Buscar

37798650-improbidade-administrativa-lei-n-8-429-1992-e-lei-n-13-655-2018

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LEI N. 8.429/1992 E LEI N. 
13.655/2018
Livro Eletrônico
2 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018 ............................3
1. Módulo - Improbidade Administrativa ..........................................................................3
Aplicação da Lei de Improbidade aos Agentes Políticos ..................................................5
Competência para Julgamento e Prevenção ...................................................................6
Natureza Jurídica do Acordo de Não Persecução Cível .................................................22
Ressarcimento do Patrimônio Público ..........................................................................22
2. LINDB e Lei n. 13.655/2018 ......................................................................................27
Cláusula Geral de Consensualidade ............................................................................. 30
Responsabilização do Agente Público por Infração Hermenêutica ............................... 30
Questões de Concurso .................................................................................................. 31
Gabarito ...................................................................................................................... 40
Gabarito Comentado ..................................................................................................... 41
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LEI N. 8.429/1992 E 
LEI N. 13.655/2018
1. Módulo - IMprobIdade adMInIstratIva
Se tem um tema que com certeza vai cair na sua prova é IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
Mas fique tranquilo: o assunto é muito interessante e a lei é bem tranquila de se estudar.
Vamos lá!!!
A lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992 dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes pú-
blicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função 
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.
De início, vamos ao conceito: o que é improbidade?
Improbidade é a imoralidade administrativa especialmente qualificada. Constitui-se como 
um ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da Administração Pública no Brasil, come-
tido por agente público, durante o exercício de função pública ou decorrente desta e da qual 
possa gerar dano ao erário, enriquecimento ilícito ou violação a princípios da administração 
pública
Possui previsão constitucional, derivando do princípio da moralidade administrativa 
(art. 37, caput, CF) e está regulamentada na Lei n. 8.429/92, conforme passamos a apresentar:
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
SUJEITO ATIVO:
Os atos de improbidade podem ser praticados por qualquer agente público, servidor 
ou não.
Aliás, reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação 
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior.
Para facilitar o seu estudo, apresentamos abaixo um pequeno quadro com as sub de vi-
sões de agente público lembrando que o conceito deve ser visto de forma ampla.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
POSSIBILIDADE DA PUNIÇÃO DE PARTICULARES:
As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo 
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie 
sob qualquer forma direta ou indireta.
Contudo é importante que você tenha em mente que para que haja a punição do particu-
lar é necessário obrigatoriamente a presença de um agente público envolvido. Isso porque a 
conduta do particular será acessória a do agente público o particular deverá induzir concorrer 
para a prática do ato de improbidade ou se beneficiar daquele ato.
Conforme entendimento do STJ, não há ação de improbidade administrativa ajuizada ex-
clusivamente em face de particular:
Não é possível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa exclusivamente em face de 
particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. De início, 
ressalta-se que os particulares estão sujeitos aos ditames da Lei n. 8.429/1992 (LIA), não sendo, 
portanto, o conceito de sujeito ativo do ato de improbidade restrito aos agentes públicos. Entretan-
to, analisando-se o art. 3º da LIA, observa-se que o particular será incurso nas sanções decorrentes 
do ato ímprobo nas seguintes circunstâncias: a) induzir, ou seja, incutir no agente público o estado 
mental tendente à prática do ilícito; b) concorrer juntamente com o agente público para a prática do 
ato; e c) quando se beneficiar, direta ou indiretamente do ato ilícito praticado pelo agente público. 
Diante disso, é inviável o manejo da ação civil de improbidade exclusivamente contra o particular.
Precedentes citados: REsp 896.044-PA, Segunda Turma, DJe 19/4/2011; REsp 1.181.300-PA, Se-
gunda Turma, DJe 24/9/2010. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/2/2014
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
aplIcação da leI de IMprobIdade aos agentes polítIcos
É pacífico no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que o conceito de agente 
público estabelecido no art. 2º da Lei n. 8.429/1992 abrange os agentes políticos, como pre-
feitos e vereadores, não havendo bis in idem nem incompatibilidade entre a responsabilização 
política e criminal estabelecida no Decreto-Lei 201/1967 e a responsabilização pela prática de 
ato de improbidade administrativa e respectivas sanções civis (art. 12 da LIA). REsp 1726431/
RS. Data do Julgamento: 14/08/2018. Relator(a): Ministro HERMAN BENJAMIN.
SUJEITOS PASSIVOS:
Podem ser vítimas de atos de improbidade administrativa:
1) a administração direta (União, Estados, o Distrito Federal e Municípios)
2) a administração indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal, dos Municípios, ou Território.
Assim, autarquias federais, estaduais, municipais ou distritais e fundações públicas fede-
rais, estaduais, municipais ou distritais podem ser vítimas de atos de improbidade adminis-
trativa.
3) Do mesmo modo, também podem ser vítimas de improbidade administrativa empresa 
incorporada ao patrimônio público ou entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorridoou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual. 
Nessa categoria estão incluídas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
4) Por fim, o parágrafo único do artigo primeiro, estabelece que estão também sujeitos 
às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade 
que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como 
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.
Contudo, nesta hipótese, a sanção patrimonial limitar-se-á à repercussão do ilícito sobre 
a contribuição dos cofres públicos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
coMpetêncIa para JulgaMento e prevenção
A Competência para julgamento será do juízo cível de primeira instância
Observe-se, ainda, que a propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as 
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Não há foro por prerrogativa de função. Logo se a improbidade administrativa for cometi-
da por vereador, prefeito, deputado, senador etc. a competência para julgamento será do juízo 
cível da primeira instância do local onde ocorreu o dano.
Obs.: � O Presidente da república que comete ato de improbidade administrativa responde 
por CRIME de responsabilidade, nos termos da Lei n. 1.079, de 10 de abril de 1950
LEI N. 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950 Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente 
da República que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra:
I – A existência da União:
II – O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos 
Estados;
III – O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:
IV – A segurança interna do país:
V – A probidade na administração;
Observe-se que a CRFB, em seu art. 86 estabelece que, admitida a acusação contra o 
Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a 
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o 
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
Assim, para evitar o BIS IN IDEM, o presidente será responsabilizado apenas nos termos 
da lei n. 1.079, de 10 de abril de 1950, a qual define os crimes de responsabilidade e regula o 
respectivo processo de julgamento.
JURISPRUDÊNCIA
Com exceção do Presidente da República, os agentes políticos sujeitam-se TANTO ao 
regime de responsabilização política (Crime de Responsabilidade – Lei 1.079/50), desde 
que ainda titular da função política, QUANTO à disciplina normativa da responsabilidade 
por Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992). Conclusão que se extrai do julgado 
AC 3585 AgR/RS.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
DEVERES DOS AGENTES PÚBLICOS
Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita ob-
servância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos 
assuntos que lhe são afetos.
SANÇÕES DECORRENTES DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
1) RESSARCIMENTO DO DANO
Segundo estabelece a lei, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
E, no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os 
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
2) INDISPONIBILIDADE DOS BENS
Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriqueci-
mento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao 
Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
OBJETO DA INDISPONIBILIDADE:
A indisponibilidade de bens recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento 
do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR DO DE CUJUS
No caso de morte do agente improbo, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio 
público ou se enriquecer ilicitamente estará sujeito às cominações desta lei até o limite do 
valor da herança.
SANÇÕES PREVISTAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A constituição Federal (art. 15) estabelece que é vedada a cassação de direitos políticos, 
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos 
do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
O art. 37, § 4º, por sua vez, estabelece que os atos de improbidade administrativa impor-
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos 
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação 
penal cabível.
OUTRAS SANÇÕES:
A lei prevê, em seu art. 12, uma serie de sanções, a depender da modalidade de ato de 
improbidade administrativa.
Contudo, para fins de studo, optamos por analisar, primeiramente, as modalidades de atos 
de improbidade administrativa e, na sequência, as penas respectivas.
CAPÍTULO II 
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
O capítulo II apresenta as 4 modalidades de atos de improbidade administrativa previstas 
na lei.
São elas:
• Atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito
• Atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário
• Atos de improbidade administrativa decorrentes de concessão ou aplicação indevida 
de benefício financeiro ou tributário
• Atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração 
pública
Feito isso, passemos à análise das diferentes espécies de atos de improbidade adminis-
trativa:
Seção I 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito au-
ferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, 
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilizaçãocivil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
I  – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra 
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou 
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por 
ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta 
ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas 
no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta 
ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao 
valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material 
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades menciona-
das no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a 
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de 
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer de-
claração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou 
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens forneci-
dos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função 
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio 
ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento 
para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por 
ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba 
pública de qualquer natureza;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
X  – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para 
omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo pa-
trimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Observe que o rol é meramente exemplificativo.
Os atos de improbidade administrativa que acarretam enriquecimento ilícito são os que 
possuem as sanções mais graves.
NATUREZA DAS AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
A ação de improbidade administrativa é uma ação de natureza cível, não obstante algu-
mas condutas também possam configurar crime.
Exemplos:
Corrupção passiva: Art.  317 - Codigo Penal - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
Prevaricação: Art. 319 Codigo Penal - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal etc.
A lei estabelece, em seu art. 22 que, para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério 
Público, de ofício, a  requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação 
formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito 
policial ou procedimento administrativo.
Assim, caso o Ministério Publico verifique que o ato de improbidade administrativa também 
se caracteriza como crime, poderá requisitar a instauração de inquérito policial.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
Seção II 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
A segunda modalidade de atos de improbidade administrativa refere-se aos atos de im-
probidade administrativa que causam prejuízo ao erário.
Assim, nos termos do art. 10 tem-se que constitui ato de improbidade administrativa que 
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patri-
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entida-
des referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, 
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
monial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de 
fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer 
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e 
regulamentares aplicáveis à espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio 
de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por 
parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço su-
perior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou 
aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII  – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades 
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de 
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018DIREITO ADMINISTRATIVO
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz res-
peito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de 
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das 
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços 
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação or-
çamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio par-
ticular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos 
pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, ren-
das, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada 
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamen-
tares aplicáveis à espécie;
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a obser-
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-
tas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades 
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para 
a sua aplicação irregular.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades 
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para 
a sua aplicação irregular.
Observa-se que, mais uma vez, estamos diante de um rol exemplificativo, de tal forma que, 
ainda que a situação caracerizadora da improbidade administrativa não esteja descrita nos 
incisos acima, teremos improbidade administrativa que causa lesão ao erário sempre que 
houver alguma ação ou omissão que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbara-
tamento ou dilapidação dos bens ou haveres pertencentes às pessoas jurídicas que podem 
ser vítimas de improbidade administrativa.
Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevi-
da de Benefício Financeiro ou Tributário
Trata-se de modalidade que não estava originariamente prevista na lei de improbidade 
administrativa.
É, no final das contas, modalidade de ato de improbidade administrativa que causa preju-
ízo ao erário, mas optou-se por criar um tipo específico.
Assim, segundo estabelece o art. 10-A, constitui ato de improbidade administrativa qual-
quer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário con-
trário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de 31 de julho 
de 2003.
Para melhor entender o conteúdo, vamos por partes:
Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003:
Essa lei dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência 
dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
O art.  8º-A proibiu que, em determinadas situações houvesse concessão de isenções, 
incentivos ou benefícios tributários ou financeiros.
Veja-se:
Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2%. (Incluído 
pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
§ 1º O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios tributários ou 
financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob 
qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decor-
rente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a que se 
referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar.
E quais seriam esses subitens?
Resposta: São eles:
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de constru-
ção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfura-
ção de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem 
e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, 
que fica sujeito ao ICMS).
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congê-
neres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do 
local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e 
aquaviário de passageiros
Assim, qualquer ação ou omissão que venha a conceder, aplicar ou manter benefício fi-
nanceiro ou tributário em desacordo com as regras acima mencionadas sujeitará o agente 
público (e o terceiro beneficiado) às sanções estabelecidas nesta lei
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
Seção III 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administra-
ção Pública
Por fim, chegamos ao nosso “cavalo de reserva”, ou seja: se o ato constitui-se em condu-
ta improba, mas NÃO SE ENQUADRA em nenhuma das hipóteses acima formuladas poderá 
haver a punição na modalidade atos de improbidade administrativa que atentam contra os 
princípios da administração pública.
Assim, para coibir condutas nitidamente imorais, mas que não acarretam enriquecimento 
ilícito nem prejuizo ao erário, criou-se a regra disposta no art 11
Vejamos:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativaque atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, impar-
cialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na 
regra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva 
permanecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva di-
vulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, 
bem ou serviço.
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de 
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. 
(Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de 
saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
do parágrafo único do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei n. 
13.650, de 2018)
CAPÍTULO III 
DAS PENAS
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na le-
gislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes comi-
nações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade 
do fato:
I - na hipótese do art. 9°,
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamen-te ao patrimônio, 
ressarcimento integral do da-no, quando houver, perda da função 
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, paga-
mento de multa civil de até três ve-zes o valor do acréscimo patrimo-
nial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber bene-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, 
ainda que por intermé-dio de pessoa jurídica da qual seja sócio majo-
ri-tário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10
ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acres-
cidos ilicitamente ao patrimô-nio, se concorrer esta circunstância, 
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a 
oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano 
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios 
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que 
por intermé-dio de pessoa jurídica da qual seja sócio majori-tário, 
pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11
ressarcimento integral do dano, se houver, per-da da função pública, 
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento 
de multa civil de até cem vezes o valor da remu-neração percebida 
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou rece-
ber bene-fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-
mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio 
majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) 
a 8 (oito) anos e multa ci-vil de até 3 (três) vezes o valor do benefício 
fi-nanceiro ou tributário concedido.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
IMPORTANTÍSSIMO: A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se 
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
RESUMO:
DOSIMETRIA DA SANÇÃO:
Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano cau-
sado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
Por fim, regstre-se que, para evitar dúvidas, a lei estabeelceu, em seu art. 21 que a aplica-
ção das sanções previstas nesta lei independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio 
público, salvo quanto à pena de ressarcimento ou da aprovação ou rejeição das contas pelo 
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO IV 
DA DECLARAÇÃO DE BENS
Com o ingresso no serviço público surgem uma série de deveres para o agente público. 
Dentre eles destaquem-se a obrigatoriedade da apresentação de declaração de bens bem 
como atualização constante de tais bens.
Tal regra foi criada com o objetivo de permitir que a administração pública acompanhe 
a evolução patrimonial do agente público de modo a coibir eventuais condutas ilegais, tais 
como enriquecimento ilícito por meio da prática de atos de improbidade administrativa.
Desse modo, a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação 
de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arqui-
vada no serviço de pessoal competente.
ABRANGÊNCIA DA DECLARAÇÃO
Teclado ação deve abranger todos os bens que comporão o patrimônio do agente públi-
co e para evitar dúvidas de interpretação a lei de improbidade administrativa estabeleceu de 
forma clara aqui a declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, 
ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no ex-
terior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou compa-
nheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, 
excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
ATUALIZAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE BENS
Declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar 
o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
SANÇÃO PELO DESCUMPRIMENTO DA NORMA
Segundo estabelece a lei de improbidade administrativa será punido com a pena de de-
missão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público 
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar 
falsa.
OUTRAS POSSIBILIDADES:
O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresen-
tada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilizaçãocivil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência 
contida no caput e no § 2º deste artigo.
Observe-se, entretanto, que tratando-se de informação referente à sigilo fiscal sua quebra 
só seria possível por meio de ordem judicial. Contudo caso o agente público deseja não há 
nenhum impedimento para a sua apresentação no órgão competente.
CAPÍTULO V 
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
INÍCIO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO:
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que 
seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
Constitui crime (previsto na lei de improbidade administrativa) a representação por ato de im-
probidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe 
inocente.
Para os penalistas, fica a dica: exige-se dolo DIRETO, ou seja: o agente sabe que o denun-
ciado não praticou ato de improbidade administrativa. A conduta “deve saber” não caracteriza 
o crime.
FORMA DE REALIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO:
A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação 
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que 
tenha conhecimento.
HIPÓTESES DE REJEIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO:
A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se 
esta não contiver as formalidades acima mencionadas.
DETALHE IMPORTANTE: A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos 
termos do art. 22 desta lei.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
DETERMINAÇÃO DE APURAÇÃO DOS FATOS
Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração 
dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos 
arts. 148 a 182 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor mi-
litar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
DEVERES DA COMISSÃO PROCESSANTE
Além da responsabilidade pela condução do processo administrativo, a comissão pro-
cessante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da 
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
PARITICPAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO OU TRIBUNAL DE CONTAS NO PROCESSO AD-
MINISTRATIVO
Segundo estabelece a eli (art. 15, parágrafo único) o Ministério Público ou Tribunal ou 
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o pro-
cedimento administrativo.
DECRETAÇÃO DO SEQUESTRO DE BENS:
Havendo fundados indícios de responsabilidade, a  comissão representará ao Ministé-
rio Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação 
do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado 
dano ao patrimônio público.
ABRANGÊNCIA DO PEDIDO:
Além da decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido 
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, a lei estabelece que, quando for o caso, 
o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações 
financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacio-
nais.
LEGITIMIDADE PARA AJUIZAMENTO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela 
pessoa jurídica interessada
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
Também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo 
da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar n. 
116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
Caso tenha sido ajuizada medida cautelar antecipatória, a ação deverá ser proposta no prazo 
de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
ACORDO DE NAO PERSECUÇÃO CÍVEL
O artigo 17, § 1º, da Lei n. 8.429/1992, em sua redação originária, vedava a celebração de 
transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.
Contudo, com a nova redação dada pela Lei n. 13.964/2019 (Lei Anticrime), em vigor des-
de o dia 23 de janeiro de 2020, referida norma passou a admitir expressamente a solução 
consensual.
Assim, estabelece o parágrafo primeiro do referido artigo:
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução 
cível, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Conforme ensina meu amigo Landolfo Andrade, a expressão “acordo de não persecução 
cível” designa a ideia de autocomposição na esfera de improbidade administrativa, que torna 
desnecessária a propositura ou a continuidade da ação eventualmente proposta com o obje-
tivo principal de impor sanções ao agente ímprobo. Por outras palavras, estabeleceu-se, no 
plano normativo, instituto de consensualidade e cooperação que permite a conciliação antes 
ou depois da propositura da ação de improbidade administrativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
natureza JurídIca do acordo de não persecução cível
O acordo de não persecução cível tem natureza jurídica de negócio jurídico, na medida em 
que depende da clara e livre manifestação de vontade das partes
ressarcIMento do patrIMônIo públIco
A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementa-
ção do ressarcimento do patrimônio público.
PARTICIPAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NAS AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINIS-
TRATIVA
No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que 
couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965 (lei de ação po-
pular).
Tal lei permite que as pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato 
seja objeto de impugnação se abstenham de contestar o pedido, podendo, inclusive, atuar ao 
lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo repre-
sentante legal ou dirigente.
ATUAÇÃO DO MINISTERIO PÚBLICO
Conforme mencionado, o Ministério Público e a pessoa jurídica interessada possuem le-
gitimidade para ajuizamento da ação.
Porém, caso o Ministério Público não esteja atuando no processo como parte, atuará obri-
gatoriamente, como fiscal da lei, sobpena de nulidade.
DOCUMENTOS QUE DEVEM ACOMPANHAR A INICIAL
Segundo estabelece o código de processo civil, incumbe ao autor a prova dos fatos cons-
titutitvos do seu direito.
Assim, a ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios 
suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibi-
lidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive 
as relacionadas à litigância de má-fé.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
DESPACHO INICIAL DO JUIZ
Ao ser ajuizada a ação e, verifiando que a inicial está correta, o juiz mandará autuá-la e 
ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser 
instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
Observe-se que essa manifestação NÃO É A CONTESTAÇÃO, a qual deverá ser feita posterior-
mente, após a citação do réu.
Com a aprestação da manifestação do réu, haverá, para o juiz, duas possibilidades:
PRIMEIRA POSSIBILIDADE:
Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejei-
tará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação 
ou da inadequação da via eleita.
SEGUNDA POSSIBILIDADE:
Havendo indícios da acerca da prática de atos de improbidade administrativa, o juiz rece-
berá a petição inicial e mandará citar o réu para apresentar contestação.
IMPORTANTE: Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.
Então... caso se depare com essa situação na prova da OAB, já sabe: da decisão que rece-
ber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.
INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA CONTESTAÇÃO
Uma inovação importante na lei refere-se à possibilidade de interrupção do prazo para a 
contestação.
Tal possibilidade estará presente sempre que houve a possibilidade de solução consen-
sual da questão em discussão.
Nesta hipótese, as partes requererão ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, 
por prazo não superior a 90 (noventa) dias.
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO
A lei permite ao juiz, caso reconheça a inadequação da ação de improbidade, a extinção 
do processo sem julgamento do mérito em qualquer fase do processo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
DEPOIMENTOS
As oitivas seguirão as regras previstas no Código de Processo Penal, inclusive aquelas 
relacionadas aos depoimentos ou inquirições de ocupantes de cargos relevantes.
Segundo estabelece o código penal, o Presidente e o Vice-Presidente da República, os sena-
dores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, 
os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às 
Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes 
dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal 
Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.
Do mesmo modo, o Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado 
Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela presta-
ção de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferi-
das pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.
Tratando-se de militares, estes deverão ser requisitados à autoridade superior.
OITIVA DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
O funcionários público que, regularmente intimado, deixar de comparecer sem motivo jus-
tificado, estará sujeito à condução coercitiva, podendo o juiz requisitar à autoridade policial 
a sua apresentação ou determinar que seja conduzida por oficial de justiça, o qaul poderá 
solicitar o auxílio da força pública
Observe-se, porém, que visando evitar qualquer prejuizo à repartição pública, a expedição 
do mandado deverá ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, 
com indicação do dia e da hora marcados.
SENTENÇA
A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos 
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, 
em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
Importante lembrar, mais uma vez que eventual perda da função pública ou a suspensão dos 
direitos políticos estabelecida na sentença só se efetivará após oo trânsito em julgado da 
sentença condenatória.
CAPÍTULO VI 
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
As sanções da lei de improbidade administrativa são sanções de natureza civil.
O capítulo referente às disposições penais se refere às condutas criminosas daquele que, 
sabendo que o agente público ou o terceiro beneficiário são inocentes, apresenta representa-
ção por ato de improbidade contra os mesmos.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
Relembre-se que, a lei estabeleceu (art. 22) que, para apurar qualquer ilícito previsto nesta 
lei, o Ministério Público poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento 
administrativo.
INDENIZAÇÃO PELOS DANOS CIVIS:
A lei ainda relebra que, além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o 
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
AFASTAMENTO PROVISÓRIO DO AGENTE PÚBLICO
Não obstante a perda da função pública só se efetive após oo trânsito em julgado da sen-
tença condenatória é possível o afastamento cautelar do agente público. Assim, a lei estabe-
lece que autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento 
do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, 
quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO VII 
DA PRESCRIÇÃO
Tema bastante importante refere-se ao prazo prescricional dos atos de improbidade ad-
minstrativa.
Tal tema também possui previsao constitucional:
Art. 37, § 5º: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qual-
quer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas asrespectivas 
ações de ressarcimento.
Logo, tem-se que os atos de improbidade administrativa estão sujeitos à prescrição, uma 
vez que lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, 
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário.
Contudo, a Constituição faz uma ressalva, qual seja: as respectivas ações de ressarci-
mento. Trata-se de um tema bastante controverso na doutrina, uma vez que aparenta que 
todas as ações de ressarcimento em decorrência de ilícitos que causem prejuizos ao erário 
seriam imprescritíveis
CUIDADO!!!! O STF já se posicionou sobre o tema e, apreciando o tema 897 da repercus-
são geral (RECURSO EXTRAORDINÁRIO 852.475 SÃO PAULO) firmou o entendimento de que: 
“São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso 
tipificado na Lei de Improbidade Administrativa”. Logo a tese da imprescritibilidade é restrita 
a esses casos.
Assim, seguindo a orientação fixada na Constituição federal, a Lei n. 8.429/1992, em seu 
art. 23 estabeleceu prazos para o ajuizamento da ações destinadas a levar a efeitos as san-
ções previstas nesta lei:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de 
função de confiança;
II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares pu-
níveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou 
emprego.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de 
contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei.
CONCLUINDO:
E foi isso, meu(minha) amigo(a). Chegamos ao final do estudo da lei de improbidade ad-
ministrativa.
Agora é hora de testar seus conhecimentos.
Espero que tenham gostado deste módulo e, principalmente, espero que acertem todas as 
questões sobre o tema.
Bons estudos a todos!!!
2. lIndb e leI n. 13.655/2018
A lei n. 13.655, de 25 de abril de 2018 incluiu no Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro 
de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), uma serie de disposições sobre 
segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Tal alteração le-
gislativa foi implementada por meio da inclusão dos artigos 20 a 29 na LINDB.
Veja-se o texto aprovado e, na sequência, os comentários acerca dos itens mais relevan-
tes:
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores 
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou 
da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das 
possíveis alternativas.”
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação 
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas 
consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar 
as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos 
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das 
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.”
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as 
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos 
direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou 
norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limi-
tado ou condicionado a ação do agente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, 
os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou ate-
nuantes e os antecedentes do agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções 
de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.”
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orien-
tação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condiciona-
mento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever 
ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem 
prejuízo aos interesses gerais.
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará 
em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de 
orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas 
em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ain-
da as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.”
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do 
direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após 
oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes ra-
zões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legisla-
ção aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:
I – buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses ge-
rais;
II – (VETADO);
III – não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reco-
nhecidos por orientação geral;
IV – deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as san-
ções aplicáveis em caso de descumprimento.
§ 2º (VETADO).
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor 
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo 
ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu ca-
bimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre 
os envolvidos.”
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em 
caso de dolo ou erro grosseiro.
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, 
salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação 
de interessados, preferencialmentepor meio eletrônico, a qual será considerada na decisão.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
Como se vê, a  inclusão destes artigos na LINDB trouxe mudanças importantes na área 
administrativa.
Assim, com a nova regra estabelecida no artigo 20 surge para os órgãos decisórios o 
dever de refletir e balancear os interesses em jogo antes de decidir entre anular um contrato 
firmado para a prestação de serviços públicos ou admitir o saneamento de uma irregularidade 
contratual, para possibilitar a continuidade dos referidos serviços.
Ao mesmo modo, ao estabelecer que a motivação demonstrará a necessidade e a ade-
quação da medida imposta ou da invalidação de ato, houve a introdução explícita do princípio 
da proporcionalidade e da adoção de decisões racionais pelas entidades públicas. Neste as-
pecto, ganha relevância o trinômio adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido 
estrito.
Assim, nas decisões emanadas das esferas administrativas, judicial e controladora, va-
lores abstratos podem ser utilizados desde que, em tais decisões, sejam consideradas as 
consequências práticas de sua utilização no caso concreto.
No tocante à motivação dos atos administrativos (já constante na Lei n. 9.784/99, art. 2º) 
tem-se que a Lei n. 13.655/2018 explicitou que a decisão administrativa que decretar a in-
validação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo 
expresso suas consequências jurídicas e administrativas
No parágrafo único do art.  21 da LINDB, observamos, novamente, a  preocupação com 
uma atuação adequada, ponderada, preocupada em não impor aos sujeitos ônus ou perdas 
anormais ou excessivas. Deste modo, tem-se que, no caso de invalidação de ato administrati-
vo, deve-se indicar o caminho mais suave e menos oneroso para a regularização da realidade 
concreta.
Já no artigo 22 observa-se a importância de se levar em conta os obstáculos e as dificul-
dades reais do gestor, bem como as exigências das políticas públicas a seu cargo e os direitos 
dos administrados.
REGIME DE TRANSIÇÃO: A ‘nova’ LINDB também prevê um regime de transição, ou seja: 
Caso haja mudança de entendimento, é necessário que Administração estabelecer um regime 
de transição, para contemplar situações que foram praticadas antes da mudança de interpre-
tação.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
cláusula geral de consensualIdade
Também é importante salientar que o artigo 26 da LINDB, acrescentado pela Lei n. 
13.655/2018, positivou a cláusula geral de consensualidade ao Direito Administrativo, per-
mitindo que para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na apli-
cação do direito público, a autoridade administrativa poderá celebrar compromisso com os 
interessados.
responsabIlIzação do agente públIco por Infração HerMenêutIca
O art. 28 da LINDB, preocupado com a atuação do agente público, explicitou sua respon-
sabilização em decorrência de do agente público em decorrência de decisões ou opiniões 
técnicas, desde que tenha agido com dolo ou erro grosseiro.
Trata-se de regra semelhante à já existente no art. 37, § 6º da Constituição Federal.
Por fim, destaque-se que as autoridades públicas devem atuar para aumentar a seguran-
ça jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas adminis-
trativas e respostas a consultas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/2019/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXIX/PRIMEIRA FASE) O Mi-
nistério Público ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Felipe dos Santos, 
servidor público federal estável, com fulcro no Art. 10, inciso IV, da Lei n. 8.429/1992. O servi-
dor teria facilitado a alienação de bens públicos a certa sociedade empresária, alienação essa 
que, efetivamente, causou lesão ao erário, sendo certo que, nos autos do processo, restou 
demonstrado que o agente público não agiu com dolo, mas com culpa.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que está em consonância com a legis-
lação de regência.
a) Felipe não pode sofrer as sanções da lei de improbidade, pois todas as hipóteses capitula-
das na lei exigem o dolo específico para a sua caracterização.
b) É passível a caracterização da prática de ato de improbidade administrativa por Felipe, pois 
a modalidade culposa é admitida para a conduta a ele imputada.
c) Não é cabível a caracterização de ato de improbidade por Felipe, na medida em que apenas 
os atos que atentam contra os princípios da Administração Pública admitem a modalidade 
culposa.
d) Felipe não praticou ato de improbidade, pois apenas os atos que importam em enriqueci-
mento ilícito admitem a modalidade culposa.
Questão 2 (FGV/2019/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXVIII/PRIMEIRA FASE) A 
União celebrou convênio com o Município Alfa para a implantação de um sistema de esgo-
tamento sanitário. O Governo Federal repassou recursos ao ente local, ficando o município 
encarregado da licitação e da contratação da sociedade empresária responsável pelas obras. 
Após um certame conturbado, cercado de denúncias de favorecimento e conduzido sob a 
estreita supervisão do prefeito, sagrou-se vencedora a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. 
Em escutas telefônicas, devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário, comprovou-se o di-
recionamento da licitação para favorecer a sociedade empresária Vale Tudo Ltda., que tem, 
como sócios, os filhos do prefeito do Município Alfa. Tendo sido feita perícia no orçamento, 
identificou-se superfaturamento no preço contratado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) Não compete ao Tribunal de Contas da União fiscalizar o emprego dos recursos em ques-
tão, pois, a partir do momento em que ocorre a transferência de titularidade dos valores, en-
cerra-se a jurisdição da Corte de Contas Federal.
b) O direcionamento da licitação constitui hipótese de frustração da licitude do certame, con-
figurando ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administra-
ção Pública e, por isso, sujeita os agentes públicos somente à perda da funçãopública e ao 
pagamento de multa civil.
c) Apenas os agentes públicos estão sujeitos às ações de improbidade, de forma que tercei-
ros, como é o caso da sociedade empresária Vale Tudo Ltda., não podem ser réus da ação 
judicial e, por consequência, imunes à eventual condenação ao ressarcimento do erário cau-
sado pelo superfaturamento.
d) Por se tratar de ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, os agen-
tes públicos envolvidos e a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. estão sujeitos ao integral 
ressarcimento do dano, sem prejuízo de outras medidas, como a proibição de contratar com 
o Poder Público ou receber incentivos fiscais por um prazo determinado.
Questão 3 (FGV/2018/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXV/PRIMEIRA FASE) Raimun-
do tornou-se prefeito de um pequeno município brasileiro. Seu mandato teve início em janeiro 
de 2009 e encerrou-se em dezembro de 2012. Em abril de 2010, sabendo que sua esposa 
estava grávida de gêmeos e que sua residência seria pequena para receber os novos filhos, 
Raimundo comprou um terreno e resolveu construir uma casa maior. No mesmo mês, com o 
orçamento familiar apertado, para não incorrer em novos custos, ele usou um trator de estei-
ras, de propriedade do município, para nivelar o terreno recém-adquirido.
O Ministério Público teve ciência do fato em maio de 2015 e ajuizou, em setembro do mesmo 
ano, ação de improbidade administrativa contra Raimundo. Após análise da resposta prelimi-
nar, o juiz recebeu a ação e ordenou a citação do réu em dezembro de 2015.
Considerando o enunciado da questão e a Lei de Improbidade Administrativa, em especial as 
disposições sobre prescrição, o prazo prescricional das eventuais sanções a serem aplicadas 
a Raimundo é de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
a) cinco anos, tendo como termo inicial a data da infração (abril de 2010); logo, como a ação 
foi ajuizada em setembro de 2015, ocorreu a prescrição no caso concreto
b) três anos, tendo como termo inicial a data em que os fatos se tornaram conhecidos pelo 
Ministério Público (maio de 2015); logo, como a ação foi ajuizada em setembro de 2015, não 
ocorreu a prescrição no caso concreto.
c) cinco anos, tendo como termo inicial o término do exercício do mandato (dezembro de 
2012); logo, como a ação foi ajuizada em setembro de 2015, não ocorreu a prescrição no caso 
concreto.
d) três anos, tendo como termo inicial o término do exercício do mandato (dezembro de 2012); 
logo, como a ação foi ajuizada em setembro de 2015, ocorreu a prescrição no caso concreto
Questão 4 (FGV/2017/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXIV/PRIMEIRA FASE) Em 
ação civil pública por atos de improbidade que causaram prejuízo ao erário, ajuizada em des-
favor de José, servidor público estadual estável, o Juízo de 1º grau, após os devidos trâmites, 
determinou a indisponibilidade de todos os bens do demandado, cujo patrimônio é superior 
aos danos e às demais imputações que constam na inicial.
Apresentado o recurso pertinente, observa-se que a aludida decisão
a) não merece reforma, na medida em que José deve responder com todo o seu patrimônio, 
independentemente do prejuízo causado pelos atos de improbidade que lhe são imputados.
b) deve ser reformada, considerando que somente podem ser objeto da cautelar os bens ad-
quiridos depois da prática dos atos de improbidade imputados a José.
c) deve ser reformada, pois não é possível, por ausência de previsão legal, a determinação de 
tal medida cautelar em ações civis públicas por ato de improbidade.
d) deve ser reformada, porquanto a cautelar somente pode atingir tantos bens quantos bas-
tassem para garantir as consequências financeiras dos atos de improbidade imputados 
a José.
Questão 5 (FGV/2018/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXVI/PRIMEIRA FASE) Raul e 
Alberto inscreveram-se para participar de um concorrido concurso público. Como Raul estava 
mais preparado, combinaram que ele faria a prova rapidamente e, logo após, deixaria as res-
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
postas na lixeira do banheiro para que Alberto pudesse ter acesso a elas. A fraude só veio a 
ser descoberta após o ingresso de Raul e de Alberto no cargo, fato que ensejou o afastamento 
deles. Após rígida investigação policial e administrativa, não foi identificada, na época do cer-
tame, a participação de agentes públicos no esquema.
Sobre os procedimentos de Raul e de Alberto, com base nas disposições da Lei de Improbida-
de Administrativa, assinale a afirmativa correta.
a) Eles enriqueceram ilicitamente graças aos salários recebidos e, por isso, devem responder 
por ato de improbidade administrativa.
b) Eles causaram prejuízo ao erário, consistente nos salários pagos indevidamente e, por isso, 
devem responder por ato de improbidade administrativa.
c) Eles frustraram a licitude de concurso público, atentando contra os princípios da Adminis-
tração Pública, e, por isso, devem responder por ato de improbidade administrativa.
d) Eles não praticaram ato de improbidade administrativa, pois, no momento em que ocorreu 
a fraude no concurso público, não houve a participação de agentes públicos.
Questão 6 (OAB/FGV/2017/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO-XXIII/PRIMEIRA FASE) O 
Ministério Público estadual ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Odori-
co, prefeito do Município Beta, perante o Juízo de 1º grau.
Após os devidos trâmites e do recebimento da inicial, surgiram provas contundentes de que 
Odorico se utilizava da máquina administrativa para intimidar servidores e prejudicar o an-
damento das investigações, razão pela qual o Juízo de 1º grau determinou o afastamento 
cautelar do chefe do Poder Executivo municipal pelo prazo de sessenta dias.
Nesse caso, o Juízo de 1º grau
a) não poderia ter dado prosseguimento ao feito, na medida em que Odorico é agente político 
e, por isso, não responde com base na lei de improbidade, mas somente na esfera política, por 
crime de responsabilidade.
b) não tem competência para o julgamento da ação civil pública por improbidade ajuizada em 
face de Odorico, ainda que o agente tenha foro por prerrogativa junto ao respectivo Tribunal 
de Justiça estadual.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA CARLA CARDOSO DA SILVA - 02552631207, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
35 de 57www.grancursosonline.com.
Nilton Carlos de Almeida Coutinho
Improbidade Administrativa - Lei n. 8.429/1992 e Lei n. 13.655/2018
DIREITO ADMINISTRATIVO
c) não poderia ter determinado o afastamento cautelar de Odorico, pois a perda da função 
pública só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
d) agiu corretamente ao determinar o afastamento cautelar de Odorico, que, apesar de cons-
tituir medida excepcional, cabe quando o agente se utiliza da máquina administrativa para 
intimidar servidores e prejudicar o andamento do processo.

Continue navegando