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SISTEMA DE ENSINO DIREITO TRIBUTÁRIO Impostos de Competência da União. Impostos de Competência dos Estados Livro Eletrônico 2 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Sumário Impostos da União e Impostos dos Estados e do DF .............................................................. 3 Impostos da União .......................................................................................................................... 3 Do Imposto de Importação – II ..................................................................................................... 4 Do Imposto de Exportação – IE .................................................................................................... 8 Do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR ...................................................... 10 Do Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF ...............................................................................15 Do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI .................................................................16 Do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer natureza – IR ..................................20 Imposto sobre as Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF ............................................................................................................ 22 Questões de Concurso ................................................................................................................. 25 Gabarito ...........................................................................................................................................38 Dos Tributos Estaduais. Contornos Constitucionais ............................................................. 39 Lei Complementar e os Impostos Estaduais ........................................................................... 39 ICMS .................................................................................................................................................40 IPVA e suas Origens ...................................................................................................................... 57 IPVA e sua Conformação Constitucional .................................................................................. 58 ITCD: Conceitos Iniciais ................................................................................................................64 Questões de Concurso ................................................................................................................. 72 Gabarito ...........................................................................................................................................90 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO IMPOSTOS DA UNIÃO E IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DF Impostos da UnIão Já vimos antes no curso que, tendo em conta o art. 146, III, “a”, da Constituição Federal, cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente so- bre a definição dos fatos geradores, base de cálculo e os contribuintes dos impostos previstos na Constituição. Pois bem. A norma mais importante no ordenamento nacional, nesse ponto, é o CTN. Cla- ro, sabemos que, apesar de ser formalmente uma lei ordinária, o código foi recepcionado pela CF/1988 com força de lei complementar em relação aos dispositivos que versam sobre nor- mas gerais em matéria tributária. Entretanto, não é só o CTN que cumpre esse mister no ordenamento. Podemos citar diver- sas leis tributárias que tratam de normas gerais, como a Lei Complementar n. 87/1996, a lei Complementar n. 24/75 e a Lei Complementar n. 116/2003. Assim, para o exercício da competência tributária atribuída pela Constituição é necessário que o ente observe, além dos contornos constitucionais, o disposto nas leis complementares (com estatura complementar) ao momento da instituição de tais tributos por lei. Para que as coisas fiquem mais claras: o estudo dos impostos da União deve seguir uma sequência lógica, começando pela Constituição Federal, passando pelo CTN e chegando, por fim, em eventuais normas específicas. No seu concurso só serão cobrados os dispositivos constitucionais, mas para a sua compreensão dos assuntos traremos também outros manda- mentos legais. É, então, exatamente o que vamos fazer no curso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Antes de mais nada, note o artigo 153 da Constituição Federal, que outorga à União a Com- petência Tributária para instituir, por meio de ato normativo primário, os seguintes IMPOSTOS: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I – importação de produtos estrangeiros; II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III – renda e proventos de qualquer natureza; IV – produtos industrializados; V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI – propriedade territorial rural; VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Como se vê, a União possui competência para instituir SETE impostos de acordo com o disposto no artigo 153. Mas não para por aí, querido(a) aluno(a). Tendo em vista o disposto no artigo 154, não podemos nos esquecer que essa mesma União poderá instituir, ainda, impostos no exercício da competência residual, bem como no exercício da competência extraordinária, cada uma com suas características peculiares, a saber: Art. 154. A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Cons- tituição; II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. As ideias presentes no artigo 154, estudamos na aula de competência tributária. Vamos agora nos ater aos impostos expressamente previstos para a União no artigo 153. do Imposto de Importação – II Junto com o imposto de exportação, o imposto de importação é um dos tributos que incide sobre o comércio exterior, e, por isso, possui uma elevada percepção de extrafiscalidade. Até por isso, por ter características marcadamente extrafiscais, o II vem regulado na Cons- tituição como uma das exceções à submissão de alguns Princípios Constitucionais tributários como a anterioridade de exercício (150, § 1º), a anterioridade nonagesimal (150, § 1º) e a legalidade (153, § 1º). O sentido aqui é claro: como a sua maior característica é regular mercados – e não arreca- dar efetivamente receitas para o ente político – o legislador constituinte optou por dar à Admi- nistração Tributária o poder de alterar as alíquotas do Imposto de acordo com as necessidades do mercado, bem como exigir essas alterações de forma imediata. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brhttps://www.grancursosonline.com.br 5 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Vamos relembrar os dispositivos constitucionais: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta- dos, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; [...] III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou au- mentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003) [...] § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003) [...] Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I – importação de produtos estrangeiros; [...] § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alte- rar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. Essas disposições significam que o imposto de importação poderá ter suas alíquotas au- mentadas e diminuídas por meio de ato normativo infralegal – decreto, por exemplo – dentro de uma determinada baliza prevista pela lei. Essa alteração, inclusive, poderá ser exigida ime- diatamente sem respeito às restrições da anterioridade. Fora isso, o Imposto de Importação se submete a todas as outras limitações constitucio- nais ao poder de tributar, como, por exemplo, a imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (150, VI, “d”). Do Fato Gerador O fato gerador (hipótese de incidência) do tributo vem delimitado no CTN, mais especifica- mente em seu artigo 19, a saber: Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional. Como se vê, há uma posição no dispositivo que merece ser aclarada: o CTN, ao invés de apenas delimitar a materialidade da incidência do imposto de importação, faz mais do que isso e ainda apresenta no mesmo dispositivo o aspecto temporal da sua ocorrência. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 6 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Então temos um aspecto material: o fato gerador ocorre em face da entrada no território nacional de produtos estrangeiros, bem como um aspecto temporal, o fato gerador ocorre no momento da entrada dos produtos estrangeiros no território nacional. Assim, a entrada de produtos estrangeiros (produtos destinados ao comércio, para uso ou consumo, para ativo fixo, etc) no território nacional acarretará a incidência do tributo. Note que a “entrada no território nacional” deve ser aquela onde o produto se integra à economia nacional, sendo possível que o mero ingresso físico e temporário de um produto não atraia a incidência do imposto. A simples entrada de um quadro para exposição temporária em um museu, por exemplo, mesmo que caracterizado o fato importação, poderá não ensejar a tributação pelo imposto de importação. Como se vê, necessário que a entrada física seja acompanhada de um viés de integração à economia nacional para fins de caracterização do fato gerador do imposto de importação. Ou seja, nem toda a importação (entrada de produto estrangeiro no território nacional) é, portanto, fato gerador do imposto de importação. Nem se diga, ainda, ser necessário que o produto estrangeiro seja comprado por alguém para se integrar à economia nacional. Não é preciso. Aqui a legislação menciona uma situação fática: o ingresso definitivo do produto. Basta, então, o ingresso, de forma definitiva, para fins de incidência. Dito isso, é preciso passar à delimitação do aspecto temporal, ou seja, o momento da ocor- rência do fato gerador. Há uma certa controvérsia sobre o ponto, tendo em vista que o regulamento aduaneiro pre- vê, em seu artigo 73, que tal momento se configura quando da data do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo. A questão do momento da ocorrência é importante para fins da determinação de qual alíquota será utilizada para fins de tributação, ou aquela do momento da entrada no território nacional ou a em vigor na data do registro da declaração. Esse suposto conflito do decreto com o CTN foi submetido ao poder judiciário que resolveu a controvérsia com a seguinte posição: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. MERCADORIA EM TRÂNSITO DESTINADA AO PARAGUAI. AVARIA OU EXTRAVIO. ISENÇÃO. IRRESPONSABILIDADE DO TRANSPORTA- DOR. PRECEDENTES. 1. Não obstante o fato gerador do imposto de importação se dê com a entrada da mer- cadoria estrangeira em território nacional, torna-se necessária a fixação de um critério temporal a que se atribua a exatidão e certeza para se completar o inteiro desenho do fato gerador. Assim, embora o fato gerador do tributo se dê com a entrada da mercadoria em território nacional, ele apenas se aperfeiçoa com o registro da Declaração de Impor- tação no caso de regime comum e, nos termos precisos do parágrafo único, do artigo 1º, do Decreto-Lei n. 37/1966, “com a entrada no território nacional a mercadoria que contar como tendo sido importada e cuja a falta seja apurada pela autoridade aduaneira”. [...] O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO 4. Recurso não conhecido. (REsp 362.910/PR, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/04/2002, DJ 13/05/2002, p. 161) Assim, temos o fato gerador se aperfeiçoando no momento do registro da Declaração de Importação, para fins de definição da alíquota aplicável. Base de Cálculo A base de cálculo do imposto de importação vem delimitada no artigo 20 do Código Tribu- tário Nacional: Art. 20. A base de cálculo do imposto é: I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III – quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. Como se vê, há três bases de cálculo distintas para o Imposto de Importação, a depender da situação relacionada nos incisos do artigo 20 do CTN. Quando a alíquota for ad valorem (inciso II), teremos a situação comum, onde um percen- tual delimitado pela lei (alíquota) será multiplicado pelo preço do produto para determinação do valor de tributo devido. Ou seja, teremos como base de cálculo o preço normal que o produto, ou seu similar, al- cançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência,para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País multiplicado pela alíquota delimitada. No caso de termos alíquota específica, determina-se o valor do tributo ao se multiplicar um valor específico, determinado pela lei, por alguma unidade de quantificação dos bens impor- tados. Por exemplo, se a alíquota específica para a importação de violões for de R$10,00 por unidade, na importação de 10 unidades teremos um imposto devido na monta de R$ 100,00. Por fim, temos a base de cálculo do imposto de importação quando se tratar de produto apreendido ou abandonado e levado a leilão. Nesse caso, valor da base de cálculo será o valor da arrematação. Veja, ainda, o artigo 21 do CTN, no ponto relacionado à base de cálculo do Imposto de Importação: Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alí- quotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Com efeito, tal possibilidade de alteração da base de cálculo do tributo não foi recepciona- da pela Constituição de 1988. Apenas continua vigente o ponto que relaciona a alteração das alíquotas. Contribuintes O artigo 22 do CTN informa que o contribuinte do imposto de importação será: Art. 22. Contribuinte do imposto é: I – o importador ou quem a lei a ele equiparar; II – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. Principais Características do Imposto de Importação Principais características do II Exceção ao princípio da anterioridade de exercício. Exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Exceção ao princípio legalidade no que diz com as alíquotas apenas. Função extrafiscal predominante. do Imposto de exportação – Ie Da mesma forma que com o imposto de importação, o imposto sobre a exportação é um dos tributos que incide sobre o comércio exterior e, por isso, possui uma elevada percepção de extrafiscalidade. O IE também vem regulado na Constituição como uma das exceções à submissão de al- guns Princípios Constitucionais tributários como a anterioridade de exercício (150, § 1º), a anterioridade nonagesimal (150, § 1º) e a legalidade (153, § 1º). Note que, como já reproduzido antes, a Constituição Federal de 1988 denominou o tributo de imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, de forma um tanto distinta daquela prevista no CTN. Do Fato Gerador O fato gerador (hipótese de incidência) do tributo vem delimitado no CTN, mais especifica- mente em seu artigo 23, a saber: Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional. De forma similar ao imposto de importação, também no IE o CTN delimita a materialidade e o momento da ocorrência do fato gerador do tributo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Até por isso, as mesmas controvérsias se apresentaram, como no imposto de importação. Trazendo o mesmo paralelismo, o regulamento aduaneiro, impõe que o fato gerador ocorra no momento do registro da exportação no sistema integrado de Comércio internacional (sis- comex). Note a dicção do RA: Art. 213. O imposto de exportação tem como fato gerador a saída da mercadoria do território adu- aneiro. Parágrafo único. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). É importante notar que aqui também não é necessário que exista negócio jurídico a emba- sar a saída do produto. Registrado no siscomex, consolida-se o fato gerador do imposto. Da Base de Cálculo A base de cálculo do imposto vem delimitada no artigo 24 do Código Tributário Nacional: Art. 24. A base de cálculo do imposto é: I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência. Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo do financiamento. Também no imposto de exportação a base de cálculo dependerá da alíquota. Se for es- pecífica, será a unidade de medida adotada pela lei tributária. Se for ad valorem, será o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência. Veja, ainda, o artigo 26 do CTN, no ponto relacionado à base de cálculo do Imposto: Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquo- tas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Com efeito, tal possibilidade de alteração da base de cálculo do tributo não foi recepcionada pela Constituição de 1988. Apenas continua vigente o ponto que relaciona a alteração das alíquotas. Dos Contribuintes O artigo 27 do CTN informa que o contribuinte do imposto será o exportador ou quem a lei a ele equiparar: Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Já o regulamento aduaneiro extrapola um pouco a conceituação, mas permanece válido para fins de prova: Art. 217. É contribuinte do imposto o exportador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída de mercadoria do território aduaneiro. Principais Características do Imposto de Exportação Principais características do IE Exceção ao princípio da anterioridade de exercício. Exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Exceção ao princípio legalidade no que diz com as alíquotas apenas. Função extrafiscal predominante. do Imposto sobre a proprIedade terrItorIal rUral – Itr O ITR, assim como o II e o IE, é um imposto que possui a extrafiscalidade entre suas carac- terísticas marcantes. Note o dispositivo constitucional que embasa essa afirmação: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] VI – propriedade territorial rural; [...] § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de pro- priedades improdutivas. Como se vê, a ideia básica do ITR é desestimular, por meio de imposição de alíquotas pro- gressivas, a manutenção de propriedades improdutivas. Em que pese isso, o ITR está sujeito a princípios constitucionais tributários como a anterio- ridade e a legalidade, diferentemente do II e do IE, por exemplo. Além disso, a Constituição aindatrata de outros dois aspectos essenciais do tributo em seu art. 153, § 4º, incisos II e III. Note o artigo em sua inteireza: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] VI – propriedade territorial rural; [...] § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de proprie- dades improdutivas; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; III – será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. O inciso II acima traz, de forma expressa, uma imunidade constitucional no que diz com a incidência do ITR. As pequenas glebas rurais, definidas pela lei, ficam imunes ao tributo, mas desde que as condições ali expostas sejam observadas, ou seja, o proprietário seja o explorador da sua úni- ca propriedade. Já o inciso III trata de uma situação muito cobrada em prova de concurso no que diz com o ITR: a possibilidade da outorga de sua capacidade tributária ativa para o município da situa- ção do bem. Assim, em que pese o imposto continue sendo de competência da União, poderá ser cobra- do e fiscalizado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. Na situação acima, o município será titular de TODA a arrecadação do imposto. Caso não opte pela situação prevista na Constituição perceberá apenas 50% do valor do tributo exigido dos imó- veis rurais localizados em seu território, tendo em conta a leitura do artigo 158 da Constituição: Art. 158. Pertencem aos Municípios: [...] II – cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade terri- torial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III. O ITR vem regulado, de forma geral, no Código Tributário Nacional, em seus artigos 29 a 31. Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Do Fato Gerador do ITR O fato gerador do ITR é a aquisição da propriedade, do domínio útil ou da posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do município. Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO A lei civil ali mencionada, geralmente, é o Código Civil Brasileiro, Lei n. 10.406/2002. Inobs- tante isso, não há em tal normativo a definição do que viria a ser um bem imóvel por natureza. O código apenas traz a definição de bem imóvel de forma ampla em seu artigo 79: Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. A melhor doutrina entende que, nesse caso, como a menção do CTN era voltada ao Código Civil de 1916 – hoje já revogado – é possível partir dos conceitos ali estabelecidos para melhor esclarecer a incidência do ITR. Pois bem. O código anterior entendia que bem imóvel por natureza era o solo, sua super- fície, seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. E também delimitava que os bens imóveis por acessão física seriam: tudo quanto o ho- mem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. Nesse ponto, o importante é entender que o ITR incide apenas sobre bens imóveis por natureza. Regra geral, o critério para a definição da incidência do ITR é o imóvel por natureza estar localizado fora da zona urbana do município. Se o imóvel estiver localizado na zona urbana, regra geral incidirá o IPTU. Note que, ademais, o IPTU incidirá sobre bens imóveis por natureza ou acessão física. Até por isso, o artigo 32 do CTN delimita o conceito de zona urbana para fins de incidên- cia do IPTU: Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; ob- servado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo poder público: I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II – abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à in- dústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágra- fo anterior. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Em que pese essa seja a regra geral, há exceção delimitada no artigo 15 do Decreto-Lei n. 57 de 1966, no que diz com a incidência do ITR: Art. 15. O disposto no art. 32 da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindus- trial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados. (Revogação suspensa pela RSF n. 9, de 2005) A jurisprudência já consolidou o entendimento relacionado à validade do dispositivo acima, assim, para fins de incidência do ITR precisamos ter a seguinte posição para fins de prova: O ITR incide sobre bens imóveis por natureza localizados fora da zona urbana do município. Entretanto, caso o imóvel esteja localizado DENTRO da zona urbana e seja utilizado em explo- ração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incidirá, sobre o mesmo, o ITR. Da Base de Cálculo do ITR O artigo 30 do CTN delimita que a base de cálculo do ITR será o valor fundiário: Art. 30.A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. A Lei n. 9.393/1996, que institui o imposto, delimita forma de cálculo específica para se descobrir o valor fundiário, levando em consideração diversos aspectos relacionados com o bem imóvel rural. Entretanto, para sua prova, como a referida lei não é cobrada expressamente no edital, nem mesmo o CTN, basta a análise desses normativos para a compreensão do imposto. Dos Contribuintes do ITR O artigo 31 do CTN delimita os contribuintes do ITR: Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Temos então delimitados, como possíveis contribuintes o proprietário – aquele que possui o título de propriedade devidamente registrado no órgão competente, o titular de seu domínio útil, ou seja, aquele que adquiriu poderes sobre o imóvel por meio de enfiteuse ou aforamento, institutos que estão em desuso com a promulgação do Código Civil de 2002 e o seu possuidor a qualquer título, o que está em posse do imóvel, exercendo alguns dos poderes inerentes à propriedade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm#art32 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Congresso/ResSF09-05.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Congresso/ResSF09-05.htm 14 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Note que o possuidor precisa ter ânimo de domínio para a sua configuração como contri- buinte do imposto, tendo em conta o entendimento do STJ relacionado à posse do IPTU. TRIBUTÁRIO – IPTU – CONTRIBUINTE – POSSUIDOR – ART. 34 DO CTN. 1. O IPTU é imposto que tem como contribuinte o proprietário ou o possuidor por direito real que exerce a posse com animus definitivo – art. 34 do CTN. 2. O comodatário é possuidor por relação de direito pessoal e, como tal, não é contri- buinte do IPTU do imóvel que ocupa. 3. Não sendo contribuinte o possuidor e confundindo-se, no Município, as posições de pro- prietário do imóvel e de sujeito ativo para a cobrança do IPTU, resulta indevido o tributo. 4. Recurso especial improvido. (REsp 325.489/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/11/2002, DJ 24/02/2003, p. 217) Como se vê, o entendimento deve ser bem organizado: a literalidade do CTN destaca a possibilidade de caracterização daquele que detém a posse como contribuinte. No entanto, a jurisprudência delimita que apenas aquele que detém a posse com ânimo definitivo é que se enquadra no conceito de contribuinte. Por fim, convém mencionar que o STJ entende indevida a cobrança do ITR no caso de imó- vel rural invadido: TRIBUTÁRIO. ITR. INCIDÊNCIA SOBRE IMÓVEL. INVASÃO DO MOVIMENTO “SEM TERRA”. PERDA DO DOMÍNIO E DOS DIREITOS INERENTES À PROPRIEDADE. IMPOSSIBILIDADE DA SUBSISTÊNCIA DA EXAÇÃO TRIBUTÁRIA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. Conforme salientado no acórdão recorrido, o Tribunal a quo, no exame da matéria fática e probatória constante nos autos, explicitou que a recorrida não se encontraria na posse dos bens de sua propriedade desde 1987. 2. Verifica-se que houve a efetiva violação ao dever constitucional do Estado em garantir a propriedade da impetrante, configurando-se uma grave omissão do seu dever de garan- tir a observância dos direitos fundamentais da Constituição. 3. Ofende os princípios básicos da razoabilidade e da justiça o fato do Estado violar o direito de garantia de propriedade e, concomitantemente, exercer a sua prerrogativa de constituir ônus tributário sobre imóvel expropriado por particulares (proibição do venire contra factum proprium). 4. A propriedade plena pressupõe o domínio, que se subdivide nos poderes de usar, gozar, dispor e reivindicar a coisa. Em que pese ser a propriedade um dos fatos geradores do ITR, essa propriedade não é plena quando o imóvel encontra-se invadido, pois o proprie- tário é tolhido das faculdades inerentes ao domínio sobre o imóvel. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO 5. Com a invasão do movimento “sem terra”, o direito da recorrida ficou tolhido de pratica- mente todos seus elementos: não há mais posse, possibilidade de uso ou fruição do bem; consequentemente, não havendo a exploração do imóvel, não há, a partir dele, qualquer tipo de geração de renda ou de benefícios para a proprietária. 6. Ocorre que a função social da propriedade se caracteriza pelo fato do proprietário condicionar o uso e a exploração do imóvel não só de acordo com os seus interesses particulares e egoísticos, mas pressupõe o condicionamento do direito de propriedade à satisfação de objetivos para com a sociedade, tais como a obtenção de um grau de pro- dutividade, o respeito ao meio ambiente, o pagamento de impostos etc. 7. Sobreleva nesse ponto, desde o advento da Emenda Constitucional n. 42/2003, o pagamento do ITR como questão inerente à função social da propriedade. O proprietá- rio, por possuir o domínio sobre o imóvel, deve atender aos objetivos da função social da propriedade; por conseguinte, se não há um efetivo exercício de domínio, não seria razoável exigir desse proprietário o cumprimento da sua função social, o que se inclui aí a exigência de pagamento dos impostos reais. 8. Na peculiar situação dos autos, ao considerar-se a privação antecipada da posse e o esvaziamento dos elementos de propriedade sem o devido êxito do processo de desapro- priação, é inexigível o ITR diante do desaparecimento da base material do fato gerador e da violação dos referidos princípios da propriedade, da função social e da proporcionalidade. 9. Recurso especial não provido. (REsp 1144982/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, jul- gado em 13/10/2009, DJe 15/10/2009) Principais Características do ITR Principais características do ITR Submete-se ao princípio da anterioridade de exercício. Submete-se ao princípio da anterioridade nonagesimal. Submete-se ao princípio legalidade. Função extrafiscal predominante. do Imposto sobre Grandes FortUnas – IGF O imposto sobre grandes fortunas vem previsto na Constituição Federal, no âmbito de competência da União. Entretanto, até o presente momento o ente político não exerceu a competência atribuída pela Lei Maior. O IGF, assim, não é cobrado no País. Caso a União decida instituir o tributo, necessariamente, o terá de fazer por meio de Lei Complementar, tendo em conta a parte final do disposto no art. 153, VII: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Principais Características do IGF Principais características do IGF Submete-se ao princípio da anterioridade de exercício. Submete-se ao princípio da anterioridade nonagesimal. Submete-se ao princípio legalidade. Instituído por LEI COMPLEMENTAR. do Imposto sobre prodUtos IndUstrIalIzados – IpI O impostosobre produtos industrializados possui previsão na Constituição Federal nos seguintes termos: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] IV – produtos industrializados; [...] § 3º O imposto previsto no inciso IV: I – será seletivo, em função da essencialidade do produto; II – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. São três ideias importantes relacionadas ao tributo que o Legislador Constitucional achou por bem delimitar na Lei Maior. O IPI será seletivo em função da essencialidade do produto, de forma impositiva, ou seja, quanto mais essencial o produto industrializado menor a carga tributária imposta de IPI. Note que a imposição da essencialidade para o IPI difere da faculdade constitucional im- posta ao ICMS – o qual PODERÁ ser seletivo. O CTN assim dispôs sobre o tema no que tange ao IPI: Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. O IPI ainda será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, ou seja, para cada operação na cadeia haverá a imposição de um débito e a outorga de um crédito para fins de compensação. Se a indústria “A” vender determinado produto que sofreu processo de industrialização para a indústria “B”, teremos um valor a ser recolhido de IPI pela indústria “A”, o qual acarretará O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO crédito para a futura saída do produto da indústria “B”, impondo carga tributária, ao fim e ao cabo, apenas ao valor agregado em cada etapa da produção. Note como o CTN regula tal situação: Art. 49. O imposto é não cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do esta- belecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. Por fim, a incidência do IPI terá que respeitar a imunidade constitucional sobre produtos industrializados destinados ao exterior, tendo em conta a redação do art. 153, § 3º, III. IPI e Extrafiscalidade O IPI é um tributo que possui um grande viés de extrafiscalidade, pois o aumento/diminui- ção de sua alíquota gera reflexos importantes no comportamento dos contribuintes, incenti- vando a indústria ou não. Até por isso, o IPI é um dos impostos que pode ter suas alíquotas alteradas por ato norma- tivo infralegal – desde que respeitados os limites da lei. Por outro lado, atualmente seu viés fiscal também é bastante intenso, tendo em conta que é o segundo imposto federal em montante arrecadado no país. Essa dubiedade do IPI se reflete também nas suas submissões aos princípios constitu- cionais tributários. Se por um lado é exceção ao princípio da anterioridade de exercício, deve respeito à anterioridade nonagesimal. Assim, o IPI pode ter suas alíquotas alteradas por meio de decreto, entretanto, no caso de aumento de alíquotas deverá se submeter à noventena, mas não à anterioridade de exercício. Note o seguinte julgado do STF: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – DECRETO – ADEQUAÇÃO. Surgindo do decreto normatividade abstrata e autônoma, tem-se a adequação do controle concentrado de constitucionalidade. TRIBUTO – IPI – ALÍQUOTA – MAJORAÇÃO – EXI- GIBILIDADE. A majoração da alíquota do IPI, passível de ocorrer mediante ato do Poder Executivo – artigo 153, § 1º –, submete-se ao princípio da anterioridade nonagesimal previsto no artigo 150, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – IPI – MAJORAÇÃO DA ALÍQUOTA – PRINCÍPIO DA ANTE- RIORIDADE NONAGESIMAL – LIMINAR – RELEVÂNCIA E RISCO CONFIGURADOS. Mos- tra-se relevante pedido de concessão de medida acauteladora objetivando afastar a exigi- bilidade da majoração do Imposto sobre Produtos Industrializados, promovida mediante decreto, antes de decorridos os noventa dias previstos no artigo 150, inciso III, alínea “c”, da Carta da República. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO (ADI 4661 MC, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 20/10/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-060 DIVULG 22-03-2012 PUBLIC 23-03-2012 RTJ VOL- 00222-01 PP-00164) IPI e Fato Gerador O fato gerador do IPI vem regulado, de forma geral, no artigo 46 do CTN: Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gera- dor: I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. São três situações que atraem a incidência do imposto: a importação, no momento do desembaraço aduaneiro do produto industrializado, a saída do estabelecimento industrial ou comercial e a sua arrematação em leilão. O artigo 4º do Regulamento do IPI define o que vem a ser o processo de industrialização: Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como (Lei n. 5.172, de 1966, art. 46, parágrafo único, e Lei n. 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único): I – a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espé- cie nova (transformação); II – a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utili- zação, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento); III – a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); IV – a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou V – a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutiliza- do, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados. A própria concepção de industrialização gerou controvérsias quando da incidência do IPI nos produtos importados. Instado a se manifestar o STF entendeu ser possível a incidência O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm#art46p19 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO do IPI na importação de produtos por pessoa natural para uso próprio, prestigiando a ideia de isonomia de carga tributária da indústria nacional com a indústria estrangeira. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IMPORTAÇÃO DE BENS PARA USO PRÓPRIO – CONSUMIDOR FINAL. Incide, na importação de bens para uso próprio, o Imposto sobre Produtos Industrializa- dos, sendo neutro o fato de tratar-se de consumidor final. (RE 723651, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 04/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-164 DIVULG 04-08-2016 PUBLIC 05-08-2016) IPI e Base de Cálculo O artigo 47 do CTN regula a base de cálculo do IPI, tendo em conta as situações delimita- das quando da ocorrência do fato gerador. Assim, na importação o IPI será devido pela aplicação da alíquota sobre o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País acrescido do montando do II, das taxas exigidas para a entrada do produto no pais e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis. Na saída de mercadoria será o valor da operação de saída da mercadoria. Já no caso do leilão, a base de cálculo será o preço de arrematação. Art. 47. A base de cálculo do imposto é: I – no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação; b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II – no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III – no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. IPI e Contribuintes Para finalizar o estudo do IPI, temos que ter em mente os contribuintes delimitados pelo CTN, em seu artigo 51: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Art. 51. Contribuinte do imposto é: I – o importador ou quem a lei a ele equiparar; II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar; III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer esta- belecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. Principais Características do IPI Principais características do IPI Exceção ao princípio da anterioridade de exercício. Submete-se ao princípio da anterioridade nonagesimal. Exceção ao princípio legalidade no que diz com as alíquotas apenas. Função extrafiscal preponderante, porém também com função fiscal relevante. do Imposto sobre a renda e proventos de QUalQUer natUreza – Ir O imposto de renda e proventos de qualquer natureza é um imposto marcadamente fiscal, com características importantes de extrafiscalidade. Até por isso, em face da redação do art. 153, § 2º, I, o conhecido imposto de renda deverá ser informado pelo critério da progressividade. Note a redação da norma Constitucional: Art. 153. [...] § 2º O imposto previsto no inciso III: I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. Esses três critérios são muito cobrados em prova. Preste atenção às definições abaixo: 1. generalidade – elemento subjetivo – todas as pessoas deverão pagar; 2. universalidade – elemento objetivo – todas as rendas serão tributadas; 3. progressividade – gradação da alíquota, que aumentará quanto maior for a renda. Ademais, na dicção constitucional é preciso ter presente, ainda, a definição dos conceitos que ensejam a tributação: renda e proventos de qualquer natureza. Renda é o produto oriundo do trabalho, do capital ou de ambos. Tanto o salário, como os juros percebidos por aplicações financeiras serão tributados pelo IR, assim como a combina- ção de trabalho e capital, quando o sócio recebe o seu lucro. Já os proventos se caracterizam por exclusão: tudo que agregar ao patrimônio e não for fruto do trabalho ou do capital, como por exemplo, os valores percebidos em face da aposen- tadoria do servidor público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Do Fato Gerador do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer natu- reza – IR O CTN, em seu artigo 43, delimita o fato gerador do tributo, a saber: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compre- endidos no inciso anterior. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localiza- ção, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) § 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) Houve muita discussão sobre a distinção entre disponibilidade econômica e disponibilida- de jurídica de renda. A disponibilidade econômica seria, para a melhor doutrina, sinônimo de disponibilidade financeira, ou seja, se dá quando do o recebimento efetivo da renda ou sobre o provento. Já a disponibilidade jurídica, nas palavras de Hugo de Brito Machado “configura-se, em princípio, pelo crédito da renda ou dos proventos. Enquanto a disponibilidade econômica cor- responde ao rendimento realizado, a disponibilidade jurídica corresponde ao rendimento (ou provento) adquirido, isto é, ao qual o beneficiário tem título jurídico que lhe permite obter a respectiva realização em dinheiro (p. ex., o juro ou dividendo creditados).” Atualmente, a tendência é abolir a diferenciação, mas como a literalidade do CTN permanece o ideal é ter o conhecimento dos conceitos e de suas diferenciações para fins de provas objetivas. Da Base de Cálculo do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer na- tureza – IR O CTN define a base de cálculo do imposto de renda em seu artigo 44, a saber: Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Dos Contribuintes do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Na- tureza – IR O CTN define os contribuintes do imposto de renda em seu artigo 45, a saber: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.brhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp104.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp104.htm 22 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem pre- juízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condi- ção de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. Como se vê da dicção do parágrafo único, é possível que a lei atribua a condição de respon- sável tributário à fonte pagadora, para fins de melhor controle e fiscalização do tributo, tendo em conta que ao atribuir tal responsabilidade haverá uma maior concentração do recolhimento tributário. Principais Características do IR Principais características do IR Submete-se ao princípio da anterioridade de exercício. Exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Submete-se ao princípio legalidade. Função fiscal. Imposto sobre as operações de CrédIto, CâmbIo e seGUro oU relatIvas a títUlos oU valores mobIlIárIos – IoF O IOF, como comumente conhecido, é tributo de característica marcadamente extrafiscal. Até por isso, constitui exceção aos princípios da legalidade no que diz com a alteração das suas alíquotas, da anterioridade de exercício e nonagesimal. Fato Gerador do Imposto sobre as Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF O IOF tem seu fato gerador definido no art. 63 do Código Tributário Nacional, a saber: Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador: I – quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; II – quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangei- ra, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; III – quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, paga- mento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Temos, então, quatro materialidades de incidência do IOF, que comportam a cobrança do imposto em diferentes situações fáticas, porém todas conectadas com operações eminente- mente financeiras. 1) operações de crédito; 2) operações de câmbio; 3) operações de seguro; e 4) operações que envolvem títulos e valores mobiliários. O STF entende, entretanto, que saques realizados em caderneta de poupança não se equi- param a operações de crédito para efeitos de incidência do IOF. Note a redação da súmula 664 do Tribunal Maior: Súmula n. 664, STF. É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei n. 8.033/1990, que ins- tituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros – IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança. Base de Cálculo do Imposto sobre as operações de Crédito, Câmbio e Se- guro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF O CTN, em seu artigo 64, define as bases de cálculo do IOF nos seguintes termos: Art. 64. A base de cálculo do imposto é: I – quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; II – quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; III – quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; c) no pagamento ou resgate, o preço. Contribuintes do Imposto sobre as Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF Na dicção do artigo 66 do Código Tributário Nacional, contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Ouro e Tributação pelo IOF O ouro pode ser caracterizado como mercadoria quando comercializado de forma comum, em joias, relógios e outras formas de bens móveis. Nesse caso, sofrerá tributação do ICMS. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=664.NUME. NAO S.FLSV.&base=baseSumulas 24 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Inobstante isso, o ouro também pode ser utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial se respeitar as delimitações legais respectivas. Quando compramos ouro para fins de aplicação financeiras, ele está sendo tratado como ativo financeiro e será tributado pelo IOF. Quando compramos aquele anel de ouro com brilhantes para presentear o ser amado, o ouro estará sendo tratado como mercadoria e sofrerá tributação pelo ICMS. Ouro ativo financeiro, no âmbito de incidência do IOF, tem sua tributação regulada pela Constituição Federal. Note a redação do artigo 153, § 5º: Art. 153... § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclu- sivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do caput deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993) I – trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II – setenta por cento para o Município de origem. Assim, a incidência se dará na operação de origem do ativo financeiro ou instrumento cam- bial, no município respectivo, com uma alíquota mínima de 1% assegurada a transferência na proporção de 30% do montante da arrecadação para o Estado, o Distrito Federal ou o Território e de 70% do montante da arrecadação para o ente municipal de origem. Principais Características do IOF Principais características do IOF Exceção ao princípio da anterioridade de exercício. Exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Exceção ao princípio legalidade no que diz com as alíquotas apenas. Função extrafiscal predominante. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art2%C2%A72 25 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO QUESTÕES DE CONCURSO Impostos da União 001. (CESPE/MDIC/2008) Julgue o item a seguir, relativo aos tributos,suas espécies e à com- petência para instituí-los e cobrá-los. Mesmo que um município opte por cobrar o imposto territorial rural e por fiscalizar seu pa- gamento, ele não tem o direito de estabelecer isenção desse tributo para terras localizadas em sua área. Questão sobre o Imposto Territorial Rural – ITR. É um imposto constitucionalmente atribuído à União, único ente federativo competente para estabelecer isenções desse imposto, pois a competência tributária é indelegável. Importante saber que a EC 42/2003 possibilitou que os municípios fiscalizassem e cobrassem o ITR sobre os imóveis em seus respectivos territórios, “desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal” (art. Art. 153, § 4º, III). Portanto, a questão está correta. E mais uma informação muito importante: caso o município opte por fiscalizar e cobrar o ITR instituído pela União, caberá ao próprio município a TOTALIDADE da arrecadação do imposto. Caso contrário, o município fará jus apenas a 50% do valor do ITR arrecadado pela União referente aos imóveis situados em seu território. Certo. 002. (CESPE/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA/2018) A Procuradoria-Geral do Município de João Pessoa foi consultada a respeito da possibilidade de se aumentar a receita orçamentária decorrente de imposto territorial rural. Em relação a essa situação hipotética e ao referido tributo, é correto afirmar que, de acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF), o município deverá auferir a totalidade do produto de arrecadação, se optar por promover sua cobrança e fiscalização. Para fixar! Caso o município opte por fiscalizar e cobrar o ITR, caberá ao próprio município a TOTALIDADE da arrecadação do imposto. Caso contrário, o município fará jus apenas a 50% do valor do ITR arrecadado pela União referente aos imóveis situados em seu território. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO 003. (CESPE/MPE-RR/2017) Um imóvel localizado na área urbana de determinado município é utilizado por seu proprietário comprovadamente para o exercício exclusivo de atividades agrí- cola e pecuária. Nessa situação hipotética, embora sejam devidos, os dois tributos não poderão ser cobrados cumulativamente, pois ambos incidem sobre o mesmo bem, devendo ser aplicado o princípio da não cumulatividade: o contribuinte terá o direito de descontar do valor do IPTU devido o montante que for eventualmente pago a título de ITR. Questão absurda. Não existe cumulatividade entre impostos diferentes, ainda mais entre um imposto de competência da União e outro dos municípios. Errado. 004. (CESPE/MPE-RR/2017) Um imóvel localizado na área urbana de determinado município é utilizado por seu proprietário comprovadamente para o exercício exclusivo de atividades agrí- cola e pecuária. Nessa situação hipotética, é cabível apenas a cobrança do ITR, por expressa previsão legal, uma vez que o imóvel é utilizado em exploração agrícola e pecuária. Vimos que o critério apresentado pelo CTN para se tributar pelo ITR ou pelo IPTU é geográfico, incidindo IPTU quando o imóvel se localiza em zona urbana ou ITR quando se localiza em zona rural. Mas há uma exceção disposta no art. 15 do Decreto-lei 57/1966, veja a literalidade: Art. 15. O disposto no art. 32 (IPTU) da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN), não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados. Tanto o STF quanto o STJ têm entendimento de que essa disposição é válida e constitucional (RE 140.773 SP, REsp 472.628/RS). Portanto, mesmo que um terreno esteja em área urbana, mas se dedique a exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial, não haverá incidência de IPTU, mas sim de ITR. Assim, temos a correta tributação na situação apresentada. Certo. 005. (CESPE/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ-BA/2014) Assinale a opção que indica a forma em que deve ser partilhado o produto da arrecadação do IOF incidente sobre o ouro, quando esse for definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. a) 50% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem e 50% para o muni- cípio de origem O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO b) 70% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem e 30% para o muni- cípio de origem c) 30% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem e 70% para o muni- cípio de origem d) 20% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem e 80% para o muni- cípio de origem e) 40% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem e 60% para o muni- cípio de origem Segundo art. 153, par. 5º da CF/1988, do valor arrecadado a título de IOF pela União, 70% cabe- rá ao Município de origem e 30% ao Estado, DF ou Território: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; [...] § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclu- sivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do caput deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993) I – trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II – setenta por cento para o Município de origem. Letra c. 006. (CESPE/TJ-ES/2013) O imposto incidente sobre a renda e proventos de qualquer nature- za deve ser instituído pela União e, subsidiariamente, pelos estados. Vimos que os impostos são de competência privativa, segundo a competência que é delineada pela CF/1988. Vimos também que essa competência é indelegável, ou seja, se um ente político não instituir um imposto, outro ente não pode instituir no lugar dele. Por isso, o IR é de compe- tência exclusiva da União, jamais podendo ser instituído pelos estados ou municípios. Vamos esquematizar a competência de cada ente: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art2%C2%A72 28 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO União Estados Municípios + DF (cumulativa) II ICMS ISS IE IPVA ITBI IR ITCMD IPTU IPI IOF ITR IGF Errado. 007. (CESPE/TJ-ES/2013) O imposto incidente sobre a renda e proventos de qualquer nature- za é tipicamente regressivo. Pelo contrário, o IR é tipicamente progressivo, incidindo mais fortemente sobre bases de cál- culo maiores. Lembre-se da tabela do IR vigente em 2020: Base de cálculo Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF Até 1.903,98 - - De R$1.903,99 até R$2.826,65 7,50% 142,8 De R$2.826,66 até R$3.751,05 15,00% 354,8 De R$3.751,06 até R$4.664,68 22,50% 636,13 Acima de R$4.664,6827,50% 869,36 Perceba que a alíquota aplicável aumenta conforme aumenta a base de cálculo (renda tribu- tável). Assim, o IR procura incidir de forma mais gravosa sobre quem mais tem condição de contribuir para o financiamento da máquina pública, buscando amenizar a tributação sobre os menos favorecidos economicamente. Errado. 008. (CESPE/TJ-ES/2013) O imposto incidente sobre a renda e proventos de qualquer natureza deve ser informado pelos critérios da não cumulatividade, universalidade e da progressividade. O Imposto de Renda será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, conforme disposição constitucional (art. 153, § 2º). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO Generalidade porque deve incidir sobre todas as pessoas. Universalidade porque todas as rendas e proventos previsto na CF devem sofrer tributação. E progressividade em função de uma justiça social, ao tributar diferentemente aqueles que se encontrem em situação desigual. A questão erra ao citar o princípio da não cumulatividade. Dos impostos, temos o ICMS e o IPI como submetidos à não cumulatividade. Errado. 009. (CESPE/TJ-ES/2013) O imposto incidente sobre a renda e proventos de qualquer nature- za deve ser informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade. Agora sim, para fixar o que vimos na questão anterior. A questão está perfeita, sem reparos. Certo. 010. (CESPE/TJ-ES/2013) O imposto incidente sobre a renda e proventos de qualquer nature- za tem caráter real. Errado, pois o IR tem caráter pessoal. Ele incide de acordo com as características do sujeito passivo. Ao levar em conta a capacidade econômica do contribuinte, variando as alíquotas caso a pessoa ganhe mais ou menos renda, está se considerando um aspecto subjetivo, con- ferindo o caráter pessoal ao imposto. O caráter real é verificado quando o imposto incide sobre uma coisa, um objeto, como os impostos sobre o consumo, por exemplo. Errado. 011. (CESPE/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ-RR/2013) No que se refere ao imposto sobre grandes fortunas, assinale a opção correta. a) Esse imposto não incide sobre as fortunas de propriedade de pessoas jurídicas. b) A instituição de normas relativas a esse imposto é de competência estadual. c) A criação desse tributo deve ser feita por meio de edição de lei complementar. d) Parte da receita advinda desse imposto deve ser distribuída entre os municípios, em confor- midade com o domicílio dos contribuintes. e) Cabe ao Senado Federal o estabelecimento das alíquotas máximas desse tributo. A única alternativa que traz uma peculiaridade do IGF prevista na CF/1988 é a “c”, conforme art. 153, VII, CF/1988: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Letra c. 012. (CESPE/TCE-PR/2016/ADAPTADA) Considerando a matéria tributária definida na CF, jul- gue o item a seguir. O imposto sobre a propriedade territorial rural será progressivo e não incidirá sobre pequenas glebas rurais exploradas pelo proprietário, mesmo que ele possua outro imóvel. Sim, o ITR será progressivo. A progressividade do ITR objetiva desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, usando como critério o grau de utilização dos imóveis rurais: quanto mais produtiva a propriedade, menor será a alíquota aplicável. Indo além, a CF/1988 ainda traz uma imunidade específica, dispondo que não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II). A questão sugere a hipótese de um proprietário que possua outro imóvel. Nesse caso, não se verifica a condição idealizada pela CF/1988, incidindo normalmente o ITR e tornando a ques- tão incorreta. Errado. 013. (CESPE/CAM-DEP/2014) No que se refere à ação discriminatória, ao cadastro de imó- veis rurais e à tributação agrária, julgue o item seguinte. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre as pequenas propriedades rurais exploradas, diretamente, pelo proprietário, só ou com sua família, não importando, para os fins dessa imunidade tributária, que o pequeno agricultor possua outras propriedades. Importa sim se o pequeno agricultor tem ou não outras propriedades. É requisito básico para a imunidade do ITR. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] VI – propriedade territorial rural; [...] § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: [...] II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19/12/2003) Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 31 de 92www.grancursosonline.com.br Impostos de Competência da União DIREITO TRIBUTÁRIO 014. (CESPE/TJ-ES/2013) Em relação ao imposto incidente sobre a propriedade territorial ru- ral (ITR), julgue o item a seguir. As alíquotas do ITR serão progressivas, com o objetivo de desestimular a manutenção de pro- priedades improdutivas. Perfeito! Para fixar o conceito. A progressividade do ITR está diretamente relacionada ao ob- jetivo de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, tributando de forma mais amena as propriedades que sejam produtivas e cumpram sua função social. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] VI – propriedade territorial rural; [...] § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de proprie- dades improdutivas. Pontue-se, ainda, que a progressividade da alíquota se dá com base no grau de utilização do imóvel rural. Certo. 015. (CESPE/TRF-5ª/2009) Entre as características de determinados impostos, estão a sele- tividade obrigatória, a não cumulatividade e a não incidência quando o bem ou o serviço desti- na-se ao exterior. Assinale a opção em que é apresentado imposto sobre o qual se aplicam as três características mencionadas. a) imposto sobre produtos industrializados b) imposto sobre a renda e proventos das pessoas jurídicas c) imposto sobre serviços de qualquer natureza d) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou sobre operações relativas a títulos ou valores mobiliários e) imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços Vamos analisar cada imposto citado nas alternativas. O IPI tem seletividade obrigatória, é não cumulativo e as exportações são imunes a ele, portan- to esse é o gabarito. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br
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