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Anti-hipertensivos Pressão arterial A pressão arterial (PA) é a força que o sangue exerce contra a parede das artérias, a qual é mantida pela regulação contínua do débito cardíaco e da resistência vascular periférica (Pressão Arterial= Débito Cardíaco x Resistência Vascular Periférica) em três sítios anatômicos: as arteríolas, as vênulas pós-capilares e o coração. O rim, também, contribui para a manutenção da pressão arterial ou regulação do volume do líquido intravascular. A pressão arterial é regulada dentro de uma faixa estreita para prover perfusão adequada aos tecidos sem causar lesões ao sistema vascular, particularmente à túnica íntima arterial (endotélio). A pressão arterial é diretamente proporcional ao débito cardíaco e à resistência vascular periférica, os quais são controlados principalmente por dois mecanismos sobrepostos de controle: os barorreflexos e o sistema renina-angiotensina-aldosterona. - Os barorreflexos atuam alterando a atividade do sistema nervoso simpático, e são responsáveis pela regulação rápida da pressão arterial. - Os rins são responsáveis pelo controle da pressão arterial ajustando o volume sanguíneo pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona. A hipertensão é definida como uma pressão arterial sistólica contínua maior do que 140 mmHg e/ou uma pressão sanguínea diastólica contínua maior do que 90 mmHg; a qual é resultado do aumento do tônus do músculo liso arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento da resistência arteriolar e à redução da capacitância do sistema venoso. Níveis pressóricos cronicamente aumentados estão diretamente relacionados ao aumento do risco de eventos cardiovasculares, como acidente vascular encefálico (AVE) e doenças cardíacas. Respostas fisiológicas para controle da pressão arterial Sistema nervoso autônomo - A queda da pressão arterial desencadeia um aumento da atividade simpática liberando adrenalina/noradrenalina, as quais ligam em receptor beta1-adrenérgicos, presentes no coração, gerando um aumento do débito cardíaco (aumento da frequência cardíaca e aumenta a força de contração) tendo como consequência o aumento do volume sistólico. Além disso, a noradrenalina age os receptores alfa-adrenérgicos dos músculos lisos dos vasos sanguíneos promovendo a vasoconstrição, tendo como consequência um aumento do retorno venoso para chegar mais sangue no coração acionando o mecanismo de frank-starling. - Uma queda da pressão determina que os neurônios sensíveis à pressão (barorreceptores do arco aórtico e seios carotídeos) remetam menos impulsos aos centros cardiovasculares na medula espinal. Isso determina uma resposta reflexa imediata de aumento do estímulo simpático e diminuição parassimpática ao coração e aos vasos, resultando em vasoconstrição e aumento do débito cardíaco. Essas mudanças resultam em um aumento compensatório da pressão sanguínea. Sistema Renina-angiotensina-aldosterona (age no volume do vaso sanguíneo) - A queda da pressão arterial diminui o fluxo sanguíneo renal, o qual é percebido pelas células da mácula densa do túbulo contorcido distal que liberam a renina para quebra do angiotensinogênio. O angiotensinogênio é um substrato para formação de angiotensina I que sofre ação da ECA para formação a Angiotensina II, a qual agirá sobre os túbulos renais para aumentar a reabsorção de sódio que atrairá água para o interior dos vasos sanguíneos gerando um aumento da volemia promovendo o aumento da pressão arterial. - Os barorreceptores nos rins respondem à pressão arterial reduzida (e à estimulação simpática de adrenoceptores β1), liberando a enzima renina, e a ingestão baixa de sódio e aumento da perda de sódio também tornam maior a liberação de renina, uma peptidase que converte angiotensinogênio em angiotensina I, que é convertida, por sua vez, em angiotensina II na presença da enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II é um vasoconstritor circulante potente, que contrai arteríolas e veias, resultando no aumento da pressão arterial. Além disso, a angiotensina II estimula a secreção de aldosterona, levando ao aumento da reabsorção renal de sódio e ao aumento do volume sanguíneo, o que contribui para o aumento adicional da pressão arterial. Esses efeitos são mediados pela estimulação dos receptores da angiotensina II tipo 1 (AT1). O grande problema, nos hipertensos, é que os barorreceptores e os sistemas de controle renais de volume sanguíneo/pressão arterial estão ajustados em um nível mais elevado para a manutenção da pressão arterial Agentes anti-hipertensivos Os fármacos anti-hipertensivos comuns (diuréticos, IECA, antagonistas do cálcio), combinados com o estilo de vida, não somente prolongam a vida e reduzem a pressão sanguínea como também reduzem o risco adicional de eventos cardíacos e, em especial, AVE associados com a pressão sanguínea elevada. Drogas anti-hipertensivas - Diuréticos (a diminuição da volemia promove uma redução da pressão no vaso sanguíneo) - Vasodilatadores (a diminuição da resistência periférica promove uma redução da pressão arterial) - Beta-bloqueadores (diminuição do débito cardíaco tendo como consequência a queda da pressão) - Inibidores da ECA (diminuição da conversão de angiotensina I em angiotensina II) - BRA (bloquear a ação do receptor de angiotensina) Fármacos simpatolíticos O sistema nervoso autônomo simpático exerce importante função no controle da pressão arterial, sendo, portanto, um dos alvos farmacológicos para tratamento de patologias como a hipertensão. Locais de ação dos fármacos simpatolíticos - O sistema nervoso central gera sinais nervosos autônomos que se direcionam para o gânglio autônomo, o qual apresenta os receptores nicotínicos que interagem com a acetilcolina liberada pelo neurônio pré-ganglionar. O sinal elétrico é transmitido pelo neurônio pós-ganglionar até os receptores adrenérgicos do tecido alvo, que sofrem ação da noradrenalina. Os efeitos sistêmicos da liberação das catecolaminas endógenas (adrenalina e noradrenalina) são mediados pelos diferentes receptores adrenérgicos, α1, α2 e β e seus subtipos α1a, α1b e α1d; α2a, α2b e α2c; β1, β2 e β3. Todos são receptores associados à proteína G e tem particularidades em sua distribuição pelo corpo, como os receptores β1 que prevalecem no coração ou os β2 nos pulmões. Simpatolíticos de ação central Clonidina - A clonidina, agonista do receptor α2-adrenérgico, diminui a pressão sanguínea mediante redução da atividade simpática no sistema nervoso central. - A clonidina atua principalmente sobre o sistema nervoso central (no cérebro) causando dilatação dos vasos sanguíneos e diminuindo a pressão arterial. - A clonidina atua centralmente, produzindo inibição dos centros vasomotores simpáticos e diminuindo a estimulação simpática para a periferia; isso leva à redução da resistência periférica total e à diminuição da pressão arterial. - No meio externo, a noradrenalina pode ligar os seus receptores pré-sinápticos alfa2-adrenérgicos, os quais apresentam uma proteína G inibitória que manda sinais para cessar a liberação de noradrenalina. Além disso, a noradrenalina pode se ligar os seus receptores adrenérgicos dos receptores pós-sinápticos para sua ação periférica. A Clonidina é um agonista do receptor alfa 2-adrenérgicos, sendo assim se liga no sítio de ligação da noradrenalina das fibras pré-ganglionares promovendo uma ação inibitória pelo bloqueio da liberação de noradrenalina. A falta de noradrenalina na fenda sináptica impede a interação da noradrenalina com seus receptores alfa-adrenérgicos nos músculos lisos dos vasos sanguíneos, gerando a vasodilatação com diminuição da pressão arterial. - A clonidina é indicada para o tratamento da hipertensão, podendo ser usada isoladamente ou associada a outros medicamentos para hipertensão. - A clonidina é usada primariamente no tratamento da hipertensão que não responde adequadamente ao tratamento com dois ou mais fármacos. - Na atualidade, a clonidina (agonista α2 de ação central) raramente é usada. A clonidina não reduz ofluxo sanguíneo renal ou a filtração glomerular e, portanto, é útil no tratamento da hipertensão complicada por doença renal. - A clonidina é bem absorvida após a administração oral e é excretada pelos rins. Também está disponível como adesivo transcutâneo. - Os efeitos adversos incluem sedação, boca seca e constipação. - As reações adversas mais comuns são tontura, sedação (aumento do sono), hipotensão ortostática (queda da pressão ao levantar), boca seca. - Outras reações: depressão, alteração do sono, cefaleia (dor de cabeça), náusea (enjoo), dor nas glândulas salivares, vômito, dificuldades para obter ereção (impotência sexual), fadiga (cansaço) e parestesias. Ocorre hipertensão de rebote após interrupção súbita da clonidina. Por isso, se a interrupção for necessária, o fármaco deve ser retirado lentamente. Alfa-metildopa - A metildopa é um α2-agonista que é convertido em metilnorepinefrina no sistema nervoso central, causando diminuição do efluxo adrenérgico. - A metildopa é captada pelos neurônios adrenérgicos e convertida no falso transmissor α-metil norepinefrina. A alfa-metil norepinefrina irá competir com a norepinefrina (NE) na fenda sináptica ocupando seu sítio de ligação, entretanto a primeira não possui a ação efetora da segunda, levando assim a uma diminuição da ação simpática. - A alfa-metildopa é uma modificação da dopa com o acréscimo de um grupamento metil, assim ela sofre ação das enzimas da síntese de noradrenalina gerando uma noradrenalina modificada (alfa-metil-noradrenalina), a qual tem afinidade com os receptores pré-sinápticos adrenérgicos alfa2 desencadeado uma ação inibitória da liberação de noradrenalina que não conseguirá se ligar aos seus receptores adrenérgicos pós-sinápticos. - Seu efeito provavelmente se deve ao metabólito α-metil norepinefrina, que atua como falso transmissor, estimulando os receptores α2-adrenérgicos centrais, resultando em diminuição do estímulo simpático do sistema nervoso central (SNC) para o coração, rins e vasos periféricos. Podem também contribuir para seu efeito a redução da resistência periférica e nos níveis plasmáticos da atividade da renina - A metildopa, ainda usada no tratamento da hipertensão durante a gravidez, é captada por neurônios noradrenérgicos, sendo então convertida no falso transmissor α-metil norepinefrina. Essa substância não é desaminada dentro do neurônio pela MAO, de modo que ela se acumula e desloca a norepinefrina das vesículas sinápticas. A α-metil norepinefrina é liberada do mesmo modo que a norepinefrina, mas é menos ativa que esta última nos receptores α1-adrenérgicos e, portanto, é menos eficaz na produção de vasoconstrição. Entretanto, é mais ativa nos receptores pré-sinápticos (α2), de tal modo que o mecanismo de retroalimentação auto-inibitório passa a operar mais efetivamente que o normal, reduzindo assim a liberação do transmissor. Ambos os efeitos (assim como um efeito central, provavelmente causado pelo mesmo mecanismo celular) contribuem para a ação hipotensora. - A alfa-metildopa é indicada na hipertensão leve a moderada, incluindo a complicada por doença renal. A terapêutica deve ser individualizada, ajustando-se as doses de acordo com o nível pressórico, gravidade da doença (presença de lesões em órgãos-alvo ou doença cardiovascular subjacente), resposta ao tratamento e tolerância aos efeitos adversos. - A alfa-metildopa produz efeitos colaterais típicos de fármacos antiadrenérgicos de ação central como o sedação e sonolência, além de estar associado a riscos “fora do alvo” de reações hemolíticas de fundo imunológico e hepatotoxicidade, de modo que, atualmente, é pouco utilizado, exceto para hipertensão na segunda metade da gravidez, em que existe uma experiência considerável e sem sinais de perigo para o feto, pois ela não atravessa a barreia placentária. Efeitos colaterais: - Sedação (principal); - Boca seca; - Cefaléia; - Anemia hemolítica (produção de anticorpos anti-fármacos); - Edema de membros inferiores; - Pesadelos; - Depressão; - Vertigem; - Sinais extrapiramidais; - Interferência na lactação. Resumindo - O papel tanto central quanto periférico, das sinapses noradrenérgicas no controle da pressão sanguínea é mostrado pela ação dos fármacos hipotensivos, tais como a clonidina e a metildopa, que diminuem a descarga dos nervos simpáticos emergentes do sistema nervoso central. Simpatolítico ganglionar Os medicamentos simpatolíticos ganglionar (trimetafano e hexametônio) são antagonistas dos receptores nicotínicos no gânglio autonômico, bloqueando a interação da acetilcolina com seu receptor nicotínico impedindo a transmissão do sinal elétrico no neurônio pós-ganglionar, tendo como consequência a não liberação de noradrenalina. Trimetafano - O trimetafano inibe a transmissão ganglionar simpática por se ligarem aos receptores nicotínicos, por tempo reduzido, impedindo a atuação da acetilcolina liberada pela terminação nervosa pré-sináptica ou de origem exógena; e como consequência não há a transmissão nervosa para a vasoconstrição reduzindo a pressão arterial. - O trimetafano tem efeito hipotensor de curta duração, de oito a 30 minutos, o que indica seu uso, por via venosa, para produzir hipotensão controlada. Tem sido empregado em neurocirurgia, em cirurgia cardiovascular - O Trimetafano é indicado para a produção de hipotensão controlada durante a cirurgia para reduzir o sangramento no campo cirúrgico e também para uma rápida redução da pressão sanguínea no tratamento de casos de emergência, especialmente em pacientes com aneurisma dissecante aguda, e no tratamento de emergência de edema pulmonar de pacientes com hipertensão pulmonar associada à hipertensão arterial sistêmica. - O trimetafano pode ser indicado para retenção urinária pós-operatória e pós-parto, e retenção urinária atonia neurogênica. Efeitos adversos: - Desconforto abdominal; - Cefaléia; - Náusea; - Hipotensão com taquicardia reflexa; - Sudorese; - Miose; - Lacrimação Hexametônio - O hexametônio inibe a transmissão ganglionar simpática por se ligarem aos receptores nicotínicos, por tempo prolongado, impedindo a atuação da acetilcolina liberada pela terminação nervosa pré-sináptica ou de origem exógena; e como consequência não há a transmissão nervosa para a vasoconstrição reduzindo a pressão arterial. Simpatolíticos que atuam como antagonistas dos receptores alfa adrenérgicos Os antagonistas α-adrenérgicos bloqueiam a ligação das catecolaminas endógenas (adrenalina e noradrenalina) aos receptores α1 e α2. Causam efeitos como vasodilatação, diminuição da resistência vascular periférica (relaxamento da musculatura de arteríolas) e consequente redução da pressão arterial. Por conta da redução da pré-carga, devido à dilatação das artérias e veias, o reflexo barorreceptor procura compensar a queda da pressão arterial, aumentando a liberação de norepinefrina, o que resulta em aumento da frequência e do débito cardíaco mediados por receptores β1 (taquicardia reflexa). Antagonistas α não seletivos - A fenoxibenzamina é um antagonista não específico (seletivo) para os receptores α, pois também antagoniza as ações da acetilcolina, histamina e 5-HT; além disso, ela liga-se irreversivelmente aos receptores α. A fentolamina é mais seletiva, mas sua ligação ao receptor é reversível e seus efeitos são de curta duração. - A fenoxibenzamina e a fentolamina causam queda na pressão arterial por causa do bloqueio da vasoconstrição mediada pelos receptores α, e hipotensão postural. Devido a uma resposta reflexa à queda da pressão arterial, mediada pelos receptores β, o débito cardíaco e a frequência cardíaca são aumentados. - Como a fenoxibenzamina e a fentolamina são antagonistas não seletivos ocorre um bloqueio concomitante dos receptores α2, promovendo o aumento da liberação de a liberação de norepinefrina, fato este que potencializa a taquicardia reflexa por efeito de qualquer agente redutor da pressão sanguínea. - A fenoxibenzamina conserva um uso restrito no preparo pré-cirúrgico de pacientes com feocromocitoma(tumor que se desenvolve na medula adrenal, responsável por secreções anormais de catecolaminas). - A fenoxibenzamina e a fentolamina podem ser utilizadas para o tratamento da hipertensão secundária feocromocitoma, hipertensão e hiperplasia prostática benigna (relaxando a musculatura do trato genitourinário e reduzindo a retenção urinária). - Os principais efeitos adversos são hipotensão ortostática, taquicardia, congestão nasal e fadiga. Antagonistas α1 seletivos - Os principais fármacos são a prazosina, a doxazosina e a terazosina, os quais produzem bloqueio competitivo de receptores adrenérgicos α1 gerando uma diminuição da resistência vascular periférica e redução da pressão arterial, relaxando os músculos lisos de artérias e veias; por não interagirem com receptores α2, não causam estimulação da liberação de norepinefrina de maneira reflexa. - Esses fármacos causam mudanças mínimas no débito cardíaco, no fluxo sanguíneo renal e na velocidade de filtração glomerular; por esse motivo, não ocorre taquicardia no tratamento prolongado, mas sim retenção de sal e água. - Mecanismo de ação: os antagonistas seletivos dos receptores alfa1-adrenérgicos impedem a interação da noradrenalina com seu receptor pós-sináptico, não ocorrendo sinais para vasoconstrição impedindo o aumento da pressão arterial com redução da resistência vascular periférica e redução do retorno venoso. - A prazosina foi o primeiro antagonista seletivo/agonista inverso α1; atua em todos os três subtipos de receptores α1. Atualmente, são preferíveis fármacos similares com meias-vidas mais longas (p. ex., doxazosina, terazosina), que têm a vantagem de tornar possível administração em dose diária única. Eles são altamente seletivos para receptores α1-adrenérgicos e causam vasodilatação e queda da pressão arterial, mas com menos taquicardia do que os antagonistas α não seletivos, presumivelmente, porque não aumentam a liberação de norepinefrina pelas terminações nervosas simpáticas. - Os antagonistas seletivos dos receptores adrenérgicos α1 são indicados para o tratamento de hipertensão arterial e de insuficiência cardíaca congestiva, pois inibe a hipertrofia patológica cardíaca. Além disso, eles são indicados para o tratamento de hiperplasia prostática benigna, pois o canal da uretra apresenta receptores α-1 que contribuem para a resistência ao fluxo urinário, assim seu bloqueio reduz a resistência do canal da uretra, favorecendo a micção. A tansulosina, um antagonista dos receptores α1A-adrenérgicos, mostra certa seletividade para a bexiga e causa menos hipotensão do que os antagonistas dos receptores α1, menos seletivos. - A prazosina possui meia-vida curta (de aproximadamente 3h), podendo ser preferível a utilização da terazosina ou a doxazosina por possuírem meia-vida maior (12-20h), permitindo menos doses diárias. Além disso, é frequente ocorrer hipotensão severa com a primeira dose, podendo levar até a síncope; consequentemente, é recomendado ajustar a dose ao longo da utilização, aplicando-se uma primeira dose menor. - Os antagonistas dos receptores adrenérgicos alfa-1 apresentam seu principal efeito adverso associado a primeira dosagem, ou seja, a hipotensão postural acentuada e a síncope são observados 30-90min após uma dosagem inicial de prazosina e 2-6h após a dosagem inicial de doxazosina. No tratamento da hipertensão, os fármacos bloqueadores não seletivos de receptores α-adrenérgicos são insatisfatórios, por causa de sua tendência para produzir taquicardia, hipotensão postural e sintomas gastrintestinais. Contudo, os antagonistas α1 seletivos (especialmente os compostos com duração de ação mais prolongada, como a doxazosina e a terazosina) são úteis. Eles não afetam diretamente a função cardíaca de modo apreciável, e a hipotensão postural é menos problemática do que com prazosina ou antagonistas α não seletivos. Simpatolíticos que atuam como antagonistas dos receptores beta adrenérgicos Os medicamentos antagonistas dos receptores beta adrenérgicos possuem importantes efeitos cronotrópicos (frequência cardíaca) e inotrópicos (força de contração) no coração, causando redução na frequência e na contratilidade cardíaca, respectivamente. Além disso, são fármacos de segunda linha no tratamento da hipertensão. Um efeito importante, mas de certo modo inesperado, dos antagonistas de receptores β é sua ação anti-hipertensiva. Os pacientes com hipertensão mostram queda gradual da pressão arterial, que leva alguns dias para se desenvolver plenamente. O mecanismo é complexo e consiste em: - Redução do débito cardíaco; - Redução da liberação de renina pelas células justaglomerulares do rim; - Ação central, reduzindo a atividade simpática. A vantagem terapêutica primária dos β-bloqueadores é observada em pacientes hipertensos com doença cardíaca concomitante, como taquiarritmia supraventricular (p. ex. fibrilação atrial), infarto do miocárdico prévio, angina pectoris e insuficiência cardíaca crônica. As condições que desaconselham o uso de β-bloqueadores incluem doença broncoespática como asma, bloqueio cardíaco de segundo e terceiro graus e doença vascular periférica grave. Os β-bloqueadores podem demorar várias semanas até desenvolverem seu efeito pleno. Antagonistas β não seletivos - Os medicamentos antagonistas não seletivos de receptores beta-adrenérgicos incluem propranolol, oxpronolol, timolol, nadolol, pembutolol e pindolol. - Os medicamentos antagonistas não seletivos dos receptores beta-adrenérgicos, se ligam no sítio de ligação da noradrenalina nos receptores beta-adrenérgicos presentes na musculatura lisa (beta-2) e musculatura cardíaca (beta-1) desencadeando sinais intracelulares para diminuição do débito cardíaco, diminuição da frequência cardíaca e diminuição do volume sistólico desencadeando uma redução da pressão arterial. A noradrenalina, no nó sinoatrial, desencadeia um aumento das despolarização pela maior entrada de sódio nas células nervosas; assim, uma redução da interação da noradrenalina com o receptor beta adrenérgico, reduz a entrada de sódio nas células nervosas e diminui as despolarizações diminuindo a frequência cardíaca. - Os β-bloqueadores reduzem a pressão arterial primariamente diminuindo o débito cardíaco. Eles também podem diminuir o efluxo simpático do sistema nervoso central (SNC) e inibir a liberação de renina dos rins, reduzindo, assim, a formação de angiotensina II e a secreção de aldosterona. - Os β-bloqueadores podem causar bradicardia, hipotensão e efeitos adversos no sistema nervoso central, como fadiga, letargia, depressão e insônia. - Os β-bloqueadores podem diminuir a libido e causar disfunção erétil, o que pode reduzir acentuadamente a adesão do paciente. - Os β-bloqueadores não seletivos podem desregular o metabolismo lipídico, diminuindo a lipoproteína de alta densidade (HDL) e aumentando os triglicerídeos. - A resistência das vias respiratórias em indivíduos normais é apenas discretamente aumentada pelos β-bloqueadores, e isso não causa consequência alguma. Contudo, em pessoas asmáticas, os antagonistas β não seletivos (tais como propranolol) podem causar broncoconstrição grave. - Os antagonistas dos receptores beta adrenérgicos promovem vários efeitos metabólicos; em pacientes diabéticos, o uso de antagonistas β aumenta a probabilidade de hipoglicemia induzida por exercício, pois a liberação normal de glicose pelo fígado induzida pela adrenalina é diminuída (bloqueio da glicogenólise). - A retirada abrupta dos β-bloqueadores pode causar angina, infarto do miocárdio e mesmo a morte súbita de pacientes com doença cardíaca isquêmica. Por isso, esses fármacos devem ser reduzidos gradualmente ao longo de algumas semanas em pacientes com hipertensão e doença cardíaca isquêmica. Antagonistas β1 seletivos - Os medicamentos antagonistas seletivos de receptores beta-1 adrenérgicos incluem esmolol, betaxalol, metoprolol, atenolol e nebivolol, etc. - Os medicamentos antagonistas seletivos dos receptores beta-1 adrenérgicos, se ligam no sítio deligação da noradrenalina nos receptores beta-1 adrenérgicos presentes na musculatura cardíaca desencadeando sinais intracelulares para diminuição do débito cardíaco, diminuição da frequência cardíaca e diminuição do volume sistólico desencadeando uma redução da pressão arterial. - A seletividade β1 ocorre principalmente em pequenas doses, podendo ser perdida em doses muito altas. - O nebivolol além do efeito antagonista adrenérgico também promove vasodilatação por meio da liberação de óxido nítrico. - Os β-bloqueadores reduzem a pressão arterial primariamente diminuindo o débito cardíaco. Eles também podem diminuir o efluxo simpático do sistema nervoso central (SNC) e inibir a liberação de renina dos rins, reduzindo, assim, a formação de angiotensina II e a secreção de aldosterona. - Caso necessário a interrupção do tratamento de longa duração é aconselhável reduzir as doses gradualmente, por conta da proliferação de receptores adrenérgicos e consequente hipersensibilidade às catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), induzida por esses fármacos. - Os β-bloqueadores podem causar bradicardia, hipotensão e efeitos adversos no sistema nervoso central, como fadiga, letargia, depressão e insônia. - Os β-bloqueadores podem diminuir a libido e causar disfunção erétil, o que pode reduzir acentuadamente a adesão do paciente. - Os antagonistas seletivos dos receptores beta-1 adrenérgicos apresentam o risco de broncoconstrição menor em pacientes asmáticos, mas nenhum é tão seletivo a ponto de permitir que esse risco seja ignorado. - Os antagonistas dos receptores beta adrenérgicos promovem vários efeitos metabólicos; em pacientes diabéticos, o uso de antagonistas β aumenta a probabilidade de hipoglicemia induzida por exercício, pois a liberação normal de glicose pelo fígado induzida pela adrenalina é diminuída (bloqueio da glicogenólise). Simpatolíticos que atuam como antagonistas dos receptores adrenérgicos O carvedilol e o labetolol além de bloquear receptores β também bloqueiam receptores α1, apresentando consequentemente efeito cardiodepressor e vasodilatador periférico, muito utilizados em emergências hipertensivas. O carvedilol é um medicamento com um grupamento que age como antagonista do receptor adrenérgico alfa 1 impedindo a vasoconstrição e o aumento da pressão arterial; e tem outro grupamento que age como antagonista dos receptores adrenérgicos beta1 e beta 2 impedindo o aumento do débito cardíaco e o aumento da frequência cardíaca tendo como consequência uma redução do volume sistólico e redução da pressão arterial. O carvedilol, embora eficaz como anti-hipertensivo, é usado principalmente no tratamento da insuficiência cardíaca. O labetalol é usado no tratamento da hipertensão gestacional e em emergências hipertensivas. Como consequência do seu efeito sobre receptores α1 podem causar hipotensão ortostática como efeito adverso. Fármacos que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona Os fármacos vasodilatadores de ação indireta atuam inibindo os sistemas vasoconstritores, ou seja, o sistema nervoso simpático e os sistemas renina-angiotensina-aldosterona e endotelina ou pela potencialização de vasodilatadores endógenos, como os peptídeos natriuréticos. Muitos fármacos úteis bloqueiam o sistema renina-angiotensina-aldosterona em um dos vários pontos: - Liberação de renina: os antagonistas β-adrenérgicos inibem a liberação de renina. - Atividade da renina: inibidores da renina inibem a conversão de angiotensinogênio em angiotensina I - ECA: IECA bloqueiam a conversão de angiotensina I em angiotensina II - Receptores tipo 1 da angiotensina II (AT1): antagonistas dos receptores AT1. - Receptores da aldosterona: antagonistas dos receptores da aldosterona. Entre os fármacos anti-hipertensivos, existem aqueles que atuam sobre a alça renina-angiotensina-aldosterona, importante regulador fisiológico da reabsorção de sais e água nos rins, podendo interferir em 4 pontos distintos. São eles: inibidores da renina, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) e bloqueadores dos receptores de aldosterona. Sistema renina-angiotensina-aldosterona - O sistema renina-angiotensina-aldosterona é ativado para regulação da pressão arterial, ou seja, é ativado durante uma baixa na pressão arterial para aumentá-la. - A renina é liberada pelo rim durante um estado de hipóxia , ou seja, quando ocorre uma isquemia no rim ( não suprimento sanguíneo de oxigênio). Durante um estado de queda de pressão arterial, o rim sofre um estado de hipóxia e libera renina no sangue, a qual estimula a quebra do angiosinogênio para produção da enzima conservadora de angiotensina e estimula a produção do hormônio angiotensina I. A angiotensina I juntamente com a enzima conservadora de angiotensina estimula a liberação/produção da angiotensina II ,a qual irá atuar sobre os vasos sanguíneos estimulando sua contração com o objetivo de aumentar a pressão arterial; porém esse hormônio também irá atuar sobre as glândulas adrenais estimulando a produção/liberação do hormônio aldosterona, o qual irá atuar na regulação do equilíbrio eletrolítico dos rins (desempenha importante papel na manutenção das concentrações de sódio e potássio normais no sangue e no controle do volume sanguíneo e da pressão arterial). A aldosterona tem sua ação voltada para os néfrons, onde estimulará a reabsorção de sódio com o objetivo de que seu acúmulo puxe água aumentando a volemia e consequentemente a pressão arterial irá aumentar. - Quando a pressão arterial sistêmica diminui reduz a taxa de filtração glomerular pela diminuição da pressão hidrostática dos capilares glomerulares, e como consequência há um extravasamento menor de filtrado glomerular, o qual terá um fluxo lento dentro dos túbulos nefróticos; assim a demora que o líquido glomerular tem para passar pelos túbulos nefróticos permite um aumento na reabsorção de sódio e cloreto ( além da água) pela bomba de sódio/potássio ATPase gerando uma menor concentração desses íons (sódio e cloreto) no túbulo distal, a qual será detectada pelas células da mácula densa desencadeando a ativação de seus próprios mecanismos para mandar sinais parácrinos para as células justaglomerulares, que por sua vez produzem/secretam a renina ativando a sistema renina-angiotensina-aldosterona para aumentar a pressão arterial - Quando há uma queda na pressão arterial, o rim percebe essa redução e secreta a enzima renina, a qual faz a conversão do angiotensinogênio em angiotensina I que deve ser convertida em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina (ECA), localizada na superfície do endotélio dos vasos dos pulmões e rins. A angiotensina II é um potente vasoconstritor, o qual irá promover a vasoconstrição de vários lugares do corpo e no rim promove a constrição da arteríola eferente; ela também aumenta a atividade do sistema nervoso autônomo simpático, aumenta a reabsorção de sódio e cloreto e de água nos túbulos nefróticos, estimula a secreção do hormônio aldosterona pela glândula adrenal para reabsorção de sódio e secreção de potássio, além de atuar sobre a glândula pituitária promovendo a secreção do ADH (hormônio antidiurético), o qual diminui o volume de água que é excretado na urina (responsável pela retenção de água no organismo). Inibidores da ECA Os IECAs, como enalapril e lisinopril, são recomendados como tratamento de primeira escolha contra hipertensão em pacientes com uma variedade de indicações, incluindo risco alto de doença coronária ou história de diabetes, AVE, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou doença renal crônica. Mecanismo de ação - Os medicamentos inibidores da ECA impedem a ação da enzima ECA (enzima conversora da angiotensina), a qual não terá ação enzimática sobre a angiotensina I não ocorrendo a formação da angiotensina II, tendo como consequência o não aumento da reabsorção de sódio e redução da volemia, não gerando um aumento da pressão arterial. - Os IECAs diminuem a pressão arterialreduzindo a resistência vascular periférica sem aumentar reflexamente o débito, a frequência ou a contratilidade cardíaca. Esses fármacos bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina I para formar o potente vasoconstritor angiotensina II. - A ECA também é responsável pela degradação da bradicinina, um peptídeo que aumenta a produção de óxido nítrico e prostaciclinas nos vasos sanguíneos. - Os IECAs diminuem os níveis de angiotensina II e aumentam os de bradicinina. - Reduzindo os níveis de angiotensina II circulante, os IECAs também diminuem a secreção de aldosterona, resultando em menor retenção de sódio e água. - O aumento na concentração de bradicinina gera vasodilatação, através do relaxamento da musculatura lisa dos vasos e estimulação da produção de óxido nítrico. - Os IECAs diminuem a pré-carga e a pós-carga cardíaca, reduzindo, assim, o trabalho cardíaco. Uso clínico - Os IECAs retardam a progressão da nefropatia diabética e diminuem a albuminúria; por isso, são fortemente indicados para uso em pacientes com nefropatia diabética. Os efeitos benéficos na função renal podem resultar da diminuição da pressão intraglomerular devido à vasodilatação da arteríola eferente. - Os IECAs são usados no cuidado de pacientes após infarto do miocárdio e são fármacos de primeira escolha no tratamento de pacientes com disfunções sistólicas. - O tratamento crônico com IECAs obtém redução sustentada da pressão arterial, regressão da hipertrofia ventricular esquerda e prevenção do remodelamento ventricular, após infarto do miocárdio. - Todos os IECAs são igualmente eficazes no tratamento da hipertensão, em doses equivalentes. Farmacocinética - Os IECAs podem ser divididos em três grupos, levando-se em consideração sua metabolização. O primeiro grupo tem por característica ser administrado em sua forma ativa e permanecer ativo após a metabolização, o principal fármaco é o captopril. O segundo grupo tem como fármacos principais o enalapril e o ramipril, normalmente são administrados de maneira inativa e são convertidos à forma ativa no organismo, mudando de nomenclatura, passando a chamar-se enalaprilato e ramiprilato. Em relação ao terceiro grupo, o principal fármaco é o lisinopril, que é administrado em sua forma ativa e excretado de modo inalterado. - Todos os IECAs são biodisponíveis por via oral como fármaco ou pró-fármaco. Todos são convertidos no metabólito ativo no fígado, exceto captopril e lisinopril, de forma que estes dois podem ser preferidos para pacientes com grave insuficiência hepática. Fosinopril é o único IECA que não é eliminado primariamente pelos rins e não requer ajuste de dosagem em pacientes com insuficiência renal. Enalaprilato é o único fármaco desta classe disponível para uso intravenoso. Efeitos adversos - Os efeitos adversos comuns incluem tosse seca, exantema, febre, alteração do paladar (disgeusia), hipotensão (primeira dose) e hipercalemia. - Entre os efeitos adversos está a hipotensão, especialmente após a primeira dose e particularmente em pacientes com insuficiência cardíaca que tenham sido tratados com diuréticos de alça, nos quais o sistema renina-angiotensina está ativado. - Caso o paciente esteja em uso de outros medicamentos como inibidores da aldosterona ou diuréticos poupadores de potássio, importante monitorar níveis de potássio sanguíneo a fim de evitar hipercalemia (redução da secreção da aldosterona). - A enzima ECA não age apenas na conversão de angiotensina I em angiotensina II, ela também promove a conversão de bradicinina em ingredientes inativos. Logo, o bloqueio da ECA impede a formação dos ingredientes inativos gerando um aumento do acúmulo de bradicinina nos capilares pulmonares tendo a tosse como reflexo desse aumento da concentração da bradicinina. - A tosse seca, que ocorre em cerca de 10% dos pacientes, parece ser decorrente do aumento dos níveis de bradicinina e substância P na árvore pulmonar e melhora dentro de poucos dias após a interrupção. - O acúmulo de cininas pode também explicar, em parte, o aparecimento de angioedema (edema doloroso em tecidos que pode ser letal se envolver as vias respiratórias). - Os IECAs podem induzir malformações fetais e não devem ser usados em gestantes. Antagonistas dos receptores de Angiotensina II (BRA) Os BRAs são compostos ativos por via oral que são antagonistas competitivos do receptor de angiotensina II tipo 1. Em comparação com os IECAs, os BRAs não apresentam os efeitos do aumento da concentração de bradicinina, gerando um menor efeito vasodilatador e menor incidência de tosse. Mecanismo de ação - Os medicamentos antagonistas dos receptores de Angiotensina II (BRA) se ligam aos receptores AT1 impedindo a ação da angiotensina II sobre eles desencadeando uma não ação da angiotensina II, tendo como consequência a não vasoconstrição, o não aumento da contratilidade do miocárdio, o não aumento da liberação do ADH, a não reabsorção de sódio e a não liberação de aldosterona; provocando a dilatação arteriolar e venosa e bloqueio da secreção de aldosterona, reduzindo, assim, a pressão arterial e diminuindo a retenção de sal e água - Como efeito compensatório, ocorre uma maior produção de renina aumentando várias vezes nos níveis circulantes de angiotensina II, e como os BRAs bloqueiam receptores AT1, esses níveis aumentados de angiotensina II são disponíveis para ativar os receptores AT2. Uso clínico - Eles podem ser usados como fármacos de primeira escolha para o tratamento da hipertensão, especialmente em pacientes com forte indicação de diabetes, insuficiência cardíaca ou doença renal crônica. - São benéficos no tratamento da insuficiência cardíaca grave, insuficiência renal e hipertensão. - Os BRAs são bastante utilizados em substituição aos IECAs em pacientes com muitos efeitos adversos como a tosse ou angioedema, por apresentarem mecanismo de ação semelhante. Farmacocinética - Todos os BRAs são ativos por via oral e dosificados uma vez ao dia, com exceção da valsartana, que deve ser ingerida duas vezes por dia. Eles são altamente ligados às proteínas plasmáticas e, exceto a candesartana, apresentam grande volume de distribuição. A losartana, o primeiro membro aprovado da classe, difere dos demais, pois sofre extensa biotransformação de primeira passagem pelo fígado, incluindo a conversão em seu metabólito ativo. Os demais fármacos apresentam metabólitos inativos. A eliminação dos metabólitos e do composto original ocorre na urina e nas fezes. Efeitos adversos - Os efeitos adversos são semelhantes aos dos IECAs, embora o risco de tosse e angioedema seja significativamente menor. - Os BRAs não devem ser associados com IECA para o tratamento da hipertensão devido à similaridade de mecanismo e de efeitos adversos. - Os BRAs também são teratogênicos e não devem ser usados em gestantes. Inibidores de renina O alisquireno inibe diretamente a renina e, assim, atua mais precocemente no sistema renina-angiotensina-aldosterona do que os IECAs ou os BRAs. O alisquireno, um inibidor da renina, não peptídico, ativo por via oral, foi desenvolvido e registrado como fármaco anti-hipertensivo. O inibidor seletivo da renina, alisquireno, está disponível para o tratamento da hipertensão. O alisquireno pode causar diarreia e vômitos, especialmente em doses altas, e pode causar também tosse e angioedema, mas possivelmente menos do que com IECAs. Como qualquer outro medicamento anti-hipertensivo, ele pode causar hipotensão arterial. Como os IECAs e os BRAs, o aliquireno é contraindicado durante a gestação. O aliquireno é biotransformado pela CYP3A4 e é sujeito a interações de fármacos. Resumo do mecanismo de ação dos anti-hipertensivos que atuam no sistema renina angiotensina aldosterona LETÍCIA TERRUEL
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