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SISTEMA DE ENSINO NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa Livro Eletrônico 2 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Improbidade Administrativa ...........................................................................................4 1. Conceito de Improbidade e Disposições Constitucionais ..............................................4 2. Sujeitos da Ação de Improbidade ................................................................................5 2.1. Sujeitos Ativos .........................................................................................................6 2.2. Sujeitos Passivos................................................................................................... 10 3. Atos de Improbidade Administrativa ......................................................................... 11 3.1. Atos que Importam Enriquecimento Ilícito ............................................................. 13 3.2. Atos que Causam Prejuízo ao Erário ...................................................................... 14 3.3. Atos que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública ......................... 15 3.4. Atos Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário ................................................................................................................. 16 4. Características dos Atos de Improbidade Administrativa ......................................... 16 5. Indisponibilidade dos Bens ........................................................................................ 19 6. Penas Aplicáveis ...................................................................................................... 21 7. Declaração de Bens ..................................................................................................23 8. Procedimento Administrativo e Judicial ....................................................................24 9. Competência ........................................................................................................... 30 10. Prescrição ..............................................................................................................32 Resumo ........................................................................................................................35 Questões de Concurso ..................................................................................................39 Gabarito .......................................................................................................................67 Questões Comentadas ................................................................................................. 68 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem? Espero que sim! Na aula de hoje, estudaremos um assunto que encontra a maior parte de sua base jurídica em um dispositivo legal. Trata-se da Improbidade Administrativa, cujas principais disposições estão expressas na Lei n. 8.429/1992, de 1992. Para uma completa compreensão acerca do assunto, a aula seguirá o seguinte formato: a) Durante a exposição da parte teórica, teremos acesso a algumas questões comentadas da banca organizadora. b) Ao término da aula, os alunos terão acesso a diversas questões comentadas, todas da banca responsável pela organização do concurso (FGV). c) Por fim, teremos, ainda, algumas questões (com o gabarito) para fixação e treinamento. Grande abraço e boa aula! Diogo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 1. ConCeito de improbidade e disposições ConstituCionais Para compreendermos as disposições concernentes à lei da improbidade administrativa, devemos, em um primeiro momento, entender a origem da prática dos atos de improbidade. Assim, devemos fazer menção ao princípio da moralidade, que, em sentido amplo, com- porta os subprincípios da probidade, decoro e boa-fé. Como é sabido, a moralidade é um princípio constitucionalmente estabelecido, de forma a ser observado pelos órgãos e entida- des de todos os entes federativos, independente de estarmos no âmbito do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. Não respeitar a moralidade ou qualquer um de seus subprincípios acarreta a anulação do ato administrativo praticado. Nesse sentido, para conferir maior segurança ao respeito do subprincípio da probidade, é que a Constituição Federal estabeleceu, em seu artigo 37, § 4º, as seguintes consequência para a prática dos atos de improbidade: Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre- vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Tal artigo, no entanto, trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, carecendo, quando da promulgação da Constituição Federal, de regulamentação para a produção de efei- tos jurídicos. Dessa forma, foi com a edição, em 1992, da Lei n. 8.429/1992, conhecida como Lei da Improbidade Administrativa, que o legislador infraconstitucional estabeleceu as regras e pro- cedimentos a serem observados quando da prática de atos de improbidade. É importante salientar que a Lei n. 8.429/1992 é uma lei nacional, sendo, por isso mesmo, de observância obrigatória por parte da administração direta e indireta de todos os entes fe- derativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Todas as regras que iremos ver, a partir de agora, são oriundas do mencionado diploma legal. 2. sujeitos da ação de improbidade Analisar os sujeitos ativo e passivo da Lei de Improbidade Administrativa é compreender quais partes figuram no polo ativo e passivo da relação jurídica instaurada com o cometimen- to da improbidade. Ao passo que os sujeitos ativos são aqueles que podem vir a cometer atos de improbida- de administrativa e a figurar no polo passivo da respectiva ação, os sujeitos passivos são as pessoas jurídicas vítimas dos atos ímprobos, figurando, quando da instauração da ação de improbidade, no polo ativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade AdministrativaNOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 2.1. sujeitos ativos Os sujeitos ativos, como já mencionado, são as pessoas que podem vir a cometer atos que sejam configurados como improbidade administrativa. De acordo com o artigo 2º da Lei n. 8.429/1992, extraímos a relação de pessoas com vín- culo com o Poder Público que podem vir a se tornar sujeito passivo da ação de improbidade. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoria- mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Trata-se de um conceito extremamente amplo de agente público, de forma que mesmo aqueles que exerçam suas atribuições em caráter transitório ou ainda que sem remuneração são considerados, para efeitos legais, como possíveis sujeitos ativos. Aprendendo na Prática Jaime foi escolhido para ser jurado em um Tribunal do Júri, oportunidade em que desempe- nhará uma função pública de caráter transitório e sem remuneração. Caso Jaime pratique alguma das condutas elencadas como atos de improbidade adminis- trativa, deverá, nos termos legais, ser responsabilizado com base nas disposições da Lei n. 8.429/1992. O conceito de sujeito ativo, entretanto, não compreende apenas as pessoas que tenham algum tipo de vínculo com o Poder Público, abrangendo também as pessoas que, ainda que não sejam titulares de cargo, emprego ou função pública, induzam ou concorram para a prá- tica de improbidade administrativa. Nesse sentido é a previsão da Lei n. 8.429/1992, conforme disposição do seu artigo 3º: As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente pú- blico, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. Assim, chegamos a constatação que duas são as classes de pessoas que podem figuram como sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa: os que mantenham algum vínculo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO com o Poder Público, ainda que transitório ou sem remuneração, e os particulares que indu- zam ou concorram para a prática de improbidade. No entanto, temos que fazer uma importante distinção no que se refere às duas classes de pessoas que podem vir a figurar como sujeito ativo dos atos de impro- bidade: • Para que o agente público venha a figurar como sujeito ativo, basta que ele tenha agido com dolo (intencionalmente) ou com culpa (por negligência, imperícia ou imprudência). • Para que o particular (que tenha induzido ou concorrido para a improbidade) figurar como sujeito ativo, faz-se necessário, obrigatoriamente, que ele tenha agido com dolo, ou seja, que tenha havido a intenção do particular em cooperar para a improbidade. Trata-se de uma regra que faz todo o sentido, uma vez que a participação do particular, ainda que tenha sido de extrema importância para a caracterização da irregularidade, jamais seria capaz, por si só, de gerar a improbidade administrativa. Para a configuração do ilícito, faz-se necessária a existência de um elo de ligação com o serviço público, condição que é preenchida pelo respectivo agente público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Jurisprudência para Concursos Nesse sentido, já decidiu o STJ, no REsp 1155992, de seguinte teor: 1. Os arts. 1º e 3º da Lei n. 8.429/1992 são expressos ao prever a responsabilização de todos, agentes públicos ou não, que induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indireta. 2. Não figurando no polo passivo qualquer agente público, não há como o particular figu- rar sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa. Durante muito tempo, a doutrina se dividia acerca da possibilidade de as pessoas jurídi- cas virem a figurar como sujeito ativo dos atos de improbidade administrativa. Tal controvér- sia foi sanada no julgamento do REsp 970.393, de autoria do STJ, que decidiu que as pessoas jurídicas, tal como ocorre com os agentes públicos, podem perfeitamente concorrer para a prática dos atos de improbidade. Considerando que as pessoas jurídicas podem ser beneficiadas e condenadas por atos ímprobos, é de se concluir que, de forma correlata, podem figurar no polo passivo de uma demanda de improbidade, ainda que desacompanhada de seus sócios. Durante muito tempo, o entendimento consolidado pelas bancas organizadoras era de que as disposições da Lei de Improbidade Administrativa não se aplicavam aos agentes po- líticos que estivessem sujeitos às disposições da Lei n. 1.079, de 1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade). Tal entendimento podia ser verificado, por exemplo, no âmbito da reclamação 2138-DF, de autoria do STF: Os atos de improbidade administrativa são tipificados como crime de responsabili- dade na Lei n. 1.079/1950, delito de caráter político-administrativo. II. Distinção entre os regimes de responsabilização político-administrativa. O sistema constitucional bra- sileiro distingue o regime de responsabilidade dos agentes políticos dos demais agen- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO tes públicos. A Constituição não admite a concorrência entre dois regimes de respon- sabilidade político-administrativa para os agentes políticos: o previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei n. 8.429/1992) e o regime fixado no art. 102, I, c, (disciplinado pela Lei n. 1.079/1950). Se a competência para processar e julgar a ação de improbidade (CF, art. 37, § 4º) pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos, subme- tidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante do disposto no art. 102, I, c, da Constituição. II. No mencionado julgado, o STF afirma a impossibilidade dos agentes públicos virem a ser responsabilizados por dois regimes distintos. No caso em tela, afirmou-se que os Ministros de Estado não responderiam pela prática de improbidade administrativa, com base nas dis- posições da Lei n. 8.429/1992, uma vez que já se encontravam regidos pelas normas da Lei n. 1.079. Com a decisão, o STF diferenciou os atos de improbidade administrativa das condutas que acarretam crime de responsabilidade, de forma que os agentes que encontram-se regi- dos pelas disposições deste último regime (crime de responsabilidade) não podem respon- dem por improbidade administrativa. Contudo, em decisão histórica, proferida no final de 2015, o STF, em decisão unânime, in- verteu a posição que até então defendia, assegurando que os agentes políticos estão sujeitos a uma “dupla normatividadeem matéria de improbidade, com objetivos distintos” Pet 3.923/SP. Professor, isso significa que todos os agentes políticos estão sujeitos à dupla responsa- bilização (por crime de responsabilidade e com base nas regras de improbidade adminis- trativa)? Quase todos! De acordo com o STF, em decisão proferida no AC 3585 AgR/RS, todos os agen- tes políticos, com exceção do Presidente da República, estão sujeitos à dupla responsabilização. A exceção ao Presidente da República ocorre na medida em que tal agente possui um regramento para as ações de improbidade administrativa previsto na própria Constituição Federal, que possui a seguinte redação: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: V – a probidade na administração; Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. Para fins de prova, levaremos os seguintes entendimentos: • Todos os agentes administrativos estão sujeitos às disposições da Lei n. 8.429/1992 no que se refere aos atos de improbidade administrativa. • Os agentes políticos, de acordo com entendimento recente do STF, estão sujeitos a uma dupla responsabilização: tanto por crime de responsabilidade quanto por atos de improbidade administrativa. • O Presidente da República, em caráter de exceção, não está sujeito a esta dupla res- ponsabilização, mas sim apenas ao regramento estabelecido na Constituição Federal. 2.2. sujeitos passivos Os sujeitos passivos, de maneira contrária, são as pessoas jurídicas que são lesadas pela prática de improbidade administrativa, passando a figurar, quando da respectiva ação, no polo ativo da demanda. De acordo com a Lei n. 8.429/1992, são as seguintes as pessoas que podem figurar em tal situação (extração do artigo 1º): • Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território; • Empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou cus- teio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimô- nio ou da receita anual; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitan- do-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Tais entidades, conforme mencionado, são as que são lesadas com a prática de atos de improbidade administrativa, vindo a figurar, no âmbito da relação processual instaurada com a ação de improbidade, no polo ativo da demanda. É importante salientar, nesse sentido, que o Ministério Público, ainda que não seja uma das entidades relacionadas expressamente pela Lei n. 8.429/1992, pode figurar, tal como as demais pessoas jurídicas, no polo ativo da ação. O fundamento para tal atuação é a defesa, por parte do Ministério Público, dos interesses públicos indisponíveis, conforme previsão no artigo 127 da Constituição Federal: Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indi- viduais indisponíveis. 3. atos de improbidade administrativa A Lei n. 8.429/1992 apresenta, a depender da conduta do agente público ou de terceiros relacionados, quatro espécies de atos de improbidade administrativa, sendo elas: atos que importam em enriquecimento ilícito, atos que causam prejuízo ao erário, atos que atentam contra os princípios da administração pública e atos que violam a legislação do ISS no que se refere aos benefícios financeiros ou tributários. A depender da configuração em cada uma das espécies, diversas sanções de natureza administrativa, cível e política são aplicadas aos responsáveis. Frisa-se que o conhecimento das ações de improbidade administrativa elencadas exem- plificativamente pela Lei n. 8.429/1992 é um dos temas mais exigidos em provas de con- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO cursos públicos, sendo bastante comum as bancas apresentarem uma conduta ímproba e exigirem do candidato qual a classificação com base na norma legal. Assim, antes de conhecermos as condutas previstas no texto da Lei n. 8.429/1992, preci- samos conhecer um método que possibilita a rápida resolução deste tipo de questão sem a eventual necessidade de o candidato memorizar todas as condutas previstas em lei. • Enriquecimento ilícito: o agente público é quem recebe vantagem indevida. • Prejuízo ao erário: um terceiro (que não o agente público) recebe a vantagem ou alguma norma prevista em lei ou regulamento não é observada. • Violação aos princípios: situações que não geram, por si só, vantagem indevida ao agente público ou a terceiros. • Violação da legislação do ISS: situações relacionadas com benefícios financeiros ou tributários. Aprendendo na Prática Caso um agente público utilize bens da administração pública para a realização de ativida- des particulares, estamos diante de uma conduta que representa uma vantagem direta ao servidor, uma vez que é ele que será beneficiado com a utilização dos bens. Logo, trata-se de enriquecimento público. Caso o agente público apenas permita que os bens da repartição sejam utilizados, em ativida- des particulares, por terceiros, nota-se que não é o servidor quem está recebendo diretamente a vantagem, mas sim um terceiro alheio ao serviço público. Neste caso, estamos diante de um ato que causa prejuízo ao erário. Caso o agente público, notificado pela administração, não preste suas contas no prazo legal, estaremos diante de uma conduta que não causa, por si só, vantagem ao servidor ou a tercei- ros. Por exclusão, estamos diante de um ato que atenta contra os princípios da administração pública. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade AdministrativaNOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 3.1. atos que importam enriqueCimento ilíCito Estabelece o artigo 9º da Lei n. 8.429/1992 uma série de condutas que resultam na mais grave das espécies de improbidade administrativa: Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qual- quer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, em- prego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente: I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão de- corrente das atribuições do agente público; II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado; III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou lo- cação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qual- quer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quanti- dade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pes- soa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omis- são decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade; IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei. 3.2. atos que Causam prejuízo ao erário As condutas que são configuradas como prejuízo ao erário estão previstas, de forma exemplificativa, no artigo 10 da Lei n. 8.429/1992. Tais atos de improbidade administrativa possuem a peculiaridade de poder resultar tanto de condutas omissivas quanto comissivas do agente público. Da mesma forma, podem dar ensejo à lesão ao erário atos dolosos (com intenção) ou culposos (em que houve a imperícia, a negligência ou a imprudência do agente estatal). Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pes- soa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins edu- cativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares apli- cáveis à espécie; IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qual- quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à con- servação do patrimônio público; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades men- cionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentá- ria, ou sem observar as formalidades previstas na lei. XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administra- ção pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das forma- lidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVII– permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de par- cerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. 3.3. atos que atentam Contra os prinCípios da administração públiCa Por fim, temos os atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública. Em tais situações, ainda que não tenha ocorrido a vantagem do agente pú- blico ou de terceiros, certos princípios ou deveres do Poder Público deixaram de ser observados. Relaciona-se abaixo tais condutas, com a menção ao princípio ou dever que deixou de ser observado pelo agente público: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da adminis- tração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; (Legalidade) II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; (Poder-Dever de Agir) III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva perma- necer em segredo; (Publicidade) IV – negar publicidade aos atos oficiais; (Publicidade) V – frustrar a licitude de concurso público; (Impessoalidade) VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; (Probidade) VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou ser- viço; (Publicidade) VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parce- rias firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Legalidade) IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (Legalidade) X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo úni- co do art. 24 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Legalidade) 3.4. atos deCorrentes de ConCessão ou apliCação indevida de benefíCio finanCeiro ou tributário A Lei Complementar 157, de 2016, instituiu uma nova modalidade de atos de improbidade administrativa. De acordo com a Lei n. 8.429/1992, enquadra-se em tal modalidade qualquer ação ou omissão destinada a conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003 (que é a norma relacionada com o ISS). 4. CaraCterístiCas dos atos de improbidade administrativa Como se percebe, as quatro grandes espécies de atos de improbidade administrativa es- tão hierarquizadas de acordo com a lesão sofrida pelo patrimônio público. Dessa forma, sempre que um ato cause enriquecimento ilícito, ainda que possa recair em outra hipótese de ilícito (prejuízo ao erário ou desobediência aos princípios da administra- ção), será configurado como pertencente ao primeiro caso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Jurisprudência para Concursos Nesse sentido, inclusive, já decidiu o STJ, conforme se observa do julgamento do Recurso Especial 1.075.882, de seguinte teor: 1. A Lei de Improbidade Administrativa visa a tutela do patrimônio público e da mora- lidade, impondo aos agentes públicos e aos particulares padrão de comportamento probo, ou seja, honesto, íntegro, reto. 2. A Lei n. 8.429/1992 estabelece três modalidades de improbidade administrativa, pre- vistas nos arts. 9º, 10 e 11, a saber, respectivamente: enriquecimento ilícito, lesão ao erário e violação aos princípios norteadores da Administração Pública. 3. A conduta prevista no art. 9º da LIA (enriquecimento ilícito) abrange, por sua ampli- tude, as demais formas de improbidade estabelecidas nos artigos subsequentes. Desta maneira, a violação aos princípios pode ser entendida, em comparação ao direito penal, como “soldado de reserva”, sendo, aplicada, subsidiariamente, isto é, quando a conduta ímproba não se subsume nas demais formas previstas. Outro ponto importante se refere à necessidade da existência de dolo ou culpa para a carac- terização de cada uma das hipóteses elencadas nas quatro espécies de atos de improbidade. De acordo com a doutrina majoritária, as condutas que resultam em enriquecimento ilícito ou em desrespeito aos princípios da administração pública necessitam, para a sua configura- ção, da presença de dolo (intenção) do agente público para a sua configuração. Dessa forma, a simples conduta culposa do agente não enseja a configuração de improbidade administra- tiva nas espécies enriquecimento ilícito e lesão aos princípios da administração pública. Nos casos de prejuízo ao erário, por sua vez, a improbidade estará configurada tanto nas hi- póteses de dolo quanto nas condutas praticadas com simples culpa do agente público. Tal enten- dimento está consubstanciado no julgamento do Recurso Especial 1.364.529, da lavra do STJ: Para que seja configurado o ato de improbidade de que trata a Lei n. 8.429/1999, “é necessária a demonstração do elemento subjetivo, consubstanciado pelo dolo para os tipos previstos nos artigos 9º e 11 e, ao menos, pela culpa, nas hipóteses do artigo 10”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Sobre os atos de improbidade administrativa que causam enriquecimento ilícito ou lesão ao erário, merecem destaque, ainda, alguns artigos da Lei n. 8.429: Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. (art. 5º) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente públicoou terceiro beneficiário os bens ou va- lores acrescidos ao seu patrimônio. (art. 6º) Tais artigos possuem o claro objetivo de evitar que uma possível omissão legislativa seja alegada, pela parte que está respondendo pela prática de improbidade administrativa, como forma de evitar o ressarcimento ao Poder Público ou a perda dos bens acrescidos ao patrimô- nio quando da prática dos atos em questão. Ainda, como forma de evitar que não haja o correto ressarcimento dos danos causados ao Poder Público, o artigo 8º da mesma norma estabelece que Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança”. Tal regra encontra fundamento na obrigação do Estado em preservar o bem-estar coleti- vo, garantindo que o interesse público seja preservado ante as práticas que tentam usufruir indevidamente dos direitos indisponíveis da sociedade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Esclarecendo Uma das principais finalidades do Estado é a garantia do bem-estar da população exis- tente em seu território. Como é a população, basicamente, quem financia, por meio do pagamento de tributos, as atividades do Estado, quando ocorre uma prática de improbidade administrativa que causa prejuízo ao Erário, é o próprio patrimônio coletivo que está sendo dilapidado. Assim, cabe ao Estado, por meio da exigência de ressarcimento aos cofres públicos, a ma- nutenção do patrimônio daqueles que financiam as suas atividades, qual seja, o povo. Dessa forma, se algum agente público adquirir, ao longo de sua carreira no serviço pú- blico, bens que são comprovadamente desproporcionais ao valor da sua remuneração, esta- remos diante da prática de improbidade administrativa causadora de enriquecimento ilícito. Nesta situação, caso tal agente venha a falecer, ocorrerá a transferência do patrimônio, oportunidade em que os sucessores receberão a herança do agente ímprobo. E, como boa parte dos bens transferidos foram adquiridos com base no ato de improbida- de, uma vez que o Poder Público tome conhecimento da prática, poderá exigir dos herdeiros a responsabilização, com base nas disposições da Lei n. 8.429/1992, até o limite dos valores que foram transferidos. 5. indisponibilidade dos bens Como anteriormente mencionado, o artigo 37, § 4º, da Constituição Federal estabelece uma série de consequências para os atos de improbidade administrativa, dentre as quais se inclui a possibilidade da decretação da indisponibilidade dos bens. Em sintonia com a disposição constitucional, a Lei n. 8.429/1992 estabelece, em seu arti- go 7º, que a indisponibilidade dos bens será declarada sempre que o ato de improbidade ad- ministrativa ficar caracterizado como enriquecimento ilícito ou lesão ao patrimônio público. Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o inte- gral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. É importante mencionarmos que a indisponibilidade dos bens não trata-se de uma espé- cie de sanção, mas, sim, de medida cautelar que tem por finalidade assegurar que o indiciado não dilapide o seu patrimônio antes que o Poder Público conclua o respectivo processo ad- ministrativo. De acordo com a doutrina majoritária, dois são os requisitos que devem estar presentes para que seja possível a determinação da indisponibilidade dos bens no curso da ação de improbidade administrativa, sendo eles o fumus boni juris e o periculum in mora. O fumus boni juris consiste na probabilidade de os fatos imputados ao agente público serem verossímeis. Isso não significa que o ato ímprobo deve estar cabalmente provado, uma vez que tal pressuposto é averiguado por ocasião da sentença. O que deve existir é uma gran- de possibilidade, no curso do processo administrativo, da ocorrência do ato de improbidade administrativa. O periculum in mora (também conhecido como perigo de dano iminente e irreparável) por sua vez, refere-se à possibilidade daquele que está indiciado dilapidar o seu patrimônio, im- possibilitando a devolução dos valores devidos aos cofres públicos. Uma vez estando presentes estas duas características, a autoridade administrativa repre- senta ao Ministério Público, que, analisando os fatos, requer ao juiz responsável pela ação a decretação da indisponibilidade dos bens. Ressalta-se que a possibilidade de decretação da indisponibilidade dos bens é privativa do Poder Judiciário, não havendo que se falar na possibilidade de o Ministério Público atuar desta forma. Aprendendo na Prática Álvaro foi indiciado pelo cometimento de ato de improbidade administrativa que configura enriquecimento ilícito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Neste caso, a autoridade que está conduzindo o inquérito, verificando que é muito provável que tenha ocorrido a improbidade (fumus boni juris), bem como que Álvaro está em vias de dilapidar os seus bens (periculum in mora), representa ao Ministério Público, que, após anali- sar os fatos, requer ao Poder Judiciário a decretação da indisponibilidade. 6. penas apliCáveis Para cada uma das condutas que dão ensejo às quatro diferentes espécies de improbida- de administrativa, a Lei n. 8.429/1992 apresenta uma série de sanções de natureza adminis- trativa, civil e política. Tais sanções estão hierarquizadas de acordo com a gravidade da conduta, de forma que as ações que ensejam enriquecimento ilícito possuem como consequência as sanções mais graves, as que ensejam lesão ao patrimônio público possuem sanções intermediárias e as que atentam contra os princípios da administração pública, por sua vez, possuem as sanções de menor gravidade. As sanções de natureza civil são aquelas que implicam na obrigação de pagar ou devolver algo ao poder público. De acordo com as normas da Lei n. 8.429/1992, são as seguintes: • ressarcimento ao Erário; • perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; • multa. As sanções de natureza política são aquelas que implicam em restrições aos direitos po- líticos, sendo, nos termos do dispositivo legal, uma só: • suspensão dos direitos políticos; Por fim, as sanções administrativas são aquelas que implicam na impossibilidade de ser mantido vínculo com a administração pública, sendo elas: • perda da função pública; • proibiçãode contratar com o Poder Público; • proibição de receber incentivos fiscais ou creditícios por parte do Poder Público; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Cível Administrativa Política Ressarcimento ao erário. Perda dos bens e valores acresci- dos ilicitamente ao patrimônio. Proibição de receber incentivos fiscais ou creditícios do Poder Público. Perda da função pública. Proibição de contratar com o Poder Público. Proibição de receber incentivos fiscais ou creditícios por parte do Poder Público. Suspensão dos direitos políticos. Tais sanções, independentemente da natureza (administrativa, civil e política), são gradu- adas, conforme já mencionado, de acordo com a gravidade da conduta praticada pelo agente público ou por terceiro, conforme se extrai do artigo 12 da Lei n. 8.429: Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser apli- cadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato (...) Ato de Improbidade Sanção Política Sanção Cível Sanção Administrativa Enriquecimento Ilícito Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos Pagamento de multa de até 3 vezes o valor do acréscimo Proibição de contratar ou receber benefícios do Poder Público por 10 anos Dano causado ao Erário Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos Pagamento de multa de até 2 vezes o valor do dano Proibição de contratar ou receber benefícios do Poder Público por 5 anos Não obediência aos princípios Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos Pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração do agente Proibição de contratar ou receber benefícios do Poder Público por 3 anos Violação relacionada com benefício financeiro ou tributário contrário à norma do ISS Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos Pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido No que se refere à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos, tais san- ções só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. A aplicação das sanções previstas na Lei n. 8.429/1992 independe, conforme previsão do artigo 21, dos seguintes fatores: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conse- lho de Contas. Aprendendo na Prática A circunstância das contas de determinado agente público ou do órgão onde este desempenha suas atribuições terem sido aprovadas pelos tribunais ou conselhos de contas não impede que, diante de provas, seja o respectivo agente responsabilizado pela prática de improbidade. Isso ocorre porque os tribunais e conselhos, em determinadas situações, não conseguem detectar que houve a prática de improbidade. Da mesma forma, ainda que não haja dano ao patrimônio público, poderá o agente público ou terceira pessoa ser responsabilizado pela prática de improbidade, situação que ocorre, por exemplo, com a violação dos princípios da administração pública. A única ressalva, nesta última situação, fica por conta da pena de ressarcimento, ou seja, para que o agente seja obrigado a ressarcir o erário, deverá obrigatoriamente ser comprovado que houve dano ao Poder Público. 7. deClaração de bens Dois são os momentos distintos, de acordo com a lei de improbidade, em que o agente público deve demonstrar a sua declaração de bens: na posse e no exercício da função pública. Assim, ao ser empossado, o agora servidor deve apresentar a declaração de todos os bens que constituem o seu patrimônio, incluindo imóveis, móveis, semoventes, dinheiros, tí- tulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no país ou no exterior. Quando for o caso, a declaração deverá abranger os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência eco- nômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. Posteriormente, a cada ano, o agente público deve demonstrar a mesma declaração, até que ocorra a sua saída do respectivo cargo, mandato, emprego ou função. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO A ideia de tal medida é propiciar que a autoridade administrativa verifique a evolução pa- trimonial do agente público, uma vez que esta, quando incompatível com a soma das remu- nerações do servidor, é um dos principais indícios de improbidade administrativa. Como forma de simplificar a comprovação dos valores, o agente público poderá entregar, anualmente, cópia de sua declaração do Imposto de Renda à repartição pública. Caso o agente não cumpra com a obrigação de apresentar os bens que compõem o seu patrimônio, ou então apresente declaração falsa, teremos, nos termos do § 3º do artigo 13 da Lei n. 8.429/1992, a demissão a bem do serviço público, sem prejuízo das demais sanções previstas em lei. § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras san- ções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. 8. proCedimento administrativo e judiCial A Lei n. 8.429/1992 também estabelece regras processuais a serem observadas no âm- bito do procedimento administrativo e do processo judicial destinado a verificar a ocorrência de improbidade administrativa. Inicialmente, tem-se que qualquer pessoa é parte competente para representar à autori- dade administrativa solicitando a instauração das investigações necessárias para a apuração da Improbidade Administrativa. Caso, no entanto, alguém representar contra agente público ou terceiro e já souber, de antemão, que tais pessoas são inocentes, incorrerá em crime, devendo responder com a pena O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO de detenção, de 6 a 10 meses, e multa. Além disso, será obrigado a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais e à imagem. A representação deverá ser formulada por escrito ou reduzida a termo, possuindo, ainda, a qualificaçãoe demais dados do denunciante. Atendidos todos os pressupostos legais, a autoridade competente tem a obrigação de instaurar o competente procedimento administrativo disciplinar, que será regido pelo estatuto de cada categoria funcional. No âmbito da União, as regras a serem observadas estão previs- tas na Lei n. 8.112/1990. Neste ponto, merece destaque o fato da Lei n. 8.429/1992 ser uma norma de natureza cível, viabilizando a aplicação de sanções de natureza extrapenal, ou seja, aquelas que não estão tipificadas como crime. Tal característica não inviabiliza a aplicação de sanções de na- tureza penal ante a prática de improbidade administrativa. Para que isso ocorra, as condutas previstas na norma em estudo devem estar tipificadas, também, como crime. Da mesma forma, a aplicação de qualquer uma das sanções previstas na Lei de Impro- bidade Administrativa é competência privativa do Poder Judiciário, conforme se observa da decisão do STF no âmbito do RMS 24699/DF, de seguinte teor: Jurisprudência para Concursos Ato de improbidade: a aplicação das penalidades previstas na Lei n. 8.429/1992 não incumbe à Administração, eis que privativa do Poder Judiciário. Verificada a prática de atos de improbidade no âmbito administrativo, caberia representação ao Ministério Público para ajuizamento da competente ação, não a aplicação da pena de demissão. Assim, ainda que a autoridade administrativa seja competente para a apuração das even- tuais faltas funcionais cometidas pelos servidores públicos, quando a conduta em questão ficar caracterizada como improbidade, não poderá a autoridade administrativa aplicar a pe- nalidade, devendo formular representação junto ao Ministério Público, que representará ao Poder Judiciário para o ajuizamento da ação e o ajuizamento da ação e consequente aplica- ção da penalidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Aprendendo na Prática Elias, servidor público federal, praticou infração disciplinar que restou configurada como vio- lação dos deveres previstos no estatuto dos servidores e como improbidade administrativa. Nesta situação, a autoridade administrativa competente deve instaurar processo administra- tivo disciplinar para a investigação da situação. Tendo sido verificada a ocorrência das duas infrações, a autoridade deve proceder da seguinte forma: No que se refere à infração prevista no estatuto dos servidores, deve aplicar a penalidade de acordo com as disposições da mencionada norma, sem necessidade de acionar o Poder Judiciário. Com relação à infração de improbidade administrativa, a autoridade não poderá aplicar a penalidade prevista no estatuto, devendo acionar, por meio do Ministério Público, o Poder Judiciário, que será competente para aplicar a penalidade prevista na Lei n. 8.429/1992. Em todas as ações destinadas à apuração da prática de improbidade administrativa, obri- gatoriamente deverá haver a participação do Ministério Público, conforme estabelecido no artigo 17, § 4º, da Lei n. 8.429/1992: O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. E o Ministério Público tem um papel extremamente importante nas ações de improbidade. Tanto o é que o artigo 15 da norma em análise determina que a autoridade competente dê co- nhecimento ao órgão e aos Tribunais ou Conselhos de contas da existência do procedimento administrativo destinado a apurar as condutas de improbidade. Da mesma forma, quando houver indícios fundados de responsabilidade, a comissão que estiver instruindo o processo comunicará ao Ministério Público sobre tal fato, de forma que sejam sequestrados os bens suficientes para garantir o provável valor do dano. Vejamos o teor de tais disposições, de acordo com o texto da Lei n. 8.429: Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. (art. 16) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancá- rias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. (art. 16, § 2º) Nestas situações, conforme já mencionado, estamos diante de medidas de caráter caute- lar, se forma a impedir que o patrimônio do indiciado seja dilapidado (vendido ou transferido a outras pessoas) e que o Poder Público, como consequência, deixe de ser ressarcido pelos prejuízos devidos. Importante julgado do STJ (REsp 1.771.440) dispõe que a indisponibilidade em questão poderá se dar em valor superior ao da respectiva ação de improbidade, bem como sobre bens adquiridos antes da prática do ato improbo. Jurisprudência para Concursos É pacífica no Superior Tribunal de Justiça a orientação de que a medida constritiva deve recair sobre o patrimônio dos réus em ação de improbidade administrativa, de modo suficiente a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de possível multa civil como sanção autônoma. A indisponibilidade acautelatória prevista na Lei de Improbidade Administrativa tem como finalidade a reparação integral dos danos que porventura tenham sido causa- dos ao erário; trata-se de medida preparatória da responsabilidade patrimonial, repre- sentando, em essência, a afetação de todos os bens necessários ao ressarcimento, podendo, por tal razão, atingir quaisquer bens ainda que adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade. Temos que cuidar, no entanto, para não confundirmos tais situações com a impossibili- dade (já pacífica no âmbito do STJ) de responsabilização por atos cometidos anteriormente à vigência da Lei n. 8.429/1992 (que ocorreu em 03/06/1992), e, por consequência, da própria Constituição Federal de 1988. Nesse sentido, temos a importante decisão do REsp 1129121, de 2013: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Jurisprudência para Concursos LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA A FATOS POSTERIO- RES À EDIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Lei de Improbidade Administrativa não pode ser aplicada retroativamente para alcançar fatos anteriores a sua vigência, ainda que ocorridos após a edição da Consti- tuição Federal de 1988. 2. A observância da garantia constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, esteio da segurança jurídica e das garantias do cidadão, não impede a reparação do dano ao erário, tendo emvista que, de há muito, o princípio da responsabilidade subjetiva se acha incrustado em nosso sistema jurídico. 3. Consoante iterativa jurisprudência desta Corte, a condenação do Parquet ao pagamento de honorários advocatícios no âmbito de ação civil pública está condicionada à demonstração de inequívoca má-fé, o que não ocorreu no caso. 4. Recurso especial provido em parte, apenas para afastar a condenação do recorrente em honorários advocatícios. Aprendendo na Prática Se estivermos diante de uma conduta prevista na Lei n. 8.429/1992 como improbidade admi- nistrativa, mas que foi praticada, por exemplo, no mês de dezembro de 1991, não poderá haver a responsabilização por tal prática, uma vez que a Lei n. 8.429/1992 apenas entrou em vigor em meados de 1992. Assim, ainda que a Constituição Federal de 1988 já estivesse em vigor, não há que se falar em responsabilização com base em uma norma legal que apenas foi publicada posteriormente à prática de improbidade administrativa. Outra forma de medida cautelar é o afastamento do servidor, com remuneração, quando tal providência se fizer necessária para a melhor instrução processual. Em tais situações, ainda que o servidor seja afastado com remuneração, o que é levado em conta é a necessida- de da apuração de uma possível prática de improbidade, dano que envolveria a coletividade como um todo. Afastando o servidor do desempenho das suas atribuições, pode a comissão processante desempenhar suas atividades com maior imparcialidade e eficiência. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO A possibilidade da adoção desta medida está prevista no parágrafo único do artigo 20 da Lei n. 8.429/1992, de seguinte teor: A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. A ação destinada a apurar a prática de improbidade administrativa será processada de acordo com o rito ordinário, podendo ser proposta, pelo Ministério Público ou pelas pessoas jurídicas interessadas, no prazo de 30 dias da efetivação da medida cautelar. Importante destacar que, com a edição da Lei n. 13.964/2019, passamos a contar com a possibilidade de celebração de acordo de não persecução cível. Nesse sentido, em caso de possibilidade de solução consensual, poderão as partes re- querer ao Juiz a interrupção do prazo para a realização da contestação por até 90 dias. Art. 17, § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. As demais regras processuais, no âmbito da ação de improbidade administrativa, podem ser resumidas da seguinte forma: • Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com docu- mentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. • Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, re- jeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. • Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. • Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. • Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal. • A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, con- forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. 9. CompetênCia A competência para o julgamento das ações de improbidade administrativa é tema que não está pacificando na doutrina. O motivo das inúmeras controvérsias dos tribunais supe- riores está na possibilidade ou não de aplicação do foro por prerrogativa de função no âmbito das ações em questão. Basicamente, o foro por prerrogativa de função (ou foro privilegiado) trata-se de uma prer- rogativa concedida a certas autoridades detentoras de poder, tais como os Parlamentares, os Magistrados e os Chefes do Poder Executivo. Estas autoridades possuem o direito (prerro- gativa) de serem processadas e julgadas, no âmbito das ações de natureza penal, por tribu- nais e juízes especializados, escapando assim do julgamento da justiça comum. Inicialmente, o entendimento do STF sempre foi no sentido de que o foro por prerrogativa de função tratava-se de prerrogativa que apenas poderia ser exercida no âmbito das ações de natureza penal, dentre as quais não se inclui a ação de improbidade administrativa, de natureza civil. Da mesma forma, o entendimento do tribunal em questão era no sentido de que tal prerro- gativa apenas poderia ser exercida enquanto o seu titular estivesse no exercício no mandato, não se estendendo, por conseguinte, após a quebra de tal vínculo com o Estado. De acordo com tais entendimentos, e considerando que a ação de improbidade adminis- trativa é de natureza cível, a competência para processar e julgar sempre foi atribuída ao juiz comum de primeiro grau. 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A grande controvérsia surgiu, no entanto, quando o mesmo tribunal decidiu, no julgamen- to da Questão de Ordem 3.211/DF, que caberia a ele próprio (STF) o julgamento das ações de improbidade administrativa contra seus próprios membros: 1. Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus membros. 2. Arquivamento da ação quanto ao Ministro da Suprema Corte e remessa dos autos ao Juízo de 1º grau de jurisdição no tocante aos demais. Não obstante a decisão do STF, o entendimento que deve ser levado para as provas de con- cursos é o de que é competente para o processamento e julgamento das ações de improbida-de administrativa o juiz ordinário comum de primeiro grau. Caso a banca exija o conhecimento do posicionamento do STF, vindo a exigir a literalidade da ementa expressa na Questão de Ordem 3.211, deve-se entender que, de acordo com a Supre- ma Corte, cabe ao STF julgar seus membros nas ações de improbidade. Da mesma forma, deve-se seguir o entendimento anterior do STF no que se refere a não pos- sibilidade da aplicação do foro por prerrogativa de função no âmbito de ações de natureza cível ou após o término do exercício do mandato ou cargo. Tais entendimentos podem ser sedimentados da seguinte forma: • As ações de improbidade administrativa possuem natureza cível, devendo ser proces- sadas e julgadas pelos juízes de primeiro grau. 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Tal lapso temporal, no âmbito da Lei n. 8.429/1992, está previsto no artigo 23, que assim dispõe: As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei. Aprendendo na Prática Afonso foi eleito vereador de um pequeno município. Caso ele venha a cometer, no curso do seu mandato, algum ato que configure improbidade administrativa, poderá o Poder Público propor as medidas necessárias à responsabilização de Afonso no prazo de 5 anos após o tér- mino do seu mandato. Não podemos confundir o prazo prescricional previsto na Lei n. 8.429/1992 com a pos- sibilidade do ressarcimento aos cofres públicos pela prática de improbidade administrativa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Nos termos do artigo 37, § 5º, da Constituição Federal, as ações de ressarcimento de pre- juízos causados ao erário, quando decorrentes de improbidade administrativa, são imprescri- tíveis, podendo ser propostas a qualquer tempo. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. O fundamento para tal possibilidade, conforme já mencionado diversas vezes, é a indispo- nibilidade do interesse público que permeia toda a atividade do Poder Público. Dessa forma, como a administração apenas gere a coisa alheia (que pertence ao povo), as ações de ressarcimento de prejuízos causados aos cofres públicos é, em última análise, o ressarcimento dos danos causados à própria coletividade. A imprescritibilidade das ações de ressarcimentos decorrentes de ilícitos civis, contudo, sofreu alterações após o julgamento do Recurso Extraordinário 669069, realizado pelo STF em fevereiro de 2016. Se até o aquele momento todas as ações de ressarcimento decorrentes de ilícitos cíveis eram pacificamente consideradas imprescritíveis, a jurisprudência, após o julgado em ques- tão, inclina-se no sentido de admitir que as ações de ressarcimento, salvo as hipóteses ex- pressamente ressalvadas, são prescritíveis. Jurisprudência para Concursos RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 3.2.2016. (RE-669069) É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Esse o entendimento do Plenário, que em conclusão de julgamento e por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que discutido o alcance da imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao erário prevista no § 5º do art. 37 da CF (“§ 5º – A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, ser- vidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de res- sarcimento”). A Corte pontuou que a situação em exame não trataria de imprescritibilidade no tocante a improbidade e tampouco envolveria matéria criminal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Com base neste importante julgado, devemos levar para a prova as seguintes informações: a) A ação de ressarcimento não mais é imprescritível para todos os danos decorrentes de ilícitos civis. b) No caso de ilícito civil decorrente de improbidade administrativa ou que envolva matéria criminal, a ação de ressarcimento continua sendo imprescritível, podendo o Estado ajuizar o ressarcimento a qualquer tempo. c) Não há, ainda, uma definição acerca do prazo prescricional para as demais ações de res- sarcimento (aquelas que não são decorrentes de improbidade ou de matéria criminal). Ainda assim, uma eventual questão de prova cobrando o assunto deve ter como resposta o prazo de 5 anos. O prazo prescricional para o ajuizamento das ações decorrentes de improbidade administra- tiva pode ser mais bem visualizado no quadro abaixo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANDREIA CRISTINA ARAUJO PEREIRA - 95009426153, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 99www.grancursosonline.com.br Diogo Surdi Lei n. 8.429/1992 - Improbidade Administrativa NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO RESUMO • O princípio constitucional da moralidade compreende os subprincípios da probidade, decoro e boa-fé. Violar a moralidade ou qualquer um dos seus subprincípios implica na anulação do respectivo ato administrativo. • Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 37, § 4º, que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú- blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
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