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MEIOS DE CULTURA @ B R U N O B R U N N E T T I Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Introdução Meios de cultura são uma parte essencial das análises microbiológicas e que é vital para o sucesso delas, eles têm o objetivo de fornecer todas as condições necessárias para crescimento dos microrganismos fora do seu habitat natural. A história moderna dos meios de cultura teve início em 1860, quando Pasteur foi o primeiro a cientista usar um meio de cultura para o cultivo de bactérias em laboratório. Este meio de cultura era muito simples, consistia apenas em cinzas de levedura, açúcar e sais de amónio. E ainda havia um grande problema, nos dias mais quentes esses meios de cultura simplesmente se liqüefaziam. Em 1881, Walther Hesse, um médico alemão e assim como Pasteur, também cultivava bactérias em seu laboratório mas enfrentava um grande problema. Sempre que passavam por dias quentes os meios de cultura no seu laboratório simplesmente se desmanchavam. E isso causava um grande transtorno porque suas culturas se perdiam com isso. Foi que entrou em cena a genialidade feminina… Walther Hesse era casado com Fanny Hesse, uma esposa maravilhosa e quituteira de mão cheia! W. Hesse já havia percebido que os doces da sua esposa não se desmanchavam nos dias quentes e um belo dia perguntou a ela qual era o segredo para que os seus quitutes se mantivesses íntegros mesmo nos dias de intenso calor. Foi então que ela disse que usava agar-agar nas suas preparações e sugeriu que seu marido fizesse o mesmo. Walther Hesse, então, usou o ágar de sua esposa (considerado um alimento exótico) como agente solidificante na formulação dos seus meios de cultura e os seus problemas se acabaram!! Essa sugestão genial mudou completamente a história da microbiologia e dos meios de cultura. Se hoje temos os meios de cultura da forma com que os encontramos, isso é graças a genialidade de Fanny Hesse. É muito importante que o microbiologista tenha amplo conhecimento em meios de cultura, suas características bioquímicas, seletivas e diferenciais. Isso permite que todos aqueles que trabalham no laboratório de microbiologia consigam compreender por completo o processo das análises microbiológicas. Todo esse conhecimento fará que seja possível propor soluções visando a máxima segurança analítica e eficiência diagnóstica, além de promover uma análise muito mais sensível e produzir um laudo confiável e robusto. Existe uma grande variedade de meios de cultura utlizados na rotina do laboratório de microbiologia, cada um apresentando características próprias que permitem o desenvolvimento in vitro de microrganismos e em alguns casos também auxiliam na identificação inicial. E esse e-book vem justamente para servir de guia sobre os principais meios de cultura empregados na rotina de microbiologia, espero de coração que este material traga relevância para sua carreira e seja um diferencial na sua vida profissional!! Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D São meios de cultura sem fontes de carbono ou nutrientes com a função de manter viável os microrganismos durante o tempo pós coleta até o processamento das amostras. Ex.: Stuart, Amies, Cary-Blair, Ácido Bórico (urina) e Salina Tamponada (para amostras de fezes)... São empregados para promover o crescimento de microrganismos em geral (toda carga microbiana da amostra). Possuem nutrientes favoráveis ao crescimento de microrganismos presentes em amostras com baixa carga microbiana e/ou microrganismos de crescimento lento. Ex.: Ágar Sangue, Ágar Chocolate, Ágar Triptona de Soja (TSA)... São produtos preparados em laboratório que fornecem suporte e condições para o crescimento de microrganismos fora do seu habitat natural. Podem ser líquidos (caldos), sólidos e semissólidos (ex. meio SIM, usado para identificação de enterobacterales com base na motilidade e produção de H2S – sulfito de hidrogênio). Com base nos objetivos funcionais: enriquecidos seletivos, diferenciais e transporte. Meios de Transporte: Meios Enriquecidos: Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Classificação dos Meios e Controle de Qualidade Informações Gerais Meios Diferenciais: Promovem a diferenciação de microrganismos com base na capacidade de metabolizar componentes específicos do meio de cultura e na morfologia das colônias em placa. Ex.: Ágar CLED, Ágar Sangue, Ágar MacConkey, Ágar SS... Imagem: https://www.bd.com/pt-br/about-bd Imagem: https://www.bd.com/pt-br/about-bd https://www.bd.com/pt-br/about-bd https://www.bd.com/pt-br/about-bd Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Meios Seletivos: São empregados para isolamento de determinados grupos de microrganismos, inibindo o crescimento de outros (isolamento direcionado). Ex.: Ágar MacConkey, Ágar SS, Ágar Entérico de Hektoen, Caldo Rappaport Vassiliadis... Controle de Qualidade: Avaliar periodicamente os meios de cultura produzidos no laboratório. Qualidade do crescimento, seletividade, características bioquímicas diferenciais e características físicas. Sempre testar 10% dos lotes preparados em estufa a 35°C +/- 1°C (controle de esterilidade). Controle do crescimento através de cepas ATCC® (teste de performance). Semanalmente realizar controle microbiológico de qualidade nas autoclaves. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Meios de Cultura para Transporte e Conservação de Amostras Meios de transporte são inertes (não há fontes de carbono e nem de energia), isto é, preservam a viabilidade dos microrganismos nas amostras, preservam-nos contra a dessecação e evitam a proliferação bacteriana (mantém a proporção e a quantidade dos diversos MOs presentes). Os meios de transporte podem ser líquidos ou ágar semissólido. Alguns meios contém carvão: sua função é a de remover agentes tóxicos presentes nas amostras, como ácidos graxos por exemplo (toxicidade aos fastidiosos). Como são meios que não possuem nenhuma fonte de energia e nem de carbono, não há possibilidade de multiplicação bacteriana durante o tempo de acondicionamento da amostra no meio independente da temperatura. Meios de Transporte: Meios de Transporte Empregados na Rotina Microbiológica: Swabs com Meio de Stuart ou Amies: empregados para conservação e transporte de diversos materiais clínicos (inclusive fezes e escarro). O meio para colocar o swab pode ser líquido ou em forma de gel (semissólido) e a composição pode ser de Stuart, Amies (com e sem carvão) e Cary-Blair. Swabs com Stuart ou Amies com carvão: coleta de materiais para isolamento de bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas, preferencialmente gonococos, hemófilos e pneumococos. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Meios de Transporte Empregados na Rotina Microbiológica: Meio de Cary-Blair: meio empregado como conservante de fezes para isolamento de enteropatógenos (utilizado em frasco universal ou em swabs), ao contrário do Stuart, sua formulação contém salina balanceada de tampão fosfato inorgânico e é ausente de azul de metileno. Tubo com ácido bórico: tubos semelhantes a tubos de coleta de sangue e possuem como conservante ácido bórico liofilizado (armazenamento e transporte de amostras de urina sem refrigeração). ***Outra opção para transporte de fezes é a utilização de Salina Tamponada (meio líquido tamponado que mantém a bactéria viável). Conhecendo melhoro Meio de Stuart e Meio de Amies: Amies é uma modificação do meio de Stuart, no qual o glicerofosfato de sódio foi substituído por um fosfato inorgânico. O glicerofosfato presente no Stuart permitia que bactérias pouco exigentes se multiplicassem (tais como microrganismos contaminantes) alterando a proporção dos MOs presentes nas amostras e dificultando a recuperação dos MOs mais fastidiosos. E a adição do fosfato inorgânico ao meio elimina eventual crescimento de contaminantes. Meio para cultivo e contagem de fungos e leveduras (produtos lácteos e alimentos). Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Ágar Batata Dextrose (PDA) Meio seletivo para isolamento e diferenciação de gram-negativos entéricos (Salmonella e Shigella, por exemplo). Possui formulação que permite um melhor isolamento de Shigella. Seletividade: desoxicolato de sódio (inibe gram�-positivos). Diferenciador: citrato de amônia férrico para detecção de H2S. Xilose e lisina: carboidratos fermentados pelas Salmonellas e Shigellas. Ágar XLD Meios de Cultura para Crescimento e Isolamento Meio rico em açúcares simples (amido de batata e glicose), facilitando o crescimento de fungos. Também empregado na identificação de fungos filamen técnica de microcultivo em lâmina. Pode ser suplementado com ácido tartárico. Isolamento e quantificação de fungos e leveduras em amostras de alimentos com atividade de água > 0,95. Peptonas (nitrogênio, vitaminas e nutrientes), glicose (fonte de Dicloran: adicionado com a finalidade de Rosa bengala: suprime o desenvolvimento bacteriano e restringe o tamanho e a altura das colônias dos bolores que poderiam ter crescimento rápido e que poderiam se espalhar pela superfície do meio. Rosa bengala: é absorvido pelo bolores e leveduras, facilitando a sua visualização e contagem. Cloranfenicol: adicionado como agente seletivo para inibir o crescimento de bactérias presentes nas amostras. carboidratos), fosfato (agente tamponante), sulfato de magnésio (fonte de cátions bivalentes e sulfato). reduzir os diâmetros das colônias que se desenvolvem. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Ágar Dicloran Rosa Bengala Cloranfenicol (DRBC) Meio nutritivo empregado para contagem e enumeração de microrganismos ou manutenção de culturas (similar ao TSA). Empregado na contagem total de aeróbios Metodologia que não diferencia tipos de bactérias, mas sim fornece informações gerais sobre a qualidade microbiológica de produtos, práticas de manufatura, matérias-primas, condições de processamento, manipulação e vida de prateleira. mesófilos em placas ou Contagem Padrão em Placas (método mais utilizado como indicador geral de populações bacterianas em alimentos, água, entre outros). Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Meio para cultivo empregado para fins gerais (cultivo tanto de aeróbios como de anaeróbios) de cultivo e enumeração de microrganismos diversos. Plate Count Agar (PCA) Empregado para avaliar contaminações microbiológicas do ar e fluídos (monitor ar em salas limpas, por exemplo). Utilizado para manutenção de culturas de estoque, contagem de placas e isolamento de microrganismos a partir de uma infinidade de amostras. Também empregado para testar contaminantes bacterianos em cosméticos. Formulação contém a combinação de caseína de soja e peptonas de soja deixando o meio altamente nutritivo (nitrogênio orgânico, particularmente aminoácidos e peptídeos). Equilíbrio osmótico do meio pela adição de cloreto de sódio. Meios de Cultura para Crescimento e Isolamento Ágar Triptona de Soja (TSA) Imagem da BioCen do Brasil Imagem: BD Meio recomendado para contagem de aeróbios mesófilos por spread plate (plaqueamento em superfície) e pour plate (plaqueamento em profundidade). Adição de peptonas fornece aminoácidos Extrato de levedura fornece complexo B e a O acréscimo de TTC (cloreto de tetrafenil-tetrazólico) possibilita que as colônias que se desenvolvem no meio corem em uma tonalidade vermelha, facilitando assim sua visualização. necessários para o crescimento bacteriano. dextrose provém uma fonte de energia. Ágar Cetrimide (PSA) Meio seletivo para isolamento e identificação presuntiva de Pseudomonas aeruginosa. King et al primeiro desenvolveu o meio A (Tech Agar): aumento da produção de piocianina pelas Pseudomonas. O ágar cetrimide surgiu como uma variação do Tech Agar, com a adição do cetrimide (brometo de cetiltrimetilamónio) para inibir seletivamente outros microrganismos. Largamente utilizado para pesquisa de Sua formulação possui digesto pancreático de gelatina que fornece a base nutricional do meio (nutrientes necessários para suportar o crescimento da Pseudomonas). Produção de piocianina: estimulada pelo cloreto de magnésio e sulfato de potássio. Cetrimide: detergente catiônico de amônio quaternário Pseudomonas em cosméticos, avaliar a eficácia de desinfetantes e utilizado na análise microbiológica de produtos farmacêuticos não-estéreis. que é inibidor de uma grande variedade de espécies bacterianas, incluindo espécies de Pseudomonas não aeruginosa. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Plate Count Agar (PCA) Imagem: BD Meio para cultivo e contagem de bactérias heterotróficas em água (membrana filtrante ou spread plate). É um meio com baixa quantidade de nutrientes, que em combinação com uma menor temperatura de incubação estimula a recuperação e crescimento dos microrganismos estressados e tolerantes ao cloro. Extrato de levedura: fonte de Peptona e ácidos casamino: Dextrose: fonte de carbono e de Amido: auxilia na recuperação de microrganismos lesados absorvendo subprodutos metabólicos tóxicos. Piruvato de sódio: aumenta a recuperação de células estressadas. Fosfato de magnésio: equilíbrio de pH e fornecer fosfato ao meio. Sulfato de magnésio: é fonte de cátions divalentes e sulfato. oligoelementos (micronutrientes) e vitaminas. fornecem nitrogênio, vitaminas, aminoácidos, carbono e minerais. energia. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Ágar R2A Nutrientes: triptose, digestão enzimática da caseína e extrato de leveduras. Lactose: fonte de carboidratos. Lauril sulfato de sódio e Indicador de pH: fucsina básica. Colônias lactose-positiva: cor vermelha O brilho metálico se dá pela produção de aldeídos através da fermentação da lactose. Não fermentadores formam colônias transparentes e incolores. desoxicolato de sódio: agentes seletivos (bactérias gram-positivas). pela reação do aldeído com o sulfito de sódio e a fucsina básica. Ágar Nutriente Meio rico e nutritivo empregado para análise de água e alimentos (laticínios). Exames bacteriológicos, isolamento de culturas Utilizado também para observação de puras, conservação e transporte de amostras e manutenção de culturas. esporulação de espécies de BGP (Bacilos Gram-positivos). Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Ágar m-ENDO Contagem de coliformes em água através da filtração em membrana Imagem: Natália Menezes Imagem: Kasvi Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Cultivo e isolamento de microrganismos em amostras de urina. A lactose presente na formulação possibilita Deficiência de eletrólitos inibeformação Cultura quantitativa de gram-positivos, Diferenciação entre fermentadores e não fermentadores da lactose (alteração na cor do meio de cultura de verde-azulado para amarelo). diferenciação de fermentadores e não fermentadores da lactose. de véu em cepas de Proteus spp. gram negativos e leveduras. Ágar Chocolate Ágar CLED – Cystine Lactose Electrolyte Deficient Meio rico para isolamento de microrganismos exigentes (fastidiosos): Haemophilus spp., Neisseria spp., Branhamella catarrhalis e Moraxella spp. Base do meio: sangue de cavalo, carneiro Processo de “achocolatar”: lise das Incubação em jarra de anaerobiose. ou coelho e levados para “achocolatar” em banho maria 80 a 85°C por 15 minutos. hemácias, liberando hematina e hemina (compostos essenciais para crescimento de fastidiosos). Importante Sempre aquecer o meio em estufa antes da semeadura: inocular em meio gelado interfere no crescimento de fastidiosos e dos demais microrganismos (orientação para TODOS os meios cultura!!). Se empregar sangue de carneiro ou coelho no lugar do sangue de cavalo: resfriar a base “achocolatada” para 50°C e adicionar ao meio suplementos a base de NAD (coenzima I) e cisteína). Imagem: BD Imagem: BD Ágar Thayer-Martin Chocolate: meio rico Contém antimicrobianos que inibem o para isolamento seletivo de Nesseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis. crescimento de Neisserias saprófitas e de outras bactérias (quando amostras coletadas em sítios contaminados). Meio para isolamento seletivo de Salmonella e Shigella: amostra de fezes. Possui componentes que inibem o crescimento Possui lactose na sua formulação: permite Tiossulfato de sódio e citrato férrico: detecção de H2S evidenciado pela formação de colônias negras no centro. de gram-positivos: sais de bile, verde brilhante e citrato de sódio. diferenciar fermentadores de não fermentadores da lactose. Caldo Selenito com Novobiocina Enriquecimento e isolamento de Salmonella spp. e Shigella spp. em amostras de fezes, urina e alimentos. Inibe crescimento de coliformes e outras espécies da flora intestinal como estreptococos, por exemplo. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Ágar Chocolate – Variação do Meio Ágar Salmonella-Shigella (SS) Imagem: BD Imagem: BD Imagem: Kasvi Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Caldo Tetrationato Meio de enriquecimento para Salmonella spp (protocolos com posterior subcultura em SS ou MacConkey). Os sais de bile inibem microrganismos gram-positivos e a adição da solução de iodo e de verde brilhante inibem a flora normal de espécies fecais. Caldo Tioglicolato Indicado para detecção de microrganismos (inclusive Sua formulação assegura o crescimento de anaeróbios) em materiais estéreis. fastidiosos que exigem baixo potencial de oxi-redução para crescimento (baixa concentração de O2). É um meio útil para determinação da presença de contaminação em materiais biológicos e outros materiais, como produtos farmacêuticos (testes de esterilidade) e em alimentos. Empregado em protocolos de detecção e contagem de Clostridium perfringens. Capacidade de neutralizar atividade antibacteriana dos compostos de mercúrio. Cor original do meio: amarelo claro. Presença de crescimento: turvação do meio. Ausência de crescimento: meio límpido, sem alterações. Crescimento de anaeróbios: crescimento na extremidade inferior do meio. Crescimento de aeróbios: crescimento na superfície do meio. Ausência de crescimento: meio límpido, sem alterações. Imagem: Kasvi Imagem: Synth Ágar MacConkey Meio seletivo para bacilos gram-negativos (enterobactérias e não fermentadores) e para verificar a fermentação ou não da lactose. Cristal violeta inibe crescimento de gram-positivos, especialmente enterococos e estafilococos. Concentração de sais de bile baixa em comparação com outros meios, por essa razão não é tão seletivo para Gram-negativos como o Ágar SS, por exemplo. Empregado em amostras clínicas Colônias cor de rosa: Colônias incolores: e alimentos. fermentadoras de lactose. não fermentadores de lactose. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Caldo Tioglicolato – Interpretação do Crescimento Imagem: BD Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Meio rico, nutritivo que favorece o crescimento de microrganismos não fastidiosos | Sangue de Carneiro ou Coelho. A conservação dos eritrócitos íntegros Empregado na Prova do Satelitismo (identificação presuntiva de Haemophilus spp.) e Teste de CAMP (Diagnóstico de Alfa hemólise: formação de halo esverdeado ao redor das colônias (lise parcial dos eritrócitos). Gama hemólise: ausência de halo ao redor das colônias (eritrócitos permanecem íntegros) favorece a formação de halos de hemólise, úteis para diferenciação de espécies hemolíticas (Staphylococcus spp. e Streptococcus spp.). Streptococcus agalactiae). Meio derivado de nutrientes de cérebro e coração, peptona e dextrose. Peptona e infusão: fontes de nitrogênio, carbono, Dextrose: carboidrato utilizado para fermentação enxofre e vitaminas. pelo microrganismos. Caldo BHI (Brain Heart Infusion) Ágar Sangue Meio para cultivo de microrganismos em geral (estreptococos, pneumococos, meningococos, enterobactérias, não fermentadores, leveduras e fungos). Preparo do inóculo para antibiogramas e subcultivos. Realização do teste da coagulase em tubo. Teste de crescimento bacteriano a 42 e 44ºC. Pode ser empregado para: Beta hemólise: presença de halo transparente ao redor das colônias (lise total dos eritrócitos). Imagem: Jefferson Brendon Imagem: Daniela Simião Positivo: formação de colônias amarelas. Negativo: ausência de crescimento. Incubação: 60 dias a 35°C . Meio para isolamento seletivo*** e primário das Micobactérias. Ovos integrais e glicerol fornecem nutrientes necessários para o crescimento das micobactérias (ácidos gordos e proteínas). O ovo fornece também a consistência firme do meio para inoculação dos materiais clínicos (coagulação da albumina durante processo de fabricação do meio). Contém na sua formulação verde de malaquita***: inibição parcial de outras bactérias. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Caldo BHI (Brain Heart Infusion) - Interpretação Meio Lowenstein-Jensen Positivo: turvação do meio (crescimento bacteriano). Negativo: ausência de turvação. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Ágar Mycosel Meio empregado para isolamento de fungos dermatófitos (ex.: Trichophyton spp.). Seletividade do meio é através da cicloheximida (crescimento seletivo para dermatófitos). Inibição de bactérias e alguns fungos filamentosos pela presença do cloranfenicol. Após crescimento, seguir com identificação do microrganismo que cresceu. Ausência de crescimento não significa cultura negativa (alguns fungos podem ter seu crescimento inibido neste meio). Recomenda-se a utilização deste meio em tubos, pois a incubação prolongada pode resseca-lo se empregado em placas de petri. Imagem: NewProv Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Ágar Sabouraud Dextrose Meio nutritivo para crescimento de fungos leveduriformes e filamentosos (amostras clínicas, alimentos e cosméticos). Isolamento de fungos filamentosos e espéciesde Candidas, particularmente associados à infecções superficiais. Permite a caracterização macroscópica do fungo filamentoso (colônias gigantes). Recomenda-se a utilização deste meio em tubos, pois a incubação prolongada pode resseca-lo se empregado em placas de petri. Imagem: BioCen do Brasil Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Referências Bibliografias 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia Clinica para o Controle de Infecção Relacionada a Assistência a Saúde. Módulo 5: Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames Microbiológicos. Brasília: Anvisa, 2013. 2. OPLUSTIL, C. P. et al. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica 4ª Ed. São Paulo: Sarvier, 2019. 3. TORTORA, L. R. Microbiologia 12º Ed. Rio de Janeiro: Artmed, 2017. 4. KONEMAN, E. W. Diagnóstico microbiológico texto e atlas colorido 7ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 5. Klein RD, Hultgren SJ. Urinary tract infections: microbial pathogenesis, host-pathogen interactions and new treatment strategies. Nat Rev Microbiol. 2020 Apr;18(4):211-226. doi: 10.1038/s41579-020-0324-0. Epub 2020 Feb 18. PMID: 32071440; PMCID: PMC7942789. 6. Rahimkhani M, Saberian M, Mordadi A, Varmazyar S, Tavakoli A. Urinary Tract Infection with Candida glabrata in a Patient with Spinal Cord Injury. Acta Med Iran. 2015;53(8):516-517. 7. Ehlers S, Merrill SA. Staphylococcus Saprophyticus. 2021 Jul 1. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan– . PMID: 29493989. 8. Neugent ML, Hulyalkar NV, Nguyen VH, Zimmern PE, De Nisco NJ. Advances in Understanding the Human Urinary Microbiome and Its Potential Role in Urinary Tract Infection. mBio. 2020 Apr 28;11(2):e00218-20. doi: 10.1128/mBio.00218-20. PMID: 32345639; PMCID: PMC7188990. Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Não deixem que os seus medos tomem o lugar dos seus sonhos. W a l t D i s n e y Biólogo, Especialista em Gestão de Qualidade, Especialista em Controle de Qualidade e Microbiologia de Alimentos, Microbiologista há quase 20 anos, idealizador do Canal Microbiologia Prática, Diretor Técnico e Consultor em Microbiologia pela Diagnóstica Consultoria e Gestão. "A minha carreira foi toda construída em laboratórios de pesquisa, laboratórios clínicos e hospitais de grande porte. Hoje atuo profissionalmente com consultorias, palestras, treinamentos técnicos, eventos corporativos, mentorias e produção de conteúdos digitais." Durante a minha trajetória profissional realizei diversas formações complementares em Qualidade, como: Interpretação e Implementação ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 Controle de Qualidade no Laboratório de Análises Clínicas Gestão de Qualidade e Metodologia 6 Sigma Biossegurança e Gestão Laboratorial Ferramentas da Qualidade Auditor da Qualidade ISO 9001 Mais de 6.400 alunos e profissionais já foram impactados através dos meus cursos. Espero de coração que este e-book traga relevância e qualidade à sua carreira e seja um diferencial na sua vida profissional! Com carinho, Bruno Brunetti Biólogo, Especialista em G estão de Q ualidade, Controle de Q ualidade e M icrobiologia de Alim entos CrBio 054637/01 D Contatos: @brunobrunnetti @microbiologia.pratica brunetti.visa@gmail.com linkedin.brunobrunetti https://www.instagram.com/brunobrunnetti/?hl=pt-br https://www.instagram.com/microbiologia.pratica/?hl=pt-br https://www.linkedin.com/in/brunobrunetti/ https://www.instagram.com/microbiologia.pratica/?hl=pt-br https://www.linkedin.com/in/brunobrunetti/
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