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Movimentos da Psicologia no Século XX

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Moviment� d� Psicologi� n� Sécul� XX
PERSPECTIVA E ZEITGEIST
Leonardo Bo�, uma palavra atende ao nosso
propósito inicial: Perspectiva.
Fundamentalmente, em perspectiva, buscamos
compreender a complexidade dos fenômenos
humanos, as pessoas e, também, os eventos
históricos da Psicologia.
Uma ciência não se desenvolve no vácuo, ela
usa a tecnologia disponível de sua época e
tenta dar respostas às perguntas que são
feitas.
A tecnologia está mais avançada no século XXI.
Podemos dizer que, atualmente, os filósofos e os
cientistas podem fazer perguntas mais
complexas.
Não é recomendado julgar e/ou refutar um
dado histórico se você estiver pensando com a
cabeça do século XXI, a partir de suas ideias
preconcebidas e do que você acha certo ou
errado, ou seja, do seu sistema de crenças, de
sua perspectiva, eventualmente, nutrida pelo
senso comum, pelo conhecimento popular que
não tenha sido testado e analisado pelo método
da Filosofia ou da ciência.
Segundo Schultz, é necessário um
distanciamento: ou seja, afastar-se
momentaneamente do seu sistema de crenças
e também do seu conhecimento do século XXI.
Compreenda a perspectiva e o Zeitgeist do
momento histórico que estiver estudando.
Em ciência, não existe o óbvio. Tudo precisa ser
investigado e evidenciado.
Em ciência, algumas vezes, para acertar é
necessário errar. É a partir dos erros que alguns
pesquisadores ficam inquietos, buscam
evidências válidas e fidedignas para refutar o
erro e alcançar evidências de maior qualidade.
Os erros são tão relevantes quanto os acertos.
A Frenologia é uma pseudociência, mas, em
1796, o alemão Franz Joseph Gall (1758-1828)
exerceu influência na Psicologia e na
psiquiatria com essa teoria. Com a Frenologia,
Gall acreditava ser possível estudar as aptidões
mentais analisando o tamanho e o formato do
crânio. Por muitos anos, o tamanho e o formato
do crânio de Gall e de outros estudiosos da
Frenologia foram considerados, por eles
mesmos, o padrão de excelência e um exemplo
do melhor da espécie humana.
Atualmente, essa ideia é um absurdo. No
entanto, não podemos achar que esse
conhecimento seja inútil, pois, em ciência, não
chegamos a conclusões simplesmente por
pensarmos que algo é obviamente verdadeiro
ou falso.
Não existe raça superior, o melhor tratamento
para o doente mental não é ser descartado em
um hospício e a orientação sexual de uma
pessoa só importa a ela mesma. A Psicologia
Científica é autônoma e não se confunde com
dogma religioso.
Várias estratégias vêm sendo desenvolvidas a
partir de erros e acertos, para promovermos
tolerância, compaixão, autocompaixão, saúde,
e bem-estar físico e emocional. Buscamos os
acertos e as evidências científicas, bem como
caminhos mais éticos, humanizados,
integradores.
Mas, para acharmos a ética, em algum
momento da história, foi necessário perdê-la.
Para achar nossa humanidade, em algum
momento da história, foi necessário nos
depararmos com práticas desumanas. Para
chegarmos às estratégias e ao manejo que
promovem inclusão, foi necessário que
vivenciássemos as consequências econômicas,
sociais, éticas e políticas das práticas
segregacionistas.
A história da Psicologia como ciência
demonstra como essa área tem sido
importante:
● Para a escola, compreenderem o
desenvolvimento humano e
determinarem melhores estratégias de
aprendizagem.
● Para organizações e instituições
desenvolverem melhores práticas na
gestão de pessoas.
● Para psicoterapia, para avaliação
psicológica, neuroPsicologia, entre
outras possibilidades de atuação do
psicólogo e da psicóloga.
Os eventos históricos são fundamentais para
evitar equívocos e não repetir algumas práticas
que trouxeram mais confusão do que solução.
A Psicologia como ciência e profissão, no Brasil
do século XXI, tem sido posicionada de modo a
evitar os erros da história, buscando o caminho
do bem, promovendo os direitos universais
humanos, a inclusão, a tolerância, a ciência,
mas sabendo que: todo ponto de vista é a vista
de um ponto .
A história da Psicologia está imersa na história
do desenvolvimento do pensamento humano,
na história da Filosofia: é assim que a
Psicologia se organiza.
Até certo ponto, a história da tradição filosófica
é a história da Psicologia. Isso inclui o período
da Grécia Antiga com os mitos gregos, a
exigência racional com Tales de Mileto,
Pitágoras, Heráclito e Parmênides, Sócrates, os
Sofistas, Platão, Aristóteles.
A Filosofia aborda o objeto que deseja conhecer
por intermédio da razão, da argumentação
(indutiva e dedutiva), da lógica, da retórica.
Esses métodos são necessários para
questionar o que é o conhecimento, os tipos de
conhecimento, o que é verdadeiro nesse
conhecimento. A Filosofia também se ocupa das
falácias do conhecimento, ou seja, dos erros da
argumentação filosófica, mas que convencem e
enganam. Uma falácia do conhecimento
sempre vem disfarçada de boas intenções e,
eventualmente, confirma ideias do senso
comum, confirma os desejos e as opiniões de
algumas pessoas, e por isso convence os mais
ingênuos.
O papel da Filosofia, de apontar as falácias do
conhecimento, é fundamental para nossa
civilização,
➔ Mecanicismo: pela qual todos os
fenômenos se explicam pela
causalidade; pela discussão dos
Racionalistas (tese) e dos Empiristas
(antítese) e pela síntese do filósofo
Immanuel Kant, no século XVIII.
René Descartes (1596-1650). A publicação
relevante para nossa discussão é de 1637:
Discurso sobre o método para bem conduzir a
razão na busca da verdade dentro da ciência.
A Origem das Espécies (1872), livro publicado
por Charles R. Darwin (1809-1882), abordou o
desenvolvimento filogenético das espécies,
incluindo a espécie humana. Isso aproxima os
seres humanos de outras espécies que habitam
o planeta em uma corrida por adaptabilidade e
sobrevivência.
Os filósofos especularam sobre o
funcionamento da mente humana, com o intuito
de determinar por meio de quais processos o
conhecimento é produzido.
John Locke concebeu a mente como uma
espécie de folha em branco, ou tabula rasa,
onde a experiência sensorial deixava suas
impressões, assumindo, assim, que não havia
pressupostos preestabelecidos, tanto para o
pensar quanto para o agir.
René Descartes e Gottfried Leibniz (1646-1716),
posicionavam-se que havia funções da
consciência humana que não poderiam ser
resultado da mera experiência sensorial, como
as categorias do pensamento, o mecanismo
das inferências lógicas, a noção de
causalidade e o sentido do propósito.
Independentemente do mecanismo, para os
pensadores iluministas, a especulação
precedente abriu uma porta para o
funcionamento da mente humana que não
poderia mais ser fechada. O debate sobre o
mecanismo racional envolvia desde a ideia de
que uma porção “divina” nos oferecia o sentido
da verdade, do belo e do correto, até uma
crítica necessária da “Razão Pura”,
empreendida por Immanuel Kant.
Outros pensadores afirmaram ainda que as
ideias deviam seu processo de construção às
dinâmicas sociais, interpretações e relações do
sujeito com o meio.
Hegel (1770-1831) defende que os seres
humanos constroem e reconstroem os seus
conceitos. Seja em expedientes sociais, seja
nas concepções artísticas, para Hegel, esse
processo deve ser descrito como uma espiral
constante.
As sociedades – e os indivíduos que nelas
vivem – estão sempre ancorados em teses,
naturalizadas em seu cotidiano e assumidas
como verdadeiras.
Entretanto, no processo histórico, essas teses
são constantemente contrastadas, negadas,
enfrentadas, e desse enfrentamento, entre tese
e antítese, emerge sempre algo novo, uma
síntese (por isso espiral), que, posteriormente,
será consolidada no meio social, tornando-se a
tese então vigente.
INFLUÊNCIA DA PSICOFÍSICA
Toda ciência precisa de uma base filosófica
consistente para operar: bases
epistemológicas.
A inovação dos psicofísicos é empregar o
método experimental para estudar uma
Psicologia Sensorial buscando evidências
empíricas por meio do método experimental e
de resultados reprodutíveis.
A teoria da evolução das espécies, os avanços
da Fisiologia experimentalcom os psicofísicos,
correlacionando nosso aparato sensorial à
mente humana, a rigor, aos estados conscientes
dessas sensações.
Para compreender o plano de fundo e o
Zeitgeist do século XIX, é preciso considerar
que os métodos das ciências naturais estavam
em alta, e a Psicologia precisava seguir esse
caminho.
A Fisiologia foi uma resposta possível. O
espírito metódico e rigoroso dos pensadores
alemães construiu o ambiente propício para o
desenvolvimento de uma Fisiologia
experimental.
Nesse contexto, o conhecimento científico era
considerado a via mais segura para se
construir um conhecimento verdadeiro.
ORIGENS E CIENTISTAS
Na Psicologia, considerando a segunda metade
do século XIX, as primeiras medidas não eram
de natureza psicológica, mas Psicofísicas –
uma Psicologia Sensorial. Essa influência da
Fisiologia, por meio das primeiras medidas
Psicofísicas, buscava as regularidades e os
padrões da nossa Fisiologia,ou seja, o geral,
não o particular ou as singularidades.
Wilhelm M. Wundt (1832-1920)
Foi esse pesquisador que, em 1879, delimitou
em seu laboratório, fundado na Universidade
de Leipzig, na Alemanha, o Psychologische
Institut (Instituto Psicológico).
Wilhelm M. Wundt
Outros psicofísicos precederam o primeiro
laboratório de Psicologia e trabalharam juntos
(ou separados) a Wundt.
Lembre-se de que uma ciência não se
desenvolve no vácuo, mas em um continuum de
acúmulo de conhecimento e tecnologia.
Ernst Weber (1795-1878)
Desenvolveu estudos para discriminar a
distância tátil perceptível entre dois pontos
(limiar de dois pontos), ou seja, a relação de
uma estimulação física (sensação) e uma
percepção (mental).
Gustav Theodor Fechner (1801-1887)
suas primeiras contribuições para as ciências
tenham se desenvolvido nos campos da
matemática e da física. Posteriormente, devido
a uma crise pessoal e influenciado pelo filósofo
alemão Friedrich.
Schelling (1775-1854), passou a interessar-se
por questões psicológicas e religiosas.
Gustav Theodor Fechner
Fechner demonstrou que o mundo mental e o
mundo material estão relacionados
quantitativamente; e que se pode medi-los.
Hermann von Helmholtz (1821-1894)
Foi pioneiro em medir a velocidade do impulso
nervoso, de uma estimulação sensorial tátil até
a resposta, ou seja, o movimento motor
resultante. Para a Psicologia, isso foi importante
na ideia de que o pensamento e o movimento
se seguem um ao outro, e o intervalo entre um
pensamento e um movimento resultante
poderia ser medido.
Wundt prosseguiu usando o método
experimental, mas diferentemente de seus
antecessores e contemporâneos, estava mais
focado em delimitar o campo da nova ciência
(Psicologia) e o seu objeto de estudo
(consciência). Buscou definir a consciência e
descrever o caráter de seus elementos básicos.
A maneira de estudá-la foi a introspecção, ou
seja, a observação da experiência consciente.
Uma forma de auto-observação guiada. O
exame do próprio estado mental.
Alguns pesquisadores seguiram Wundt, mas
outros o contestaram, desenvolvendo uma
Psicologia não wundtiana:
Hermann Ebbinghaus(1850-1909) estudou a
aprendizagem e memória (funções superiores).
Franz Brentano(1838-1917) fez uma distinção
entre o conteúdo mental e a atividade mental.
1. Estudamos eventos históricos que estão no
alicerce da Psicologia como uma ciência e uma
profissão. Quais cuidados devemos ter, para
estudar determinado conteúdo da nossa
história, para torná-lo útil e significativo no
tempo presente:
R: Usar o método filosófico para evitar as
falácias do conhecimento e o método científico
para coletar evidências.
2. A Psicologia Científica é do século XIX e
rompe com a Filosofia para delimitar-se como
uma ciência. Evento que é um marco de 1879
com Wundt fundando o primeiro laboratório de
Psicologia Experimental. Analise essa
afirmação e responda:
R: Afirmativa errada. A Psicologia Científica
amplia a abordagem dos fenômenos
psicológicos pelo método experimental, mas
não rompe com a Filosofia.
Módulo 2
ESTRUTURALISMO
Em 1896, nos Estados Unidos, o britânico
Edward B. Titchener (1867-1927), discípulo de
Wundt, divulgou um projeto diferente do de seu
professor, em termos epistemológicos.
Titchener e seus colaboradores identificaram
mais de 40 mil qualidades e sensações, e
afirmavam que cada elemento era consciente e
poderia ser combinado para formar percepções
e ideias. Esses elementos eram determinados
pela qualidade, intensidade, duração e nitidez.
Todos os processos conscientes e perceptuais
poderiam ser reduzidos a esses elementos que,
em última análise, são os átomos do
pensamento.
O reducionismo de chegar ao átomo do
pensamento era uma exigência do Zeitgeist –
aproximar a Psicologia das ciências naturais e
do espírito positivista.
Titchener treinou vários observadores a
descrever o seu estado consciente em vez de
descrever o estímulo, por intermédio de uma
introspecção experimental sistemática.
(Maçã).
FUNCIONALISMO William James (1842-1910) l
foi um representante da escola do pragmatismo
e do Funcionalismo. James não estava
interessado nos átomos do pensamento, mas
na experiência imediata que um objeto
impunha à consciência, ou seja, um fenômeno.
James acreditava que uma alteração fisiológica
no organismo levaria a uma emoção, ideia que
foi corroborada em um estudo independente
pelo fisiologista Carl G. Lange (1834-1900),
psicólogo dinamarquês.
Na perspectiva desses autores, não
experimentamos uma emoção se não houver
uma alteração fisiológica no organismo. Assim,
o corpo reagiria de modo diverso aos eventos
ambientais causadores de emoções, e as
experiências emocionais nada mais seriam do
que uma tentativa de dar sentido à alteração no
organismo.
Os funcionalistas sofreram influência da teoria
da evolução das espécies e estavam mais
interessados no papel adaptativo da
consciência, dos hábitos, da emoção, ou seja,
em suas respectivas funções. Para os
funcionalistas, isso era mais válido e
pragmático do que investigar o conteúdo da
consciência em termos estruturais.
UMA HISTÓRIA À PARTE
Sigmund S. Freud
Freud também apresenta sua teoria sobre o
desenvolvimento psicossexual (fase oral, anal,
fálica, período de latência, genital). Lembra-se
de quando abordamos o tópico perspectiva e
Zeitgeist? Nesse aspecto, do desenvolvimento
psicossexual, a Psicanálise é mal
compreendida por leigos e pelo senso comum.
De maneira geral, uma teoria do impulso, como
compreensão do funcionamento humano,
concentra-se em explicar como o nosso
comportamento mantém o organismo em
equilíbrio. A experiência psicológica de um
desequilíbrio interno seria um impulso, ou seja,
o “energizador” do comportamento.
Por exemplo, a sede é um desconforto
psicológico para a necessidade de ingestão de
líquidos.
As teorias do impulso explicam
comportamentos e são focadas nas causas, em
nosso funcionamento interno, na Fisiologia e/ou
na estrutura da nossa mente.
Freud descreverá minuciosamente esses
mecanismos de defesa. Ele elenca três
estruturas do aparato psicológico humano que
vivem em uma interação dinâmica e, digamos,
medindo forças: id, ego e superego.
A produção intelectual da Psicanálise,
inicialmente, foi direcionada para a saúde
mental e para o tratamento clínico de
enfermidades mentais. Uma inovação para a
época. Durante o século XX, a Psicanálise foi
empregada de maneira mais ampla para
compreender diversas manifestações humanas,
uma vez que se constitui como uma teoria da
personalidade e do desenvolvimento humano.
Carl Gustav Jung (1875-1961) O seu sistema é
conhecido como Psicologia Analítica que é
aplicada na psicoterapia, em saúde mental e
na avaliação da personalidade. A tipologia de
Myers-Briggs (classificação tipológica de
Myers-Briggs) é um instrumento padrão-ouro
para avaliação da personalidade (MBTI). Outro
teste que é amplamente utilizado no Brasil é o
Questionário de Avaliação Tipológica (QUATI).
Ambos os recursos são de uso restrito do
psicólogo e da psicóloga.
BEHAVIORISMO (COMPORTAMENTALISMO)
O Behaviorismo, tem como objeto de estudo a
análise científica dos comportamentos humano
eanimal.
Busca descrever as circunstâncias relevantes
para que um comportamento seja instalado no
repertório comportamental de uma pessoa e o
que é preciso para modificar esse
comportamento, quando necessário.
Desse modo, é possível evidenciar por que
determinada pessoa se comporta dessa ou
daquela maneira, os motivos de alguma
decisão, e prever e alterar os possíveis
comportamentos futuros.
O Behaviorismo foi um protesto contra a
Psicologia Wundtiana, a consciência como
objeto de estudo e a introspeção como um
método.
Em 1913, John Broadus Watson publicou o
artigo A Psicologia como um behaviorista a vê,
no qual expõe os principais posicionamentos
científicos da Psicologia Comportamental.
Watson propõe defini-la como uma ciência do
comportamento, já que esta é fisicamente
observável: é possível ver as pessoas andarem,
comerem, conversarem, mas é difícil observar
seus pensamentos e sentimentos.
Crítica feita pelos behavioristas: “como, porque
sinto fome”. Se a fome é resultado da privação
de comida, pode-se desconsiderar a causa
mental, os pensamentos, a sensação, porque
não é possível estudar os eventos só acessíveis
pela introspecção.
A tese do Behaviorismo é sepreocupar somente
com os fatos naturais, facilmente mensuráveis.
Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) recebeu
influência de Watson e Thorndike e estabeleceu
a distinção entre o Behaviorismo radical e o
metodológico, além de descrever a
aprendizagem por contingência (probabilidade
de um evento ser causado por outro; relação
entre eventos ambientais).
Skinner buscava descrever contingências, como
elas ocorrem e são mantidas. Na perspectiva
desse autor, o cérebro é um depositário de
contingências, ou seja, armazena nossas
experiências e os padrões do nosso repertório
comportamental.
PSICOLOGIA DA GESTALT
A Psicologia da Gestalt é uma importante
perspectiva da Psicologia. Foi crítica à
Psicologia Wundtiana; à Lei do Efeito, de
Thorndike (1874-1949), nos Estados Unidos; e à
Psicologia do Reflexo, de Pavlov (1849-1936), na
Rússia.
As principais personalidades desse movimento
foram: Max Wertheimer (1880-1943); Kurt Ko�ka
(1886-1941); Wolfgang Köhler (1887-1967).
Os gestaltistas aceitavam a consciência, mas
negavam-se a aceitar que o seu estudo
acontecesse pela busca de seus elementos.
Max Wertheimer foi o precursor da Psicologia
da Gestalt, sendo o principal fundador desse
movimento. Em 1912, descreveu o movimento
Phi, um fenômeno que demonstrou as
propriedades da percepção humana e serviu
de base para a tese inicial da Gestalt se opor a
outros sistemas teóricos.
Ao demonstrar uma ilusão, ou seja, um
movimento aparente, os gestaltistas
constataram que a consciência, a percepção do
movimento, não poderia ser analisada a partir
dos seus elementos sensoriais, premissa da
Psicologia de Wundt.
Como o movimento aparente não é real, não
possui os dados sensoriais concretos de um
movimento.
A Psicologia da Gestalt também criticou a ideia
de que a percepção seria a soma de elementos
básicos, tese atomista defendida por Wundt. Os
cientistas defendiam que uma percepção não
dependia de processos mentais superiores ou
de aprendizagem, mas os dados da percepção
estavam presentes no próprio estímulo
apreendido pela percepção, em um todo, não
no somatório de partes elementares.
A TERCEIRA FORÇA DA PSICOLOGIA:
HUMANISMO
O Humanismo é um movimento, uma
perspectiva teórica da Psicologia, do início da
década de 1960.
Todas as perspectivas analisadas até aqui têm
por base uma doutrina filosófica – o
Determinismo,
O Humanismo evidencia outra doutrina
filosófica: o livre-arbítrio, que preconiza que as
pessoas dirigem seus atos de modo consciente,
independentemente de determinações
psíquicas, cognitivas ou ambientais.
O objeto de estudo dos interesses e valores
humanos. Os humanistas se opunham ao
mecanicismo e ao materialismo da cultura
ocidental da época.
As escolas com as quais os humanistas
rivalizavam eram o Behaviorismo e a
Psicanálise;
Entre muitas influências, destacamos Gordon
Allport (1897-1967), utilizou a expressão
Humanismo de forma pioneira, em 1930.
Além de Allport, as principais referências da
terceira força da Psicologia são: Kenneth B.
Clark (1914-2005), militante dos direitos civis e
representante do Zeitgeist da época – mesmo
que não associado diretamente ao movimento
do Humanismo; Abraham Maslow (1908-1970);
Carl Rogers (1902-1987).
Abraham Harold Maslow foi um precursor do
movimento da Psicologia Humanista. Defendia
a capacidade de autorrealização de cada
pessoa e criou a famosa pirâmide de
necessidades. Embora seja uma teoria muito
criticada dentro da Psicologia e careça de
evidências para generalizar diversas
populações, é amplamente utilizada,
principalmente, em treinamentos para o
desenvolvimento de pessoas.
Na perspectiva desse autor, todos temos
tendência a buscar uma realização pessoal,
que só é alcançada quando atingimos as
prioridades dos degraus da pirâmide, da base
para o topo.
1. Estudamos inúmeros sistemas teóricos da
Psicologia, que surgiram por divergências do
objeto de estudo e do método empregado para
estudá-lo. Das alternativas abaixo, identifique
aquela que caracteriza o Behaviorismo.]
R:Uso da observação sistemática e do método
experimental para descrever as circunstâncias
em que um comportamento ocorre e
modificá-lo, se necessário.
2. A frase “O todo é mais importante que o
somatório das partes” expressa uma reflexão
que nos é dada pela Psicologia da Gestalt, no
estudo da consciência e da percepção. Analise
as sentenças abaixo e identifique aquela que
melhor expressa os argumentos que defendem
essa ideia.
R: Evidências de um experimento que
demonstrou que um movimento aparente não
era real e que não podia ser compreendido por
teses atomistas, pois o fenômeno simplesmente
acontecia e não podia ser explicado, mas era
apreendido pela consciência.
Módulo 3
O senso comum, quando utiliza a expressão “é
psicológico”, tipicamente está fazendo menção
a algo que é inventado e/ou uma frescura e/ou
que podemos mudar se tivermos força de
vontade. Força de vontade não é um construto
que explica um comportamento motivado –
essa é uma visão equivocada do senso comum.
Vamos aprender que tudo é psicológico do
ponto de vista da Psicologia Cognitiva
(científica).
CONCEITO E PRINCÍPIOS DA PSICOLOGIA
COGNITIVA
pode ser definida como uma área de
conhecimento que analisa os processos
internos implicados na forma como as pessoas
extraem sentido do ambiente – interno
(fisiológico) e externo (cultura) – e decidem
quais ações são apropriadas. Estuda a
atividade e a estrutura do cérebro para
compreender a cognição e o comportamento
humano.
A investigação dos processos cognitivos inclui:
➔ ATENÇÃO
➔ PERCEPÇÃO
➔ APRENDIZAGEM
➔ MEMÓRIA
➔ MOTIVAÇÃO
➔ LINGUAGEM
➔ RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
➔ RACIOCÍNIO
➔ PENSAMENTO
Existe diferença entre a Psicologia Cognitiva
aplicada à clínica, seus métodos e objetos de
estudo, e a Psicologia Cognitiva enquanto um
sistema teórico da Psicologia. A perspectiva
teórica vai explicar o psicológico como um todo,
definir e descrever os processos cognitivos,
Tudo é psicológico, e chamamos esse tipo de
trabalho de reestruturação cognitiva, ou seja,
ensinar uma pessoa a reinterpretar eventos e
utilizar essas informações para motivar
comportamentos mais adaptados e funcionais
em suas vidas, ou seja, buscar qualidade de
vida e bem-estar.
● Ensinar a pensar diferente sobre si
próprio (o eu, o ego).
● Ensinar a pensar diferente sobre o
mundo (as pessoas e os acontecimentos)
● Ensinar a pensar diferente sobre o futuro
Afinal, o que é interpretar e decidir? A forma
como decidimos as ações que são apropriadas
e/ou simplesmente como agimos, nos
comportamos e/ou interpretamos os eventos
depende de nossa evolução ontogenética
(Trata-se do ciclo da vida, do ciclo de
desenvolvimento do organismo ao longo da
vida, desde o desenvolvimento embrionário).
Um esquema cognitivo pode ser positivo ou
negativo, adaptado ou desadaptado. Se seu
padrão de respostas está desadaptado ao
meio e/ou com respostas (comportamentos)muito exacerbados, a Psicologia clínica pode
ajudar. Sabe o porquê? Tudo é psicológico, e
podemos mudar algumas coisas – outras não, e
há aquelas de difícil mudança. A visão é
monista, ou seja, não dualista (mente-corpo).
Trata-se de uma visão integrada e holística.
Falar da mente, do psicológico, ou do cérebro é
falar da mesma coisa com vieses diferentes.
Exemplo: tomar uma medicação para
depressão resulta em mexer na bioquímica do
cérebro regulando algo que estava em
desequilíbrio.
Fazer psicoterapia (Psicologia clínica) também
mexe com essa bioquímica do cérebro
regulando algo que estava em desequilíbrio. A
psicoterapia resulta em plasticidade neural.
Trata-se da mudança do sistema nervoso em
decorrência dos eventos da vida, da
experiência, do comportamento. Podemos
pensar a plasticidade neural por dois vieses
básicos: estrutural, por conexões sinápticas; ou
funcionais, que se traduzem por mudanças no
comportamento e/ou no perfil cognitivo.
● Em um aspecto físico (mapeamento
neurológico).
● Em um aspecto psicológico
(sensopercepção, atenção, pensamento,
memória, volição, emoções, sentimentos
etc.).
● Em um aspecto ambiental/funcional
(mapeamento cultural, socioeconômico
etc.).
Busca delimitar uma área de conhecimento,
definir construtos, construir e testar hipóteses,
elaborar teorias que possam descrever os
fenômenos.
CIÊNCIA APLICADA
Utiliza as diversas formas de conhecimento e a
ciência básica para encontrar soluções para a
vida das pessoas. As teorias de uma ciência
aplicada são construídas com um viés de
prática, ou seja, em nosso caso, no fazer do(a)
psicólogo(a).
No escopo da Psicologia Cognitiva básica,
surgem teorias da linguagem, da memória, da
atenção, da percepção etc., ou seja, o que
chamamos de processos cognitivos básicos. A
Psicologia Cognitiva estuda, principalmente,
alguns construtos que explicam como nos
motivamos (comportamentos motivados), como
criamos (criatividade), resiliência, autoeficácia,
crenças, entre outras variáveis que exercem
influência em nosso comportamento.
O ano é 1956...
Esse foi um ano de grande relevância para
coroar o movimento da Psicologia Cognitiva. O
cientista cognitivo Noam Chomsky fez uma
exposição sobre uma teoria para a linguagem
(um processo cognitivo) para o famoso e
internacionalmente conhecido Massachusetts
Institute of Techonology (MIT).
Nessa mesma ocasião, George Miller
(1920-2012) apresentou o que ficou conhecido
por o mágico número 7 na memória de curto
prazo (outro processo cognitivo) e Newell
(1927-1992) e Simon (1916-2001) expuseram seu
modelo de solução de problemas (General
Problem Solver), precursor do desenvolvimento
de programas de inteligência artificial.
No fim dos anos 1950 e na década de 1960, os
sistemas clínicos (ciência aplicada) começam a
ganhar forma, e surgem as terapias cognitivas.
A tradição filosófica tratou do tema do
funcionamento da mente, da consciência, com
base em seus métodos, que fundamentalmente
englobam o manejo da palavra, a elaboração
de ideias, a lógica, a dialética, mas não a
experimentação.
A ilustração a seguir demonstra o
desenvolvimento da Psicologia Cognitiva:
A Psicologia Cognitiva resgata a história do
estudo da mente que foi negligenciada pela
força do Behaviorismo como um sistema teórico
dentro da Psicologia. Para entender o
Cognitivismo, é necessário compreender a
história da Psicologia.
Edward Chace Tolman (1886-1959), tentou
superar o monismo materialista de Watson
(pensamento com hábito). De certa forma, esse
autor estabelece os alicerces para o
Cognitivismo, pois afirma que aprendizagem
não é mudança no comportamento, mas
aquisição de novos conhecimentos/cognições.
Apresenta as definições de um comportamento
intencional – tal intencionalidade, embora
existente, é um evento particular ao organismo,
uma variável interveniente, e não estaria ao
alcance dos instrumentos objetivos da ciência.
As contingências behavioristas baseadas na
obra do Watson eram respondentes, em outras
palavras, um estímulo que gera uma resposta,
podendo ser representada da seguinte
maneira:
As contingências operantes baseadas na obra
do Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) eram
de três termos, um estímulo discriminativo (Sd),
um comportamento (R) e uma consequência (S).
nas contingências behavioristas (respondentes
e operantes), a relação entre um estímulo e uma
resposta é direta, não mediada. Nesse modelo
teórico, o sistema nervoso era visto como um
depositário de contingências, passivo, que
apenas codificava em uma linguagem neural
(eletroquímica) e armazenava as experiências.
Uma vez diante de um estímulo eliciador ou
discriminante, gerava uma resposta – de fato,
“uma tábula rasa”.
A inovação do Cognitivismo foi buscar
compreender as operações internas do
organismo, ou seja, estudar o efeito dos
processos cognitivos e como esses medeiam
comportamentos.
O cérebro, no Cognitivismo, é ativo, coordena e
faz a mediação de comportamentos. Para o
Behaviorismo, o importante não é saber o que
causa os comportamentos, mas explicar e
descrever em que circunstâncias eles
acontecem. O Cognitivismo quer compreender o
que causa um comportamento, quais as fontes
de um comportamento motivado, por exemplo, a
criatividade, a arte etc. Na atualidade, são
sistemas teóricos que se complementam.
1. Imagine que um individuo tenha motivação
para a arte, a corrente que busca compreender
as causas dessa motivação é chamada de:
R: Cognitivismo
O método das Neurociências
As Neurociências buscam evidências de como
a interação de áreas no cérebro resultam em
cognição, uma vez que apenas apontar uma
localização (blobology) está caindo em desuso,
e até os modelos computacionais estão
buscando correlações com o cérebro. Nas
Neurociências, vamos encontrar as evidências
científicas que são levantadas pelo uso da
tecnologia, especialmente o uso de técnicas de
neuroimagem, que são capazes de demonstrar
atividades em regiões e circuitos do sistema
nervoso central, durante um processamento
sensorial, motor ou cognitivo.
Veja a seguir como o sistema dorsal, o sistema
ventral e a amígdala influenciam as respostas
comportamentais:
SISTEMA DORSAL
composto por hipocampo, regiões dorsais do
cíngulo anterior e córtex pré-frontal. Esse
sistema está relacionado à regulação dos
estados afetivos, eliciando respostas
comportamentais contextualmente apropriadas,
e também está relacionado à cognição
(memória e atenção).
SISTEMA VENTRAL
O sistema ventral é composto por circuitos
envolvendo amígdala, ínsula, corpo estriado
ventral, regiões ventrais do cíngulo anterior e
córtex órbito-frontal. É um sistema que está
relacionado às etapas de identificação do
significado emocional de estímulos e de
produção dos estados afetivos. Esse sistema
também recebe aferências de áreas sensoriais
primárias e de associação.
AMÍGDALA
A amígdala estimula respostas automáticas
diante de um evento ameaçador, por exemplo:
ativação do sistema nervoso simpático
estimulando o núcleo hipotalâmico lateral;
estimulação do núcleo paraventricular do
hipotálamo para liberação de hormônios de
estresse; e estimulação do nervo facial trigêmeo
para expressão facial de medo.
Richard J. Davidson, em seu livro, mostra os
resultados de uma pesquisa que indicam que o
temperamento típico observado em crianças,
quanto a características típicas de uma
inibição ou ativação comportamental em
situações de desempenho, não é permanente
em um indivíduo.
Mesmo com as divergências, a discussão de
tais sistemas (ativação e inibição) envolve
aspectos muito interessantes das bases
neurobiológicas da personalidade e dos
sistemas cognitivos, no que se refere ao
processamento e às interpretações dos eventos
que nos circundam. Se tais características são
permanentes ou podem variar no
desenvolvimento da pessoa é outra análise.
O método da Psicologia Cognitiva (pesquisa
básica): Diversos são os métodos que podemos
identificar, com e sem o uso de tecnologia.
Optamos por apresentar uma metodologia de
baixo custo e que é responsável por grandes
paradigmas da Psicologia Cognitiva quanto às
etapasde processamento da informação e do
planejamento de uma resposta
(comportamento). Trata-se da cronometria
mental.
A cronometria mental é utilizada para construir
modelos do processo cognitivo. Podemos
discutir por meio de tarefas se a informação
tem um processamento serial, ou seja, uma
etapa cognitiva é concluída antes de outra
começar, ou um processamento em paralelo, ou
seja, dois ou mais processos cognitivos ocorrem
ao mesmo tempo. Tarefas de compatibilidade
estímulo-resposta, como efeito Simon e efeito
Stroop, são clássicos da Psicologia Cognitiva.
Na tarefa de Stroop, o voluntário nomeia a cor
na qual o nome das cores é apresentado – por
exemplo, VERMELHO ou VERMELHO. O
voluntário é mais rápido em processar e
executar a resposta quando o nome da palavra
é congruente com a cor que deve nomear.
O método da Psicologia Cognitiva (aplicada): é
um modelo para a atuação na Psicologia clínica
que, tradicionalmente, busca correlacionar o
pensamento, a emoção e o comportamento.
Veja como esse modelo funciona:
● O modelo clínico cognitivo propõe que
pensamentos disfuncionais influenciam
o humor, o comportamento.
● Pensamentos automáticos são ideias
que invadem sua mente e são um
produto de seu sistema de crenças.
● Seu sistema de crenças pode ser
adaptado e funcional ou produzir
distorções cognitivas.
● Distorções cognitivas e pensamentos
automáticos disfuncionais estão na
base de desordens psíquicas e são
comuns a todos os tipos de transtornos
psicológicos.
Por meio de nosso sistema de crenças,
interpretamos: a nós mesmos (crenças sobre
nossas próprias capacidades; o outro (o quanto
somos otimistas sobre as pessoas); o meio em
que vivemos (o quanto acreditamos que
estamos seguros, o meio nos oferece as
condições para vivermos e nos
desenvolvermos); e o futuro (o quanto somos
otimistas a respeito do futuro).
A Neuropsicologia: especialidade em
Psicologia que atua no diagnóstico, no
acompanhamento, no tratamento e na pesquisa
da cognição, das emoções, da personalidade e
do comportamento, sob o enfoque da relação
entre esses aspectos e o funcionamento
cerebral.
PREMISSAS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
PSICOLOGIA COGNITIVA
O pensamento é um ponto central para a
Psicologia Cognitiva, e saber como ele opera
sobre a motivação parece um bom lugar para
começar. Segundo Reeve (2006), os
pesquisadores, após a revolução cognitiva,
voltaram sua atenção para destrinchar quais as
bases cognitivas do pensamento sobre:
vontade, otimismo, eficácia, sucesso,
realização, autoestima, autoeficácia, meta,
planejamento, criatividade, escolha,
persistência, desempenho, crenças, valores,
sucesso, fracasso, empreendedorismo etc.
PREMISSAS E CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
PSICOLOGIA COGNITIVA
O pensamento é um ponto central para a
Psicologia Cognitiva, e saber como ele opera
sobre a motivação parece um bom lugar para
começar. Segundo Reeve (2006), os
pesquisadores, após a revolução cognitiva,
voltaram sua atenção para destrinchar quais as
bases cognitivas do pensamento sobre:
vontade, otimismo, eficácia, sucesso,
realização, autoestima, autoeficácia, meta,
planejamento, criatividade, escolha,
persistência, desempenho, crenças, valores,
sucesso, fracasso, empreendedorismo etc.
No início dos anos 1970, o Zeitgeist da
Psicologia definitivamente era cognitivo, e tais
construtos foram amplamente estudados. A
vontade não é um constructo psicológico capaz
de explicar a complexidade e a variabilidade do
comportamento motivado humano, até porque
nosso comportamento e nosso perfil cognitivo
são predeterminados em decorrência de nossa
evolução ontogenética e de muitas outras
variáveis que exercem influência sobre nós.
No início dos anos 1970, o Zeitgeist da
Psicologia definitivamente era cognitivo, e tais
construtos foram amplamente estudados. A
vontade não é um constructo psicológico capaz
de explicar a complexidade e a variabilidade do
comportamento motivado humano, até porque
nosso comportamento e nosso perfil cognitivo
são predeterminados em decorrência de nossa
evolução ontogenética e de muitas outras
variáveis que exercem influência sobre nós.
1. Godofredo era um jovem de 19 anos que
acabara de ingressar na faculdade. Como era
do interior, saiu da casa dos pais e foi morar na
capital com outro rapaz, da mesma cidade, que
também entrou na faculdade. Depois de poucos
meses, Godofredo não fez nenhum novo amigo.
“As pessoas não são confiáveis na cidade
grande”, pensava. No início, conseguia ir às
aulas, mas essa ação começou a ficar muito
difícil para ele, e sua frequência foi
gradualmente caindo nas aulas. Ele tinha medo
de estar com as pessoas. Quando não
aguentava mais, voltou para casa com um
pensamento fixo na cabeça: “Eu não sou capaz,
e tudo em minha vida dá errado.” Qual a fonte
desse pensamento?
R: Sistema de crenças;
2. O cérebro é um órgão ativo que faz mediação
de comportamento, e não apenas um
depositário de contingências por mera
codificação neuronal. Identifique o sistema
teórico que faz oposição a essa ideia:
R: Behaviorismo. o importante não é saber o
que causa os comportamentos, mas explicar e
descrever em que circunstâncias eles
acontecem.
Módulo 4
Para chegarmos até o século XXI, gradualmente
evoluímos o nosso jeito de pensar. Por esse
motivo, desenvolvemos tecnologias de acordo
com a necessidade do ambiente e sempre em
um continuum histórico de acúmulo de
conhecimento.
Por exemplo: 800 mil anos atrás dominamos o
fogo; 8 mil anos atrás, a agricultura; atualmente
temos smartphones; amanhã, robôs.
Essa é a ideia e a tônica: pensar nesses
movimentos históricos, no acúmulo de
conhecimento, no desenvolvimento do
pensamento humano e na tecnologia. Estamos
interessados no tempo presente, mas queremos
saber como evoluímos o nosso pensamento,
nossos processos cognitivos, as emoções e o
comportamento, além de nos interessar o papel
dessa evolução para adaptabilidade da
espécie.
No século XIX, vimos a Psicologia demarcar a
sua área de conhecimento, não apenas
utilizando os métodos da Filosofia, mas
empregando o método científico. Em 1879, o
objeto de estudo da Psicologia era a
consciência, e o método foi a introspecção. Em
1913, abandonamos o estudo da consciência e
passamos a focar no comportamento, por meio
da observação.
Na década de 1950, voltamos a estudar a
consciência e também o comportamento, mas,
então, a Psicologia era cognitiva. Os processos
cognitivos e como estes modulam o
comportamento eram o interesse dos
psicólogos. O impacto da tecnologia, o modelo
computacional e as Neurociências são
importantes impulsionadores dessa parte da
história, até os dias atuais.
Em paralelo ao desenvolvimento da Psicologia,
temos a história da Psicanálise, em suas
sucessivas tentativas de compreender a
aprimorar um sistema clínico que atue
eficazmente no sofrimento psíquico do ser
humano.
Na década de 1960, o Humanismo criticou a
Psicanálise e o Behaviorismo. Estabeleceu que
estudar a personalidade humana, o seu
potencial criativo e a tendência do
aprimoramento do ego seriam objetos de
estudo da Psicologia.
O MOVIMENTO DA PSICOLOGIA POSITIVA
A Psicologia Positiva como um movimento, um
sistema dentro da Psicologia, é humanista? Em
certos aspectos sim, em outros não.
A Psicologia Positiva recebe influências do
Humanismo, mas é um movimento que ocorre
na transição do século XX para o século XXI.
Vamos nos lembrar de que uma ciência não se
desenvolve no vácuo. Um sistema teórico surge
em uma área de conhecimento, basicamente,
para preencher lacunas abertas, para
estabelecer uma crítica (antítese) ou para
inovar. De certa maneira, a Psicologia Positiva
cumpre esses três papéis.
A Psicologia Humanista também enfatizou
aspectos positivos do desenvolvimento das
pessoas e buscou compreender as razões dos
comportamentos motivados, mas seu status
científico, por diversas razões, não causou
grande impacto na Psicologia dentro de uma
perspectiva metodológica (metodologia
científica).
Maslow reconheceu a limitação de sua teoria
dentro de uma perspectiva científica, mas
também, que não existiria outra maneira para
estudaros aspectos da autorrealização e,
talvez, pudesse ter a esperança de que um dia
seus estudos alcançariam confirmações.
Mesmo sem estudos atuais que tragam
evidências contundentes acerca da hierarquia
de necessidades, em cinco pontos,
empiricamente, a abordagem de Maslow é
amplamente utilizada em certos contextos.
Como vimos, a hierarquia em apenas dois eixos
possui evidências que podemos generalizar
para diversas populações.
QUAL A INOVAÇÃO DA PSICOLOGIA POSITIVA?
Martin Seligman, psicólogo norte-americano,
nascido em 1942, que ficou conhecido por sua
teoria do desamparo aprendido, tanto pela
qualidade dos achados, mas também pelas
críticas ao desenho experimental que resultava
em sofrimento para as cobaias.
Nesse livro, os autores estabelecem um
contraponto para o DSM (Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais
norte-americano).
Enquanto o DSM é utilizado para compreensão
de psicopatologias e tratamento (doenças
mentais ou do comportamento), o Character,
Strengths and Virtues é utilizado para a análise
das virtudes, potencialidades do indivíduo e
para o seu desenvolvimento.
QUAL FOI A INOVAÇÃO DESSA PUBLICAÇÃO?
Ela sistematizou as forças de caráter e virtude
tanto quanto os manuais nosológicos
(Classificação Internacional de Doenças – CID)
sistematizam doenças.
Psicologia Positiva versus Psicologia Cognitiva
versus Neurociências
Um cérebro emocional se desenvolveu e
funciona de modo adaptativo, em respostas
psicológicas e ambientais, aos estímulos do
meio destinados para nos afastar do perigo e
nos aproximar de recompensas.
Estruturas do Sistema Límbico
De acordo com Bear, Connors e Paradiso (2017),
o sistema límbico é descrito como o principal
circuito mediador de nossas emoções. É um
conjunto de estruturas situadas em regiões
inferiores ao córtex. Ele integra uma série de
áreas e se comunica com todo o sistema
nervoso, demonstrando a interação entre essas
áreas e estruturas com a finalidade de produzir,
gerenciar uma função.
A especialização de determinadas áreas do
cérebro não é questionada, por exemplo, as
áreas de linguagem e de memória. Mas pensar
que é a interação de diversas estruturas que
gerencia aspectos do nosso funcionamento e
comportamento é muito atrativo e atual. A
Psicologia Positiva não refuta as Neurociências,
pois compreende a importância das redes
neurais e como as informações são
processadas.
A Psicologia Positiva trabalha com parâmetros
fenomenológicos da consciência, baseada em
teorias da informação. Busca a compreensão
dos acontecimentos, dos fenômenos e suas
respectivas interpretações, e não apenas por
meio do processamento das redes neurais, dos
aspectos psicofisiológicos ou não conscientes.
Seligman apresenta uma reflexão do papel da
Psicologia para o nosso século: o
desenvolvimento de forças de caráter e de
valores como uma proposta para saúde mental.
● Sabedoria e conhecimento
● Coragem
● Humanidade
● Justiça
● integridade.
● Temperança
● Transcendência
Isso não significa abandonar os estudos das
funções cognitivas e como elas modulam o
comportamento, tampouco abandonar a
Psicologia clínica em suas diversas
modalidades. Continuamos em interseção com
as Neurociências, com a discussão sobre a
tecnologia, como incorporá-la à Psicologia, e o
impacto dela em nossas vidas.
A Psicologia como ciência e a Psicologia
Positiva funcionam muito bem em interseção
com outras áreas de atuação, dentro das
prerrogativas profissionais próprias das áreas
de: pedagogia, licenciaturas, gestão,
desenvolvimento de soluções e produtos para
pessoas, entre outros. Agir com ética,
cientificidade e tecnicidade, em acordo com
sua formação, é seguro para o cidadão, para
nossos filhos, pais, irmãos, familiares e amigos.
Psicologia Positiva e orientação profissional
Orientação profissional, no século XXI, é uma
expressão que substitui a conhecida orientação
vocacional.
O desafio é compreender o perfil de cada
pessoa, levando em consideração o seu
desenvolvimento ontogenético. Isso implica
compreender em que época essa pessoa se
desenvolveu, como ela formou seus valores e
suas forças de caráter e como a Psicologia
pode auxiliar cada geração a lidar com as
demandas da sociedade 4.0.
Cada geração apresenta um estilo próprio na
maneira de aprender e se desenvolver. Cada
geração possui forças de caráter e virtude
desenvolvidas, de acordo com a necessidade
de seu tempo, com a influência do momento
cultural em que viveu, dos acontecimentos
políticos e econômicos que vivenciou.
Baby Boomers: Nascidos entre 1940 e 1960
Geração X: Nascidos entre 1961 e 1980
Geração Y: Nascidos entre 1981 e 1995
Geração Z: Nascidos entre 1996 e 2010
Geração Alpha: Nascidos depois de 2010
No século XXI, a Psicologia como uma profissão
do futuro significa o desenvolvimento de forças
de caráter e virtudes das pessoas, bem como
de suas habilidades emocionais e
comportamentais (as chamadas soft skills).
Um projeto de desenvolvimento pessoal
significa compreender a história de
aprendizagem, que é diferente de pessoa para
pessoa, mas vinculada a um período cultural de
determinada época.
Desenvolver uma pessoa é investigar as
fragilidades, descartar patologias ou
encaminhar para um cuidado de saúde,
quando necessário. Esses cuidados,
associados ao levantamento das virtudes e das
forças de caráter, resultam em um projeto para
um desenvolvimento individual, personalizado,
para o florescimento das soft skills de uma
pessoa, com ética, cientificidade e tecnicidade,
necessárias para a segurança e o respeito à
população.
1. Sistematizamos alguns dos principais
eventos históricos que estão no alicerce da
Psicologia como uma ciência e uma profissão.
Essa diversidade de sistemas teóricos da
Psicologia se dá por divergências do objeto de
estudo e do método empregado para estudá-lo.
A Psicologia Positiva se caracteriza:
R: Pela busca de compreender as forças e a
virtude do caráter de uma pessoa.
2. Sistema analítico da Psicologia no século XXI que
compreende o cérebro como um órgão ativo,
fenomenológico consciente. A Psicologia tenta
compreender alguns adjetivos que são muito
admirados quando os encontramos. De qual
sistema estamos falando?
R: Positivsmo

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