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Direito penal 2019

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 PasseJáCursos2020-Whats 7398816-9126
NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
 
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desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual 
comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e 
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meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base 
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de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja 
do Concurseiro. 
 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
3 
 
 
PROGRAMA: 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL: 
 
1. Da aplicação da lei penal. 1.1. Lei penal no tempo. 1.2. 
Lei penal no espaço. 2. Do crime. 2.1. Elementos. 2.2. 
Consumação e tentativa. 2.3. Desistência voluntária e 
arrependimento eficaz. 2.4. Arrependimento posterior. 
2.5. Crime impossível. 2.6. Causas de exclusão de ilicitude 
e culpabilidade. 3. Contravenção. 4. Imputabilidade 
penal. 5. Dos crimes contra a vida (homicídio, lesão 
corporal e rixa). 6. Dos crimes contra a liberdade pessoal 
(ameaça, sequestro e cárcere privado). 7. Dos crimes 
contra o patrimônio (furto, roubo, extorsão, apropriação 
indébita, estelionato e outras fraudes e receptação). 8. 
Dos crimes contra a dignidade sexual 9. Dos crimes 
contra a paz pública (quadrilha ou bando). 10. Legislação 
esparsa: Lei federal n° 9.455, de 07 de abril de 1997 
(Crimes de tortura). 
 
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
 
Anterioridade da lei 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não 
há pena sem prévia cominação legal. 
 
COMENTÁRIOS 
 No primeiro momento se faz necessário 
que saibamos a diferença entre crime/delito e 
contravenção penal. 
Características dos crimes/delitos: 1 – Pena de 
reclusão (regime fechado, regime semiaberto e 
aberto), detenção (regime semiaberto e aberto, 
podendo haver a regressão de regime 
semiaberto para fechado) cumulada ou não com 
multa. 2 – Tentativa de crime é punida. 3 – 
Admitem três espécies de ação penal: Ação 
Penal Pública Incondicionada, Ação Penal Pública 
Condicionada e Ação Penal Privada. 4 – Admite 
extraterritorialidade da lei penal. 5 – Tempo 
máximo é de prisão 30 anos. 6 – A competência 
para julgar os crimes é da justiça federal e justiça 
estadual. 
Características das contravenções penais 
(DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 
1941): 1 – Pena de prisão simples (regime 
semiaberto e aberto, não podendo nunca 
regredir para o regime fechado) cumulado ou 
não com multa ou só multa. 2 – Não se pude 
tentativa de contravenção. 3 – Todas as 
contravenções penais são de Ação Penal Pública 
Incondicionada. 4 – Não há extraterritorialidade 
da lei penal brasileira. 5 - Pena máxima de 5 
anos. 6 – São sempre julgadas pela justiça 
estadual. OBS.: A justiça federal não julga 
contravenções penais, mesmo que atinja 
interesses da União. Porém existe uma exceção, 
quando o contraventor tiver foro especial na 
justiça federal. Ex.: Juiz federal, que comente 
contravenção penal, é julgado pela justiça 
federal - TRF. 
Diferenças básicas entre os regimes: 1 - Regime 
Fechado - O cumprimento se dará em 
penitenciárias, podendo, após diversos critérios, 
o preso trabalhar externamente somente em 
serviços ou obras públicas. OBS.: O preso poderá 
também trabalhar internamente, de acordo com 
suas aptidões ou habilidades que eram 
desenvolvidas antes da condenação. 
2 - Regime semiaberto: O cumprimento se dará 
em colônias agrícolas, industriais ou 
estabelecimentos semelhantes, podendo o 
preso trabalhar externamente, assim como 
frequentar cursos de ensino superior, médio, 
profissionalizantes e dentre outros. 
3 - Regime aberto: O cumprimento se dará nas 
conhecidas casas de albergados, podendo o 
preso trabalhar externamente. 
OBS.: Nos regimes fechados e semiabertos o 
preso terá direito a remição, ou seja, a cada três 
dias de trabalho ou 12 horas de estudo diminuirá 
um na sua pena. Todavia no regime aberto não 
tem previsão expressa para esta remição. 
 Princípio da Anterioridade – A lei 
incriminadora deve ser anterior ao fato 
praticado, ou seja, não pode ser aplicada aos 
fatos anteriores a sua entrada em vigor. Ex.: 
Joaquim praticou um ato no dia 15/01/2014. No 
dia 20/01/2014, entra em vigor uma lei que 
tipifica a conduta de Joaquim como crime. 
Conclusão: Joaquim não poderá responder pelo 
crime, pois o ato foi praticado antes da lei entrar 
em rigor. 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
 
4 
 Princípio da Reserva Legal – Somente lei 
federal, ordinária ou complementar, pode criar 
ou modificar infrações penais e sanções penais. 
OBS.: Não se pode criar ou modificar infrações 
penais e sanções penais por: 1 – Leis estaduais, 
municipais ou do distrito federal. 2 – Lei 
delegada. 3 – Emenda constitucional. 4 – Medida 
provisória (Art. 62 – “Em caso de relevância e 
urgência, o Presidente da República poderá 
adotar medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao Congresso 
Nacional”, § 1º - “É vedada a edição de medidas 
provisórias sobre matéria” - I – “relativa a”, b – 
“direito penal, processual penal e processual 
civil”, da Constituição Federal de 1988). 5 – 
Costumes, princípios gerais de direito e 
analogias. 
 É terminantemente proibida a analogia in malam 
partem, ou seja, aquela que irá prejudicar o réu. 
Porém é perfeitamente aceita a analogia in 
bonam partem, ou seja, aquela que irá beneficiar 
o réu. Ex.: Manoel faz uma ligação clandestina 
para pegar o sinal de Sky do seu vizinho. Seu 
vizinho vai a uma delegacia de polícia, após ser 
realizado os procedimentos, o juiz recebe a 
denúncia de um furto. Porém, verifica que o 
delegado equiparou o furto de sinal da Sky, com 
furto de energia, por analogia. Conclusão: Como 
a analogia é com animus de prejudicar o réu, a 
mesma não poderá ser aplicada. Ex2.: Uma 
parteira, em uma cidade longínqua, que pratica 
uma manobra abortiva em uma jovem que 
correr risco de morte. Conclusão: O Art. 128, I e 
II do C.P. (“Não se pune o aborto praticado por 
médico”: I – “se não há outro meio de salvar a 
vida da gestante”; e II – “se a gravidez resulta de 
estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando incapaz, 
de seu representante legal”) prevê somente a 
prática do aborto realizada por médico, mas, por 
analogia (in bonam partem), o legislador achou 
que poderia ser praticado por outras pessoas 
como a enfermeira e a parteira, por exemplo. 
 Segundo Mirabete, “o costume é uma regra de 
conduta praticada de modo geral, constante e 
uniforme, com a consciência de sua 
obrigatoriedade”. Assim, apesar de ser proibida 
a criação de normas penais por meio de 
costumes, os mesmos podem auxiliar o 
intérprete a traduzir conceitos, tais como de 
repouso noturno, honra e etc., permitindo assim 
um enquadramento correto do fato ao tipo 
penal. Ex.: Raimundo adentrou uma residência 
em uma cidade do interior do Pará, por volta das 
20h, para cometer um furto. Os moradores desta 
cidade iniciam seu repouso noturno às 18h. 
Conclusão: O juiz poderá utilizar os costumeslocais e qualificar o furto do Art. 155, § 1º 
(“Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia 
móvel”; § 1º - “A pena aumenta-se de um terço, 
se o crime é praticado durante o repouso 
noturno”) do C.P., por ter sido cometido durante 
o repouso noturno. 
 Princípio da Taxatividade – A lei incriminadora 
deve descrever de forma clara e precisa a 
conduta criminosa. Este princípio proíbe leis 
penais vagas, genéricas ou imprecisas (de 
conteúdo duvidoso). 
 A lei tem que ser escrita, estrita (proíbe a 
utilização de analogia incriminadora), certa 
(Princípio da Taxatividade) e necessária 
(Princípio da Intervenção Mínima). 
 No Art. 1° do C.P. entendamos infração penal 
(crime e contravenção penal), sanção penal 
(penas e medidas de segurança). 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE = RESERVA LEGAL + 
ANTERIORIDADE. 
 Normas Penais em Branco: São aquelas que 
necessitam de um complemento de outra 
norma. 
 Classificação das Normas Penais em Branco: 1 - 
Normas Penais em Branco próprias 
(completemento proveniente de outras espécies 
normativas, como por exemplo, portarias.) e 
Normas Penais em Branco impróprias 
(completemento proveniente da mesma espécie 
normativa, como por exemplo, lei penal 
completada pelo código civil ou pelo próprio 
código penal). OBS.: Ainda podemos dividir as 
Normas Penais em Branco impróprias em: 
Homovitelina (completo está dentro do próprio 
código penal. Ex.: O crime de peculato, suja 
elementar é o funcionário público. Conclusão: 
Encontraremos o conceito de funcionário 
público no próprio código penal, mais 
precisamente no seu art. 327.) e Heterovitelina 
(completo está dentro de outra lei, localizada no 
código civil, por exemplo. Ex.: No delito de art. 
236 - "Contrair casamento, induzindo em erro 
essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe 
impedimento que não seja casamento anterior", 
encontraremos as hipóteses de impedimento da 
união civil, dentro do código civil.). 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
5 
 Norma Penal em Branco Reversa, Revés ou 
Investida: É aquela cujo complemento 
normativo está relacionado à sanção penal 
(pena) e não ao conteúdo da proibição. Ex.: Art. 
304 do C.P. "Fazer uso de qualquer dos papéis 
falsificados ou alterados, a que se refere os arts. 
297 a 302. 
Pena - A cominada à falsificação ou à alteração." 
Lei penal no tempo 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei 
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda 
que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado. 
 
COMENTÁRIOS 
 A Abolito Criminis nada mais é que a abolição do 
crime, ou seja, se um fato deixa de ser crime, 
então o sujeito não poderá mais ser punido, e 
mesmo que já tenha transitado em julgado a 
sentença condenatória, cessará todos os efeitos 
penais. Ex.: Pedro cometeu um crime, e o 
processo já transitou em julgado e o mesmo está 
cumprindo sua pena. Porém, 2 meses após o 
cumprimento de pena, surge uma lei abolindo o 
crime praticado por Pedro. Conclusão: Pedro 
será colocado em liberdade. OBS.: Somente 
serão cessados os efeitos penais, ou seja, os 
extrapenais continuarão sendo aplicados. Ex.: 
Mario corta o rosto de João. Na esfera penal foi 
condenado por lesão corporal e na esfera cível 
foi condenado a pagar a reparação estética do 
rosto de João. Suponhamos que o delito de lesão 
corporal foi abolido do código penal. Conclusão: 
Mario não precisará cumprir nenhum ato 
decidido por sentença penal, todavia continuará 
obrigado a fazer a reparação estética no rosto de 
João. 
 Retroatividade – A lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu (Novatio legis in mellius) – 
Art. 5, XL C.F. Ex.: José cometeu um delito que 
tem uma pena de 5 a 10 anos de reclusão. No 
decorrer do processo, o mesmo delito passou a 
ter uma pena de 2 a 7 anos de reclusão. 
Conclusão: José será beneficiado com a nova lei. 
 Ultratividade – A lei posterior mais rigorosa não 
poderá retroagir para agravar a situação do 
agente (Novatio legis in pejus). Sendo assim 
aplicada a lei revogada. Ex.: No dia 10/01/2014, 
João cometeu um crime que trazia uma pena de 
1 a 3 anos de reclusão. Antes da sentença 
transitada em julgado, a lei foi revogada e o 
crime passou a ter uma pena de 2 a 5 anos de 
reclusão. Conclusão: Será aplicada a João a lei 
que foi revogada, tendo em vista, que a lei nova 
é mais maléfica. 
EXTRATIVIDADE = RETROATIVIDADE + 
ULTRATIVIDADE 
 OBS.: De acordo com Nelson Hungria não é 
possível a combinação de leis, ou seja, pegar o 
melhor da lei anterior e o melhor da lei posterior, 
pois assim estaríamos criando uma nova lei. No 
mesmo sentido o STJ sumulou esse 
entendimento: “É cabível a aplicação retroativa 
da lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da 
incidência das suas disposições, na íntegra, seja 
mais favorável ao réu do que o advindo da 
aplicação da lei n. 6.368/1976, sendo vedada a 
combinação de leis” (Súmula 510 STJ). 
 Se durante um crime permanente ou continuado 
(Art. 71 do C.P. - "Quando o agente, mediante 
mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes da mesma espécie e, pelas 
condições de tempo, lugar, maneira de execução 
e outras semelhantes, devem os subseqüentes 
ser havidos como continuação do primeiro, 
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a 
dois terços") houver a alteração de lei, aplica-se 
sempre a lei mais nova, mesmo que seja mais 
grave ao acusado (Súmula N° 711 do STF - "A lei 
penal mais grave aplica-se ao crime continuado 
ou ao crime permanente, se a sua vigência é 
anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência"). Ex.: Pablo pratica o crime de 
sequestro no dia 05/01/2015. O mesmo se 
estende, e vem a findar no dia 25/08/2015. No 
dia do início do sequestro (dia 05/01/2015), 
suponhamos que o delito tinha uma pena de 4 a 
10 anos de reclusão, porém no dia 10/07/2015 a 
lei é alterada, dando ao delito uma pena de 6 a 
15 anos de reclusão. Conclusão: Pablo será 
julgado com base na lei mais nova, mesmo sendo 
mais rigorosa. 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
 
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 Crime Permanente – É aquele que a consumação 
se prolonga no tempo. Ex.: Sequestro, Redução 
a condição análoga à de escravo e etc. 
 Crime Continuado – Art. 71 do C.P. – “Quando o 
agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, 
pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os 
subseqüentes ser havidos como continuação do 
primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a 
dois terços”. Ex.: Três furtos (Art. 155 do C.P.) 
praticados em três casas vizinhas em três dias 
seguidos, nos mesmos horários, com os mesmos 
modos operantes e etc. OBS.: Só é possível 
existir crime continuado, se estivermos diante de 
crimes da mesma espécie, ou seja, descrito no 
mesmo tipo penal (mesmo artigo de lei). Ex.: Art. 
155 “caput” e 155, § 4º, ou seja, furto simples e 
furto qualificado, porém os dois são furtos. 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
 
COMENTÁRIOS 
 As leis, em regra, são feitas para vigorarem por 
prazo indeterminado, até que sejam revogadas 
por outra lei. Porém existem duas exceções: Lei 
excepcional e Lei temporária (Possuem durações 
determinadas). 
 Não se aplica nas leis excepcionais e temporárias 
a abolitio criminis. 
 Lei Excepcional – É a lei feita para vigorar 
durante situações excepcionais, ou seja, de 
anormalidade. Ex.: guerra, calamidades e etc. 
 Lei Temporária– É a lei feita para vigorar 
durante prazo certo e exato, ou seja, em seu 
próprio texto consta o dia da sua revogação. Ex.: 
Uma lei que começou a vigorar no dia 
01/01/2015 e se findará no dia 01/02/2015. 
 As leis excepcionais e temporárias continuam 
sendo aplicadas após serem revogadas, ou seja, 
são ultra ativas. Mas apenas aos fatos ocorridos 
durante a sua vigência. Ex.: Suponhamos que 
surge uma lei que proíbe lavar carro no período 
de 01/02/2015 à 01/03/2015. João lava seu carro 
neste período. Conclusão: Mesmo que a lei 
tenha vencido seu prazo de validade, João irá 
responder pelo delito praticado à época do fato. 
OBS.: Uma lei perde sua vigência em algumas 
situações específicas, quais sejam: revogação 
por outra lei, desuso e decurso de tempo. OBS2.: 
Revogação é o fenômeno pelo qual uma lei 
perde a sua vigência, pois entra em vigor outra 
norma. OBS3.: Repristinação é um instituto 
jurídico, no qual, uma norma que foi revogada, 
volta a vigência novamente, após ter sido 
revogada por uma terceira lei, ou seja, seria a 
revogação da revogação. OBS4.: Apesar de 
possuir divergências, o entendimento que 
prevalece é de que as leis temporária e 
excepcionais não violam o princípio da 
irretroatividade da lei prejudicial. OBS5.: Um lei 
temporária ou excepcional pode virar lei 
permanente. 
Tempo do crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado. 
 
COMENTÁRIOS 
 O Art. 4° do C.P. refere-se ao tempo no qual o 
crime ocorreu. 
 Teoria Atividade – Considera-se praticado o 
crime no momento da conduta (ação ou 
omissão), ou seja, no momento da atividade 
criminosa e não no momento do resultado. 
(ADOTADA PELO C.P.) Ex.: Pedro atira em Paulo 
no dia 10/01/2015. Porém, o mesmo vem a 
falecer no dia 13/01/2015. Conclusão: Será 
considerado praticado o delito no dia 
10/01/2015. OBS.: De acordo como princípio da 
simultaneidade, todos os elementos do crime do 
crime (fato típico, ilicitude e culpabilidade) 
devem estar presentes no momento da conduta 
típica. 
 Teoria do Resultado – Considera-se praticado o 
crime no momento do resultado e não da 
conduta. (NÃO ADOTADO PELO C.P.) Ex.: Pedro 
atira em Paulo no dia 10/01/2015, que vem a 
falecer no dia 20/01/2015. Conclusão: Será 
considerada a pratica do delito no dia 
20/01/2015. 
 Teoria Mista ou Ubiquidade – Considera-se 
praticado o crime, tanto no momento da 
conduta quanto do resultado. (NÃO ADOTADO 
 PasseJáCursos2020-Whats 7398816-9126 
NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
7 
PELO C.P.) Ex.: Pedro atira em Paulo no dia 
10/01/2015, que vem a falecer no dia 
20/01/2015. Conclusão: Será considerado a 
pratica do delito tanto no dia 10/01/2015 quanto 
no dia 20/01/2015. 
Territorialidade 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de 
convenções, tratados e regras de direito internacional, 
ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como 
extensão do território nacional as embarcações e 
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço 
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem 
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou 
em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes 
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se 
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no 
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
 
COMENTÁRIOS 
 Em regra, aplica-se a lei penal brasileira em todo 
território nacional, não importando a 
nacionalidade da vítima ou agente ou do bem 
jurídico tutelado. 
 O Art. 5° do C.P. adotou a Territorialidade 
Temperada, Relativa ou Mitigada (aquela que 
permite a eficácia da norma de outros países em 
certos casos, como, tratados, convenções e 
regras de direito internacional) pela 
intraterritorialidade (lei do estrangeiro 
adentrando no Brasil). OBS.: As normas de 
outros países terão eficácia nas exceções 
relativas ao direito internacional, quando 
estivermos diante das imunidades diplomáticas, 
que são prerrogativas do direito internacional. 
Os agentes que possuem estas imunidades são: 
os chefes de governo ou de Estado estrangeiro e 
sua família e membros da sua comitiva; 
embaixador e família; os funcionários do corpo 
diplomático e família; funcionários das 
organizações internacionais (Ex.: ONU) quando 
em serviço. 
 Território Nacional = Espaço físico (Geográfico) + 
Espaço Jurídico (Equiparação – Art. 5º, §§ 1º e 2º 
C.P.). 
 No Art. 5°, §§ 1º e 2º do C.P. temos: 1 - Quando 
as embarcações ou aeronaves brasileiras forem 
públicas ou estiverem a serviço brasileiro, quer 
se encontre em território nacional ou 
estrangeiro, são considerados partes do nosso 
território; 2 - Se privados, quando em alto-mar 
ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei 
da bandeira que ostentam (Princípio da 
Bandeira); 3 - Quanto às embarcações ou 
aeronaves estrangeiras em território brasileiro, 
desde que públicas, não são considerados parte 
de nosso território. Porém se privadas são 
considerados parte de nosso território. OBS.: 
Apesar da lei trazer a expressão “mar territorial”, 
deve-se destacar que o Brasil exerce SOBERANIA 
ABSOLUTA sobre toda a zona de exploração 
econômica exclusiva, ou seja, sobre toda a faixa 
de 200 milhas marítimas a partir da linha que 
serve de base para se medir o mar territorial. 
 Embaixada não é extensão do território que 
representam. Porém as embaixadas são 
invioláveis. 
 Na dúvida de territorialidade, a doutrina resolve 
o problema, aplicando a lei da nacionalidade do 
agente. Ex.: Em alto-mar, duas embarcações 
privadas colidem, uma brasileira e outra italiana. 
Um americano e um japonês constroem uma 
jangada com os destroços das duas 
embarcações, e sobre os destroços misturados 
das embarcações, o americano mata o japonês. 
Será aplicada a lei da nacionalidade do agente, 
pois a territorialidade está mistura/confusa. 
Porém, se no mesmo caso, fossem duas 
embarcações brasileiras privadas em alto-mar, 
como os destroços são brasileiros, então seria 
aplicada a lei da bandeira que ostentam, ou seja, 
lei brasileira. 
 Se a embarcação estrangeira for pública e estiver 
atracada em porto brasileiro, e acontece um 
crime no interior da embarcação, então será 
aplicada a lei estrangeira. Porém se o crime for 
cometido fora da embarcação, ou seja, em 
território brasileiro, temos duas hipóteses: Se o 
agente estiver a serviço do seu país será aplicada 
a lei estrangeira, se não estiver será aplicada a lei 
brasileira. 
 A competência para julgar os crimes cometidos 
a bordo de embarcações e aeronaves é da justiça 
federal, ressalvada quando a competência for da 
justiça militar. OBS.: A competência será da 
justiça estadual, quando se tratar de delitos 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
 
8 
cometidos a bordo de iates, lanchas, botes e 
embarcações equiparadas, pois a CF/88 em seu 
Art. 109 – “Aos juízes federais compete 
processar e julgar”, IX – “os crimes cometidos a 
bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar”, menciona o 
termo navios (embarcações de grande porte, 
autorizadas e adaptadas para viagens 
internacionais). OBS2.: No que se refere ao 
termo aeronaves, a sua interpretação é 
extensiva, ou seja, aeronaves de modo geral. 
 O Brasil adota a chamada Passagem Inocente 
(Lei 8.617/93 - Art. 3º - "É reconhecido aos navios 
de todas as nacionalidades o direito de 
passagem inocente no mar territorial 
brasileiro"). Quando o navio privado passa pelo 
território nacional apenas como passagem 
necessária para chegar ao seu destino (no nosso 
território não atracará) não se aplica a lei 
brasileira, desde que não seja prejudicial à paz, à 
boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser 
contínua e rápida. OBS.: Apesar de nãoexistir 
previsão expressa, garantindo o direito de 
passagem inocente de aeronaves, não tem 
sentido excluí-las, desde que respeitados os 
requisitos impostos às embarcações (doutrina 
majoritária). Conclusão: A letra de lei traz 
somente previsão para navios, excluindo as 
aeronaves. No entanto, para muitos 
doutrinadores, não há motivos para excluí-las. 
 
Lugar do crime 
Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado. 
 
COMENTÁRIOS 
 Teoria Atividade – Considera-se praticado o 
crime no lugar da conduta e não do resultado 
(NÃO ADOTADA PELO C.P.). Ex.: Pedro atira em 
Paulo no Estado do Pará. Porém, o mesmo vem 
a falecer no Estado de São Paulo. Conclusão: 
Será considerado o lugar do delito no Estado do 
Pará. 
 Teoria do Resultado – Considera-se praticado o 
crime no lugar do resultado e não da conduta 
(NÃO ADOTADO PELO C.P.). Ex.: João atira em 
Paulo no Estado do Amazonas. Porém, o mesmo 
vem a falecer no Estado de Fortaleza. Conclusão: 
Será considerado o lugar do delito no Estado de 
Fortaleza. 
 Teoria Mista ou Ubiquidade – Considera-se 
praticado o crime, tanto no lugar da conduta 
quanto do resultado ou onde deveria se produzir 
o mesmo (ADOTADO PELO C.P.). Ex.: João atira 
em Paulo no Estado do Acre. Porém, o mesmo 
vem a falecer no Estado do Pará. Conclusão: Será 
considerado o lugar do delito tanto no Estado de 
Acre quanto no Estado do Pará. 
 Crimes Plurilocais – São aqueles que a conduta 
ocorre em um lugar e o resultado em outro 
lugar, porém ambos dentro do Brasil (percorre 
dois ou mais lugares do mesmo país soberano). 
Ex.: Conduta no Rio de Janeiro e resultado no 
Pará. Ex2.: Conduta em São Paulo, passando 
pelo Rio de Janeiro, se consumando em Minas 
Gerais. Conclusão: Como gera um conflito 
interno de competência, será em regra resolvido 
pelo Art. 70 do C.P.P. (“A competência será, de 
regra, determinada pelo lugar em que se 
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, 
pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução”) que adotou a teoria do resultado. 
 Crimes à Distância ou Crime de Espaço Máximo 
– São aqueles que parte ocorre no Brasil e parte 
no estrangeiro (percorre dois países soberanos), 
ou seja, a conduta ocorre no Brasil e o resultado 
ou possibilidade de resultado no estrangeiro e 
vice-versa. Ex.: Conduta no Brasil e resultado na 
Argentina ou vice-versa. Conclusão: Como gera 
um conflito internacional de jurisdição, será 
resolvido pelo Art. 6º do C.P. que adotou a teoria 
da ubiquidade. 
 Crime em Trânsito - Crime percorre mais de dois 
países soberanos. Ex.: Conduta no Brasil, 
passando pela Argentina, e se consumando no 
Paraguai. Conclusão: Como gera um conflito 
internacional de jurisdição, será resolvido pelo 
Art. 6º do C.P. que adotou a teoria da 
ubiquidade. 
OBS.: Será aplicada a teoria da ubiquidade 
somente nos crimes à distância ou em trânsito. 
Já que nos plurilocais a conduta e o resultado 
ocorrem dentro do Brasil. 
 Se, parte do crime (conduta, resultado ou 
possibilidade do resultado) ocorrer no Brasil, já é 
possível aplicar a lei penal brasileira. Porém, 
poderá ser aplicada a lei do país estrangeiro. 
Mas para evitar o BIS IN IDEM (dupla punição 
pelo mesmo fato) a pena cumprida no 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
9 
estrangeiro será descontada ou atenuada na 
pena a cumprir no Brasil (Art. 8° do C.P. – “A pena 
cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta 
no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou 
nela é computada, quando idênticas”). 
 
Extraterritorialidade 
Art. 7º – Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos 
no estrangeiro: 
I – os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da 
República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do 
Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, 
de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu 
serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou 
domiciliado no Brasil; 
II – os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a 
reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, quando em 
território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a 
lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no 
estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira 
depende do concurso das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi 
praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei 
brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não 
ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por 
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo 
a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, 
se, reunidas as condições previstas no parágrafo 
anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
COMENTÁRIOS 
 Princípio da Defesa – Este princípio está 
preocupado com a nacionalidade do bem 
jurídico (Art. 7°, I, “a”,”b” e ”c” - C.P.). 
 Princípio da Justiça Universal – Pois o Brasil se 
obrigou a reprimir por meio de tratados, não 
importando onde, por quem e contra quem é 
praticado (Art. 7°, I, “d” e Art. 7°, II, “a” - C.P.). 
 Princípio da Nacionalidade Ativa – Este princípio 
se preocupa com a lei do país que pertence o 
agente (Art. 7°, II, “b” - C.P.). 
 Princípio da Representação ou Bandeira – A lei 
penal nacional aplica-se aos crimes praticados 
em aeronaves e embarcações privadas, quando 
no estrangeiro, e ai não sejam julgados (Art. 7°, 
II, “c” - C.P.). 
 Princípio da Nacionalidade Passiva – Se 
preocupa com a aplicação da lei penal da 
nacionalidade da vítima (Art. 7°, § 3° - C.P.). 
 A extraterritorialidade pode ser incondicionada, 
prevista no Art. 7º, I, "a", "b", "c" e "d" do C.P., 
hipótese em que o agente será processado de 
acordo com a lei brasileira, ainda que absolvido 
ou condenado no estrangeiro, condição prevista 
no Art. 7º §1º do C.P. OBS.: São crimes contra a 
vida: Homicídio, Infanticídio, Aborto e 
Instigação, induzimento e auxílio ao suicídio. 
OBS2.: São crimes contra a liberdade: 
Constrangimento ilegal, Ameaça, Sequestro e 
cárcere privado, Redução a condição análoga de 
escravo e Tráfico de pessoas. 
 A extraterritorialidade será condicionada (Art. 
7º, II, "a", "b" e "c" do C.P.), pois dependerá de 
alguns requisitos descritos no Art. 7º § 2º do C.P. 
 Ainda temos a extraterritorialidade 
hipercondicionada que está expressa no § 3º do 
Art. 7º do C.P., que acumula os requisitos do § 2º 
e § 3º do mesmo artigo. Ex.: Brasileiro em 
Orlando, nos EUA, é morto por um americano. 
Aplica-se a lei brasileira? SIM, desde que 
presentes os requisitos do Art. 7º, § 2° do C.P. 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
 
10 
(Extraterritorialidade condicionada). OBS.: Os 
requisitos do Art. 7º, § 2° do C.P. são 
cumulativos. OBS2.: A competência para julgar 
este americano em regra é da justiça estadual, 
salvo se presente alguma hipótese do Art. 109 da 
C.F/88 ("Art. 109 - Aos juízes federais compete 
processar e julgar: I - as causas em que a União, 
entidade autárquica ou empresa pública federal 
forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, 
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas 
entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada 
ou residente noPaís; III - as causas fundadas em 
tratado ou contrato da União com Estado 
estrangeiro ou organismo internacional; IV - os 
crimes políticos e as infrações penais praticadas 
em detrimento de bens, serviços ou interesse da 
União ou de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da 
Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em 
tratado ou convenção internacional, quando, 
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou 
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou 
reciprocamente; V-A as causas relativas a 
direitos humanos a que se refere o §5º deste 
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004); VI - os crimes contra a organização 
do trabalho e, nos casos determinados por lei, 
contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira; VII - os "habeas-corpus", 
em matéria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente 
sujeitos a outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-
data" contra ato de autoridade federal, 
excetuados os casos de competência dos 
tribunais federais; IX - os crimes cometidos a 
bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar; X - os crimes de 
ingresso ou permanência irregular de 
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após 
o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a 
homologação, as causas referentes à 
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à 
naturalização; XI - a disputa sobre direitos 
indígenas", da CF/88) fazendo com que a 
competência seja da justiça federal. 
 No Art. 7° § 2° do C.P., “c” – Serão comparadas 
com os crimes que o Brasil autoriza a extradição, 
que serão os mesmos delitos que o Brasil irá 
alcançar, mesmo que praticados no estrangeiro. 
Não significa dizer que o Brasil irá extraditar, e 
sim apenas verificar essa hipótese que está 
elencada no Art. 7°, § 2° do C.P. OBS.: Estes casos 
de extradição estão definidos no art. 7, IV do 
estatuto do estrangeiro, ou seja, somente 
quando a pena aplicada ao crime for superior a 
1 ano. 
 No Art. 7° § 2°, “e” do C.P. – Se o crime foi 
prescrito na lei estrangeira, mesmo que não 
esteja prescrito no Brasil, não pode o Brasil 
aplicar a pena e vice-versa. 
 No Art. 7° § 3°, temos a hipótese de aplicação da 
lei penal brasileira, quando um crime for 
praticado por estrangeiro contra um brasileiro. 
Todavia, temos que cumular as hipóteses 
estabelecidas no § 2°, mais duas que são: 1 - Não 
foi pedida (pelo país de origem do infrator) ou foi 
negada a extradição (pelo Brasil) e 2 - Houve 
requisição (no sentido de requerimento, ou seja, 
pedido) do Ministro da Justiça. OBS.: Se o Brasil 
possuir tratado de extradição como o país do 
infrator, a requisição será feita pelo PGR 
(Procurador Geral da república). OBS2.: O Art. 7º 
do C.P temos expressamente que a lei penal 
brasileira será aplicado somente aos crimes, 
excluindo assim as contravenções penais e 
demais leis especiais que não preveem 
extraterritorialidade, exemplo, ECA (Estatuto da 
Criança e do Adolescente). Porém existem duas 
correntes nesse sentido: 1ª corrente - Sendo o 
ato infracional um ato previsto como crime 
praticado por adolescente (Art. 103 do ECA - 
"Considera-se ato infracional a conduta descrita 
como crime ou contravenção penal"), admite-se 
a extraterritorialidade da nossa lei aplicada para 
menores de idade. 2ª corrente - Somente será 
possível a extraterritorialidade da lei penal 
(Código Penal), todavia, não há igual previsão no 
ECA. Do mesmo modo que não se admite 
extraterritorialidade em se tratando de 
contravenção, também não se admite em caso 
de ato infracional, ambas hipóteses sem 
previsão legal. 
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º – A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, 
ou nela é computada, quando idênticas. 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
11 
COMENTÁRIOS 
 É possível que suceda a hipótese de ser o agente 
processado, julgado e condenado tanto pela 
norma penal brasileira como pela estrangeira 
(somente nos casos de extraterritorialidade 
incondicionada - Art. 7º, I do C.P.). 
 O termo “atenua” está ligado a palavra 
“diversas”, ou seja, se a pena no estrangeiro for 
diversa (diferente) da pena no Brasil, então 
deverá ser atenuada (diminuída). Ex.: 
Suponhamos que na Inglaterra um determinado 
crime tem uma pena de multa e no Brasil uma 
pena de detenção, e um brasileiro pratica este 
crime na Inglaterra, e é punido com pena de 
multa, e no Brasil é punido com penal privativa 
de liberdade. Então o magistrado irá atenuar a 
pena imposta no Brasil. Todavia, o magistrado 
não poderá diminuir a pena, de forma que a 
mesma fique menor que a mínima prevista em 
lei por tal crime. 
 O termo “computada” está ligado a palavra 
“idênticas”, ou seja, se a pena no estrangeiro for 
idêntica a pena aplicada no Brasil, então deverá 
ser computada (subtraída). Ex.: Um Brasileiro foi 
condenado por homicídio contra a presidente do 
Brasil, que se encontrava na Alemanha, com uma 
pena de reclusão de 10 anos, e no Brasil com 
uma pena de reclusão de 20 anos. Então após 
cumprir 10 anos na Alemanha, irá cumprir 
somente 10 anos no Brasil. OBS.: Percebe-se que 
o Art. 8º do C.P. descreve de maneira clara, uma 
exceção relacionada ao princípio do "non bis in 
idem", admitindo dois processos, dois 
julgamentos e duas condenações. Com o fim de 
atenuar a dupla punição pelo mesmo fato, o Art. 
8º anuncia que a pena cumprida no estrangeiro 
atenua a pena imposta no Brasil, quando 
diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas. OBS2.: Diferenças entre atenuante, 
agravante, aumento e diminuição de pena. 
Atenuante: É a diminuição de pena, todavia não 
poderá esta, ultrapassar a pena mínima 
estipulada para o crime. 
Agravante: É o aumento de pena, porém não 
poderá esta, ultrapassar a pena máxima 
estipulada para o crime. 
Diminuição de pena: É a diminuição da pena, 
que vem estipulado em frações, por exemplo, 
um terço, um sexto e etc., podendo deixar a pena 
abaixo da estipulada para o crime. 
Aumento de pena (majorante): É o aumento da 
pena, que vem estipulado em frações, por 
exemplo, um terço, um sexto e etc., podendo 
deixar a pena acima da estipulada para o crime. 
 
Eficácia de sentença estrangeira 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da 
lei brasileira produz na espécie as mesmas 
conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a 
restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte 
interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de 
extradição com o país de cuja autoridade judiciária 
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de 
requisição do Ministro da Justiça. 
 
COMENTÁRIOS 
 O Art. 9º, I do C.P. está ligado com alínea “a” 
(efeitos civis), do mesmo artigo. Depende do 
pedido da parte interessada. Ex.: O sujeito na 
França subtraiu um valor de R$ 500.000,00 e 
depositou o dinheiro no Brasil. A vítima do crime 
requer através do STJ, que a sentença 
condenatória lá na Franca, tenha efeito no Brasil, 
ou seja, para que o Brasil reconheça que a 
sentença condenatória francesa teve 
repercussões civis (indenizatória) e bloqueie o 
valor depositado no Brasil em benefício da 
vítima estrangeira. 
 O Art. 9º, II do C.P. está ligado com alínea “b” 
(medida de segurança). Se existir tratado de 
extradição com país no qual foi emanada a 
sentença (requisição do PGR – Procurador Geral 
da República), ou, na falta de tratado, é feito por 
meio de requisição (no sentido de requerimento, 
ou seja, pedido) do Ministro da Justiça. Ex.: Um 
brasileiro comete um crime na Itália e lá e 
sentenciado para cumprir medida de segurança. 
Conclusão: A sentença estrangeirapoderá ser 
homologada no Brasil, desde que feita 
requisição do PGR (Procurado Geral da 
República) ou Ministro da justiça, a depender da 
situação, vista anteriormente. 
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12 
Contagem de prazo 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário 
comum. 
 
COMENTÁRIOS 
 Para contagem do prazo no direito penal, leva-se 
em consideração o dia que ocorreu o fato 
delituoso, ou seja, o dia do crime. 
 Esta forma de contagem aplica-se a todos os 
prazos materiais, tais como os de duração das 
penas, livramento condicional, prescrição e etc. 
 O prazo é contado de acordo com calendário 
comum (gregoriano), assim 1 mês de prazo vai 
de determinado dia à véspera do mesmo dia do 
mês subsequente. Ex.: Se um crime de furto 
ocorre dia 10/01/2010 e o mesmo prescreve em 
8 anos (Pretensão Punitiva em Abstrato), então 
no dia 09/01/2018 será o último dia para o 
recebimento da denúncia. 
Frações não computáveis na pena 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade 
e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena 
de multa, as frações de cruzeiro. 
 
COMENTÁRIOS 
 O Art. 11 do C.P. quer dizer que não poderá 
alguém ser condenado, por exemplo, em 1 ano, 
10 meses, 29 dias, 5 horas, 10 minutos e 50 
segundos. Neste caso, o magistrado irá 
desprezar as horas, minutos e segundos, assim 
sendo, o condenado irá cumprir 1 ano, 10 meses 
e 29 dias. 
 O mesmo raciocínio será feito com as penas de 
multas, ou seja, alguém foi condenado a pagar 
(atualmente em Real) R$ 1.900,30. Logo o juiz irá 
desprezar os centavos, assim sendo o condenado 
irá pagar somente R$ 1.900,00. 
Legislação especial 
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos 
fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser 
de modo diverso. 
 
 
 
COMENTÁRIOS 
 Havendo um conflito de normas, deverá ser 
afastada a normal geral e aplicada a norma 
especial, este princípio é denominado Princípio 
da Especialidade (lês specialis derogat legi 
generali). Ex.: Um crime praticado por um menor 
de idade ficará sujeito à pena estabelecida na 
legislação especial - ECA. 
 Em caso de conflitos de norma, temos os 
seguintes princípios: 1 - Princípio da 
Especialidade – Determina que se afaste a lei 
geral para se aplicar a especial, quando esta 
dispuser da mesma conduta delitiva, acrescida 
elementos particulares, ou seja, especializantes. 
Ex.: Alexandre agrediu sua esposa, causando-lhe 
lesões graves. Conclusão: O mesmo irá 
responder de acordo com a lei Maria da Penha. 
2 – Princípio da Subsidiaridade (lex primaria 
derogat legi subsidiariae) – Neste princípio, 
temos o inverso do princípio da especialidade, 
pois a norma principal prevalece sobre a norma 
subsidiária. A norma subsidiária é a norma que é 
aplicada na ausência ou impossibilidade de 
aplicação da norma principal mais grave, então 
aplica-se a norma subsidiária menos grave. Ex.: 
Art. 132. “Expor a vida ou a saúde de outrem a 
perigo direto e iminente: 
Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, se o fato 
não constituir crime mais grave". 
Conclusão: Somente "se o fato não constituir 
crime mais grave" é que a pena relativa ao delito 
descrito no Art. 132 do C.P. será aplicada ao 
agente. Ex2.: Jorge efetua um disparo de arma 
de fogo para o alto. A munição, ao cair, atingir a 
cabeça de João, que vem a falecer. Conclusão: 
Neste caso, Jorge irá responder pelo delito de 
homicídio na modalidade culposa. OBS.: Caso, a 
munição, não tivesse atingindo ninguém, então 
Jorge responderia pelo delito menos grave, ou 
seja, disparo de arma de fogo. 
3 - Princípio da Consunção – Princípio segundo o 
qual o fato mais amplo e mais grave absorve 
outros menos amplos e graves. Desta forma, não 
é a norma que absorve a outra, e sim a infração 
prevista na primeira norma constitui simples 
fase de realização da segunda infração, ou seja, 
o crime meio ficará absorvido pelo crime fim. 
OBS.: Temos a hipóteses de aplicação desse 
princípio, nos crimes progressivos (O agente 
para alcançar seu intento passa, 
necessariamente, por um crime menos grave. 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
13 
Ex.: Em um crime de homicídio, a lesão corporal 
será absorvida.), na progressão criminosa (O 
agente quer, primeiramente, o menor crime e 
depois decide cometer um mais grave. Ex.: O 
agente que ferir, mas depois de ferir, resolve 
matar.), no antefato impunível (São fatos 
anteriores, não obrigatórios, mas que estão na 
linha de desdobramento da ofensa mais grave, 
ou seja, estão diante de uma relação de fatos-
meios para fatos-fins. Ex.: Cometer um dano no 
veículo para furtá-lo.) ou pós-fato impunível (O 
agente, depois de já ofender o bem jurídico, 
incrementa a lesão. Ex.: Depois de furtar o 
produto, danificá-lo.). OBS2.: O crime que ficará 
absorvido poderá ser menos grave ou mais 
grave. 
4 - Princípio da Alternatividade - É aquele que 
será aplicado quando o delito trouxer em sua 
redação diversos verbos (crimes de múltipla 
ação ou plurinucleares). Assim sendo, o agente 
que pratica várias ações do mesmo tipo penal e 
no mesmo contexto fático, será responsabilizado 
por um só delito. Ex.: Art. 299 - Omitir, em 
documento público ou particular, declaração 
que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer 
inserir declaração falsa ou diversa da que devia 
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante. Conclusão: Por se 
tratar de um crime de múltipla ação, caso o 
agente venha praticar mais de uma conduta 
descrita no delito, o mesmo irá responder 
somente por um crime, ou seja, falsidade 
ideológica. 
DO CRIME 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do 
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o 
resultado não teria ocorrido. 
Superveniência de causa independente 
§ 1º- A superveniência de causa relativamente 
independente exclui a imputação quando, por si só, 
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou. 
Relevância da omissão 
§ 2º- A omissão é penalmente relevante quando o 
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O 
dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou 
vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de 
impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da 
ocorrência do resultado. 
 
COMENTÁRIOS 
 Conceito Formal de Crime - É tudo aquilo que 
está descrito em uma norma penal 
incriminadora, e que se caso seja infringido, 
acarretará uma pena. 
 Conceito Material de Crime - É um 
comportamento humano causador de relevante 
lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico 
tutelado, passível de sanção penal. 
 Conceito Formal Material - Nada mais é que a 
soma dos conceitos de formal e material de 
crime. 
 Conceito Analítico de crime - É aquele que 
fragmenta os elementos que constituem o 
crime, ou seja, estuda uma estrutura dogmática 
do delito. Surgindo assim algumas divergências 
de teorias. As teorias que existem são: Bipartite 
(Fato típico + Antijurídico/Ilícito, sendo a 
culpabilidade um pressuposto para a aplicação 
da pena), Tripartite (Adotada pela maioria da 
doutrina) e Quadripartite (Fato típico + 
Antijurídico/Ilícito + Culpabilidade + 
punibilidade, esta teoria é defendida por Nucci). 
A Teoria Tripartite ou Finalista do crime ou 
Tricotômica, segundo o criador Hans Welzel e a 
doutrina majoritária, diz que para a existência de 
um crime, deve-se ter um fato típico, 
antijurídico/ilícito e culpável. 
 
CRIME=FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO/ILÍCITO + 
CULPÁVEL/CULPABILIDADE. 
 Fato Típico – Conduta humana indesejada, que 
se enquadra formal (descrito em lei) e 
materialmente (relevância da lesão ou do perigo 
de lesão ao bem juridicamente tutelado) no tipo 
penal. É o primeirosubstrato (parte essencial) do 
crime. 
 O fato típico possui quatro elementos: 1 - 
Conduta: É um comportamento humano 
voluntário (vontade) e consciente (dolo ou 
culpa), dirigido psiquicamente a um fim 
(finalidade) e exteriorização (só pensar não é 
crime). OBS.: A conduta pode ser dolosa (com 
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14 
intenção), culposa (agindo sem intenção, porém 
com imprudência, negligência ou imperícia), 
comissiva (ação) ou omissiva (omissão). OBS2.: 
Elementos que excluem a conduta: 1.1 - Caso 
fortuito (Fenômeno que acontece por acaso, ou 
seja, uma causa estranha que não pode ser 
imputada às partes. Ex.: Tomar um comprimido 
para dor de cabeça, sem saber que era alérgico a 
um dos componentes do mesmo, vindo a causa 
um transtorno metal que levará o agente a 
inconsciência total dos seus atos. 1.2 - Força 
maior (São fatos humanos ou naturais, que 
podem até ser previstos, mas não podem ser 
impedidos). Ex.: Um furação faz um pessoa ser 
atirada em cima de outra, vindo-lhe causar 
lesões corporais graves. 1.3 - Coação física 
irresistível (Se dar quando o agente e forçado a 
praticar um ato contra a sua vontade, por meio 
de uma violência a sua integridade física). Ex.: 
João empurra Pedro, que cai por cima de uma 
criança que vem a sofre uma lesão corporal. 1.4 
- Atos de reflexo (São respostas involuntárias a 
determinados estímulos recebidos pelo 
organismo). Ex.: João dá um susto em Mateus, 
que estava segurando em seu colo uma criança, 
vindo deixar, em decorrência do susto, a mesma 
cair, causando assim a morte da criança. 1.5 - 
Atos inconscientes (Ex.: Sonâmbulos). Assim 
sendo, não há vontade no comportamento (fato 
atípico). 2 - Resultado - Pode ser naturalístico 
(morte; diminuição patrimonial e etc.) ou 
jurídico/normativo (bem jurídico protegido por 
lei). OBS.: Todo crime tem resultado 
jurídico/normativo, mas nem todo crime possuí 
resultado naturalístico. Ex.: Crime de 
Desobediência - Art. 330 do C.P. - "Desobedecer 
a ordem legal de funcionário público". 
Conclusão: Por se tratar de um crime de mera 
conduta, o mesmo, possui um resultado 
jurídico/normativo, mas não possui resultado 
naturalístico. 3 - Nexo de causalidade - É o elo 
entre a conduta do agente e o resultado. 4 - 
Tipicidade Penal - Esta poderá ser formal (É a 
adequação de um fato cometido à descrição que 
dele se faz em lei) ou conglobante (não adotada 
pelo código penal brasileiro). OBS.: Tipicidade 
conglobante é aquela que deve se ajustar ao tipo 
penal e que provoca lesão ou perigo de lesão ao 
bem jurídico tutelado, caracterizando ato 
antinormativo. Assim sendo, teremos, segundo 
Zaffaroni, um fato atípico. OBS2.: A tipicidade 
conglobante traz o estrito cumprimento do 
dever legal e o exercício regular de direito 
incentivado, para compor a tipicidade, servindo 
como causas de sua exclusão. Ex.: João, oficial de 
justiça, cumpri um mandado de busca e 
apreensão de bens. Conclusão: João praticou um 
fato atípico, já que o estrito cumprimento do 
dever legal é causa de exclusão de tipicidade. 
OBS3.: A doutrina moderna entende que 
Tipicidade Penal = Tipicidade formal + Tipicidade 
material (Relevância da lesão ou perigo de lesão 
ao bem jurídico tutelado). OBS4.: É na tipicidade 
material que será analisado o princípio da 
insignificância. OBS5.: Para que possa ser 
aplicado o princípio da insignificância é 
obrigatória a presença de alguns requisitos 
definidos pelo STF: (a) mínima ofensividade da 
conduta do agente, (b) nenhuma periculosidade 
social da ação, (c) reduzidíssimo grau de 
reprovabilidade do comportamento e (d) 
inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
 Antijurídico/Ilícito – É tudo aquilo que é 
contrário ao ordenamento jurídico. 
 São causas excludentes de ilicitude ou 
antijuridicidade (Art. 23, I, II e III do C.P. - "Não 
há crime quando o agente pratica o fato: I - em 
estado de necessidade; II - em legítima defesa; III 
- em estrito cumprimento de dever legal ou no 
exercício regular de direito"): 1 - Estado de 
Necessidade (Art. 24 do C.P. - "Considera-se em 
estado de necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou por sua 
vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se"); 2 - 
Legítima defesa (Art. 25 do C.P. - "Entende-se 
em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem"); 3 - Estrito cumprimento do 
dever legal (Art. 23, III do C.P.) e 4 - Exercício 
regular de direito (Art. 23, III do C.P.). OBS.: 
Existe ainda uma excludente supralegal que é o 
consentimento do ofendido. Porém este 
consentimento deverá ser dado antes, não pode 
ser conseguido por nenhum tipo de coação, 
ameaça ou violência e o bem tem que ser 
disponível. OBS2.: No Art. 20 § 1º do C.P. ("É 
isento de pena quem, por erro plenamente 
justificado pelas circunstâncias, supõe situação 
de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. 
Não há isenção de pena quando o erro deriva de 
culpa e o fato é punível como crime culposo") 
temos a figura das discriminantes putativas 
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15 
(imaginárias), que se aplicam às excludentes de 
ilicitude/antijuridicidade. Ex.: Carlos é um 
desafeto de Kaio, e ameaça o mesmo de morte. 
Certo dia, Kaio vem caminhando pela rua, 
quando avista Carlos alguns metros a sua frente. 
Ao ver Kaio, Carlos mete a mão na cintura, e saca 
uma arma de fogo de brinquedo (simulacro), 
para amedrontar seu desafeto. Kaio ao 
acompanhar o movimento, saca uma arma e 
atira, vindo a ceifar a vida de Carlos. Conclusão: 
Sendo impossível Kaio saber que não se tratava 
de uma arma verdadeira, então o mesmo será 
isento de pena (Legitima defesa putativa por 
erro de tipo). OBS3.: Quando o agente, sabendo 
o que estar fazendo, porém acha que estar 
acobertado por um excludente de ilicitude 
(legitima defesa putativa, estado de necessidade 
putativo, estrito cumprimento do dever putativo 
e exercício regular de direito putativo), 
estaremos diante de uma excludente de 
culpabilidade, mas especificamente, por erro de 
proibição indireto. EX.: O marido que força a ter 
relação sexual com a mulher, achando que estar 
acobertado pelo exercício regular de direito. 
 Culpável/Culpabilidade – É o juízo de 
reprovação pessoal que se faz sobre a conduta 
ilícita do agente. 
 Os requisitos que excluem a culpabilidade são: 1 
- Inimputabilidade está subdivida em: 
Desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado (Art. 26 do C.P. - "É isento de pena o 
agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento"), Menor idade (Art. 27 
do C.P. - "Os menores de 18 (dezoito) anos são 
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 
normas estabelecidas na legislação especial") e 
Embriaguez completa provocada por caso 
fortuito ou força maior (Art. 28, § 1° do C.P. - "É 
isento de pena o agente que, por embriaguez 
completa, proveniente de caso fortuito ou força 
maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento"). 2 - Potencial 
consciência da ilicitude que é o erro inevitável 
sobre a ilicitude do fato ou Erro de proibição 
(Art. 21 do C.P. - "O desconhecimento da lei é 
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço"). e 3 - 
Inexigibilidade de Conduta Diversa que se 
divide em: Coação moral irresistível e obediência 
hierárquica (Art. 22 do C.P. - "Se o fato é 
cometido sob coação irresistível ou em estrita 
obediência a ordem, não manifestamente ilegal, 
de superior hierárquico, só é punível oautor da 
coação ou da ordem"). OBS.: A doutrina ainda 
traz a inexigibilidade de conduta diversa como 
causa supralegal, ou seja, é a situação onde 
qualquer pessoa que estivesse na mesma 
situação e condição, agiria da mesma forma. 
 Só podemos imputar um crime a alguém, se o 
mesmo lhe deu causa, ou seja, sem a sua ação ou 
omissão o resultado não seria possível. Ex.: João 
com vontade de matar (animus necandi), atira 
na cabeça do José, que vem a falecer. Conclusão: 
João será responsabilizado por crime de 
Homicídio. OBS.: O código penal, no tema 
relação de causalidade, adotou a teoria da 
equivalência dos antecedentes causais 
(CONDITIO SINE QUA NON). Para essa teoria 
tudo que contribui, in concreto, para o 
resultado, é causa. 
 Temos como exemplo do Art. 13, § 1° do C.P. 
(superveniência de causa relativamente 
independente que por si só): Ex.: Pedro com 
vontade de matar (animus necandi), mete uma 
faca na barriga do Carlos. O mesmo é socorrido 
e passa por intervenção cirúrgica, quando está 
para receber alta, o hospital pega fogo e ele vem 
a falecer em decorrência das queimaduras 
causadas pelo incêndio. Conclusão: Pedro 
responderá por tentativa de homicídio, pois a 
causa morte não tem nada a ver com a facada. 
 Temos outra situação como exemplo do Art. 13, 
§ 1° do C.P. (superveniência de causa 
relativamente independente que não por si só): 
Ex.: Tiago com vontade de matar (animus 
necandi), atingi com uma barra de ferro a cabeça 
de Paulo. O mesmo é socorrido e ao passar por 
intervenção cirúrgica, vem a falecer em 
decorrência de erro médico. Conclusão: Tiago 
responderá por homicídio, pois a causa morte 
era previsível que acontecesse, e o médico 
responderá por homicídio culposo. 
 Existem outras espécies de concausas, que são: 
CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE 
INDEPENDENTES: São aquelas que não se 
originaram da conduta do agente, ou seja, não 
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16 
possui absolutamente nenhum vínculo com a 
conduta do agente. 
1 – Preexistente: Quando a causa do resultado 
se deu antes do comportamento do agente. Ex.: 
João coloca veneno no suco de José. Após 30 
minutos, José é atingindo por um disparo feito 
por Marcos. José é socorrido, mas vem a falecer 
no hospital em decorrência do veneno ingerido. 
Conclusão: João irá responder por homicídio 
consumado e Marcos por tentativa de homicídio. 
2 – Concomitante: Quando a causa do resultado 
se deu simultaneamente à do comportamento 
do agente. Ex.: Maria coloca veneno na sopa de 
João. No momento em que João estar ingerindo 
a sopa, sofre um disparo efetuado pelo seu 
desafeto Luiz e vem a falecer, em decorrência do 
disparo. Conclusão: Luiz responderá por 
homicídio consumado e Maria por tentativa de 
homicídio. 
3 – Superveniente: Quando a causa do resultado 
se deu depois do comportamento do agente. Ex.: 
Pedro coloca veneno na comida de Tiago. Após, 
ter ingerido a comida com veneno, senta-se para 
descansar e é atingindo por um disparo feito por 
Manoel, que vem a ceifar sua vida. Conclusão: 
Manoel responderá por homicídio consumado e 
Pedro por tentativa de homicídio. 
CONCAUSAS RELATIVAMENTE 
INDEPENDENTES: São aquelas que se originaram 
da conduta do agente, e mesmo que 
indiretamente, dão causa ao resultado. 
1 – Preexistente: Quando a causa do resultado já 
existia antes do comportamento do agente. Ex.: 
Manoel, com intenção de matar, desfere uma 
facada em Carlos, que é portador de hemofilia e 
vem a falecer em decorrência disso. No entanto, 
a facada por si só não seria capaz de consumar o 
homicídio. Conclusão: Manoel irá responder por 
homicídio consumado, pois, se não fosse os 
ferimentos da facada, o Carlos não morreria. 
2 – Concomitante: Quando a causa do resultado 
acontece simultaneamente ao comportamento 
do agente. Ex.: João com intenção de matar 
Maria efetua um disparo contra ela. No entanto, 
erra o tiro. Porém, Maria se assusta com o 
barulho e tem um infarto, vindo a falecer. 
Conclusão: João responderá por homicídio 
consumado, pois se não fosse o barulho do 
disparo, Maria não teria falecido. 
 No Art. 13, § 2° do C.P. temos o crime omissivo 
impróprio, pois é cometido por pessoas que tem 
o dever legal de agir (e pode agir – não exige ato 
de heroísmo) ou assume a responsabilidade de 
impedir o resultado ou ainda que criou o risco. 
 No Art. 13, § 2°, “a” (tenha por lei obrigação de 
cuidado, proteção ou vigilância) – Ex.: Antônio é 
um policial e ver Sílvio sendo roubado, e nada faz 
para impedir o resultado, por ser inimigo de 
Sílvio. Conclusão: Antônio responderá pelo 
crime de roubo por omissão. 
 No Art. 13, § 2°, “b” (de outra forma, assumiu a 
responsabilidade de impedir o resultado) – Ex.: 
Edilson está na praia pegando um sol. Izonete se 
aproxima e pede para que ele repare seu filho, 
enquanto ela dá um mergulho. Edilson aceita 
tomar de conta da criança, mas pega no sono e 
a criança vai atrás da mãe e se afoga, vindo a 
falecer. Conclusão: Edilson responderá por 
homicídio culposo. 
d) No Art. 13, § 2° “c” (com seu comportamento 
anterior, criou o risco da ocorrência do 
resultado) – Ex.: Beto convida João para dá um 
mergulho na praia, mas João diz que não saber 
nadar. Beto, porém, diz que não irá deixá-lo se 
afogar, todavia, João se afoga e vem a falecer, 
Beto nada faz, pois ficou com medo de se afogar 
também. Conclusão: Beto responderá por 
homicídio culposo. 
OBS.: Nas alíneas “a”, “b” e “c” poderá o agente 
responder por dolo ou culpa, a depender da 
voluntariedade presente na conduta. 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: 
Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os 
elementos de sua definição legal; 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se 
a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
 
 
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17 
COMENTÁRIOS 
 No Art. 14, I do C.P. temos o conceito de crime 
consumado, ou seja, aquele que reúne todos os 
elementos de sua definição legal. 
 Iter criminis (caminho do crime) – 
COGITAÇÃO/ATOS PREPARATÓRIOS/ATOS 
EXECUTÓRIOS/CONSUMAÇÃO. 
 A COGITAÇÃO e os ATOS PREPARATÓRIOS, em 
regra, não são puníveis em nosso ordenamento 
jurídico. OBS.: Existem casos em que os atos 
preparatórios são puníveis. Ex.: Quadrilha ou 
bando (Art. 288 C.P. - "Associarem-se 3 (três) ou 
mais pessoas, para o fim específico de cometer 
crimes"). OBS.: Foi retirado do código penal o 
termo quadrilha ou bando, atualmente chamado 
de Associação Criminosa. 
 Os ATOS EXECUTÓRIOS e a CONSUMAÇÃO são 
puníveis em nosso ordenamento jurídico. 
 Alguns doutrinadores ainda falam no 
EXAURIMENTO como componente do iter 
criminis. O Exaurimento vem sempre após a 
consumação do crime. Ex.: No crime de 
Concussão (Art. 316 C.P. - "Exigir, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida"), o crime se consuma 
no momento que o agente exigi, sendo o 
resultado do crime, ou seja, a obtenção da 
vantagem, um mero exaurimento. 
 Quanto à consumação do crime temos três 
classificações: 1 – Crime Material, 2 – Crime 
Formal e 3 – Crime de Mera Conduta. 
1 - Crime Material – É aquele cujo resultado 
naturalístico é indispensável para a consumação. 
Ex.: Homicídio, só irá se consumar com o 
resultado naturalístico MORTE. 
2 - Crime Formal – É aquele que também possui 
resultado naturalístico, porém o mesmo não é 
necessário para que se consume o crime. Ex.: 
Corrupção Ativa - Art. 333 do C.P. - "Oferecer ou 
prometer vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou 
retardar ato de ofício". Conclusão: Mesmo que o 
funcionário público recuse a oferta ou promessa, 
o delito já estará consumado. 
3 - Crime de Mera conduta– É aquele que não 
possui resultado naturalístico, ou seja, a lei 
descreve apenas a conduta. Ex.: Antônio adentra 
a casa de Joaquim sem sua permissão (Violação 
de Domicílio – Art. 150 C.P. – “Entrar ou 
permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou 
contra a vontade expressa ou tácita de quem de 
direito, em casa alheia ou em suas 
dependências”). 
 Existem outros tipos de crimes que são: 
Crime Próprio – São aqueles que exigem 
determinadas qualidades do agente. Ex.: 
Peculato (cometido por funcionário público). 
OBS.: É admitida a co-autoria e participação. 
Crime de Mão Própria – São aqueles que só 
podem ser praticados pelo indivíduo 
pessoalmente, não exigindo nenhuma qualidade 
especial do agente (crime comum). Ex.: Falso 
testemunho - Art. 342. do C.P - “Fazer afirmação 
falsa, ou negar ou calar a verdade como 
testemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete em processo judicial, ou 
administrativo, inquérito policial, ou em juízo 
arbitral”. OBS.: Não é admitida a co-autoria, mas 
somente a participação. 
Crimes Hediondos - São todos aqueles que estão 
dispostos na Lei 8.072/90 (Lei de crimes 
hediondos). OBS.: Os crimes hediondos são 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia, 
respondendo por eles os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se 
omitirem. 
Crimes Militares - São aqueles que estão 
dispostos no código penal militar (Decreto Lei 
1.001/69). 
Crimes Multitudinários - São aqueles cometidos 
geralmente em tumulto, ou seja, praticados por 
multidões. Ex.: Linchamento. 
Crime de Bagatela - São aqueles que o juiz 
aplicará o princípio da insignificância, afastando 
ou excluindo a tipicidade penal, tornado o fato 
atípico. 
Crime a Prazo - São aqueles que dependem de 
um determinado tempo para se configurar, por 
exemplo, a lesão corporal grave, onde a vítima 
terá que ficar incapacitada de suas ocupações 
habituais por mais de 30 dias. 
Crimes Ambientais - São todos aqueles que 
estão dispostos na Lei 9.605/98 (Lei de crimes 
ambientais). 
Crimes de Responsabilidade - São aqueles que 
correspondem às infrações político-
administrativas cometidas no desempenho da 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
 
18 
função presidencial, desde que definidas por lei 
federal. Estabelece a Constituição Federal como 
crimes de responsabilidade condutas que 
atentam contra a Constituição e, especialmente, 
contra a existência da União, o livre exercício dos 
Poderes do Estado, a segurança interna do País, 
a probidade da Administração, a lei 
orçamentária, o exercício dos direitos políticos, 
individuais e sociais e o cumprimento das leis e 
das decisões judiciais. 
 No Art. 14, I do C.P. temos o conceito de crime 
tentado, ou seja, aquele que não se consuma por 
vontade alheia à do agente. 
 A doutrina classifica a tentativa em: 1 – Quanto 
ao iter criminis percorrido, 2 – Quanto ao 
resultado produzido na vítima e 3 – Quanto à 
possibilidade de alcançar o resultado. 
 Quanto ao iter criminis percorrido: 
1 – Tentativa Imperfeita (ou inacabada) – O 
agente é impedido de prosseguir na sua 
intenção, deixando de praticar todos os atos 
executórios. Ex.: Tício com intenção de matar 
(animus necandi) Matias, pega uma pistola que 
dispõe de 16 tiros, chega próximo a Matias e 
efetua 2 disparos, porém ouve a sirene da polícia 
se aproximando e foge, deixando assim de 
praticar todos os atos executórios. 
2 – Tentativa perfeita (ou acabada ou crime 
falho) – O agente pratica todos os atos 
executórios, porém o crime não se consuma com 
circunstâncias alheias a sua vontade. Ex.: Paulo 
com intenção de matar (animus necandi) Tiago, 
pega um revólver que dispõe de 5 tiros, chega 
próximo a Tiago e descarrega a arma no corpo do 
mesmo, porém Tiago é socorrido, vindo a 
sobreviver. 
 Quanto ao resultado produzido na vítima: 
1 – Tentativa não cruenta ou incruenta (ou 
branca): O corpo da vítima não é atingido. Ex.: 
Elton dispara 5 tiros contra o corpo de Moises e 
não acerta nenhum. 
2 – Tentativa cruenta (ou vermelha) – O corpo 
da vítima é atingindo. Ex.: Bruno dispara um tiro 
contra o corpo de Augusto e acerta o tiro, porém 
o mesmo é socorrido e sobrevive. 
 Quanto à possibilidade de alcançar o resultado: 
1 – Tentativa Idônea – O resultado não ocorre 
por circunstâncias alheias à vontade do agente, 
porém o resultado era possível de ser alcançado 
(conceito puro de tentativa). Ex.: Carlos atira em 
Júlio, o mesmo é socorrido por um vizinho e 
sobrevive. Conclusão: O crime não se consumou 
por vontade alheia a de Carlos. 
 2 – Tentativa Inidônea ou crime Impossível (Art. 
17 do C.P. - "Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime") – O resultado não é 
alcançado por ineficácia absoluta do meio 
empregado ou absoluta impropriedade do 
objeto. Ex.: Lobato está morto e Pedro atira para 
matá-lo. Conclusão: Não tem como matar quem 
já está morto (absoluta impropriedade do 
objeto). Ex2.: Edson tentar matar Jean com uma 
arma que não tem munição (ineficácia absoluta 
do meio aplicado). OBS.: Tentativa inidônea 
nada mais é que o “apelido” dado para o crime 
impossível. 
 Alguns crimes não admitem tentativa: crimes 
culposos, crimes preterdolosos, crimes 
omissivos próprios, contravenções penais, 
crimes unissubsistentes e etc. 
 O Art. 14, parágrafo único do C.P., traz a punição 
da tentativa, que seria a aplicação da pena 
correspondente ao crime consumado, diminuída 
de um a dois terços. Ex.: Joaquim tenta matar 
Adolfo, o juiz aplica a pena de homicídio, 
diminuída de um a dois terços. Logo, se Joaquim 
foi condenado a 15 anos, o juiz poderá dar a 
pena de 5 anos, se foi aplicou a redução de dois 
terço, por exemplo. 
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de 
prosseguir na execução ou impede que o resultado se 
produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
COMENTÁRIOS 
 No Art. 15 do C.P. temos a chamada Tentativa 
Qualificada ou Abandonada, que se divide em 
duas espécies: desistência voluntária e 
arrependimento eficaz. Porém, neste artigo, 
temos que identificar os dois conceitos. Quando 
o legislador usa o termo “desiste de prosseguir”, 
o mesmo está se referindo a desistência 
voluntaria. E na expressão “impede que o 
resultado se produza”, diz respeito ao 
arrependimento eficaz. OBS.: Tentativa 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
19 
qualificada ou abandonada nada mais é que o 
“apelido” dado para a desistência voluntária e 
arrependimento eficaz. 
 Na desistência voluntaria o agente ainda não 
praticou todos os atos de execução, ou seja, ele 
desiste de ir até o final, quando ainda dispunha 
de meios de execução para consumação do 
crime. Nessa situação é exigida a voluntariedade 
e não a espontaneidade. Ex.: André, após efetuar 
dois disparos contra João, desiste de prosseguir 
na execução do crime, tendo em vista que sua 
arma ainda possui munições a serem disparadas. 
Conclusão: André será punido pelos atos já 
praticado, ou seja, se causou lesão, responderá 
por lesão corporal leve, grave ou gravíssima. 
OBS.: Se o motivo da desistência foi uma 
circunstância exterior, que fez o agente parar a 
execução, com receio de ser surpreendido, 
haverá tentativa e não desistência voluntária. 
Ex.: Tião pula o muro de uma residência com 
objetivo de furtar um objeto, pega o mesmo, 
mas o morador aciona o alarme, e o Tião foge, 
deixando o objeto para trás. Conclusão: Tião irá 
responder por tentativa de furto e não 
desistência voluntária. 
 No arrependimento eficaz o agente já terá 
praticados todos os atos de execução, e logo 
após impede que o resultado aconteça. O 
arrependimento eficaz deve ser realmente 
eficaz, pois se não for, o agente responderá pelo 
crime normalmente. Ex.: Valdo descarrega a 
arma no corpo de Pedro. Porém vem a se 
arrepender do seu ato, levando Pedro ao 
hospital.O mesmo, após passar por intervenções 
cirúrgicas, sobrevive. Conclusão: Valdo irá 
responder só pelos atos já praticados. Porém se 
Pedro vier a falecer, Valdo responderá por 
homicídio consumado. 
 Não cabe tentativa na desistência voluntária e 
arrependimento eficaz, pois na tentativa tem 
que ser circunstâncias alheias à vontade do 
agente, ou seja, o agente não responderá por 
tentativa e sim pelos atos já praticados, desde 
que esses atos configurem algum crime. 
 Nos crimes formais ou de mera conduta são 
incompatíveis a desistência voluntária e 
arrependimento eficaz, pois nesses o crime se 
consuma na simples conduta. 
 A doutrina majoritária entende que a natureza 
jurídica da desistência voluntária e do 
arrependimento eficaz é de causa extintiva de 
punibilidade. 
 Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
são considerados a ponte de ouro do direito 
penal. 
 
Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, 
até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato 
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois 
terços. 
 
COMENTÁRIOS 
 O arrependimento posterior se dá na fase de 
consumação, porém este só cabe para os crimes 
cometidos sem violência ou grave ameaça à 
pessoa. 
 O réu será beneficiado com a diminuição de 
pena, de um a dois terços, se houver a reparação 
integral do dano. OBS.: Se a reparação do dano 
for parcial e a vítima assim aceitar, então por 
entendimento jurisprudencial admite-se a 
aplicação do benefício. Ex.: Fábio furta (animus 
rem sibi habendi – intenção de ficar com a coisa) 
a bicicleta do Bruno, porém no outro dia se 
arrepende e devolve a bicicleta nas mesmas 
condições. Conclusão: Fábio irá responder por 
furto, com diminuição de pena. OBS.: Há 
entendimento que o quanto da diminuição da 
pena, depende da extensão do ato do reparador, 
ou seja, quanto mais próximo da reparação 
integral, mais será a redução da pena (STF). 
 Esse arrependimento tem que ser voluntário 
ainda que não espontâneo. 
 Esta reparação tem que ser feita antes do 
recebimento da denúncia (ato do MP (Ministério 
Público)) ou da queixa (ato da vítima ou 
representante legal). Quando a reparação do 
dano é feita após o recebimento da denúncia ou 
queixa, porém antes do transito em julgado, 
existe a cogitação de ser aplicada a circunstância 
atenuante prevista no Art. 65, III, “b” do C.P. – 
(Art. 65 “São circunstância que sempre atenuam 
a pena” – Inciso III, “b” – “procurado, por sua 
espontânea vontade e com eficiência, logo após 
o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as 
consequências, ou ter, antes do julgamento, 
reparado o dano”). 
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NOÇÕES DE DIREITO PENAL 
 
 
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 Para a doutrina majoritária, em caso de concurso 
de pessoas, esse benefício será aplicado a todos, 
ou seja, se comunica aos demais participantes. 
 Se o delito for praticado em concurso de pessoa, 
e um dos concorrentes do crime pretendia 
ingressar na ação menos grave, este poderá se 
beneficiar do arrependimento posterior. Ex.: 
João e Pedro combinam um furto, porém na hora 
da ação João resolve empregar violência, 
praticando o roubo. Conclusão: Pedro poderá 
ser beneficiado pelo arrependimento posterior, 
enquanto João, não terá o benefício, visto que a 
pratica da violência ou grave ameaça não lhe dar 
o direito de desfrutar do benefício. 
 Arrependimento posterior é considerado a 
ponte de prata do direito penal. 
 
Crime impossível 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia 
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do 
objeto, é impossível consumar-se o crime. 
 
COMENTÁRIOS 
 O crime impossível possui várias denominações 
como: crime oco, quase crime, tentativa 
inidônea, tentativa impossível ou tentativa 
inadequada. 
 Existem várias teorias que discutem os efeitos do 
crime impossível, são elas: 1 – Teoria 
Sintomática – Diz que mesmo o crime sendo 
impossível de ser consumado, o agente age com 
dolo, ou seja, mostra na sua conduta que é 
perigoso, logo deveria ser punido. 2 – Teoria 
Subjetiva – diz que se a conduta for perfeita, ou 
seja, o agente agiu consciente do que estava 
fazendo, deveria ele sofre as penas impostas à 
tentativa, mesmo que seja impossível de 
consumar o delito. 3 – Teoria Objetiva – Diz que 
o crime é composto por conduta e resultado, 
logo a execução deverá ser idônea, ou seja, o 
evento tem que trazer potencialidade, pois se a 
execução for inidônea, estaremos diante de 
crime impossível. Dentro da Teoria Objetiva, 
ainda temos duas divisões: 1 - Teoria Objetiva 
Pura – Diz que não há tentativa em crime 
impossível, mesmo que a inidoneidade seja 
relativa. 2 - O Código Penal adota a Teoria 
Objetiva Temperada, que diz que, crime é 
conduta e resultado, e que a execução deverá 
ser idônea, se for inidônea fica configurado o 
crime impossível. Porém para ser atípico o fato, 
a eficácia do meio e a impropriedade do objeto 
tem que ser absoluta, se for relativa, o agente irá 
responder pela tentativa. Ex.: José atira em Tião 
que estava deitado dormindo. Porém o laudo 
pericial consta que Tião estava morto no 
momento do tiro, em decorrência de uma 
parada cardíaca. Conclusão: José não será 
punido, pois é impossível matar quem está 
morto. Ex2.: Pedro coloca um pó branco no suco 
de João, pensando ser veneno, no entanto era 
açúcar. Conclusão: Pedro não será punido, pois 
ninguém morre com açúcar (João não é 
diabético. Kkkk). 
 Delito Putativo: É aquele no qual o agente 
realiza a conduta com dolo, pensando está 
cometendo um crime, porém este só existe em 
sua imaginação (fantasia), sendo assim 
considerado um fato atípico. Ex.: Maria toma um 
medicamento para abortar, porém a mesma não 
se encontra grávida. Conclusão: Sua conduta é 
atípica, ou seja, não está descrita em nosso 
ordenamento jurídico como sendo crime. Já que 
o aborto é a interrupção da gravidez, logo se faz 
necessário que a agente esteja gestante. OBS.: 
Existem três espécies de crime putativo: 
1 – Delito putativo por Erro de tipo: É o crime 
impossível pela impropriedade absoluta do 
objeto, como no exemplo da mulher grávida, 
mencionado anteriormente; 2 – Delito putativo 
por Erro de proibição: É quando o agente pensa 
estar cometendo algo injusto, mas, na verdade 
está praticando uma conduta perfeitamente 
normal. Ex.: Um lutador de MMA, que ao aplicar 
um golpe em seu adversário, vem a causar uma 
lesão grave. Conclusão: O lutador pode achar ter 
praticado algo injusto, porém o mesmo está 
acobertado por uma excludente de ilicitude ou 
antijuridicidade denominada exercício regular 
de direito; 3 - Delito putativo por obra do 
agente provocador, conhecido também como 
delito de ensaio, delito de experiência ou delito 
de flagrante preparado, no qual não existe crime 
por parte do agente induzido, ante a ausência de 
espontaneidade. Ex.: Um policial se disfarça e 
passa por usuário de drogas, para comprar a 
droga, e no momento que o traficante entrega a 
droga para ele, o mesmo efetua a prisão em 
flagrante do infrator. 
 
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Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu 
o risco de produzi-lo; 
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
Parágrafo único- Salvo os casos expressos em lei, 
ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, 
senão quando o pratica dolosamente. 
 
COMENTÁRIOS 
 Crime doloso nada mais é do que aquele que o 
agente quis o resultado (dolo direto – teoria da 
vontade), ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo 
eventual – teoria do assentimento). Ex.: 
Augusto, querendo matar Alessandro, atira na 
cabeça do mesmo (Dolo Direto). Ex2.: Alberto, 
de madrugada, resolver ultrapassar um sinal em 
alta velocidade (roleta paulista), porém não quer 
colidir com outro carro, mas

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