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DESAFIO 500 QUESTÕES 01. “Espécie” de legítima defesa que a doutrina afirma ser inexistente, pois a situação fática não é reconhecida como legítima defesa e não exclui a ilicitude de ação: A) legítima defesa recíproca. B) legítima defesa própria. C) legítima defesa putativa. D) legítima defesa de terceiro. E) legítima defesa em proteção a quem consente com a agressão de terceiro a bem indisponível. Resposta: C O item C está correto, porque a situação fática da legítima defesa putativa não passa de imaginação do agente, quando este supõe existir algo não existente, daí o termo “putativa”, isto é, imaginária. A legítima defesa putativa constitui hipótese de erro de tipo e, por conseguinte, constitui-se como causa de exclusão do fato típico. 02. Quando dois agentes, embora convergindo suas condutas para a prática de determinado fato criminoso, não atuam unidos pelo liame subjetivo, tem-se autoria A) incerta. B) colateral. C) sucessiva D) desconhecida. E) bilateral Resposta: B. Na autoria colateral, dois agentes agem contra a mesma vítima. Todavia, não há concurso de agentes, porque um não conhece a existência do outro. Ocorre autoria colateral, observa Cezar Dario Mariano da Silva, “quando duas ou mais pessoas, desconhecendo uma o auxílio da outra, realizam simultaneamente condutas convergentes para a prática da mesma infração penal.”1 03. A codelinquência será configurada quando houver A) reconhecimento da prática da mesma infração por todos os agentes. B) ajuste prévio, na fase preparatória do crime, entre todos os agentes em concurso. C) concurso necessário, nas infrações penais, de agentes capazes. 1 César Dario Mariano da Silva, Manual de Direito Penal, Rio de Janeiro, GZ, 2009, p. 151. D) exteriorização da vontade de fazer parte da conduta e consciência da ação de outrem. E) prática dos mesmos atos executivos por todos os agentes. Resposta: A. 04. De acordo com o ordenamento jurídico e o posicionamento dos tribunais superiores acerca das excludentes de antijuridicidade. A) embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado nos casos de estado de necessidade, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. B) é cabível o estado de necessidade em crimes habituais. C) é admissível a legítima defesa contra quem age em estado de necessidade. D) não é admissível no direito brasileiro o estado de necessidade putativo. E) somente é possível a responsabilização por excesso doloso de quem age em estrito cumprimento do dever legal, nunca por excesso culposo. Resposta: A. Nos termos do §2.º do art. 24 do CP, embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terço. Na exata observação de Cleber Masson, “essa norma só se aplica nos casos de estado de necessidade exculpante, desde que não tenha restado configurada uma situação de inexigibilidade de conduta diversa, excludente da culpabilidade.”2 05. O art. 14, § único, do Código Penal dispõe que "salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços". O percentual de diminuição de pena a ser considerado levará em conta A) o inter criminis percorrido pelo agente. B) a periculosidade do agente. C) a reincidência. D) os antecedentes do agente. E) a intensidade do dolo. Resposta: A. 06. O Código Penal (CP) trouxe, em seu conjunto de leis, a previsão das excludentes de ilicitude, a saber: o estado de necessidade, a legítima defesa e o estrito 2 P.330 cumprimento de dever legal, além do exercício regular do direito. Em relação ao estrito cumprimento do dever legal, seguem-se seis afirmações: I - Para seu cumprimento, é indispensável o cumprimento do dever legal; II - Para seu cumprimento, é indispensável o cumprimento do dever ético; III - A prática da conduta deve ser promovida nos exatos termos da lei; IV - A ordem da autoridade subsome a lei no cumprimento da ordem emanada por funcionário público; V - A boa-fé permite a extrapolação da lei para o cumprimento do dever; VI - Hierarquia e autoridade pública são diplomas supralegais; Marque a alternativa que contenha somente as afirmações corretas acerca dos elementos caracterizadores do estrito cumprimento do dever legal. A) V e VI. B) II e III. C) I e III. D) I e VI. E) I e IV. Resposta: C 07. No CP brasileiro, a situação correspondente ao estado de necessidade configura exclusão A) do fato típico. B) da ilicitude. C) da culpabilidade D) da punibilidade E) da conduta. Resposta: B 08. A respeito das causas excludentes de culpabilidade e de ilicitude previstas no Código Penal, é INCORRETO afirmar: A) Entende-se em legítima defesa apenas quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, à sua integridade física ou de outrem. B) A embriaguez, mesmo completa, não exclui a imputabilidade penal, se voluntária ou mesmo culposa. Se preordenada, enseja ainda a aplicação de agravante genérica na segunda fase da dosimetria da pena. C) A coação moral irresistível exclui completamente a culpabilidade do agente que pratica a conduta típica, sendo punível apenas o autor da coação, embora, no caso de coação resistível, seja punível o agente que, coagido, praticou a conduta, cabendo, nessa segunda hipótese, a aplicação de atenuante genérica na segunda fase de dosimetria da pena. D) Considera-se em estado de necessidade, o qual exclui a ilicitude, apenas quem pratica o fato típico para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Se, porém, era razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. E) A obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal exclui a culpabilidade, por expressa previsão legal. Resposta: A 09.Quanto à parte geral do Código Penal, assinale a opção correta. A) A ineficácia do meio e a impropriedade do objeto, sejam tais circunstâncias relativas ou absolutas, configuram crime impossível e, portanto, tornam impunível a tentativa. B) Pode alegar estado de necessidade quem tem o dever legal de enfrentar o perigo, desde que demonstre que praticou o fato para salvar de perigo atual direito próprio cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. C) O ajuste, a determinação ou a instigaçãoe o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. D) É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteira ou parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento. E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se comunicam ao corréu quando forem elementares do crime. Resposta: C. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 10. De acordo com o Código Penal, são inimputáveis A) os que cometem o crime sob emoção ou paixão. B) aqueles que cometem o crime em legítima defesa, estado de necessidade ou estrito cumprimento do dever legal. C) apenas os menores de 18 (dezoito) anos. D) aqueles que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, eram inteiramente incapazes de determinarem-se de acordo com o entendimento da ilicitude do fato. E) aqueles que, em virtude de perturbação de saúde mental, não eram inteiramente capazes de entender o caráter ilícito do fato. Resposta: C 11.Julgue os itens a seguir, acerca do direito penal brasileiro. I A culpabilidade, como fundamento da pena, possui como elementos positivos específicos de seu conceito dogmático a capacidade de culpabilidade, a consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa, sendo a ausência de qualquer um deles suficiente para impedir a aplicação da sanção penal. II Caso alguém, consciente da ausência de risco pessoal, da situação de perigo e da necessidade de prestar socorro a outrem, deixe de prestá-lo, não haverá crime de omissão de socorro. III No que tange às infrações penais de natureza permanente, não admitem a forma tentada. IV Tratando-se de crime de tortura praticado por servidor público, a perda do cargo público não é efeito automático e obrigatório da condenação, sendo necessária fundamentação específica para tal finalidade na sentença penal condenatória. V Tratando-se de crime de resistência, o fato de esta ser oposta a dois ou mais policiais que prendam o agente configura concurso formal de crimes. A quantidade de itens certos é igual a a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 Resposta: A (um) 12. Assinale a alternativa incorreta. A) A abolitio criminis configura exceção ao princípio da irretroatividade da lei penal. B) Em relação ao lugar do crime, o Código Penal adotou a teoria do resultado. C) Ao crime praticado por brasileiro em território estrangeiro aplica-se a lei penal estrangeira. D) Leis temporárias são aquelas que têm vigência por um período predeterminado. E) Em determinadas situações, a lei penal pátria pode ser aplicada ao estrangeiro que comete crime fora do território nacional, sendo a vítima brasileira. Resposta: B 13.Os requisitos para a ocorrência do concurso de pessoas no cometimento de crime são: A) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime e vínculo objetivo-subjetivo entre autor e partícipe. B) presença física de autor e partícipe, nexo de causalidade entre o comportamento do coautor e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. C) presença física de autor e partícipe, pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. D) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo objetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. E) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime. Resposta: E 14. A praticou manobras abortivas em B, a pedido desta. Ao terminar o procedimento, verificou que B não se encontrava grávida como supunha. A conduta de A configura A) erro sobre elemento constitutivo do tipo. B) arrependimento eficaz. C) tentativa imperfeita. D) crime impossível. E) desistência voluntária. Resposta: D 15. NÃO constitui causa de exclusão do crime A) o perdão judicial. B) ausência de potencial consciência da ilicitude. C) coação moral irresistível D) a obediência hierárquica. E) legítima defesa Resposta: A 16. Considere: I. Tício resolveu matar seu desafeto. Elaborou um plano de ação, apanhou uma faca e o atacou, desferindo- lhe golpes. Este, no entanto, conseguiu desviar-se e, utilizando técnicas de defesa pessoal, dominou e desarmou o agressor. II. Caio resolveu matar seu desafeto. Adquiriu uma arma e efetuou diversos disparos em sua direção, errando o alvo e acabou sendo preso por policiais que acorreram ao local. Nas situações indicadas, deve ser reconhecida a ocorrência de A) crime tentado e crime consumado, respectivamente. B) crimes consumados. C) crimes tentados. D) crime consumado e crime tentado, respectivamente. E) fatos penalmente irrelevantes. Resposta: C 17. Quando o tipo penal exige para a consumação do delito a produção de um dano efetivo, o crime é A) de perigo concreto. B) formal. C) de mera conduta. D) material. E) de perigo abstrato. Resposta: D 18. São elementos do fato típico: A) conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e culpabilidade. B) conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e dolo ou culpa. C) conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e imputabilidade. D) potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa e imputabilidade. E) tipicidade, ilicitude e culpabilidade. Resposta: B 19. Em relação ao tempo do crime, o Código Penal brasileiro adotou, em regra, a teoria A) do resultado. B) mista C) da conduta. D) da representação. E) da territorialidade. Resposta: C 20. Quanto à exclusão de ilicitude, é correto afirmar que A) no excesso de legítima defesa involuntário, derivado de erro de tipo escusável, o agente responde pelo fato criminoso. B) o estado de necessidade defensivo ocorre quando a conduta do agente atinge um bem jurídico de terceiro inocente. C) o Código Penal Brasileiro adotou a teoria unitária do estado de necessidade. D) o excesso culposo decorrente de erro sobre os limites da causa de justificação não é punível a título de dolo ou culpa. Resposta: C 21. Uma conduta ilícita é contrária ao direito. Porém pode haver conduta típica que não seja ilícita, aparecendo as chamadas excludentes de ilicitude. Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta. A) Somente não será considerado crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade e legítima defesa. B) As excludentes de ilicitude são apenas as definidas em Lei, especificamente determinadas pelo Código Penal, chamadas de excludentes de ilicitude legais. C) No estado de necessidade, aplica-se a excludente ainda que o sujeito não tenha conhecimento de que age para salvar um bem jurídico próprio ou alheio. D) Pode agir em estado de necessidade aquele que possui o dever legal de enfrentar o perigo. E) São requisitos legais do estado de necessidade: perigo atual; ameaça a direito próprio ou alheio; situação não causada voluntariamente pelo sujeito; inexistência de dever legal de enfrentar o perigo. Resposta: E 22.O único tipo de crime que se consuma com a ocorrência do resultado naturalístico é o crime A) material. B) de mera conduta. C) formal. D) omissivo próprio. E) habitual. Resposta: A 23. Dispõe o artigo 1.º do Código Penal: "Nãohá crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da A) ampla defesa. B) legalidade. C) presunção de inocência. D) dignidade. E) isonomia. Resposta: B 24. A respeito da omissão própria e da omissão imprópria (também denominada crime comissivo por omissão), é correto afirmar que A) a ingerência, denominação dada à posição de garantidor decorrente de um comportamento anterior que gera risco de resultado, não está positivada no ordenamento brasileiro, tratando-se de uma construção dogmática. B) um dos critérios apontados pela doutrina para diferenciar a omissão própria da omissão imprópria é o tipológico, segundo o qual, havendo norma expressa criminalizando a omissão, estar-se-ia diante de uma omissão imprópria. C) o crime praticado por omissão, segundo o Código Penal, é apenado de forma atenuada ao crime praticado por ação. D) segundo o Código Penal, a omissão imprópria somente terá relevância penal se, além do dever de impedir o resultado, o omitente tiver possibilidade de evitá- lo. E) nos termos do Código Penal, possui posição de garantidor e, portanto, o dever de impedir o resultado, apenas quem, por lei, tem a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. Resposta: D 25.Considere as assertivas abaixo sobre concurso de agentes. I - Quando um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena é diminuída até a metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave, não podendo, porém, ser inferior ao mínimo da cominada ao crime cometido. II - Quando o agente, no cometimento de um crime, ostentar atuação que o identifique como líder dentre os demais participantes, sua pena deverá ser agravada de um sexto a um terço. III - Quando a participação do agente no cometimento de um crime for de menor importância, a pena poderá ser reduzida de um sexto a um terço. Quais são corretas? A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas III D) Apenas I e II E) I, II e III Resposta: C 26. Assinale a alternativa correta: A) O arrependimento posterior, causa obrigatória de diminuição de pena, ocorre nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, em que o agente, voluntariamente, repara o dano ou restitui a coisa até o oferecimento da denúncia ou queixa. B) "Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime." O excerto transcrito se refere ao crime impossível, causa de isenção de pena. C) A desistência voluntária e o arrependimento eficaz excluem a forma tentada do crime em execução, inclusive, os atos anteriormente praticados. D) A desistência voluntária e o arrependimento eficaz, espécies de tentativa abandonada ou qualificada, não exigem a espontaneidade do agente para que possam ser reconhecidos, bastando a voluntariedade. E) Comete o crime de furto, previsto no art. 155 do Código Penal, o condômino que subtrai, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum. Resposta: D 27. A respeito do estado de necessidade e da legítima defesa, é correto afirmar que A) o excesso culposo é incompatível com o instituto do estado de necessidade. B) a legítima defesa pode ser arguida por quem repele agressão pretérita, desde que injusta. C) quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar estado de necessidade. D) a agressão a direito de outrem não possibilita o exercício da legítima defesa. E) a omissão injusta não pode configurar agressão passível de repulsa através da legítima defesa. Resposta: C 28. Durante uma tragédia causada pela natureza, Júlio, que caminhava pela rua, é arrastado pela força do vento e acaba se chocando com uma terceira pessoa, que, em razão do choque, cai de cabeça ao chão e vem a falecer. Sobre a consequência jurídica do ocorrido, é correto afirmar que: A) a tipicidade do fato restou afastada por ausência de tipicidade formal, apesar de haver conduta por parte de Júlio; B) a tipicidade do fato restou afastada, tendo em vista que não houve conduta penal por parte de Júlio; C) o fato é típico, ilícito e culpável, mas Júlio será isento de pena em razão da ausência de conduta; D) a conduta praticada por Júlio, apesar de típica e ilícita, não é culpável, devendo esse ser absolvido; E) a conduta praticada por Júlio, apesar de típica, não é ilícita, devendo esse ser absolvido. Resposta: B 29. “Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.” Trata-se da definição legal A) da exclusão da ilicitude. B) da exclusão da culpabilidade. C) da desistência voluntária. D) do arrependimento eficaz. E) do arrependimento posterior. Resposta: E 30. Quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, age em: A) legítima defesa. B) estrito cumprimento de dever legal. C) exercício regular de direito. D) estado de necessidade. E) obediência hierárquica. Resposta: A 31. São elementos do fato típico, exceto: A) conduta. B) resultado. C) tipicidade. D) nexo causal. E) antijuricidade. Resposta: E 32. A respeito dos artigos 13 ao 25 do Código Penal, é correto afirmar que A) a redução da pena em virtude do arrependimento posterior aplica-se a todos os crimes, excepcionados apenas os cometidos com violência. B) o erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena, considerando-se, no entanto, as condições ou qualidades da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime e não as da vítima. C) o agente que, por circunstâncias alheias à própria vontade, não prossegue na execução do crime, só responderá pelos atos já praticados. D) o dever de agir para evitar o resultado incumbe a quem tenha, por lei ou convenção social, obrigação de cuidado, proteção e vigilância. E) são excludentes da ilicitude o estado de necessidade e a legítima defesa, não sendo punível o excesso, se praticado por culpa. Resposta: B 33. Astrogildo colocou cacos de vidro, visíveis, em cima do muro de sua casa, para evitar a ação de ladrões. Certo dia, uma criança neles se lesionou ao pular o muro da casa de Astrogildo para pegar uma bola que ali havia caído. Nessa situação, ainda que se tratando da defesa de um perigo incerto e ou remoto, a conduta de Astrogildo restaria A) prevista como crime de lesão corporal culposa. B) prevista como crime de lesão corporal dolosa. C) acobertada por excludente da ilicitude. D) acobertada por excludente de culpabilidade. Resposta: C 34. No caso de legítima defesa ou estado de necessidade de terceiros, A) é imprescindível a prévia autorização destes para que a conduta do agente não seja ilícita. B) a autorização somente é necessária na legítima defesa de terceiros C) a autorização somente é necessária no estado de necessidade. D) a autorização não é necessária em nenhuma situação. Resposta: D 35. Considerando as disposições legais pertinentes à ilicitude, à culpabilidade e à punibilidade, o policial que emprega força física para impedir fuga de presídio age em. A) estrito cumprimento do dever legal. B) legítima defesa. C) estado de necessidade. D) exercício regular de direito. Resposta: A 36. A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que A) é necessário o ajuste prévio no concurso de pessoas. B) o Direito Penal brasileiro adotou a teoria unitária. C) o concurso de agentes pode verificar-se após a consumação do delito. D) pode ocorrer coautoria sem vínculo subjetivo entre os coautores. E) é necessária a presença no local do comparsa para aconfiguração do concurso de agentes. Resposta: B 37. Situação hipotética: Um policial, ao cumprir um mandado de condução coercitiva expedido pela autoridade judiciária competente, submeteu, embora temporariamente, um cidadão a situação de privação de liberdade. Assertiva: Nessa circunstância, a conduta do policial está abarcada por uma excludente de ilicitude representada pelo A) exercício regular de direito. B) estrito cumprimento do dever legal. C) legítima defesa. D) estado de necessidade. Resposta: B 38. Quando o agente não quer diretamente a realização do tipo, mas a aceita como possível, ou até provável, assumindo o risco da produção do resultado, há A) preterdolo. B) dolo direto de segundo grau. C) dolo imediato. D) dolo mediato. E) dolo eventual. Resposta: E 39.Tício, movido pela intenção de matar seu desafeto Paulus, atraiu-o para local ermo e lhe desferiu um golpe de faca, causando-lhe grave ferimento no abdome, com intensa hemorragia e perigo de vida. Ao perceber a gravidade do ferimento causado, Tício se arrependeu e levou Paulus a um hospital, onde este foi operado e salvo. Nesse caso, Tício A) responderá por tentativa de homicídio, pois, apesar do arrependimento posterior, a intenção inicial de Tício era de matar Paulus. B) responderá por lesões corporais leves, porque, em razão da intervenção cirúrgica, a vítima se recuperou. C) não responderá por nenhum delito, porque ocorreu arrependimento eficaz e a vítima se recuperou da lesão sofrida. D) responderá por lesão corporal de natureza grave, pois, apesar do arrependimento eficaz, a vítima recebeu ferimento de que resultou perigo de vida. E) responderá por homicídio consumado, pois a lesão era apta a causar a morte de Paulus, que só não morreu em razão da intervenção cirúrgica a que foi submetido. Resposta: D 40. Coação irresistível, o estado de necessidade e a obediência hierárquica são causas excludentes da A) culpabilidade. B) ilicitude, da culpabilidade e da ilicitude, respectivamente. C) ilicitude, da ilicitude e da culpabilidade, respectivamente. D) ilicitude. E) culpabilidade, da ilicitude e da culpabilidade, respectivamente. Resposta: E 41. No concurso de agentes A) é inadmissível a forma culposa. B) é inadmissível coautoria em crime culposo C) é inadmissível participação em crime culposo. D) é inadmissível na forma omissiva E) são puníveis apenas condutas comissivas. Resposta: C 42.Sobre uma determinada conduta ilícita, ocorrida na época em que determinada Lei temporária, que a disciplinava, era vigente, mas que deixou de viger, é correto afirmar que essa lei A) não mais se aplica à conduta, pelo princípio da irretroatividade. B) se aplica à conduta, pelo princípio da ultra-atividade. C) não mais se aplica à conduta, pelo princípio da extra-atividade. D) se aplica à conduta, pelo princípio da retroatividade da lei mais benéfica. E) não mais se aplica à conduta, pelo princípio da irretroatividade da lei mais severa. Resposta: B 43. No dia 25 de dezembro de 2017, Carlos, funcionário público, recebe uma visita inesperada de João, seu superior hierárquico, em sua residência. João informa a Carlos que estava sendo investigado pela prática de um delito e exige que este altere informação em determinado documento público, mediante falsificação, de modo a garantir que não sejam obtidas provas do crime que vinha sendo investigado, assegurando que, caso a ordem não fosse cumprida, sequestraria o filho de Carlos e que a restrição da liberdade perduraria até o atendimento da exigência. Diante desse comportamento de João, Carlos falsifica o documento público, mas vem a ser descoberto e denunciado pela prática do crime previsto no Art. 297 do Código Penal (falsificação de documento público). Com base apenas nessas informações, o advogado de Carlos deveria alegar, em busca de sua absolvição, a ocorrência de: A) coação moral irresistível, causa de exclusão da culpabilidade; B) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da culpabilidade; C) estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude; D) coação moral irresistível, causa de exclusão da ilicitude; E) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da ilicitude. Resposta: A 44. Durante o cumprimento de um mandado de prisão a determinado indivíduo, este atirou em um investigador policial, o qual, revidando, atingiu fatalmente o agressor. Nessa situação hipotética, a conduta do investigador configura A) legítima defesa própria. B) exercício regular de direito. C) estrito cumprimento do dever legal. D) homicídio doloso. E) homicídio culposo. Resposta: A 45. Determinado policial, ao cumprir um mandado de prisão, teve de usar a força física para conter o acusado. Após a concretização do ato, o policial continuou a ser fisicamente agressivo, mesmo não havendo a necessidade. Nessa situação hipotética, o policial A) excedeu o estrito cumprimento do dever legal. B) abusou do exercício regular de direito. C) prevaleceu-se de condição excludente de ilicitude. D) agiu sob o estado de necessidade. E) manifestou conduta típica de legítima defesa. Resposta: A 46. Policial militar, em patrulhamento de rotina, se depara com “perigoso assaltante”, seu desafeto, que já havia cumprido pena por diversos roubos. Imediatamente, o policial dá voz de prisão ao indivíduo que, incontinente, inicia uma fuga. Nesse instante, o miliciano descarrega sua arma, efetuando disparos em direção do fugitivo que é atingido pelas costas. Dois dias após o ocorrido, o “perigoso assaltante” entra em óbito em razão da lesão sofrida. A conduta do policial caracteriza A) ação em estrito cumprimento do dever legal. B) lesão corporal seguida de morte. C) ação em legítima defesa. D) resistência seguida de morte. E) homicídio qualificado. Resposta: E 47. Relativamente aos princípios de direito penal, analise as afirmativas a seguir. I Os crimes praticados na vigência das leis temporárias, quando criadas por estas, não se sujeitam a abolitio criminis em razão do término de sua vigência. II Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. III A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, sendo asseguradas às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação. Assinale: A) se nenhuma afirmativa estiver correta. B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Resposta: E 48. Com relação à tentativa, analise as seguintes afirmações: I. os crimes unissubsistentes, os crimes omissivos próprios e as contravenções penais, entre outros, não admitem a figura da tentativa; II. nosso Código Penal adotou a teoria objetiva como fundamento para a punição do crime tentado conforme se observa no art. 14, parágrafo único: "pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços"; III. o crime de cárcere privado é um exemplo de crime que não admite a tentativa. Está correto o contido em A) I, somente. B) I e II, somente. C) I e III, somente. D) II e III, somente. E) I, II e III. Resposta: B 49. No estado de necessidade, A) a reação contra agressão humana deve ser atual. B) a ameaça só pode ser a direito próprio. C) há extinção da punibilidade. D) o agente pode responderpelo excesso doloso, mas não pelo culposo. E) a situação de perigo não pode ter sido provocada por vontade do agente. Resposta: E 50. João, dirigindo uma motocicleta sem capacete, foi interceptado por um policial em serviço de trânsito, o qual lhe deu ordem para parar o veículo. João, no entanto, desobedecendo a ordem recebida, fugiu em alta velocidade. Cerca de uma hora depois, arrependeu-se de sua conduta e voltou ao local, submetendo-se à fiscalização. Nesse caso, em relação ao crime de desobediência, ocorreu A) tentativa. B) consumação. C) arrependimento eficaz. D) desistência voluntária. E) crime impossível. Resposta: B 51. Fato típico é A) a descrição constante da norma sobre o dever jurídico de agir. B) a ação esperada do ser humano em face de uma situação de perigo. C) o comportamento humano descrito em lei como crime ou contravenção. D) a possibilidade prevista em lei do exercício de uma conduta ilícita. E) a modificação do mundo exterior descrita em norma legal vigente. Resposta: C 52. Pedro efetuou disparo de arma de fogo contra Paulo. Em seguida, arrependido, o levou até um hospital, onde, apesar de atendido e medicado, veio a falecer. Nesse caso, houve A) desistência voluntária. B) arrependimento eficaz. C) crime tentado. D) crime consumado. E) arrependimento posterior. Resposta: D 53. Denomina-se crime complexo o que A) se enquadra num único tipo legal. B) é formado pela fusão de dois ou mais tipos legais de crime. C) exige a atuação de dois ou mais agentes. D) atinge mais de um bem jurídico. E) exige que os agentes atuem uns contra os outros. Resposta: B 54. O agente arremessou uma granada contra cinco pessoas, ocasionando-lhes a morte. Nesse caso, ocorreu A) crime de perigo concreto. B) concurso material de crimes. C) crimes continuados. D) crime plurissubjetivo. E) concurso formal de crimes. Resposta: E 55. A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que A) não há possibilidade de coautoria em crime culposo. B) o mandante do crime não responde por coautoria. C) a instigação é espécie de coautoria. D) não há participação dolosa em crime culposo. E) os crimes de mera conduta não admitem participação. Resposta: D 56. A respeito de crimes culposo e impossível, da obediência hierárquica, do erro de proibição e do arrependimento posterior, assinale a opção correta. A) Caso um renomado e habilidoso médico, especializado em cirurgias abdominais, ao realizar uma intervenção, esqueça uma pinça no abdome do paciente, nesse caso, tal conduta representará culpa por imperícia, pois é relativa ao exercício da profissão. B) Se, em um supermercado dotado de sistema eletrônico de vigilância, um cliente colocar diversos objetos do estabelecimento dentro de sua bolsa, com intenção de subtraí-los para si, a simples presença do sistema eletrônico de vigilância no supermercado tornará o crime impossível. C) Caso o fato seja cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, não serão puníveis o agente que obedeceu nem o autor da coação ou da ordem. D) O desconhecimento da lei é inescusável. Desse modo, o erro sobre a ilicitude do fato, evitável ou inevitável, não elidirá a pena, podendo apenas atenuá-la. E) Em crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa, a pena será reduzida de um a dois terços se, por ato voluntário do agente, for reparado o dano ou restituída a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa. Resposta: E 57. Oficial de Justiça ingressa em comunidade no interior do Estado de Santa Catarina para realizar intimação de morador do local. Quando chega à rua, porém, depara-se com a situação em que um inimputável em razão de doença mental está atacando com um pedaço de madeira uma jovem de 22 anos que apenas caminhava pela localidade. Verificando que a vida da jovem estava em risco e não havendo outra forma de protegê-la, pega um outro pedaço de pau que estava no chão e desfere golpe no inimputável, causando lesão corporal de natureza grave. Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que, de acordo com a doutrina majoritária, a conduta do Oficial de Justiça: A) não configura crime, em razão da atipicidade; B) não configura crime, em razão do estado de necessidade; C) configura crime, mas o resultado somente poderá ser imputado a título de culpa, em razão do estado de necessidade; D) não configura crime, em razão da legítima defesa; E) configura crime, tendo em vista que não havia direito próprio do Oficial de Justiça em risco para ser protegido. Resposta: D 58.Sobre a tipicidade penal, marque a alternativa CORRETA. A) No crime omissivo, o dever jurídico de agir inexiste àquele que apenas criou riscos para a ocorrência do resultado. B) O erro de tipo, se inescusável, apesar de excluir o dolo, permite, em qualquer hipótese, a punição a título culposo. C) A tipicidade material surgiu para limitar a larga abrangência formal dos tipos penais, impondo que, além da adequação formal, a conduta do agente gere também relevante lesão ou perigo concreto de lesão ao bem jurídico tutelado. D) No dolo eventual, a pessoa vislumbra o resultado que pode advir de sua conduta, acreditando que, com as suas habilidades, será capaz de evitá-lo. Resposta: C 59. Marque a alternativa CORRETA. O erro de proibição escusável, como excludente da potencial consciência da ilicitude, leva à absolvição por exclusão da: A) Imputabilidade B) Tipicidade C) Punibilidade D) Culpabilidade Resposta: D 60. Acerca da inimputabilidade penal, pode-se afirmar que: I. A emoção ou a paixão não prejudicam a imputabilidade penal. II. É inimputável o agente que, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteira ou parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. III. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. IV. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente imputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. A) Somente as proposições II, III e IV estão corretas. B) Somente as proposições I, II e IV corretas. C) Somente as proposições I e III estão corretas. D) Somente a proposição III está correta. E) Todas as afirmativas estão corretas. Resposta: C 61. Considere a seguinte situação hipotética. Hiran, tendo ingerido voluntariamente grande quantidade de bebida, desentendeu-se com Caetano, seu amigo, vindo a agredi-lo e a causar-lhe lesões corporais. Nessa situação, considerando que, em razão da embriaguez completa, Hiran era, ao tempo da ação, inteiramente incapaz de entender a ilicitude de sua conduta e de determinar-se de acordo com este entendimento, A) pode-se reconhecer a sua inimputabilidade. B) pode-se reconhecer a sua semi-inimputabilidade. C) incorre no crime de lesão corporal culposa. D) incorre no crime de lesão corporal dolosa. Resposta: D 62. João sequestrou Maria na vigência da lei penal X. Maria permaneceu em cárcere privado por longos 11 anos até conseguir fugir num raro momento de desatenção de João, seu sequestrador. Durante este período surgiram duas novas leis penais para prescrever o mesmo crime de sequestro, respectivamente, Y e Z. Com base nesta situação, é correto afirmar que: A) deve ser aplicada a lei penal Y intermediária. B) deve ser realizada a combinação de leis penais para beneficiar o réu. C) deve ser aplicada a lei penal Z, ainda que seja a mais grave, se a sua vigência é anterior à cessão da permanência.D) deve ser aplicada a lei penal Z, desde que seja mais benéfica, em razão do princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica. E) em qualquer situação, deve ser aplicada a lei penal mais benéfica. Resposta: C 62. João Pedro, na época com 3 (três) anos de idade, após sequestro, passou 9 (nove) anos em cárcere privado, quando finalmente sua sequestradora foi presa em flagrante. Durante todo esse período, vigoraram três leis penais, sendo mais benéfica a intermediária, e mais grave a última. No caso, A) deve ser aplicada a lei penal intermediária. B) deve ser realizada a combinação de leis penais entre as duas para beneficiar o réu. C) deve ser aplicada a lei penal mais grave. D) deve ser aplicada a lei penal mais benéfica. E) em qualquer situação de crime permanente, deve ser aplicada a lei penal mais grave. Resposta: C 63. Tício, morador do Rio de Janeiro, começou a namorar Gabriela, uma jovem moradora da cidade de São Paulo. Com o passar do tempo e os efeitos da distância, Tício, motivado por ciúmes, resolveu tirar a vida de Gabriela. Pôs-se então a planejar a prática do crime em sua casa, no Rio de Janeiro, tendo adquirido uma faca, instrumento com o qual planejou executar o crime. No dia em que seguiu para São Paulo para encontrar Gabriela, que lhe o esperava na rodoviária, Tício combinou com a jovem uma viagem a passeio para o Espírito Santo. Ao ingressarem no ônibus que os levaria de São Paulo para o Espírito Santo, Tício afirmou para Gabriela que iria matá-la. Todavia, dada a calma de Tício, a jovem achou que se tratava de uma brincadeira. Durante o trajeto, Tício, ofereceu a ela uma bebida contendo substância que causava a perda dos sentidos. Após Gabriela beber e dormir, sob efeito da substância, enquanto passavam pela BR-101, no Rio de Janeiro, Tício passou a desferir golpes com a faca no peito da jovem. Quando chegou ao destino, Tício se entregou para polícia, e Gabriela, embora tenha sido socorrida, veio a óbito ao chegar ao Hospital. O crime descrito no texto foi praticado, de acordo com a lei penal, no momento: A) da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Trata-se, portanto, do momento em que Tício desferiu os golpes em Gabriela. B) em que o agente se prepara para a promoção da conduta criminosa. Ou seja, trata-se do momento em que Tício planejou e adquiriu as ferramentas necessárias ao cometimento do crime. C) em que a autoridade policial toma conhecimento do crime. Ou seja, quando Tício se entregou para a polícia. D) em que é alcançada a consumação do crime. Trata-se, portanto, do momento da morte de Gabriela, que ocorreu no hospital. E) da ação ou omissão, se este for concomitante ao resultado. Não sendo possível determiná-lo, no presente caso, em razão da separação temporal entre a conduta e o resultado. Resposta: A 64. Caio cometeu no dia 01 de janeiro de 2016 um fato criminoso punível com pena privativa de liberdade previsto em lei temporária, sendo no dia 05 de dezembro de 2016 condenado a 5 (cinco) anos de reclusão. No ano seguinte decorreu o período de sua duração, findando-se a citada lei no dia 31 de dezembro de 2017. Em relação à aplicação da lei penal indique a opção CORRETA. A) Caio deve ser preso e cumprir a pena estabelecida de cinco anos, aplicando-se ao fato criminoso a lei temporária. B) Ninguém pode ser punido por fato que medida provisória posterior deixa de considerar crime. C) Deve continuar a execução da pena de Caio até o dia 31 de dezembro de 2017. D) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. E) Caio deve ser imediatamente solto. Resposta: A 65. Revoltado com a conduta de um Ministro de Estado, Mário se esconde no interior de uma aeronave pública brasileira, que estava a serviço do governo, e, no meio da viagem, já no espaço aéreo equivalente ao Uruguai, desfere 05 facadas no Ministro com o qual estava insatisfeito, vindo a causar-lhe lesão corporal gravíssima. Diante da hipótese narrada, com base na lei brasileira, assinale a afirmativa correta. A) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da territorialidade. B) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da extraterritorialidade e princípio da justiça universal. C) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da extraterritorialidade, desde que ingresse em território brasileiro e não venha a ser julgado no estrangeiro. D) Mário não poderá ser responsabilizado pela lei brasileira, pois o crime foi cometido no exterior e nenhuma das causas de extraterritorialidade se aplica ao caso. Resposta: A 66. Patrícia, renomada médica, havia alugado uma sala comercial mobiliada para utilizar como consultório e, após o término do contrato de locação, chamou Augusto, seu amigo, que nunca havia estado no imóvel, para ajudá-la com a retirada de seus pertences. Na ocasião, Patrícia informou a Augusto que o computador que se encontrava no consultório era de sua propriedade e deveria ser retirado, embora a médica tivesse ciência de que o aparelho pertencia ao proprietário do imóvel comercial. Contudo, sem saber da real situação do computador, Augusto atende o pedido da amiga. O proprietário do imóvel, ao perceber o ocorrido, procurou a delegacia e registrou boletim de ocorrência contra Patrícia e Augusto. Com base no caso narrado, é correto afirmar que: A) Patrícia e Augusto responderão pelo crime de furto qualificado, em razão do concurso de pessoas. B) Patrícia responderá por furto doloso, enquanto Augusto responderá pelo crime na forma culposa. C) Augusto agiu em erro de tipo, afastando a culpabilidade da conduta de ambos os agentes. D) apenas Patrícia responderá por furto, pois Augusto agiu em erro sobre o objeto, ficando isento de pena. E) apenas Patrícia responderá por furto, pois Augusto agiu em erro de tipo, sendo atípica sua conduta. Resposta: E 67. Lucas foi alvo de um tiro de revólver disparado por Manoel e, após encaminhado ao hospital, já em recuperação, Lucas vem a falecer devido ao desabamento de uma parede de gesso situada em seu leito. Considerando que, não fosse pelo tiro disparado pelo autor, a vítima não estaria no hospital, é correto afirmar que Manoel: A) responde pelo resultado morte, em virtude da teoria da equivalência dos antecedentes causais adotada pelo Código Penal. B) responde pelo resultado morte, porque trata-se de uma concausa superveniente relativamente independente. C) responde pelo resultado morte, porque assim o desejou e acabou obtendo o seu intento, ainda que com a colaboração de uma concausa. D) não responde pelo resultado morte, porque a concausa superveniente quebra o nexo causal determinante. E) não responde pelo resultado morte, porque houve a quebra da tipicidade material da conduta. Resposta: D 68. Lara passeava em um parque e percebeu que um cachorro de grande porte se soltou da coleira de seu dono e correu ferozmente em direção a uma criança que brincava na grama. Tentando proteger a criança, Lara atirou uma pedra na cabeça do animal, que veio a falecer. Considerando os fatos acima, Lara agiu em: A) estado de necessidade, que afasta a culpabilidade de sua conduta; B) estrito cumprimento de dever legal, que afasta a tipicidade de sua conduta; C) legítima defesa de terceiro, que afasta a ilicitude de sua conduta; D) estado de necessidade, que afasta a ilicitude de sua conduta; E) legítima defesa de terceiro, mas responderá pelo excesso de sua conduta. Resposta: D 69. Durante um treino de basquete, Rafael agrediu João com uma cotovelada, que lhe causou um leve ferimento no olho esquerdo. No dia seguinte,João vai tirar satisfação com Rafael e, no meio da discussão, saca uma arma de fogo e parte na direção de Rafael, que, então, retira de sua mochila um revólver que carregava legalmente e dispara contra João, causando sua morte. Com base no caso narrado, com relação à morte de João, Rafael: A) responderá por homicídio, ficando, porém, isento de pena em virtude da inexigibilidade de conduta diversa. B) responderá por homicídio, pois provocou a situação em que se encontrava, afastando eventual excludente de ilicitude. C) não responderá por homicídio, considerando que agiu em legítima defesa, que é causa de exclusão da culpabilidade. D) não responderá por homicídio, pois agiu em legítima defesa, o que afasta a ilicitude de sua conduta. E) responderá por homicídio culposo, pois agiu em excesso de legítima defesa. Resposta: D 70. João foi jogado da piscina por seus colegas, durante uma confraternização de formatura. Dentro da piscina, sem que os presentes no local percebessem, começou a se afogar em virtude da ingestão de substâncias psicotrópicas e terminou falecendo. No caso, os responsáveis por atirá-lo na piscina A) devem ser responsabilizados por homicídio culposo. B) devem ser responsabilizados por homicídio doloso eventual. C) não incorrem em crime algum, porque a situação caracteriza autocolocação em risco. D) não incorrem em crime algum, porque agiram numa situação de exercício regular de direito. Resposta: C 71. Comissão de formatura de uma turma de Medicina organiza um grande evento de encerramento do curso. Durante a festa, a formanda Amanda termina sofrendo uma overdose de cocaína, vindo a falecer no hospital. No caso, os membros da comissão A) não possuem responsabilidade penal, porquanto é inviável exigir uma rigorosa fiscalização das substâncias ingeridas por todos os participantes da festa. B) foram negligentes, porque tinham a obrigação de verificar a presença de drogas e os seus respectivos consumos no ambiente. C) foram imprudentes, porque permitiram o consumo de drogas no local, assim como a venda da substância no local. D) podem ser denunciados por crime de homicídio doloso eventual, caso reste demonstrada na investigação a consciência dos membros da comissão de que as pessoas estavam realizando o consumo de drogas no local. Resposta: A 72. Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denunciados pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo confessou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era sua tia. Com relação a essa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, a respeito de imputabilidade penal, crimes contra o patrimônio, punibilidade e causas de extinção e aplicação de pena. Pedro será condenado se comprovado que, no momento do furto, por caso fortuito, estava completamente embriagado. Quanto à imputabilidade em Direito Penal, assinale a alternativa INCORRETA. A) Para o menor de 18 anos, nosso Código Penal adotou o sistema puramente biológico. B) Para o doente mental, nosso Código Penal adotou um misto do sistema biológico com o sistema psicológico. C) Para a teoria clássica (teoria psicológica da culpabilidade), o doente mental cometeria crime, uma vez que possui capacidade de dolo e culpa. D) A embriaguez voluntária ou a culposa não excluem a imputabilidade penal, segundo a actio libera in causa. Da embriaguez culposa, contudo, só pode advir um crime culposo. Resposta: D 73. A respeito das causas excludentes de culpabilidade e de ilicitude previstas no Código Penal, é INCORRETO afirmar: A) Entende-se em legítima defesa apenas quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, à sua integridade física ou de outrem. B) A embriaguez, mesmo completa, não exclui a imputabilidade penal, se voluntária ou mesmo culposa. Se preordenada, enseja ainda a aplicação de agravante genérica na segunda fase da dosimetria da pena. C) A coação moral irresistível exclui completamente a culpabilidade do agente que pratica a conduta típica, sendo punível apenas o autor da coação, embora, no caso de coação resistível, seja punível o agente que, coagido, praticou a conduta, cabendo, nessa segunda hipótese, a aplicação de atenuante genérica na segunda fase de dosimetria da pena. D) Considera-se em estado de necessidade, o qual exclui a ilicitude, apenas quem pratica o fato típico para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Se, porém, era razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Resposta: A 74. A respeito da culpabilidade, assinale a alternativa correta. A) Ao definir a menoridade penal como causa de inimputabilidade, o Código Penal brasileiro adotou o critério biopsicológico, pois, além da menoridade propriamente dita, deverá ficar comprovado que, no momento do fato, o agente não tinha condições de entender o caráter ilícito de sua própria conduta. B) Conforme previsão do Código Penal brasileiro, a coação moral irresistível é causa de inimputabilidade penal, ficando o agente isento de pena. C) É isento de pena o agente que, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. D) É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. E) Sobre a imputabilidade penal, o Código Penal brasileiro adotou o sistema denominado psicológico, o qual considera as condições psicológicas do agente no momento do fato, independentemente da existência de doença mental. Resposta: D 75. Tício, decidido a se matar, mas sem coragem, embebeda-se completamente, tornando-se totalmente incapaz de entendimento. Acreditando que estava na sacada de seu apartamento, no 20° andar, Tício se joga. Contudo, ele pulou da janela do quarto do sobrado da casa de sua irmã, onde se encontrava, passando férias. Muito embora não tenha tido êxito no intento de por fim à própria vida, Tício, por infelicidade, caiu bem em cima da sobrinha Mévia, de oito meses, que estava no quintal, tomando o banho de sol matinal. A criança não resistiu aos ferimentos, e morreu. Diante da situação hipotética, considerando a Parte Geral e Especial do Código Penal, assinale a alternativa correta. A) Tício, em razão da embriaguez completa voluntária, não terá a culpabilidade excluída, mas poderá ter a pena perdoada judicialmente, pelo homicídio culposo da sobrinha. B) Tício, em razão da embriaguez completa voluntária, não terá a culpabilidade excluída. Poderá ser judicialmente perdoado do homicídio culposo da sobrinha, mas responderá pelo suicídio tentado. C) Tício, em razão da embriaguez completa voluntária, não terá a culpabilidade excluída, respondendo tanto pela tentativa de suicídio quanto pelo homicídio da sobrinha. D) Tício, em razão da embriaguez completa voluntária, não terá a culpabilidade excluída, respondendo pelo feminicídio culposo da sobrinha. E) Tício, em razão da embriaguez completa voluntária, é isento de pena relativamente ao crime de homicídio que deu causa. Resposta: A 76. Assinale a afirmativa certa: A) O sujeito que no momento da prática do crime não era capaz de se determinar, completamente, de acordo com o entendimento do caráter ilícito do fato em razão de embriaguez culposa, poderá ter a pena reduzida de um a dois terços. B) O critériopsicológico determina cientificamente sempre a imputabilidade ou não do agente. Ao passo que o critério biológico etário adotado hoje pela lei penal, é passível de superação pelo juiz na sentença, quando razões de política criminal recomendem. C) As medidas de segurança aplicáveis aos inimputáveis são: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico; na falta deste em estabelecimento adequado; e sujeição a tratamento ambulatorial. Mas se estiver extinta a punibilidade, nenhuma dessas medidas deve incidir. D) No caso de tratamento ambulatorial, o tempo limitado para sua ocorrência variará de um a três anos. Terminado o prazo determinado para sua realização, e constatado por perícia que o inimputável cumpriu o programa ambulatorial, sua liberação do tratamento será declarada cumprida em definitivo. E) A doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado isentam de pena, se ao tempo da ação ou da omissão, ou entre a denúncia e a sentença, o agente era ou se toma inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Resposta: C 77. O Direito Penal trabalha com a necessidade de se apurar a responsabilidade subjetiva para punir o autor do crime. No que concerne à responsabilidade objetiva, o Direito Penal A) admite-a excepcionalmente, quando pune aquele que agiu em estado de completa embriaguez culposa. B) não a admite, em hipótese alguma. C) admite-a excepcionalmente, quando determina a punição do coautor particular nos crimes cometidos por funcionários públicos. D) admite-a excepcionalmente, quando estabelece a figura dos garantes nos crimes comissivos por omissão. E) admite-a excepcionalmente, quando estabelece os crimes omissivos próprios. Resposta: A 78. Em seu primeiro evento na faculdade, Rodrigo ingeriu, com a intenção de comemorar, grande quantidade de bebida alcoólica. Apesar de não ter intenção, a grande quantidade de álcool fez com que ficasse embriagado e, em razão desse estado, acabou por iniciar discussão desnecessária e causar lesão corporal grave em José, ao desferir contra ele dois socos. Todas as informações acima são confirmadas em procedimento de investigação criminal. Ao analisar as conclusões do procedimento caberá ao Promotor de Justiça reconhecer A) a ausência de culpabilidade do agente diante da situação de embriaguez culposa. B) a ausência de culpabilidade do agente em razão da embriaguez completa, proveniente de caso fortuito, aplicando-se medida de segurança. C) a existência de conduta típica, ilícita e culpável, inclusive com presença da agravante da embriaguez pré-ordenada. D) a existência de conduta típica, ilícita e culpável, pois a embriaguez foi culposa, não sendo possível imputar a agravante da embriaguez pré-ordenada. E) a existência de conduta típica, ilícita e culpável, pois a embriaguez foi voluntária, não sendo possível imputar a agravante da embriaguez pré-ordenada. Resposta: D 79. João e Maria foram casados por cinco anos e, após o divórcio, continuaram a residir no mesmo lote, porém em casas diferentes. Certo dia, João, depois de ingerir bebidas alcoólicas, abordou Maria em um ponto de ônibus e, movido por ciúmes, iniciou uma discussão e a ameaçou de morte. Maria, ao retornar para casa à noite depois do trabalho, encontrou o ex-marido ainda embriagado; ele novamente a ameaçou de morte, acusando-a de traição. Ela foi à delegacia e registrou boletim de ocorrência acerca do acontecido, o que ensejou início de procedimento criminal contra João. Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dos tribunais superiores. A) A embriaguez voluntária de João poderá ser considerada excludente de culpabilidade caso ele comprove que estava em estado de plena incapacidade nos momentos das ameaças. B) A conduta de João configura crime continuado, porque ele praticou dois crimes de ameaça, com idêntica motivação e propósito, em condições semelhantes de tempo, lugar e modo de agir. C) João não poderá ser submetido à prisão preventiva, dado que a pena máxima para o crime de ameaça é de seis meses de detenção. D) A ameaça é um crime formal, que não exige resultado naturalístico, por isso é incabível indenização a título de danos morais a Maria. Por ser a ameaça um crime de menor potencial ofensivo, João, se condenado, poderá ser beneficiado com a substituição da pena de detenção por pena restritiva de direitos. Resposta: B 80. Julgue o item que se segue, relativo à imputabilidade penal. A embriaguez completa provocada por caso fortuito é causa de inimputabilidade do agente. Luiz cometeu um crime e, em sua defesa, alegou embriaguez. Após as investigações e perícias cabíveis, foi reconhecida a hipótese de exclusão da imputabilidade. Nessa situação hipotética, a exclusão da imputabilidade deveu-se ao fato de se tratar de uma embriaguez A) acidental ou fortuita incompleta. B) preordenada. C) não acidental culposa. D) não acidental voluntária. E) acidental ou fortuita completa. Resposta: E 81. Acerca de crime, imputabilidade penal e concurso de pessoas, assinale a opção correta. A) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal sempre se comunicam entre todos que concorrem para o crime. B) A utilização da mesma fundamentação para dosar a pena aos corréus, com análise conjunta das circunstâncias judiciais, por violar a individualização da pena, não pode ser admitida. C) O uso de cerca elétrica nos muros das residências constitui espécie de legítima defesa putativa. D) A ofensa irrogada na discussão da causa pela parte ou por seu procurador configura causa excludente de ilicitude. E) O trote acadêmico em que o calouro é obrigado a ingerir álcool não configura embriaguez por força maior, não afastando a imputabilidade do agente. Resposta: D 82 A respeito dessa situação hipotética e considerando o concurso de pessoas e a imputabilidade penal, julgue como correto ou incorreto o item que se segue. José não poderá ser punido pelo crime que cometeu porque se encontrava em estado em embriaguez decorrente de caso fortuito, hipótese de isenção de pena. Correto. 83. São isentos de pena os agentes que detém determinadas condições especiais ou que realizam o fato tido como crime em situações extraordinárias. Sobre o tema, assinale a alternativa que não contempla uma causa excludente de culpabilidade. A) Legítima defesa. B) Doença mental que influencie na compreensão sobre a ilicitude do fato. C) Desenvolvimento mental incompleto que influencie na compreensão sobre a ilicitude do fato. D) Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. E) Retardamento mental que influencie na compreensão sobre a ilicitude do fato Resposta: A 84. Um dos elementos da culpabilidade, a imputabilidade será excluída no caso de o agente atuar sob o estado de embriaguez completa A) intencional. B) fortuita. C) culposa. D) preordenada. E) voluntária. Resposta: B 85. Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matrícula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote acadêmico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alcoólica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o caráter ilícito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veículo que estava estacionado em via pública, sem conseguir movimentá-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, A) terá a pena reduzida de um a dois terços. B) estará isenta de pena. C) terá a pena reduzida de metade. D) terá a pena reduzida em1/6. E) terá a pena aumentada de 1/3. Resposta: B 86. Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, após uma reunião cansativa de negócios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo não sendo essa sua intenção, acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um comprimido de substância psicotrópica por um eleitor de sua cidade, que também o deixou completamente embriagado. Após, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens públicos para proveito próprio. Considerando o fato narrado, é correto afirmar que: A) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de força maior; B) Ricardo deverá responder pelo crime praticado, enquanto Bruno é isento de pena; C) Ricardo e Bruno deverão responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui a imputabilidade penal; D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderão criminalmente perante a Câmara de Vereadores; E) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do segundo decorreu de força maior. Resposta: B 87. Joana foi para a festa de aniversário de sua melhor amiga em uma boate e, feliz pela comemoração, passou a ingerir bebida alcoólica em quantidade exagerada. Ao final da festa, Joana estava completamente alcoolizada, apesar de ela não ter tido intenção de ficar nesse estado. Saindo da boate, deparou-se com sua inimiga Gabriela e, alterada pela bebida, jogou um copo de vidro na cabeça desta, causando- lhe lesões graves. Diante dessa situação, considerando apenas os fatos narrados e que esses foram provados, é correto afirmar que Joana: A) deverá ser absolvida impropriamente, com aplicação de medida de segurança, pois estava inimputável no momento dos fatos; B) deverá ser condenada, pois houve embriaguez voluntária e apenas a embriaguez culposa exclui a imputabilidade; C) deverá ser condenada, pois a embriaguez culposa não exclui a imputabilidade; D) deverá ser absolvida, pois houve embriaguez completa e decorrente de caso fortuito ou força maior; E) deverá ser absolvida por ausência de culpabilidade, sem aplicação de medida de segurança, já que a inimputabilidade era apenas momentânea. Resposta: C 88. Beltrano e Ciclano saem juntos para comemorar o sucesso obtido em concurso público. Beltrano não pode ingerir em hipótese alguma bebida alcoólica. Entretanto, Ciclano coloca as escondidas álcool no refrigerante de Beltrano. Ao tomar o refrigerante, Beltrano perde a capacidade de se comportar conforme o direito e de entender inteiramente o caráter ilícito de seus atos. Totalmente fora de si, Beltrano quebra uma garrafa na cabeça de Ciclano que falece. Considerando o exposto, é correto afirmar: A) Beltrano esta isento de pena porque no momento que ceifou a vida de Ciclano encontra-se em situação de inimputabilidade. B) Beltrano não cometeu nenhum crime, visto que está amparado pela excludente de estado de necessidade. C) Beltrano responderá por homicídio, pois a embriaguez em nenhuma hipótese o isenta de pena. D) Beltrano responderá por homicídio visto que deveria ser mais cuidadoso para não ingerir bebida alcoólica. E) Beltrano está isento de pena porque agiu sob coação irresistível. Resposta: A 89. Enquanto o direito brasileiro dispõe que a embriaguez alcoólica ou por substância análoga simplesmente não exclui a imputabilidade penal (Código Penal, artigo 28, II), já a disposição acima do artigo 295º do Código Penal português, de 1995, cuidou bem diversamente da matéria. Com isso, o direito português, bem ou mal, esquiva-se de uma antológica crítica estrutural à solução dogmática que o direito brasileiro subscreve quanto à temática da imputabilidade na embriaguez. Independentemente de um juízo sobre seu mérito, a crítica que se estabelece no conhecido debate doutrinário acerca da matéria é: A) O direito brasileiro, ao fundar a imputação na actio libera in causa, enseja situações de responsabilização penal estritamente objetiva. B) O direito brasileiro não diferencia claramente a embriaguez meramente acidental (resultante de caso fortuito ou força maior) daquela estritamente culposa (que o direito português denomina negligente), englobando no mesmo tratamento legal situações em que, respectivamente, não ocorre e ocorre reprovabilidade do agente. C) O direito brasileiro, ao punir o agente embriagado sem uma disposição análoga àquela do direito português, está implicitamente violando o postulado nullum crimen, nulla poena sine praevia lege stricta, alicerçando a imputação da embriaguez, portanto, em formulação meramente genérica da Parte Geral do Código Penal. D) O direito brasileiro não prevê senão a imputação na embriaguez por ingestão de substância alcoólica ou de efeitos análogos (como tais devendo ser estritamente compreendidas aquelas ditas entorpecentes), com o que a imputação estaria, em tese e à diferença do que expressamente ressalvou a lei portuguesa, excluída nos casos de ingestão de substância de efeitos propriamente tóxicos. E) O direito brasileiro, bem à diferença da fórmula portuguesa, não dispõe limites penais quantitativos à imputação do agente que comete crime em situação de embriaguez. Resposta: A. De fato, o Direito Penal brasileiro é guiado pela responsabilidade subjetiva, isto é, não há crime sem a demonstração de dolo ou culpa. Todavia, há ainda resquícios de responsabilidade penal objetiva como no caso da embriaguez na hipótese de adoção da teoria da actio libero in causa, ocasião em que o sujeito será responsabilizado por dolo ou culpa ainda que no momento da ação ou omissão esteja em estado de inconsciência. 90. Há uma crítica doutrinária bastante conhecida e frequente ao fundamento teórico da punição, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizá-la afirmando que essa punição, ao fundar-se na teoria A) da equivalência dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de embriaguez, não permitindo uma justa diferenciação de seus variados graus de reprovabilidade. B) objetiva pura alemã, não considera as diversas situações subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequência, não propicia a devida diferenciação entre seus variados graus de reprovabilidade. C) da actio libera in causa, não é facilmente extensível aos casos de embriaguez não preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente, situações de responsabilização penal estritamente objetiva. D) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juízo da consciência da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exigível e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente não tivesse condições ou razões reais para não se embriagar nas circunstâncias em que o fato se deu. E) monista temperada, acaba comportando situações graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limítrofes ao dolo eventual. Resposta: C 91. Sujeito foi abordado pela polícia quando se encontrava na direção de veículo automotor, em plena via pública, apresentando sinais de alteração da capacidade psicomotora por embriaguez completa, de acordo com os procedimentos previstos na Resolução n.º 432/13 – CONTRAN, a saber: exame clínico conclusivo firmado por médicos e constatação pelo agente de trânsito. No flagrante, Sujeito admitiu que, embora o uso de bebida alcoólica tivesse sido fruto de vontade livre, ele pensou que a ingestão de meia taça de vinho não iria causar mal, não cuidando assim de perguntar ao médico que receitara o remédio por ele ingerido uma hora antes do fato, conforme sugerido na bula que lera, se tal medicamento podia interagir com álcool.Restou evidenciado na investigação que o medicamento utilizado por Sujeito, embora não fosse do tipo de causar dependência, podia potencializar os efeitos do álcool, produzindo resultado idêntico ao de embriaguez completa; e que o exame de sangue a que ele se submetera ao sair da delegacia, em laboratório particular de renome, mostrou ser a quantidade de álcool por litro de sangue de Sujeito bem inferior ao limite mínimo (seis decigramas) legal. De acordo com os dados fornecidos, assinale a alternativa que mais bem reveste a conduta perpetrada por Sujeito. A) Inimputabilidade decorrente da ignorância. B) Erro de tipo (ele devia ter consultado o médico) e, assim, ele só poderia responder pelo crime a título de culpa. C) Erro de proibição por não ter consultado o médico. D) Isenção de pena por perdão judicial. E) Está acobertada por obstáculo invencível à condenação porque a ingestão do medicamento afastou a chamada actio libera in causa. Resposta: B 92. O agente pode cometer o crime embriagado, consumir bebida alcoólica para praticá-lo ou, no momento do fato, estar embriagado involuntariamente. É correto afirmar que, para o Direito Penal, a embriaguez preordenada traz a seguinte consequência: A) exclui a imputabilidade B) constitui causa atenuante C) exclui a culpabilidade se completa. D) constitui causa agravante genérica E) é uma causa de exclusão da ilicitude. Resposta: D 93. O tipo penal de embriaguez em que o agente se embriaga com o propósito de adquirir condições psíquicas que favoreçam a prática criminosa é conhecida como: A) Habitual B) Patológica C) culposa. D) preordenada. E) preterdolosa. Resposta: D 94. Um jovem religioso, fervoroso e abstêmio, durante uma comemoração de casamento, ingeriu aguardente. Transtornado e embriagado, agrediu sua companheira com golpes de faca, completamente descontrolado. A situação acima descreve um exemplo de embriaguez A) por força maior. B) dolosa. C) preterdolosa. D) proveniente de caso fortuito. E) acidental. Resposta: D 95. Em regra, consideram-se autores de um delito aqueles que praticam diretamente os atos de execução, e partícipes aqueles que atuam induzindo, instigando ou auxiliando a ação dos autores principais. No entanto, é possível que um agente, ainda que não participe diretamente da execução da ação criminosa, possa ter o controle de toda a situação, determinando a conduta de seus subordinados. Nessa hipótese, ainda que não seja executor do crime, o agente mandante poderá ser responsabilizado criminalmente. Essa possibilidade de responsabilizar o mandante pelo crime decorre da teoria A) da acessoriedade limitada. B) do favorecimento. C) do domínio do fato. D) pluralística da ação. E) da causação. Resposta: C 96. Segundo o Código Penal brasileiro, bem como o entendimento dos Tribunais Superiores, sobre o concurso de pessoas, A) se a participação no crime for de menor importância, isenta o agente da pena. B) a pena imposta aos autores do crime será a mesma, independentemente de um dos concorrentes participar de crime menos grave. C) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda quando elementares do crime. D) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado. E) para caracterizar o concurso, basta que duas ou mais pessoas concorram para a prática delituosa, não sendo necessária a identificação dos corréus. Resposta: E 97. “A e B, imputáveis, resolvem cometer um roubo em um estabelecimento comercial na companhia do menor M, mediante emprego de um revólver eficaz e completamente municiado. Na ocasião programada, A conduz os demais comparsas e estaciona em local estratégico próximo ao estabelecimento comercial para facilitar a fuga e dificultar que testemunhas anotem a placa do veículo. B e M descem do veículo, entram no estabelecimento comercial perto do horário do encerramento e anunciam o assalto. A vítima V reage e entra em luta corporal com os agentes. Para pôr fim à briga, M efetua três disparos de arma de fogo e foge, em seguida, na companhia de B sem nada subtrair do estabelecimento comercial. V morre em função dos disparos de arma de fogo que lhe atingiram. B e M entram rapidamente no veículo conduzido por A, que empreende rápida fuga do local.” Sobre a punibilidade de A, assinale a alternativa correta. A) A responde por latrocínio consumado em concurso formal com corrupção de menor, sem incidência da causa de diminuição de pena da participação de menor importância. B) A responde por roubo majorado pelo concurso de agentes e pelo emprego de arma de fogo em concurso formal com corrupção de menor, já que houve um excesso por parte do menor M em relação ao plano inicial, excesso que não deve ser imputado a A. C) A responde por roubo majorado pelo concurso de agentes e pelo emprego de arma de fogo, com a incidência da causa de diminuição de pena prevista no art. 29, §1°, do Código Penal, em função da participação de menor importância, em concurso material com corrupção de menor. D) A responde por latrocínio tentado (artigo 157, §3°, parte final, combinado com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal) em concurso material com corrupção de menor, na medida em que não houve a consumação do crime de latrocínio em virtude de não ter havido a subtração de coisa alheia móvel. Resposta: A 98. João e Maria foram casados por cinco anos e, após o divórcio, continuaram a residir no mesmo lote, porém em casas diferentes. Certo dia, João, depois de ingerir bebidas alcoólicas, abordou Maria em um ponto de ônibus e, movido por ciúmes, iniciou uma discussão e a ameaçou de morte. Maria, ao retornar para casa à noite depois do trabalho, encontrou o ex-marido ainda embriagado; ele novamente a ameaçou de morte, acusando-a de traição. Ela foi à delegacia e registrou boletim de ocorrência acerca do acontecido, o que ensejou início de procedimento criminal contra João. Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da jurisprudência dos tribunais superiores. A) A embriaguez voluntária de João poderá ser considerada excludente de culpabilidade caso ele comprove que estava em estado de plena incapacidade nos momentos das ameaças. B) A conduta de João configura crime continuado, porque ele praticou dois crimes de ameaça, com idêntica motivação e propósito, em condições semelhantes de tempo, lugar e modo de agir. C) João não poderá ser submetido à prisão preventiva, dado que a pena máxima para o crime de ameaça é de seis meses de detenção. d) A ameaça é um crime formal, que não exige resultado naturalístico, por isso é incabível indenização a título de danos morais a Maria. E) Por ser a ameaça um crime de menor potencial ofensivo, João, se condenado, poderá ser beneficiado com a substituição da pena de detenção por pena restritiva de direitos. Resposta: B 99. Tendo em vista as normas referentes ao concurso de crimes, previstas no Código Penal, assinale a alternativa correta. A) No crime continuado, que se caracteriza quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, aplicar-se-á a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços). B) No concurso formal, que se caracteriza quando o agente, mediante duas ou mais ações, pratica 2 (dois) ou mais crimes, aplicar-se-á a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 (um sexto) até a metade. C) No crime continuado, tratando-se de crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais
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