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Rick-Joyner-A-Visao-Profetica-Para-o-Seculo-21

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A VISÃO PROFÉTICA PARA O SÉCULO 21 
Dedico este livro á geração de meus pais, à minha geração e à geração de meus filhos. O 
sacrifício e a visão da geração espiritual de meus pais lançou o fundamento para o 
glorioso e final triunfo da verdade. Minha geração continuou o bom combate e contribuiu 
para preparar o mapa para o futuro. Será a geração de meus filhos que provavelmente 
lutará a última batalha pela verdade. Deus é o “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó” – o 
Deus de todas as gerações. Em cada uma delas seus caminhos são maravilhosamente 
revelados. 
Reconhecimentos 
Este livro resulta basicamente da visão de Janet Thomas e de todo o esforço por ela 
despendido. Reunindo minhas mensagens, apresentou minha perspectiva profética para o 
futuro. Creio haver ela feito um trabalho melhor do que eu mesmo teria realizado. 
Parte 1 
Como é que então viveremos? 
Capítulo 1 O chamado 
Uma importante profecia nos e dada em Atos 2:17,18: E acontecerá nos 
últimos dias — diz o Senhor — que derramarei do meu Espírito sobre toda 
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e 
sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas 
derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. 
Nos últimos dias o Senhor derramará do seu Espírito sobre toda carne. Como 
resultado, a profecia fluirá por instrumento de todos os seus servos. Isso atingirá 
tanto homens como mulheres, idosos e jovens. Entretanto, esse derramar do 
Espírito e essa profecia não visarão apenas ao nosso próprio deleite, mas servirão 
também à necessidade que teremos de realizar o mandato divino do último dia para a 
Igreja. 
Eu mesmo tenho tido muitas experiências proféticas em minha vida. Após 
minha conversão em 1971 pude algumas vezes antever certos acontecimentos 
futuros com precisão, mas normalmente de uma forma bastante geral. 
Ocasionalmente tenho tido a revelação de, ao olhar para uma pessoa, saber de-
talhes sobre ela, tais como problemas por que esteja passando, ou o chamado 
espiritual para a sua vida. Meu entendimento é que esta capacitação é o que a Bíblia 
chama de palavra de conhecimento e profecia. Embora compreenda a utilidade desses 
dons para ministrar às pessoas, não tive muito interesse pelas profecias 
bíblicas sobre os acontecimentos dos tempos do fim. Durante 18 anos, após 
minha conversão, não busquei ter vi sões, nem revelações, nem o 
conhecimento para compreender esses tempos. Permaneci quase que 
totalmente ignorante com respeito a todos os acontecimentos, tão populares, 
que sucederão no f im dos tempos, e são ensinados na igreja. Na verdade 
sempre fui bem mais voltado para a história da Igreja do que Para a busca de 
conhecimentos acerca de eventos futuros. 
Depois de vár ios anos num ministério de tempo integral, t ive a 
convicção de que eu era superf icial em meu relaciona mento pessoal com o 
Senhor, conseqüentemente também em meu ministér io. Sent i -me de fato 
como Marta, tão ocupado quanto ela, fazendo muitas coisas para o Senhor, 
mas sem realmente conhecê-lo. Minha falta de intimidade com ele fez com 
que dependesse mais de fórmulas e procedimentos do que da unção, 
essencial para dar vida à verdade. 
Em 1980 resolvi deixar o ministério até que recuperasse a simplicidade da 
devoção a Cristo. Eu exercia a profissão de pi loto; desse modo assumi o 
emprego de piloto da aeronave de uma empresa. Isso me trouxe muito 
tempo livre para estudo e oração. Encontre i uma igreja em que podia me 
sentar na últ ima f ileira e tão-somente desfrutar comunhão com as pessoas. 
Não me envolvi em ministério algum durante os sete anos se guintes. 
Também não recebi revelação profética alguma, nem exerci os dons do Espírito 
durante esse tempo. 
Em 1982 recebi um chamado específico para voltar ao minis tério. Ao 
mesmo tempo surgiu uma oportunidade para ter um negócio próprio. No 
entanto ainda me sentia sem condições e com uma vida espir itual sem 
profundidade para assumir um ministério. Além disso acabara de sofrer o 
maior ataque pessoal do inimigo em toda a minha vida. Esse ataque me 
levou a me sentir ainda bem mais despreparado para o ministério. Em ra zão 
disso resolvi aproveitar aquela oportunidade de negócios que me aparecera. 
Embora não houvesse caído na carnalidade ou no que pudesse ser considerado 
um pecado de conhecimento público, certamente me desviei do Senhor nos cinco 
anos subseqüentes, quando esgotei todas as minhas energias, dedicando -
me a levantar meu negócio. 
Em 1987 o Senhor de novo me chamou para voltar ao mi nistério, 
dizendo-me que minha missão seria entregue a uma outra pessoa, caso eu 
não retomasse naquela hora. Na verdade eu nem sabia qual era a minha 
"missão". Estava contudo consciente de que não queria perdê-la, razão por 
que respondi imediatamente ao seu chamado. 
Tinha quase certeza de que meu chamado não era para vol tar a ser pastor, 
mas fosse como fosse eu não sabia o que fazer. Não lera sequer uma única 
revista cr istã, nem assist ira a nenhum programa evangélico por mais de 
sete anos. Tinha pouco conhecimento até mesmo do que estava 
acontecendo na Igreja como um todo. Entretanto escrevera, alguns anos 
antes, o livro There Were Two Trees in the Garden (Havia Duas Árvores no 
Jardim), e sua popularidade me proporcionou alguns convites para pregar. 
Fale i então com alguns pastores que conhecia, e com outros que haviam 
entrado em contato comigo por causa desse l ivro, informando -os de que 
me encontrava disponível para o ministério. 
Aproximadamente um mês depois voltei para casa ao concluir minha 
primeira viagem minister ial, ocorr ida após mais de sete anos. Sentia-me 
vazio e sem condições como nunca, e um tanto descompassado em relação 
ao que acontecia nas igrejas que vis i tara. Contudo, vi que estava bem 
mais perto do Senhor; meu desejo de servi - lo no ministério surpreendente-
mente voltara. 
Na manhã seguinte ao dia em que chegara de volta a casa fui ao meu 
escritór io apenas com o objet ivo de pegar alguns pa péis e orar para ter 
uma revelação quanto ao que deveria fazer no ministério. Ao sentar -me ali 
senti a presença do Senhor de um modo que me tornou por completo. E foi 
assim que, depois de sete anos sem nenhuma revelação profética, t ive uma 
experiência profética que durou três dias, na qual me senti como se o 
Senhor tentasse me alcançar com tudo que não recebera naqueles anos! 
Foi então que escrevi A Colheita, que trata do presente estado da Igreja e dos 
acontecimentos que estão por acontecer. 
Desde então tenho tido outras visões e revelações que foram publicadas nos livros A 
Batalha Final e O Chamado. Algumas destas vieram na forma de visões abertas. 
Essas foram visões externas, visíveis, como se eu estivesse vendo um filme projeta-
do numa tela. Outras foram visões internas, suaves, tal como a sensação de quem tem 
"os olhos do coração" abertos. Geralmente relaciono a palavra visão ao evento 
profético de ver cenas acontecendo, em meu interior ou fora de mim. Considero 
revelação o recebimento de conhecimento ou de entendimento de um modo que 
vai além da maneira natural de recebê-los. 
Agora tenho com freqüência visões e sonhos que são cheios de simbolismo e 
que requerem uma interpretação, como acontece com a maioria das visões 
bíblicas. Uma parte do que é compartilhado no presente livro não veio na forma 
de visões, mas de uma grande unção, com o dom da palavra de conhecimento. 
Simplesmente acontecia que de repente eu me inteirava de muitos detalhas 
sobre os eventos futuros como se eles houvessem sido despejados 
abundantemente dentro de mim. Em tudo isso tenho procurado determinar 
qual é o chamado de Deus para a minha vida e o propósito que ele tem para a 
Igreja. 
Pela compreensão de que a profecia é ainda algo que vemos como em espelho, 
obscuramente, e de que somente vemos em parte, tenho plena consciência de 
que o que estou compartilhando tem que ser acrescentado ao que outras pessoas 
estejam vendo, para que o quadrofique completo. Procurei repartir exatamente o que 
me foi dado ver ou compreender, mas devido ao fato de que o cânon das Escrituras 
está completo, creio que nenhum dom profético de hoje tem a qualidade dos 
dons que tinham aqueles que escreveram as Escrituras. Creio que é por isso que 
nos foi dada a instrução de que... tratando-se de profetas, falem apenas dois ou 
três, e os outros julguem.' Não creio que alguém que esteja vivendo no dia de hoje seja 
infalível. 
Temos que julgar a profecia, não importando quem a esteja proferindo. Entrego 
pois este livro à ponderação, e para que seja considerado debaixo de muita 
oração. Creio que as ovelhas do Senhor conhecerão a sua voz, e saberão como 
discernir o que dele provém, descartando todo o resto. 
Uma das visões mais significativas para mim e para a minha compreensão da Igreja 
ocorreu em 1998, e foi publicada no livro O Chamado. 
O Chamado 
Nessa visão eu me encontrava numa alta montanha, vendo uma grande 
planície lá embaixo. Diante de mim um exército marchava, com uma grande linha 
de frente. Havia 12 divisões na vanguarda, que se destacavam claramente de 
uma grande multidão de soldados que as seguia. Essas divisões eram ainda divididas 
no que julguei que seriam regimentos, batalhões, companhias e pelotões. As divisões 
podiam ser identificadas por sua bandeira, e os regimentos distinguiam-se pelas 
cores diferentes do uniforme. 
Encontrava-me suficientemente próximo para que lhes pudesse ver o 
rosto. Eram homens e mulheres, idosos e jovens, de todas as raças. Havia 
uma impetuosa determinação na face deles. Contudo não pareciam tensos. 
Pairava um clima de guerra, mas nas tropas eu podia ver uma profunda paz. 
Sabia que não havia um soldado sequer que estivesse com medo de 
enfrentar a batalha que se avizinhava. A at mosfera espiritual que senti 
quando estava perto deles era tão imponente quanto sua aparência. 
Olhei então para o uniforme deles. As cores eram brilhantes. Cada soldado portava 
também insígnias e medalhas. Os generais e outros oficiais marchavam com os 
soldados nas fileiras. Embora fosse óbvio que aqueles com postos mais elevados esti-
vessem no comando, ninguém parecia estar demasiado suscetível a seu posto. Do 
nível do posto mais elevado até o nível mais baixo, todos pareciam ser amigos íntimos. 
Era um exército que aparentava uma disciplina incrível, sem precedentes, contudo 
também lembravam apenas uma grande família. 
Analisando-os melhor, davam a impressão de ser abnegados, não por falta de 
identidade, mas por estar muito seguros de quem eram e do que faziam. Não 
estavam preocupados consigo mesmos; tampouco com a perseguição de 
reconhecimento. Não pude detectar nenhuma ambição e nenhum orgulho em toda 
a tropa. Era impressionante observar que toda aquela multidão multiforme guardava 
uma total harmonia e marchava num passo perfeito. Tinha 'certeza de que jamais 
houve na Terra um exército como aquele. 
Fiquei então atrás das unidades da linha de frente, olhando para um grupo 
muito maior, composto de centenas de divisões. Cada uma delas era de um 
tamanho diferente, com as menores tendo cerca de dois mil soldados, e as 
maiores centenas de milhares. Embora esse grupo não fosse tão bem delineado e 
colorido como o primeiro, em virtude do seu tamanho era também um exército 
imponente. Ele tinha também bandeiras, mas elas não eram nem de perto tão 
grandes e impressionantes como as do primeiro grupo. Todos tinham uniforme 
e seu posto no exército. No entanto fiquei surpreso ao ver que muitos deles não 
apresentavam a armadura completa, e muitos não carregavam armas. E 
mesmo as armaduras e as armas que possuíam não eram tão polidas e 
brilhantes como as do primeiro grupo. 
Olhando com mais atenção os que estavam nesse grupo, pude ver que todos 
estavam determinados e tinham um propósito, mas faltava-lhes a objetividade que 
caracterizava o primeiro grupo. Esses aqui pareciam ter mais consciência do próprio 
posto e dos postos dos que estavam ao seu redor. Senti que isso os perturbava um 
pouco, afetava seu objetivo. Pude ver também ambição e ciúmes na tropa, o que sem 
dúvida era mais um fator de perturbação. Mesmo assim percebi que essa segunda 
divisão tinha um alto nível de dedicação e propósito, mais do que qualquer exército 
na Terra. Essa era também uma força muito poderosa. 
Atrás desse segundo exército havia um terceiro, que marchava tão afastado 
atrás dos dois primeiros, que não saberia ao certo se até mesmo ele podia 
divisar os dois grupos que estavam à sua frente. Esse grupo era muitas vezes 
maior que o primeiro e o segundo juntos, sendo aparentemente composto de 
milhões e milhões de pessoas. Pelo que pude observar a distância, esse exército se 
movia em diferentes direções como um grande bando de aves, arremetendo-se 
primeiro por um caminho e depois por outro, nunca se movendo numa linha reta 
por muito tempo. Por causa desse movimento incerto ele se afastava mais e mais 
dos dois primeiros grupos. 
Chegando mais perto desse grupo vi que os soldados vestiam uniformes de cor 
cinza escuro, esfarrapados e sujos. Quase todos estavam ensangüentados e 
feridos. Alguns tentavam marchar, mas a maioria simplesmente ia na direção 
geral em que todos eram dirigidos. Lutas entre eles irrompiam constantemente nas 
tropas, provocando ferimentos. Alguns dos soldados procuravam manter-se perto 
das bandeiras esfiapadas que se espalhavam pelas tropas. Mesmo assim, até os 
que estavam perto das bandeiras não tinham uma identidade clara, pois ficavam 
mudando a cada passo de uma bandeira a outra. 
Nesse terceiro exército notei com surpresa que havia apenas dois postos: 
generais e soldados rasos. Somente alguns tinham uma peça da armadura. 
Tampouco vi arma alguma, exceto armas de brinquedo que eram levadas pelos 
generais. Os generais ostentavam essas armilas falsas como se pelo simples fato de 
possuí-las isso tornasse Os oficiais especiais. No entanto, até mesmo os que estavam 
nas tropas sabiam que elas não eram reais, o que era muito triste, porque era óbvio que 
toda a tropa ansiava desesperadamente encontrar alguém que realmente pudesse seguir. 
Parece que não havia ambição alguma, exceto entre os generais. Não era por 
haver entre eles desprendimento de si mesmos, como no caso do primeiro exército, 
e sim por não se preocuparem com quase nada. Considerei que pelo menos a 
ambição presente no segundo grupo seria bem melhor que a confusão que 
prevalecia no terceiro. Os generais desse grupo pareciam dedicar-se mais a falar sobre 
si mesmos e a lutar entre si, o que Os pequenos grupos em volta das bandeiras 
também não cessavam de fazer. Pude ver que as lutas dentro das tropas eram a 
causa dos grandes arremessos imprevisíveis, numa e noutra direção, que 
aconteciam nesse grupo e faziam com que de quando em quando ele mudasse de 
direção. 
Ao olhar para os milhões que havia no último grupo senti que apesar do seu 
grande número eles na verdade não acrescentavam força alguma ao exército, 
como um todo. Pelo contrário, o enfraqueciam. Numa batalha real eles seriam 
muito mais um peso morto do que um trunfo. Só o fato de ter que sustentá-los com 
alimento e proteção significaria muito mais despender recursos do que alcançar 
resultados que beneficiassem o exército em sua luta. Considerei que um soldado 
raso do primeiro ou do segundo grupo teria um valor muito maior que o de muitos 
generais do terceiro. Não conseguia entender a razão de os dois primeiros grupos 
permitirem que este Os seguisse em sua retaguarda. Era evidente que eles não eram 
verdadeiros soldados. 
Mais tarde eu estava diante do Hall do Julgamento, em frente ao Trono do 
Julgamento. O Senhor apareceu como Sabedoria, mas eu jamais o vira tão feroz, e 
nunca suas palavras foram tão pesadas: 
 Você já viu este exército em seu coração muitas vezes. Os líderes que estou 
comissionando agora vão Estou enviando-o a muitos deles. O que você vai lhes 
dizer? 
 Senhor, este é um grande exército, mas eu ainda estou aflito pela condiçãodo 
terceiro grupo. Não compreendo por que até mesmo lhe foi permitido participar do 
teu exército. Gostaria de dizer que, antes de prosseguirem, o primeiro e o segundo 
deveriam dar meia volta e dispersar esse terceiro grupo. Eles não passam de uma 
enorme turba. 
 O que você viu hoje é ainda algo do futuro. Os ministros que estou para liberar 
reunirão este exército e vão equipá-lo para ser tudo o que você viu. Mas no momento 
presente quase todo o meu exército está na condição do terceiro grupo. Como então 
dispersá-los? 
Isso me assustou bastante, muito embora soubesse que nunca vira ninguém 
que, sendo do Senhor, estivesse em tão boa forma como até mesmo o segundo 
grupo desse exército. 
 Senhor, sei que senti a tua ira em relação a esse grupo. Se quase todo o teu 
exército se encontra agora nessa situação, sou muito grato por não nos haveres 
destruído a todos nós. Quando observava esse terceiro grupo, senti que seu 
estado deplorável se devia a falta de treinamento, equipamentos e visão, bem como 
a uma falha em tomar a cruz que circuncida o coração. 
Algum tempo depois já não me encontrava defronte do trono do julgamento, e 
sim na montanha, tendo de novo a visão daquele exército. Aquele que tinha o 
nome de Sabedoria estava ao meu lado, e resoluto, sem no entanto lhe sentir a dor 
e a ira, tal como sentira antes. 
Eu lhe permiti ver um pouco do futuro - começou a dizer Sabedoria. - Eu o estou enviando 
àqueles que foram chamados para preparar meu exército e liderá-lo. Esses são os que 
vêm lutando a batalha na montanha; são os que se defrontaram com o exército do 
acusador e permaneceram fiéis; os que têm cuidado do meu povo e os têm protegido, 
arriscando até mesmo a própria vida. Eles são chamados para ser líderes no meu exército; 
lutarão na grande batalha final, e permanecerão sem medo diante de todos os poderes das 
trevas. Como você pode ver, esse exército está em marcha, mas haverá ocasiões em que 
eles acamparão. Permanecer acampados é tão importante quanto estar em marcha. É 
tempo de planejar, oferecer treinamento, desenvolver habilidades e preparar as armas. É 
também te/mip0 em que os que pertencem ao primeiro grupo andem entre os que estão no 
segundo, e os líderes do segundo andem em meio aos que estão no terceiro, com o 
propósito de encontrar os que possam ser chamados para passar ao nível seguinte. Faça 
isso enquanto puder, pois o tempo está próximo, quando Apocalipse 11:1 e 2 se cumprirá, e 
os que quiserem ser chamados por meu nome, mas não andarem nos meus caminhos, 
serão pisoteados. Antes da última grande batalha meu exército será santo, assim como eu 
sou santo. Vou remover aqueles que não forem circuncisos de coração, e também os 
líderes que não preservarem minha retidão. Quando a última batalha acontecer, não haverá 
o terceiro grupo, que você viu aqui. 
A Sabedoria prosseguiu, dizendo ainda: 
- Até agora, quando meu exército acampou, a maior parte do tempo foi desperdiçada. 
Assim como eu somente levo meu povo a prosseguir tendo um claro objetivo, da mesma 
forma, quando chamo meu exército para acampar, há um propósito. A força do exército 
que marcha resultará da qualidade do que for feito nesse acampamento. Quando chegar à 
hora de parar e acampar por algum tempo, será para ensinar meus caminhos ao meu 
povo. Um exército é um exército, quer esteja em batalha ou em paz. Será necessário que 
aprendam como acampar, como marchar e como lutar Nenhuma dessas coisas será bem 
feita, a menos que todas sejam bem feitas. 
E ele continuou: 
- Vocês chegarão a um tempo no futuro em que verão meu exército exatamente como é 
agora. Naquele dia vocês sentirão minha ira ardente. Saibam que não mais vou tolerar os 
que permanecerem na condição do terceiro grupo. Então interromperei a marcha de todo o 
exército, até que os que estejam nesse grupo hajam sido disciplinados para se tornarem 
soldados, ou sejam dispersos. Vou disciplinar os do segundo grupo para minar suas 
ambições más, de forma a viverem por mim e por minha verdade. Então meu exército 
prosseguirá marchando, não para destruir, mas para dar vida. Vou estar no meio deles 
para que pisem nos meus inimigos, que estarão debaixo dos pés desse exército. Estarei 
indo para ser o Capitão da Hoste! 
O Exército do Século Vinte e Um 
Creio que todo cristão estará marchando num desses três exércitos no século 
vinte e um. Um dos fatores que determinará onde cada um de nós estará é quão 
bem haja sido treinado para servir. Agora é o tempo em que estamos acampados. 
Agora é o tempo de planejamento, de treinamento, de aprimoramento das nossas 
habilidades, e adequação das nossas armas. 
Este livro é o que resultou de haver escutado o Senhor durante os últimos dez 
anos, tanto por meio de visões como de revelações. Espero que àqueles que 
estão dispostos a responder ao chamado de Deus para conhecer o Senhor e 
servi-lo nesses perigosos dias que estão por vir, ele sirva como um verdadeiro 
manual. 
O objetivo final de Satanás é encher o inferno. Sua maior aliada para alcançar 
esse objetivo é a morte, e o meio mais eficaz para provocá-la é a guerra. Uma de 
suas principais estratégias é portanto instigar a guerra de todas as maneiras possíveis, 
usando quem quer que consiga fazer com que lute. Ele vê cada guerra como uma 
vitória, e as mais destruidoras como suas maiores realizações. Assim como Jesus 
é o Príncipe da Paz, Satanás é o príncipe da guerra. 
Algumas "guerras justas" são lutadas por causas justas. Mesmo assim a Igreja 
deve considerar toda guerra como uma significativa derrota, mesmo que o lado da 
justiça prevaleça. São derrotas porque o Senhor investiu autoridade sobre a 
Igreja para travar guerra espiritual, que se exercida de maneira correta pode 
alcançar os objetivos da justiça sem a destruição que a guerra produz. Do 
mesmo modo que Jesus foi enviado para destruir as obras do diabo, fomos 
enviados ao mundo com a mesma missão. 
 O conflito final entre a vida e a morte está prestes a entrar na sua batalha 
final, que será a maior de todas. Ela assolará de um extremo a outro da Terra, em 
toda cidade e vilarejo, em toda frente política, filosófica e social. Está chegando 
um tempo em que todo debate, toda campanha política e todo movimento social 
será visto como uma linha da batalha entre essas duas derradeiras forças 
espirituais. Não haverá campo neutro, não haverá tréguas, nem haverá paz nessa 
guerra. Será o tempo mais perigoso, como também o de maior oportunidade para o 
Cristianismo, como nunca houve antes. 
 
O Campo de Batalha 
Cada guerreiro nessa batalha recebeu posições a defender e posições a tomar do 
inimigo. Temos que defender nossas famílias, nossas congregações, e nossos locais 
de trabalho contra as palavras de morte. Ao mesmo tempo, ternos que trabalhar a 
cada dia para ampliar a extensão do reino de Deus. 
Nossos mapas de batalha são nossas listas de oração. Temos que ter alvos 
específicos. Temos que "lutar de modo a não f icar desferindo golpes no ar", 
mas sabendo o que estamos at ingindo. Quando conseguirmos ter domínio 
sobre nossos compromissos menores, receberemos maior autoridade para irmos 
de encontro a fortalezas maiores. Por exemplo, aqueles que tiverem domínio no 
âmbito de sua família receberão seus vizinhos e suas famílias. Os que tomarem sua 
vizinhança receberão o encargo de sua cidade. Joel descreveu o exército do 
Senhor: 
Correm como valentes; como homens de guerra, sobem muros; e cada um vai no 
seu caminho e não se desvia da sua fileira. 
Não empurram uns aos outras; cada um segue seu rumo; arremetem contra lanças e 
não se detêm no seu caminho (Joel 2:7, 8). 
Os cristãos têm que ver cada encontro com uma pessoa como uma oportunidade 
para semear vida. Isso não quer dizer que tenhamos que declarar o plano de 
salvação a cada funcionário que trabalha no caixa de um supermercado, ou a 
cada garçonete, e sim nos posicionar do lado do reino de Deus, mantendo resolutamente 
nossa posição em Cristo. Esta posição é sempre demonstrada pelo frutodo Espírito. 
Sempre que conseguirmos suportar as constantes provações e os injustos conflitos desta 
vida, sem comprometermos nossa posição no amor, na alegria, na paz, na 
paciência, na bondade, na benignidade, na fidelidade, na mansidão e no 
autocontrole, estaremos estendendo os limites do reino de Deus. 
Uma das maiores demonstrações do Espírito que já testemunhei não foi um 
milagre, mas uma situação ocorrida numa fila para aquisição de passagens de uma 
companhia aérea. 
Uma Demonstração do Reino de Deus 
Um dia, num aeroporto, devido a problemas com vôos que estavam chegando e 
outros em atraso, a fila para uma certa conexão crescera numa proporção que 
tornou impossível atender a todos no curto espaço de tempo que havia até a 
partida de um determinado vôo. Discussões e demonstrações de impaciência 
aumentavam tanto, que realmente pensei que a situação estava para sair fora do 
controle. 
Precisamente na hora mais imprópria, logo em seguida ao anúncio de mais 
um atraso, duas senhoras de certo porte, um tanto agitadas, cada uma 
levando duas enormes malas, forçaram a passagem, furando a fila, e foram até 
seu início. Não me lembro de haver presenciado uma conduta tão odiosa como 
aquela. Mesmo na condição de mulheres, eu estava certo de que alguém iria 
fazer com que parassem. Mas para meu espanto elas chegaram bem na frente, 
na fila onde estava um amigo meu. 
Enquanto outros começavam a empurrar as duas senho ras, meu amigo 
espontaneamente se dirigiu a elas, e perguntou se poderia- ajudá-las com as 
malas, ao mesmo tempo que lhes oferecia seu lugar, que estava bem próximo do 
início da fila. Essa atitude foi tão contrária ao espírito que prevalecia entre os 
demais, que todos ficaram pasmos. Um grande si lêncio tomou então conta do 
ambiente. Todos olhavam para meu amigo, vendo-o pegar suas malas e 
caminhar até o fim da fila, por haver cedido seu lugar. As duas mulheres, no iní-
cio da fila, ficaram totalmente desconcertadas diante daquela amável atitude, tão 
inesperada e imerecida. 
Os comissários, que também haviam testemunhado a cena, subitamente se tornaram 
bem mais corteses, e por alguma razão o vôo foi retardado um pouco, dando tempo 
para que todos embarcassem. Já vi acontecer muitos milagres na minha vida, do nível 
dos que são registrados na Bíblia, mas aquela cena no aeroporto ainda sobressai 
como sendo uma profunda demonstração do reino de Deus. Uma vez que o 
inferno rapidamente ganhava controle naquela instável situação, que caminhava para 
uma séria contenda, Satanás pôs em cena duas poderosas armas, voltando-as 
diretamente sobre um cristão. Este, porém, depressa desarmou o inimigo e toda a sua 
hoste com apenas um verdadeiro ato de amabilidade. . 
A nós foi dado este mesmo poder, em cada situação. Quando surge uma contenda 
em nossa família ou no trabalho, podemos ficar no lado do inimigo ou no lado do 
Príncipe da Paz. A escolha que fizermos certamente determinará o resultado. Se 
apenas nós formos os que se alinharem com o Senhor, o resultado ainda será o 
mesmo: o mal será vencido pelo bem. Uma pessoa mais o Senhor sempre é uma 
maioria. Este livro é uma tentativa de ajudar os cristãos a fazerem este tipo de escolha 
no novo milênio. 
A DIREÇAO 
Dividi este livro em três seções principais. A Parte 1, que você está lendo agora, faz a 
seguinte pergunta: "Como é que vamos então viver?" A Parte 2 é um guia para 
cada crente no século vinte e um. Contêm muitas das ferramentas de ordem prática 
de que necessitaremos para desempenharmos nossa missão nos dias à frente. 
Começo com uma visão: "Campo de Sonhos ou de Pesadelos?" que prediz distúrbios 
econômicos nos próximos anos. Nessa seção consideramos nossa 
responsabilidade pessoal em nossas finanças, nosso relacionamento com outros 
cristãos, e a constante batalha contra o inimigo. Não poderemos servir no exército 
do Deus se não estivermos vivendo na retidão do Senhor. Vamos também 
considerar como lidar com as tempestades que estão à nossa frente, como conhecer 
o chamado de Deus à nossa vida, e como ouvir sua voz em meio a todos os sons 
dissonantes do mundo de hoje. 
A Parte 3 é um guia para cada cristão, como participante da Igreja, que significa todo 
o exército de Deus. Qual o chamado para a Igreja nos dias à frente? E por que parece 
que ela deixou de cumprir seu chamado no século vinte? Vamos considerar a es-
tratégia do diabo em cegar o mundo mediante o movimento da Nova Era. Veremos 
por que ele avançou tanto no século vinte. Depois vou compartilhar uma visão, 
"Guerra e Glória", que descreve uma guerra civil dentro da Igreja. Tal como a guerra civil 
americana, essa guerra fará finalmente com que se chegue a uma união maior. Depois 
veremos uma nova onda de mudanças na Igreja. Essa percepção foi também inspirada 
por uma visão, "A Próxima Onda Está sobre Nós". Vamos apresentar a seguinte 
questão, e dar-lhe uma resposta: "Por que o avivamento tem se retardado?"; e vamos 
considerar a visão que tive em 1997: "Uma Ponte para o Avivamento". Finalmente, 
veremos como a Igreja pode se valer de binóculos espirituais para ver o que irá 
acontecer no século vinte e um. 
O objetivo final da Igreja é encher o céu. Nossa ferramenta é o evangelho da 
salvação, as palavras de vida eterna. O conhecimento da salvação é a dádiva mais 
preciosa que se pode ter, e a nós, a Igreja, isso nos foi confiado. A Igreja está por 
receber palavras de vida com um poder muito maior. Tais palavras serão como bombas e 
granadas de mão com o poder de destruir até mesmo as mais eficazes fortalezas do 
inimigo. Palavras que individualmente serão ditas pelos cristãos aos incrédulos terão o 
poder de desemaranhar as complexas redes de engano que o inimigo tem levado anos 
para tecer. Afirmações que os cristãos farão publicamente vão desfazer a propaganda do 
inimigo para a sua causa, propaganda essa que foi feita mediante milhares de livros, 
artigos e proclamações públicas durante todo o século vinte. 
Esse poder por meio das palavras não será ganho de forma fácil. Aqueles a quem 
houver sido entregue essa autoridade terão que fielmente lutar contra sua própria 
linguagem e seus indóceis pensamentos, levando-os à submissão do Espírito 
Santo. Águas puras têm de vir de fontes puras. O grau de pureza da nossa vida será o 
grau em que as águas da vida estiverem fluindo em nós: Sobre tudo o que se deve 
guardai; guarda o coração, porque dele procedem às fontes da vida. 
No final da visão de O Chamado, houve um momento em que vi a glória de 
todas as épocas. Vi a Terra e os céus como uma unidade. Vi miríades de anjos e miríades 
de pessoas que tinham maior glória do que qualquer outro anjo que vira até então. 
Todos serviam na casa do Senhor. É isso que buscamos: ver a glória do Senhor 
revelada por instrumento do seu povo. 
Minha oração é que mediante este livro você conheça melhor o chamado que há 
na vida de todo crente, e que entenda como esse chamado se relaciona com nosso 
tempo. A profecia bíblica é clara com respeito a uma coisa: antes do fim, a Igreja se 
tornará a gloriosa noiva que é chamada a ser, digna do nosso grande Salvador. 
Uma geração vai cumprir a profecia de Isaías 60:1-5. Por que não a nossa? 
Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR 
nasce sobre ti. 
Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece 
resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti. 
As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu. 
Levanta em redor os olhos e vê; todos estes se ajuntam e vêm ter contigo; teus filhos 
chegam de longe, e tuas filhas são trazidas nos braços. 
Então o verás, e serás radiante de alegria; o teu coração estremecerá e se dilatará de 
júbilo, porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ter 
contigo. 
 
PARTE 2 O Cristão e o Século 21 
Uma Visão 
Capítulo 1 Campo de sonhos ou de pesadelos? 
Num dia, quando estava orando em agosto de 1995, vi numa visão um 
campo. Lá nof im desse campo tudo estava debaixo de uma forte cerração. 
Não muito distante, dentro daquela cer ração, havia um precipício rochoso, 
muito íngreme. Nele havia um caminho estreito, sinuoso e com forte declive, 
que era como uma ponte que ia de cima para baixo. Nele havia a mesma 
grama do campo, e essa grama estava em todo aquele caminho, de cima até a 
parte mais baixa. 
Muitos dos que entravam naquele nevoeiro não encontra vam aquele 
caminho e caíam no despenhadeiro. Dentre eles, alguns morriam, mas 
havia redes mais em baixo que pegavam muitos deles. Entretanto, aquelas 
redes não se achavam lá para salvar as pessoas, mas sim para capturá-las. 
Alguns entravam na cerração com muita caute la, dobrando Os joelhos e 
buscando o caminho, que intu i t ivamente sab ia m que ex is t ia . Esses, na 
sua maioria, chegavam a encontrar o caminho, e com todo cuidado 
começavam a descer de joelhos. Alguns, bem poucos, t inham pára-
quedas, e saltavam naquele precipíc io em meio à cerração. 
No sopé daquele penhasco havia um mar com quatro t ipos de navios no 
porto - navios de escravos, navios de guerra, luxuosos navios de turismo e 
navios-hospitais. A maioria dos navios eram navios de escravos. Em seguida, 
em maior número, eram os navios de guerra. Apenas cinco deles eram 
navios-hospitais, os quais se achavam junto a docas limpas e bem conser -
vadas, na parte central do porto. Os dois luxuosos navios de turismo 
estavam ancorados nas duas extremidades do porto, um em cada ponta. Havia 
suprimentos em abundância nas docas em que estavam os navios luxuosos, mas 
tanto os navios como as docas tinham um aspecto imundo e tinham uma 
manutenção péssima. Nenhum dos navios de guerra estava junto às docas; eles ficam 
movendo-se de uni lado para outro ali nas águas do porto. 
As pessoas que caíam naquelas redes eram levadas para Os navios de 
escravos. A maioria dos que desciam por aquele íngreme caminho ia dar nos 
navios-hospitais, mas muitos chegavam nos navios de luxo. Alguns dos que iam 
para Os navios de luxo eram capturados e forçados a entrar num navio de 
escravos. Os navios luxuosos eram bem protegidos e obviamente estavam sob 
o controle dos navios de guerra. Estes de vez em quando tiravam pessoas dos 
navios de escravos e dos navios de luxo, e pegavam quem eles queriam; não havia 
como resistir a eles. 
Os que estavam nos navios-hospitais também pegavam pessoas dos outros 
navios, mas apenas tomavam os mais fracos ou os que estavam tão enfermos ou 
feridos que não tinham expectativa de vida. Os tripulantes dos navios-hospitais 
eram alvo de grande respeito, porque portavam brilhantes armaduras que pareciam 
surpreender os demais. Todas as pessoas que saltavam do despenhadeiro de pára-
quedas aterrizavam nos navios-hospitais ou em suas docas. 
Um navio de escravos, quando ficava lotado, partia, fazendo manobras de um 
lado para outro, como se não soubesse para onde ir. Os navios de guerra faziam 
também muitas manobras, de forma que era impossível dizer para onde eles iriam 
em seguida. Qualquer navio que acontecesse de ficar no caminho de um navio de 
guerra era destruído e afundado. Quando os navios de guerra ficavam um à frente 
de outro, ambos começavam a atirar um no outro, até que um deles afundasse. 
Por causa do nevoeiro, muitos navios colidiam uns com os outros, e afundavam. 
O mar estava cheio de tubarões que rapidamente devoravam aqueles que caíam na 
água. A confusão, o desespero e o medo em todo o porto cresciam quando a cerração 
crescia. Quando, porém, o nevoeiro diminuía, uma esperança começava a surgir nas 
pessoas. Quando o nevoeiro dissipava-se a ponto de ser possível ver o mar alto, 
os navios começam a dirigir-se para lá. 
Os navios-hospitais eram Os únicos que partiam como se soubessem para onde 
estavam indo. Eles podiam partir imediatamente por causa do caos nas docas, 
indo ao mar alto, quando quisessem. Um ou dois deles em todo o tempo iam ao mar 
alto, desaparecendo por algum tempo, e depois retornavam. Então um outro navio-
hospital saía e fazia o mesmo. 
Quando me pus a seguir com os olhos para onde um desses navios ia, de repente 
era como se eu estivesse na plataforma de comando daquele navio. Quanto mais nos 
afastávamos, mais o céu ficava claro. Logo tornou-se um azul como eu nunca ha-
via visto, era como o azul que se vê quando num avião em vôo em elevada 
altitude. O céu me intrigava tanto que deixei de olhar para o mar. Mas quando 
voltei o olhar para as águas, o que vi foi que na verdade estávamos voando. 
Pensei que estávamos para entrar no espaço sideral, mas logo descemos em direção 
ao que parecia ser um mundo totalmente novo. Era composto de ilhas, cada uma 
delas habitada por um povo de uma cultura diferente. Os feridos que estavam em 
nosso navio-hospital eram colocados em diversas ilhas diferentes, de forma que 
cada pessoa ferida era levada para estar com os de sua própria cultura. 
Essas ilhas estavam em perfeita paz, e belas pontes as ligavam entre si, com 
um constante fluxo de pessoas atravessando- as. Em cada ilha estavam sendo 
lançadas as bases para a construção de grandes cidades. 
Embora cada uma das ilhas tivesse características próprias, distinguindo-se das 
demais, e sendo todas as ilhas totalmente diferentes de qualquer lugar que eu já 
tenha visto, senti-me imediatamente em casa, em cada uma delas. Eram como 
um Paraíso e, apesar de parecerem ser de um mundo diferente, eu sabia que elas 
de algum modo estavam muito perto do mundo de onde eu tinha acabado de partir. 
INTERPRETAÇÃO 
Nesta visão entendi que o fim daquele campo indicava que o fim da nossa 
prosperidade econômica está à vista. O que eu vi no fim era muito mais 
catastrófico do que eu jamais poderia ter pensado. Tempos muito difíceis estão à 
nossa frente, mas ao mesmo tempo todo um novo mundo está sendo construído bem 
em nosso meio, que é mais maravilhoso do que possamos imaginar. O tempo que 
nos foi dado até que isso aconteça tem o propósito de nos prepararmos para o que 
está para acontecer. Edifiquemos a nossa esperança e confiança no reino de Deus, 
que é o que não pode ser abalado. 
Aqueles que continuaram a andar no meio da cerração da mesma forma como 
tinham andado no campo a céu aberto - sem discernir ou reconhecer essa mudança 
de situação - ou pereceram ou caíram na escravidão. Os que logo caíram de joelhos 
tiveram como encontrar um caminho seguro de descida, mas era ainda um caminho 
descendente. Eles tinham que permanecer de joelhos em todo o percurso; não dava 
para ninguém ficar em pé naquele caminho inclinado, porque era muito íngreme e 
estreito. Ficar de joelhos refere-se à oração. Assim que virmos à cerração ou a confusão, 
teremos que orar a cada passo que tornarmos daí para a frente. 
Que não havia ninguém subindo mas, pelo fato de estarem todos descendo até 
o sopé daquele penhasco, isso me mostrou que a economia do mundo todo 
estava em queda. Muitos sobreviverão ao que está por vir, mas não no seu nível 
atual. Uma boa parte do nosso presente padrão de vida foi construída pelo crédito, 
emprestando do futuro, e o futuro está presente. Rapidamente estamos nos 
aproximando do tempo em que as nossas contas terão que ser pagas, e isso 
causará uma drástica redução em nosso nível de vida atual. 
Percebi que os navios de escravos eram bancos. Durante a Grande Depressão, os 
bancos foram de tal forma afetados que a maioria deles faliu. De algum modo eles 
agora se posicionaram de forma a não apenas sobreviver numa outra crise econômica, 
mas também tomaram medidas para poderem escravizar aqueles que se acham em 
débito com eles. 
Cada um dos navios de guerra era de um tamanho diferente, e senti que eles 
representavam vários níveis de poder. Suas ações não eram coordenadas, mas a 
impressão que dava era a de que eles estavam tão confusos como todo o mundo 
naquele lugar, e todos pareciam estar em guerra, uns contra os outros. Eles viviam 
às custas de saquear os navios de outros tipos, e também os demais navios de 
guerra. Creioque, nos dias que virão, pequenas guerras estarão pipocando em 
quase toda a parte, e sem razão. Quem quer que se interponha no caminho 
daqueles com algum poder acabará tendo problemas. 
Os navios de luxo eram tão imundos que estar num deles era apenas bem pouco 
melhor do que estar num navio de escravos ou de guerra. Era óbvio que o luxo no 
futuro não será como o conhecemos no dia de hoje. Além disso, os navios de guerra 
constantemente saqueavam os navios de luxo, tornando-os um lugar praticamente 
insuportável para se viver. No futuro, até mesmo qualquer coisa que seja um sinal 
de luxo poderá apenas servir para colocar-nos como alvo de ataques. 
Eu sabia que Os navios-hospitais eram a igreja. Eles resplandeciam de branco, e 
tinham cruzes vermelhas sobre si. Eram tão brilhantes e limpos que se destacaram 
tremendamente em minha visão. O branco fala de pureza, e as cruzes vermelhas me 
fizeram saber que eles estavam levando a cruz. O vermelho é também a cor do sacrifício. 
Esses navios eram tão belos que todo o mundo teria tido o desejo de estar num deles. A 
igreja tornar-se-á o lugar mais desejável para se estar no mundo; a igreja haverá de ser o 
instrumento puro que ela é chamada a ser quando assumir a cruz, consagrando-se a si 
mesma a uma vida de sacrifício. Nos tempos que virão à vida de sacrifício e de serviço 
aos outros será a vida mais desejável deste mundo. 
As pessoas que estavam nos navios-hospitais portavam brilhantes armaduras de 
prata. Elas, também, destacavam-se de forma impressionante, a cada vez que 
apareciam, e isso fazia que Os demais lhe tivessem um grande respeito, até 
mesmo os navios de guerra. Isso most rou -me que quando os crentes 
aprendem a portar a armadura, eles conquistarão o respeito de todo o 
mundo, e terão autoridade em decorrência disso. 
As docas dos navios-hospitais eram também totalmente limpas e estavam 
sobrecarregadas de suprimentos. Havia mais bens sobre elas do que nos 
navios de luxo, mas todos os bens estavam sendo usados para serviço, 
não como luxo. Como aque les que portavam as armaduras e também os 
navios-hospitais impunham um grande respeito, ninguém se aventurava a 
tentar pilhar os enormes estoques de suprimentos que eles tinham, apesar de 
que isso era evidente a todos. 
Quando um navio-hospita l passava entre dois navios de guerra que 
estavam lutando entre si, eles paravam de lutar e lhe entregavam os seus 
feridos. Um dos propósitos principais que esses navios t inham parecia 
então ser s implesmente in terromper a luta sempre que pudessem. 
Em meio ao caos daquele lugar, a dignidade, a resolução e o propósito com 
que os cr istãos e seus navios se moviam era a lgo impressionante. O 
maior sent imento de l iberdade que eu já sent i foi quando f iquei na 
p lataforma de comando do navio que part ira para alto mar. Assim que 
entramos em alto mar e estávamos fora do nevoe i ro, ascendemos a 
lugares celestiais. Quando descemos de volta, aparentemente era uma nova 
terra, embora de algum modo eu soubesse que era bem no meio de onde 
eu t inha part ido. 
O fato de encontrar uma l iberdade extraordinária naquele navio -hospital 
refere-se a que somente descobrimos a nossa verdadeira paz quando 
tomamos a nossa cruz para servir a outros. E se assim procedermos, 
passaremos a viver nos lugares celest iais. Então a visão que teremos da 
terra será totalmente diferente; veremos o que Deus está fazendo. 
Realmente senti que aquelas ilhas paradisíacas já estavam em nosso meio, 
mas apenas ainda não as conseguíamos ver. 
Na linguagem profética, o mar muitas vezes representa a população 
humana. Que o mar ao sopé daquele penhasco encon trava-se no mais 
terrível caos, isso representa a que os reinos deste mundo estão se dirigindo. 
As ilhas representam o Senhor estar lançando o fundamento do seu reino, bem 
em nosso meio, neste mesmo tempo. Por saber que essas i lhas estavam 
próximas do mar da confusão, isso me fez ver que o que o Senhor está por 
construir na terra está também bem próximo de nós. 
No mesmo tempo em que o mudo cair num terrível caos, o que 
provavelmente começará com o caos econômico, Deus es tará construindo 
pontes entre os povos que serão o fundamento de um glorioso futuro. O f im 
desta era é o começo de uma outra sobre a qual Cristo reinará. Em Apocalipse 17:15 
somos informados de que: "As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são 
povos, multidões, nações e línguas." 
As pontes estão agora sendo construídas entre Os povos. Essas pontes 
eram para intercâmbio, e era óbvio para mim que cada uma das i lhas 
estava construindo algo maravi lhoso, o melhor que a sua cultura podia 
produzir, de modo a compart i lhar isso com as outras i lhas. O fato de que o 
fundamento de novas cidades estava sendo lançado representava todo um 
novo começo para a terra. O que agora está sendo construído para o Senhor, 
para a glória do seu reino, isso permanecerá e será um fundamento na era que 
está por vir. 
 
Capítulo 2 A marca de Deus ou a marca da besta? 
 
Muitos se perguntam como, afinal, os acontecimentos do livro do Apocalipse se 
apresentarão aos nossos olhos neste século vinte e uni. Virá o Anticristo e realizará 
grandes sinais neste mundo, enganando os que aqui viverem? Fará ele com que 
todas as pessoas recebam uma marca na testa e também na mão direita, para dessa 
maneira poderem comprar, vender e negociar? 
Muitos cristãos dedicam um tempo considerável procurando descobrir o que essa 
marca da besta será, de modo a não se enganarem quanto a ela. No entanto, muito 
pouca atenção tem sido dada ao fato de como receberemos a marca de Deus, 
mencionada em Apocalipse 7:1-3. Se realmente estamos no fim dos tempos, então 
Deus enviará quatro anjos que segurarão os quatro ventos da Terra até que a fronte 
de seus servos seja selada. 
ESCOLHENDO A MARCA DE DEUS OU A MARCA DA BESTA 
O único modo pelo qual teremos condições de resistir à marca da besta em nós é 
tomando a marca de Deus, que é dada a seus servos. A chave para entendermos esse selo 
de Deus está em compreendermos o sentido da palavra servo. 
Nas Escrituras, o servo, ou escravo, tinha o direito de se libertar após seis anos de serviço, 
mas se ele amasse muito seu senhor e preferisse permanecer como escravo pelo resto da 
sua vida, recebia uma marca permanente (ver Êxodo 21:3,6). Os servos, então, são aqueles 
que por sua autodeterminação estão a serviço do Senhor. Nem todos os que se declaram 
cristãos são servos como esses. Muitos afirmam haver entregue sua vida a Cristo, mas 
continuam vivendo para si mesmos. 
Os servos não têm dinheiro algum para ser gasto com eles mesmos. 
Portanto, não usufruem liberdade para gastar o que lhes foi entregue, 
posto que não lhes pertence. Seu tempo, e inclusive sua família pertencem a seu 
senhor. 
O compromisso de tornar-se um servo, assim como ensinado nas 
Escr i turas, não está simplesmente na aceitação inte lectual de certos 
princípios bíbl icos; ele signif ica o compromisso de assumir com toda a 
obediência um esti lo radical de vida. Tal servo já não vive para si, e sim 
para o Senhor. Transformar-se voluntar iamente num tal servo é o maior de 
todos os compromissos que pode ser feito neste mundo, e somente um tolo 
o assumiria sem que primeiro considerasse cuidadosamente a implicação disso. 
Para compreendermos a marca da besta, que é uma marca econômica, 
ternos de entender o que signif ica "adorar a bes ta". Mesmo que não 
amemos o dinheiro, muitas vezes deposi tamos nele nossa conf iança. O 
amor ao dinheiro, ou a conf iança depositada no dinheiro l ibera um dos 
maiores males no coração humano. No f im desta era uma de duas coisas 
vai acontecer: ou estaremos totalmente l ibertos disso, ou estare mos 
inteiramente escravizados a isso. Seremos ou escravos de Deus, ou do diabo. 
Embora tenhamos entendimento com respeito ao que é a marca de Deus, 
e ao que é a marca da besta, mesmo assim teremos que fazer uma escolha 
entre as duas alternativas. Podemos julgar que issoserá fáci l, uma vez 
que reconhecemos a importância dessa decisão, mas não tomaremos a 
at itude correta a menos que nosso coração esteja em retidão. 
E não há obediência sincera, a não ser que tenhamos a l i berdade de 
desobedecer: Deus pôs a Árvore do Conhecimento no jardim para que os 
homens escolhessem a quem serviriam. Não era sua intenção que 
caíssemos, como pensarão alguns, e sim que provássemos nossa devoção. 
Se tudo que o Senhor quer ia era obediência, ter ia sido bem melhor para 
ele haver criado computadores, programando-os para adorá-lo. Será que uma 
tal adoração seria aceitável a alguém? Que dizer então de nosso g lor ioso Cr iador?! 
Não, a verdadeira adoração, nasce do coração. Ela necessita de 
l iberdade. Do mesmo modo, os que estão a serviço do Senhor são aqueles 
que por sua vontade querem ser servos. 
O Jugo da Besta 
Provavelmente seja uma dívida financeira a razão número um por que os 
cristãos hoje não estão livres para responder ao chamado de Deus em sua 
vida. Quando há um chamado para fazer alguma coisa - desde a entrada 
num ministério de tempo integral, até o chamado para uma viagem 
missionária -, nossa primeira consideração geralmente é: "Será que vou ter 
condições financeiras?" Esta é uma clara indicação de que possivelmente 
estejamos tomando a marca da besta. 
As pessoas em nossa cultura se acostumaram com a idéia de que como 
seus pais conviveram com dívidas, têm, conseqüen temente que aceitar essa 
mesma realidade - o fantasma da dívida. No entanto, pensando bem, o que a 
Bíblia nos diz a respeito? Paulo advertiu-nos quanto a isso: 
E não vos conformeis com este século [com esta era, que segue e se adapta às suas 
práticas exteriores e superficiais mas transformai-vos [mudem a si mesmos] pela [plena] 
renovação da vossa mente, [com novas ideais e uma nova atitude], para que 
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus [e até mesmo o que é 
bom, agradável e perfeito aos olhos de Deus para vocês]. (Romanos 12:2 - AMP) 
A dívida é um jugo de escravidão do qual a maioria das pessoas se tem 
tornado vít ima. Em quase todas as portas de esta belecimentos comerciais 
por onde você passa há a marca de um cartão de crédito nelas afixada. 
Creia você, ou não, ser verdade o que lhe digo, o fato é que um banco em 
Denver, 
Colorado, certa vez anunciou um plano para a emissão de car tões de crédito 
para crianças de 12 anos! 
Em menos de vinte anos os Estados Unidos, por exemplo, passaram da 
condição de nação mais credora do mundo para a situação de a nação mais 
devedora do planeta! (Em outras palavras: os americanos deixaram de ter as 
demais nações lhes devendo mais do que a qualquer outra naç ão, passando 
para a situação diametralmente oposta: agora eles devem às demais nações 
mais do que qualquer outro país.) Jamais, na história mundia l , aconteceu 
uma mudança tão grande e tão ráp ida na economia de um país! 
O que toma emprestado se torna servo de quem empresta. O país com 
dívidas (como acontece também com o Brasil) se encontra agora numa 
situação de escravidão perante seus credo res. O trágico é que os jugos 
estão se tornando cada vez mais pesados! Como-a Igreja é chamada a ser "a 
luz do mundo" e "o sal da Terra", temos a responsabilidade de nos manifestar 
contra essa grande transgressão. Contudo, como teremos autori dade para 
emitir tal opinião, se nós crentes - como todo o mundo - também estamos 
atolados em dívidas, tanto pessoalmente como em relação às nossas igrejas e 
ministérios? 
A expressão "o dinheiro compra tudo" é muito reveladora. Mais do que 
qualquer outra coisa, a forma como se gasta o dinheiro revela a quem se 
está servindo. Basta olhar para Os canhotos dos talões de cheques de 
alguém para se ter como escrever sua biograf ia. Dá para facilmente distinguir 
suas preferências e paixões (distinguindo-se as coisas pelas quais tem algum 
interesse e aquelas a que se entrega de fato). Jesus assim se expressou a esse respeito: 
...onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. 
A Meta 
A Bíblia não af irma que é errado ter dinheiro. Na verdade, o dinheiro pode 
ser uma das dádivas de Deus, como está em 1 Timóteo 6:17 (SBTB): Deus, que 
nos dá todas as coisas para as desfrutarmos. Mas a questão de sempre é: Por que 
estamos sempre com pouco dinheiro? Temos a resposta no seguinte texto: 
Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai o vosso passado [vede bem o 
que vos tem acontecido]. Tendes semeado Muito e recolhido pouco; comeis, mas não 
chega para fartar-vos; bebeis; mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se 
aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado. (Ageu 1:5, 6 - 
AMP) 
Esta escritura descreve com muita propriedade o modo pelo qual a maioria 
das pessoas vive, semana após semana, correndo até o banco para cobrir os 
cheques emitidos no dia anterior. Se habitualmente você se vê sem dinheiro 
suficiente, considere as seguintes questões: 
-Será que não empreguei bem, ou gastei demais o dinheiro que Deus me deu? 
- Será que tenho mesmo necessidade de mais, ou sou "excessivamente 
ambicioso"? 
- Tenho violado os princípios bíblicos de mordomia, com respeito ao dinheiro 
que o Senhor me confiou? 
- Será que, como as pessoas do livro de Ageu, tenho me preocupado mais em 
construir a minha casa do que a Casa de Deus? 
Mesmo que uma só das questões acima seja af irmativa em nosso caso, 
nossa resposta tem que ser arrependimento. Arre pendimento é mais do que 
simplesmente nos entr istecer por nossos erros; é mudar nosso comportamento. 
Como C. S. Lewis certa vez ressaltou, quando fazemos uma conversão e 
entramos numa estrada errada, esta nunca se tornará a estrada certa. O 
único modo pelo qual podemos pegar de novo a estrada certa é voltar ao 
ponto daquela conversão errada e fazer a conversão correta. 
A definição bíblica do que seja l iberdade f inanceira não é necessariamente 
ser rico. Nosso alvo deve ser o de nunca tornar uma decisão com base em 
considerações financeiras, e sim com base na vontade de Deus. Essa deve ser 
a meta financeira para cada um de nós. 
Normalmente pensamos que para sairmos de nossa situa ção o je i to é 
ganhar mais d inheiro. Entretanto, essa quase nunca é a resposta, e às vezes 
pode até tornar as coisas piores. 
O plano de Deus não requer que você ganhe mais dinheiro do que ganha agora - 
e isso não é porque ele vai lhe dar uma revelação, de modo que você acerte na 
loteria! 
As Escrituras nos dão claras instruções de que temos que sair das dívidas, 
de que precisamos urgentemente não nos endividar, tornando-nos 
financeiramente independentes. Não importa quão desastrosa seja sua atual 
situação financeira: você tem um modo bastante simples para escapar a ela - 
obediência! Esta é sua herança como filho (ou filha) do Rei. 
O Principio da Obediência 
O primeiro princípio para escapar de sua atual situação financeira é passar pela 
cura financeira. 
Passando Pela Cura Financeira 
O primeiro passo para a cura financeira é dar, e não ganhar. Se você se 
fechou diante desta afirmação, é então evidente que você tem uma ferida que 
precisa ser curada. Você tem retido seu dinheiro do Senhor? Infelizmente a Igreja 
tem sido financeiramente saqueada pelo engodo, pela manipulação, e às vezes 
pelo espírito de controle. 
A maneira de se ficar fora do alcance do jugo deste mundo é entrar no reino. 
Fazemos isso submetendo-nos, em primeiro lugar, ao Rei em tudo, e vivendo 
segundo a sua Palavra. Nossa primeira consideração ao tomarmos qualquer 
decisão importante tem de ser: descobrir qual é a vontade do Senhor. 
Um texto muito importante para a Igreja de hoje encontra- se no livro do profeta 
Malaquias: 
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos 
dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a 
nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na 
minha casa; e provai-me nisto, dizo SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas 
do céu e não derramar sobre vós bênçãos sem medida. Por vossa causa, repreenderei o 
devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será 
estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis 
11177a terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 3:8-12) 
Você é assim tão abençoado financeiramente a ponto de sobrar dinheiro? Então 
traga "todo o dízimo" à casa do tesouro. Isso significa dar o dízimo pelo bruto 
(dizimar é dar os primeiros 10 por cento de toda a nossa renda ao Senhor). Além 
do que ele promete uma bênção tão grande que não dá para você imaginar! 
Muitos cristãos pensam que não têm condições de dar o dízimo, mas na verdade o 
que não podemos fazer é deixar de dá-lo! De modo geral, o que precisamos não é 
aumentar a nossa receita, e sim ter o devorador repreendido. O Senhor promete não 
apenas repreender o devorador, mas também abrir as janelas do céu. Aqui se encontra o 
único texto das Escrituras em que Deus nos pede que façamos prova dele. Faça prova 
dele a este respeito. Eu nunca soube de ninguém que haja dado fielmente o dízimo e não 
haja experimentado a fidelidade do Senhor em relação à sua Palavra. 
Contudo já vi muitos que continuaram a cair f inanceiramente pelo fato de 
haverem declarado: "Vou deixar de lado meus dízimos até que o Senhor me diga 
onde deverei entregá-los". Isso soa algo nobre, mas se o dinheiro ainda está em 
sua conta, você não o entregou. Às vezes pode ser sábio deixar reservado algum 
dinheiro numa conta especial, esperando o tempo e o lugar para dá-lo, mas isso 
deveria acontecer tão-somente com nossas ofertas. Ou seja: tudo que vai além do 
dízimo, e não o dizimo propriamente dito. 
A Palavra é clara quanto ao lugar onde entregar o dízimo: na casa do seu 
tesouro, ou seja, na sua igreja. 
Alguns julgam que não podem confiar nos líderes da sua igreja com respeito a um 
destino sábio do dinheiro. Entretanto, se não pudermos confiar nos líderes com 
relação ao nosso dinheiro, certamente seremos tolos em confiar nossa alma a eles. 
Nossa responsabilidade é obedecer, deixando o Senhor lidar com os que possam ser 
irresponsáveis. Entretanto, se a liderança demonstra uma séria 
irresponsabilidade financeira, teríamos que considerar que ela não tem 
capacidade tampouco para zelar por nossa alma. 
Já ouvi alguém dizer: "Não dou o dízimo, porque tudo que tenho é do Senhor". 
Este é outro engano trágico. Se tudo que tal pessoa tem é do Senhor, então ela 
deveria obedecer à Palavra de Deus, que manda dar o dízimo. O Senhor não é 
enganado por esse tipo de raciocínio viciado. Temos de compreender que Deus 
não precisa do nosso dinheiro. O mundo todo a ele pertence. Dizimar visa ao 
nosso bem, não ao dele. Nossas desculpas apenas ferem a nós mesmos. 
As mesmas verdades se aplicam à nossa igreja e ao nosso ministério. 
As Igrejas Também Deveriam Dizimar 
Como uma igreja é uma casa do tesouro de Deus, será que isso significa que a 
nossa igreja também deveria dizimar? Sim, dar é algo fundamental no Cristianismo. 
De igual forma Deus nos pede que assim procedamos para nosso próprio bem, e 
não para o bem dele. Deus procura pessoas fiéis, nas quais possa confiar para 
serem canais de seu suprimento. Não estamos buscando prosperidade para nós 
mesmos; procuramos ser servos fiéis, tal como aqueles da parábola dos 
talentos, que investiram bem o que lhes fora confiado, e depois disso seu patrão 
lhes confiou uma importância bem maior. 
Quando começamos nossa congregação, a Comunidade Morningstar 
(Estrela da Manhã) em Charlotte, Carolina do Norte, por um descuido deixamos 
de dar o dízimo da receita da igreja. Tivemos significativas perdas até o momento em 
que começamos a dizimar, quando imediatamente nossas finanças deram meia 
volta. Poderíamos dizer que teria sido uma coincidência. No entanto teríamos de 
estar mortos espiritualmente, para chegarmos a admitir isso. 
Quando damos o dízimo bíblico, que é tomar os "primeiros frutos" e dar ao 
Senhor, estamos afirmando que nele confiamos como nossa Fonte, não em nós 
mesmos, nem em nosso trabalho. Isso é importante para pessoas, para igrejas, 
e para ministérios para-eclesiásticos. 
Uma vez que você haja assumido o compromisso de dar o dízimo, você deve 
ainda se perguntar se não está sucumbindo a qualquer das três armadilhas do inimigo 
para mantê-lo escravizado ao sistema deste mundo. 
 
Três Armadilhas de Escravidão Financeira 
 
Em que grau estas três armadilhas o influenciam ou dominam? 
1. Compulsão para Comprar 
Tudo que vemos nos jornais e na TV nos força a "ir atrás". Ganhe tanto quanto 
puder! Contudo Eclesiastes 4:8 nos lembra que os olhos nunca... se satisfazem com 
riqueza (SBTB). E Eclesiastes 5:10 explica ainda que: Quem ama o dinheiro jamais 
dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda. A compulsão para 
comprar é um sintoma do que Salomão está descrevendo nesses versículos. 
2. Insatisfação 
A insatisfação é a doença de nunca julgar que se tem o suficiente: roupas bastantes, 
roupas certas, móveis suficientes, ou combinando entre si, penduricalhos, jóias, enfeites, 
mil e uma utilidades, cada vez mais sofisticadas e modernas... É uma fome insaciável de 
possuir mais e mais. Eclesiastes 5:11 diz: Onde os bens se multiplicam, também se 
multiplicam os que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que os 
verem com seus olhos? 
Já ouvi quem dissesse: "Queria ser um milionário para dar esse dinheiro ao 
Senhor". Você não precisa ganhar milhões para dar ao Senhor. Ele não é pobre. 
Tenha o cuidado de não disfarçar seus desejos com afirmações desse tipo. O Senhor 
disse: Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão 
acrescentadas. 
3. Preguiça 
Talvez você nunca tenha dinheiro bastante, porque você é preguiçoso. 
Salomão aconselhou o preguiçoso a considerar os caminhos da formiga: 
Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo 
ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio prepara seu pão, na sega ajunta seu 
mantimento. O preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu 
sono? Um pouco para dormir, uni pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os 
braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessi-
dade, como de um homem armado. (Provérbios 6:6-11) 
O versículo 7 deste trecho é o mais interessante: ... não tendo ela chefe, nem 
oficial, nem comandante. Algumas versões traduzem esta última palavra por 
"dominador". Contudo no hebraico a palavra é mesmo comandante. Neste sentido a 
formiga é uma representação do crente nascido de novo. As formigas instinti-
vamente sabem o que fazer. Pois do mesmo modo deveriam saber os cristãos; tais 
pessoas não precisariam ter uma fonte de motivação externa, uma vez que sua 
motivação vem de seu interior. Às vezes o crente precisa de um conselho, mas 
nossa meta tem de ser a de sempre termos a Palavra e os caminhos de Deus 
estabelecidos firmemente em nosso coração. 
Observe ainda o que Salomão diz sobre o sono. Todos temos a tendência de tocar no 
despertador, desligando o alarme para termos apenas alguns minutos a mais de 
sono. Este versículo nos adverte contra a natureza viciosa desse hábito. Se é hora de 
nos levantar, levantemos! Deus não vai derramar prosperidade sobre você enquanto 
você estiver na cama. Se somos servos do Senhor, nosso tempo também é dele. 
A Lei da Física e a Riqueza 
Há uma lei da Física que af irma que a energia jamais é destruída; ela 
simplesmente muda de forma. O mesmo é verdade com respeito à riqueza: ela 
nunca é destruída, mas com freqüência muda de mãos. Mesmo durante a 
Grande Depressão, a riqueza na verdade não se perdeu; ela apenas foi 
transferida para aqueles que se achavam em condições de tirar vantagem da 
situação. E os que se beneficiaram foram não só os que não tinham dívidas, 
como tinham dinheirodisponível naquela hora. Houve empresas que foram 
compradas por quantias muito baixas, chegando a 10% do seu real valor. Terras 
foram adquiridas por quantias ínfimas, chegando a 25% de dólar para cada mil 
metros quadrados, compradas daqueles que se haviam endividado. 
Estamos caminhando em direção a um transtorno econômico muito pior que 
o da Grande Depressão. Os que não estiverem preparados ficarão arruinados. O 
Senhor deseja que seu povo esteja prevenido para tais tempos, não apenas para 
que possam suportar tudo, ou para enriquecerem, mas para benefício do próprio 
evangelho. Como prometem as Escrituras, a riqueza das nações será dada àqueles 
que servem ao Senhor. 
Agora o Senhor está preparando seu povo para o que está para acontecer. Ele 
vem advertindo sua Igreja por mais de vinte e cinco anos, para que todos se livrem 
de dívidas. Já nos foi dado um tempo mais que razoável para isso. Entretanto, 
devido ao fato de que esses catastróficos problemas econômicos têm demorado a 
acontecer, muitos têm desprezado essas advertências. Ainda há tempo para 
arrependimento e para pormos as coisas em ordem, mas não dá para protelar mais! 
 
Capítulo 3 Acusadores dos irmãos 
 
Na primavera de 1995 Bob Jones, um amigo meu que é profeta, disse a alguns 
dentre nós que o time de beisebol Os Valentes de Atlanta ganharia o campeonato da 
Série Mundial, naquele ano, como uma mensagem para a Igreja. Essa profecia 
cumpriu-se, e de fato houve nela uma mensagem. 
Por muitos anos Os Valentes de Atlanta vinham sendo considerados "o time dos 
Estados Unidos". Esta nação é chamada de "o lar dos valentes". Valentes são guerreiros 
corajosos, e verdadeiros guerreiros são os que lutam até obter a vitória. Após anos 
de insucesso, Os Valentes de Atlanta finalmente conseguiram entrar na Série Mundial 
de 1992 e também em 1993, mas não foram campeões. Eles não desistiram, e em 1995 
venceram o campeonato da Série Mundial, tal como Bob Jones havia profetizado. 
De maneira semelhante, a Igreja tem lutado por vários anos. Deus tem 
levantado grandes movimentos e ministérios para abençoar o mundo todo. 
Embora tenhamos tido muitos anos maravilhosos, já faz algum tempo que a Igreja 
como um todo não tem alcançado um verdadeiro avanço ou vitória sobre o 
inimigo. 
Como eu esperava que o time de Atlanta vencesse em 1995, em razão da palavra de 
Bob, também fiquei muito ansioso por conhecer a mensagem que havia nessa 
vitória. Para mim foi muito interessante o fato de que a vitória dos "Valentes" 
aconteceu no ano da saga de O. J. Simpson, que talvez haja sido o julgamento 
mais controvertido da história judicial dos Estados Unidos. Foi esse também o 
ano em que o incêndio de igrejas e a Marcha de Um Milhão de Homens foram 
manchetes dos principais jornais. Quando parecia que a justiça estava sofrendo o maior 
assalto da história americana, foi um jogador de nome Davi ou, mais 
precisamente, David Justice, que fez a jogada vencedora naquele jogo que 
deu a vitória ao "time a m e rica no”. 
Creio que foi muito significativo haver sido Davi quem fez aquela jogada final. Ele 
é um homem negro, e realmente espero que "Davis" jovens e negros surjam e matem 
os "Golias" espirituais que têm intimidado e retido o avanço dos exércitos de Deus. 
Penso ainda que esses grandes campeões virão em nome da justiça. Eles não 
apenas exigirão justiça para si mesmos, mas também a conquistarão Para outras 
pessoas. 
Nenhum de nós deseja justiça em relação a nossos pecados; o que desejamos é, 
isto sim, misericórdia e graça. Isso é pacífico. Entretanto, a justiça de Deus é mais do 
que isso. O Senhor evidentemente se preocupa muito com a eqüidade e com a jus-
tiça na conduta dos homens. As Escrituras deixam bem claro que ...retidão e justiça 
são a base do seu trono, e que ...fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao 
Senhor do que oferecer-lhe sacrifício. 
Se a justiça é algo tão importante que é um dos dois pilares sobre os quais Deus 
estabeleceu seu trono, deve-se dar a ela uma prioridade muito maior. Como o Senhor 
falou pelo profeta: 
Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras 
praticardes a justiça, cada um com O seu próximo; se não oprimirdes o estrangeiro, e o 
órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após 
outros deuses para vosso próprio mal, eu vos tirei habitar neste lugar, na terra que dei a 
vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre (Jeremias 7:5-7). 
Tenho viajado muito por todo o mundo, e quanto mais viajo mais dou graças a 
Deus por viver na América. Por melhor que seja o sistema de justiça que há no 
mundo de hoje, esse sistema ainda não é tão bom quanto poderia ser. Não há 
justiça para todos. E há um crescente assalto à justiça por toda a estrutura social, 
indo da capacitação econômica a diferentes oportunidades educacionais. Contudo o 
que é mais assustador ainda é a quase completa falta de visão e de um sistema de 
justiça na Igreja Cristã. 
Como Paulo escreveu aos Coríntios: Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem 
ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade? 
Poderemos descobrir que grande parte da vergonha que recentemente tem 
alcançado o corpo de Cristo é decorrente de não termos um verdadeiro sistema de 
justiça na igreja, de modo a nos julgar a nós mesmos, para que não sejamos 
julgados. Quando os israelitas perderam o senso de justiça, logo caíram na 
apostasia, porque a justiça é uma das bases do trono do Senhor em nosso meio. 
Deus teve que usar as nações pagãs que estavam em volta de Israel para 
disciplinar aquele povo até que ele se voltasse para o Senhor. De igual modo, Deus 
se viu obrigado a fazer uso da imprensa secular e de outros "pagãos" para disciplinar a 
Igreja. Entretanto, o Senhor não destacou jornalistas nem investigadores para 
julgarem a sua Igreja. Foi aos anciãos da Igreja que essa autoridade foi concedida. A 
falta de autoridade criada pela ausência de verdadeiros juízes continuará a ser 
compensada por aqueles que não são chamados, e que trarão muita confusão, até 
que os verdadeiros anciãos da Igreja assumam a autoridade que lhes foi concedida por 
Deus. 
Decaídos da Graça 
Na primavera de 1996, Bob Jones recebeu a palavra de que Os Valentes não 
venceriam novamente a Série Mundial naquele ano, e que isso seria uma 
mensagem. Quando me deram bilhetes de entrada para o quinto jogo da Série 
Mundial em Atlanta, eu sabia que o Senhor iria mostrar-me algo importante. E não 
me decepcionei. 
Quando Bobby Conner, Mike Dean e eu caminhávamos em direção ao estádio, Mike 
disse-nos que na primeira vez que Os Valentes foram participar desse campeonato, uma 
empolgação sem precedentes tomou conta de toda a cidade. Mais de cem mil 
pessoas foram até o estádio, mesmo sabendo que não teri am como entrar e 
que seriam obrigados a permanecer do lado de fora, dando de lá seu apoio 
ao time. Enquanto ele dizia isso, surpreendi-me ao ver o contraste que havia 
em relação àquela noite. Não havia ninguém do lado de fora para dar 
suporte à equipe. Os que entravam no estádio davam inclusive a impres são 
de estar indo desprovidos de todo entusiasmo. 
Aquele campeonato - a Série Mundial - era o ponto culminante do 
beisebol. O jogo acontecia entre uma das equipes mais populares, Os 
Valentes, contra um dos times de maior tradição, os Yankees de Nova York. 
Mesmo assim eu sentira mais ardor entre os torcedores dos t imes que 
haviam jogado num campeonato local sem importância do que o que estava 
acontecendo entre os torcedores que naquela noite se encontravam no 
estádio de beisebol Fulton County. O que eu sentia era, ao contrário, uma 
atitude de arrogância, que me dava uma sensação bastante desconfortável. 
Durante o jogo, quando os torcedores do At lanta começa ram a sol tar 
seu gr i to t íp ico para impuls ionar o t ime, que anter iormente era um gr i to 
de guerra que atemorizava o coração dos jogadores do t ime contrário, 
naquela noite ele saia bastantedesanimado: parec ia mais um gr i to de dor 
do que um brado de guerra. F iquei impressionado com o peso que havia 
no ar. Surpreendi -me ainda mais com os gr i tos de desaprovação que eram 
dados pelos torcedores quando Os Va lentes er ravam um lance , ou 
quando não consegu iam ter êxito numa jogada que, se concret izada 
com sucesso, ter ia sido por puro milagre. 
Os Valentes perderam aquele jogo, que era de extrema importância, porque 
um de seus jogadores perdera uma bola, o que não poder ia haver 
acontecido. Tudo parecia ajustar -se à s i tuação re inante. O peso que 
pairava sobre o t ime era tão grande que eu esperava que eles errassem 
em quase toda jogada. O que mudara naquela cidade, passando de uma 
situação em que as pessoas haviam permanecido até mesmo do lado de 
fora do estádio, dando apoio ao t ime, para uma situ ação em que os 
torcedores parec iam estar ir r i tados com os jogadores? 
Teria sido por causa do orgulho? Antes do início do campeonato daquele 
ano os jornalistas esportivos haviam feito o prog nóstico de que Os Valentes 
venceriam de novo. Uma tal previsão não seria necessariamente um fator 
negativo. Entretanto, juntando-se com a vitória que haviam alcançado no 
ano anterior, ela fez com que os jogadores e os torcedores ficassem ex-
cessivamente arrogantes e orgulhosos. Não é o que a gente diz: "Estavam 
todos de salto alto..."? E quando as pessoas começam a reclamar de qualquer 
erro cometido, ou quando uma jogada não termina como esperam, isso traz 
uma grande pressão sobre os jogadores, o que mais cedo ou mais tarde 
acaba por fazer com que "percam a bola". 
Na manhã do dia seguinte mal dava para crer nas ultrajan tes palavras dos 
comentaristas sobre Os Valentes. Diziam que o t ime da casa provavelmente 
nunca jogara um jogo de beisebol a nível realmente prof issional, e muito 
menos sent ira a responsabil idade do que signif icava part icipar da Série 
Mundial. O veneno que foi lançado sobre aquele jogador q ue cometera 
aquele erro vi ta l foi então chocante. Até mesmo al guns que não eram da 
crônica esport iva f izeram comentários como se fossem especialistas que 
sabiam das coisas mais do que os própr ios dir igentes da equipe. Para mim 
não foi surpresa o fato de Os Valentes não vencerem depois uma única 
part ida jogada em casa no campeonato da Sér ie Mundial da quele ano. Para 
eles era bem mais fácil jogar fora de casa, uma vez que ganharam dois jogos em 
Nova York. 
Creio que essa mesma atitude é o que faz com que muitas igrejas, 
ministérios e pessoas caiam depois de apenas uma única vitória. Quando 
passamos por uma vitória, é bom forçar a situação, e até mesmo manter a 
fé de que continuaremos vencendo. Entretanto, quando as expectat ivas 
das pessoas são contaminadas pela arrogância, de modo que tudo o que não venha 
de encontro àquelas expectativas faça despertar críticas e não intercessão, uma derrota 
certamente sobrevirá. Salomão percebera isso centenas de anos antes, quando 
escreveu: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda! 
É dif ícil, para quem não haja praticado esportes, imaginar quanto os 
torcedores inf luenciam um jogo, razão por que há uma clara vantagem no 
jogo em casa. Se os torcedores estão empurrando o time para a frente, os 
jogadores são inspirados a jogar além de suas possibilidades normais. En-
tretanto, quando eles não apóiam o time, é como se os jogadores estivessem o 
tempo todo carregando um enorme peso. O mesmo se dá em nossas igrejas. 
Quando a liderança sente apoio dos membros, ela subirá e alcançará novas 
alturas. Quando no entanto ela é arrasada por críticas, torna-se difícil para ela 
até mesmo atuar. 
Uma das principais razões por que muitos líderes têm falta de unção de Deus é 
o fato de os membros da sua igreja não terem fome de Deus. Outro fator são as 
expectativas irrealistas que freqüentemente depositamos sobre eles. Temos a 
tendência de ser muito exigentes. Quando alguém tenta liderar-nos, de tal modo 
o atacamos que dá para se pensar como pode haver quem se disponha a ser pastor 
ou presidente do país. 
Assim como as críticas e os comentários pelo rádio em Atlanta naquela manhã foram 
formulados principalmente por aqueles que nunca haviam jogado uma partida de 
beisebol profissional (e muito menos participado da Série Mundial), as críticas 
feitas dentro da igreja, em sua maioria, nunca contribuíram para o bem dela, nem 
edificaram nada que fosse significativo. 
É impressionante o fato de haver quem dê ouvidos a esses comentários, e é ainda 
mais impressionante que até mesmo cristãos maduros estejam dando atenção 
àqueles que se têm posto como juízes sobre a Igreja. 
Todos temos liberdade para escolher a forma de nos relacionar com nossos 
líderes: poderemos participar de apenas um dos dois ministérios que existem diante do 
trono de Deus. 
 
Os Dois Ministérios 
 
Dois ministérios atuam incessantemente diante do trono de Deus: um é o 
ministério da intercessão; o outro é o da acusação. Jesus vive para interceder por 
seu povo. Conforme o grau em que habitarmos nele, Jesus nos usará para 
interceder pela Igreja, por outros e por nós mesmos. Sua Igreja é para ser uma 
Casa de Oração para todos os povos! 
Satanás, entretanto, é chamado de o acusador de nossos irmãos, e somos 
informados de que seu ministério prossegue de dia e de noite diante do trono de 
Deus. 
Como é que Satanás continua a acusar os santos diante de Deus, uma vez que 
foi lançado para fora do céu, e não mais tem acesso ao trono? A resposta a essa 
pergunta é: Satanás usa os santos, que realmente têm acesso ao trono, para fazer 
essa obra diabólica para ele. Ele é conhecido por muitos títulos, mas certamente o 
modo como atua mais eficazmente tem sido o de "acusador dos irmãos", dada a 
eficácia com que tem conseguido fazer com que irmãos se voltem contra irmãos. 
Promover a divisão é uma especialidade dele. 
A unidade da Igreja é a maior ameaça ao domínio satânico. O diabo sabe 
muito bem que Jesus deu autoridade a quaisquer dois crentes que estejam em 
concordância: o Pai lhes dará o que pedirem. A unidade não apenas aumenta 
nossa autoridade espiritual, como a multiplica. Um cristão pode pôr a correr 
mil demônios, mas dois em concordância põem a correr dez mil. 
Ironicamente, o acesso do acusador à maioria de nós acontece muitas vezes por 
nossa insegurança, o que nos põe em guarda sobre nosso território. Se 
estamos inseguros, somos ameaçados por qualquer coisa que escape ao nosso 
controle. Podemos citar doutrinas ou exibir uma nobre mas fingida de-
terminação. São no entanto poucas as divisões na Igreja provocadas por 
algo diferente do desejo de manter nosso terri tório, ou seja, nosso âmbito de ação, o 
que finalmente resulta na perda exatamente do que queremos preservar a todo 
custo. Uma lei incontestável do espírito é esta: se procurarmos salvar a nossa vida, 
nós a perderemos; se perdermos a nossa vida por causa de Cristo, nós a acharemos. 
Isaías abordou esta questão de um modo bem sucinto: 
Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá 
adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda; então clamarás, e o SENHOR 
te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o 
dedo que ameaça, o falar injurioso (Isaías 58:8,9 - ênfase acrescentada) 
Você está precisando ter mais luz na sua vida? Você invoca o Senhor, mas ele não lhe 
responde? A resposta é quase sempre a mesma: você tem um jugo no meio de você 
que é referido como ...o dedo que ameaça, o falar injurioso. Trata-se de um espírito de 
crítica. Deus promete que a sua vida sofrerá uma mudança radical se você remover 
esse jugo. 
A pessoa que tudo critica é aquela que comenta depreciativa e negativamente os 
outros, mas nunca se refere de maneira inferior a si mesma. Como afirmou o 
Senhor, tal pessoa passa o tempo todo tão ocupada à procura de um argueiro 
no olho alheio, que não consegue enxergar a trave no próprio olho,

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