Buscar

SLIDES SOBRE REGRAS DE HERMENÊUTIVA JURÍDICA 18.04.2022.1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prof. Dr. JENALDO ALVES DE ARAÚJO DISCIPLINA : HERMENÊUTICA JURÍDICA
REGRAS DE HERMENÊUTIVA JURÍDICA
TRETINOINA
O juiz não pode deixar de sentenciar, alegando lacuna na lei.
Qual o embasamento legal na LINDB e no CPC? O artigo 4º da LINDB e 140, CPC. O magistrado deve fundamentar suas decisões sob pena de nulidade(art.93, IX, CF/88)
2.Quais os meios de que dispõem os magistrado para o preenchimento das lacunas?
Nos casos em que a lei for omissa, cabe ao magistrado se utilizar das fontes integradoras do direito, que incluem a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Por intermédio de que meios se integra o direito, nos termos da LINDB? Dentre eles qual deve prevalecer e por quê?
Os meios de integração do direito seriam a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito e a equidade. Dispostos no art. 4º da LINDB.
Podemos afirmar que a LINDB é autônoma? Por quê?
Sim. Porque é norma jurídica autônoma, aplicável sobre todo o ordenamento jurídico. SEU CONTEÚDO ENGLOBA AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – PORTANTO, É A NORMA DAS NORMAS, LEI DAS LEIS.
A LINDB Rege relações de vida? Justifique sua resposta.
Não. A Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro funciona como uma verdadeira “lei de introdução às leis”, ou ainda como um “conjunto de normas sobre normas”.
Ela existe, portanto, para regular o próprio Direito, ou seja, ela não rege as relações da vida das pessoas, mas sim as próprias normas jurídicas, indicando como elas devem ser interpretadas ou aplicadas.(Hermenêutica e Exegese)
NO CÓDIGO PENAL QUANDO A LEI FOR OMISSA O QUE DEVE FAZER O JUiz?
NADA, TENDO EM VISTA o princípio da legalidade (ou reserva legal no sentido estrito), previsto em seu artigo 1º, CP nos seguintes termos: "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Dessa forma, a conduta que não estiver prevista no Código Penal como crime não o é.
O QUE VEM A SER SUBSUNÇÃO?
Existe um impasse entre a abstração das normas e os fatos concretos, visto que essas normas se movimentam diante de um fato concreto, por meio da ação do magistrado, e essa aplicação do direito a um fato concreto por intermédio do mediador magistrado é chamado de subsunção. TRATA-SE DE APLICAR A NORMA AOS FATOS SOCIAIS PREEXISTENTES.
Há casos em que não será possível subsumir? Explique sua resposta.
Podemos nos deparar com casos em que o juiz não encontra a norma aplicável ao caso, não podendo assim subsumir o fato a nenhuma norma, diante desta problemática surge	a chamada lacuna (art. 4º da LINDB).Este tema é chamado integração das normas jurídicas.
Quando o art. 3º. da LINDB prescreve que “ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece”, está-se referindo a alguma lei específica? é possível alegar o desconhecimento da lei?
NÃO, esse preceito tem sua eficácia direcionada a todo Ordenamento Jurídico brasileiro.
Até é	possível alegar o desconhecimento da lei, só não é possível, por essa alegação, se escusar do cumprimento dela.
EXPLIQUE O QUE VEM A SER NORMA OU REGRA COGENTE?
Normas coagentes são aquelas que ordenam ou proíbem alguma coisa de modo pleno(“absoluto”), sem admitir qualquer alternativa, pois vinculam o seu destinatário a um único esquema de conduta.
Elas limitam a autonomia da vontade individual, não levando em conta as intenções ou desejos dos destinatários, porque defendem interesses que são fundamentais à vida social, os chamados interesses de “ordem pública”.
Como consequência do art. 3º da LINDB, não se faz necessário provar em juízo a existência da norma jurídica invocada. você concorda com essa afirmação? explique-a.
Sim. Não se faz necessário provar em juízo a existência da norma jurídica invocada, pois se parte do pressuposto de que o juiz conhece o direito. Esse princípio não se aplica ao direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário (CPC, art. 376).
O juiz de direito ou magistrados podem proceder à sentença pelo livre convencimento sem a devida motivação	(base legal)?
A resposta é não. Vejamos o porquê: o Princípio Constitucional da motivação das decisões judiciais está previsto na CF/88, art. 93, IX, e disciplina o seguinte:
	“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade [...]”. Em outras palavras, permite, em termos práticos, que as partes identifiquem precisamente os motivos que levaram o juiz a utilizar determinada forma de julgamento.
Quais os sentidos das palavras na linguagem jurídica?
São três os tipos de vocabulário jurídico: Unívocos, Equívocos e análogos.
Características dos direitos fundamentais
UNIVERSALIDADE;
INDIVISIBILIDADE;
INTERDEPENDÊNCIA;
INTERRELACIONARIDADE;
IMPRESCRITIBILIDADE;
COMPLEMENTARIDADE;
INDIVIDUALIDADE;
INVIOLABILIDADE;
INDISPONIBILIDADE;
INALIENABILIDADE;
HISTORICIDADE;
IRRENUNCIABILIDADE;
VEDAÇÃO AO RETROCESSO;
EFETIVIDADE;
LIMITABILIDADE.
bem como a constitucionalização dos direitos fundamentais.
Direitos esses que não podem ser mitigados, tampouco abolidos sequer por Emendas Constitucionais.(Art. 60,§4º.,CF/88)
⚫
HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS EM RELAÇÃO À CF/88
No caso específico de tratados e convenções sobre direitos humanos, há duas hipóteses, conforme jurisprudência do STF :
1) aprovação por maioria simples, caso em que a equivalência será de norma supralegal;
2) aprovação, em dois turnos, por três quintos, situação especial em que equivalerão às emendas constitucionais.
Localização dos Tratados Internacionais na pirâmide normativa(PIRÂMIDE DE HELSEN)
— TIDH (3/5 e 2 turnos) ( artigo 5.º, parágrafo 3. ºCF/88) = status de Norma Constitucional.
— TIDH (maioria simples) (CF, artigo 47) = status
Supralegal.
— Demais tratados internacionais = status de Lei Ordinária.
QUAIS OS TRATADOS INTERNACIONAIS QUE VERSAM SOBRE DIREITOS HUMANOS QUE EQUIVALEM À MENDA À CF/88?
TRATADOS SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA(Decreto 6.949/2009
| Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009).
TRATADO DE MARRAQUEXE (DECRETO N. 9.522, DE 8 DE OUTUBRO DE 2018,QUE PROMULGA O TRATADO DE MARRAQUECHE PARA FACILITAR O ACESSO A OBRAS PUBLICADAS ÀS PESSOAS CEGAS, COM DEFICIÊNCIA VISUAL OU COM OUTRAS DIFICULDADES PARA TER ACESSO AO TEXTO IMPRESSO, FIRMADO EM MARRAQUECHE, EM 27 DE JUNHO DE 2013).
MÉTODOS DA NOVA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Esses novos métodos não excluem os anteriores, passando a conceber a Constituição como um conjunto de normas que precisam evoluir juntamente com a sociedade.
MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO
Esse método nos foi legado pelo autor Theodor Viehweg	– foi um grande pensador da segunda metade do século XX. A Tópica é um estilo de pensamento voltado para a busca priorizada do exame do caso concreto, para a partir daí, escolher uma das opções interpretativas, e posteriormente buscar fundamentar a sua decisão.
Visão totalmente contrária ao positivismo, pois segundo este método a conclusão seria
lógico-dedutiva, sendo que primeiro devemos observar o caso concreto e depois buscarmos a norma que se adeque a ele.
MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR
Foi-nos legado por Konrad HESSE – na visão desse pensador, autor da obra A FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO – o papel do intérprete da Constituição seria um papel construtivo, ativo no desenvolvimento do processo hermenêutico.
Diz ele, que além de elementos objetivos que devem ser extraídos da realidade social, também elementos subjetivos devem ser agregados ao sentido mais justo do sentido aplicado à Constituição, posição de protagonista dentro do processo hermenêutico, concretizando o melhor sentido da norma constitucional.
Konrad Hesse foi um jurista alemão que, de 1975 até 1987, exerceu a função de Juiz do Tribunal Constitucional Federal alemão.
Para HESSE a norma é um produtoda interpretação constitucional. Esse processo hermenêutico seria conduzido pelo que ele denomina de pré-compreensão
– conjunto de valores, visões de mundo, crenças que o intérprete incorpora na sua própria consciência dentro de seu espaço interpretador, mergulhado numa cultura, num conjunto de valores num dado contexto histórico-cultural.
Exemplo: o tema sobre O DIREITO À MORTE DIGNA
– a doutrina e a jurisprudência mesmo diante da proibição da eutanásia, estão diante de uma realidade histórico-social, que talvez permita a realização da morte digna, reconhecendo que um paciente em estado terminal retire sua própria vida em nome da dignidade, e como argumento a favor, poderia se utilizar da ideia de que assim estaria realizando um direito mais justo.
MÉTODO CIENTÍFICO-ESPIRITUAL
	O referido na obra de Rudolph SMEND – J.J. Gomes CANOTILHO sistematiza muito bem esse autor e outros – busca potencializar a concretização de soluções hermenêuticas conciliatórias, sugere, incentiva a busca de soluções que possam promover a coesão político-social.
Não podemos interpretar a CF/88 de forma que venha a desagregar politicamente e socialmente a nação. O uso de medidas provisórias do art. 62 do CF, por exemplo, pelo Presidente da República, que é usado de forma abusiva em casos que não há relevância e nem urgência. Souza Júnior ,Luiz Lopes de.
At. 62, CF/88: “Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”.
O intérprete da Constituição, até mesmo o STF, deve buscar controlar essas medidas, que não só estariam ofendendo os requisitos do art. 62,CF/88, como também declarando a inconstitucionalidade dessas normas. Assim estará impedindo que o Poder Executivo invada a esfera do Poder Legislativo.
Às vezes, entrementes,	esses métodos podem ser utilizados para promover soluções conciliatórias na sociedade, para impedir “convulsões” entre grupos de nossa sociedade, ex.: a delimitação contínua das reservas indígenas, com a permissão para as forças armadas adentrarem a reserva para fins de segurança nacional.
MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE
O referido por MÜLLER – muito estudado por CANOTILHO – a ideia aqui é que o conceito de norma constitucional é um conceito muito mais amplo, podendo ser visualizada sobre uma dúplice perspectiva:
⚫
a) norma constitucional como texto normativo (ou programa normativo – concretizando a Carta Magna como um produto da interpretação, que é uma atividade mediadora e concretizadora de finalidades
– pensamento de HESSE – o texto da norma constitucional é a apenas a ponta do iceberg) e
	b) norma constitucional com âmbito normativo. Conceber a ideia de que o cidadão tem o direito de não aceitar atos abusivos do poder público.
As normas constitucionais são dotadas de grande carga política.
Essa interpretação se vale dos métodos de interpretação clássicos e também dos novos métodos.
O aparente conflito entre as normas no tempo decorre de sua sucessão. O Direito Constitucional Intertemporal cuida dos conflitos decorrentes do advento de uma nova ordem constitucional e estabelece algumas regras hermenêuticas.
CONSTITUIÇÃO ANTERIOR X CONSTITUIÇÃO NOVA
Prevalece a nova Constituição, pois é vedada a vigência de duas constituições ao mesmo tempo no Estado. A nova Constituição revoga totalmente a Constituição anterior.
O poder constituinte originário é inaugural, insubordinado, ilimitado para a elaboração de uma nova Constituição
EMENDA CONSTITUCIONAL X CONSTITUIÇÃO EM VIGOR
Se a emenda não apresentar nenhum vício que gere a inconstitucionalidade, e não ofenda aos princípios constitucionais, ela prevalecerá, pois está autorizada a modificar o texto da Constituição vigente.
O poder constituinte derivado reformador é subordinado, limitado à Constituição vigente, podendo reformá-la, desde que obedeça aos limites constitucionais, caso contrário, a emenda constitucional será considerada inconstitucional.
CONSTITUIÇÃO NOVA X DIREITO INFRACONSTITUCIONAL ANTERIOR
Prevalece a Constituição nova, pois ela revoga todas as normas infraconstitucionais que lhe são contrárias e recepciona todas as normas que não lhe contrariam.
CONSTITUIÇÃO VIGENTE E LEI NOVA
Prevalece a Constituição vigente.
QUAIS AS NORMAS JURÍDICAS SUJEITAS À INTERPRETAÇÃO?
Com relação a esse questionamento, hoje a doutrina é unânime em responder que todas as normas jurídicas são passíveis de interpretação, sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais.
Até mesmo as normas jurídicas não escritas, como os costumes os princípios gerais do direito estão sujeitas à interpretação.
Nem aquelas normas jurídicas entendidas como sendo claras e óbvias estão sujeitas à interpretação, já que até mesmo a clareza é um conceito relativo, já que algo que é claro hoje, com o passar do tempo pode se tornar obscuro e sem sentido, por exemplo.
Não adotamos, assim, a ideia que diante da clareza a interpretação se cessa.
O brocardo jurídico in claris cessat interpretatio (a interpretação cessa quando o texto é claro), apesar de estar em latim não tem a sua origem no direito romano.
Associamo-nos ao pensamento de Perelman que defende que: “mas quando se poderá dizer que um texto é claro ?
Quando é claro o sentido que o legislador antigo lhe deu ?
Quando o sentido que se lhe dá é claro para o juiz ? Quando os dois sentidos claros coincidem ?”
PERELMAN, Chaim. Ética e Direito. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1996, p. 622.
QUEM DEVE FIXAR AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO?
	Conforme a doutrina majoritária cabe aos doutrinadores e à jurisprudência fixar os critérios de interpretação, justificando da seguinte forma:
a) porque, resultantes da ciência jurídica pura, ou da atividade dos juízes e tribunais, esses ditames não permanecem inertes, antes acompanham todas as transformações e vicissitudes da vida social, o que não aconteceria se fossem consolidadas em leis; e
	b) porque, se em leis transformassem, as próprias normas interpretativas precisariam ser interpretadas, criando-se, dessarte, um verdadeiro círculo vicioso.
RÁO, Vicente. O Direito e a Vida dos Direitos. 5.ed. Rio de Janeiro: Editora Revista dos Tribunais, p. 1999, p. 464. MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 19. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2007, p. 78-79.
REGRAS DE INTERPRETAÇÃO SÃO TRÊS AS ESPÉCIES DE REGRAS DE INTERPRETAÇÃO JURÍDICA:
AS LEGAIS;
AS CIENTÍFICAS;
AS DA JURISPRUDÊNCIA, VEJAMOS CADA UMA DELAS:
AS REGRAS LEGAIS DE INTERPRETAÇÃO
Encontram-se previstas no art. 4º. e 5º. Da LINDB : Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Nos posicionamos no sentido de que além desses dois artigos da LINDB para interpretar uma norma jurídica para poder buscar o sentido correto da norma, temos ainda que verificar o resultado da interpretação levando em consideração a nossa Carta Magna, em seu artigo 3º que estabelecem que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
⚫
Construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional;
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
REGRAS CIENTÍFICAS DE INTERPRETAÇÃO
Vários são os doutrinadores que se debruçaram para estudar e delinear as regras de interpretação. Dentre os doutrinadores que se destacam podemos citar as regras clássicas de Justiniano, a quem devemos o CORPUS IURIS CIVILIS.
Já atualmente podemos citar as regras criadaspor Carlos de Carvalho em sua clássica obra - mais nova Consolidação das Leis Civis. Vejamos:
“Caput – A ementa de lei facilita sua inteligência. § 1º. +o texto da lei se entende na haver frase ou palavra inútil, supérflua ou sem efeito;
§ 2º. Se as palavras da lei são conformes com a razão devem ser tomadas no sentido literal e as referentes não dão mais direito do que aquelas a que se referem;
§ 3º. Deve-se evitar a supersticiosa observância da lei que, olhando, só a letra dela, destrói a sua intenção.
§ 4º. O que é conforme ao espírito e letra da lei se compreende na sua disposição.
§ 5º. Os textos da mesma lei devem-se entender uns pelos outros; as palavras antecedentes e subsequentes declaram o seu espírito;
§ 6º. Devem concordar os textos das leis, de modo a torná-los conforme e não contraditórios, não sendo admissível a contradição ou incompatibilidade neles.
§ 7º. As proposições enunciativas ou incidentes da lei não têm a mesma força que as suas decisões;
§ 8º. Os casos compreendidos na lei estão sujeitos para sua disposição, ainda que não os especifique, devendo proceder-se de semelhante a semelhante, e dar igual inteligência às disposições conexas.
§ 9º. O caso omisso na letra da lei se compreende na disposição quando há razão mais forte.
§ 10. A identidade de razão corresponde à mesma disposição de direito.
§ 11. Pelo Espírito de umas se declara o das outras, tratando-se de leis análogas.
§ 12. As leis conformes no seu fim devem ter idêntica execução e não podem ser entendidas de modo a produzir decisões diferentes sobre o mesmo objeto.
§ 13. Quando a lei não fez distinção o intérprete não deve fazê-la, cumprindo entender geralmente toda a lei geral.
§ 14. A equidade é de direito natural e não permite que alguém se locuplete com jactura alheia.
§ 15. Violentas interpretações constituem fraude da lei “
CARVALHO, Carlos de. +ova Consolidação das Leis Civil. 1899 APUD FRANÇA, R. Limongi. Hermenêutica Jurídica. Rio de Janeiro: Editora Saraiva, 1997, p.27-28.
REGRAS DA JURISPRUDÊNCIA PARA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA
Quem mais se preocupou em compilar as regras de jurisprudência foi Washington de Barros Monteiro, que entre outras apresentou as seguintes regras:
“a) Na interpretação, deve-se sempre preferir a inteligência que faz sentido à que não faz.
	b) deve-se preferir a inteligência que melhor atenda à tradição do direito.
	c) deve ser afastada a exegese que conduz ao vago, ao inexplicável, ao contraditório e ao absurdo.
d) há que se ter em vista o e o quod plerumque fit,( como muitas vezes acontece em) isto é, aquilo que ordinariamente sucede no meio social. e) Onde a lei não distingue o intérprete não deve igualmente distinguir.
	f) todas as leis excepcionais ou especiais devem ser interpretadas restritivamente.
g) tratando-se, porém, de interpretar leis sociais, preciso será temperar o espírito do jurista, adicionando-lhe certa dose de espírito social, sob pena de sacrificar-se a verdade à lógica.
	h) em matéria fiscal, a interpretação se fará restritivamente.
	i) deve ser considerado o lugar onde será colocado o dispositivo, cujo sentido deve ser fixado.
MONTEIRO, Washington B. Curso de Direito Civil. Vol. I, p. 43.
A LEI NÃO CONTÉM FRASE OU PALAVRA INÚTIL, SUPÉRFLUA OU SEM EFEITO
Um dos expedientes de que se pode valer o mau intérprete para alterar, na interpretação, o sentido da norma, é o de “fechar os olhos” para uma palavra ou um trecho do texto. Nas questões onde a redação da norma é deficiente, em especial, acode a tentação de “esquecer” a palavra ou expressão que cria uma dificuldade interpretativa (ou conduz a um resultado indesejado pelo intérprete).
	Por isso é que a experiência jurídica multicentenária consagrou a regra em exame. Todas as palavras contidas na lei são lei, e todas têm força obrigatória. Nenhum conteúdo da norma legal pode ser esquecido, ignorado ou tido como sem efeito, sem importância ou supérfluo.
A lei não contém palavras inúteis. Como ensinava CARLOS MAXIMILIANO.
A NORMA ESPECIAL PREVALECE SOBRE A NORMA GERAL
Interpretar a norma, como foi dito no princípio, inclui determinar o seu alcance, ou seja, seu âmbito de incidência. Implica, em suma, determinar a que casos se aplica a norma.
Há, como é sabido, normas gerais e normas especiais, as primeiras feitas para cobrir um universo amplo de situações, e as segundas para tratar de situações particulares, específicas, desmembradas daquele universo.
Se temos uma lei geral (o Código Civil) tratando de contratos, e várias leis especiais (a Lei do Inquilinato, o Código do Consumidor, v.g.) tratando também de contratos, devemos observar que situações especiais se resolvem segundo as regras especiais, e as situações gerais resolvem-se pela regra geral.
A regra geral só incide quando não houver regra especial cobrindo uma determinada hipótese.
QUANDO A LEI É OBSCURA, INTERPRETA-SE-A RESTRITIVAMENTE
A fórmula tradicional dessa norma, no direito romano, era “nas coisas obscuras sempre seguimos o mínimo”.
Por incontáveis razões, eventualmente a redação do texto legal é falha, ou contém erros que lhe prejudicam a compreensão, ou é redigida em termos extremamente dúbios ou subjetivos, que dificultam uma interpretação objetiva. Ainda assim uma lei imperfeitamente redigida é lei, e obriga.
Cabe ao operador do direito buscar uma interpretação que torne a regra aplicável, efetiva...
LEIS EXCEPCIONAIS OU ESPECIAIS DEVEM SER INTERPRETADAS RESTRITIVAMENTE
Já se disse, em mais de uma passagem, que não se presumem exceções, e que estas devem estar previstas na lei de forma clara.
Clara não quer dizer explícita. Uma exceção pode ser evidente, embora esteja implícita num texto que não a menciona literalmente.
De qualquer sorte as leis excepcionais são as que se prendem a eventos ou situações anormais e transitórias para as quais cunham-se regras “de ocasião”, que se prendem à efeméride que as motivou.
Essas regras excepcionais (como as criadas em situação de calamidade pública, guerras, revoluções, inundações, epidemias, etc.) devem ser interpretadas de forma estrita, para abrangerem somente os casos nelas literalmente contemplados, e produzir somente as consequências expressamente previstas.
⚫
Já as leis especiais são aquelas que, ao contrário das normas ditas gerais, não tratam da universalidade de casos e situações, mas de um setor ou fragmento dessa universalidade, para o qual se criam regras próprias.
Assim, as regras do Código Civil sobre os contratos são gerais, e as regras do Código do Consumidor são especiais, porque tratam somente de determinados contratos.
Dentre as normas especiais, para as quais a doutrina sempre preconizou a interpretação restritiva, estão as leis fiscais ou tributárias e as normas penais incriminadoras.
PREVALECE A INTERPRETAÇÃO QUE MELHOR ATENDA À TRADIÇÃO DO DIREITO
Essa norma complementa a 1ª regra: nas questões duvidosas, ao invés da interpretação que conduza ao absurdo, prefere-se a que está conforme a tradição do direito.
A norma convoca ao atendimento do método histórico de interpretação. Na frase de MAXIMILIANO, só quem não conhece o Direito acredita na possibilidade de se fazerem leis inteiramente novas.
O método histórico é a técnica interpretativa que indaga das condições de meio e momento da elaboração da norma legal, e das causas pretéritas da solução dada pelo legislador.
É preciso frisar, contudo, que a lei não representa a vontade do legislador, um “testamento” de uma geração para outra.
Uma vez promulgada, a lei se torna independente de seus autores.
A vontade da lei desprende-se da vontade do legislador, e esta última deixa de importar.
A lei passa a valer pelo seu conteúdo, não é “um pensamento morto” (MAXIMILIANO).
Por isso, a interpretação histórica é principalmente uma interpretação histórico-evolutiva,que busca adaptar os conceitos da lei antiga ao momento atual e às exigências da sociedade atua.
A EQUIDADE NÃO PERMITE O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
Essa norma indica, simplesmente, que se deve interpretar o direito de maneira a não permitir o enriquecimento sem causa.
O locupletamento imotivado, sem justa causa, consiste em iniquidade. Embora se possa controverter, como se controverte, durante séculos e sem conclusão, sobre o significado e o conteúdo da expressão justiça, é pacífico que o objetivo maior do sistema jurídico é produzir justiça e conduzir à justiça. Logo, a interpretação que conduz à iniquidade é incorreta.
COLISÃO FR PRINCÍPIOD R CONFLITOS DE REGRAS
Conflitos de normas no tempo e no espaço fizeram surgir princípios como o da territorialidade e o da especialidade, que são chamados de princípios porque elas precisavam de um status a priori, superior para poderem validamente regular a aplicação e a não aplicação de normais igualmente jurídicas.
De acordo com Alexy,entretanto, princípios são somente as normas que estabelecem objetivos que devem ser alcançados na melhor medida possível, o resto é regra; nessa concepção fica fácil distinguir princípios e regras, além de tornar possível operacionalizar soluções interessantes para os problemas de colisão, contradição e conflito entre normas jurídicas.
Quando, entrementes	se trata de colisão de princípios não há cláusula de exceção, tampouco declaração de invalidade, há afastamento. Um princípio irá ter de ceder perante a força do outro, diante das circunstâncias reais.
Em estado abstrato, os princípios têm a mesma força e peso, mas isso não significa que, colocados sob a luz do caso concreto, eles ainda tenham, um pode ter mais que o outro (critério de peso).
Em síntese, os conflitos entre regras são questões de validade normativa, enquanto que as colisões entre princípios são questões de peso, de ponderação e que só pode ser racionalmente justificada mediante argumentação.
PROPORCIONALIDDE E REGRA DA PONDERAÇÃO
Conexão entre ponderação de princípios e a máxima da proporcionalidade: a proporcionalidade pode ser deduzida de um princípio, e ainda mais, a própria essência dos princípios tem como pano de fundo a máxima da proporcionalidade.
De acordo com a teoria de Alexy, esta última é uma regra e não um princípio, haja vista que a proporcionalidade não contém nenhum mandado de otimização, tampouco constitui uma orientação que deve ser alcançada de modo mais satisfatório possível. A máxima da proporcionalidade contém regras que só podem ser cumpridas ou descumpridas.
Assim, Alexy a trata como regra de proporcionalidade e não como “princípio da proporcionalidade”, como as doutrinas jurídicas generalizam.
A máxima da proporcionalidade se subdivide em outras três máximas parciais ou submáximas: a) adequação; b) necessidade; c) proporcionalidade em sentido estrito.
A última seria a própria ponderação de princípios.
Alexy pretende relacionar o conjunto dessas três máximas com a sua teoria da ponderação de princípios, para apresentar uma possível metodologia da decisão jurídica sobre colisões de princípios.
ADEQUAÇÃO
A máxima da adequação razoável estabelece uma referência à relação de adequação entre os meios necessários para atingir a finalidade exigida por um princípio jurídico.
Sendo assim, a adequação nada mais é do que uma otimização sobre as possibilidades fáticas da relação entre os meios e os fins exigidos por princípios.
Dentre essas possibilidades, podem ocorrer quatro situações:
a) o meio empregado para atingir a finalidade é adequado para a finalidade do princípio e não produz interferência em outro ou outros princípios;
b) o meio empregado para atingir a finalidade é adequado para a finalidade do princípio, mas produz interferências em outro ou outros princípios;
c) o meio empregado para atingir a finalidade não é adequado para a finalidade do princípio e não produz interferências em outro ou outros princípios;
d) o meio empregado para atingir a finalidade não é adequado para a finalidade do princípio e ainda produz interferências em outros princípios;
NECESSIDADE
A necessidade justifica o afastamento de princípios que colidirem com a necessidade de realização de outros princípios.
Portanto, a necessidade tem a ver com a justificação do afastamento de princípios em situação de colisão com os meios necessários para a realização de outros princípios.
Assim, a questão da necessidade surge quando não há outro meio faticamente possível, como, por exemplo, a questão da adequação.
Esse surgimento acontecerá quando, com o objetivo de atingir a finalidade do princípio, não se consegue otimizar os meios empregados de modo que cada um não produza interferências nas exigências dos demais princípios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, Celso Ribeiro. Hermenêutica e interpretação constitucional. 3ª. edição.São Paulo: Celso Bastos Editor, 2002, p. 17.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 356/397.
CANARIS, Claus Willtelm. Pensamento Sistemático e Conceito de Sistema na Ciência do Direito.66.2-179.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e a Teoria da Constituição.Portugal: Almedina, 1998, p. 1099.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e a Teoria da Constituição.Portugal:Almedina, 1998, p. 1097.
CARVALHO, Márcia Haydeé Porto de. Hermenêutica Constitucional - Métodos e Princípios Específicos de Interpretação. Santa Catarina: Obra Jurídica, 1997, p. 76.uris, 1986.onsilium - Revista Eletrônica de Direito, Brasília n.4, v.1 maio/ago. de 2010.
LASSALLE, Ferdinand. A Essência da Constituição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998, p. 53.
QUITANA, Linares apud LEITE, George Salomão. Do Método Tópico De Interpretação Constitucional. Jus Navigandi, Teresina, ano 4, n. 45, set. 2000. Disponível em:http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=34. Acesso em: 22 set. 2006.BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição. São Paulo: Saraiva, 1996, p.150.
ROCHA, Carmem Lúcia Antunes. Princípios constitucionais da Administração Pública. BeloHorizonte: Del Rey, 1994: p. 5
SIEYÈS, Emmanuel Joseph. A Constituição Burguesa - Qu`est-ce que le Tiers État ? Rio de Janeiro:Liber J
TEMER, Michel. Elementos de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 1995, p. 2.CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e a Teoria da Constituição.Portugal: Almedina, 1998, p. 1097.

Continue navegando