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resumo de plasticidade neural

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Faculdade Estácio
Nome: Glenda Marcella Sousa de Aguiar Costa 
Professora: Francileia 
Curso: Psicologia 
Disciplina: Neuroanatomofisiologia data: 26/05/2022
Plasticidade Neural: Relações com o Comportamento e Abordagens Experimentais
Os comportamentos dos indivíduos são resultados da interação entre as contingências filogenéticas e ontogenéticas, ou seja, resultam da interação entre o ambiente e a genética. As contingências filogenéticas atuaram durante a evolução e selecionaram classes de comportamentos que possibilitaram a sobrevivência da espécie. Já as contingências ontogenéticas foram estabelecidas pela interação particular e individual desse organismo com o ambiente no qual está inserido. As contingências ontogenéticas selecionaram as classes de respostas eficazes para a adaptação do indivíduo a um ambiente que muda constantemente. Dessa forma, o comportamento de um indivíduo é produto de sua história filogenética, ontogenética e cultural. 
Além das mudanças topográficas e nas reações do ser humano ao ambiente, as pressões evolutivas determinaram alterações na forma, no tamanho e nas funções do sistema nervoso. Tal processo evolutivo resultou em cérebros com maior capacidade intelectual, com abundância de circuitos neurais que podem ser modificados pela experiência. Essa capacidade de modificação do sistema nervoso em função de suas experiências é chamada de plasticidade neural. 
Comportamento e Plasticidade Neural
As propriedades funcionais do comportamento são determinadas pelas relações entre os estímulos e as respostas de um organismo a esses estímulos. O ambiente físico e social determina a atividade de células neurais, cuja função determina o comportamento. O ambiente fornece os estímulos que são captados por receptores sensoriais e convertidos em impulsos elétricos, que são analisados e utilizados pelo SNC para o controle de respostas vegetativas, motoras e cognitivas. A interação entre o organismo e o ambiente diferencia e molda os circuitos e redes neurais, caracterizando a relação entre os processos comportamentais e os processos de plasticidade neural.
Cada indivíduo tem um padrão comportamental característico, resultante de sua história pessoal de reforçamento, assim como tem um SN com características próprias, resultantes da interação com o ambiente externo. 
Plasticidade Neural: Abordagens Experimentais
A Plasticidade neural é uma mudança adaptativa na estrutura e nas funções do sistema nervoso que ocorre a partir da interação com o ambiente externo e interno ou como resultado de traumatismos ou lesões no ambiente neural. 
Os estudos atuais nessa área se classificam como pertencentes a duas categorias, a primeira é o estudo da plasticidade neural, que manipula o ambiente e analisa as mudanças funcionais em circuitos neurais. Já a segunda é a recuperação de função, que enfatiza as mudanças comportamentais após traumatismos ou lesões no sistema nervoso. Durante a recuperação de função ocorre um aumento na frequência de classes de comportamentos que sofreram uma ausência ou diminuição de frequência durante a lesão ou durante o traumatismo. 
As pesquisas em plasticidade neural, segundo Kolb & Whishaw, enquadram-se em três categorias: 
a) Metabólicas: analisam alterações da atividade metabólica em áreas corticais e subcorticais no mesmo hemisfério da lesão(ipsilaterais) e no hemisfério oposto(contralaterais). 
b) Neuroquímicas: focalizam as alterações funcionais nas sinapses, investigando processos que aumentam a síntese ou a liberação de neurotransmissores. 
c) Morfológicas: caracterizam as modificações na estrutura das sinapses e neurônios.
 Vale salientar que a análise comportamental é fundamental nessas investigações, pois é necessário garantir que o comportamento observado após a lesão mantém as características funcionais anteriores a lesão, que a recuperação de um comportamento não afete negativamente a ocorrência de outro e que o comportamento apresente regularidade de frequência. 
Alterações no sistema nervoso e experiência
Os experimentos de Bonnet e Malacarne em animais que recebiam treinamento sistemático durante anos, mostra que eles apresentavam um cerebelo mais desenvolvido, com maior número de circunvoluções. 
A relação entre plasticidade neural e comportamento se deu a partir de 1960 com experimentos feitos na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Esses experimentos mostraram que todas as características morfológicas e funcionais de áreas corticais sofreram alterações importantes após a exposição e a interação com ambientes que fornecem diversidade de estímulos. A manipulação das condições de estímulos constitui uma das abordagens clássicas no estudo da plasticidade neural. O professor Hendrik Van Der Loos foi pioneiro nessa abordagem usando vibrissas em roedores. 
Todos esses experimentos são exemplos dos estudos que analisam os substratos neurais da experiência com estímulos sensoriais. Logo, demonstram que as diferentes interações do organismo com uma classe de eventos ambientais correlacionam-se com mudanças no Sistema Nervoso Central. 
Recuperação de função e lesões neurais no Sistema Nervoso Central
Os bilhões de neurônios e correspondentes conexões sinápticas, associados às células da glia, formam uma rede neural que faz a interação funcional de estruturas neurais diferentes. Quando o cérebro sofre traumatismos, como lesões decorrentes de disfunções circulatórias, podem ocorrer perdas neuronais e distúrbios funcionais que causam prejuízos comportamentais e cognitivos. Os estudos de recuperação de função após lesões constituem um conjunto importante de investigação. 
Recuperação de alterações comportamentais induzidas por lesão no SNC
Diferentes classes de comportamentos motor são analisados no estudo da reorganização do substrato neuroanatômico da recuperação comportamental após lesão no SNC. Um exemplo de classe de comportamento é a locomoção, o qual ocorre a partir de estímulos espaciais que são processados pelos dois hemisférios cerebrais e envolve a ação de neurotransmissores, principalmente a dopamina. Esse neurotransmissor é sintetizado e liberado pela substância negra. Caso haja uma lesão na substância negra em apenas um dos hemisférios, ocorrerá um desequilíbrio entre os hemisférios na modulação de dopamina, resultando em dificuldades na locomoção e no aparecimento de um comportamento rotacional em torno de si mesmo. A análise desse comportamento rotacional induzido por lesões no sistema motor tem sido útil para estudo de neuroplasticidade, pois após uma lesão nessa região, ocorre uma recuperação comportamental correlacionada com mecanismos celulares e processos fisiológicos relacionados com a formação de novas sinapses e alterações funcionais daquelas sinapses remanescentes.
Desenvolvimento, aprendizagem e correlatos neuroanatômicos pós-lesão
O desenvolvimento do sistema nervoso é caracterizado por mudanças são consideradas como evidências da plasticidade do sistema. Durante a embriogênese são gerados números excessivos de neurônios e, por isso, uma grande parte desses é eliminada por um processo de morte celular que resulta num ajuste da população neuronal. Após o nascimento, ocorre a regulação da população e da circuitaria neuronal em momentos que são considerados períodos críticos no desenvolvimento. Essa regulação da circuitaria neural garante a integridade e a plasticidade neural. Foi nesse sentido que Brabander, Van Eden e De Bruin investigaram se haveria diferenças de aprendizagem entre ratos que sofreram lesões do córtex pré-frontal medial no período neonatal ou na idade adulta. O experimento constatou uma capacidade reorganizadora mais efetiva do sistema nervoso quando as lesões ocorreram precocemente, logo após o nascimento. 
Efeitos a longo prazo de lesões neurais sobre a interação neurônio-glia e a aprendizagem
Recentemente surgiu uma maior compreensão das complexas interações neurônio-astrócito/microglia e de sua participação no desenvolvimento de plasticidade de conexões sináptica e, consequentemente, em processosde plasticidade neural e de aprendizagem. As interações astroglia/microglia exercem papel fundamental em mecanismos tróficos de neurônios no SNC, que sofreram danos e liberaram secreções que estimulam as microglias que, por sua vez, interagem com os astrócitos e induzem a produção de outras substâncias tróficas. Todas essas respostas são importantes para manter a homeostase local e garantir a sobrevivência do neurônio. Recentemente, Cerutti, Ferrari & Chadi demonstraram aumento no número de astrócitos, quatro meses após a lesão massiva de tecido neural do telencefálo de pombos. Essa lesão provoca perda transitória do comportamento alimentar, associada a alterações imediatas na postura e no ciclo sono-vigília. 
Implicações dos Estudos de Plasticidade Neural
Os avanços recentes no conhecimento da biologia molecular têm levado a novas perspectivas em termos de controle de mecanismos de plasticidade neural. O próprio conceito de sinapse sofreu uma modificação na medida em que passou a ser considerado como um processo de comunicação neuronal, bidirecional e automodificável. As interações sinápticas entre neurônios envolvem interação elétrica e química complexas, que dependem do meio extracelular e de sistemas especiais de receptores celulares. A ativação desses mecanismos receptores desencadeia sistemas de sinalização intracelular, envolvendo segundo-mensageiros que podem modificar proteínas regulatórias da transcrição gênica. A ativação de mecanismos de transcrição gênica e de regulação de síntese proteica resulta em maior síntese de proteínas que garante mudanças estruturais de longa duração nas sinapses, contribuindo para a função e comunicação sináptica e para a organização funcional de circuitos locais.

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