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1 2 SUMÁRIO HISTÓRIA DA RADIOLOGIA 3 CÓDIGO DE ÉTICA 11 PSICOLOGIA 13 QUIMICA APLICADA 19 LEGISLAÇÃO APLICADA A RADIOLOGIA 36 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS 48 ELEMENTOS DA RADIOLOGIA 65 FÍSICA APLICADA 82 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 101 TÉCNICAS RADIOLÓGICAS 183 EXAMES CONTRASTADOS 279 EXAMES ESPECIAIS 305 RADIOTERAPIA E MEDICINA NUCLEAR 318 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 337 PROGRAMA DE SAÚDE 353 FUNDAMENTOS DA ENFERMAGEM E PRONTO SOCORRO 378 ANATOMIA 390 3 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA Elaborado pelo professor Ronaldo Costa 4 1. HISTÓRIA DA RADIOLOGIA O ano é 1895, final do século XIX, precisamente no dia 08 de Novembro de 1895. O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, realiza experiências com um tubo de vidro. Este tubo emite Raios Catódicos que não conseguem percorrer mais que poucos centímetros. Ele chamou essa desconhecida radiação de Raios-x. Assim como vários outros cientistas daquela época, também Röntgen investigava a natureza dos Raios Catódicos produzidos nos tubos de Leonard, Hittorf e Crookes. Na Alemanha essa radiação foi chamada pelo nome de seu descobridor (Radiação Röntgen), no exterior ela foi chamada de Radiação (X). Outros cientistas também produziram essa radiação durante suas experiências, porem não a reiniciaram. Já os filmes que estavam guardados nas proximidades de seus equipamentos ficaram inutilizados. Por mérito de Röntgen foi ter investigado com profundidade a natureza da nova radiação, num curto espaço de tempo. Röntgen realiza várias experiências com esta radiação e faz varias observações, como por exemplo, que os raios atravessam diversos materiais e são absorvidos de acordo com a densidade, espessura e peso atômico do corpo atravessado. A primeira radiografia foi realizada no dia 22 de dezembro de 1895. Neste dia, Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa Anna Bertha Roentgen no chassi, com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo, por cerca de 15 minutos. Revelado o filme, lá estavam, para confirmação de suas observações, a figura da mão de sua esposa e seus ossos dentro das partes moles menos densas. Causando assim grande admiração e contendo, diante do visível avanço e contribuição para medicina. A euforia é grande e os Raios-x são amplamente utilizados, não só na medicina, mais também no meio social. 5 Anfitriões, em suas festas, oferecem aos convidados à oportunidade de realizar e levar, como souvenir, uma Radiografia própria. Todos querem um retrato dos ossos, poder observar o próprio interior, experimentar essa grande descoberta. Radiologistas pioneiros ignoravam a exposição diária dos raios ao avaliar o poder dos tubos, realizar demonstrações, posicionar pacientes durante terapias e ate ao calcular a dose de eritema em suas próprias mãos. Fluoroscópios portáteis eram uma fonte comum de exposição nos anos de 1890. Alguns aparelhos da época pareciam ter sido elaborados para uma máxima exposição. Aqui o assento do radiologista sob a mesa basculante (1898) proporciona uma fluoroscopia confortável e uma total ausência de proteção. Segundo Edison: "Eu comecei a fazer um número destas lâmpadas, mas logo percebi que os Raios-x afetaram venenosamente o meu assistente, Mr. Dally, de tal forma que seu cabelo caiu e sua carne começou a ulcerar. Conclui então que não daria certo, e que este tipo de luz não seria muito popular, de modo que parei”. Apesar de muitos terem problemas relacionados com queimaduras por Raios- x, não seria nada até a morte de Clarence Dally (1865 – 1904) - Um dos primeiros casos registrados de danos físicos causados por Raios-x ocorreu com Clarence Dally, que era assistente de Edison. Já havia auxiliado na produção do fluoroscópio e trabalhava no novo projeto. O inventor dedicava-se ao desenvolvimento de uma lâmpada que funcionaria por meio da produção de Raios-x dentro de um tubo de vidro recoberto por material luminescentes, que passaria a brilhar quando atingido pela radiação. 6 Algumas vezes já era tarde demais para muitos dos pioneiros dos Raios-x. Mihran Kassabian (1870-1910) meticulosamente observava e fotografava suas mãos durante a necrose progressiva e as amputações em serie, na esperança de que os dados registrados pudessem ser úteis após sua morte. Tentativas iniciais para proteção incluíram telas de chumbo, aventais pesados, capacetes de metal e outras parafernálias que tornavam a pratica da radiologia muito calorenta e já nociva ainda mais difícil. Pioneiros da Radiologia no Brasil A primeira radiografia foi realizada no Brasil em 1896. A primazia é disputada por vários pesquisadores: Silva Ramos, em São Paulo; Francisco Pereira Neves, no Rio de Janeiro; Alfredo Thome de Brito, na Bahia e físicos do Pará. Como a história não relata dia e mês, conclui-se que as diferenças cronológicas sejam muito pequenas. Primeiros professores de Radiologia Rafael de Barros - Primeiro Professor de Radiologia de São Paulo – 1913 - Santa Casa de Misericórdia 7 Duque Estrada - Primeiro professor de radiologia do Rio de Janeiro - 1913. - Santa Casa de Misericórdia Primeiro Aparelho de Raios-x Instalado no Interior do País O Dr. José Carlos Ferreira Pires foi o primeiro médico a instalar um aparelho de Raios-x no interior do Brasil, na cidade de Formiga, Minas Gerais, a 600 km do Rio de Janeiro. Este aparelho se encontra em Chicago, no Museu de Cirurgia. Placa em comemoração - Chicago – USA. Primeira Ampola de Raios-x. 8 Professores que Deram Continuidade ao Trabalho dos Pioneiros Nicola Casal Caminha - Professor da Faculdade Nacional de Medicina Considerado o Pai da Radiologia por ter formado a maioria dos radiologistas brasileiros. José Maria Cabello Campos - Professor de Radiologia de Casa de São Paulo Fundador e primeiro Presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia. Um dos fundadores do Colégio Interamericano de Radiologia. Feres Secaf - Professor da Escola Paulista de Medicina, Ex-Presidente do Colégio Brasileiro e da Sociedade Paulista de Radiologia. Walter Bonfim Pontes – Professor de Radiologia da Faculdade de Medicina de Sorocaba, S. Paulo. Idealizador e fundador do primeiro Curso de Técnicos do Brasil. Primeiro a Incorporar a Radiologia à Clínica Henrique Toledo Dodsworth - 1864-1916. “Os raios-X não erram. Quem Erra é o médico que não sabe interpretar” 9 Primeira Radiografia de Xipófagas Álvaro Alvim – 1875-1928. Foi o primeiro a instalar aparelho de raios-X no Rio de Janeiro – 1897. Foi o primeiro a radiografar caso de xipófagas no mundo (l897): Rosalina e Maria, identificando seus órgãos. As irmãs foram separadas pelo famoso Cirurgião Chapot Prevost, com sucesso, fato de repercussão mundial. Primeira Aula de Radiologia Aula dada no 3º ano médico pelo Professor João Américo Garcez Fróes na Faculdade de Medicina da Bahia no ano de 1903, publicada em 1904. Primeira Processadora Automática Instalada no consultório particular do Professor Feres Secaf. Abreugrafia O dia 4 de janeiro, dia do nascimento de Manoel Dias de Abreu, foi instituído como o dia nacionalda abreugrafia em homenagem ao saudoso médico radiologista, nascido no ano de 1892 em São Paulo. O criador do exame (daí o termo abreugrafia) tornou-se mundialmente conhecido após o desenvolvimento do método diagnóstico e pela sua constante luta contra tuberculose. 10 Aparelho de Abreugrafia O alto índice de mortalidade por tuberculose nas décadas de 30 e 40, principalmente no Rio de Janeiro, e a ineficácia dos instrumentos utilizados pelas autoridades sanitárias para combater a doença propiciaram o aparecimento da abreugrafia. O primeiro aparelho destinado a realizar exames em massa da população foi construído pela Casa Lohner e instalado na cidade do Rio de Janeiro em 1937. O método era muito sensível, com especificidade razoável, de baixo custo operacional e permitia a realização de um grande número de exames em um curto espaço de tempo. O exame tinha por princípio a fotografia do écran ou tela fluorescente. A documentação era feita através de filme comum de 35 mm ou 70 mm. Abreu sempre recomendou o filme de 35 mm, que embora de menor custo, exigia o uso de lentes de aumento especiais para a interpretação do exame. 11 CÓDIGO DE ÉTICA Elaborado pela professora Vanessa Costa 12 INTRODUÇÃO O termo “ética” deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade, intimamente interligado a ações de humanismo e cidadania. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. O pensamento ético busca julgar o comportamento humano, dizendo o que é certo e errado, justo e injusto. A busca pela ética se traduz pelas escolhas que o homem faz. As opções certas leva-nos à um caminho de virtude, verdade e às relações justas. No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade. A Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. A moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade. Agir ético é a ação que leva em consideração as normas, e os valores socialmente convencionados. Comportamento Interesses coletivos Relações Equilíbrio Harmonia Satisfação das partes Compromisso 13 PSICOLOGIA APLICADA Elaborado pela professora Faisa Muritiba e Vanessa Costa 14 PSICOLOGIA APLICADA A RADIOLOGIA A palavra Psicologia foi originada das palavras gregas psyche, que significa alma, e logos, que significa discurso, ou estudo. E tem como objetivo imediato a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, como objetivo final o benefício geral da sociedade. Na antiguidade ganhou consistência com Sócrates, para quem a principal característica humana era a razão, condição que permitia ao homem sobrepor-se aos instintos. Platão procurou definir no corpo físico um “lugar” para a razão (ou alma), que seria a cabeça. Aristóteles acreditava que alma e corpo não podiam ser dissociados. Para ele tudo, mesmo os vegetais, possuíam a sua psyché ou alma, mas só o homem tinha a alma racional, com a função pensante. Duas teorias, assim, foram delineadas na antiguidade: a platônica, que postulava a imortalidade da alma, e a aristotélica, que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo. Derivando tanto da Filosofia quanto da Fisiologia, a psicologia tomou rumos diversos, elegendo objetos diversos (cognição, comportamento, emoção, consciência, personalidade, transtorno mental, etc.) e constituindo práticas diversas (psicologia clínica, psicologia social, psicologia do trabalho, psicologia escolar, etc.). A área que estuda e procura explicar as particularidades humanas que influenciam o comportamento, é chamada de Psicologia da Personalidade. Um conjunto de qualidades originais que tendem a influenciar padrões de comportamento de um sujeito através das situações e ao longo do tempo. A PSICOLOGIA Procuremos imaginar um mundo perfeito, onde não exista nada que vá contra a felicidade. Muito provavelmente, se colocarmos neste mundo mais do que uma pessoa, depois de certo tempo esse mundo não será tão perfeito, pelo menos para uma delas (ou até todas). O processo de humanização do ser humano se dá através da relação com ou outros seres humanos e, nesse processo, há ganhos e perdas. (Devido a isso o ser humano precisa se adaptar tanto a nível externo (com os outros), quanto a nível interno seus desejos, anseios, necessidades pessoais, etc.). No meio disso encontra-se o estudo da psicologia. Psicologia: Estudo das inter-relações pessoais (do comportamento humano). 15 PERSONALIDADE A personalidade pode ser definida como o conjunto de características que determinam os padrões pessoais e sociais de uma pessoa, sua formação é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O conceito de personalidade está relacionado às mudanças de habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, e ao modo constante e particular do indivíduo perceber, pensar, sentir e agir, além da interferência de fatores culturais e sociais nessas características. O comportamento do indivíduo não resulta exclusivamente das forças da personalidade, mas de sua interação com o meio externo, que pode até modificar alguns traços de personalidade. Premissas que envolvem o conceito de personalidade: • A personalidade possui uma natureza global • A personalidade se refere às características únicas e distintivas do indivíduo. • A personalidade tem referência social. • A personalidade tem um aspecto de estimulo e resposta. • A personalidade é um conceito dinâmico e têm referência particular a interação social. Há muitas maneiras de medir a personalidade, mas os psicólogos têm na sua maioria desistido de tentar dividir a humanidade em tipos perfeitos. Em vez disso, eles concentram-se em traços de personalidade. Ainda que o estudo não forneça uma certeza absoluta sobre as atitudes de um indivíduo, o estudo da personalidade e de seus elementos serve para indicar tendências, antecipar dificuldades dos trabalhadores na execução de determinadas tarefas e no enfrentamento de situações específicas. Casos de sabotagem a colegas são comuns para tipos de pessoas, que a Psiquiatria denomina comportamento antissocial e que, quando obtém sucesso em suas investidas, pode se estabilizar em uma personalidade psicopática. Com essa atenção voltada sobremaneira a reafirmar uma ideia de si, o trabalho fica em segundo plano, e a tarefa exercida de forma desatenta pode ocasionar acidentes. Por isso, é relevante que o trabalho produza sentido aos trabalhadores, até como forma de prevenir acidentes, porque o trabalho deve dar segurança, no sentido mais amplo do termo, a seus empregados. O que se busca através de programas de capacitação dos trabalhadores, que incluemtreinamentos, palestras e reuniões, é a 16 aprendizagem de comportamentos adequados, dentre os quais, o comportamento seguro. Portanto, fica claro que o objetivo da psicologia do trabalho não se resume apenas à produtividade, à quantidade de produção de cada indivíduo, mas ao nível de qualidade do trabalho de forma abrangente, em que os trabalhadores possam se influenciar mutuamente para além da execução de tarefas. Parece ser uma tendência do ser humano, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem seríssimos problemas. Se o trabalho executado é só para obter renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo. A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos de ética quase sempre buscam maior abrangência. O homem não deve construir seu bem a custa de destruir o de outros, nem admitir que só existe a sua vida em todo o universo. Acrescentando a seguir algumas qualidades que são importantes no exercício de uma profissão. São elas: Honestidade Sigilo Competência Prudência Coragem Perseverança Compreensão Humildade Otimismo Contudo os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão. ASPECTOS DA PERSONALIDADE DO PROFISSIONAL DE SAÚDE 1) Faz parte de sua identidade profissional que para assegurar uma consistência e coerência profissional, que ele tenha seu esquema referencial, e isso consiste 17 no conjunto de conhecimentos, afetos e experiências, com os quais ele pensa,age, e se comunica, enfim, manter uma boa auto-estima. 2) Ter, de forma latente ou manifesta, uma relevante potencialidade de exercer, uma ação psicoterápica, se entendermos psicoterapis num sentido mais amplo, ou seja, como significando todas as influências psicológicas aplicadas ao paciente para fins terapêuticos. 3) Que não incorra na costumeira dissociação entre psique de um lado, e soma de outro, ou do órgão doente, isoladamente dissociado da integração biopsicossocial. 4) Capacidade de intuição e de empatia Intuição- pertence à área cognitiva" surge antes do raciocínio lógico-dedutivo que perceber aquilo que vai além do que parece. Empatia- capacidade da área afetiva terá uma significação mais profunda, qual seja, a de poder colocar-se no lugar do outro. 5) Capacidade de ser continente, que é a capacidade de poder, nos mesmos moldes como uma mãe tranqüila faz com seu filho pequeno, conter as angústias, fantasias necessidades de seu paciente O ATENDIMENTO AO PACIENTE Muitas vezes o doente, num momento de urgência, tenso e temeroso o qual passa, se depara com o desconhecido equipe de saúde e hospital e sente-se profundamente inferiorizado ou mesmo, em alguns casos, perseguido e reage por vezes com grande agressividade. O simples fato de estender as mãos, cumprimentar o paciente, ser cordial , atencioso e pedir que se identifique nominalmente, já proporciona mais bem acolhida, quebrando quase sempre o "gelo” e o receio de ser mal atendido. - Situações clinicas: O velho: um dos momentos mais difíceis para o idoso é a sensação de perda da saúde e a preocupação de tornar-se um "peso" para seus familiares. Exemplo maior constitui a angústia em não mais poder executar suas necessidades básicas sozinho. Há dois tipos de velhos, o trambolho e o relíquia. Este último é preservado e amado por seus familiares, que ao mínimo sinal de doença o levam ao hospital, permanecem atentos a sua evolução, e participam efetivamente de seu tratamento. Infelizmente o, que mais, se, vê ainda é o “velho trambolho”, de que a família quer se livrar e o abandonam sempre por dias quando o internam. Muitas, vezes, nós, profissionais de saúde depositamos sobre os idosos a insatisfação com nossos familiares, aumentando o sentimento de rejeição e desprezo para com os velhos. 18 Devemos tratá-los dom a deferência que lhes, cabe, permitindo sua expressão, permitindo maior colaboração do mesmo para qualquer procedimento. A criança: Ao contrário dos velhos, as crianças frequentemente são trazidas por familiares preocupados, ansiosos por um bom atendimento, muitas vezes sentindo-se culpados por não terem tomado as devidas providências em tempo hábil. Isso os leva a ser por vezes muito duros e agressivos para com a equipe de saúde. Ao invés de reagir às agressões, deve-se atender a criança e dispensar-lhe toda atenção. Tal atitude ajuda a acalmar os ânimos dos familiares e adequá-los a realidade. . Devemos sempre considerar a relação com a criança doente, suas fantasias, medo por estar num hospital com pessoas estranhas a seu mundo. Buscando imputar-lhe confiança na equipe com tratamento digno e respeitoso. Não se esquecer da contribuição dos pais em situações de possível tensão para essa criança. O homossexual: Por vezes quando um travesti busca atendimento vem a serem recebidas com piadas, provocações, riso, deboche. Denotando-se o despreparo da equipe de saúde para lidar com seus próprios preconceitos e sentimentos de intolerância. O bandido: Uma das situações mais dramáticas a ser vivido em ambiente hospitalar é o atendimento a um paciente trazido por policiais. Muitas das vezes ferido em troca de tiros com as autoridades e, estas revoltadas e temerosas, podem sugerir ou solicitar que se abrevie a vida do marginal. Nesse momento deve-se prevalecer o profissionalismo e a conduta ética tem que estar acima de nossos sentimentos de revolta e de justiça pessoal. O suicida: A equipe de saúde de uma forma geral costuma reagir muito mal aos pacientes suicidas e, na maioria das vezes os agridem perguntando-lhes por que não procuraram métodos mais eficazes. Por vezes chegam a sugerir maneiras mais adequadas de morrer, por exemplo: "Pule embaixo de um trem. Salte do décimo andar. Não tome apenas 5 comprimidos, mas umas. duas caixas de sedativos”. Devemos agir dessa forma? O papel de qualquer profissional de saúde é, antes de tudo, lutar pela vida e não estimular a dor de ninguém. 19 QUÍMICA APLICADA Elaborado pelo professor Ronaldo Costa 20 CÂMARA CLARA E ESCURA A jornada de trabalho dos auxiliares de radiologia que trabalham com câmara escura é de 24 horas semanais. É o que determina a Lei nº 7.394/85, que regulamenta a profissão do técnico em radiologia, sendo também aplicável aos auxiliares que trabalham com câmara clara e escura, por força do parágrafo 2º do seu artigo 11. CÂMARA CLARA: É o local, conhecido como aquele onde o técnico transita e onde fica localizado o negatoscópio (equipamento luminoso utilizado para avaliação das radiografias). É na câmara clara onde os profissionais médicos visualizam e laudam os exames (no caso dos Radiologistas) onde os procedimentos que não estão relacionados à revelação da película ocorrem. CÂMARA ESCURA: É o local onde trabalham os Auxiliares de Radiologia, onde é processado o filme radiográfico em suas diferentes fases de revelação. É na câmara escura onde se realiza o carregamento dos chassis radiográficos. Deve possuir, além dalâmpada comum (no teto), uma "iluminação de segurança", distante no mínimo 1,2m do local de manuseio do filme radiográfico. O objetivo desse tipo de iluminação é prover uma luz de determinada intensidade e comprimento de onda fora da faixa de sensibilidade do filme radiográfico, para que não cause velamentos ao mesmo. A iluminação de segurança para filmes radiográficos pode ser obtida mediante uma lâmpada incandescente de 15W. As paredes Câmara escura devem ser revestidas com tinta lavável de tom claro e sem brilho, para evitar o reflexo da iluminação de segurança. A umidade relativa do ar no seu interior deve ser de 40 a 60%, e a temperatura na faixa de 18 a 24°C. Deve possuir ainda um sistema de ventilação e exaustão eficientes. As caixas de filmes radiográficos, quando abertas (em uso), devem ser colocadas em uma determinada ordem. O local de manuseio do filme radiográfico na câmara escura deve estar limpo, livre de resíduos de pó ou líquido. Para evitar perda de qualidade da imagem radiográfica, o manuseio do filme deve ser feito com cuidado, sempre pelas bordas, com o menor contato possível dos dedos com o filme. TIPOS DE CÂMARA ESCURA 21 Dependendo do tipo de processamento, a câmara escura pode ser basicamente de três tipos: Molhada (úmida) - No processamento manual do filme radiográfico, que é realizado dentro da câmara escura. Seca - No processamento automático do filme radiográfico, que é realizado dentro da processadora. Mista – nos dois processamentos. PARTES DA CÂMARA ESCURA 1. Parte úmida (elementos): - tanques de revelação; - fixação; - lavagem; - luz de segurança; - torneira. 2. Parte seca (elementos): - filmes virgens; - Colgaduras; - chassis; - processadora TIPOS DE REVELAÇÃO: - manual (revelação/lavagem/fixação/lavagem, secagem) - automática (revelação/fixação/lavagem/secagem) RADIOGRAFIA VS. FILME DE RAIOS X Filme de RX – refere-se especificamente ao pedaço físico de material sobre o qual a imagem radiográfica é exposta. Radiografia – é a produção de imagens radiográficas. Inclui o filme de RX e a imagem nele contida. COMPOSIÇÃO DE UM FILME RADIOGRÁFICO 22 O filme radiográfico é um Elemento fotossensível que sofre alteração física quando exposto aos seguintes efeitos: 1. Radiação eletromagnética, 2. luz, 3. calor, 4. umidade, 5. produtos químicos e 6. manuseio inadequado. É composto por uma ou duas camadas de emulsão fotográfica unidas a uma base. BASE DO FILME É de poliéster, de cor azulada, homogeneamente transparente, flexível, com espessura uniforme. EMULSÃO FOTOGRÁFICA É composta por uma mistura de gelatina fotográfica com uma suspensão de cristais de haleto de prata. A gelatina fotográfica tem como funções distribuir uniformemente (sem acúmulo na base) e fixar os microcristais de haleto de prata na base, permitindo, pela sua permeabilidade, a penetração e atuação dos agentes químicos do processo de revelação. Os cristais de haleto de prata são produtos químicos fotograficamente ativos, sensíveis à luz, compostos por brometo de prata com cerca de 10% de iodeto de prata. CAMADA PROTETORA Consiste em uma camada de gelatina transparente muito fina, aderida à superfície da emulsão fotográfica, cuja função é proteger a emulsão fotográfica. A câmara escura para revelação manual deve ser provida de cronômetro, termômetro e tabela de revelação para garantir o processamento nas condições especificadas pelo fabricante dos produtos de revelação. Deve ser previsto local adequado para o armazenamento de filmes radiográficos, de forma que estes filmes sejam mantidos: a) em posição vertical. b) afastados de fontes de radiação. 23 c) em condições de temperatura e umidade compatíveis com as especificações do fabricante. As caixas de filmes devem ser abertas e manuseadas somente sob luz especial com um filtro de segurança e lâmpada vermelha de 15 watts à uma distância maior do que 1,2 metros. Atenção! *O calor pode danificar a camada de gelatina dos filmes e propiciar ações físicas, químicas e a sensibilidade das moléculas de prata, o que ocasionaria a perda de qualidade da imagem, e, até mesmo a formação de maior número de gazes tóxicos para o profissional. FORMATOS BÁSICOS Caixa com 100 películas (em centímetros): 13x18 / 18 x 24 / 24 x 30 / 30 x 40 / 35 x 35/ 35 x 43 Como os filmes verdes são mais sensíveis às condições de iluminação de segurança das câmaras escuras (pela proximidade do verde e do vermelho no espectro de cores), os filtros de segurança das luminárias devem ser do tipo adequado (vermelho / âmbar). Além disso, a manipulação dos filmes deve ser rápida, uma vez que a iluminação de segurança pode aumentar rapidamente o véu desses filmes. ÉCRANS (TELAS INTENSIFICADORAS) Os écrans, também denominados telas intensificadoras, foram desenvolvidos a partir da propriedade dos raios X de fazer fluorescer certos sais metálicos. Essa luminescência é o resultado da transformação da energia dos raios X em energia luminosa. 24 COMPOSIÇÃO DE UM ÉCRAN O écran é uma placa flexível, composta por uma base e duas ou três camadas. BASE É de cartolina ou poliéster e serve apenas como suporte do material fluorescente. CAMADA FLUORESCENTE (FOSFÓRICA) É flexível e consiste em uma camada de cristais de um composto fluorescente, suspensos em um material de ligação. CAMADA REFLETORA Pode ou não fazer parte da composição de um écran. Consiste em uma camada de dióxido de titânio (Ti02) ou dióxido de magnésio (Mg02), colocada sob a camada fluorescente, tendo como função aumentar o rendimento luminoso do écran por meio da reflexão da luz emitida pelos cristais. Quando presente, essa camada está localizada entre a base e a camada fluorescente. CAMADA ABSORVENTE Tal como a camada refletora, pode ou não fazer parte da composição de um écran. Sua função é absorver a luz difusa emitida pelos cristais, aumentando a nitidez da imagem formada. Possui a mesma localização da camada refletora, visto que apenas uma dessas duas camadas (refletora ou absorvente), ou nenhuma das duas pode estar presente na composição de um écran. CAMADA PROTETORA É uma película transparente e muito fina, com 5 a 10 mm de espessura, cuja função é proteger os cristais da camada fluorescente e permitir a limpeza do écran. TIPOS DE ÉCRANS Écran "azul" Com a camada fluorescente composta por cristais de tungstato de cálcio, possui um espectro de emissão contínua, com intensidade máxima no azul. É bem adaptado aos filmes radiográficos não cromatizados, sensíveis ao azul. Écran de "terras raras" Com a camada fluorescente composta por cristais da família das terras raras como o óxido sulfito de gadolínio e o óxido sulfito de lantânio, possui um espectro de emissão não contínuo, que se apresenta sob a forma de um espectro de raias com intensidade máxima no verde-amarelo. O seu fator de 25 conversão cresce com o aumento da tensão (kV), e é muito superior ao do tungstato de cálcio. É bem adaptado aos filmes radiográficos. CUIDADOS COM O ÉCRAN É importante inspecionar e limpar regularmente os écrans para mantê-los livres de sujeira. A limpeza deve seguir as especificações do fabricante e ser feita com muito cuidado para evitar danos na sua superfície. CHASSI Para a execução de um exame radiográfico, é necessário que o filme radiográfico esteja dentro de um recipientecompletamente vedado à entrada de luz. Esse recipiente é chamado de chassi radiográfico, também denominado cassete (Radiologia digital). Chassis radiográficos em vários tamanhos. TAMANHOS DOS CHASSIS Os tamanhos dos chassis correspondem ao tamanho do filme radiográfico correspondente. 13x18 18x24 24x30 30x40 35x35 35x43 26 Os chassis podem se apresentar da seguinte maneira: Sem grade: Corresponde ao tipo mais comum, mais utilizado. Com grade: Possui uma grade antidifusora fixada na face externa do lado anterior do chassi. Esse tipo de chassi é usado para exames no leito ou no ato operatório. PROCESSAMENTO DO FILME RADIOGRÁFICO É o processo que permite aos agentes químicos do revelador, interagir com os cristais de haleto de prata, transformando a imagem latente em imagem visível. O processo de revelação somente irá atingir os cristais de prata que sofreram alguma alteração física, durante a interação com a radiação. REVELAÇÃO Colocação do filme em solução química composta por várias substâncias, para que a prata fique enegrecida e visível. FIXAÇÃO Segunda etapa do processamento do filme, em seqüência à revelação. Sua função é a de criar uma barreira protetora sobre a imagem para que não sofra 27 desgaste pela ação do tempo e não necessite de cuidados de manuseio. Composto por uma mistura de 5 produtos: O tempo destinado a etapa de fixação também deve ser controlado. Ele não é tão crítico como o tempo de revelação, mas não deve ser muito ultrapassado, para que o agente fixador não acabe atacando a prata enegrecida, destruindo a imagem. LAVAGEM Consiste na retirada da solução fixadora e é muito importante, pois o tiossulfato de amônia não pode permanecer sobre o filme. No processamento manual existem duas etapas de lavagem do filme, a 1a após a revelação (lavagem primária) e a 2a após a fixação (lavagem secundária). No processamento automático existe um único estágio de lavagem do filme realizado após a fixação. Obs.: Falta de lavagem - Com o tempo, ocorre reação do nitrato de prata com o ar causando alteração na coloração e qualidade da imagem. SECAGEM Etapa final onde o filme é submetido a circulação de ar quente sobre sua superfície. Na falta de ar quente, deixá-lo escorrer pendurado em uma colgadura. Colgaduras: São suportes de aço inoxidável com a função de prender as películas radiográficas para a revelação manual. 28 Tempo de secagem sem limite. Cuidado com a temperatura do ar quente para não danificar a gelatina e a camada protetora do filme. Colgaduras No processamento manual, o filme radiográfico é colocado em uma colgadura proporcional ao seu tamanho. A colgadura é um suporte metálico que mantém o filme radiográfico preso pelos cantos por presilhas. No processamento manual do filme, é muito importante a identificação da colgadura, para evitar a troca de exames. O processamento manual é conhecido como molhado, sendo iniciado com a imersão do conjunto filme/colgadura no tanque com solução reveladora, denominado tanque do revelador. Daí é passado para o primeiro tanque com água corrente, denominado tanque do interruptor, sendo em seguida passado para o tanque com solução fixadora, denominado tanque do fixador. Finalmente é passado para a lavagem com água corrente no tanque de lavagem, e é finalizado com a secagem. Deve ser tomado o cuidado de evitar a formação de bolhas de ar na superfície do filme radiográfico durante as imersões nos tanques, pois são responsáveis pelo aparecimento de artefatos na imagem. PROCESSAMENTO MANUAL É realizado manualmente pelo operador dentro da câmara escura, sendo os tempos do processo dependentes do operador. Ocorre em cinco etapas, na seguinte ordem: revelação, interrupção(lavagem primária), fixação, lavagem secundária, secagem. 29 PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO É realizado através de processadoras automáticas (máquinas de revelar) e ocorre em quatro etapas, na seguinte ordem: revelação; fixação; lavagem; secagem. A processadora automática (máquina de revelar) de filmes radiográficos é uma máquina completamente vedada à entrada de luz, que possui no seu interior três tanques e uma secadora. O primeiro tanque, localizado próximo à entrada do filme radiográfico (bandeja), é denominado tanque de revelação, e possui solução reveladora (revelador). O segundo tanque, localizado a seguir desse, é denominado 30 tanque de fixação, e possui solução fixadora (fixador). E o terceiro tanque, localizado a seguir do tanque de fixação e antes da secadora, é denominado tanque de lavagem, e possui água. Dentro de cada tanque é colocado um conjunto de rolos e engrenagens denominado rack, ou seja, cada tanque possui o seu rack. Dois racks denominados racks de passagem, cada um posicionado por cima, e entre dois racks de tanques adjacentes, ou seja, um entre o do tanque de revelação e o de fixação, e outro entre o de fixação e o de lavagem, permitem a passagem do filme radiográfico de um tanque a outro. Algumas processadoras automáticas possuem um terceiro rack de passagem, entre o rack do tanque de lavagem e a secadora. As processadoras automáticas possuem sistemas para controle da temperatura das soluções químicas e da secadora e mecanismos para a reposição e recirculação das soluções químicas. A reposição das soluções químicas é feita por dois tanques externos de abastecimento, um contendo solução reveladora (revelador) e outro contendo solução fixadora (fixador). O processamento automático é conhecido como seco, e é iniciado com a colocação do filme radiográfico na bandeja da processadora, terminando com a saída desse filme processado e seco. O filme radiográfico é transportado mecanicamente por um sistema de rolos através dos tanques do revelador, do fixador e da água (lavagem), e do compartimento de secagem. 31 PREPARO DOS PRODUTOS QUÍMICOS As soluções químicas são fornecidas em kits contendo frascos de soluções concentradas que devem ser misturadas apenas quando forem utilizados. Existem duas formas de preparação das soluções químicas: 32 1. De forma manual utilizando tanques, onde o próprio técnico faz a dosagem e a agitação das soluções. 2. Automática através de “mixer-automático”, que são tanque com dispositivos que regulam a quantidade de água que deve ser adicionada e faz a própria agitação das soluções. MODO MANUAL A água é o solvente das soluções químicas, revelador e fixador. A quantidade de água que deve ser adicionada no preparo das soluções são especificadas pelos fabricantes. Essa quantidade não deve ser inferior ou superior a 3% do exigido. Caso isso aconteça pode ocorrer efeitos adversos nas propriedades da solução prejudicando a qualidade de revelação dos filmes. A temperatura da água deve ser consistente com a instrução do fabricante. Se as circunstâncias não permitirem uma temperatura adequada, como no caso da água estar mais fria do que o recomendado, um tempo mais longo de agitação será necessário. Entretanto, a agitação e a temperatura são fatores críticos na contribuição da oxidação, produzindo filmes com pouco contraste. A agitação manual para misturar os compostos das soluções deve ser forte bastante para fornecer uma mistura adequada (homogênea), mas não excessivo bastante para causar à oxidação, evitando a formação de bolhasdurante a agitação. É importante seguir a ordem pré-estabelecida de adição de cada solução concentrada. Por exemplo, a “parte A” deve sempre ser adicionada primeiramente. Se a ordem da mistura não for seguida corretamente alguns componentes não dissolverão corretamente ou reações químicas não desejadas podem ocorrer, isso seria prejudiciais à solução. O tempo de agitação deve ser adequado para cada etapa para que os componentes estejam completamente dissolvidos antes que a parte seguinte seja adicionada. É recomendado usar tampas de flutuação nos tanques de químicos para evitar o contato das soluções com o ar diminuindo assim a oxidação. As soluções de revelador e fixador devem ser preparadas em uma quantidade máxima para serem consumidas dentro de 2 semanas. LIMPEZA DOS TANQUES Nas processadoras automáticas, os racks dos três tanques devem ser lavados com bucha áspera de material sintético e sabão em pedra neutro, pelo menos uma vez por semana. Com uma periodicidade de três a seis meses, deve ser executado um sistema de limpeza químico nos racks e tanques da processadora com substituição das soluções químicas por soluções novas. Os tanques do 33 processamento manual devem ser esvaziados e limpos com uma periodicidade de três a seis meses, com suas soluções químicas substituídas por soluções novas. Deve ser observado com rigorosa atenção que tanto os tanques de revelação manual como os racks da processadora automática não podem ser mudados de posição. O revelador é altamente sensível, sendo facilmente contaminado pelo fixador. Para evitar a contaminação, em nenhuma hipótese pode haver troca dos racks na processadora automática e dos tanques no processamento manual. Na processadora automática, as soluções devem ser colocadas com cuidado antes dos racks para evitar respingos e conseqüente contaminação. Deve sempre seguir a seguinte ordem: primeiramente, encher o tanque de lavagem (com água), colocando a seguir o respectivo rack; depois encher o tanque de fixação (com a solução do fixador), colocando a seguir o respectivo rack; e por último, encher o tanque de revelação (com a solução do revelador), colocando a seguir o respectivo rack. Os racks devem ser colocados nos tanques lentamente, para evitar o transbordamento das soluções. TROCA DAS SOLUÇÕES QUÍMICAS As soluções químicas (revelador e fixador) responsáveis pelo processamento do filme radiográfico ficam saturadas (perdem atividade) em função do tempo e do número de reações. Para evitar perda acentuada da atividade das soluções químicas, que acarretaria uma redução na qualidade da imagem formada no filme radiográfico, as soluções devem ser trocadas periodicamente por soluções novas. O fixador saturado devido à prata suspensa na solução não deve ser descartado sem que antes a prata seja retirada por um processo de eletrólise (processo que separa os elementos químicos de um composto através do uso da eletricidade). CONTAMINAÇÃO DOS COMPONENTES QUÍMICOS: Em caso de contaminação, o tanque de revelação do processamento manual ou do automático deve ser totalmente esvaziado e a solução química deve ser desprezada. Feito isso, o tanque de revelação, nos dois tipos de processamento e o respectivo rack no processamento automático devem ser lavados. No processamento automático, o tanque do revelador deve ser preenchido com água, e a máquina deve ser colocada em funcionamento por aproximadamente cinco minutos para a limpeza das mangueiras da bomba de recirculação e do filtro. Em seguida, o tanque deve ser esvaziado e limpo com água. Após a lavagem, é colocada uma nova solução química. IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS (REVELADOR E FIXADOR) REVELADOR 34 Parte A Nocivo se ingerido. Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. Pode causar reação alérgica na pele. Contém Hidroquinona. Parte B Atenção! corrosivo Nocivo se ingerido. Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. Parte C Nocivo se ingerido. Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. FIXADOR Parte A Atenção Pode causar irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. Pode causar reação alérgica na pele. Parte B (Endurecedor) Cuidado, Corrosivo Pode causar queimadura / irritação na pele, no trato respiratório e nos olhos. MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS Inalação: Transferir para ambiente arejado. Procure auxílio médico se os sintomas persistirem. Contato com a pele: Enxaguar abundantemente com água. Remova toda a roupa contaminada. Contato com os olhos: Enxaguar abundantemente com água, mantendo a pálpebra aberta. Ingestão: Se ingerido, não induza ao vômito, siga as orientações da equipe médica. Após os primeiros socorros encaminhe urgentemente ao médico. Informações ao médico: Os riscos deste material devem-se às características irritantes à pele, aos olhos e nocivo quando ingerido. 35 MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIO Produto não é inflamável (sistema aquoso). Após evaporação da água pode queimar, formando gases tóxicos (dióxido de carbono, monóxido de carbono, óxido de enxofre ). Meios de extinção é água, espuma ou pó químico. 36 LEGISLAÇÃO APLICADA A RADIOLOGIA Elaborado pelas professoras Faisa Muritiba e Vanessa Costa 37 LEGISLAÇÃO Legislação é o conjunto de leis de um Estado, entendimento pelas leis de acordo com a finalidade, regras sociais obrigatórias, impostas por uma autoridade pública, de forma permanente e que são sancionadas pela força. O direito é uma norma jurídica emitida pelo legislador, ou seja, um preceito estabelecido pela autoridade competente, em que é ordenado ou proíbe algo na linha de Justiça. As leis são de delimitação do livre arbítrio das pessoas dentro da sociedade. Pode- se dizer que a lei é controle externo que existe para o comportamento humano, em poucas palavras, as regras que regem a nossa conduta social. A legislação refere-se a todo o conjunto de leis organizadas pelos organismos competentes que estão subjacentes a ética e a moral dentro de uma sociedade. O papel da legislação é: Imposição de Regras: Benefício referente à prática de determinada atividade. Preocupação com valores humanos; Qualidade de vida no trabalho; Meio ambiente e preservação à natureza LEGISLAÇÃO APLICADA A RADIOLOGIA Em 29 de outubro de 1985, começa uma nova etapa para a radiologia no Brasil. Nessa data temos a regulamentação da profissão de Técnicos em Radiologia através da Lei 7.394. Segundo relatos, tudo começou em 1895, quando o físico alemão Wilhelm Conrad Röendgen, descobriu em seu laboratório uma nova forma de radiação, que denominou raios-X. Depois de inúmeras experiências, os raios X se transformaram em uma grande ferramenta de diagnóstico para a Medicina. Todavia, o seu uso de forma inadequada trouxe danos biológicos, em alguns casos, irreparáveis. Pela importância e complexidade dessa radiação, verificou-se a necessidade da criação de algumas regras de conduta para a sua utilização. Os profissionais que vinham atuando como operadores de equipamentos de radiodiagnósticos até 1985 não tinham diretrizes quanto aos seus direitos e deveres. 38Por não terem formação adequada, em sua grande maioria, os profissionais atuavam sem entender exatamente o que estavam fazendo. Às vezes, prejudicavam a si mesmos e aos pacientes por falta de informações, expondo-se desnecessariamente. A LEI 7.394/85, regulamentada pelo DECRETO 92.790/86, representou um grande passo para a evolução profissional dos até então denominados “Operadores de Raios X”. Esta Lei compôs um ordenamento jurídico no âmbito federal, regulamentando a profissão e com ela trazendo a mudança da denominação deste profissional, que passou a ser “técnico em Radiologia”. LEI Nº 7.394, DE 29 DE OUTUBRO DE 1985 Publicada no DOU de 30/10/1985 Regula o Exercício da Profissão de Técnico em Radiologia, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Os preceitos desta Lei regulam o exercício da profissão de Técnico em Radiologia, conceituando-se como tal todos os Operadores de Raios X que, profissionalmente, executam as técnicas: I - radiológica, no setor de diagnóstico; II - radioterápica, no setor de terapia; III - radioisotópica, no setor de radioisótopos; IV - industrial, no setor industrial; V - de medicina nuclear. Art. 2º São condições para o exercício da profissão de Técnico em Radiologia: I – ser portador de certificado de conclusão do ensino médio e possuir formação profissional mínima de nível técnico em Radiologia; (Redação dada pela Lei nº 10.508/2002) II - possuir diploma de habilitação profissional, expedido por Escola Técnica de Radiologia, registrado no órgão federal (vetado). Parágrafo único. (Vetado). Art. 3º Toda entidade, seja de caráter público ou privado, que se propuser instituir Escola Técnica de Radiologia, deverá solicitar o reconhecimento prévio (vetado). Art. 4º As Escolas Técnicas de Radiologia só poderão ser reconhecidas se apresentarem condições de instalação satisfatórias e corpo docente de reconhecida idoneidade profissional, sob a orientação de Físico Tecnólogo, Médico Especialista e Técnico em Radiologia. § 1º Os programas serão elaborados pela autoridade federal competente e válidos para todo o Território Nacional, sendo sua adoção indispensável ao reconhecimento de tais cursos. 39 § 2º Em nenhuma hipótese poderá ser matriculado candidato que não comprovar a conclusão de curso em nível de 2º Grau ou equivalente. § 3º O ensino das disciplinas será ministrado em aulas teóricas, práticas e estágios a serem cumpridos, no último ano do currículo escolar, de acordo com a especialidade escolhida pelo aluno. Art. 5º Os centros de estágio serão constituídos pelos serviços de saúde e de pesquisa físicas, que ofereçam condições essenciais à prática da profissão na especialidade requerida. Art. 6º A admissão à 1ª série da Escola Técnica de Radiologia dependerá: I - do cumprimento do disposto no § 2, do Art. 4, desta Lei; II - de aprovação em exame de saúde, obedecidas as condições estatuídas no parágrafo único, do Art. 46, do Decreto número 29.155, de 17 de janeiro de 1951. Art. 7º As Escolas Técnicas de Radiologia existentes, ou a serem criadas, deverão remeter ao órgão competente (vetado), para fins de controle e fiscalização de registros, cópia da ata relativa aos exames finais, na qual constem os nomes dos alunos aprovados e as médias respectivas. Art. 8º Os diplomas expedidos por Escolas Técnicas de Radiologia, devidamente reconhecidos, têm âmbito nacional e validade para o registro de que trata o inciso II, do Art. 2, desta Lei. Parágrafo único. Concedido o diploma, fica o Técnico em Radiologia obrigado a registrá-lo, nos termos desta Lei. Art. 9º (Vetado). Art. 10 Os trabalhos de supervisão das aplicações de técnicas em radiologia, em seus respectivos setores, são da competência do Técnico em Radiologia. Art. 11 Ficam assegurados todos os direitos aos denominados Operadores de Raios X, devidamente registrados no órgão competente (vetado), que adotarão a denominação referida no Art. 1º desta Lei. § 1º Os profissionais que se acharem devidamente registrados na Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos - DIMED, não possuidores do certificado de conclusão de curso em nível de 2º Grau, poderão matricular-se nas escolas criadas, na categoria de ouvinte, recebendo, ao terminar o curso, certificado de presença, observadas as exigências regulamentares das Escolas de Radiologia. § 2º Os dispositivos desta Lei aplicam-se, no que couber, aos Auxiliares de Radiologia que trabalham com câmara clara e escura. Art. 12 Ficam criados o Conselho Nacional e os Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia (vetado), que funcionarão nos mesmos moldes dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina, obedecida igual sistemática para sua estrutura, e com as mesmas finalidades de seleção disciplinar e defesa da classe dos Técnicos em Radiologia. 40 Art. 13 (Vetado). Art. 14 A jornada de trabalho dos profissionais abrangidos por esta Lei será de 24 (vinte e quatro) horas semanais (vetado). Art. 15 (Vetado). Art. 16 O salário mínimo dos profissionais, que executam as técnicas definidas no Art. 1º desta Lei, será equivalente a 2 (dois) salários mínimos profissionais da região, incidindo sobre esses vencimentos 40% (quarenta por cento) de risco de vida e insalubridade. Art. 17 O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias. Art. 18 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 19 Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 29 de outubro de 1985; 164º da Independência e 97º da República. LEI Nº 1.234 – DE 14 DE NOVEMBRO DE 1950 Confere direito e vantagens a servidores que operam com raios X e substâncias radioativas. Art. 1º. Todos os servidores da União, civis e militares, e os empregados de entidades paraestatais de natureza autárquica, que operam diretamente com Raios X e substâncias radioativas, próximo às fontes de irradiação, terão direito a: a) regime máximo de vinte e quatro horas semanais de trabalho; b) férias de vinte dias consecutivos, por semestre de atividade profissional, não acumuláveis; c) gratificação adicional de 40% (quarenta por cento) do vencimento. Art. 2º. Os serviços e Divisões do Pessoal manterão atualizadas as relações nominais dos servidores beneficiados por esta Lei e indicarão os respectivos cargos, ou funções, lotação e local de trabalho, relações essas que serão submetidas à aprovação do Departamento Nacional de Saúde, do Ministério da Educação e Saúde. Art. 3º. Os chefes de repartição ou serviço determinarão o afastamento imediato do trabalho de todo o servidor que apresente indícios de lesões radiológicas, orgânicas, ou funcionais e poderão atribuir-lhes, conforme o caso, tarefas sem risco de irradiação, ou a concessão ex-oficio, de licença para tratamento de saúde, na forma da legislação vigente. Art. 4º. Não serão abrangidos por esta Lei: a) os servidores da União, que no exercício de tarefas acessórias ou auxiliares, fiquem expostos às irradiações,apenas em caráter esporádico e ocasional; b) os servidores da União, que, embora enquadrados no disposto no artigo 1º. Desta Lei, estejam afastados por quaisquer motivos dos exercícios de sua atribuições, salvo 41 nos casos de licença para tratamento de saúde e licença a gestante, ou comprovada a existência de moléstia adquirida no exercício de funções anteriormente exercidas, de acordo com o art. 1.º citado. Art. 5º. As instalações oficiais e paraestatais de Raios-X e substâncias radioativas sofrerão revisão semestral, nos termos da regulamentação a ser baixada. Art. 6º. O PoderExecutivo regulamentará a presente Lei dentro no prazo de 60 (sessenta) dias e estabelecerá as medidas de higiene e segurança no trabalho, necessárias à proteção do pessoal que manipular Raios-X e substâncias radioativas, contra acidentes e doenças profissionais e reverá, anualmente, as tabelas de proteção. Art. 7º. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. DECRETO N. º 29.155 – DE 17 DE JANEIRO DE 1951 Regulamenta a Lei n. º 1.234, (*) de 14 de Novembro de 1950. CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 1º. Os Direitos e vantagens instituídos pela Lei n.º 1.234, de 14 de novembro de 1950 são extensivos a todos os servidores públicos civis da União, e aos empregados das entidades paraestatais de natureza autárquica, que no exercício de suas funções, operem, direta e habitualmente, com Raios-X ou substâncias radioativas, próximo às fontes de emanação. Parágrafo Único – No que se refere aos militares, a Lei n. º 1.234 terá regulamentação à parte. Art. 2º. Para os efeitos do artigo 4.º da Lei n.º 1.234, de 14 de Novembro de 1950, consideram-se acessórias ou auxiliares as que não constituírem atribuições normais e constantes do cargo ou função, as que forem exercidas esporadicamente ou a título de colaboração transitória, as que não expuserem as emanações diretas por um período mínimo de oito horas semanais e as que forem exercidas fora das proximidades das fontes de irradiação. Art. 3º. A partir da vigência deste Regulamento é vedada, sob pena de responsabilidade, a designação para operar com Raios-X ou substâncias radioativas, de pessoa que exerça cargo ou função, cujo provimento não exija especificamente, habilitação técnica para esse mister. Art. 4º. Os Chefes de serviço ou repartição onde houver instalações de Raios-X ou substâncias radioativas remeterão aos Serviços e Divisões de Pessoal, para os efeitos do artigo 2.º da Lei n.º 1.234, de 14 de novembro de 1950, os dados necessários à organização e atualização do cadastro do pessoal beneficiado pela citada lei. § 1º - Só serão concedidos os direitos e vantagens previstos na lei à que se refere este Regulamento aos Funcionários que figurarem nos cadastros aprovados pelo Departamento Nacional de Saúde. § 2º - A autoridade que aprovar os cadastros providenciará sua imediata publicação no órgão oficial. 42 § 3º - Os Servidores que se julgarem prejudicados pela sua não inclusão nos cadastros poderão, dentro de 120 dias a contar da publicação, recorrer, na forma do Capítulo XIV do Estatuto dos Funcionários Públicos ao Departamento Nacional de Saúde, reconhecendo-se a este a faculdade de indeferir de plano os recursos que não estiverem devidamente fundamentados. § 4º - Os chefes de Serviço remeterão mensalmente as notificações sobre alterações que se verificarem na lista fornecida anteriormente, cabendo ao órgão de pessoal respectivo fazer publicar as referidas alterações notificando-as, por sua vez, ao Departamento Nacional de Saúde para os fins do § 1. º deste artigo. Art. 5º. O Departamento Nacional de Saúde manterá um cadastro atualizado de todos os órgãos do serviço público federal e das autarquias que possuírem instalações de Raios-X e substâncias radioativas, com as necessárias características de identificação de equipamento, local, condições de funcionamento e fins em que são utilizados. Art. 6º. A partir da vigência deste regulamento só serão autorizadas novas instalações de Raios-X ou substâncias radioativas em repartições federais ou autarquias, mediante parecer favorável do Departamento Nacional de Saúde, que considerará, sobretudo, se tais instalações são indispensáveis às finalidades do órgão e apresentem as necessárias condições de segurança para os operadores de acordo com as normas de proteção estabelecidas neste decreto. § 1º - Em casos especialíssimos poderá o Presidente da República autorizar a dispensa do parecer a que se refere este artigo, desde que seja devidamente comprovada que as instalações oferecem o grau de segurança necessário. § 2º - Para o cumprimento do disposto neste artigo, o Departamento Nacional de Saúde poderá ouvir o Instituto Nacional de Tecnologia ou qualquer entidade técnico-científica de reconhecida idoneidade desde que não se trate de instalações em estabelecimentos médicos ou hospitalares. Art. 7º. Os chefes de repartição ou de serviço que determinarem o afastamento imediato do trabalho, de servidor que apresente indícios de lesões radiológicas orgânicas ou funcionais, providenciarão para que o mesmo seja submetido a exame médico, para efeito de licença, ainda que lhe tenha atribuído tarefas sem risco de irradiação. Parágrafo Único – Verificando-se em inspeção médica a conveniência de ser o servidor licenciado, aplicar-se-lhe-á o disposto na legislação relativa a licenças. Em caso contrário será ele mantido no novo regime de trabalho que lhe tenha sido prescrito. Art. 8º. O servidor afastado por apresentar índices de lesões radiológicas e ao qual tenham sido atribuídas tarefas sem risco de irradiação deixara de fazer jus aos direitos e vantagens instituídos pela Lei nº 1.234, de 14 de novembro de 1950, se uma vez julgado apto em inspeção medica não reassumir suas funções primitivas ou não voltara executar os trabalhos em virtude dos quais lhe foram assegurados os citados direitos e vantagens. § 1º - A cassação dos direitos e vantagens não exclui o procedimento disciplinar que acaso couber. § 2º - O disposto nesse artigo e seu parágrafo primeiro aplica-se. Igualmente ao servidor que após a terminação as licenças não voltar ao exercício de suas funções. Art. 9º. O afastamento para o desempenho de tarefas sem risco de irradiação será sempre determinado por prazo certo, findo qual será o servidor submetido a exame de saúde, e se julgado apto deverá reassumir suas funções; em caso contrário, o prazo de seu afastamento será prorrogado. 43 Art. 10º. Será punido com as penas do artigo 162, § 5. º do Estatuto dos Funcionários que afastar, irregularmente do trabalho, servidor sob pretexto de lesão radiológica, ou aprovar relação nominal em que figure pessoa que não se enquadre nos termos do artigo 1.º deste Regulamento. CAPÍTULO II DAS NORMAS DE PROTEÇÃO AO TRABALHO Das unidades de rontgendiagnóstico e rontgenterapia a) Da higiene geral Art. 11º. As salas, em que se opere com Raios-X, disporão de boas aerações e ventilação, natural ou artificial, de vãos de abertura, direta para o exterior dos edifícios ou amplas galerias internas. Art. 12º. O ar ambiente será renovado, de preferência, por aspiração durante o funcionamento da aparelhagem radiológica e, pelo menos, uma hora após o término dos trabalhos, mormente quando haja rede exposta de alta tensão, hipótese em que deverão sempre ser exauridos o ozona An3 e os gases nitrósos produzidos. Art. 13º. Nos locais ou salas onde se encontrarem geradores, providos de retificação por válvulas eletrônicas expostas, deverá ser assegurada proteção adequada contra a possível emissão de Raios-X por essas válvulas. b) Da proteção contra os riscos puramente elétricos. Art. 14º. A corrente elétrica alimentadora da instalação central do gerador de alta tensão será interceptável por fusíveis gerais, relacionados com a capacidade do gerador, e comandada por uma chave ou um interruptor geral, de grande tamanho e fácil manejo, situado em local de visibilidade e acesso fáceis, de preferência próximo ao posto de comando do aludido gerador. Art. 15º. Os geradores, que abasteçam mais de um posto de exame ou aplicação, disporão de interruptor de alta tensão ou chave de derivação, que isole completamente os postos entre si e torne inermes os que estiverem fora de uso. Art. 16º.Os geradores providos de condensadores de alta tensão terão dispositivos adequado a descarga da energias residual. Art. 17º. A pavimentação das salas de exame ou de irradiação e dos postos de comando deverá ser feita de materiais que aumentem a proteção dos operadores contra as descargas à “Terra” (madeira, cortiça, borracha. Etc.) Art. 18º. As redes aéreas de alta tensão, que terão dispositivos de descarga á “Terra”, e de segurança contra queda, deverão ser instaladas á altura mínima de dois metros e meio do piso, sobre isoladores de material inalterável sob a ação do tempo, da umidade, dos eflúvios, e de outros elementos, e construídas com condutores de forma, distância entre e diâmetro tais que, sob voltagem máxima, seja anulado o efeito de eflúvio ou de corona. Art. 19º. De preferência serão utilizadas aparelhagem á prova de choques. Art. 20º. As mesas de exames radioscópicos e radiográficos, rontgenterapia, superficial ou 5 profunda, os suportes radiográficos e as mesas e acessórios de comando serão ligados á “Terra” por fio condutor, de diâmetro nunca inferior a 2 milímetros soldado em suas ligações terminais. 44 Art. 21º. Os exames radiológicos, procedidos em salas de operação, serão feitos apenas com aparelhos que possuírem rede protegida de alta tensão, sempre que forem empregados anestésicos inflamáveis c) da proteção contra radiações em trabalho de rontgendiagnóstico. Art. 22º. O tubo produtor de Raios-X deverá ser montado dentro de cúpula inteiriça, ou que recubra ao máximo possível o aludido tubo, cuja a proteção equivalerá, no mínimo, a dois milímetros de chumbo. Art. 23º. No trajeto do “Feixe direto” útil de Raios-X, o mais perto possível do seu plano de emergência e ao nível da abertura da cúpula será montado um filtro de alumínio de espessura nunca inferior a 0,5 mm. Art. 24º. O diafragma radioscópico, em sua abertura máxima, deverá permitir a passagem de feixe direto útil cuja normal, no plano de Fluoroscopia, não seja maior que o vidro de anteparo fluoroscópico, o qual, deverá ter proteção equivalente a 2mm de chumbo. Art. 25º. Os seriográfos, para a pratica de radiografias visadas, possuirão proteção suplementar adequada, excedente e flexível. Art. 26º. A Conexão de alta tensão, em trabalhos de radioscopia, far-se-á por meio de interruptores de pressão, manual ou pedal, devendo ser rejeitados os modelos de contato permanente. Art. 27º. Na prática de exames radioscópicos será obrigatório o uso de palpadores indiretos de qualquer tipo, luvas plumbíferas de proteção integral, dorsal e palmar com substâncias de baixo peso atômico, tecidos de lã ou algodão, interposto entre couro ou a borracha e a pela, e aventais plumbíferos, todos com proteção equivalente pelo menos a 0,5 milímetros de chumbo. Art. 28º. A mesa de comando radiográfico deverá ser montada de preferência fora do campo de incidência de qualquer feixe direto de Raios-X e à retaguarda de guarita e biombo, ou em peça situada ao lado da sala de exames – assegurando ao operador proteção nunca inferior a dois milímetros de chumbo. Art. 29º. O visor de vigilância no posto terá vidro plumbífero fixo, de proteção nunca inferior a dois milímetros de chumbo, devendo ser abolidos os vidros móveis dobradiça, quilhotina ou sistema equivalente. d) da proteção contra radiações em trabalhos de rõntigenterapia. Art. 30º. As salas de rõntigenterapia, bem como os postos de comandos e de vigilância de visor fixo, deverão ser protegidos de modo a absorver as radiações que possam atravessar pisos e paredes para isso existindo uma camada de chumbo ou material equivalente, cuja espessura será variável de acordo com as voltagens empregadas, as condições de sala, o grau de proteção de tubo, e outros fatores que serão estudados, em cada caso. Parágrafo Único – Para energias superiores a 225Kv o chumbo poderá entrar em combinação com material conglomerado denso e não poroso (tijolos, concreto, bário concreto, etc.) de modo a assegurar proteção tal que só permita a tolerância máxima de 0,1r por dia, controlada com ionômetro. Art. 31º. A determinação da proteção em chumbo, nas irradiações com tubo excitado por quilovoltagens compreendidas entre 250Kv. E 3.000Kv., segundo miliamperagens 45 variáveis de 0,5 M. A. a 30 M. A. e distâncias foco-operador de 0,5m a 10m, deverá ser feita de acordo com o monograma de Binka, anexo. Art. 32º. Os aparelhos de rõntgenterapia deverão ser providos de dispositivos de sinalização que indiquem a produção de correntes de alta tensão e de Raio-X, e a presença de filtros. Art. 33º. Durante as aplicações de rõntgenterapia somente será permitida na sala permitida na sala a presença de pessoas estranhas, quando devidamente autorizados pelo médico; o enfermo será observado por meio de visor apropriado, e, se for julgado conveniente, poderá se comunicar com o posto de comando e vigilância por meio de sinais óticos ou acústicos, ou por campainha elétrica. DO EMPREGO DE SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS; NATURAIS OU ARTIFICIAIS. Dos sais de rádium. Art. 34º. As pessoas que manipularem preparações radioativas deverá ser assegurada proteção contra a ação lesiva das irradiações sobre as suas mãos e contra as lesões orgânicas ou perturbações funcionais dos órgãos da reprodução, causadas por essas irradiações. Art. 35º. A proteção para diferentes quantidades de rádium, aproximadamente equivalente a 0,1r por dia, será determinada pelo diagrama de Failla, anexo, no qual são estabelecidas as condições convenientes dos fatores espessura de chumbo e distância foco - operador. Art. 36º. As Preparações Radioativas deverão ser manipuladas à distância, por meio de longas pinças, não devendo ser tocadas diretamente com mãos e a preparação de moldes e aparelhos será feita local bem ventilado, destinado exclusivamente a esse fim, devendo o operador trabalhar em mesa angular em L, com anteparo especial de 5 cm. De chumbo interposto entre o referido operador e a preparação radioativa. Art. 37º. As preparações radioativas fora de uso deverão ser guardadas em cofre, em compartimentos próprios formados por caixas especiais, isoladas uma das outras e assegurando, em todas as direções, proteção, cujos valores serão determinados pelo diagrama de Failla, anexo. Art. 38º. O local em que serão tomadas as medidas para preparação de moldes e aparelhos, será bem ventilado e isolado de outras peças onde haja substâncias radioativas. Art. 39º. Os enfermeiros e outros auxiliares só poderão permanecer nas câmaras de tratamento dos enfermos, quando observados os limites estabelecidos pela tabela II, anexa. Art. 40º. O transporte do rádium nos hospitais e nos centros urbanos far-se-á por meio de dispositivos providos de longas alças, observados os valores indicados na tabela III anexa, e seus portadores não deverão receber dose superior a 0,1r por dia, medida de foco de rádium à cicatriz umbilical. Art. 41º. O transporte interurbano do rádium obedecerá as seguintes determinações. I – Por mar – colocando-se o material radioativo em compartimento estanque, o mais distanciado possível de locais de trabalho ou de permanência da tripulação e dos passageiros; II – Por terra – observando-se rigorosamente os valores indicados na tabela IV, anexa. 46 Do radon Art. 42º. No preparo e emprego do radon, cuja proteção deverá ser assegurada como se fora contra o rádium serão observadas as seguintes disposições: I- A captação do radon deverá ser feita pelo menos duas vezes por semana, a fim de evitar o aumento de pressão nos aparelhos e conseqüente rutura das canalizações de instalação e contaminação do ar ambiente; II – Todas as manipulações do radon serão efetuadas logo após a sua captação; III – Os locais, ondese realize a preparação do radon disporão de sistema de controle da ventilação, em caso de acidentes nos aparelhos; IV – O ar ambiente deverá ser movimentado e exaurido meia hora antes de serem ocupados tais locais; V – Depois de captado, o radon será separado em sementes de ouro por meio de mecanismos a esse fim apropriados, a fim de assegurar proteção adequada ao operador; VI – O cofre, que contiver o recipiente, com a solução de rádium, deverá oferecer proteção de chumbo de acordo com a quantidade de rádium em solução. Observados os valores indicados pelo diagrama de Fallia, anexo. Das substâncias radioativas artificiais: Art. 43º. No uso terapêutico e na pesquisa científica de substâncias radioativas artificiais deverão ser tomadas todas as providências que assegurem a proteção do pessoal, tendo em vista, em cada caso, a natureza, a intensidade e a duração das emissões Das pesquisas sobre física nuclear e sua aplicações a outros fins. Art. 44º. Nos laboratórios de pesquisa científica, onde se fizerem estudos e aplicações sobre transmutação atômica, deverão existir os elementos adequados à proteção contra as radiações “alfa”, “beta” e “gama”, e especialmente contra os neutrões. Art. 45º. A proteção visara também a possível contaminação das roupas, do mobiliário do laboratório, das águas de uso e residuais a concentração radioativa no ar ambiente e atmosferas circunvizinhas, a inalação e a ingestão de alimentos radioativos a ação dos produtos de cisão nuclear. Do pessoal Art. 46º. A admissão do pessoal que manipula aparelhagem de Raios-X e substâncias radioativas, ou que procede a estudos e pesquisas sobre física nuclear será sempre condicionada à realização de exame prévio de sanidade e capacidade física o qual incluíra obrigatoriamente o exame hematológico. Parágrafo Único: Não deverão ser admitidas em serviços de terapia pelo rádium e pelo radon as pessoas de pele seca, com tendência a fissuras e com verrugas, assim com as de baixa assiduidade visual não corrigivel pelo uso de lentes. Art. 47º. O pessoal em serviços de rontgendiagnóstico ou rontgenterapia superficial ou profunda será submetido ainda a um exame clínico por ano e a um exame hematológico por semestre. Art. 48º. O pessoal em serviço de terapia pelo rádium ou pelo radon, ou de pesquisas sobre física nuclear, será submetido ainda a um exame clínico por semestre, o qual, compreenderá cuidadosa observação dermatológica das mãos, e um exame hematológico bimestral. 47 Art. 49º. Para o pessoal que trabalhe em serviços de rontgendiagnóstico, rontgenterapia, de rádium e de radon, a dose máxima de tolerância será de 0,1r por dia, que além de outros métodos de verificação, será controlada usando cada pessoa em seus bolsos, periodicamente, durante quinze dias consecutivos de trabalho, um filme dentário recoberto de chumbo pela metade. Art. 50º. Para o pessoal, que trabalha em pesquisas sobre física nuclear, o controle dos sistemas de proteção far-se-á como dispõe o artigo anterior, e também o filme dentário de prova totalmente recoberto por delgada camada de cadmium, rhodium e indium. Parágrafo Único: Verificado que o filme dentário de prova sofreu impressão apreciável, deverá ser apurada e eliminada a falha do sistema de proteção. Art. 51º. O presente Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 48 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS Elaborado pelo professor Ronaldo Costa 49 INTRODUÇÃO Os aparelhos de raios X são utilizados na geração de imagens diagnósticas, sendo que essas imagens tanto podem ser aplicadas em radiologia médica-odontológica para o diagnóstico de patologias ou traumatismos, quanto em radiologia industrial para o diagnóstico em ensaios não-destrutivos. É imprescindível que o profissional Técnico em Radiologia tenha o conhecimento dos equipamentos e também o domínio dos mesmos, uma vez que para a obtenção de imagens radiográficas é necessário o uso destes equipamentos. Sala de exames Local onde são realizadas as radiografias. É devidamente preparada e blindada por um revestimento de chumbo e/ou uma camada de argamassa conhecida por Barita. No interior da sala de exames temos: A mesa de exames O Bucky mural O gerador (transformador) de energia Mesa (Painel) de comando (dentro ou fora da sala) Aparelho de raios-x 50 1. Mesa de Exames: Equipamento onde os pacientes são posicionados para realização de radiografias. O tampo da mesa é feito de material radiotransparente. Possui a LCM Linha (Central da Mesa) que serve como principal referência de posicionamento dos pacientes ou regiões anatômicas a serem radiografadas. As mesas de exames são classificadas de acordo com seus movimentos. Esses movimentos diminuem a necessidade de deslocar o paciente na superfície da mesa, agilizando a realização dos exames. As mesas podem ser: TIPOS DE MESA De uma forma geral, podemos caracterizar os tipos de mesas segundo sua movimentação: a) Mesa Fixa: Modelo antigo. Como o próprio nome diz, não possui nenhum movimento. b) Mesa Móvel: O tampo da mesa executa movimentos. Eles podem ser: Longitudinais – Ao longo do corpo do Paciente 51 Transversais ou Laterais – Nos sentidos direito e esquerdo. Circulares – nos aparelhos mais modernos, executa os movimentos longitudinais e laterais simultaneamente, facilitando a realização dos exames. 52 Verticais – Trendelenburg e Fowler Mesas com movimento vertical: A mesa gira no sentido horário, até ficar de pé, o que facilita a execução de procedimentos com contrastes, principalmente exames de intestino e nefrologia. MESA TELECOMANDADA Trata-se apenas de uma mesa com motores que a fazem mover em qualquer direção, controlada por comandos que estão posicionados junto à própria mesa ou junto à mesa de controle. Nesta última opção, o técnico não precisa se dirigir até a mesa de exames e reposicionar o tampo da mesa ou o paciente para enquadrar o campo de radiação com a anatomia de interesse. Basta acionar os comandos e, à distância, realizar a operação. Isto garante a qualidade e reduz o tempo do exame, pois evita o deslocamento repetido do técnico entre mesa de comando e mesa de exame. 2. Porta- chassis: Também conhecida como Gaveta Potter Bucky ou Bandeja. Localizado embaixo do tampo da mesa. Nele é depositado o chassi radiográfico, no momento da realização do exame. 53 3. Chassi - Para a execução de um exame Radiográfico, é necessário que o filme radiográfico esteja dentro de um recipiente completamente vedado à entrada de luz. Esse recipiente é chamado de chassi radiográfico, também denominado Cassete na Radiografia Computadorizada. 4. Bucky Mural (Estativa): Além das mesas, os exames radiográficos podem ser realizados com o paciente de pé (ortostática). Exames dos pulmões e tórax são normalmente realizados com o paciente nesta posição. Com um Porta-chassi idêntico a Gaveta, localizado verticalmente, fixado numa torre de aproximadamente 2 metros de altura, executando
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