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Educação em Rede

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Fundamentos da 
Educação a Distância
Educação em Rede
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dr. Rosangela Bonici 
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução
• Educação em Rede
• O Conhecimento em Rede
• Comunidades em Rede
• As Comunidades Virtuais de Aprendizagem
• A Educação a Distância Mediada por Ambientes Virtuais 
• Conclusão
Fonte: Thinkstock/Getty Im
ages
Objetivos
• Compreender o conhecimento em rede. 
• Conceituar e identificar as comunidades em rede.
• Perceber que a educação a distância é mediada por ambientes virtuais. 
• Entender a aprendizagem nas comunidades virtuais para tal fim. 
Educação em Rede
UNIDADE 
Educação em Rede
Contextualização
A evolução tecnológica que aconteceu após a invenção do computador e da internet 
permitiu uma mudança radical na forma com que nos comunicamos. No Report of 
the special rapporteur on the promotion and protection of the right to freedom 
of opinion and expression, Frank La Rue, publicado em 2011, a Organização das 
Nações Unidas (ONU) declarou que o acesso à rede é um direito fundamental do ser 
humano, mostrando, assim, o grau de importância que o mundo virtual tem em nossa 
vida concreta.
Vivemos na Era Digital e quer queira, quer não, o mundo está, de alguma forma, 
conectado. Além de alterar nossa vida concreta, as tecnologias trazem mudanças 
significativas à educação. Tais recursos têm lançado novos paradigmas sobre o ensino. 
A principal questão que se apresenta, hoje, para os educadores, é como utilizar os 
recursos tecnológicos de maneira eficiente, do ponto de vista pedagógico.
Dessa forma, é importante conhecermos e estudarmos a educação em rede e as 
possibilidades que esta apresenta para a educação do século XXI.
6
7
Introdução 
Nesta Unidade veremos o que é educação em rede, conhecimento em rede, 
comunidades em rede, comunidades virtuais de aprendizagem e ambientes virtuais de 
aprendizagem.
Aprimore seus conhecimentos.
Educação em Rede 
Que tal iniciarmos nossos estudos sobre educação em rede com um vídeo de José 
Mário? Este vídeo contextualiza de uma maneira simples e didática o que é educação e 
conhecimento em rede.
Confira o vídeo Conhecimento em Rede e entenda mais sobre o assunto: https://goo.gl/tq0KlX
Durante a Revolução Industrial, os valores então reinantes eram os de um glorioso 
mundo mecanizado, que Frederick Taylor transformou em forma de organização ideal. 
Tal modo de pensar o mundo manifestou-se e propagou-se na estrutura das escolas 
que, por meio da organização espacial – alunos em fila – e do controle do tempo – sinal 
para entrar e sair, a instrução de ouvir e responder, a apresentação de conteúdos fora 
de contextos, a proliferação de disciplinas artificialmente separadas, a memorização e 
reprodução de textos inertes –, consolidaram um modelo educacional com currículos 
rígidos e que buscavam adaptar o homem moderno às necessidades das indústrias.
Saiba mais sobre Frederick Taylor: https://goo.gl/bWmMjm
Na sociedade da informação e do conhecimento, a metáfora da máquina já não tem 
sentido como modelo inspirador da educação e aprendizagem. A metáfora que agora 
parece nos inspirar é a da rede. A ideia de rede constitui uma imagem emergente para a 
representação do conhecimento, inspirada, em grande parte, nas tecnologias informacionais.
Dito de outra forma, a metáfora da máquina valorizava o individualismo, a ausência 
de contextos, a rotina, a mecanização, a passividade; ao passo que a metáfora da rede 
valoriza a comunidade, a interação, os contextos, a complexidade, o fluxo, a mudança.
Em um ambiente mecanicista, o aluno aprendia isolado, inserido em uma multidão 
de outros estudantes igualmente isolados. Construía sua aprendizagem e era avaliado 
sozinho. Esse sistema o tornava individualista porque era penalizado se não o fosse. 
Nos ambientes em rede, os alunos, membros de comunidades, sentem que a 
construção de seus conhecimentos é uma aventura coletiva. Vão aprendendo que o 
construído no coletivo, muitas vezes, não seria possível se realizado solitariamente. 
Aprendem que fazem parte de comunidades e que o partilhado é, afinal, importante 
para o que compartilham com as outras. Vão aprendendo que o seu próprio valor para 
uma comunidade depende não apenas de si, como seres isolados, mas também da 
forma como podem contribuir para o coletivo. 
7
UNIDADE 
Educação em Rede
Em um mundo inspirado pelas redes e enriquecido pelo recurso das tecnologias 
da informação e comunicação, deve-se tornar possível a construção de saberes pelos 
próprios alunos, em ambientes ativos e culturalmente ricos – lugares que raramente 
existem no contexto escolar que conhecemos. 
As tecnologias de informação e comunicação potencializam a construção de novos 
conhecimentos à medida que facilitam o acesso às informações e dados em quantidade 
e velocidade antes inimagináveis. Todavia, o processo de conhecer, como o entendemos 
atualmente, não é sinônimo de informação, passa necessariamente pela construção de 
significados, representações e ações cognitivas complexas.
O fato de as informações estarem disponíveis não garante o conhecimento. 
O processo de conhecer aciona faculdades cognitivas, como as apontadas por Lévy 
(2000): perceber, imaginar e manipular.
Lévy (2000, p. 157) descreve a capacidade de perceber como:
A faculdade de percepção ou do reconhecimento de formas é caracterizada por sua 
grande rapidez. O sistema cognitivo se estabiliza em uma fração de segundos na 
interpretação de uma determinada distribuição de excitação dos captadores sensoriais. 
Reconhecemos imediatamente uma situação ou um objeto, encontramos a solução 
de uma situação ou um objeto, encontramos a solução de um problema simples, sem 
que para isto tenhamos que recorrer a uma cadeia de deduções conscientes. Nisto, 
somos exatamente como os outros animais. A percepção imediata é a habilidade 
cognitiva básica.
Em relação à faculdade de imaginar, ou de fazer simulações mentais do mundo 
exterior, esse teórico diz ser
[...] um tipo particular de percepção, desencadeada por estímulos internos. Ela nos 
permite antecipar as consequências de nossos atos. A imaginação é a condição da 
escolha da decisão deliberada: o que aconteceria se fizéssemos isto ou aquilo? Graças 
a esta faculdade, nós tiramos partido de nossas experiências anteriores. A capacidade 
de simular o ambiente e suas reações tem, certamente, um papel fundamental para 
todos os organismos capazes de aprendizagem (LÉVY, 2000, p. 157). 
Por fim, diz que dispomos de uma faculdade operativa, ou manipulativa, que seria 
muito mais específica da espécie humana que as anteriores: 
A aptidão para a bricolagem é a marca distintiva do homo faber (ainda que haja 
apenas uma diferença de grau em relação às performances dos animais, em 
particular daqueles que servem-se de seus membros anteriores para outros fins que 
não a locomoção). Este poder de manejar e de remanejar o ambiente irá mostrar-
se crucial para a construção da cultura, o pensamento biológico ou abstrato sendo 
apenas um dos aspectos, variável e historicamente datado, dessa cultura. Na verdade, 
é porque possuímos grandes aptidões para manipulação e bricolagem que podemos 
trafegar, reordenar e dispor parcelas do mundo que nos cerca de tal forma que elas 
acabem por representar alguma coisa. Agenciamos sistemas semióticos da mesma 
forma como trabalhamos o sílex, como construímos cabanas de madeira ou barcos. 
As cabanas servem para abrigar-nos, os barcos para navegar, os sistemas semióticos 
para representar (LÉVY, 2000, p. 157-158).
8
9
O Conhecimento em Rede 
O conhecimento em rede permite que pessoas, mediante a troca de informações, 
experiências e/ou interações, liguem-se e se religuem a todo momento, possibilitando 
processos de aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar. Esse conhecimento 
ocorre a partir do respeito às diversidades presentes nosambientes de interação. 
Conseguimos avançar quando analisamos a metáfora da rede sob a perspectiva das 
relações construídas a partir de interações de significados. Para compreender melhor 
esse processo, imaginemos uma rede como a da figura abaixo:
Figura 1 – Conhecimento em rede
Fonte: iStock/Getty Images
Machado (2005) sintetiza a dinâmica dos processos cognitivos que geram o 
conhecimento em rede a partir dos seguintes tópicos:
 · Compreender é apreender o significado; 
 · Apreender é vê-lo em suas relações com os outros objetos e/ou 
acontecimentos. Os significados constituem os feixes de relações;
 · As relações entretecem-se e articulam-se em teias, em redes, construídas 
social, individualmente e em permanente estado de atualização; 
 · Em ambos os níveis – individual e social – a ideia de conhecer assemelha-se 
à de enredar.
Assim, a rede descrita subsiste em um espaço de representações, constitui uma 
teia de significados. Os pontos – nós – são significados – de objetos, pessoas, lugares, 
proposições, teses etc., enquanto as ligações são relações entre nós, não subsistindo 
isoladamente, mas apenas enquanto pontes entre pontos (MACHADO, 2005, p. 139). 
Essa forma de pensar muda substancialmente nosso modo de perceber a educação, 
os processos de ensinar e aprender. Por outro lado, a quantidade de informações 
disponíveis, principalmente nos ambientes virtuais, precisa ser organizada e mapeada a 
9
UNIDADE 
Educação em Rede
partir de mecanismos de acesso e organização. 
Em entrevista ao programa Roda Viva, em 2001, Pierre Lévy enfatiza a necessidade 
de buscarmos desenvolver a competência de filtrar informações e de assumirmos nossa 
autonomia de decisão sobre o como e o quê, de fato, interessa-nos.
Confira a entrevista que Pierre Lévy cedeu para o programa Roda Viva. 
Disponível em: https://goo.gl/eaGdOL
Nosso grande desafio nesse processo não é somente aprender constantemente, 
mas também ensinar, ou seja, criar e alimentar relações coletivas que viabilizem a 
autonomia individual e fortifiquem o coletivo. Mais do que nunca, precisamos aprender 
a viver em comunidade.
Comunidades em Rede
Muitos autores têm ressaltado a importância dos meios de comunicação que, em 
função de sua ação, modificam o espaço, o tempo e as relações entre as várias partes da 
sociedade. Assim, a comunicação mediada por computador vem afetando a sociedade, 
influenciando a vida das pessoas e a noção de comunidade. As comunidades mediadas 
por computador são chamadas de comunidades virtuais. Ou seja, comunidade virtual 
seria o termo utilizado para os agrupamentos humanos que surgem no ciberespaço e 
mantêm relações sociais.
Rheingold (1994) foi o primeiro autor a difundir o conceito de comunidade 
virtual, definindo-a como agregados sociais que surgem da rede – internet – quando 
uma quantidade suficiente de pessoas leva adiante discussões públicas durante um 
determinado tempo, com suficientes sentimentos humanos, a fim de formar redes de 
relações pessoais no ciberespaço.
Para Recuero (2001) comunidade virtual seria o termo utilizado para agrupamentos 
humanos que surgem no ciberespaço e se relacionam entre si. As características principais 
da comunidade virtual seriam: interatividade e permanência – que é o sentimento de 
pertencimento ao grupo. 
As comunidades virtuais são redes eletrônicas de comunicação interativa autodefinidas, 
organizadas em torno de um interesse ou finalidade compartilhados. Podem abarcar 
e integrar diferentes formas de expressão, bem como a diversidade de interesses, 
valores e imaginações, inclusive a expressão de conflitos, devido às suas diversificações, 
multimodalidades e versatilidades. O desenvolvimento de comunidades virtuais se apóia 
na interconexão e se constitui por meio de contatos e interações de todos os tipos 
(SCHLEMMER; CARVALHO, 2005, p. 2).
Para Lévy (1999) o “dilúvio de informações”, ao qual estamos expostos, acaba 
por favorecer a criação de grupos, comunidades que se aproximam por interesses 
comuns, gerando as “comunidades virtuais”. Tais comunidades criam diferentes formas 
de relacionamento entre os indivíduos, ampliam as relações e expandem os processos 
educacionais para além dos muros das escolas. 
10
11
A criação de comunidades virtuais é orientada pelo crescimento do ciberespaço, a 
interconexão e a inteligência coletiva. Lévy (1999) diz ainda que a “[...] interconexão 
constitui a humanidade em um contínuo sem fronteiras [...]”, todos no mesmo “[...] banho 
de comunicação interativa [...] tece um universal por contato [...]” no ciberespaço. Um 
universal heterogêneo que cresce e expande filamentos, sem totalidade. Interconexão, 
comunidade virtual e inteligência coletiva são aspectos de um universal por contato.
Ainda segundo esse autor, a comunidade virtual é construída sobre afinidades de 
interesses, de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de cooperação ou 
de troca, independentemente das proximidades geográficas e das filiações institucionais. 
Cabe a essa estabelecer as normas de convivência, a sua netiqueta e não encorajar 
o anonimato. Assim como nas comunidades presenciais, podem surgir afinidades, 
amizades, conflitos, manipulações e enganações.
Entenda melhor sobre o conjunto de normas de convivência conhecida como Netiqueta.
Disponível em: http://goo.gl/KBXv70
As comunidades virtuais exploram novas formas de opinião pública, nas quais 
ocorrem contatos e interações de todos os tipos. Trata-se de um coletivo mais ou menos 
permanente que se organiza, interconectado, por meio do novo correio eletrônico mundial. 
“Comunidade atual seria a expressão muito mais adequada para descrever os fenômenos 
de comunicação coletiva no ciberespaço do que comunidade virtual” (LÉVY, 1999).
As comunidades virtuais se constituem de grupos de pessoas interconectadas em 
busca da inteligência coletiva, ou seja, é uma inteligência coletiva em potencial. Um 
grupo humano se interessa em constituir-se como comunidade virtual para aproximar-se 
do ideal do coletivo inteligente, mais imaginativo, mais capaz de aprender e inventar. 
A virtualização e/ou desterritorialização das comunidades no ciberespaço são condições 
para haver inteligência coletiva em grande escala. 
A inteligência coletiva é o terceiro princípio da cibercultura. O ciberespaço é a 
ferramenta de organização de comunidades de todos os tipos, de modo que o melhor 
uso do ciberespaço pode ser alcançado ao se colocar em sinergia os saberes, as 
imaginações e as energias espirituais daqueles de estão conectados a esse. A cibercultura 
é a expressão da aspiração de construção de um laço social, fundado sobre a reunião 
em torno de centros de interesses comuns, no compartilhamento de informações, na 
cooperação e nos processos de colaboração. 
Com uma visão mais objetiva, Palloff e Pratt (2004) citam Preece ao afirmarem que
[...] comunidade on-line consiste em pessoas, em um objeto, em políticas comuns 
e nos sistemas de computador. As pessoas interagem socialmente quando tentam 
satisfazer suas próprias necessidades ou desempenhar papéis especiais, como os de 
líder ou de moderador. 
11
UNIDADE 
Educação em Rede
As Comunidades Virtuais de Aprendizagem
As comunidades virtuais podem ter diferentes objetivos, mas neste momento daremos 
atenção às comunidades virtuais de aprendizagem. Mas o que são? 
A expressão comunidade virtual de aprendizagem é muito utilizada para designar 
grupos no ciberespaço que, por meio de interação on-line, desenvolvem aprendizagens.
As comunidades virtuais de aprendizagem realizam comunicações interativas onde 
as normas, os valores e os comportamentos são definidos na própria comunidade; 
a aprendizagem é cooperativa e todos os sujeitos têm o mesmo direito de participação, 
assumindo papéis ativos na construção de seus conhecimentos e de acordo com o tema 
da comunidade, de modo que o educador assume o papel de orientador.
Silva (2005) compreende as comunidades virtuais de aprendizagem como centradas 
no aluno enas quais o processo de ensino-aprendizagem se daria pela interação direta 
com os conteúdos; pela participação ativa na pesquisa e exploração de informação; 
pelo estabelecimento de uma relação direta com os criadores do conhecimento; pelo 
confronto e divisão da diversidade de interpretações; pelo apoio docente ao aluno, no 
desempenho de uma tarefa cognitiva complexa.
Para Figueiredo (2002) nos ambientes em rede, os “alunos-nós-de-rede”, membros de 
comunidades virtuais de aprendizagem, sentem que a construção de seus conhecimentos 
é uma aventura coletiva – uma jornada onde constroem os seus saberes, mas onde 
contribuem, igualmente, para a construção dos saberes dos outros.
À medida que a aventura se renova, vão aprendendo que cada um vale, não apenas 
por si, mas pela forma como se relaciona com os outros – entendem que no coletivo 
constroem o que nunca ou ninguém conseguiria construir sozinho. Vão aprendendo 
também que fazem parte, em simultâneo, de muitas comunidades e que o partilhado é, 
afinal, importante para o que partilham com as outras pessoas. Vão aprendendo que o 
seu próprio valor para uma comunidade depende não apenas de si, como seres isolados, 
mas também da forma como podem contribuir para essa em função de fazerem parte 
de tal comunidade. 
Conforme Passarelli (2003), as comunidades virtuais de aprendizagem foram gestadas 
no espaço midiático da internet e representam novas possibilidades para o processo de 
ensino e aprendizagem, tanto no âmbito da educação formal – escolas tradicionais –, 
como no da educação não formal – comunitária, para a vida.
De acordo com Palloff e Pratt (1999), as especificidades das comunidades virtuais de 
aprendizagem seguem os seguintes pressupostos: 
 · Destinar-se a interesses comuns a todos os sujeitos participantes; 
 · Ênfase no trabalho em equipe; 
 · Centrar sua dinâmica nos objetivos a serem alcançados;
 · Todos os sujeitos têm o mesmo direito de participação;
12
13
 · Normas, valores e comportamentos são definidos na própria comunidade; 
 · O educador assume o papel de orientador e animador da comunidade; 
 · A aprendizagem é cooperativa/colaborativa; 
 · O sujeito assume o papel ativo na construção de seu conhecimento, de 
acordo com o tema da comunidade; 
 · Interação permanente.
Aprendizagem nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem 
Ter uma comunidade virtual de aprendizagem constituída não garante a aprendizagem 
entre seus membros. 
A sociabilidade e a sensação de pertencimento ao grupo, ambas proporcionadas 
pela comunidade virtual de aprendizagem, resultam em aprendizagem. Dito de outra 
forma, a interação entre os participantes cria espaços que privilegiam a coconstrução do 
conhecimento e, também, a consciência da ética ao interagir no conhecimento de outra 
pessoa. Isto significa uma nova concepção de aprendizagem.
Palloff e Pratt (1999) propõem seis palavras-chave para haver aprendizagem 
em uma comunidade on-line: honestidade, correspondência, pertinência, respeito, 
franqueza e autonomia.
Em sua pesquisa, Bonici (2013) estudou o modelo de Comunidade de Inquirição 
(COI) proposto por Garrison, Anderson e Archer (2000), visando perceber a eficácia da 
aprendizagem on-line quando se trabalha em comunidades virtuais. O objetivo principal 
desse modelo foi identificar e propor uma nova abordagem educacional, baseada nas 
redes de aprendizagem assíncronas e colaborativas a distância, utilizadas no Ensino 
Superior (GARRISON; ARBAUGH, 2007).
Bonici (2013) assume que o aprendizado on-line eficaz requer o desenvolvimento 
de uma comunidade que ofereça suporte à investigação significativa e à aprendizagem 
aprofundada, difícil de se conseguir no ambiente on-line. O modelo ainda pressupõe que 
a aprendizagem ocorre por meio da relação entre três componentes principais: presença 
social, presença de ensino e presença cognitiva, as quais se influenciam mutuamente.
PRESENÇA
SOCIAL
PRESENÇA
COGNITIVA
PRESENÇA
DE ENSINO
Experiência
educacional
Suporte
do discurso
Negociação 
do Clima Social
Seleção 
dos conteúdos
Meio de comunicação
Figura 2 – Modelo das comunidades de inquirição
Fonte: Garrison, Anderson e Archer (2000)
13
UNIDADE 
Educação em Rede
Definiremos cada um desses componentes do modelo COI.
As Presenças Social, de Ensino e Cognitiva
O primeiro componente do modelo COI, a presença social, refere-se ao grau que 
os estudantes se sentem social e emocionalmente conectados uns aos outros em um 
ambiente on-line. Pode ser entendido como “[...] a capacidade que os participantes 
têm de projetar suas características pessoais na comunidade on-line, apresentando-se 
aos outros participantes como ‘pessoas reais’’’ (GARRISON; ANDERSON; ARCHER, 
2000, p. 89). A presença social ajuda os participantes a interagirem de forma cordial 
e agradável no grupo, levando à permanência no curso e contribuindo, assim, para o 
sucesso da experiência educacional. Parece ainda facilitar os objetivos cognitivos, pois 
leva os estudantes a se sentirem seguros para se comunicarem abertamente.
A presença de ensino consiste na concepção, facilitação e direcionamento de processos 
cognitivos e sociais, objetivando que o estudante alcance resultados de aprendizagem. 
Para se criar tal presença em contextos de cursos on-line, o professor deve exercer três 
papéis principais: o primeiro diz respeito ao design e à organização do curso; o segundo 
refere-se ao discurso facilitador; e o terceiro relaciona-se às instruções diretas fornecidas 
aos estudantes.
A presença de ensino começa antes do início do curso, no momento em que o 
professor concebe e prepara o plano do curso, continuando quando esse profissional 
facilita o discurso e fornece instruções diretas, sempre que solicitadas pelos estudantes. 
A presença cognitiva é a menos pesquisada e compreendida das três presenças, 
no entanto, é a que leva ao âmago de uma comunidade de investigação. O elemento 
básico para o sucesso no ensino on-line é a presença cognitiva, que é entendida como 
a capacidade de os estudantes construírem conhecimentos por meio da reflexão e da 
comunicação entre os participantes da comunidade. 
O pensamento crítico é visto como um processo holístico e multifacetado que se 
associa a um evento disparador seguido por deliberação, percepção, concepção e ação. 
Os autores entendem que os pensamentos crítico e de inquirição correspondem a um 
processo reflexivo interno da mente. O modelo assume um processo iterativo e uma 
relação recíproca entre os mundos pessoais e compartilhados, ou seja, há uma sinergia 
entre reflexão e ação comunicativa, constituindo o pensamento crítico e a integração de 
deliberação e ação. 
14
15
A Educação a Distância Mediada por 
Ambientes Virtuais 
É bom lembrar que as comunidades virtuais de aprendizagem não se opõem às 
comunidades físicas, pois possuem dinâmicas e regras diferentes de interação e, se utilizadas 
da forma correta e com objetivos claros, levam à aprendizagem da mesma forma. 
Percebemos uma mudança de cultura como consequência de alterações nos processos 
de comunicação. Vivenciamos o nascimento da cultura da virtualidade real. A educação a 
distância mediada por ambientes virtuais, ou ainda, Ambientes Virtuais de Aprendizagem 
(AVA) fazem parte dessa nova cultura.
Para Ribeiro, Mendonça e Mendonça (2007) o AVA detém a função de mediação 
do conhecimento e gestão pedagógica. São softwares elaborados com o objetivo de 
disponibilizar para o aluno diversas ferramentas para promover a sua aprendizagem, 
possuindo como principais vantagens:
[...] a interação entre o computador e o aluno; a possibilidade de se dar atenção individual 
ao aluno; a possibilidade do aluno controlar seu próprio ritmo de aprendizagem, 
assim como a sequência e o tempo; a apresentação dos materiais de estudo de modo 
criativo, atrativo e integrado, estimulando e motivando a aprendizagem; a possibilidade 
de ser usada para avaliar o aluno (RIBEIRO; MENDONÇA; MENDONÇA, 2007, p. 5).
Para Haguenauer, Lima e Cordeiro Filho(2010) o AVA é uma ferramenta com 
dimensão pedagógica, em que o professor disponibiliza vários recursos para o aluno, 
como textos, aulas, cronogramas e exercícios.
Para aprofundar a dinâmica das relações sociais, o docente pode empregar fóruns 
temáticos, chats agendados e grupos de discussão. Por meio de pesquisas orientadas é 
possível trocar experiências, tirar dúvidas e expor os resultados para todos os participantes.
A comunicação pode ser fomentada de modo síncrono, ou seja, em tempo real; 
ou assíncrono, quando alunos, professores e colegas podem efetuar a comunicação em 
tempos distintos, como em fóruns de discussão.
A linguagem utilizada deve ser diversificada, ou seja, intercalar textos acadêmicos e 
informais, propiciando maior aproximação entre os participantes. É essencial tornar o 
ambiente de aprendizagem um espaço “vivo” e atrativo para alunos e professores. 
O AVA deve ser um espaço de cooperação e colaboração, que elimine a sensação 
de isolamento, o desânimo, a ansiedade e a desmotivação. Deve ser um lugar destinado 
à transmissão do saber a uma comunidade de aprendizagem, em que docentes e discentes 
estão envolvidos diretamente no processo e desenvolvem habilidades profissionais, 
técnicas e psicológicas.
15
UNIDADE 
Educação em Rede
Conclusão
Nesta Unidade vimos que a educação em rede começa a se firmar com o advento 
dos computadores e da internet, potencializando a construção do conhecimento pelo 
próprio aluno. 
Vimos que o conhecimento em rede, por meio da troca de informações, permite 
experiências e interações para que pessoas se liguem e religuem a todo momento, o 
que possibilita a aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar. Porém, para que 
a aprendizagem se faça, é necessário saber mapear e organizar a informação a fim 
de que se transforme em conhecimento. Os professores devem levar os estudantes ao 
desenvolvimento dessas habilidades, de modo que adquiram o conhecimento esperado e 
necessário para viverem na sociedade da informação e do conhecimento. 
Vimos também que as comunidades em rede, ou comunidades mediadas por 
computador, ou ainda comunidades virtuais, são agrupamentos humanos que surgem 
no ciberespaço e mantêm relações sociais.
Entre os vários objetivos das comunidades virtuais, destacamos as comunidades 
virtuais de aprendizagem, que podem ser descritas, de forma simplificada, como 
grupos no ciberespaço que, por meio de interação on-line, desenvolvem aprendizagens. 
Tais comunidades são centradas no aluno e no processo de ensino e aprendizagem.
É importante notar que fazer parte de uma comunidade virtual de aprendizagem 
necessariamente não garante a aprendizagem entre seus membros. Para haver 
aprendizagem é necessário, entre outras condições, que os membros da comunidade 
se socializem, que tenham a sensação de pertencimento, que interajam, que criem 
espaços de construção do conhecimento de forma ética, respeitando as opiniões dos 
demais participantes.
Com a educação a distância surge a necessidade de disponibilizar no ciberespaço 
materiais e ferramentas para promover a aprendizagem, assim aparecem os ambientes 
virtuais, ou ainda os AVA, cuja função é a mediação do conhecimento e a gestão 
pedagógica. Nesses recursos o professor pode disponibilizar para o aluno, textos, 
aulas, cronogramas, exercícios, propor fóruns temáticos, chats agendados e grupos de 
discussão, onde a interação entre discente e docente pode ser síncrona – em tempo real 
– ou assíncrona – a qualquer tempo.
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Conhecimento em rede
No vídeo, o professor Nilson Jose Machado nos fala sobre o conhecimento em rede.
http://goo.gl/l08yE8
 Leitura
Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva
Em seu artigo, Rogério Costa, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, trata 
da transmutação do conceito de “comunidade” para “redes sociais”.
http://goo.gl/o1mNrl
17
UNIDADE 
Educação em Rede
Referências
BONICI, R. M. C. Análise da disciplina on-line de Probabilidade e estatística: o 
modelo de comunidade de inquirição e a educação estatística no Ensino Superior. 2013. 
Tese (Doutorado) - Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2013.
FIGUEIREDO, A. D. de. Redes e educação: a surpreendente riqueza de um conceito. 
In: Redes de aprendizagem, redes de conhecimento. Lisboa, Portugal: Conselho 
Nacional de Educação do Ministério da Educação, 2002.
GARRISON, D. R.; ANDERSON, T.; ARCHER, W. Critical inquiry in a text-based 
environment: computer conferencing in Higher Education. The Internet and Higher 
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