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Unidade 2 Mensuração da atividade econômica Economia Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoras HELOÍSA DE PUPPI E SILVA ISABELLA CHRISTINA DANTAS VALENTIM LUANA DA SILVA RIBEIRO AS AUTORAS Heloísa de Puppi e Silva Olá. Meu nome é Heloísa de Puppi e Silva. Sou formada em Ciências Econômicas e possuo Mestrado em Sustentabilidade pela FAE – Centro Universitário (PR). Fiz o Doutorado em Tecnologia, no Programa de Pós Graduação em Tecnologia (PPGTE) e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Tenho experiência técnico- profissional na área de Gestão Pública, Privada e Ambiental por ter trabalhado na Secretaria de Planejamento do Estado do Paraná (SEPL-PR) e acadêmica de 16 anos em Instituições do Ensino Superior (IES). Tenho experiência de 6 anos com docência de educação fundamental e 13 anos com ensino de graduação, especialização e ensino a distância (EAD). Atualmente, leciono disciplinas de economia (micro e macro), economia brasileira, custos, modelagem de negócios e inteligência competitiva. Além disso, presto serviços de consultoria em inteligência competitiva e meio ambiente. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder auxiliar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Isabella Christina Dantas Valentim Olá. Meu nome é Isabella Christina Dantas Valentim. Sou formada em Ciências Contábeis, com mestrado em Ciências Contábeis: usuários internos, controladoria e contabilidade gerencial. Tenho experiência técnico-profissional na área contábil, gerencial e consultoria econômica. Além de possuir cinco anos de experiência como professora de graduação e pós-graduação nas áreas de contabilidade, auditoria, perícia e gestão financeira. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Luana da Silva Ribeiro Olá. Meu nome é Luana da Silva Ribeiro. Tenho graduação em Economia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), mestrado em Economia na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), sou Doutoranda em Economia na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) e pesquisadora participante do Grupo de Estudos em Economia Industrial (GEEIN). Tenho uma experiência profissional de 8 anos no setor financeiro e comercial, além de consultorias. Passei por empresas como a Companhia Sulamericana de Distribuição, Petra Consulting Corporation, Surya Dental, entre outras. Atualmente trabalho com Ensino à Distância (EaD) e faço especialização em mediação e aprendizagem EaD na Universidade Virtual de São Paulo (UNIVESP), também sou e conteudista de materiais técnico-pedagógicos para graduação e pós- graduação nas áreas de administração e economia. Estou muito feliz pela oportunidade de poder ajudar você neste novo ciclo e também agregar experiência para minha carreira. Os conceitos que serão trabalhados no decorrer deste e-book irão ajudá-los na compreensão inicial dos conceitos da Economia. Conte comigo e bom trabalho! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO A teoria da elasticidade ................................................................................. 12 Compree ndendo a Teoria da elasticidade .................................................................. 12 Externalidades ...................................................................................................20 Compreendendo a externalidade na economia ..................................................... 20 Conhecendo as lógicas e raciocínios gerais de economia e a organização dos estudos econômicos em micro e macroeconomia................................................................................................. 31 Campos de Estudo da Economia ........................................................................................ 31 O comportamento do consumidor: demanda de bens e serviços ..................................................................................................................37 Fatores de Produção e Bens e Serviços ........................................................................37 Classificações de Bens: .......................................................................................... 39 Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) .......................................................... 41 9 UNIDADE 02 Economia 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a externalidade é uma força que pode afetar positivamente e negativamente a sociedade como um todo? Isso mesmo. A externalidade pode ser desencadeada a partir do desenvolvimento e da produção de uma empresa. Nesse sentido, seu impacto pode afetar os vendedores e compradores do mercado. Ademais, se a externalidade for identificada como vantajosa para a sociedade, pode-se classificar como positiva, agora se seu impacto for desvantajoso, denominamos de negativa. Estudaremos ainda como as externalidades positivas e negativas se comportam perante as determinações das ofertas e demandas, princípios da economia clássica. Também estudaremos sobre o comportamento do consumidor e sobre a elasticidade, sobre o teorema de Coase, nomeado dessa forma em homenagem ao economista Ronald Coase, do qual traz as características que explicam o mercado privado sobre as externalidades. Entendeu? Ao longo desta produção letiva você vai mergulhar neste universo! Economia 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 2 – Mensuração da atividade econômica. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Aprender a teoria da elasticidade. 2. Aprender a teoria da externalidades. 3. Compreender a estrutura de produção e de custos das empresas 4. Conhecer o comportamento do consumidor, que representa a demanda de bens e serviços. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento na área de microeconomia? Vamos ao trabalho! Economia 12 A teoria da elasticidade INTRODUÇÃO: Na teoria do comportamento do consumidor existe o grau de sensibilidade em relação aos preços, ou seja a elasticidade. Vamos mergulhar nessa teoria? Iremos compreender a teoria da elasticidade. Compreendendo a Teoria da elasticidade A demanda de um produto está conectada as quantidades que os consumidores/compradores estão dispostos a obter em funçãodos preços. A elasticidade é a variação da quantidade de equilíbrio em resposta a variação do preço de equilíbrio. A elasticidade preço da demanda que é calculado pela variação percentual da quantidade dividido pela variação percentual do preço. É muito importante ter o conhecimento de como variações no preço de um produto terá variações na quantidade deste produto. Assim, a demanda elástica tem uma queda no preço e a receita aumenta. Já o produto com demanda de elasticidade unitária a queda no preço mantém a quantidade de receita. Agora se for um produto de demanda inelástica a queda de preço diminuirá a receita. As explicações para os fatores de elasticidades preços são pelos bens substitutos, quanto maior os bens substitutos maior vai ser a elasticidade preço. Quanto maior o peso dos bens no orçamento menor será sua elasticidade preço. Quanto maior a essencialidade do bem menor sua elasticidade. Na elasticidade preço da oferta a maneira como se calcula é igual a maneira que se calcula a elasticidade preço da demanda. Assim, a variação percentual da quantidade dividida pela variação percentual do preço de equilíbrio. Economia 13 Vamos aplicar isso em uma realidade, os produtos agrícolas são definidos como inelástico isso porque um aumento do preço não resulta em variações de quantidade suficientemente grandes. Se um ano para o outro o preço de café não afeta tanto a demanda. A reação comum da demanda em relação aos preços pode ser colocada em três principais aspectos: • Quanto mais baixos os preços maior a demanda, os consumidores tendem a comprar mais. Já se os preços estiverem muito altas menores quantidades são consumidas pelos consumidores; • O Efeito substituição é outro processo comum na demanda. Quando o preço de determinado bem aumenta, os consumidores tendem a substitui-lo por outro bem parecido; • A Utilidade marginal é explicada pelo processo de que quanto maiores forem às quantidades de um determinado produto, menores serão os graus de utilidade de cada nova unidade adicional. Assim, os graus de sensibilidade em relação aos preços. Eles não são iguais para todos os produtos. Existem momentos que mesmo com variações no preço a quantidade de demanda não sofre alterações. Esses graus de sensibilidade são chamados de elasticidade. Eles podem ser explicados por meio do conceito elasticidade-preço da demanda. Quando as unidades da demanda aumentam na mesma proporção de que a queda dos preços, o produto apresenta uma elasticidade-preço unitária. Quando a demanda aumenta menos que a redução dos preços, é chamado de demanda inelástica. Já se a quantidade demandada de um determinado produto aumenta mais que as reduções de preços, há uma demanda elástica (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). Existem Fatores determinantes da elasticidade preço. Os principais determinantes são: 1. Essencialidade; 2. Hábitos; 3. Periodicidade da aquisição. Economia 14 A essencialidade é relacionada ao grau de necessidade do produto. Os produtos em que as pessoas necessitam mais tendem a ter coeficientes de elasticidade baixos. Os Hábitos são aspectos rígidos do consumo. Isso porque alguns hábitos podem se tornar em vício e faz com que os consumidores tenham pouca sensibilidade em relação a variação de preços. Já na Periodicidade da aquisição relevante é o intervalo de tempo entre uma e outra aquisição de produto. Se forem grandes intervalos de tempo entre a compra provavelmente o consumidor irá esquecer o produto (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). De acordo com a introdução acima a respeito da elasticidade, podemos conceituar que a elasticidade é uma medida de resposta da quantidade ofertada ou demandada das variações de mercado. Diante disso, a medida seria: quanto a quantidade ofertada ou demandada varia em função do preço? Esse fenômeno é chamado de elasticidade-preço da demanda. Que é dado pela fórmula: Elasticidade - Preço da demanda = Variaçao percentual da quantidade de mandada Variação percentual do preço Os fatores determinantes da elasticidade-preço da demanda são: Substitutos próximos disponíveis; • Se o bem é essencial ou supérfluo; • A definição do mercado, quando mais específico o bem mais inelástico ele será, ou seja, não sofrerá variações de mercado; • Horizonte do tempo. Quanto mais passa o tempo mais elástico o bem se torna. Precisa-se de uma dimensão de tempo para adaptação do consumo. Economia 15 Figura 1 - Planejamento de novos produtos Fonte: freepik Diante disso, a elasticidade da oferta determina se os vendedores têm saídas/soluções de produção do bem diante de uma condição desfavorável de mercado. A elasticidade da demanda determina se os compradores têm soluções de consumo na falta do bem que eles desejam (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). Quanto à elasticidade um bem pode ser denominado: • Perfeitamente elástico; • Elástico; • Unitário; • Inelástico; • Perfeitamente inelástico. Os produtos elásticos são mais sensíveis diante das alterações de preço. Ou seja, quando os preços dele sofrem alterações as pessoas tendem a aumentar/reduzir o consumo (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). Já produtos inelásticos independe do preço para que ele seja consumido. Ou seja, mesmo se aumentar/diminuir quantidade ofertada, reduzir preços a demanda não tem alterações. Um exemplo de produto elástico seriam as carnes nobres. Se o preço da picanha aumentar sua demanda diminui, se o preço diminuir sua demanda aumentará. Economia 16 Um exemplo de produto inelástico seriam os remédios. Ninguém vai consumir muito remédio se o preço dele cair e também não irá deixar de consumi-los caso o preço deles aumentem. A elasticidade dos produtos são acompanhados por diversas empresas em razão de que acompanham o comportamento do consumidor, verificam as sazonalidades de mercado, fazem alterações nos produtos, etc. Assim, na teoria a Demanda perfeitamente inelástica seria uma elasticidade igual a zero, ou seja, um aumento no preço do bem X deixa inalterada a quantidade demandada. A Demanda inelástica seria a Elasticidade inferior a 1, ou seja, com um aumento de 22% no preço causa uma queda de 11% na quantidade demandada (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). A Demanda com Elástica unitária seria uma Elasticidade igual a 1. Ou seja, Um aumento de 22% no preço de um bem X causa uma queda de 22% na quantidade demandada (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). A Demanda elástica seria a Elasticidade maior do que 1. Ou seja, Um aumento de 22% no preço do bem X causa uma queda de 67% na quantidade demandada (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). Por fim, a Demanda perfeitamente elástica que seria a Elasticidade infinita. Assim, a qualquer preço abaixo de “x” colocado no mercado a quantidade demandada é infinita (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). Na teoria da elasticidade temos também a Elasticidade-Renda da demanda que é uma medida do quanto a quantidade de um bem X responderá a uma variação na renda dos consumidores. Para realização do cálculo da elasticidade-renda da demanda seria: a variação percentual da quantidade demandada dividida pela variação percentual da renda (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). A fórmula seria: Elasticidade - Renda da demanda = Variaçao percentual da quantidade de mandada Variação percentual da renda Economia 17 Temos também a elasticidade-preço cruzada da demanda e da oferta. A elasticidade-preço cruzada da demanda é considerada uma medida do quanto a quantidade demandada de um bem X responde a uma variação no preço de outro bem denominado Y. Para realização deste cálculo precisa da variação percentual da quantidade demandada do primeiro bem X dividida pela variação percentual do preço do segundo bem (Y) (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). Na Elasticidade-preço da oferta é considerada uma medida do quanto a quantidade ofertada de um bem responde a uma variação do seu preço. Para calcular seria a variação percentualda quantidade ofertada dividida pela variação percentual do preço (VARIAN, 1994; MANKIW, 2009). A fórmula seria: Elasticidade - Preço da oferta = Variaçao percentual da quantidade ofertada Variação percentual do preço Figura 2 - Fábrica em produção Fonte: freepik Diante disso, uma oferta perfeitamente inelástica seria a elasticidade igual a zero, ou seja, um aumento no preço deixa inalterada a quantidade ofertada. A Oferta inelástica seria a Elasticidade inferior a 1. Assim, um aumento de 22% no preço causa um aumento de 10% na quantidade ofertada (VARIAN, 1994). Economia 18 Na Oferta com Elástica unitária seria a Elasticidade igual a 1. Pode- se dizer que um aumento de 22% no preço causa uma queda de 22% na quantidade ofertada (VARIAN, 1994). Na Oferta elástica a Elasticidade é maior do que 1. Com um aumento de 22% no preço causa uma queda de 67% na quantidade ofertada. Na Oferta perfeitamente elástica tem a Elasticidade infinita, ou seja, a qualquer preço acima de “x” colocado no mercado a quantidade ofertada é infinita (VARIAN, 1994). Vimos que a elasticidade-preço da demanda mede o quanto à quantidade demandada responde a variações do preço. Assim, a demanda tende a ser mais elástica se há substitutos próximos disponíveis, se o bem é supérfluo ao invés de ser necessário, se o mercado é definido de maneira restringido ou se os consumidores possuem muito tempo para uma resposta a uma determinada mudança do preço (VARIAN, 1994). O cálculo da elasticidade-preço da demanda é realizado com a variação percentual da quantidade demandada dividida pela variação percentual do preço. Se o resultado da elasticidade der menor que 1, dizemos que a demanda é inelástica. Se a elasticidade é maior que 1, dizemos que a demanda é elástica (VARIAN, 1994). A receita total, que é a quantia total paga por um bem, é igual ao preço do bem multiplicado pela quantidade vendida. A fórmula seria: Receita Total (RT) = P x Q No caso de curvas de demanda inelásticas, a receita total aumenta quando o preço aumenta. Isto porque, um aumento nos preços leva a uma diminuição na quantidade demandada, em menor proporção que o aumento dos preços. Para curvas de demanda elástica, a receita total diminui quando o preço aumenta (VARIAN, 1994). Economia 19 RESUMINDO: E ai? Gostou desta produção? Vimos sobre os graus de sensibilidade em relação aos preços, ou seja, sobre a elasticidade. Vimos também sobre os fatores determinantes da elasticidade, elasticidade preço da demanda/oferta, demanda/oferta inelástica, demanda/oferta elástica, demanda/oferta unitária, entre outros aspectos. Com todos esses conceitos poderemos mergulhar no tópico 4 no qual veremos sobre a curva (fronteira) de possibilidade de produção, custo de oportunidade e os fatores de produção. Economia 20 Externalidades INTRODUÇÃO: Ao término deste material você será capaz de entender como funciona o impacto das externalidades na economia. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As atividades econômicas desenvolvidas pelas empresas têm um impacto na sociedade e isso pode ser identificado pelas externalidades. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Compreendendo a externalidade na economia Uma externalidade surge quando uma pessoa está envolvida em um ato que afeta o bem-estar de terceiros que não participam desse ato sem pagar ou receber compensação, afirma Mankiw (2013). Nesse sentido, se o impacto sobre o terceiro é vantajoso, chamamos de externalidade positiva, agora se tal impacto for desvantagem para este terceiro, a externalidade caracteriza-se por negativa. Se houver externalidades, o interesse da empresa em um resultado de mercado vai além do bem-estar de compradores e vendedores que participam do mercado. Isso inclui o bem-estar de terceiros que são indiretamente afetados. Como compradores e vendedores ignoram os efeitos externos de suas ações ao decidir sobre demanda ou oferta, o equilíbrio do mercado para efeitos externos não é eficiente (MANKIW, 2013). Economia 21 Figura 3 - Compradores e Vendedores Fonte: pixabay Nesse sentido, o equilíbrio não maximiza o benefício geral para a sociedade como um todo. Por exemplo, a liberação de dioxina no meio ambiente é um efeito externo negativo, por isso uma externalidade que consideramos negativa, como afirma Mankiw (2013). As empresas de manufatura de papel que se concentram em seus próprios interesses não levam em consideração o custo total da poluição que causam no processo de produção, e os consumidores de papel não levam em consideração o custo total da poluição em que contribuem ao tomar decisões de compra. Deste modo, a menos que o governo as impeça ou desestimule, as empresas emitirão dioxina em excesso (MANKIW, 2013). DEFINIÇÃO: “Externalidades” podem ser definidas como impacto das ações de um agente econômico no bem-estar de outros agentes econômicos, dos quais não estão diretamente relacionados ou não fazem parte da ação. Por sua vez, as Externalidades podem ser consideradas como falhas de mercado (MANKIW, 2013). O interesse da empresa em um resultado de mercado, se considerada as externalidades, vai além do próprio mercado, dos quais, podem incluir o bem-estar de outras pessoas afetadas. Em situações em que há efeitos externos, o governo pode melhorar ou melhorar os resultados do mercado (NEVES, 2011). Economia 22 Nessa perspectiva, percebemos então uma externalidade negativa, quando o efeito de um impacto causado pela externalidade for danoso. Por exemplo, podemos dizer que se uma empresa polui os rios de uma cidade para efetivar sua produção. Tais feitos, podem gerar custos adicionais a sociedade. Se por acaso, o efeito deste impacto causado pela externalidade fosse benéfico a sociedade, teríamos então uma externalidade positiva. Para Mankiw (2013) existem diferentes tipos de externalidades e respostas políticas para solucionar essas falhas de mercado. Alguns exemplos: Quadro 1 - Exemplos de externalidades. Falhas Tipo de externalidade Solução Política Fumaça emitida pelos escapamentos dos carros Externalidade negativa O governo federal procura resolver esse problema estabelecendo padrões de emissão para os carros. Além disso, tributa a gasolina para diminuir o tempo que as pessoas passam dirigindo, reduzindo, assim, o uso do carro. Restauração de imóveis antigos Externalidade positiva Muitos governos municipais reagem a isso controlando a demolição de construções históricas e oferecendo isenções fiscais aos proprietários que as restaurarem. Latido dos cachorros Externalidade negativa Os governos municipais lidam com esse problema tornando ilegal a “perturbação da paz”. Pesquisa de novas tecnologias Externalidade positiva O governo federal aborda parcialmente esse problema por meio do sistema de patentes, que confere aos inventores uso exclusivo de seus inventos por um período limitado. Fonte: Adaptado de Mankiw (2013) Economia 23 Analisando cada caso e sua externalidade, percebemos que ao considerar a fumaça dos carros, a externalidade é negativa, pois os motoristas tendem a se tornar grandes poluidores. Já no que se refere a restauração dos imóveis antigos, considerado uma externalidade positiva, percebemos que as pessoas que passam por eles podem desfrutar da beleza e do senso histórico que essas construções proporcionam. Por sua vez, o latido dos cães, são externalidades negativas, pois os vizinhos são perturbados pelo barulho. Por fim, são consideradas externalidades positivas as pesquisas em tecnologias, pois geram conhecimento que outras pessoas podem usar. Em cada um desses casos, um tomador de decisão não considera o impacto externo de seu comportamento. O governo está respondendo tentando influenciar essas decisões para proteger os interesses dos prejudicados. Em um mercado semintervenção do governo, o preço do produto se ajusta para equilibrar/coordenar a oferta e a demanda, ou seja, coordena a quantidade comercializada quando os custos privados de produção das empresas são confrontados com o benefício ou valor privado que os consumidores avaliam nesse mercado. Como exemplo de tal situação, podemos analisar uma empresa que produz medicamentos, em que o custo social de produzir os medicamentos é da empresa e o benefício social é dos consumidores. Figura 3 – Mercado de medicamentos PEq. Mercado QEq. Mercado Demanda (Benefício Privado) Oferta (Custo Privado) P Q Fonte: Adaptado de Mankiw (2013) Percebemos então que ao analisarmos tal figura, o Custo Social se iguala ao Custo Privado, da mesma forma que o Benefício Social se iguala ao Benefício Privado. Economia 24 Se uma empresa incorre em custos durante suas atividades de produção ou vendas que não são suportados apenas por ela no mercado, mas também poderão ser pagos pela sociedade. Nesse sentido, para esta empresa, os efeitos são da externalidade negativa. Como exemplo, uma empresa estará gerando externalidade negativa, se ela emitir poluentes, dos quais geram risco a saúde das pessoas de uma sociedade. Por sua vez, tal empresa, está gerando custos para a sociedade, mas estes custos não são pagos apenas pelas empresas do mercado. O custo social é maior que o custo privado das empresas. Figura 4 – Externalidade negativa na oferta PÓtimo PEq. Mercado QEq. MercadoQÓtima B A Demanda (Benefício Privado) Custo Social (Custo Privado + Custo Externo) Oferta (Custo Privado) P Q Fonte: Adaptado de Mankiw (2013) Neste caso, podemos perceber que o Custo Social é maior que o Custo Privado. Já o Custo Social se iguala ao Custo Privado como o Custo Externo. Da mesma forma são iguais o Benefício Social e o Benefício Privado. IMPORTANTE: Para realizar a produção, as empresas incorrem em custos no mercado, alguns desses custos são pagos pela empresa e outra parte é terceirizada para ser “paga” pela sociedade. Os benefícios da produção são suportados pelos consumidores. Dessa forma, se uma empresa emitir poluentes que gerem risco a saúde, por sua vez, o custo da saúde será externalizado para a sociedade. Economia 25 Como a externalidade causa custos sociais superiores aos custos privados das empresas, existe uma diferença entre o preço de equilíbrio e o valor definido pelo ótimo de mercado, seria então o ponto A da Figura 3 e o preço e o equilíbrio em quantidades ideais para toda a sociedade seria o ponto B. Nesse sentido, algumas reflexões acerca de tais impactos podem ser analisadas, como o incentivo às empresas para produção de nível de ótimo social; a internalização dos custos externos, resultados das externalidades por meio de impostos, taxas ou multas relativas à quantidade produzida, ou seja, os custos externos gerados; e realizar o deslocamento da curva de oferta para a esquerda até que atinja o ponto do ótimo social. Se os compradores incorrem em custos de suas atividades de compra que não são apenas absorvidos por quem compra no mercado em questão, eles criam externalidades negativas. Por exemplo, um indivíduo estará gerando externalidade negativa, quando decide comprar e consumir cigarros, pois tal ação, gerará custos de manutenção a saúde para a sociedade. Neste caso, o benefício privado do indivíduo é superestimado em comparação com o benefício social, uma vez que não leva em consideração nem desconta os custos que esse consumo acarreta. Figura 5 – Externalidade negativa na demanda Custo Social (Custo Privado - Custo Externo) PÓtimo PEq. Mercado QEq. MercadoQÓtima B A Demanda (Benefício Privado) Oferta (Custo Privado) P Q Fonte: Adaptado de Mankiw (2013)]] Economia 26 Para esse comportamento, o Benefício Privado será maior que o Benefício Privado. No que se refere ao Custo Social, será igual ao Custo Privado. Já o Benefício Social será idêntico ao Benefício Privado menos o Custo Externo. Os indivíduos aproveitam do consumo para causarem custos sociais. Nesse sentido, o benefício privado é inteiramente suportado pelo consumidor, mas o benefício social é menor que o privado porque tem que suportar custos externos. Por exemplo, as pessoas que consomem cigarros, pois o custo da saúde serão externalizado à sociedade. Como a externalidade cria um benefício privado maior que o benefício social, dados os custos externos, haverá uma divergência entre o preço de equilíbrio e a quantia definida pelo ótimo de mercado, ao analisarmos o ponto A da Figura 6, e o ótimo preço e a ótima quantia para a sociedade como definidos no ponto B. Quando uma empresa obtém benefícios durante suas atividades de produção ou vendas que são totalmente absorvidos não apenas por esse mercado, mas pela sociedade. Por sua vez, esta empresa gera externalidades positivas. Como exemplo, podemos imaginar que uma empresa, para gerar uma externalidade positiva, desenvolve um novo método para purificar a água, do qual provoca um benefício tecnológico e que pode ser aproveitado por pessoas fora do seu mercado de atuação. Essa medida então, do tratamento da água por meio da tecnologia trará benefícios à sociedade, mas esses benefícios não afetarão apenas o mercado e causarão custos sociais mais baixos do que os custos privados desse mercado, se considerarmos os benefícios externos alcançados. Economia 27 Figura 6 – Externalidades positivas de oferta PÓtimo QEq. Mercado QÓtima A B Demanda (Benefício Privado) Oferta (Custo Privado) Custo Social (Custo Privado - Benefício Externo) P Q PEq. Mercado Fonte: Adaptado de Mankiw (2013) Neste caso, ao analisarmos o Custo Privado, percebemos que ele será maior que o Custo Social. Enquanto que o Custo Social, será igual ao Custo Privado retirando o Benefício Externo e que o Benefício Social será igual ao Benefício Privado. Nessa perspectiva, benefícios e custos sociais são gerados, após as empresas de um mercado gerarem sua produção. Dessa forma, os custos privados são suportados inteiramente pelo fabricante, mas os custos sociais são mais baixos que os custos privados, isso porque foram gerados benefícios externos. Como a empresa que desenvolve nova tecnologia para purificar a água. Neste caso, os benefícios da nova tecnologia são externalizados para a sociedade. Como a externalidade nesse mercado causa custos privados superiores aos custos sociais, há uma divergência entre o preço de equilíbrio e o valor definido pelo ótimo de mercado que pode ser verificado no ponto A da Figura 5, além disso, o preço e o valor ótimos para a sociedade em geral podem ser observados no ponto B. O impacto da externalidade positiva é percebido quando os compradores obtêm benefícios em sua atividade, dos quais, não são apenas absorvidos por quem compra neste mercado em questão. Por exemplo, um indivíduo gera externalidade positiva, quando decidir por estudar mais, nesse caso, tal individuo irá obtiver e consumir mais educação, que por sua vez gerará benefícios à população com um todo. Economia 28 Nesse sentido, não considerando os benefícios externos que tal consumo implicará, ao comparar o benefício privado e o benefício social, este está sendo subavaliado. Figura 7 – Externalidades positivas de oferta PÓtimo PEq. Mercado QEq. Mercado QÓtima A B Demanda (Benefício Privado) Oferta (Custo Privado) P Q Benefício Social (Benefício Privado + Benefício Externo) Fonte: Adaptado de Mankiw (2013) Percebamos então que o Benefício Social é maior que o Benefício Privado. Já o Custo Social será igual ao Custo Privado. De forma que o Benefício Social se iguale ao Benefício Privado mais o Benefício Externo. Para certos consumidores, os indivíduos absorvem benefícios e geram benefícios sociais. Alguns desses serviços são absorvidos pelos consumidores e outros são terceirizados para a sociedade foradeste mercado. Nessa perspectiva, os produtores irão absorver o custo da produção, quando por exemplo as pessoas que decidirem consumir mais educação. Neste caso, o benefício de um maior nível de educação será externalizado para a sociedade. Como a externalidade cria um benefício social superior ao benefício privado, haverá uma divergência nesse mercado entre o preço de equilíbrio e a quantidade definida pelo ótimo de mercado, observados no ponto A da Figura 7, além de notar o preço e a quantidade ótimos para a sociedade como um todo, destacados assim no ponto B. Qual a eficácia do mercado privado para lidar com efeitos das externalidades? Questiona Mankiw (2013). Um resultado famoso, conhecido como teorema de Coase, em homenagem ao economista Ronald Coase, sugere que ele pode ser muito eficaz em determinadas Economia 29 circunstâncias. Segundo o teorema de Coase, o mercado privado sempre resolverá o problema dos efeitos externos e alocará recursos com eficiência se os operadores econômicos privados puderem negociar a alocação de recursos gratuitamente (MANKIW, 2013). DEFINIÇÃO: Assim, Vasconcellos (2002, p.102) define como “Teorema de Coase”: “Em ausência de custos de transação, e independentemente da distribuição dos direitos de propriedade, o resultado da negociação será eficiente.” O teorema de Coase diz que os agentes econômicos privados podem resolver o problema das externalidades entre si. Qualquer que seja a distribuição inicial de direitos, as partes interessadas sempre podem chegar a um acordo em que todos estão melhores e o resultado é eficiente (MANKIW, 2013). Vasconcellos (2002) exemplifica o teorema de Coase da seguinte forma: Imagine uma fábrica poluindo um rio perto de um pequeno povoado. A solução tradicional seria, por exemplo, cobrar um imposto sobre a produção da fábrica. Figura 8 – Fábrica poluindo Fonte: pixabay Economia 30 Isso reduziria a poluição do rio, o que tornaria a vila mais habitável. Portanto, a tendência seria que a população desse vilarejo aumentasse, o que significaria que, mesmo que a produção da fábrica fosse reduzida, mais pessoas seriam afetadas pelo impacto da externalidade negativa. Por conseguinte, poderia justificar-se aumentar a taxa do imposto sobre a produção, o que reduziria ainda mais a produção e o consumo do produto ou serviço em questão. Como pode ser visto, a aplicação do imposto “pigouviano” pode reduzir bastante a produção e o consumo de bens valorizados pela sociedade (VASCONCELLOS, 2002). Nesse sentido, Vasconcellos (2002) defende ainda que poderia ser mais eficiente das partes envolvidas, a oportunidade de concluir um contrato ou acordo (por exemplo, a fábrica poderia compensar os moradores e continuar produzindo), o que significa custos mais baixos para todos. Obviamente, isso estará correto desde que os custos de realização dessas negociações não sejam muito altos. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste material, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a externalidade, que desenvolvida a partir das atividades produtivas de uma empresa, se benéfica pode desencadear a externalidade positiva na sociedade, agora se a empresa afeta de forma danosa a sociedade, essa externalidade será classificada como negativa. Além disso, estudamos que tais impactos podem afetar tantos os compradores como os vendedores, por isso foram abordados nesta unidade as externalidades (positiva e negativa) a partir do seu comportamento na oferta e demanda. Estudamos ainda o teorema de Coase, nomeado dessa forma em homenagem ao economista Ronald Coase, do qual traz as características que explicam o mercado privado sobre as externalidades. Economia 31 Conhecendo as lógicas e raciocínios gerais de economia e a organização dos estudos econômicos em micro e macroeconomia INTRODUÇÃO: Ao término deste material você terá conhecido algumas lógicas econômicas. Elas serão importantes para a qualidade do exercício de sua profissão. As pessoas que incorporam os raciocínios econômicos em suas escolhas cotidianas tendem a otimizar suas escolhas e torná-las mais produtivas. Vamos lá? Motivado para desenvolver mais uma etapa do seu conhecimento? Comecemos, então! Campos de Estudo da Economia A economia estuda o comportamento de indivíduos, famílias, empresas, governos, estados, países, nações e mundo. Assim, para relacionar os efeitos das ações de cada um desses agentes de modo integrado ou isoladamente, organiza-se o estudo na divisão entre a Macroeconomia e a Microeconomia. A Microeconomia é o campo de estudo da economia que estuda comportamentos individuais, setoriais, ou grupos de atividade econômicas e organizações. Trata da parte, porque estuda o equilíbrio parcial, ou os mercados específicos do sistema econômico. O conjunto de partes integra o todo da economia. O conjunto de atividades econômicas e organizações é o campo de estudo da Macroeconomia. A macroeconomia estuda o equilíbrio geral do sistema econômico, os agregados econômicos. Evite relacionar a classificação da macro e da microeconomia regiões territoriais. Produto Interno Bruto (PIB), seja de um Município, Estado ou País fazem parte da macroeconomia. O desemprego total, a inflação, os gastos do governo também são elementos macroeconômicos. Seguindo com os exemplos, a produção de apenas um bem ou conjunto de bens como a agricultura Economia 32 é microeconomia, assim como o desemprego de apenas um setor, como o automobilístico. A Microeconomia observa mercados específicos ou o equilíbrio e a formação de preços em cada mercado. Já a Macroeconomia ocupa-se do equilíbrio geral e das variações do nível geral de preços. Tanto na micro quanto na macroeconomia estuda-se o uso de recursos escassos para satisfazer as necessidades ilimitadas das pessoas. Em ambos os campos de estudos, há a observação das escolhas e decisões coletivas ou individuais, realizadas diante de inúmeras variáveis. REFLITA: Como tomar decisões em meio a tantas variáveis? Depois, veja a seguir o uso da condição “coeteris paribus”. Para o tratamento das variáveis qualitativas e quantitativas e suas análises, a Economia estabelece diálogo com as demais áreas do conhecimento incorporando diversos raciocínios, sociológicos, antropológicos, históricos, matemáticos, entre outros. Utiliza-se de observações econômicas históricas, de estudos estatísticos e de métodos quantitativos para compreender o comportamento econômico, avaliar situações e traçar estratégias. Os métodos de pesquisa e observação são formas de organizar variáveis à tomada de decisão. Em pauta no contexto de hoje, estão os raciocínios analíticos e a inteligência analítica, que exploram cotidianamente trabalhos aprofundados com métodos quantitativos e estatísticos, vinculados aos processos decisórios. Esse tipo de trabalho enriquece a base de tomada de decisões, o estabelecimento de estratégias e amplia os ganhos competitivos esperados, pelas pessoas e pelas organizações. O raciocínio analítico não retira a importância das observações históricas e das demais áreas do conhecimento que interferem no comportamento econômico. Mas, terão melhores posicionamentos estratégicos os profissionais que se utilizarem do maior número de métodos, ferramentas e instrumentos de análise das informações nos processos decisórios. A ciência de dados está em alta! Economia 33 Para estudar o comportamento econômico e os processos de tomada de decisão, precisamos compreender que há diversas variáveis que o influenciam e que precisamos isolá-las e manter as demais constantes para entender como cada uma pode afetar tal comportamento humano ou decisão. Para isso, adotamos uma expressão latina “coeteris paribus” ou “ceteris paribus”. Ela quer dizer “mantidasas demais variáveis constantes”. EXPLICANDO MELHOR: Suponha que está com fome e irá pedir uma comida em casa. O que você escolherá? Imagine neste “meio tempo” começou a chover, chegaram uns amigos e um grande amigo seu pediu uma ajuda urgente. Você ainda fará um pedido por telefone para entrega de comida em domicílio? Pedirá a mesma refeição? Como agirá? Perceba que há inúmeras variáveis que afetam o comportamento humano em sociedade. Por isso, precisamos isolar os fatos para compreender qual seria o seu comportamento a cada situação. A pergunta deveria ser feita da seguinte forma: O que você escolherá para comer, mantidas as demais variáveis constantes (coeteris paribus)? A resposta seria, por exemplo: comida japonesa. Mas, se chegarem amigos peço pizza e, se me pedirem ajuda, cancelo tudo e saio de casa. Como algo depois e assim, abro mão de me alimentar neste momento para atender a ajuda solicitada (custo de oportunidade). A Ciência Econômica se utilizou e ainda se utiliza desta condição para fazer cálculos e análises. Caso contrário, precisaria de muito mais tempo para compreender o conjunto de comportamentos que regem a economia em sociedade. Por outro lado, quando você isola as situações, você estabelece decisões a cada caso e otimiza sua escolha. Para a elaborar cenários adota-se a condição “coeteris paribus”, um processo que envolve a organização e a análise de variáveis para adotar a decisão empresarial. Por exemplo, você supõe estratégias para alcançar seus objetivos a cada cenário que elabora. Suponha que queira realizar um investimento, se a situação for favorável, você realiza o investimento Economia 34 com recurso próprio. Se a situação for outra, ou adversa, você financia seu investimento, ou ainda, se houver outra situação você pode “abrir mão” de um investimento para realizar uma aplicação financeira (custo de oportunidade). REFLITA: Escolhas têm Custo de Oportunidade. As escolhas na economia envolvem o custo de oportunidade, diante da decisão sobre o que produzir, para quem produzir e como produzir. Ele pode ser financeiro e mensurado fisicamente ou ser abstrato como a destinação do tempo, por exemplo. O custo de oportunidade de realizar a leitura deste material, implica em abrir mão de estar com os amigos, com a família, trabalhando, estudando outras disciplinas, entre outras atividades. Note que nada é de graça, quando se apresenta o uso e destinação do tempo a nossas atividades. Toda atividade deve ser remunerada e pode ser contabilizada pelo lógica do custo de oportunidade. Se você escolher ser gerente de vendas, terá que abrir mão de desempenhar outros papéis em uma sociedade. REFLITA: Se há escassez de recursos contraposta à necessidade ilimitada das pessoas, precisamos decidir sobre: o que produzir? como produzir? e para quem produzir? (Figura 7) Ao pensar o que produzir as pessoas escolhem os bens e serviços que atendem as necessidades humanas. Isto resulta nos esforços à eficácia alocativa dos fatores de produção. De modo mais direcionado, conforme nicho de mercado e público alvo, é decidido para quem serão produzidos os bens e os serviços. As técnicas e os conhecimentos utilizados para a produção são escolhidos, respondem ao como produzir, de modo eficiente. Economia 35 Figura 9 – As 3 Questões Fundamentais da Economia. PROBLEMA: ESCASSEZ DE FATORES O que produzir? Para quem produzir? Como produzir? RECURSOS ESCASSOS NECESSIDADES ILIMITADAS Fonte: As autoras. Você, organizações e o governo pensam assim para atender as necessidades ilimitadas que nos regem. Considerando a eficiência produtiva e a eficácia alocativa dos fatores, tomaremos decisões ótimas, ao equilíbrio, à felicidade e à sustentabilidade. Você toma suas decisões diárias baseando-se nos recursos que dispõe e naquilo que deseja fazer. Individualmente pensa-se o que produzir, para quem produzir e como produzir. Observe suas escolhas diárias! Todas elas têm custo de oportunidade! De modo analítico, as pessoas ou organizações tomam estas decisões baseadas no raciocínio proposto pela “Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP)” ou “Curva de Possibilidade de Produção (CPP)”. Dado um conjunto de fatores, ou recursos, qual seria a melhor forma de alocá- los de modo a compor uma combinação ótima de produtos que lhe torne mais satisfeito? Este será o próximo tema de estudo: CPP ou FPP. Depois de ter conhecido as lógicas e os raciocínios gerais da economia, bem como sua organização de estudo, procure identificar esses temas no seu cotidiano. Economia 36 SAIBA MAIS: Quer se aprofundar sobre variáveis e custo de oportunidade? Recomendo assistir ao menos 10 minutos do Vídeo: “Eduardo Gianneti ‘O Valor do Amanhã’”, acessível pelo link <https://www.youtube.com/watch?v=4vYB0rgnzoU> (Acesso em 20/08/2019). RESUMINDO: Como foi o seu aprendizado? Gostou de conhecer as lógicas, os raciocínios e a organização dos estudos da economia? Vamos resumir tudo o que vimos? Você deve ter aprendido que a economia se organiza em dois campos de estudo: a micro e a macroeconomia. Ambas possuem os estudos e a organização de variáveis para compreender de que forma fazemos uso de recursos para atender necessidades. Enquanto a microeconomia se ocupa do equilíbrio parcial, de mercados específicos, a macroeconomia observa os agregados econômicos e o equilíbrio geral. Você se lembra que todas as decisões envolvem a análise de inúmeras variáveis? Em decorrência disso, vimos que isolamos variáveis para analisar os processos decisórios, sob a condição “coeteris paribus”, mantidas as demais variáveis constantes. Também estudados que todas as nossas escolhas possuem custo de oportunidade e que nossas decisões também consideram este raciocínio. Por fim, tomamos ciência de que devido à escassez, tanto indivíduos quanto governos e empresas, pensam o que, para quem e como produzir, cotidianamente. Agora, seguimos, sistematizando nosso conhecimento, com os aprendizados sobre os conceitos gerais de economia. Economia 37 O comportamento do consumidor: demanda de bens e serviços INTRODUÇÃO: Ao término deste material você terá iniciado a aprendizagem técnica de economia. Isto confere qualidade analítica para o exercício de sua profissão. As pessoas que se ocupam com o aprimoramento técnico contínuo tendem a alcançar seus objetivos com eficácia. Os raciocínios analíticos estão em pauta no atual contexto dos negócios, porque permitem operacionalizar conceitos. Nesta produção faremos este exercício por meio da Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP). E então? Pronto para iniciar a construção destes conhecimentos? Prossiga nos seus estudos. Fatores de Produção e Bens e Serviços Os fatores de produção são classificados em: terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia. São recursos que formam os processos produtivos e que podem ser separados em físicos e financeiros, como a terra o capital e a tecnologia, e humanos, como o trabalho, a capacidade empresarial e a tecnologia. Note que a tecnologia possui uma parte física e uma parte humana. Sobre o respeito aos recursos humanos, vale ressaltar que: as pessoas detêm os meios (fatores) de produção; as pessoas ofertam e demandam fatores de produção; as pessoas agem, praticando ações e atuando nas transformações dos meios de produção; um dos meios de produção é humano, porque compõem e alteram os processos produtivos, seja decidindo ou trabalhando; a tecnologia tem um componente humano; as pessoas detêm os bens; as pessoas não são bens; as pessoas trabalham e são classificadas como um fator humano de produção; as pessoas ofertam e demandam bens e serviços, principalmente quando organizadas em empresas. Economia 38 • O Fator Terra: consiste no conjunto dos recursos naturais e nas delimitações de espaço utilizados na produção de bens e de serviços. Devem ser cuidados, preservados,recuperados e respeitados, quando utilizados nos processos produtivos, para que sejam otimizados, no curto e no longo prazo. Quanto ao seu uso, enfatiza-se a “sustentabilidade ambiental”. • O Fator Capital: pode ser físico ou financeiro. O capital físico consiste nas máquinas, equipamentos e estruturas produtivas como fábricas, galpões, prédios, entre outras infraestruturas. Quando financeiro, pode ser considerado em um estado não físico, que pode, por meio de investimentos, ser transformado em estruturas produtivas. Disto resultam os cálculos do custo do capital investido. O respeito aos valores monetários e físicos passam pela ética e pela compreensão de que os recursos financeiros têm origem nos esforços dos trabalhos cotidianos. A partir destes valores é possível direcionar novos investimentos para solucionar desde desequilíbrios sociais, por exemplo, até alternativas para a vida da espécie. • O Fator Trabalho: é o esforço humano de produção que transforma os fatores terra, capital e tecnologia. O valor trabalho deve ser respeitado em todas as suas formas, em todas as suas atividades, em todas as territorialidades. A produtividade do trabalho é um dos valores humanos mais importantes porque é o meio pelo qual se escoa a criatividade humana. A qualidade das relações sociais de trabalho amadurecem a sociedade em que vivemos. • O Fator Capacidade Empresarial: também chamada de empresariedade, que é a capacidade de dirigir empresas mediante os posicionamentos estratégicos e as soluções ótimas. Por ter origem em uma das formas de trabalho, deve ser igualmente respeitada, reconhecida e valorizada entre os demais fatores. Este fator representa o comportamento empreendedor das pessoas que direciona e mobiliza novos investimentos e alternativas para o uso de recursos e o atendimento de necessidades. Economia 39 • O Fator Tecnologia: a tecnologia tem uma parte abstrata e uma parte material. Trata-se da interação de técnicas e de conhecimentos capaz de reunir, reorganizar, repensar e redirecionar o uso dos demais fatores para o atendimento das necessidades ilimitadas. Pode-se considerar a tecnologia como inerente ou externa aos seres humanos, mas, de modo geral, uma interação que resulta na materialização de processos criativos de produção. A tecnologia pode ou não ser uma inovação e tem origem nas interações e pensamentos humanos. Os fatores de produção se transformam ou são transformados em bens e serviços, e existem critérios para as classificações dos bens (Figura 10). Figura 10 – Fatores, Bens e Processos Produtivos. Fatores de produção • Terra • Capital • Trabalho • Capacidade empresarial • Tecnologia Processos produtivos • O que produzir? • Para quem produzir? • Como produzir? Bens: produtos e serviços • Bens intermediários • Bens de capital • Bens finais. RECURSOS ESCASSOS NECESSIDADES ILIMITADAS escassez Fonte: As autoras. Classificações de Bens: • Quanto à escassez os bens podem ser: econômicos ou livres. Por exemplo, a energia solar disponível na forma de raios solares é um bem livre. Os demais tipos de bens são considerados econômicos porque são escassos, como a água, por exemplo, ou qualquer produto ou serviço que se deseje consumir. Economia 40 • Quanto ao nível de renda e consumo, os bens podem ser: Bem de Consumo; Saciado ou Bem Normal; Bem de Luxo; e Bem Inferior. • Bens públicos, são de domínio público como praças, iluminação, vias, ruas, placas, pontos de ônibus, entre outros bens disponíveis mediante gasto do recurso público para atender necessidades coletivas. • Comparativamente, os bens podem ser: Bem Substituto; Bem Concorrente; Bem Complementar. Substitutos podem ser perfeitos, como camiseta branca e camiseta bege; ou imperfeitos, como camiseta e regata. Bens concorrentes competem entre si; e bens complementares precisam ser consumidos em conjunto para serem úteis, como pasta de dente e escova de dentes. • Quanto à finalidade, os bens podem ser de Consumo Final e Bem de Consumo Intermediário. Os bens de consumo final podem ser Duráveis, e Não Duráveis, quando perecíveis em um curto período de tempo. • Nos processos produtivos os bens Intermediários são transformados pelos bens de Capital, em bens Materiais (Produtos) ou Bens Imateriais (Serviços). Os bens de capital são máquinas, equipamentos, infraestruturas e estruturas produtivas físicas, que transformam os bens intermediários. Há, portanto, tipos de bens e serviços, que variam de acordo com sua utilidade, etapa do processo produtivo, entre outras classificações. Produtos são bens materiais e serviços são bens imateriais. Conforme o uso, os bens podem ser duráveis ou não-duráveis. Já conforme o processo produtivo, há os bens intermediários, consumidos no processo; os bens de capital, utilizados para a transformação dos bens intermediários; e os bens finais, que resultam do esforço produtivo. Bens de capital são máquinas e equipamentos utilizados para a transformação de insumos e de bens intermediários em bens finais ou serviços. Esta é a lógica de uma cadeia produtiva. Uma cadeia produtiva é o resultado da atividade econômica. Ela é composta por agentes e pelas relações estabelecidas entre eles no processo de organização da Economia 41 produção e da geração de bens e serviços. Em contrapartida do esforço produtivo está a remuneração dos fatores de produção e dos bens e serviços. Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) A partir da FPP é possível compreender visualmente alguns raciocínios que fundamentam a teoria econômica: o Custo de Oportunidade, a Capacidade Ociosa, a Impossibilidade de Produção, o Pleno Emprego dos Fatores, bem como a necessidade de compartilhar técnicas e conhecimentos ou a tecnologia e avançarmos na satisfação dos nossos desejos. Os Avanços Tecnológicos podem provocar alterações nos níveis da Atividade Econômica. A FPP representa a máxima capacidade de produção de dois bens, utilizando todos os recursos disponíveis, em um determinado período de tempo. A Figura 11 tem um esboço da curva (CPP). 1. Pleno Emprego: qualquer ponto sobre a curva (CPP) indica a combinação de produção do bem X e do bem Y. Trata-se da produção de 2 bens ou serviços, em pleno emprego. Note que cada eixo representa um bem diferente do outro, e se desejássemos analisar um conjunto de bens maior que dois, haveria a necessidade de representar mais eixos na figura. Por isso, esta suposição, limitada a dois bens, é feita para a compreensão conceitual, visto que na prática um indivíduo, uma organização ou uma sociedade produz uma gama incontável de bens e serviços por meio de suas ações e atividades cotidianas. 2. Capacidade Ociosa: ocorre quando os fatores de produção não estão sendo plenamente empregados. Há, portanto, a possibilidade de operamos em capacidade ociosa e, desta forma, não utilizamos todos os fatores de produção. Quando em capacidade ociosa, é possível ampliar a produção dos bens X e Y até atingir o pleno emprego. Qualquer ponto dentro da curva, ou, o espaço interno à fronteira mostra que há recursos ociosos. Economia 42 3. Impossibilidade de Produção: representa a combinação de produção dos bens X e Y que não é possível atingir com os fatores disponíveis. Trata-se do espaço externo à curva e também pode ser considerado níveis potenciais de produção, caso alternativas sejam encontradas à ampliação da capacidade de produção. Em um dado período de tempo, não há recursos disponíveis àquele nível de produção de bens ou serviços. 4. Avanço Tecnológico: expansão da curva, devido às soluções tecnológicas. Caso todos os recursos (terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia) estejam em pleno emprego, apenas um fator pode ser variável: a tecnologia. Ela pode deslocar a CPP e ampliar as combinações de produção do bem X e do bemY. 5. Custo de Oportunidade: renúncia feita em função de escolhas. Tudo aquilo que se abre mão de produzir, por ter decido produzir outro bem. Em pleno emprego, quando direcionamos todos os fatores de produção ao bem X, a produção do bem Y é nula. A partir deste ponto, ao decidir ampliar a produção do bem Y, é necessário abrir mão da produção do bem X. Na Figura 9, as flechas indicam as variações da produção decorrentes do custo de oportunidade. A CPP pode ser utilizada para compreender os limites da produção de um indivíduo, de uma empresa, de uma organização, de um país ou do mundo. Na prática, para que sejamos mais produtivos no mundo precisamos compartilhar estas técnicas e conhecimentos disponíveis para que todos tenham acesso e possam fazer parte do sistema econômico. Trata-se de um esforço para que pessoas saiam da linha de miséria e da pobreza e passem a trabalhar de modo produtivo, reduzindo a fome, a desigualdade social e a criminalidade. Economia 43 Figura 11 – Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP) Pleno emprego: os fatores de produção estão sendo plenamente empregados na produção do bem X e do bem Y. Impossibilidade de produção: não há fatores disponíveis para a produção do bem X e do bem Y. Custo de oportunidade: reduzir a produção do bem X para iniciar a produção do bem Y, quando em pleno emprego. Avanço tecnológico: alternativas encontradas para aumentar a produção do bem X e do bem Y, mantendo os demais fatores constantes. Capacidade ociosa: os fatores de produção não em pleno emprego para a produção do bem X e do bem Y. BEM X 1 4 0 2 BEM Y 5 3 Fonte: As autoras. Na FPP da Figura 12 é possível operacionalizar os conceitos descritos a partir da Figura 11. Siga com as interpretações: 1. Pleno Emprego: a CPP tem algumas combinações de produção de dois bens: carros tipo A e carros tipo B, que podem ser de luxo e populares, respectivamente. Observe no Quadro 1 os volumes de produção de carros tipo A e B. Em pleno emprego, quando são produzidas 6.000 unidades do carro tipo A, são produzidas 7.000 unidades de carros tipo B. 2. Capacidade Ociosa: observe o ponto que combina a produção de 5.750 unidades de carro tipo A e 7.000 unidades de carro tipo B. Neste nível de produção a empresa opera em capacidade ociosa. 3. Impossibilidade de Produção: o ponto marcado fora da CPP, que combina a produção de 6.500 unidade de carro tipo A e 13.000 unidades de carro tipo B, representa um nível de impossibilidade de produção, neste período de tempo. Com os fatores disponíveis, não é possível produzir esta combinação de carros tipo A e B. 4. Avanço Tecnológico: para atingir níveis mais elevados de produção, que vão além da CPP, a empresa precisa encontrar alternativas de usos dos recursos escassos. Os pontos de impossibilidade de produção se tornam potenciais alcances produtivos, quando admitimos a existência dos avanços tecnológicos. Os avanços Economia 44 tecnológicos podem ocorre para o carro tipo A ou para o carro tipo B, ou, para o carro tipo A e carro tipo B. 5. Custo de Oportunidade: a partir do ponto que combina a produção de 6.250 unidades de carro tipo A e 0 unidades de carro tipo B, é possível iniciar a produção de 7.000 unidades de carro tipo B, abrindo-se mão de 250 unidades de carros tipo A. Na sequência, o custo de oportunidade de aumentar 2.500 unidades de carro tipo B, seria deixar de produzir mais 250 unidades de carro tipo A. Note que a cada 250 unidades que se deixa de produzir do carro tipo A, são incrementadas cada vez menos unidades de carro tipo B. Em um primeiro momento, 250 unidade de carro tipo A corresponderam á produção de 7.000 unidades de carro tipo B. Em um segundo momento, 250 unidades do carro tipo A corresponderam à produção de mais 2.500 unidades de carro tipo B, que corresponde a um total de 9.500 unidades produzidas. Assim, podemos afirmar que a produção de carros tipo B cresce a taxas cada vez menores, a cada 250 unidades sacrificadas de carro tipo A. A Lei dos Rendimentos Decrescentes, diz que dada uma capacidade de produção, na medida que se incrementam fatores, a produção cresce a taxas cada vez menores. Observe, no Quadro 2, as variações de produção utilizadas para medir o custo de oportunidade e sua variação gráfica (Figura 11). Quadro 2 – Dados – Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP): Exemplos. Carros Tipo A (Vol. de Produção – em unidades) Carros Tipo B (Vol. de Produção – em unidades) Variação – Carros Tipo A Variação – Carros Tipo B 6.250 0 - - 6.000 7.000 250 7.000 5.750 9.500 250 2.500 N ... N ... N ... N ... 0 13.000 5.750 3.500 Fonte: As Autoras Economia 45 Figura 12 – Fronteira de Possibilidade de Produção (FPP): Exemplos Carros Tipo A 0 Carros Tipo B Custo de oportunidade 6.500 6.250 6.000 5.750 7.000 9.500 Pleno emprego Impossibilidade de produção Avanço tecnológico Capacidade ociosa 13.000 13.500 Fonte: As Autoras Você iniciou a aprendizagem da operacionalização técnica dos conceitos dos estudos econômicos. Procure aplicar estes conhecimentos no seu dia a dia, observando as diversas capacidades de produções de bens e serviços. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar mais no tema sobre avanços tecnológicos e raciocínios analíticos? Recomendo assistir ao Vídeo: “A história da Inteligência Artificial - TecMundo” (TECMUNDO, 2019) acessível pelo link <https://bit.ly/2QkbItl> (Acesso em 10/02/2020). Você sabia que a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) possui estatísticas sobre a capacidade e o volume de produção de veículos no Brasil? Para saber mais, acesso o site da ANFAVEA pelo link: <https://bit.ly/3a9DdfZ> (Acesso em 10/02/2020). Economia 46 RESUMINDO: E então? Gostou de operacionalizar conceitos sistematizando-os em gráficos? Vamos revisar os conteúdos desta produção letiva? Primeiramente, conhecemos os fatores de produção: terra, capital, trabalho, capacidade empresarial e tecnologia. Vimos que estes fatores são alocados nos processos produtivos para a produção de bens e serviços. Para desenvolver a linha de raciocínio da economia, operacionalizamos as três questões fundamentais (o que, como e para quem produzir) na fronteira de possibilidade de produção (FPP). Você deve ter aprendido que a fronteira expressa a escolha sobre “o que produzir”, que, a partir do conhecimento do público alvo, consegue direcionar a produção compreendendo “para quem produzir”. As escolhas dos níveis de produção e a alocação dos fatores na FPP, representam o “como” produzir. A FPP sintetiza a operacionalização de cinco conceitos: o Pleno Emprego, a Capacidade Ociosa, a Impossibilidade de Produção, os Avanços Tecnológicos e o Custo de Oportunidade. Economia 47 BIBLIOGRAFIA ALBERGONI, L. Economia. IESDE BRASIL S/A. Curitiba – PR. 2008. Acesso em: 30 de dez de 2019. Disponível em: http://bit.ly/3bYsJPS. ALMEIDA, D. CASTRO,D. HENRIQUE, G. BASUS, F. ALMEIDA, J. TEODORO, J. (s.d.). Os dez princípios básicos de economia: uma relaçao entre a teoria e o cenário economico atual. Universidade Federal de Viçosa. Campus Florestal. 2011. Acesso em 30 de dez de 2019, disponível em: https://rl.art.br/arquivos/3938588.pdf. BARBOSA, Ricardo. Economia Introduçao. 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