, oferecem diversão ao leitor. Precisamos destacar que diversão não deve ser entendida como algo engraçado ou necessariamente leve. As matérias de interesse humano, que caracterizam esse gênero, podem abordar temas trágicos, densos. Também comentamos a respeito do gênero utilitário, ou de serviços, que tem como objetivo orientar o leitor com informações necessárias no seu dia a dia. São textos curtos, com dados pontuais, a fim de que o cidadão tome decisões: horário de funcionamento de estabelecimentos, rotas de transporte público, cotação de outras moedas etc. Também existem, nesse gênero, as orientações, ou seja, dicas de como proceder. Por fim, tangenciamos o atual cenário do jornalismo digital e seus gêneros. O desenvolvimento da internet trouxe algumas características novas ao jornalismo: interatividade, hipertextualidade, multimodalidade e personalização de conteúdo. 170 Unidade III Exercícios Questão 1. (Enade 2012, adaptada) Leia o texto a seguir. Ouço uma explosão fantástica. É um tuimmm interminável que me atravessa os ouvidos de um para o outro lado, dá-me uma sensação de grandiosidade. Sinto-me no ar, voando, mas, ainda assim, com uma certa tranquilidade para pensar: — A guerra é de fato emocionante. Agora entendo como há gente que possa gostar de guerra. Uma cortina espessa de fumaça bloqueou-me toda a visão. Tive a certeza, então, de que a bomba tinha explodido a alguns metros de mim, exatamente sobre o Henry […] Foi aí que senti a perna esquerda. Os músculos repuxavam para a coxa com tal intensidade que eu não me equilibrava sentado. Para não cair, rodopiava sobre mim mesmo, em círculos e aos saltos. Instintivamente, levei as duas mãos para “acalmar”. A calça no lado esquerdo havia desaparecido. A visão foi terrível. O sangue brotava como de torneiras. Depois do joelho, a perna se abria em tiras, e um pedaço largo de pele, retorcido, estava no chão. Olhei em volta e não achei meu pé. Fiz um balanço rápido da situação. Senti a cabeça muito quente e um fio de sangue no rosto. A perna direita, empapada de sangue, parecia ferida, mas estava com a perna da calça e com a bota – senti certo alívio. A mão direita, muito queimada, minava sangue. Não sentia absolutamente nenhuma dor. O que mais incomodava era o incrível retesamento dos músculos da perna esquerda. RIBEIRO, J. H. O repórter do século. São Paulo: Geração Editorial, 2006. No fragmento acima, José Hamilton Ribeiro narra o acidente que sofreu quando estava cobrindo a Guerra do Vietnã. Depois de duas semanas no Vietnã, Ribeiro foi ferido quando pisou em uma mina, ao longo da Estrada sem Alegria, 10 quilômetros a sudoeste da cidade de Quang Tri. Considerando o texto apresentado, avalie as afirmativas. I – Percebe-se, no texto, influência do new journalism, pois há envolvimento do repórter, que relata o que está vivendo, descrevendo o episódio em detalhes. II – No trecho “um tuimmm interminável que me atravessa os ouvidos de um para o outro lado”, há uma onomatopeia, recurso comum no jornalismo literário. III – No jornalismo literário, não há compromisso com a objetividade, podendo o jornalista inventar cenas ou episódios como recurso narrativo. IV – A digressão e a utilização de texto em primeira pessoa são recursos presentes no jornalismo literário. 171 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS É correto apenas o que se afirma em: A) I e II. B) I e III. C) III e IV. D) I, II e IV. E) II, III e IV. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: o envolvimento do repórter com o episódio que relata é uma característica marcante do texto de José Hamilton Ribeiro. Percebe-se, na descrição em detalhes do episódio, clara influência do new journalism. II – Afirmativa correta. Justificativa: o jornalismo literário, por sua interface com a literatura, permite todo tipo de recurso textual que enriqueça a narrativa. Assim, são frequentes onomatopeias (como a onomatopeia do trecho “um tuimmm interminável que me atravessa os ouvidos”), metáforas e hipérboles, entre outras figuras de linguagem. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: mesmo usando recursos da literatura ou mesmo rompendo com a objetividade da linguagem jornalística padrão, o jornalismo não pode prescindir da verdade, ou seja, os fatos não podem ser inventados. Isso seria transformar o jornalismo em ficção. IV – Afirmativa correta. Justificativa: o jornalismo literário, por sua interface com a literatura, permite o uso de recursos textuais que enriqueçam o relato. Assim, são frequentes as digressões (recurso que possibilita reflexão sobre um assunto que foge da narrativa principal) e os textos redigidos em primeira pessoa. 172 Unidade III Questão 2. (Enade 2012 , adaptada) Leia o texto a seguir. Depois da filha, Antonio sepulta a mulher No entardecer de 22 de junho, um homem chamado Antonio Antunes, 37 anos de idade, sepultou a filha em uma cova rasa do Campo Santo,no Cemitério da Santa Casa, em Porto Alegre. Ao final do enterro, Antonio, descascador de eucalipto no município de Butiá, pronunciou uma frase que calou os poucos que o acompanhavam no Campo Santo: — Esse é o caminho do pobre. Antonio sabia o que estava dizendo, mas não tinha ideia de o quanto a frase se revelaria ao mesmo tempo sentença e profecia. Cinco dias depois de sepultar o bebê, sua mulher, Lizete, morreu em um leito de hospital. BRUM, E. A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago, 2006. No trecho de abertura da reportagem anterior, a jornalista utiliza-se do recurso de evocação de imagens para compor a narrativa. A aplicação dessa técnica associa a reportagem ao gênero: A) Literário. B) Ficcional. C) Opinativo. D) Descritivo. E) Informativo. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: evocação é uma palavra de origem latina que, grosso modo, significa recordar, fazer um resgate voluntário de algo pela memória ou trazer algo à lembrança. A evocação associa-se a uma imagem que precisa ser resgatada para situar melhor o leitor e enriquecer o texto, “ilustrá-lo”. É possível notar, no fragmento apresentado no enunciado, que a evocação serve para situar o leitor. A partir desse recurso literário, o leitor pode montar uma espécie de cenário em sua mente, o que deixa o texto informativamente mais rico e facilita a sua compreensão. No texto de Brum (2006), sabemos o momento do dia e do ano em que a história ocorre (final da tarde, começo do inverno – “entardecer 173 TÉCNICAS E GÊNEROS JORNALÍSTICOS de 22 de junho”), o local (um cemitério) e a cidade (a capital gaúcha). Vale destacar que a evocação é, de fato, uma técnica que associa a reportagem ao gênero literário. B) Alternativa incorreta. Justificativa: independentemente do recurso do qual o jornalista lance mão, um texto jornalístico não poderá ser ficcional. Gênero ficcional e jornalismo são conceitos incompatíveis. C) Alternativa incorreta. Justificativa: a evocação não tem relação com o gênero opinativo. D) Alternativa incorreta. Justificativa: a evocação não tem relação direta com o gênero descritivo. Pode-se evocar sem descrever, bem como descrever sem evocar. Além disso, no trecho em questão, não há predomínio de descrição. E) Alternativa incorreta. Justificativa: a evocação não tem relação com o gênero informativo. 174 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 MANCHETES.JPG?W=236&H=281. Disponível em: https://pedlowski.files.wordpress.com/2018/06/ manchetes.jpg?w=236&h=281. Acesso em: 23 fev. 2021. Figura 2 G1 SP. Governo de SP publica decreto que prorroga quarentena no estado até 16 de dezembro. G1, 17 nov. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/11/17/governo-de-sp-publica- decreto-que-prorroga-quarentena-no-estado-ate-16-de-dezembro.ghtml. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 3 MENGUE, P. Estado de SP tem 18% de aumento de internações por covid; governo adia nova flexibilização. O Estado de S. Paulo, ano 141, n. 46417, 17 nov. 2020. Metrópole, p. A18. Disponível em: https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,estado-de-sp-tem-18-de-aumento-de-internacoes- por-covid-governo-adia-nova-flexibilizacao,70003516644. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 4 505177283182495116. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/505177283182495116/. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 5 ARMANDINHO-DIA-INDIO.JPG. Disponível em: https://www.greenmebrasil.com/wp-content/ uploads/2017/04/armandinho-dia-indio.jpg. Acesso em: 24 fev. 2021. Figura 6 MATERIA-DE-VEJA-BOIMATE.JPG. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/wp-content/ uploads/2018/03/materia-de-veja-boimate.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 7 LIMA, E. “Bando do palhaço” levou caos a PM e aterrorizou SP nos anos 1990. Banco de dados Folha de S. Paulo, 12 dez. 2017. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/banco-de- dados/2017/12/1838804-bando-do-palhaco-levou-caos-a-pm-e-aterrorizou-sp-nos-anos-1990. shtml. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 8 OLIVEIRA, D. Iniciação aos estudos de jornalismo. São Paulo: AbyaYala, 2020. p. 89. 175 Figura 9 SANDRONI, T. A Bela e a Fera: a reafirmação do estereótipo feminino e sua subversão nas colunas de Tereza Quadros, máscara de Clarice Lispector. 2018. Tese (Doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. p. 42. Figura 10 554.JPG. Disponível em: https://www.sensacionalista.com.br/wp-content/uploads/2018/06/554.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 11 IMG_6921.JPG. Disponível em: https://www.sensacionalista.com.br/wp-content/uploads/2016/06/ img_6921.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 12 PEREIRA JR., L. C. Guia para a edição jornalística. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p. 25. Figura 13 PEREIRA JR., L. C. Guia para a edição jornalística. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p. 25. Figura 14 PEREIRA JR., L. C. Guia para a edição jornalística. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p. 26. Figura 15 PEREIRA JR., L. C. Guia para a edição jornalística. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p. 26. Figura 16 EDITORIAL-FOLHA-27-DE-MAR%C3%A7O-DE-1983.JPG. Disponível em: https://marceloauler.com.br/wp- content/uploads/2017/05/editorial-Folha-27-de-mar%C3%A7o-de-1983.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 17 15808427745E39BF16262EA_1580842774_9X16_LG.JPG. Disponível em: https://f.i.uol.com.br/fotogra fia/2020/02/04/15808427745e39bf16262ea_1580842774_9x16_lg.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. 176 Figura 18 15877844338611_NORMAL.JPG. Disponível em: https://acervo.folha.uol.com.br/files/flip/ FOLHASP/33285/up/15877844338611_normal.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 19 GLAUCO; ANGELI. Era Itamar: 100 charges. São Paulo: Editora Folha de S. Paulo, 1993. p. 15. Figura 20 CAPTURA-DE-TELA-2014-10-23-ACC80S-09-07-52.JPG?W=640&H=887. Disponível em: https:// amarildocharge.files.wordpress.com/2014/10/captura-de-tela-2014-10-23-acc80s-09-07-52. jpg?w=640&h=887. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 21 I0000146-60Alt=000941Lar=000690LargOri=002760AltOri=003765.JPG. Disponível em: http://docvirt. com/docreader.net/cache/673204590358/I0000146-60Alt=000941Lar=000690LargOri=002760AltO ri=003765.JPG. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 22 U5I9D5O3VXJ11.JPG?WIDTH=640&CROP=SMART&AUTO=WEBP&S=26913C1BF18257A52BE48EBAD5 8171F082E29FA0. Disponível em: https://preview.redd.it/u5i9d5o3vxj11.jpg?width=640&crop=smart& auto=webp&s=26913c1bf18257a52be48ebad58171f082e29fa0. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 23 COLUNA-DO-IBRAHIM-597X420.JPG. Disponível em: https://osdivergentes.com.br/wp-content/ uploads/2017/12/Coluna-do-Ibrahim-597x420.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 24 I0000179-10ALT=000557LAR=000411LARGORI=002743ALTORI=003721.JPG. Disponível em: http:// docvirt.com/docreader.net/cache/521880526676/I0000179-10Alt=000557Lar=000411LargOri=002743 AltOri=003721.JPG. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 26 FIGURA-1-MODELO-DA-PIRAMIDE-INVERTIDA.JPG. Disponível em: https://www.researchgate.net/ profile/Maira_Evangelista_De_Sousa/publication/285597332/figure/fig1/AS:671514689040408@1537 112986599/Figura-1-Modelo-da-Piramide-invertida.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. 177 Figura 27 IMG_MARIANA_TRAJEDIA-JORNAIS_IMAGEM02_20190328.JPG. Disponível em: https://www.unicamp. br/unicamp/sites/default/files/inline-images/img_MARIANA_trajedia-jornais_imagem02_20190328. jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 29 2020-11-07T162754Z_1_LYNXMPEGA60F2_RTROPTP_4_USA-ELECTION-BIDEN.JPG. Disponível em: https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/940/0/images.terra.com/2020/11/07/2020-11-07T162754Z_1_ LYNXMPEGA60F2_RTROPTP_4_USA-ELECTION-BIDEN.JPG. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 30 BISPO, F. Em Joinville, primeira vereadora negra é alvo de ataque racista. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 141, n. 46419, 19 nov. 2020. Política, p. A2. Figura 31 CAPA_NP_ESCOLA_BASE.JPG. Disponível em: https://macacoeletrico.files.wordpress.com/2010/03/ capa_np_escola_base.jpg.Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 32 1605908723169.JPG. Disponível em: https://img.estadao.com.br/resources/jpg/9/6/1605908723169. jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 33 1605908723168.JPG. Disponível em: https://img.estadao.com.br/resources/jpg/8/6/1605908723168. jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 34 571109_R31901.JPG. Disponível em: https://media.newyorker.com/photos/5ac3a6d7fcbcc5334fdfad94/ master/w_2560%2Cc_limit/571109_r31901.jpg. Acesso em: 10 fev. 2021. Figura 35 CÂMBIO euro. UOL Economia, [s.d.] Disponível em: https://economia.uol.com.br/cotacoes/cambio/euro- uniao-europeia. Acesso em: 10 fev. 2021. 178 Figura 36 1588891068046.JPG. Disponível em: https://img.estadao.com.br/resources/jpg/6/4/1588891068046.jpg. Acesso em: 23 fev. 2021. Figura 37 FIG010.JPG. Disponível em: http://ww3.aeje.pt/avcultur/hjco/GramCom/Imagens/Fig010.jpg. Acesso em: 23 fev. 2021. Figura 38 TRIGUEIRO, O. O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos ensejados pela escola latino-americana. PCLA, v. 2, n. 2, 2001, p. 47. Figura 39 CANAVILHAS, J. Webjornalismo: da pirâmide invertida à pirâmide deitada. 2006. p. 14. Disponível em: https://bit.ly/3w7jvuZ. Acesso em: 9 fev. 2021. REFERÊNCIAS Audiovisuais HITLER: propaganda da W/Brasil para a Folha de S. Paulo (1987). 2020. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal Poder360. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3aeweCXBU0g. Acesso em: 3 fev. 2021. JORNAL Nacional: comentário de Paulo Francis (1984). [s.d.]. 1 vídeo (1 min). Disponível em: http://globotv.globo.com/rede-globo/memoria-globo/v/jornal-nacional-comentario-de-paulo- francis-1984/2432512/. Acesso em: 8 fev. 2021. TODOS os homens do presidente. Direção: Alan Pakula. EUA: Warner Bros., 1976. 138 min. Textuais ABREU, A. A. de. A imprensa em transição: o jornalismo brasileiro nos anos 50. Rio de Janeiro: FGV, 1996. ALBERTOS, J. L. M. Curso general de redacción periodística. Coimbra: Paraninfo, 1991. ALVES, R. O amor que acende a lua. São Paulo: Papirus, 2002. 179 AMENDOLA, G. Bloqueio na leitura: por que ficou mais difícil se concentrar para ler na quarentena? O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 141, n. 46422, 22 nov. 2020. Especial, p. H1. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,bloqueio-na-leitura-por-que-ficou-mais-dificil-se- concentrar-para-ler-na-quarentena,70003522488. Acesso em: 9 jan. 2020. ANDRADE, C. D. de. Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984. ANDRADE, C. D. de. Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. ANGRIMANI SOBRINHO, D. Espreme que sai sangue. São Paulo: Summus, 1995. ARBEX, D. Holocausto brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil. São Paulo: Geração Editorial, 2013. ARRIGUCCI, D. (org.). Os melhores poemas de José Paulo Paes. São Paulo: Global, 2003. ASSIS, F. de. Entre a teoria e a prática dos gêneros jornalísticos: o que dizem os manuais de redação? In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 34., 2011, Recife. Disponível em: https://bit.ly/3d1fUWw. Acesso em: 23 mar. 2021. ASSIS, F. de. Jornalismo diversional: a diversão pela forma. Líbero, São Paulo, v. 19, n. 37, p. 143-152, jan./jun. 2016. ASSIS, F. de. Jornalismo diversional: função, contornos e práticas na imprensa brasileira. 2014. Tese (Doutorado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2014. BAHIA, J. Jornal, história e técnica: as técnicas do jornalismo. São Paulo: Ática, 1990. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução: Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997. BANDEIRA, M. Tragédia brasileira. Escritas.org, [s.d.]. Disponível em: https://www.escritas.org/ pt/t/11095/tragedia-brasileira. Acesso em: 23 fev. 2021. BARCELLOS, C. Abusado: o dono do Morro Dona Marta. Rio de Janeiro: Record, 2003. BARCELLOS, C. Rota 66: a história da polícia que mata. Rio de Janeiro: Globo, 1992. BELTRÃO, L. Jornalismo interpretativo. Porto Alegre: Sulina, 1969. BELTRÃO, L. Jornalismo interpretativo. Porto Alegre: Sulina, 1980. 180 BELTRÃO, L. Teoria e prática do jornalismo. Adamantina : FAI & Cátedra Unesco Metodista de Comunicação para o Desenvolvimento Regional; Edições Omnia, 2006. BENJAMIN, W. et al. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os Pensadores). BOND, F. Introdução ao jornalismo. Rio de Janeiro: Agir, 1962. BOURDIEU, P. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. BRUM, E. O olho da rua. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2008. BRUM, E. A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2012. BULHÕES, M. Jornalismo e literatura em convergência. São Paulo: Ática, 2007. CANAVILHAS, J. Webjornalismo: da pirâmide invertida à pirâmide deitada. 2006. Disponível em: https://bit.ly/3w7jvuZ. Acesso em: 9 fev. 2021. CANDIDO, A. Vários escritos. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1977. CANDIDO, A. A vida ao rés do chão. In: SETOR DE FILOLOGIA DA FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas: Unicamp; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992. CAPOTE, T. The duke in his domain. The New Yorker, 9 nov. 1957. Disponível em: https://www. newyorker.com/magazine/1957/11/09/the-duke-in-his-domain. Acesso em: 9 fev. 2021. CAPOTE, T. A sangue frio. Tradução: Sergio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. CASAL que marcou jantar de Dia dos Namorados no Outback ainda está na fila. Sensacionalista, 2016. Disponível em: https://www.sensacionalista.com.br/2016/06/14/casal-que-marcou-jantar-de-dia-dos- namorados-no-outback-ainda-esta-na-fila. Acesso em: 4 fev. 2021. CASTELLO, J. O repórter de três cabeças. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 118, n. 37911, 5 ago. 1997. Caderno 2, p. D8. CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2004. CHAPARRO, M. C. Jornalismo na fonte. In: DINES, A.; MALIN, M. (org.). Jornalismo brasileiro: no caminho das transformações. Brasília: Banco do Brasil, 1996. p. 132-154. CHAPARRO, M. C. Pragmática do jornalismo: buscas práticas para uma teoria da ação jornalística. São Paulo: Summus, 1994. 181 CHAPARRO, M. C. Sotaques d’aquém e d’além mar: travessias para uma nova teoria de gêneros jornalísticos. São Paulo: Summus Editorial, 2008. CHRISTOFOLETTI, R. Ética no jornalismo. São Paulo: Contexto, 2008. CHRISTOFOLETTI, R. Jornalismo pós-Wikileaks: deontologia em tempos de vazamentos globais de informação. Contemporânea – Revista de Comunicação e Cultura, Salvador, v. 9, n. 2, 2011. COIMBRA, O. O texto da reportagem impressa: um curso sobre sua estrutura. São Paulo: Ática. 2002. COSTA JR., L. R. da. Tragédia na estrada: risco antecipado. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 141, n. 46426, 26 nov. 2020. Fórum de Leitores, p. 2. Disponível em: https://opiniao.estadao.com.br/noticias/ artigos-dos-leitores,forum-dos-leitores,70003528195. Acesso em: 8 fev. 2021. COUTINHO, E. G. Comunicação e contra-hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008. CRISTIANO Ronaldo confessa que não marcou mais só pra acertar no bolão. Sensacionalista, 2018. Disponível em: https://www.sensacionalista.com.br/2018/06/20/cristiano-ronaldo-confessa-que-nao- marcou-mais-so-pra-acertar-no-bolao/. Acesso em: 4 fev. 2021. DIANA, D. Carta do leitor. TodaMatéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta- do-leitor/. Acesso em: 8 fev. 2021. ERBOLATO, M. L. Técnicas de codificação em jornalismo. 5. ed. São Paulo: Ática, 2004. ESTADÃO. Manual de redação. [s.d.]. Disponível em: https://www.estadao.com.br/manualredacao/gerais. Acesso em: 4 fev. 2021. ESTADÃO CONTEÚDO. FIVB divulga ranking internacional e Brasil segue entre os primeiros no vôlei. O Estado de S. Paulo, 29 dez. 2020. Disponível em: https://esportes.estadao.com.br/noticias/volei,fivb- divulga-ranking-internacional-e-brasil-segue-entre-os-primeiros-no-volei,70003565642. Acesso em: 9 fev. 2021. FIORIN, J. L.; PLATÃO, F. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2011. FOLHA DE S. PAULO. Manualda redação. São Paulo: Publifolha, 1987. FOLHA DE S. PAULO. Manual da redação. São Paulo: Publifolha, 2001. Disponível em: https:// www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_edicao_c.htm. Acesso em 30 nov. 2020. FORTES, L. Jornalismo investigativo. São Paulo: Contexto, 2005. GÊNERO. In: DICIO: dicionário online de português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: https://www. dicio.com.br/genero/. Acesso em: 17 fev. 2021. 182 GENRO FILHO, A. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. 1987. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1987. JOE Biden é eleito presidente dos Estados Unidos da América. Terra, 7 nov. 2020. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/mundo/joe-biden-e-eleito-presidente-dos-estados- unidos-da-america,4c8adbb602fc31838ca146cbc1800c28zm2xwyta.html. Acesso em: 9 jan. 2020. KARNAL, L. Invisíveis para quem. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 141, n. 46464, 3 jan. 2021. Especial, p. H3. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,invisiveis-para- quem,70003568811. Acesso em: 8 fev. 2021. KOTSCHO, R.; DIMENSTEIN, G. A aventura da reportagem. São Paulo: Summus Editorial, 1990. LAGE, N. Estrutura da notícia. 2. ed. São Paulo: Ática, 1987. LAGE, N. Linguagem jornalística. 7. ed. São Paulo: Ática, 2001. LAGE, N. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2017. LAGE, N. Teoria e técnica do texto jornalístico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. LIMA, E. P. Páginas ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4. ed. Barueri: Manole, 2009. LISPECTOR, C. Clarice Lispector entrevistas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. LISPECTOR, C. Mineirinho. Geledés, 17 fev. 2014. Disponível em: Disponível em: https://www. geledes.org.br/mineirinho-por-clarice-lispector/. Acesso em: 5 fev. 2021. MACHADO, J. Muniz Sodré, um pensador da comunicação no Brasil. Correio do Povo, 19 abr. 2012. Disponível em: https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/muniz-sodr%C3%A9-um- pensador-da-comunica%C3%A7%C3%A3o-no-brasil-1.425. Acesso em: 24 fev. 2021. MARÃO, J. C. Nossa cidade. Estado de Minas Gerais, 6 abr. 2012. Disponível em: https://www.em.com. br/app/noticia/gerais/2012/04/06/interna_gerais,287405/veja-a-integra-da-reportagem-da-extinta- revista-realidade-sobre-conceicao-do-mato-dentro.shtml. Acesso em: 9 fev. 2021. MARCONDES FILHO, C. A saga dos cães perdidos. São Paulo: Hackers Editores, 2000. MARQUES, L. H. Teoria e prática de redação para jornalismo impresso. Bauru, SP: Edusc, 2003. MARTÍN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 5. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2008. 183 MARTINS, E. Manual de redação e estilo. 3. ed. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997. MCQUAIL, D. Teoria da comunicação de massas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. MEDEIROS, J. B. Redação científica. São Paulo: Atlas, 2006. MEDINA, C. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 1990. MEDINA, C. Notícia: um produto à venda. São Paulo: Summus, 1988. MEDINA, C. Profissão jornalista: responsabilidade social. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982. MEDINA, C.; LEANDRO, P. R. A arte de tecer o presente. São Paulo: Média, 1973. MEDITSCH, E. O conhecimento do jornalismo. Florianópolis: Editora da UFSC, 1992. MELO, J. M. de. Jornalismo: compreensão e reinvenção. São Paulo: Saraiva, 2009. MELO, J. M. de. Jornalismo opinativo: gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. 3. ed. Campos do Jordão: Mantiqueira, 2003. MELO, J. M. de. A opinião no jornalismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985. MELO, J. M. de. Panorama diacrônico dos gêneros jornalísticos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 33., 2010, Caxias do Sul. Anais [...]. Caxias do Sul: Intercom, 2010. MELO, J. M. de; ASSIS, F de. Gêneros e formatos jornalísticos: um modelo classificatório. Intercom – RBCC, v. 39, n. 1, p. 39-45, jan./abr. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/interc/v39n1/1809- 5844-interc-39-1-0039.pdf. Acesso em: 5 fev. 2021. MORAES, D. Comunicação, hegemonia e contra-hegemonia: a contribuição teórica de Gramsci. Revista Debates, v. 4, n. 1, p. 54-77, jan./jun. 2010. MORAIS, F. Olga. São Paulo: Companhia de Bolso, 2008. NOBLAT, R. A arte de fazer um jornal diário. São Paulo: Contexto, 2004. OBJETIVIDADE. In: DICIO: dicionário online de português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: https:// www.dicio.com.br/objetividade/. Acesso em: 3 fev. 2021. OLIVEIRA, D. Entrevista: Zygmunt Bauman. Revista Cult, ed. 138, ago. 2009. Disponível em: https:// revistacult.uol.com.br/home/entrevis-zygmunt-bauman/. Acesso em: 9 fev. 2021. OLIVEIRA, D. Iniciação aos estudos de jornalismo. São Paulo: AbyaYala, 2020. 184 OLIVEIRA, H. J. C. Gramática da comunicação. 1995. v. 2. Disponível em: http://ww3.aeje.pt/avcultur/ hjco/GramCom/Cap03_02.htm. Acesso em: 17 set. 2015. ORICCHIO, L. Z. Cine Ceará 2020: A morte habita à noite, um Bukowski à brasileira. O Estado de S. Paulo, 6 dez. 2020. Blog Luiz Zanin. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/blogs/luiz-zanin/ cine-ceara-2020-a-morte-habita-a-noite-um-bukowski-a-brasileira/. Acesso em: 8 fev. 2021. PENA, F. Jornalismo literário. São Paulo: Contexto, 2006. PEREIRA, JR., L. C. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. PEREIRA JR., L. C. Guia para a edição jornalística. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. PIZA, D. Jornalismo cultural. São Paulo: Contexto, 2008. RAMOS, G. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 1994. REPORTAGEM LOCAL. Marta inaugura 3ª escola em aldeia indígena. Folha de S. Paulo, ano 84, n. 27458, 6 jun. 2004. Cotidiano, p. C4. Disponível em: https://feeds.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ ff0606200412.htm. Acesso em: 9 fev. 2021. RIBEIRO, A. Caso Escola Base: os abusos da imprensa. São Paulo: Ática, 1995. RIBEIRO, A. P. G. Imprensa e história no Rio de Janeiro dos anos 1950. Rio de Janeiro: E-papers, 2007. ROSSI, C. O que é jornalismo. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. SÁ, J. de. A crônica. São Paulo: Ática, 1985. SATO, N. Jornalismo, literatura e representação In: CASTRO, G. de; GALENO, A. (org.). Jornalismo e literatura: a sedução da palavra. São Paulo: Escrituras, 2002. p. 29-46. SANDRONI, T. A Bela e a Fera: a reafirmação do estereótipo feminino e sua subversão nas colunas de Tereza Quadros, máscara de Clarice Lispector. 2018. Tese (Doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. SCHMITZ, A. A. Fontes de notícias: ações e estratégias das fontes no jornalismo. Florianópolis: Combook, 2011. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002. SILVA, C. V.; KUNSCH, D. A palavra que cura, a narrativa e o jornalismo interpretativo. Líbero, v. 18, n. 36, p. 15-26, jul./dez. 2015. 185 SODRÉ, M.; FERRARI, M. H. Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa jornalística. São Paulo: Summus Editorial, 1986. TRAQUINA, N. Teorias do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2005. TRIGUEIRO, O. O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos ensejados pela escola latino-americana. PCLA, v. 2, n. 2, 2001. VARELLA, D. Sem o SUS, é a barbárie. UOL, 22 ago. 2019. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com. br/drauzio/artigos/sem-o-sus-e-a-barbarie-artigo/. Acesso em: 5 fev. 2021. VERISSIMO, L. F. Smoking por baixo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 141, n. 46405, 5 nov. 2020. Especial, p. H6. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,smoking-por- baixo,70003501328. Acesso em: 5 fev. 2021. WARTH, A.; PUPO, A.; VALFRÉ, V. Amapá tem novo apagão total, confirma ONS. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 141, n. 46418, 18 nov. 2020. Metrópole, p. A20. Disponível em: https://brasil. estadao.com.br/noticias/geral,amapa-tem-novo-apagao-total-confirma-ons,70003518609. Acesso em:4 fev. 2021. WEGUELIN, J. M. Mineirinho. O Rio de Janeiro através dos jornais/UOL, [s.d.]. Disponível em: https:// www1.uol.com.br/rionosjornais/rj45.htm. Acesso em: 5 fev. 2021. Sites http://abraji.org.br Exercícios Unidade I – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2012: Comunicação Social/Jornalismo. Questão 33. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_ superior/enade/provas/2012/04_COM_SOCIAL_JORNALISMO.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2012: Comunicação Social/Jornalismo. Questão 25. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_ superior/enade/provas/2012/04_COM_SOCIAL_JORNALISMO.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2012: Comunicação Social/Jornalismo. Questão 27. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_ superior/enade/provas/2012/04_COM_SOCIAL_JORNALISMO.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. 186 Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015: Comunicação Social/Jornalismo. Questão 21. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_ superior/enade/relatorio_sintese/2015/jornalismo.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. Unidade III – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2012: Comunicação Social/Jornalismo. Questão 32. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_ superior/enade/provas/2012/04_COM_SOCIAL_JORNALISMO.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. Unidade III – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2012: Comunicação Social/Jornalismo. Questão 18. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_ superior/enade/provas/2012/04_COM_SOCIAL_JORNALISMO.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021. 187 188 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
Compartilhar