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Heloisa Lemos – Medicina Taubaté LXIII Tricomoníase (07.03) Protozoário Agente etiológico - Trichomonas vaginalis -unicelulares; - Só existem em forma de trofozoíto, que é infecciosa e ativa. - É flagelado - Estenoxeno (sem grande variedade de hospedeiro) - Ciclo monoxeno, HD: humanos. - Habitat: Sistema genitourinário humano; (mulheres: mucosa vaginal e uretra) (homens: uretra, vesicula seminal e prostata). -Trofozoíto permanece ativo no ambiente por aproximadamente 40min, enquanto houver umidade. - Período de incubação no organismo: de 3 a 20 dias. -Axóstilo: é uma organela de sustentação do trofozoíto. - É uma IST mundial, e entre as ISTs não virais, a Tricomoníase é a mais prevalente - Transmissão: relação sexual, parto normal (se o bebe for menina), dividir roupa íntima e instalações sanitárias. Sintomas mais característicos: -Leucorréia: corrimento fluido, abundante, amarelo- esverdeado, com formação de bolhas e odor desagradável. -Colpite em foco: aspecto de morango, vaginite com pontos avermelhados, salientes e ápice esbranquiçado. Manifestação clínica - Homem: - assintomático; -Uretrite, com corrimento claro; -Ardor ou prurido na micção matutina; - Mulher: -Prurido vulvovaginal intenso; além dos outros sintomas já citados. Mecanismo de agressão do protozoário: Adere à camada de mucina que recobre as células epiteliais -> Ação de muquinases que degradam a camada de mucina -> Degradação de substratos da matriz extracelular -> Lesão da junção entre células epiteliais. Prevenção: Uso de preservativos; mulheres com tricomoníase não podem ter parto normal, não dividir roupas intimas. Diagnóstico: exame a fresco (urina); esfregaço (secreção); cultura; imunofluorescência. Tratamento: Metronidazol ou Tinidazol Heloisa Lemos – Medicina Taubaté LXIII Giardíase (07.03) - Protozoário - Agente etiológico: Giardia duodenalis (G. intestinalis e G. lamblia) - Aspecto piriforme (pera) - Morfologia – cistos. Forma oval, parede cística de quitina. Durante o ciclo de desenvolvimento aparecem duas formas evolutivas da giárdia: uma forma de resistência (cisto) e uma forma reprodutiva (trofozoíto). -Trofozoíto: O trofozoíto tem formato de pera (piriforme), e quando ele está corado, tem 2 núcleos aparentes e ativos. Contém um disco adesivo pelo qual se fixa na mucosa do intestino, sendo uma das formas onde é encontrado ou fica na luz intestinal se movimentando, uma vez que é flagelado com 4 pares de flagelos. Possui corpos medianos ou corpos parabasais, que tem relação com esses flagelos. O trofozoíto é a forma reprodutiva do parasita, e ele quem hospeda o intestino delgado que é o habitat natural da giárdia. No intestino delgado o trofozoíto se reproduz por divisão binaria simples, e essa forma evolutiva não resiste a condições ambientais, permanecendo em um período no máximo de 30 minutos. Os trofozoítos podem ser eliminados em fezes diarreicas, porém ele não é infectante, pela baixa viabilidade no ambiente. -Cistos: os cistos são as formas infectantes da giárdia, adaptados para permanecer no ambiente em até dois meses na agua. É o cisto que faz a contaminação da água, sendo carreado por via hídrica, para assim então infectar os seus hospedeiros. O trofozoíto em determinado momento do seu ciclo reprodutivo, produz quitina e envolve todo o seu corpo, formando uma membrana de proteção que é a camada cística (torna-se cisto), e no interior dessa camada se encontra o núcleo (de 2 a 4) e o axonema. O cisto deixa o corpo do hospedeiro pois ele não tem flagelo e não tem disco adesivo para se fixar nas mucosas intestinais, e por isso ele segue o trânsito intestinal, se mistura nas fezes formadas, e é eliminado. - A alteração de trofozoíto para cisto (formação da parede cística de quitina) pode acontecer por conta de uma resposta imunológica do hospedeiro, ou para que o parasito evite uma superpopulação. - É um parasito de distribuição mundial, que tem uma intima relação com problemas de saneamento básico, mas isso não é fundamental, visto que a incidência de giárdia em países em desenvolvimento é prevalente. - A giardíase está entre os patógenos, que causam a diarreia do viajante, juntamente com vírus e bactérias, que tem como resposta causar essa diarreia. - Ciclo monoxeno – HD = humanos. Mas também pode sobreviver em cachorros (reservatório). - Habitat: intestino delgado. Os cistos serão eliminados em fezes formadas, e uma vez eliminados, ele permanece em até 2 meses no ambiente, e ele pode infectar frutas, água e alimentos. Ao ser ingerido, o cisto segue para o estomago, e o suco gástrico amolece a parede cística de quitina. Quando o cisto chega no duodeno e entra em contato com a bile, ele é estimulado e desencista na primeira região do duodeno, se transformando em trofozoíto, que se reproduz por divisão binaria simples, e dependendo da carga parasitaria que irá se instalar, o indivíduo desenvolve diarreia, eliminando trofozoítos e uma pequena quantidade de cistos, mas não tão expressiva, e com as fezes firmes e já formadas há eliminação de cistos apenas. - Surtos epidêmicos veiculados por água – parasita tem resistência no meio hídrico. Dura aproximadamente 20 minutos em água, se for ingerido nesse tempo, será destruído pelo suco gástrico. Transmissão: fecal-oral, de forma direta ou indireta; Período de incubação: 1 a 4 semanas com média de 7 a 10 dias -Atinge principalmente crianças de 8 meses a 12 anos (creches) -Predominante em países EM desenvolvimento. OBS: Cistos são encontrados em fezes formadas e trofozoítos em fezes diarreicas. A água é considerada a principal via de transmissão, podendo ela ser água de consumo próprio, de carreamento, de alimentos contaminados in natura, por vetores mecânicos (mosca, barata e formiga). Habitat: duodeno Heloisa Lemos – Medicina Taubaté LXIII Manifestações clínicas As fezes humanas vão apresentar gordura,mas menos que nas dos cães, sendo chamadas de fezes esteatorreicas (fezes ricas em gordura), é uma diarreia do tipo aquosa, explosiva, de odor fétido, com gases, com distensão e dores abdominais. Quase 50% dos infectados podem desenvolver uma diarreia crônica, o que significa que estabeleceu um certo equilíbrio com o hospedeiro em relação a manifestações diarreicas, e as fezes deixam de estar aquosas e se tornam pastosas. Quando há o equilíbrio entre o parasito e hospedeiro os sinais e sintomas não são tão aparentes. Sintomatologia: -Assintomáticos - Sintomáticos: -Aguda: manifestam fezes esteatorreicas, com muita dor abdominal, sendo que essa gordura nas fezes aparece por conta do mecanismo de patogenicidade do parasito, que está relacionado com o tipo de fixação que ele tem no intestino do hospedeiro. -Crônica (fezes amolecidas esteatorreicas, fadiga, anorexia, flatulencia, ma absorção de nutrientes e água, perda de peso e anemia) desenvolver um quadro de Sindrome da má absorção intestinal, devido a grande quantidade de protozoarios, que se aderem e recobrem a parede do duodeno, gerando ATAPETAMENTO; por isso a diarreia contem gordura. Impression prints: o trofozoíto em função da força do seu disco adesivo, pode causar deformação da mucosa, deixando marcas, chamadas de “Impression prints”, que modifica a anatomia da parede intestinal, perdendo também a função de absorção adequada. O disco adesivo também por conta da sua força, em um quadro diarreico pode vir a arrancar pedaços do tecido intestinal, perdendo também superfície de absorção. Diagnóstico: nas fezes formadas, pesquisa de cistos. Nas fezes diarreicas, pesquisa de trofozoítos ou cistos. Prevenção: saneamento básico, medidas de higiene, higienização de alimentos, filtrar água potável, tratar e isolaros parasitados, testar os cães domésticos. Tratamento: tinidazol, metronidazol, albendazol, secnidazol.
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