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Autor: Prof. Egidio Shizuo Toda
Colaboradores: Alexandre Ponzetto
 Adilson Silva Oliveira
Artes Visuais Integrada
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Professor conteudista: Egidio Shizuo Toda
Pesquisador em Estética, Linguagem da Arte e Leitura da Imagem pelo IPCA de Barcelos, Portugal (2012). 
Pesquisador pelo Grupo de Pesquisa em Arte e Mediação Cultural coordenado pela Profa. Dra. Mirian Celeste 
Martins (até 2013). Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie 
(2013). Especialista em Comunicação e Mídia pela Universidade Paulista (2012). Graduado em Comunicação Digital 
pela Universidade Paulista (2006). Técnico em Formação Avançada em Fotografia Profissional pelo Senac (2011). 
Professor de pós‑graduação – lato sensu em Prática e Produção de Imagens em Fotografia e Audiovisual pela UPM 
– Mackenzie (desde 2015), professor de graduação no sistema presencial em Comunicação Social e Comunicação 
Digital nos cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Propaganda e Marketing, Fotografia e Design Gráfico 
na Universidade Paulista (desde 2008) e professor de graduação no sistema interativo de EaD em Artes Visuais na 
Universidade Paulista (desde 2014). Palestrante nos seguintes congressos: Expo Ciee 2014, Fórum 2014, Fórum 
Teenager de Universidades e Profissões, Congresso Mundial ICOM – Rio de Janeiro, Brasil, 2013; Congresso 
Internacional de Arte – Lisboa, Portugal, 2012; Congresso Mundial de Comunicação e Arte – Guimarães, Portugal, 
2012; Congresso Ibero‑americano de Docência Universitária – Porto, Portugal, 2012. Trabalhou como diretor de 
arte/designer gráfico na Editora Abril S.A. (1984 a 2003); editor de arte/designer gráfico na Editora Peixes (2003 a 
2008); fotógrafo profissional nas categorias de retrato, still‑life e turismo (desde 1994) e diretor de arte e fotógrafo 
freelancer pelo estúdio EST Comunicação Visual (desde 2008).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T633a Toda, Egidio Shizuo.
Artes Visuais Integrada. / Egidio Shizuo Toda. – São Paulo: 
Editora Sol, 2016.
120 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2‑004/16, ISSN 1517‑9230.
1. Artes visuais. 2.Era digital. 3. Tecnologia da Informação e 
Comunicação (TIC). I. Título.
CDU 7.01 
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas RIcardi
 Virgínia Bilatto
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Sumário
Artes Visuais Integrada
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 ARTES INTEGRADAS ....................................................................................................................................... 13
2 EDUCAÇÃO NA ERA DIGITAL ...................................................................................................................... 15
3 A EAD E A EDUCAÇÃO NO BRASIL ........................................................................................................... 17
3.1 Conceitos, teorias e a história da EaD no Brasil e suas bases legais ............................... 17
4 UMA NOVA APRENDIZAGEM ATRAVÉS DAS ARTES INTEGRADAS .............................................. 23
4.1 Quando as artes se cruzam e se complementam.................................................................... 38
4.1.1 As artes visuais e a dança .................................................................................................................... 39
4.1.2 A música e o teatro ................................................................................................................................ 44
4.2 Um método, várias linguagens: a criação de um sistema pedagógico único 
através de múltiplas ações artísticas ................................................................................................... 49
Unidade II
5 A EAD E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) ........................................... 68
5.1 A educação através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) ................................. 74
6 CRIATIVIDADE, INTERATIVIDADE E INTEGRAÇÃO SERÃO AS NOVAS PALAVRAS 
DE ORDEM ............................................................................................................................................................. 78
7 CONHECIMENTO COMO REDE: A METÁFORA COMO PARADIGMA E COMO PROCESSO .............. 90
8 AS DIFERENÇAS ENTRE PLURIDISCIPLINARIDADE, INTERDISCIPLINARIDADE E 
TRANSDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO ............................................................................................... 93
8.1 A informática como ferramenta de aprendizagem ..............................................................101
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APRESENTAÇÃO
Este livro‑texto pretende apresentar a você, aluno de Artes Visuais, conhecimento para que possa 
compreender a formação das Artes Visuais Integradas, fornecendo‑lhe subsídio para compreensão dos 
conceitos sobre a integração, da fragmentação das partes para fazer um todo. Ou seja, o propósito é 
separarmos as ações para um entendimento fragmentado e unir as peças para podermos entendê‑las 
de forma única.
A ideia das Artes Visuais Integradas é mostrar que todas as formas de arte e outras áreas da criação 
humana possuem a mesma origem e se complementam. No final deste livro‑texto constam todas as 
obras usadas como referência para elaboração desse conteúdo. Utilize as referências para ampliar seu 
conhecimento.
Você está realizando um curso universitário para se tornar um profissional de mercado em 
comunicação visual. Logo, terá que pesquisar, ler muitos textos e escrever bastante, uma vez que essas 
ações fazem parte das ferramentas utilizadas no curso e na construção da profissão. Assim, para obter 
qualquer conhecimento, você precisa ir buscar estas informações.
Por falar em textos e leituras, acreditamos que seja apropriado apresentar como foi a busca do saber 
e aprimoramento nas Artes Visuais Integradas a partir de contatos, apreciações, percepções, mediações, 
estudos e teorias sobre a formação da arte‑educaçãoatravés da aproximação das Artes e cultura.
Na Unidade I, vamos discursar sobre como as Artes Integradas e a educação a distância (EaD) 
determinaram um novo caminho para os rumos que tomam a educação atual, como processo educacional 
geral e também no âmbito específico da arte‑educação, trilhando um novo contexto da história da 
educação brasileira. Iremos também descobrir os conceitos envolvendo a EaD, suas teorias e abordagens 
no processo educacional e toda a história de seu marco no Brasil e no mundo, a partir de um passeio 
sobre seus rumos nos Estados Unidos da América, Europa e Brasil.
Veremos ainda a diversidade disciplinar aplicada em um novo sistema de aprendizagem através das 
Artes Integradas. Todos os esforços vão ao encontro da integração das partes, os esforços e iniciativas 
para aproximar a teoria da prática. A intenção foi mostrar que com criatividade, interatividade, 
multidisciplinaridade, pluralidade e integração construímos, através destas diferentes áreas, um só 
conteúdo e um único aprendizado.
Foram descritos alguns estudos para ilustrar a diversidade das Artes Visuais e como introduzir o 
aprendizado da arte em diferentes aspectos e abordagens.
O primeiro estudo foi feito através da mediação cultural e a experimentação artística para a 
formação dos conhecimentos das Artes Visuais. Foi testada a aplicação de alguns modelos metodológicos 
do curso de pós‑graduação – mestrado e doutorado em Educação, Arte e História da Cultura para 
exemplificar a ação do ensino integrado e da formatação do método pedagógico formado através 
da interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e multidisciplinaridade nos estudos e no ensino, com a 
mediação de cinco pessoas que participaram das festas populares promovidas pelos descendentes dos 
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portugueses, italianos, alemães, japoneses e africanos na cidade de São Paulo e suas visões das artes 
visuais apreciadas.
Outro estudo proposto é o projeto desenvolvido no Programa de Estudos das Artes do Estado de São 
Paulo. Através de quatro linguagens artísticas, um grupo de pesquisadores, autores, professores, alunos e 
especialistas em linguagens da arte e processos na educação de todo o estado de São Paulo desenvolveu 
um trabalho coletivo chamado de Ensinar e Aprender – Arte.
A produção deste projeto baseou‑se na correção de fluxo do conteúdo ministrado em aulas e também 
serviu para construir eixos para dar caminhos à conduta do ensino de arte. Várias linguagens artísticas 
foram testadas e analisadas como objetos de estudos, como as artes visuais, a dança, a música e o teatro.
Um terceiro estudo foi a explanação da disciplina de Cultura e Pensamento Social, do mestrado de 
Educação, Arte e História da Cultura, com o método de ensino aplicado por aulas explicativas recheadas 
de intertextualidade, exibições de filmes e documentários para ilustrar os fatos históricos e como estes 
acontecimentos interferem nas produções artísticas. A música entra como processo educativo por meio 
de ritmos e categorias criadas em cada período. A comunicação midiática se dá através de materiais de 
apoio como revistas, jornais, textos e documentos para o complemento do ensinamento e entendimento 
e a apresentação de grupos para o aperfeiçoamento de técnicas de montagens e de comportamento 
diante o público.
A hipermídia se efetiva como utilização do conjunto de texto, imagens, gráficos, sons e vídeos 
apresentados em um meio eletrônico computadorizado, além da apresentação do trabalho sobre os 
grandes musicais da Record e a Era dos Festivais, que marcaram a época de ouro da música no Brasil, e 
o Cinema Novo brasileiro de Glauber Rocha e Cacá Diegues, na época da ditadura.
Na unidade II, veremos como as Tecnologias da Informação e Comunicação, ou TICs, são aproveitadas 
na EaD. A utilização do ambiente virtual para a aprendizagem completa a metodologia empregada para 
a aprendizagem na atualidade. Os acessos de ferramentas digitais, de informação e de comunicação 
aceleram e se modificam para o aperfeiçoamento da estrutura pedagógica moderna.
A partir das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, ou NTICs, entendemos como a educação 
e a tecnologia caminham juntas e são indissociáveis, podendo ser usadas como instrumento de elevação 
da qualidade de vida do ser humano, contribuindo para a sua formação humana, ética e profissional.
Com as NTICs e o acesso à rede mundial de computadores, a educação de qualidade se torna possível 
a todos, sobretudo àqueles que trabalham e não possuem recursos e tempo para frequentar regularmente 
uma escola de Ensino Superior.
Mas o caminho trilhado não foi fácil. Esbarramos com as bases legais para que este projeto de 
aprendizagem fosse possível. Foram necessários anos e que leis fossem estabelecidas para que seu êxito 
fosse alcançado. A exemplo, no Brasil, a EaD ainda está bastante relacionada à formação de adultos 
(graduação, pós‑graduação, especialização, cursos de curta duração, capacitação profissional etc.), mas 
o cenário está, aos poucos, mudando. Com a reformulação, em 1996, das Leis de Diretrizes e Bases da 
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Educação Nacional (LDBEN), foi oficializada a modalidade a distância no país, podendo atingir todas as 
idades e alunos.
Descobrimos os novos horizontes para o aperfeiçoamento da EaD com a criação dos AVAs (Ambientes 
Virtuais de Aprendizagem) e os sistemas de informação para o apoio à EaD baseados nas tecnologias 
da web. Tais sistemas podem oferecer diferentes ferramentas colaborativas, síncronas e assíncronas que 
permitem a utilização de diversas mídias para apoiar a educação a distância.
Para o ensino do futuro, a ordem é criatividade, interatividade e integração, que serão as novas 
diretrizes. A cibercultura está baseada na atividade integrada, que se dá quando ocorre a transição da lógica 
da distribuição (transmissão) para a lógica da comunicação (interatividade). Isso significa modificação 
radical no esquema clássico da informação baseado na ligação unilateral emissor‑mensagem‑receptor.
Partindo dessa concepção de conhecimento em informação, aprendemos a compreensão de novas 
práticas pedagógicas em sala de aula representando novos horizontes a serem seguidos neste período 
de mudanças sociais e educacionais no Brasil. É preciso conhecer e aplicar novas possibilidades de ação 
de aprendizagem, além das intervenções artísticas, para um método eficaz em Artes Visuais.
Em busca da superação dessa fragmentação, uma possibilidade de mudança é pensar na educação 
pluri, inter e transdisciplinar, baseada na integração das disciplinas, permitindo a construção de uma 
compreensão ampla e abrangente do saber.
Sendo assim, não basta que o aluno e o professor terminem o curso superior achando que não 
precisam se atualizar. Cabe ao professor investir em seu autoconhecimento e autodesenvolvimento 
para que possa oferecer um ensino de qualidade, e, ao aluno, ir atrás de informações para construir um 
repertório rico em conteúdos. Esperar que as coisas aconteçam nada resolve; é preciso buscar.
 Observação
Para entender melhor sua leitura: na universidade, são necessárias 
certas normas. Assim, neste livro‑texto vamos utilizar uma que se chama 
autor/data. Cada vez que usarmos uma obra de algum autor, você verá o 
bloco de texto que foi copiado, separado. Portanto, além do sobrenome e 
o ano, aparecerão também as páginas em que o texto se encontra na obra. 
Por exemplo: MAIA, 2007, p. 50.
INTRODUÇÃO
A interdisciplinaridade, a transdiciplinaridade e a multidisciplinaridade na diversidade da 
educação a distância e das Artes Visuais Integradas
Para que o acesso ao conhecimento que cerca as Artes Visuais seja bem‑sucedido,é necessária uma 
boa base de informações sobre os diferentes movimentos e linguagens que envolvem as artes. A partir 
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do entendimento destas partes, estamos aptos para entender os mais variados tipos de linguagens 
artísticas mesclando mediação, teoria e prática.
O resultado dessa mistura é a base de construção das Artes Visuais Integradas, bastando entender 
cada parte separada, selecionar as melhores ações e adicionar e aplicar essas ações como estrutura 
pedagógica, somando seu próprio tempero, sua criatividade e estilos personalizados para o ensinamento.
Inicialmente, vamos entender o funcionamento da educação a distância em sua totalidade, o 
conceito que envolve essa estrutura educacional, suas teorias e história evolutiva associadas com os 
fenômenos do conhecimento, e também desvendar as leis que regem a EaD no Brasil e no mundo e 
buscar entender por que este método vai mudar os rumos da educação.
Aprenderemos a buscar referências a partir de exercícios em sala de aulas, através das artes visuais, 
dança, teatro e música, aplicando abordagens diferenciadas, e veremos as possibilidades de mediação 
de outros tipos de arte, como aquelas encontradas nas festas populares de outros países com outros 
costumes. Essa mediação permite aproximar‑se de linguagens de diferentes povos e trabalhar olhares 
diversos. E também realizaremos o estudo sobre outros processos educacionais, as artes em outras 
épocas da história do Brasil, além de como foi construída a linguagem dos grandes musicais na televisão 
e o cinema brasileiro da ditadura.
Para tanto, é preciso uma investigação do conhecimento das partes fragmentadas, descobrir a razão 
e como aplicar o todo, a partir das principais partes estudadas. Ernest Fischer (2007, p. 12) diz que
[...] milhões de pessoas leem livros, ouvem música e vão ao teatro e ao 
cinema. Por quê? Dizer que procuram distração, divertimento, a relaxação, 
é não resolver o problema. Por que distrai, diverte e relaxa o mergulhar dos 
problemas e na vida dos outros o identificar‑se com uma pintura ou música, 
o identificar‑se com tipos de um romance, de uma peça ou filme? Por que 
reagimos em face dessas “irrealidades” como se eles fossem a realidade 
intensificada? Que estranho, misterioso divertimento é esse?
Responder a essas questões é desvendar o segredo para uma boa integração.
Além disso, faremos o estudo de algumas partes das artes visuais, de como o cruzamento dessas artes 
acontecem e se complementam, de como ler e entender as artes visuais, da melhor forma de trabalhar 
essa linguagem com os alunos para que se possa ir além da decoração das paredes e corredores, de como 
entender os espaços e as relações dos corpos com a prática da dança e de como desenvolver a audição 
e a identificação das diversas origens do som, assim como os diferentes ritmos de dança e suas práticas. 
Por fim, estudaremos o Teatro, o trabalho da sensibilidade com a interpretação e expressão emocional, 
o teatro dramático, humorístico e musical e o acesso às ações cênicas, peças, autores e profissionais que 
trabalham com esse mágico mundo das artes cênicas.
Aplicaremos as práticas em aula e trabalhos relacionados no curso do mestrado em Educação, Arte e 
História da Cultura. Na mediação da arte, veremos a interação entre arte e as festas populares de diversos 
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países que ocorrem na capital paulista, assim como o estudo dos grandes festivais que aconteceram na 
televisão brasileira e uma parte da história do cinema brasileiro.
Quando as artes visuais encontram a educação a distância
Outro aspecto relevante tratado é o da importância da evolução do estudo a distância, as tecnologias 
da informação e a troca do ambiente para o ensinamento da educação, assim como, para a produção 
da educação atual, aprender sobre os TICs (que ajudam na aprendizagem) e os AVAs (que criam novos 
rumos e métodos da educação na atualidade).
Em primeiro lugar, vamos entender todo o processo do ensinamento feito para lugares distantes. 
Quais as ferramentas que o professor precisa ter na EaD? Como a criatividade, a interatividade e a 
integração serão vistas e aproveitadas nesse novo modelo de ensino? Como será a formação do professor 
e sua competência acerca das atividades que serão ministradas? Nesse novo processo, todas as questões 
serão analisadas e respondidas.
Veremos abordagens e processos de ensino da ação instrucionista e construcionista, formando uma 
grande linha conceitual de aprendizagem com o objetivo de desenvolver o ensino de diferentes áreas 
do conhecimento por meio dos computadores, o emprego de computadores em diferentes níveis e 
modalidades, dependendo da abordagem adotada, e a ação em diferentes planos, como nos educadores, 
educandos, computadores e softwares ou programas computacionais.
Percebemos que múltiplas e variadas são as raízes da ideia de rede como metáfora para o 
conhecimento, sendo necessárias depurações iniciais para se pensar o significado desse conhecimento 
como rede. Assim, estudaremos como a internet e os projetos de aprendizagem ajudam na formulação 
final de EaD. É importante lembrar que apenas a internet não fará com que os educandos desenvolvam 
conhecimento e inteligência. Desse modo, sugerimos que os educadores trabalhem com projetos de 
aprendizagem que favoreçam a autonomia e o desenvolvimento de competências.
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ARTES VISUAIS INTEGRADA
Unidade I
AS ARTES INTEGRADAS E A EAD NO CONTEXTO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA
1 ARTES INTEGRADAS
Quais as relações das artes visuais, dança, música, teatro, festas populares, programas de televisão, 
cinema, entre outras áreas das artes, para o aprendizado da arte‑educação? Podemos manter uma 
comunicação entre todas as que envolvem as artes para um método pedagógico eficaz? Parece que as 
áreas expostas divergem em seu contexto, mas todas são resultado dos esforços da criação artística da 
mente humana e por isso são intrinsicamente ligadas.
É comum separarmos as ações para um entendimento fragmentado e nos esquecermos de unir as 
peças para podermos entendê‑las de forma única. A ideia das Artes Integradas é mostrar que todas as 
formas de arte e outras áreas da criação humana possuem a mesma origem e se complementam.
Vários pesquisadores da educação do século XX, como Edgar Morin, vêm estudando a fragmentação 
do ensino e do pensamento humano como corrente de um novo tipo de ensino.
Temos como outro exemplo, ainda no início do século XX, em 1910, o artista abstrato Wassily 
Kandinsky, que estudou as partes separadas da relação das cores, dos sons e das formas para um 
único tipo de expressão artística. Temos também os expressionistas, que aplicaram os estudos das 
partes separadas, como a expressão da emoção e do sentimento aplicados na pintura, em um só 
contexto nas artes.
Figura 1 – Obra do artista abstrato Wassily Kandinsky
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Unidade I
Todos os esforços vão ao encontro da integração das partes. Mas, apesar de todas as iniciativas, de 
aproximar a teoria da prática, vemos ainda uma grande distância entre elas. Alguns cursos oferecem uma 
educação diferenciada, associados a currículos restritos, mas que se afastam das linguagens artísticas.
 Lembrete
A proposta das Artes Visuais Integradas é apresentar as diferentes 
facetas das artes e não só o lado da dança ou só da música, por exemplo. 
É mostrar que com a criatividade, interatividade, multidisciplinaridade,pluralidade e a integração, construímos, através destas diferentes áreas, 
um só conteúdo e um único aprendizado.
Ernest Fischer, em seu livro A Necessidade da Arte (1976, p. 12), diz:
Milhões de pessoas leem livros, ouvem música, vão ao teatro e ao cinema. Por 
quê? Dizer que procuram distração, divertimento, a relaxação, é não resolver 
o problema. Por que distrai, diverte e relaxa o mergulhar dos problemas e na 
vida dos outros, o identificar‑se com uma pintura ou música, o identificar‑se 
com tipos de um romance, de uma peça ou filme? Por que reagimos em 
face dessas “irrealidades” como se eles fossem a realidade intensificada? Que 
estranho, misterioso divertimento é esse? E se alguém nos responde que 
almejamos escapar de uma inexistência insatisfatória para uma existência 
mais rica através de uma experiência sem riscos, então uma nova pergunta 
se apresenta: por que nossa própria existência não nos basta? Por que esse 
objeto de completar a nossa vida incompleta através de outras figuras e 
de outras formas? Por que, da penumbra do auditório, fixamos nosso olhar 
admirado em um palco iluminado, onde acontece algo que é fictício e que 
tão completamente absorve nossa atenção?
É claro que o homem quer ser mais que ele mesmo. Que ser um homem 
total. Não lhe basta ser um indivíduo separado; além da parcialidade da 
sua vida individual, anseia uma “plenitude” que sente e tenta alcançar, uma 
plenitude de vida que lhe é fraudada pela individualidade e todas as suas 
limitações; uma plenitude na direção da qual se orienta quando busca um 
mundo mais compreensível e mais justo, um mundo que tenha significação.
Diante desse pensamento, nosso objetivo é que não fiquemos presos apenas às cores e formas das 
artes visuais ou à interpretação e improvisação do teatro, mas trabalhemos de forma que todas essas 
linguagens sejam elementos inseparáveis, em um processo de constante construção e descoberta. As 
Artes Visuais Integradas vêm trazer a experiência da prática com o estudo da teoria, em um curso que 
vai além da pedagogia tradicional, mostrando uma somatória de várias experimentações e provocações, 
com o objetivo de produzir educação, arte e cultura.
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ARTES VISUAIS INTEGRADA
2 EDUCAÇÃO NA ERA DIGITAL
Em tempo de aldeia global e da rapidez do acesso à informação, como devemos agir diante da 
renovação, do recomeço e da reinvenção? A convivência baseia‑se no acompanhamento social e na 
vida em comunidade. Essas ideias da rapidez das mudanças são características do conceito digital. O 
processo digital está baseado em ambientes que se modificam o tempo todo como agentes de transição 
ou mudança. A educação atual acompanha esse processo de velocidade da informação, moldando seu 
método pedagógico em conceitos que acompanham o ambiente digital.
Figura 2 – A educação e a evolução tecnológica na Era Digital
Álvaro Guillermo Souto (2002), professor, escritor, arquiteto e designer, esclarece a relação da 
educação com o ambiente digital. O acesso dessa tecnologia em nosso cotidiano e em nossas relações 
sociais faz com que a educação acompanhe essa evolução. No ambiente digital, a inovação está 
relacionada à atualização constante dos mecanismos e ferramentas tecnológicas; já na educação, o 
sistema de aprendizado permite uma atualização mais rápida com o auxílio dessa tecnologia digital. 
Quando tal relação acontece, educação versus ambiente digital, todas as fórmulas do ensino ficam 
potencializadas.
O sistema educacional aumenta sua potência quando há uma interferência do mundo real para 
o virtual. Podemos transformar o mundo real em uma nova realidade presente através da tecnologia 
digital, inovando assim todo o processo na abordagem de ensino.
Esse conceito de atualização e renovação leva‑nos ao processo tradicional de educar, ou seja, o aluno 
almeja conhecer novidades ao longo do período em que frequenta um curso e o professor sistematiza 
seus métodos para que esse aluno possa aprender. Essa constante atualização do conhecimento está 
inserida na evolução do homem como indivíduo e membro de uma sociedade e rege também as regras 
evolutivas em relação à tecnologia. Portanto, a evolução humana é totalmente relacionada ao avanço 
tecnológico e ligada às novas tecnologias da informação como papel principal.
Atualmente, a Tecnologia da Informação avança rapidamente e atende, além da área da 
comunicação, também o terreno da aprendizagem, com a educação digital. Quando essa educação 
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digital age em favor do homem, cria‑se um imenso valor educacional, transformando a guerra do 
homem em paz, ou seja, a luta travada pelo professor que quer ensinar e o aluno que quer aprender. 
A associação da educação com as novíssimas tecnologias da informação, priorizando o sistema 
educacional, leva ao homem, de uma forma mais rápida, à compreensão da vida, e assim contribui 
para a cultura e o entendimento da paz.
Esse conceito de atualização aproxima‑nos do conceito de educação 
ao longo de toda a vida com a necessidade da constante atualização do 
conhecimento [...].
Cabe ressaltar o papel essencial da educação no desenvolvimento do 
indivíduo e das sociedades em que as novas tecnologias da informação 
inserem‑se como papel fundamental, ditadas hoje pela tecnologia digital 
– no entanto, com a clareza para valorizar a educação, e não a tecnologia, 
pois esta propiciará a possibilidade de compreensão da vida e assim “estará 
contribuindo para uma cultura da paz” (SOUTO, 2002, p. 69).
O autor reforça a ideia de que no futuro da educação, a relação do sistema pedagógico com o 
ambiente digital estará mais próxima. As intenções para o próximo século, na área da informação digital, 
deverão ser de buscar alternativas, de forma mais ampla, para a compreensão da nova sociedade que 
estará surgindo. O segredo está no entendimento de como a educação possa, de forma mais intensa e 
ativa, participar, atingir e formar essa sociedade moldada no educativo.
 Saiba mais
Você pode ler o texto na íntegra na obra a seguir:
SOUTO, A. G. Design: do virtual ao digital. São Paulo: Demais; Rio de 
Janeiro: Rio Books, 2002.
Vale lembrar que há tempos que o trabalho de reconhecimento de novos projetos pedagógicos como 
instrumentos é prioridade dentro das instituições. O valor agregado do ponto de vista pedagógico é o 
projeto. Souto (2002) ainda menciona que a importância da educação está presa a um projeto, assim 
como o próprio papel da escola, principalmente a partir do momento que o governo, através da SESu/
MEC, utiliza esse instrumento para avaliação dos cursos e oferece parâmetros e notas ao entendimento 
e conceito de valor aos cursos.
Hoje, um dos novos projetos de aprendizagem que unem a educação com o ambiente digital é a EaD.
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Figura 3 – O computador aproxima o sistema pedagógico do ambiente digital
Neste ambiente de EaD, o aluno, o professor e a instituição estão interligados por tecnologias 
chamadas de telemáticas, ou seja, através de hipermídias, diferentes meios digitais e principalmente a 
internet. Mas, além desses recursos básicos para que possa ser administrado o estudo, temos também 
outros recursos de comunicação a distância, como a carta, que foi um dos primeiros instrumentos de 
EaD desenvolvidos no Brasil, com o estudante recebendo o material didático por correspondência; o 
rádio; a televisão, com o telecurso, o vídeo VHS, Betamax ou DVD com as videoaulas; o CD‑ROM; o 
telefone; o fax; o celular; os tablets; os computadores portáteisetc.
3 A EAD E A EDUCAÇÃO NO BRASIL
Carmem Maia e João Mattar definem, em seu livro ABC da EaD: a Educação a Distância Hoje (2007), 
que a EaD vem crescendo de maneira explosiva. Consequentemente, cresce também o número de 
instituições que oferecem algum tipo de curso a distância, de cursos e disciplinas ofertados, de empresas 
fornecedoras de serviços e insumos e de artigos e publicações sobre esse tipo de educação.
É fato que a EaD vem crescendo a cada dia e é moldada como segmento educacional intermediado 
por tecnologias da informação. O professor e o aluno estão separados em diferentes áreas espaciais – 
por exemplo, o professor em São Paulo e o aluno no Amazonas – ou em diferentes espaços cronológicos, 
podendo o aluno assistir às aulas gravadas na hora que lhe convém.
 Lembrete
A grande diferença dessa modalidade de ensino é que o professor e o 
aluno estão separados fisicamente e não há a obrigação de estar em lugar 
presencial de ensino de aprendizagem.
3.1 Conceitos, teorias e a história da EaD no Brasil e suas bases legais
Antes de mais nada, precisamos entender o que significa a sigla EaD. Ela separa dois importantes 
núcleos que definem essa nova modalidade de ensino: a educação e a distância, partes tão antagônicas 
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que até algum tempo atrás eram impossíveis de associar como um método eficaz de aprendizado, a 
educação não presencial.
A nossa educação tradicional está formada desde a Grécia Antiga e vem se aprimorando com o passar 
dos anos. A educação grega está associada à Filosofia e cabia o papel de educar aos sofistas, na arte de 
ensinar política e dialética. Os sofistas eram professores itinerantes e eram remunerados para ensinar.
Em Roma, o método de educação aplicado se dava em casa, onde havia um tutor que ensinava a 
criança a ler, escrever e calcular. Havia também as escolas públicas e os mosteiros, caso se preferisse o 
ensino fora de casa.
Nos séculos XII e XIII, com o desenvolvimento econômico dos centros e sua urbanização, sai o 
formato de ensino de monastérios de métodos medievais e rurais para uma educação mais urbana 
com grande variedade de escolas públicas. A tentativa de introduzir o modelo latino de educação 
visando à intelectualidade e a razão humana, nas escolas urbanas, deu origem ao formato de educação 
universitária. No final do século XV, a educação não fica restrita apenas às universidades e voltam com 
força para o ensino em casa, pela família, tendo como base os ensinamentos dos grandes filósofos. No 
Brasil, os ensinamentos pelos jesuítas formam a força da educação da época.
No século XIX, surgem várias correntes pedagógicas como o positivismo, voltado para as ciências, e 
o idealismo, voltado para a importância do aprendizado espiritual, humano e da nação. Outras foram 
criadas, como o socialismo, a concepção do ensino revolucionário e as diferenças de classes sociais para 
a democratização da educação.
Mais adiante, no século XX, diversos campos diferentes são introduzidos, influenciando tanto a 
Pedagogia, como a Psicologia, a Filosofia Pragmática, a Sociologia, a Linguística, a Economia, a 
Antropologia etc.
Nas primeiras décadas do século XX, surge, através de uma médica e educadora, um método inovador 
que foi nomeado como o Método Montessori. Essa metodologia, desenvolvida pela médica italiana 
Maria Montessori, compreendia na autonomia do aluno em escolher seu próprio estudo, sendo o 
professor um facilitador das atividades escolhidas pelo aluno. Essa característica de livre arbítrio ajudou 
no pensamento futuro e no modelo que iria ser seguido na EaD.
Algumas correntes ajudaram na formação do sistema de aprendizado a distância, como a educação 
democrática e popular dos países socialistas, que incentivavam a auto‑organização e a experiência da 
educação anarquista.
Outra corrente do ensino foi desenvolvida nos Estados Unidos da América, na segunda metade 
do século XX, com a formação das atividades pedagógicas tecnicistas centradas nas atividades do 
planejamento e controle das atividades pedagógicas. Esse método incentivava o uso de diferentes 
ferramentas de ensino, como os computadores e o audiovisual, e foi um processo também importante 
na introdução do conceito de EaD.
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Também foram cruciais para o desenvolvimento do formato de EaD movimentos como o 
construtivismo, que concedia para o conhecimento o processo contínuo de construção, invenção e 
descoberta feito pelo aluno, percebendo a importância na relação entre outros seres humanos e objetos.
Figura 4 – Cresce o número de instituições que utilizam a EaD
Carmem Maia, em seu livro ABC da EaD: Educação a Distância Hoje (2007), esclarece a importância 
de alguns movimentos e métodos utilizados por educadores para o ensino presencial que ajudaram na 
formação do conceito e aplicação do aprendizado a distância.
O Método Montessori, desenvolvido pela médica Maria Montessori 
(1870‑1952), compreende a educação como autodeterminada pelo aluno, 
que pode utilizar o material didático na ordem que escolher, sendo o 
professor concebido apenas como um dirigente facilitador de suas atividades, 
características, como veremos, marcantes no EaD [...].
Nos Estados Unidos, por volta da metade do século XX, surge uma tendência 
educacional tecnicista, centrada no planejamento, na organização, na 
direção e no controle das atividades pedagógicas, que incentiva as diversas 
formas e instrumentos de aprendizagem, entre eles os recursos audiovisuais 
e os computadores. Essa tendência é marcante na EaD, como teremos 
oportunidade de analisar.
Movimento ainda hoje importante, especialmente para a EaD, é o 
construtivismo, que se liga às obras de Jean Piaget (1896‑1980) e de 
Lev Semenovich Vygotsky (1896‑1934). O construtivismo concebe o 
conhecimento como um processo contínuo de construção, invenção e 
descoberta por parte do aluno, ressaltando a importância de sua interação 
com os objetos e os outros seres humanos (MAIA, 2007, p. 3).
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O século XXI aparece com mudanças profundas e aplicações de novos métodos no ensino, sendo 
marcado como a era da transição na educação. A corrida para o acompanhamento das comunicações 
digitais e a importância cada vez maior da aproximação das ciências com a tecnologia faz com que o 
foco, do ensinar e aprender, mude o olhar para os ambientes virtuais.
A transformação das plataformas de ensino, como a substituição dos livros convencionais por materiais 
digitais, da lousa pelo monitor do computador, do lápis e das canetas pelo mouse e pelo teclado, faz com 
que as instituições busquem, da tecnologia da informação e das novidades digitais modernas, armamentos 
para os novos modelos de ensino. A criação de novas linguagens de computador, a adaptação da própria 
informática e a revolução de todo o sistema de informação exigem alterações profundas e cuidados em 
relação aos novos processos educacionais e teorias pedagógicas. Como Maia (2007) complementa, a 
educação a distância, neste sentido, tem ditado as regras para a educação do futuro.
Figura 5 – Um dos primeiros formatos de EaD foi por televisão
A educação a distância recebeu denominações diferentes em países distintos, apesar de vários pontos 
em comum. Por exemplo, no Reino Unido chamou‑se educação por correspondência; nos Estados Unidos 
da América, estudo em casa e estudo independente; na Austrália, estudos externos; na França, telensino 
e educação a distância; na Espanha, educação a distância; e em Portugal, teleducação.O termo é definido por Maia (2007, p. 6) da seguinte maneira: “A EaD é uma modalidade da educação 
em que professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias 
de comunicação”.
A formatação do programa está dividida em separação do espaço, separação do tempo, planejamento, 
tecnologia de comunicação, autonomia versus interação e público.
Na separação do espaço, o aluno e o professor não estão em um mesmo ambiente, ou seja, não estão 
em uma mesma sala, como na educação presencial. O aluno pode estar no Amazonas e o professor em 
São Paulo, em um distanciamento físico.
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Já na separação do tempo, há uma separação atemporal dos envolvidos. O aluno se propõe a estudar 
no horário que preferir, uma vez que as aulas do professor são gravadas em outro dia e horário.
O planejamento de implantação é determinado pela modalidade de ensino envolvida. No caso da 
EaD, há a necessidade do apoio e planejamento de uma instituição de ensino. No caso do Ensino Superior 
no Brasil, esta instituição precisa ser credenciada pelo MEC.
A comunicação é um fator importante na EaD. Para superar o distanciamento do professor e 
aluno, é necessário fazer investimentos e pesquisas em tecnologia de comunicação para descobrir 
novas formas de se comunicar e estudar em locais distantes e também aplicar as novas gerações de 
tecnologia da informação.
No formato da autonomia versus interação, a metodologia empregada é a autonomia 
do aluno para definir sua estratégia de estudo. Vale lembrar que, por trás dessa autonomia, 
há um programa determinado pela instituição para facilitar e dirigir o aluno para o melhor 
aproveitamento e sua flexibilidade.
Em princípio, o público da EaD é ilimitado. Com exceção do acesso tecnológico e a limitação mental, 
as demais pessoas podem usufruir desta modalidade de ensino. O acesso desse tipo de educação, 
em lugares longínquos, por exemplo, estabelece um ensinamento pleno de cursos de faculdades e 
universidades, treinamento de empresas e firmas, além de inúmeras possibilidades de ensino.
A história da EaD no Brasil começa como em outros países, com a correspondência, o rádio e a 
televisão. Antes da internet, esse era o modelo de EaD implantado em vários países, inclusive no Brasil.
Tudo começou em 1904, com a implantação das Escolas Internacionais nos Estados Unidos da 
América, iniciando o curso por correspondência em língua espanhola. Mas, no Brasil, há registros de um 
anúncio publicado em 1891, em sua primeira edição, de um curso por correspondência de datilografia.
A partir da correspondência, a evolução da EaD passa pela transmissão do rádio, pela televisão, pelo 
vídeo‑texto, pelo computador e finalmente pela tecnologia multimídia.
Em 1923, inicia‑se a Rádio‑Escola, por um grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto. 
Esse grupo, chamado de Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, oferecia alguns cursos, como os de línguas, 
telefonia e radiotelegrafia, iniciando assim a educação transmitida pelo rádio. Em 1936, a emissora que 
produzia as aulas por rádio foi doada para o Ministério da Educação e Saúde, e um ano depois foi criado 
o Serviço de Rádiodifusão Educativa do Ministério da Educação.
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Figura 6 – O rádio foi a principal ferramenta da Rádio‑Escola
A popularização dos cursos a distância aconteceu em 1939, com a criação do Instituto Rádiotécnico 
Monitor, e em 1941, com o início do Instituto Universal Brasileiro. Essas duas instituições e outras 
empresas foram responsáveis pela formação de milhões de brasileiros e até hoje funcionam como 
iniciação profissionalizante por todo o Brasil. Outro instituto importante é o Instituto Monitor, que foi 
criado também em 1939 e formou cerca de 5 milhões de alunos.
O IUB, ou Instituto Universal Brasileiro, que foi fundado em 1941 por um ex‑sócio do Instituto Monitor, 
formou mais de 4 milhões de alunos e hoje conta com cerca de 200 mil matrículas. Seus métodos por 
correspondência envolvem cursos profissionalizantes em Auxiliar de Contabilidade, Desenho Artístico e 
Publicitário, Violão, Fotografia, Inglês etc.
Em 1947, o Sesc e o Senac criam a Universidade do Ar, que dura até 1961, sendo que o curso de EaD 
do Senac dura até hoje. Em 1976, o Senac ainda criou o serviço radiofônico de ensino sobre orientação 
profissional chamado Abrindo Caminhos. Com a informatização, foi criado em 1995 o Centro Nacional 
de Educação a Distância. Em 2000, foi criada a Rede Nacional de Teleconferência, com transmissão via 
satélite em tempo real, e desde 2002 vários cursos são ministrados pela internet.
O projeto Saci – Satélite Avançado de Comunicação Interdisciplinar, criado experimentalmente pelo 
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, tinha como objetivo iniciar um sistema de comunicação 
via satélite. A experiência era inovadora e pioneira e podia propiciar atendimento a milhões de brasileiros 
de projetos educacionais, mas encerrou‑se em 1976.
Um curso pioneiro na televisão foi o Telecurso, de 1977. Criado pela Fundação Roberto Marinho, 
possibilitou, através de suas aulas por tele‑educação, a formação supletiva do 1º e 2º graus. Hoje 
denominado Telecurso 2000, formou mais de quatro milhões de alunos.
No fim da década de 1980 e início da década de 1990, percebeu‑se um imenso avanço na EaD 
brasileira. Foi a Universidade de Brasília a pioneira no Ensino Superior a distância com a criação do PED 
– Programa de Educação a Distância, que ofereceu um curso de extensão universitária em 1970.
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A partir da década de 1990, as Instituições de Ensino Superior começaram 
a desenvolver cursos a distância baseados nas novas tecnologias de 
informação e comunicação. A educação a distância surge oficialmente no 
Brasil pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 
20 de dezembro de 1996), sendo normatizada pelo Decreto nº 2.494 (de 10 
de fevereiro de 1998), pelo Decreto nº 2.561 (de 27 de abril de 1998) e pela 
Portaria Ministerial nº 301 (de 7 de abril de 1998) (MAIA, 2007, p. 28).
A partir destes decretos, foram criados relatórios, elaborados por uma comissão, concebidos em 
três partes:
• Parte 1: O contexto atual da EaD e seu quadro normativo.
• Parte 2: Referenciais para a criação de um projeto de Educação Superior a distância.
• Parte 3: Proposta para regulamentação da EaD.
Hoje, no MEC, existe uma Secretaria de Educação a Distância (Seed), que desde 2007 tem como 
secretário o professor Carlos Eduardo Bielschowsky, sendo que o secretário anterior, Ronaldo Mota, 
assumiu a Sesu.
4 UMA NOVA APRENDIZAGEM ATRAVÉS DAS ARTES INTEGRADAS
Na busca de referências nas artes, costumes e cultura para uma preparação pedagógica satisfatória 
nas Artes Visuais, a imersão teórica e o aprofundamento prático são os pilares para se aprender e 
construir uma sólida base de saberes. O conhecimento adquirido parte de diversas fontes e a somatória 
de todas estas partes forma o conjunto de cultura que carregamos.
 Observação
Aqui começa a colocação de alguns modelos metodológicos do um curso 
de pós‑graduação – mestrado e doutorado em Educação, Arte e História da 
Cultura, para exemplificar a ação do ensino integrado e da formatação 
do método pedagógico formado através da interdisciplinaridade, 
transdisciplinaridade e multidisciplinaridade nos estudos e no ensino.
A mediação cultural e a experimentação artística para a formação das Artes Visuais
A mediação cultural voltada às artes, culturae público é o tema desta proposta. A experiência estética 
como reconhecimento das linguagens artísticas, a partir de artistas, obras e expectadores, em instituições 
culturais, escolas, locais urbanos como ruas e parques, levaram‑nos ao encontro da descoberta desta 
experimentação. A fruição da arte ajudou no desenvolvimento da interatividade e no acesso às instituições 
culturais, à curadoria educativa, às políticas culturais e aos processos de formação de mediadores.
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Atividades pedagógicas práticas da disciplina de Arte e Mediação Cultural, desenvolvidas no curso 
de mestrado em Educação, Arte e História da Cultura, em 2011, pela professora doutora Mirian Celeste 
Martins, propôs a interação e acesso à diversas formações em Artes Visuais, costumes e cultura de 
diferentes regiões e países, de descendentes e estrangeiros que residem no Brasil. Esse contato próximo 
de ações diferenciadas provocaram ricos aprendizados nos estudos das Artes Visuais e a integração das 
diferentes áreas que compõem esse rico cenário da arte brasileira.
Exercícios propostos em sala, através de dois alunos apresentando narrativas verbais e imagéticas 
no início da cada aula, facilitaram na rememoração das atividades da aula anterior. Com isso, novas 
formas didáticas foram apresentadas e abriram‑se novos olhares para as artes através dessa pedagogia. 
Ao final de cada aula, uma metáfora específica era solicitada pela professora aos alunos como forma de 
fechamento da aula desenvolvida.
Para a avaliação da disciplina, foi proposta a realização de uma pesquisa colaborativa em que o foco do 
trabalho seria escolher um patrimônio cultural da cidade de São Paulo e realizar uma ação mediadora. O 
patrimônio cultural escolhido foram as festas populares realizadas na cidade pelos imigrantes japoneses, 
africanos, alemães, portugueses e italianos. A mediação foi feita por cinco visitantes, para a descoberta 
das cores, sons, cheiros e sabores desse multiculturalismo.
Esta disciplina em especial foi fundamental para a complementação do entendimento da ação 
público/arte no projeto de pesquisa e investigação que culminou na dissertação do mestrado. Foi feita 
a análise do comportamento do expectador perante a obra e a obra se mostrando para ele. Também 
notou‑se a exploração da comunicação, em seus diferentes níveis de complexidade, para o desvendar 
da mensagem que atinge os mais diversos públicos, e como a mediação é concretizada através do 
entendimento da arte e para a formação cultural.
A proposta de investigação desse trabalho foi a visão de cinco participantes nos festejos das 
comunidades de imigrantes que colonizaram o Brasil, e como as celebrações dos costumes e tradições 
dos portugueses, italianos, africanos, japoneses e alemães interferem na construção do patrimônio 
cultural da cidade de São Paulo. Parte do Calendário Oficial Turístico do Estado e do Município de São 
Paulo, esses festivais concentram nativos e descendentes, promovendo a interação e o descobrimento 
das origens culturais do povo paulistano.
 Lembrete
A partir da construção da arte e cultura pelas festas e a mediação 
através dos participantes, desenvolve‑se a percepção sensorial das cores, 
sons, cheiros, sabores e a ampliação do repertório cultural e artístico 
individual e coletivo.
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Figura 7 – Os festejos populares de imigrantes são fontes de riqueza artística
 Observação
A seguir, veremos o modelo sugerido para a elaboração do trabalho de 
Arte e Mediação Cultural, do curso de EAHC, ministrada pela professora 
doutora Mirian Celeste Martins.
Arte e Mediação Cultural –Mirian Celeste Martins
Realização das ideias para a execução do trabalho:
• O “outro”: o olhar de cinco participantes, sendo três homens e duas mulheres, das 
festas que envolvem as comunidades estrangeiras na cidade de São Paulo.
• A ação mediadora: como as festas portuguesa, italiana, africana, japonesa e alemã 
são reconhecidas como arte e cultura pelos cinco participantes.
• Mapa pessoal gerando coletivos: o deslocamento de cada participante para o 
encontro de manifestações de arte e cultura, criando repertórios globais.
• A “coisa” ou o objeto: as festas das comunidades estrangeiras. Festa de Santo 
Antônio da Chácara, Festa de Nossa Senhora da Achiropita, Feira Preta, Festival do 
Japão e Brooklin Fest.
• Patrimônio cultural: o multiculturalismo etnográfico através da dança, música, 
gastronomia, exposições, palestras, artesanatos, costumes e tradições, chega aos 
participantes de formas diferentes e constroem múltiplas percepções do patrimônio 
cultural paulistano.
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• O quê? Justificativa: a arte paulistana é um rizoma de culturas vindas de diversas 
partes do Brasil e do mundo. É importante o reconhecimento dessas culturas. Serão 
pesquisadas as atividades das festas folclóricas populares vindas das comunidades 
estrangeiras e a visão dos cinco participantes.
• Para quê? Objetivos: pesquisar sobre essas linguagens e manifestações artísticas, o 
patrimônio cultural da cidade de São Paulo e a mediação artística dos participantes.
• Instrumentos de pesquisa: entrevistas qualitativas, contato das associações, 
organizações e suas ferramentas de comunicação, levantamentos históricos, 
pesquisas bibliográfica e eletrônica, participação nos eventos.
São Paulo adota gente do mundo todo
Calcula‑se que mais de 2,5 milhões de estrangeiros tenham se estabelecido por aqui, 
escolhendo essa cidade para viver desde que o país se abriu para a imigração no século 
19. Portugueses, italianos, espanhóis, japoneses, árabes, sírios, chineses, alemães, coreanos, 
judeus, nigerianos, norte‑americanos, angolanos, gregos... São algumas das comunidades 
formadas nesse município pelos migrantes dos países de origem. Dessa miscelânea de 
costumes e tradições surgem manifestações artísticas e culturais que formam parte do 
patrimônio cultural da cidade de São Paulo.
Este projeto de pesquisa mostra as atividades das festas folclóricas populares vindas 
das comunidades estrangeiras e a visão de cinco paulistanos que frequentaram tais festas. 
Bolinha participou como artista no festejo português da Festa de Santo Antônio da Chácara, 
Zete visitou os festejos da colônia italiana na Festa de Nossa Senhora de Achiropita, Con 
participou como promotora na festa africana da Feira Preta, Caio visitou a festa japonesa 
Festival do Japão e Léo participou como visitante na festa alemã do Brooklin Fest.
Houve o deslocamento de cada participante para o encontro de manifestações de arte 
e cultura, criando repertórios globais. O multiculturalismo etnográfico, através da dança, 
música, gastronomia, exposições, palestras, artesanatos, costumes e tradições, chega aos 
participantes de formas diferentes e eles constroem múltiplas percepções do patrimônio 
cultural paulistano. A arte paulistana é um rizoma de culturas vindas de diversas partes do 
Brasil e do mundo. É importante o reconhecimento dessas culturas. A leitura das linguagens 
e manifestações artísticas, a mediação como ferramenta da educação e do conhecimento 
através do repertório artístico e cultural dos participantes tece a formação do patrimônio 
cultural da cidade de São Paulo.
A mineração portuguesa e suas comemorações
O surto urbano que se deu na colônia graças à mineração fez crescer as ofertas de 
emprego para os portugueses. Antes, os colonos eram quase que exclusivamente rurais, 
dedicando‑se ao cultivo da cana‑de‑açúcar, mas agora surgiriam profissõescomo de 
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pequenos comerciantes. A maior parte da imigração foi de pessoas originárias do Minho. De 
início, a Coroa Portuguesa incentivou a ida de minhotos pobres para o Brasil, que se fixaram 
principalmente na região de Minas Gerais e na região Centro‑Oeste do País, onde foram 
encontradas minas de ouro. Os portugueses entraram em maior número entre 1910 e 1914, 
quando os governos italiano e espanhol proibiram as saídas de seus trabalhadores.
Figura 8 – Azulejos representando a arte popular portuguesa: música, dança, vestuário, comida e artesanato
Hoje, no bairro da Chácara Santo Antônio, encontra‑se uma grande concentração de 
descendentes portugueses na cidade de São Paulo. É justamente nesse local que anualmente 
acontece a Festa de Santo Antônio da Chácara, que tem como mote a literatura de Cordel, 
expressão popular da cultura brasileira na qual o santo foi tão bem retratado.
Ângela Maciel Nogueira, em seu artigo apresentado como requisito parcial para obtenção 
do título de Licenciatura Plena em Letras/Inglês das Faculdades Integradas de Ariquemes – 
FIAR, menciona as origens e características da literatura de cordel:
Linhares descreve a data do apogeu do Cordel em Portugal que 
perdura paralelamente com os românticos do século XVI ao XVIII, 
segundo Linhares (2006 apud SANTANA, 2009): “A literatura de Cordel 
teve sucesso, em Portugal, entre os séculos XVI e XVIII. Os textos 
podiam ser em verso ou prosa, não sendo invulgar tratar‑se de peças 
de teatro, e versavam sobre os mais variados temas. Encontram‑se 
farsas, historietas, contos fantásticos, escritos de fundo histórico 
moralizantes etc., não só de autores anônimos, mas também daqueles 
que, assim, viram a sua obra vendida a preço, como Gil Vicente e 
Antônio José da Silva, o Judeu. Exemplos conhecidos de literatura de 
Cordel são histórias de Carlos Magno e os Doze Pares de França, A 
princesa Magalona, histórias de João de Calais e A Donzela Teodora” 
(LINHARES, 2006). Linhares mostra, portanto, que essa forma de 
literatura podia ser apresentada em forma de teatro, e que não só 
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os anônimos escreviam os Cordéis, mas também os grandes nomes 
como Gil Vicente e Antônio José da Silva, relato este que leva a crer 
que Cordel não é uma literatura vulgar. Consagrado então na Europa 
e chegado no Brasil pelas mãos dos portugueses, aos poucos foi se 
tornando cada vez mais popular principalmente no Nordeste e no Sul 
do País, regiões que presentearam o mundo com grandiosos nomes 
nessa arte (NOGUEIRA, [s.d.]).
A festa tem como objetivo estimular as atividades comerciais, culturais, cidadania, lazer, 
reurbanização, meio ambiente e revitalização, melhorar a qualidade de vida, motivar o 
uso e a ocupação desse espaço público pelos moradores e usuários do bairro, estimular a 
convivência dos bairros limítrofes, resgatar a cultura colonizadora portuguesa e também a 
história da Chácara e incentivar a população flutuante que diariamente circula em nossas 
ruas e avenidas na prática de atividade externa e pública em outras regiões da cidade.
O evento, que ocorre ao ar livre, já é uma tradição no bairro e faz parte do Calendário 
Oficial da Cidade de São Paulo. Conta, entre outros, com o apoio do Conselho da Comunidade 
Luso‑Brasileira do Estado de São Paulo (CCPP), e as atrações estão divididas em apresentação 
de bandas típicas de músicas portuguesas, grupos de danças típicas portuguesas, corais 
e grupos musicais, manifestação do folclore brasileiro e português, barracas de comidas 
típicas portuguesas, barracas de alimentação, artesanato, confecções, manifestação da 
cultura local, produtos, serviços e exposição da “História Viva da Chácara”.
Data: no mês de junho de cada ano. Local: Praça Rui de Amorim Cortez – Portal da 
Chácara, na Avenida Santo Amaro, entre as Ruas da Paz e Américo Brasiliense. Horário: das 
10h às 22h.
A participação e a mediação
Pedro Pereira ou Bolinha tem 35 anos e nasceu na cidade de Aveiros em Portugal. Tendo 
se mudado para o Brasil aos 5 anos, mora há 30 anos na cidade de Santos. Participou dos 
festejos na zona Sul da capital, apresentando‑se como artista e dançarino de um grupo 
folclórico português da cidade onde reside. Sua preocupação é a preservação dos costumes, 
das tradições e da cultura portuguesa nas terras brasileira.
O que te levou a participar da festa? “Fui convidado a ir pelo Grupo Folclórico Verde Saco”.
Conte‑me como foi a sua participação da festa? “É uma festa como São João, Santo 
Inho, em junho. Participei da comemoração me apresentando. Foram 40 minutos de dança 
típica e a interação com o público para relembrar as histórias de Portugal. Também ajudei a 
servir e degustar a sardinha, pão, vinho, caldo verde...”.
Além da música, dança e a gastronomia, você conhece outras manifestações artísticas e 
culturais desta festa? “Como tínhamos hora para irmos embora, não consegui conhecer tudo”.
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Voltaria no próximo ano para rever e ver o que faltou? Por quê? “Sim. Voltaria para rever 
e ver as outras atrações, pois a festa é interessante. É sempre bom cultivar estas culturas. 
Se nós não cuidarmos disto, ela irá se perder. Não há mais imigrantes, se os velhos não 
cultivarem esta cultura, estas tradições, ela irá se perder”.
O mediador foi a Festa de Santo Antônio da Chácara, o mediado foi o artista e dançarino 
Bolinha e a mediação ocorreu na apresentação de outras atividades culturais e artísticas 
como corais e grupos musicais, manifestações do folclore brasileiro, confecções e exposições.
Os italianos com seu plantio e seus costumes
Embora tenha sido a região Sul a pioneira na imigração italiana, foi a região Sudeste 
aquela que recebeu a maioria dos imigrantes. Isso se deve ao processo de expansão das 
lavouras de café em São Paulo. Com o fim do tráfico negreiro e o sucesso da colonização 
italiana no Sul, o governo paulista passa a incentivar a imigração italiana com destino aos 
cafezais. A imigração subsidiada de italianos começou na década de 1880.
Figura 9 – A macarronada faz parte da gastronomia popular italiana
Com a diminuição do plantio cafeeiro, os italianos rumaram o seu destino aos centros 
urbanos, onde encontrariam mão‑de‑obra na industrialização paulistana. Os bairros 
urbanizados, como o Bixiga e a Mooca, eram os destinos destes imigrantes. É justamente 
no Bixiga onde ocorre uma das mais tradicionais festas italianas: a Festa de Nossa Senhora 
da Achiropita.
Comemora‑se a Festa da Padroeira no dia 15 de agosto, com novenas, 
missas, bênçãos, coroação e procissão de Nossa Senhora. A festa é 
o ponto alto da paróquia, pois propicia a união da comunidade e 
o crescimento na espiritualidade e mantém as obras sociais, como: 
Centro Educacional Dom Orione, que acolhe 415 crianças carentes, 
Casa Dom Orione, que promove assistência a 170 homens e mulheres 
em situação de rua, Casa São José, com o núcleo de convivência para 
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120 idosos, Movimento de Alfabetização, para 120 Adultos, Creche 
Mãe Achiropita, atendendo a 200 crianças de 0 a 4 anos de idade 
em período integral, Casa Rainha da Paz, acolhendo 30 homens em 
dependência química, localizada na cidade de Campos do Jordão‑SP 
(PARÓQUIA DE ACHIROPITA, [s.d.]).
A celebração, realizada todos os anos durante os finais de semana de agosto, desde 
1926, pelos imigrantes italianosoriginários da Calábria, é hoje uma das festas mais 
tradicionais da capital paulistana. Segundo a organização, são consumidas cerca de onze 
toneladas de macarrão, cinco toneladas de mozarela e dez mil litros de vinho, com um 
público estimado em duzentas mil pessoas divididas em cinco finais de semana. Dentre as 
curiosidades está a produção de focaccias, que chegam a dez mil por noite, e a procissão 
em louvor a Nossa Senhora pelo bairro, onde é confeccionado o tapete artístico de 
serragem na Rua São Vicente.
São preparados pratos típicos italianos que são servidos em 30 barracas espalhadas 
pelas ruas 13 de Maio, São Vicente e Dr. Luiz Barreto. Na cantina Madona Achiropita 
espalham‑se mesas onde poderão ser apreciados deliciosos pratos frios e quentes, shows 
ao vivo com música e dança típica italiana e sorteio de brindes. O evento é dividido em 
três ambientes: externo, interno e religioso. No lado externo ficam as barracas que servem 
pratos típicos como focaccias, fricazzas, polentas, peperoni, melanzanas ao forno, macarrão, 
pizzas, bebidas e diversos tipos de doces. No ambiente interno, onde ficam as cantinas, há 
músicas italianas, cantores líricos e populares italianos e bandas italianas. No setor religioso, 
há visitação e orações à Nossa Senhora Achiropita e bênçãos de hora em hora no decorrer 
da festa.
Data: entre os meses de agosto e setembro de cada ano. Local: Ruas 13 de Maio, São 
Vicente e Dr. Luiz Barreto. Horário: aos sábados das 18:00 às 24:00 e domingos das 17:30h 
às 22:30h.
A participação e a mediação
Marisete de Souza tem 40 anos, é neta de portugueses e italianos, nasceu na zona Leste 
de São Paulo e reside na zona Sul. Participou dos festejos na zona Central da capital como 
visitante.
O que te levou a participar da festa? “Curiosidade, por ter ouvido falar”.
Conte‑me como foi a sua participação da festa? “Comi, bebi e ouvi música em salão 
fechado”.
Além da música e da gastronomia, você conhece outras manifestações artísticas e 
culturais desta festa? “Não conheço outras atrações”.
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Voltaria no próximo ano para rever e ver o que faltou? Por quê? “Voltaria. É uma festa 
organizada, animada, tem boa comida e ambiente familiar. E gostaria de ver as outras 
atrações culturais”.
O mediador foi a Festa de Nossa Senhora de Achiropita, o mediado foi a visitante 
Marisete e a mediação ocorreu na apresentação de outras atividades culturais e artísticas 
como outras variedades gastronômicas na área externa e no setor religioso e visitação e 
orações à Nossa Senhora Achiropita com as bênçãos de hora em hora no decorrer da festa.
Os negros e as comemorações da comunidade africana
As comunidades africanas em terras brasileiras iniciaram‑se como centros de convivência 
fundados por escravos vindos de várias regiões da África que conseguiram fugir de seus 
senhores. Assim, podemos definir os quilombos que existiram no Brasil e em todas as outras 
partes do continente americano onde houve a exploração do trabalho de escravos de origem 
daquele continente. A chegada dos negros em São Paulo liga‑se principalmente ao ciclo do 
ouro e ao movimento das bandeiras, eventos que empregaram grande massa de mão de 
obra escrava.
Figura 10 – A música africana e seus instrumentos serviram de grande influência para a música brasileira
Na cidade de São Paulo, as maiores comunidades negras encontravam‑se no bairro do 
Bixiga e da Barra Funda, onde se originaram as escolas de samba Vai‑Vai e Camisa Verde e 
Branco.
Atualmente, uma das principais comemorações da comunidade africana e seus 
descendentes acontece na Feira Preta. Em 2002, começou na conhecida Praça Benedito 
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Calixto, localizada em Pinheiros, o Brechó da Troca. Desse encontro, mais tarde culminou a 
Feira Preta, transformando‑se no maior evento de cultura negra da América Latina.
No encontro podemos ver uma feira que reúne negros que criaram seus cabelos, suas 
roupas, seus estilos, seus costumes, suas tradições e sua cultura. O evento, que surgiu para 
fomentar o empreendedorismo étnico e fortalecer a cultura negra no país, está em sua 
décima edição e se consolidou como Feira Cultural Preta. Conta com shows musicais, mostra 
de artes plásticas, cinema, dança, teatro, literatura, modas e gastronomia. O evento é uma 
excelente oportunidade para o público celebrar a riqueza cultural negra e a história dos 
afrodescendentes.
A programação do evento divide‑se em:
• Espaço Turismo Étnico: dedicado a agências de turismo que possuem roteiros 
culturais, sociais e históricos que contam a história dos povos negros que habitaram 
e habitam hoje este país.
• Espaço Reflexão: nos dois dias de evento, o espaço abriga uma programação extensa 
de temas diferenciados, visando provocar reflexão e interação com o público do 
evento.
• Praça Cultural: apresenta as mais diversas manifestações da cultura afro‑brasileira 
para o público. Com o tema “Feira Preta 10 Anos – Identidade Preta”, será possível 
contar a história dos povos africanos que colonizaram o Brasil, através de exposições 
audiovisuais.
• Literatura Negra e Periférica: espaço para as principais livrarias negras, onde poderão 
comercializar suas publicações, autografar livros e realizar saraus literários.
• Palco Principal: os principais nomes da música negra animam o público do evento, 
com grandes shows musicais de expressão do cenário musical. O palco é o principal 
espaço do evento, pois o público desfruta de um caldeirão cultural com cerca de 50 
artistas.
Data: no mês de dezembro década ano. Local: Centro de Exposições Imigrantes. Rodovia 
dos Imigrantes, km 1,5, São Paulo. Horário: das 8h às 20h.
A participação e a mediação
Conceição Lourenço tem 50 anos, é descendente de africanos, nasceu na zona Norte 
de São Paulo e reside na mesma região. Participou da feira na zona Sul da capital como 
promotora cultural e diretora de redação de uma publicação para o público afrodescendente, 
a Revista Raça Brasil.
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O que te levou a participar da festa? “Necessidade em ter identidade, prazer em encontrar 
pessoas que se pareçam comigo. Levar o meu produto para o meu povo”.
Conte‑me como foi a sua participação da festa? “Promover e mostrar o meu produto”.
Além da música e da gastronomia, você conhece outras manifestações artísticas e 
culturais desta festa? “Música black, outros stands como a das bonecas para as meninas 
brasileiras, bonecas negras, japonesas, ruivas...”.
Voltaria no próximo ano para rever e ver o que faltou? Por quê? “Sim, com certeza! 
Porque é extremamente prazeroso estar com o meu povo. Não deixar a cultura morrer”.
O mediador foi a Feira Preta, o mediado foi a promotora Conceição e a mediação ocorreu 
na apresentação de outras atividades culturais e artísticas como: mostra de artes plásticas, 
cinema, dança, teatro, literatura, exposições e palestras. O espaço é dedicado às agências de 
turismo que possuem roteiros culturais, sociais e históricos que contam a história dos povos 
negros que habitaram e habitam hoje este país. Manifestações da cultura afro‑brasileira 
para o público.
A tradição oriental da comunidade japonesa
Devido à escassez de terras cultiváveis e endividamento dos trabalhadores rurais, impedindo 
a modernização, o governo japonês adotou a política emigratória. A partir de 1880, o Japão 
incentivou a emigração de seus habitantes por meio de contratos com outros governos.
A primeira leva de imigrantes japoneses para o Brasil chegouem 1908, quando o círculo de fazendeiros paulistas mostrava‑se 
profundamente interessado na introdução de colonos japoneses 
nas lavouras cafeeiras, uma vez que a imigração italiana havia sido 
suspensa, agravando a falta de mão de obra nos cafezais.
O Correio Paulistano do dia 26 de junho de 1908 publicou um artigo 
de autoria do então inspetor da Secretaria de Agricultura – órgão que 
dirigia a política migratória do governo do estado –, Sr. J. Amâncio 
Sobral, no qual tratava de maneira bastante objetiva o comportamento, 
atitudes e grau de alfabetização dos novos imigrantes com o seguinte 
título: “Os Japoneses em S. Paulo”.
Transcrevemos agora alguns trechos:
[...] Dos introduzidos pela companhia (781), 532 sabem ler e escrever, isto 
é, 68% [...] Os imigrantes vieram de 11 províncias diferentes, que são as 
seguintes: Tóquio, Fukushima, Kagoshima, Kumamoto, Okinawa, Ehime, 
Yamaguchi, Hiroshima, Kochi, Niigata e Yamanashi. [...] Estavam todos, 
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homens e mulheres, vestidos à europeia [...] traziam calçados (botinas, 
bordeguins e sapatos) baratos, com protetores de ferro na sola, e todos 
usavam meias e traziam no peito as suas condecorações. [...] muitos traziam 
bandeiras pequenas de seda, numa pequena haste de bambu [...] uma branca 
com um círculo vermelho no meio, e a outra auriverde [...] Essa primeira leva 
de imigrantes japoneses entrou em nossa terra com bandeiras brasileiras 
de seda, feitas no Japão, e trazidas de propósito para nos serem amáveis. 
Delicadeza fina, reveladora de uma educação apreciável. Segundo Shindo 
(1999), os imigrantes japoneses sentiram o primeiro impacto ao avistarem o 
porto de Santos e não encontrarem nenhuma alameda de coqueiros como 
imaginaram. Após o desembarque, os imigrantes deixavam o cais do porto 
em trem com destino à Hospedaria dos Imigrantes, onde se depararam 
com costumes diferentes e tomaram o amargo do café pela primeira vez 
(TAKENAKA, 2003).
Na capital paulista, com a chegada dos imigrantes para os centros urbanos, a partir de 
1912, grupos de japoneses passaram a residir na Ladeira Conde de Sarzedas, em São Paulo. O 
local era próximo do centro da cidade e alugar cômodos ou porões de sobrados era o melhor 
que os pobres imigrantes podiam pagar. Na década de 1920, a Rua Conde de Sarzedas já era 
conhecida como o local preferido de residência dos japoneses que deixavam o campo. Com 
o crescimento da comunidade, o entorno do bairro da Liberdade tornou‑se então um bairro 
japonês com lojas e restaurantes típicos.
Figura 11 – O vestuário japonês é muito utilizado nas festas populares organizadas pelos descendentes no Brasil
Hoje, a principal celebração em torno dessa comunidade é o Festival do Japão, realizado 
desde 1998 com o objetivo de divulgar e preservar a cultura e as tradições japonesas e 
também auxiliar entidades e projetos assistenciais. Parte do Calendário Oficial Turístico 
do Estado e do Município de São Paulo, na edição de 2011, com o tema “Alimentação e 
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Longevidade”, o festival reuniu shows, apresentação de danças folclóricas japonesas, grupos 
de taikô (tambores japoneses) e cantores renomados dessa comunidade. Uma exposição 
especial marcou a festa desse ano, com a campanha de reconstrução do Japão com painéis 
mostrando como o país está se recuperando da tragédia ocorrida em março de 2011 e toda 
a solidariedade mundial em apoio.
Outro destaque do Festival do Japão é a Área das Crianças, com atividades lúdicas e divertidas, 
como as oficinas culturais (dobraduras, pintura, artesanato), narração de lendas japonesas, 
recreação infantil com brincadeiras e atividades temáticas. “Queremos mostrar ‘gotas’ de cultura 
japonesa, pequenos aspectos da cultura que podem ser transmitidos para as crianças e os pais”, 
aponta Milton Nakabayashi, um dos coordenadores da área, que teve 18 atividades no total, 
como fazer o onigiri (bolinho a base de arroz), origami, pescaria, pipas e pintura infantil.
O Festival do Japão conta com uma área dedicada à cultura japonesa, e outra inteiramente 
voltada para a Terceira Idade. No palco principal, além dos shows com os principais artistas 
nipônicos, o Festival sedia pela segunda vez a final nacional do World Cosplay Summit 
(WCS), o Campeonato Mundial de Cosplay e o Concurso Miss Nikkey.
Data: no mês de julho da cada ano. Local: Centro de Exposições Imigrantes. Rodovia dos 
Imigrantes, km 1,5, São Paulo. Horário: das 8h às 20h.
A participação e a mediação
Caio Castro têm 25 anos, é descendente de portugueses e nasceu e reside na zona Leste 
de São Paulo. Participou do festival na zona Sul da capital como visitante.
O que te levou a participar da festa? “Acho interessante a cultura japonesa e tento 
descobrir um pouco mais sobre ela”.
Conte‑me como foi a sua participação da festa? “Gosto muito da gastronomia, 
experimentar diferentes pratos”.
Além da gastronomia, você conhece outras manifestações artísticas e culturais desta 
festa? “Teve também shows de tambores, idosos cantando, apresentação de violãozinho 
com palheta grande e teatro da arte de fazer chá”.
Voltaria no próximo ano para rever e ver o que faltou? Por quê? “Sim. Apesar de conhecer 
um pouco da cultura, você sempre aprende mais um pouco. Quero ver as outras atrações. 
Ah, tinha um estúdio fotográfico para tirar fotos das pessoas vestidas de quimono”.
O mediador foi o Festival do Japão, o mediado foi o visitante Caio e a mediação ocorreu 
na apresentação de outras atividades culturais e artísticas como: danças folclóricas, 
exposição de fotografias do Japão, concurso de cosplay, atividades direcionadas às crianças 
e à terceira idade, e os projetos assistenciais voltados à cultura japonesa.
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A comunidade alemã e sua cultura
Como ocorreu com os portugueses e italianos, os alemães não chegaram ao Brasil em 
grandes massas, mas ocorrendo em longos períodos desde 1824 com a chegada dos primeiros 
colonos, até aproximadamente a década de 1960, quando chegaram os últimos grupos 
significativos. Foi na década de 1920, após a Primeira Guerra Mundial, que a imigração 
alemã alcançou seu número máximo. Houve dois ciclos de chegada, o primeiro decorrente 
da política de colonização nos estados do Sul do Brasil incentivado pelo governo brasileiro, 
e outro sem o incentivo oficial. Durante décadas, no século XlX, os alemães chegaram a 
ultrapassar os portugueses na imigração.
Figura 12 – Além dos trajes típicos, a comida e o artesanato também são objetos 
explorados nas festas populares alemãs
A chegada alemã no município de São Paulo aconteceu durante o século XlX, quando os 
primeiros colonos desembarcaram em 1827, com receio, no Porto de Santos. Considerado 
nesta época como o “Porto da Morte”, os navios evitavam atracar com medo da febre 
amarela e da peste bubônica. O destino desses imigrantes foi a região de Santo Amaro, 
localizada ao sul da cidade. Os grupos seguintes fixaram‑se em Itapecerica da Serra, São 
Roque e Embu, ou foram para as plantações de café no interior do estado de São Paulo.
Ocorrem no bairro do Brooklin, também situado na zona Sul da cidade, os festejos da 
comunidade alemã. O Brooklin Fest, que faz parte do Calendário Oficial Turístico do Estado e 
do Município de São Paulo, ocupa o espaço de quatro ruas para a apreciação da gastronomia, 
música, artes, exposições, teatro, circo, poesia, literatura, coral, shows de danças, artistas 
itinerantes e bandas típicas, artesanatos, narração de histórias e mostras audiovisuais, como

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