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Telejornalismo (1)

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TELEJORNALISMO
PROF. ME. JOSÉ ROGÉRIO SILVA
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
TELEJORNALISMO
PROF. ME. JOSÉ ROGÉRIO SILVA
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
ORIGEM DA TELEVISÃO E DO TELEJORNALISMO 
TV E TELEJORNALISMO NO BRASIL
FATORES QUE TORNAM A TV TÃO IMPORTANTE NO 
BRASIL
TV, O MEIO É A MENSAGEM
CARACTERÍSTICAS DA TV: MASSIVA, INTIMISTA, 
DISPERSIVA, SELETIVA
CATEGORIA E GÊNERO NO TELEJORNALISMO
FORMATOS DO TELEJORNALISMO INFORMATIVO
ESTRUTURA DA NOTÍCIA NO TELEJORNALISMO
O TEXTO NO TELEJORNALISMO
UMA BOA ENTREVISTA COMEÇA PELA PAUTA
REPÓRTER, CRIANDO UM ESTILO PRÓPRIO
A FORÇA DAS IMAGENS
LINHA EDITORIAL, ESPELHO, ESCALADA
PRODUÇÃO E REDAÇÃO/EDIÇÃO, ESTRUTURA BÁSICA 
DO TELEJORNALISMO
TELEJORNALISMO ON-LINE
TV DIGITAL E WEBTV, A TELEVISÃO DO SÉCULO XXI
06
13
22
28
34
41
49
57
62
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
TELEJORNALISMO
PROF. ME. JOSÉ ROGÉRIO SILVA
INTRODUÇÃO
Saudações aos nossos alunos e alunas de jornalismo. É com muita alegria que iniciamos 
a disciplina de Telejornalismo, uma das disciplinas mais apaixonantes e importantes na 
formação de um profissional de comunicação.
No decorrer das aulas entenderemos como o jornalismo se tornou o meio de comunicação 
mais influente e importante na vida das famílias, estando presente em mais de 96% dos 
lares brasileiros e contribuindo para levar informação e entretenimento às famílias.
Entenderemos também que o profissional de telejornalismo torna-se apto a atuar em 
várias funções dentro de uma emissora de TV. Ao mesmo tempo precisa adaptar-se as 
mudanças provocadas pela chegada da Internet, a implantação da TV Digital e as novas 
plataformas de comunicação.
A unidade 1 tratará sobre TV e telejornalismo, sua origem e desenvolvimento no Brasil. 
Falaremos sobre a origem da televisão e do telejornalismo no mundo; como a TV chegou 
ao Brasil e o telejornalismo se desenvolveu na esteira do rádio; características sociais e 
culturais do Brasil tornam a TV importante; e o conteúdo televisivo moldando a imagem do 
telespectador brasileiro.
Na unidade 2 abordaremos as categorias e gêneros no telejornalismo brasileiro. Iremos 
mostrar as características próprias do veículo televisão frente ao público; os gêneros e 
categorias informativas presentes no Telejornalismo; as formas de trabalhar e divulgar a 
informação ao telespectador; e falaremos ainda sobre reportagem, a estrutura mais completa 
de informação.
A unidade 3 é dedicada à produção textual, a importância da pauta bem elaborada e o 
poder das imagens em telejornalismo. Abordaremos ainda a figura do repórter e como cada 
profissional deve trabalhar para criar seu próprio estilo. 
Nesta unidade, os tópicos tratam sobre como escrever em telejornalismo e a importância 
do texto em TV; como trabalhar a pauta em televisão; como reforçar sua imagem e criar 
um estilo próprio em televisão; e como produzir boas imagens e o caráter de verdade na 
produção telejornalística.
E a unidade 4 é toda dedicada a discutir o presente e o futuro do telejornalismo, falar ainda 
sobre as estruturas de equipe e o telejornalismo on-line, TV Digital e Web TV. Conheceremos 
as principais linhas editoriais das empresas de comunicação; a estrutura de uma equipe 
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
TELEJORNALISMO
PROF. ME. JOSÉ ROGÉRIO SILVA
de telejornalismo e mudanças provocadas pela tecnologia; o telejornalismo produzido para 
internet e como pensar, produzir e disponibilizar conteúdo.
E finalizando nossas aulas, falaremos sobre a implantação da TV Digital no Brasil, as 
mudanças ocasionadas e as possibilidades criadas, inclusive para que um jornalista produza 
conteúdo exclusivo e personalizado para divulgação por meio da internet.
Em cada uma das nossas aulas, além do conteúdo disponibilizado em livro, também 
traremos explicações complementares por meio das videoaulas, com exemplos práticos do 
dia a dia de um repórter e de uma emissora de televisão.
Peço também que atentem para os livros que utilizamos como referência para as explicações, 
pois podem ajudá-los a aprofundar o entendimento sobre os tópicos abordados.
Enfim, faremos um passeio pela história da televisão e do telejornalismo, conhecendo 
personagens importantes em todas as etapas, da chegada da televisão com algo revolucionário 
até sua modernização, a chegada da TV em cores e a Internet revolucionando a forma de 
produzir telejornalismo no Brasil.
Desejo a todos e a todas boas leituras desfrutem do conhecimento ora disponibilizado 
e não parem por aqui. O mundo da comunicação é infinito e quanto mais o conhecemos, 
mas entenderemos que é preciso evoluir sempre, estudar, pesquisar e colocar em prática 
os ensinamentos.
Um grande abraço. Bons estudos!
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TELEJORNALISMO
PROF. ME. JOSÉ ROGÉRIO SILVA
AULA 1
ORIGEM DA TELEVISÃO E DO 
TELEJORNALISMO
Começamos, a partir desta aula, contar a história de uma das invenções mais importantes do 
século XX relacionada à comunicação e interação humana, a televisão. Unindo em uma única 
plataforma imagens em movimento e som, a televisão revolucionou também o jornalismo, 
dando origem ao telejornalismo.
Para que possamos entender o surgimento, evolução e transformações proporcionadas 
pelo telejornalismo e como se faz jornalismo para televisão, torna-se necessário entendermos 
também o surgimento da televisão.
Hoje nos comunicamos e produzimos conteúdo por meio de “smartphones”, telefones 
celulares inteligentes, com tecnologia avançada e que possibilitam realizar centenas de 
ações. Mas para que se chegasse a este estágio de desenvolvimento foram necessárias 
diversas invenções que foram sendo aprimoradas até chegar ao formato atual. 
Com a televisão foi a mesma coisa, vários outros inventos contribuíram para que a 
televisão fosse criada. Podemos considerar este processo evolutivo desde a origem da fala, 
o surgimento da escrita, as mensagens deixadas nas cavernas pelos primeiros habitantes 
deste planeta que significaram o ponto de partida para uma comunicação cada vez mais 
completa, inclusiva e alicerçada em novas linguagens.
O surgimento da fotografia nos anos 1820, pelas mãos do francês Nicéphore Nièpce 
significou o aprimoramento da pintura, até então a maneira mais moderna de registrar, por 
meio de imagens, os principais acontecimentos e seus personagens.
Décadas depois, no final do século XIX os também franceses irmãos Lumiére criaram o 
“cinematógrafo”, equipamento por meio do qual exibiam filmes. Era o ano de 1895 e a invenção 
revolucionou a forma de comunicação, sendo considerada uma evolução da fotografia, que 
até então registrava suas cenas por meio de imagens estáticas. 
O cinema, que começava a surgir naquele momento, deu movimento à fotografia, como 
descreve Gilvan Araújo, no livro Telejornalismo: da história às técnicas.
O cinematógrafo é um equipamento de fotografia e de projeção capaz 
de capturar em fotos uma sequência de instantâneos de objetos em 
movimento e de projetar essa sequência de fotografias numa velocidade 
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TELEJORNALISMO
PROF. ME. JOSÉ ROGÉRIO SILVArápida e intermitente produzindo a ilusão do mesmo movimento capturado 
(ARAÚJO, 2017, p,22).
Somente após a expansão e crescimento do cinema teve origem a televisão, já no Século 
XX significando não apenas a diminuição das grandes para pequenas telas e a colocação de 
aparelhos televisores na sala das residências. A chegada da televisão significou também a 
possibilidade de comunicação por meio de uma nova linguagem, que unia em um mesmo 
aparelho as imagens do cinema e o som do rádio, o que não existia até aquele momento.
 
Cinematógrafo, espécie de projetor de imagens, criado pelos irmãos Lumiére. Fonte: https://images.fineartamerica.com/images-medium-large/the-lumiere-cinematographe-
invented-everett.jpg
Sobre a data exata do surgimento e a paternidade pela invenção da televisão, a professora 
e pesquisadora Vera Íris Paternostro, em seu Manual de Telejornalismo lembra que, mesmo 
tendo sido uma invenção do Século XX, a televisão tem profundas ligações com pesquisas 
e descobertas dos cientistas no Século XIX, o que não permite cravar com exatidão nomes 
e datas.
A televisão foi criada graças às pesquisas de inúmeros cientistas. Não 
se pode precisar quem, nem quando foi inventada. No século XIX, de 
uma invenção a outra, o ritmo de desenvolvimento era acelerado. Novos 
recursos para a comunicação surgiam e eram rapidamente incorporados 
às descobertas: uma espécie de corrida científica e tecnológica. Para 
entender como a televisão surgiu, é preciso viajar pelo passado, conhecer 
alguns cientistas e pesquisadores – homens que enxergavam longe, 
estavam a frente do seu tempo (PATERNOSTRO, 2006, p.17).
https://images.fineartamerica.com/images-medium-large/the-lumiere-cinematographe-invented-everett.jpg
https://images.fineartamerica.com/images-medium-large/the-lumiere-cinematographe-invented-everett.jpg
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TELEJORNALISMO
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Anote isso
Pesquisas e invenções que contribuíram para o surgimento da televisão. 
1817: Jakob Berzelius químico sueco descobre que a luz modifica a capacidade 
do selênio. Esta descoberta abre novos campos para utilização da energia elétrica.
1838: Samuel Morse teve a ideia do telégrafo, meio de enviar mensagens através 
de linhas – fios – usando um código de sinais. 
1873: Joseph May melhora o telégrafo utilizando o selênio exposto à luz, criando a 
célula fotoelétrica, uma das bases do sistema de transmissão na TV.
1879: Thomas Edson cria a lâmpada incandescente, que mais tarde significou a 
criação das válvulas para rádio e televisão. 
1880: o francês Maurice Le Blanc cria um sistema de projeção sucessiva de imagens 
a uma certa velocidade, o que dá impressão de movimento.
1884: o estudante alemão Paul Nipkow constrói um transmissor mecânico, 
possibilitando a divisão e transmissão de imagens. No mesmo ano, Heinrich Hertz 
prova a existência de ondas eletromagnéticas de transmissão de sinais.
1901: Marconi constrói um aparelho que codifica as ondas eletromagnéticas em 
sinais elétricos, permitindo a transmissão de mensagens sem fios, apenas por antenas 
receptoras. É o princípio do rádio. Na União Soviética já se pesquisam tubos para 
transmissão de imagens.
1923: O russo Vladimir Zworykin, inventa o “iconoscópio”, um tubo com uma tela 
de células fotoelétricas e consegue transmitir imagens há 45 km de distância. A 
partir desta invenção o processo se aprimora e vários países conseguem fazer suas 
transmissões, com som e imagem. 
1935: França instala antena de transmissão no alto da Torre Eiffel
1936: A BBC de Londres transmite a coroação do Rei Jorge VI
1939: Nos EUA, a NBC transmite a inauguração da Feira Mundial de Nova York
1945 em diante: A TV se populariza e entra em quase todos os países. No Brasil o 
marco inicial foi o ano de 1950, com a TV Tupi
Fonte: (PATERNOSTRO, 2006, p.23-24)
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“Iconoscópio” criado pelo russo Zworykin em 1923, que deu origem a televisão. Fonte: http://proyectoidis.org/wp-content/uploads/2015/05/75.jpg
1.1 Televisão e telejornalismo, sintonia perfeita 
Desde o surgimento da televisão, no início dos anos 1920, o jornalismo sempre fez parte 
da programação. No início, devido à baixa qualidade das imagens e dificuldades tecnológicas, 
se restringia a leitura notícias e artigos de jornais.
Nos anos de 1930 e 1940, devido a Segunda Guerra Mundial, o rádio manteve-se à frente 
da televisão como veículo de comunicação mais importante, devido a sua agilidade para 
transmitir as notícias, deslocar profissionais para os locais de conflitos e abrangência, pois 
em muitos países o rádio era o principal meio de informação jornalística, enquanto a televisão, 
ainda era um sonho distante.
http://proyectoidis.org/wp-content/uploads/2015/05/75.jpg
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TELEJORNALISMO
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Imagens em preto e branco, sem qualidade e programação inferior fizeram com que a TV demorasse algumas décadas até superar a agilidade e abrangência do jornalismo no 
rádio. Fonte: https://image.slidesharecdn.com/apresentaotvdigital-101210183000-phpapp02/95/apresentao-tv-digital-4-728.jpg?cb=1292006209
Após o final da Segunda Guerra, no ano de 1945 a televisão ganha um novo impulso e 
começa pouco a pouco a dividir a atenção das famílias e da sociedade com o rádio, exibindo 
programas jornalísticos que despertavam maior interesse, além da melhoria na qualidade 
da imagem e a possibilidade de exibir para os telespectadores imagens sobre a guerra e 
os conflitos.
[...]entre o final dos anos 40 e o começo dos 50, a TV entrou na vida de 
praticamente todos os países e se firmou como meio de informação e 
comunicação de massa. O telespectador tinha a garantia da boa imagem 
e a indústria passou a se preocupar com os aperfeiçoamentos, que 
duram até os nossos dias [...] (PATERNOSTRO, 2006, p.25).
Outras duas importantes mudanças que foram as primeiras transmissões a cores e a 
transmissão via satélite, provocaram uma revolução na tecnologia da televisão fazendo com 
que a TV ganhasse cada dia mais espaço, começasse a disputar de igual para igual com o 
rádio em todos os países e fosse gradativamente se tornando a preferida das famílias e dos 
anunciantes. As mudanças se tornavam visíveis tanto interna como externamente.
https://image.slidesharecdn.com/apresentaotvdigital-101210183000-phpapp02/95/apresentao-tv-digital-4-728.jpg?cb=1292006209
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TELEJORNALISMO
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Transmitindo a cores, expandindo sua programação para o mundo e ganhando novos formatos, a TV tornou-se referência à partir dos anos 50. Fonte: https://i.pinimg.
com/564x/87/eb/5e/87eb5e359466a66df7c069706d028f90.jpg
As primeiras transmissões de imagens coloridas ocorreram nos Estados 
Unidos em 1950 e tornaram-se regulares, inclusive com a fabricação de 
receptores a cores, a partir de 1954. As transmissões via satélite tiveram 
início em caráter experimental, entre os Estados Unidos e a Europa, em 
1962, por meio do Telstar I. Somente em 1965 ocorreu o lançamento do 
Intelsat I, um satélite criado com fomentos de um consórcio de mais de 
cem países (entre eles o Brasil), para regulamentar e controlar o sistema 
comercial de satélites de telecomunicação (ARAÚJO, 2017, p.28)
Com a transmissão via satélite, a partir dos anos 60, a TV deu um saldo de qualidade 
transmitindo ao mundo os principais acontecimentos e fazendo com que o desenvolvimento 
de tecnologias na área da comunicação fosse permanente e transformasse o telejornalismo 
em carro chefe das emissoras e a referência para os bilhões de telespectadores pelo mundo.
Um avanço permanente que, associado ao jornalismo, o transforma 
a todo instante. Com a integração dos sistemas de satélites de 
comunicação, o mundo da informação evoluiu tanto que passou a ser 
muito simples, fácil mesmo, acompanhar o que está acontecendo do 
outro lado do planeta, no momento em que está acontecendo.Alguém 
poderia imaginar que o mundo assistiria pela TV uma guerra transmitida 
ao vivo e narrada por um repórter? em 1991, Bagdá, a capital do Iraque, 
foi atacada pelos americanos durante a Guerra do Golfo Pérsico e os 
bombardeios foram mostrados nas imagens exclusivas da rede de TV 
americana CNN (PATERNOSTRO, 2006, p.26).
https://i.pinimg.com/564x/87/eb/5e/87eb5e359466a66df7c069706d028f90.jpg
https://i.pinimg.com/564x/87/eb/5e/87eb5e359466a66df7c069706d028f90.jpg
https://i.pinimg.com/564x/87/eb/5e/87eb5e359466a66df7c069706d028f90.jpg
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TELEJORNALISMO
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Na próxima aula vamos conhecer a história da televisão no Brasil, desde sua chegada, até 
a primeira transmissão ao público, no ano de 1950. Falaremos também sobre o telejornalismo 
brasileiro, os programas e os principais personagens. 
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TELEJORNALISMO
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AULA 2
TV E TELEJORNALISMO NO BRASIL
Em 2020 a televisão completou 70 anos de sua chegada oficial ao Brasil, com o registro da 
primeira transmissão aberta ao público. Daquele dia histórico, 18 de setembro de 1950, até 
hoje, o jornalismo faz parte da história da televisão brasileira, tornou-se um dos produtos mais 
importantes das emissoras, ao mesmo tempo em que a televisão contribuiu sobremaneira para 
o desenvolvimento do jornalismo feito no país, até então dominado pelo rádio e impressos, 
como jornais e revistas.
Importante registrar também que a televisão chegou ao Brasil por meio de um empresário 
ligado às comunicações, o jornalista Assis Chateaubriand, proprietário de rádios, jornais e 
revistas, que criou a TV Tupi, primeiro canal de televisão do Brasil, que no dia seguinte à 
inauguração já levou ao ar um noticiário, como descrevem Luciana Bistane e Luciane Bacellar, 
na obra Jornalismo de TV. 
No Brasil, a televisão nasceu preocupada em garantir audiência. Em 
setembro de 1950 a novidade chegou ao país, quando Assis Chateaubriand 
levou ao ar a TV Tupi, em São Paulo. Ninguém tinha televisão em 
casa, um luxo para a época – custava quase tanto quanto um carro. 
Chateaubriand mandou trazer de avião dos Estados Unidos duzentos 
aparelhos. Como a lenta burocracia para a importação poderia atrasar 
a entrega da encomenda, a carga foi contrabandeada. No dia seguinte 
à estreia da TV brasileira foi ao ar o primeiro telejornal – Imagens do 
Dia (BISTANE, BACELLAR, 2015, p.108).
O noticiário “Imagens do Dia”, levado ao ar pela TV Tupi, Canal 3-SP, era muito simples, 
tinha influência do rádio e jornal impresso e consistia basicamente em uma narração coberta 
por imagens brutas feitas pelo cinegrafista, pois a gravação e edição de imagens ainda não 
existia na televisão brasileira. O noticiário também não tinha tempo determinado, durava o 
tempo das imagens captadas.
Comercialmente, a televisão enfrentava grande concorrência do rádio, que, estabelecido 
no Brasil desde os anos 1920, já tinha sua audiência e participação em grande parte do país. 
A televisão, pelo alto custo dos equipamentos, da produção de programas e contratação 
de profissionais, precisou de praticamente 15 anos para superar o rádio em audiência e 
faturamento publicitário.
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TELEJORNALISMO
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Nos primeiros seis meses, a Tupi só tinha cinco horas de programação 
diária – das seis as onze da noite – que incluía, invariavelmente, filmes, 
espetáculos de auditório e noticiário. Clube dos Artistas, Imagens do Dia 
e TV de Vanguarda (adaptação de peças de teatro) foram programas 
criados nesses meses de pioneirismo. Clube dos Artistas (Tupi do Rio 
e São Paulo) e TV de Vanguarda (Tupi de São Paulo) resistiram durante 
vários anos e se tornaram pontos de referência na história da televisão 
brasileira.
Até o final da década de 1950, funcionavam as TVs Tupi, Record (1953), 
e Paulista (1952) em São Paulo; Tupi, Rio (1955) e Excelsior (1959) no 
Rio de Janeiro; Itacolomi (1956) em Belo Horizonte.
Nesses primeiros dez anos de televisão brasileira, o aparelho de televisor 
ainda era um artigo de luxo. Em 1954, existiam 12 mil aparelhos no Rio 
e em São Paulo; em 1958, eram 78 mil em todo país. (PATERNOSTRO, 
2006, p.29).
 
No início da TV brasileira, telejornalismo era um noticiário lido pelo apresentador com imagens brutas. Fonte: https://2.bp.blogspot.com/-ZR_1JMOW0BQ/U3pFrnElB_I/
AAAAAAAACGA/95zB_cpcIp8/s1600/Figura2.jpg
2.1 Com tecnologia e cores, a TV invade os lares brasileiros
Com a televisão cada dia mais presente na vida das pessoas, aumenta a procura por 
aparelhos e o preço vai se tornando acessível. As emissoras de TV expandem suas fronteiras 
para vários estados, ampliam a programação e a tecnologia proporciona imagens com maior 
qualidade e a possibilidade de produção telejornalística elaborada.
Outra inovação foi a chegada dos equipamentos de videoteipe, fitas de vídeo magnéticas, 
que permitiam a gravação e armazenamento de imagens e programas para posterior exibição 
https://2.bp.blogspot.com/-ZR_1JMOW0BQ/U3pFrnElB_I/AAAAAAAACGA/95zB_cpcIp8/s1600/Figura2.jpg
https://2.bp.blogspot.com/-ZR_1JMOW0BQ/U3pFrnElB_I/AAAAAAAACGA/95zB_cpcIp8/s1600/Figura2.jpg
https://2.bp.blogspot.com/-ZR_1JMOW0BQ/U3pFrnElB_I/AAAAAAAACGA/95zB_cpcIp8/s1600/Figura2.jpg
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e edição. Antes do videoteipe, a programação era exibida ao vivo, tanto os noticiários, quanto 
novelas e programas de auditório. 
Este crescimento e interesse maior pela TV despertou também o interesse de anunciantes 
que buscaram associar suas marcas às produções televisivas, colocando os nomes de seus 
principais produtos em programas. Esta postura, segundo Paternostro (2006), consolidou a 
TV no Brasil e colocou definitivamente a televisão na disputa por verbas publicitárias.
A televisão surgia como uma formula mágica para a venda de produtos 
– todos os produtos! Os anunciantes, antes tímidos, passam então a 
comandar as produções, e os programas começam a ter seus nomes 
associados ao do patrocinador: “Grande Gincana Kibon, Espetáculos 
Tonelux, Divertimentos Ducal, Cine Max Factor, Mappin Movietone, Boliche 
Royal, Sabatinas Mayzena, Concertos Matinas Mercedes Bens, Teledrama 
Três Leões, Teatro Walita, Histórias Maravilhosas Bendix” (PATERNOSTRO, 
2006, p.30).
Isto está na rede
Neste site, conhecido como o “Museu da TV” é possível fazer uma viagem pela história 
da televisão brasileira, conhecer as principais emissoras e os personagens que ajudaram 
a construir a história da televisão e do telejornalismo no país. É possível também 
pesquisar registros históricos, como vemos abaixo, mostrando que no ano de 1972 
foi realizada a primeira transmissão em cores da televisão brasileira.
 
Fonte: http://www.museudatv.com.br/cronologias/a-tv-no-brasil/
http://www.museudatv.com.br/cronologias/a-tv-no-brasil/
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2.2 O telejornalismo brasileiro 
Desde a primeira transmissão televisiva no Brasil, há mais de 70 anos, o jornalismo esteve 
presente, mostrando a importância deste segmento no cotidiano das famílias brasileiras e 
a força que a televisão teria como veículo de informação.
Aliado a tecnologias sempre em desenvolvimento, interligação mundial via satélite e 
profissionais capazes de produzir uma linguagem própria para a televisão, que aliasse a 
força da imagem e do som, com a objetividade e qualidade dos textos, a televisão se impôs 
e rapidamente tornou-se referência.
No início o telejornalismo sofreu grande influência do rádio, onde estavam os grandes 
nomes do jornalismo. Programas de rádio tradicionais, já conhecidos da população foram 
aos poucos migrando para a TV, onde, além do áudio, existia a imagem para complementar 
ou até ser a própria informação.
Considerado o primeiro telejornal da televisão brasileira, o “Imagens do Dia” levado ao 
ar pela TV Tupi em 1950 era praticamente umnoticiário com locução em “off”, coberto 
por imagens, ou seja, era o texto de rádio, complementando por imagens, muitas vezes 
sequenciais e sem edição. Foi precursor no formato, mas durou pouco mais de um ano, 
sendo rapidamente substituído por formatos mais modernos e televisivos.
2.2.1 Repórter Esso, referência no rádio e também na TV
No rádio desde 1941, o Repórter Esso era referência em jornalismo e não demorou muito 
para migrar também para a televisão, conquistando o mesmo sucesso. O primeiro Repórter 
Esso da TV foi ao ar em 1952, mas não eliminou o homônimo radiofônico, que continuou 
sendo uma referência, aliás, desfrutando até de uma maior credibilidade, pois o que saia na 
TV só ganhava relevância se fosse confirmado também no Repórter Esso do rádio. 
Conviveram harmoniosamente por muito tempo até que o próprio formato se esgotou. 
No rádio, o Repórter Esso foi exibido por 27 anos, de 1941 até 1968, enquanto que na TV 
o telejornal durou 18 anos, até dezembro de 1970 tornando-se um dos maiores sucessos 
jornalísticos da televisão brasileira.
Nos primeiros tempos da TV brasileira, os anunciantes compravam os 
espaços e os programas recebiam o nome do seu patrocinador, como 
é o caso desse telejornal, lançado em 17 de junho de 1952, em São 
Paulo, dirigido e apresentado por Kalil Filho. No ano seguinte, os cariocas 
ganhavam a sua versão, com Gontijo Teodoro. Os dois eram conhecidos 
locutores de rádio, mas já começavam a esboçar uma linguagem e uma 
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narrativa mais televisiva, o texto era objetivo, o apresentador enquadrado 
no plano americano e tinha horário fixo para entra no ar. A abertura ficou 
famosa: “Aqui fala o seu Repórter Esso, testemunha ocular da história” 
(PATERNOSTRO, 2006, p. 35).
O fim do Repórter Esso significou também o fim de uma era inicial do telejornalismo brasileiro 
que ainda tinha grande influência do rádio, tanto na linguagem como nos profissionais que 
atuavam. Nomes como os de Kalil Filho, Gontijo Teodoro (foto abaixo), Luís Jatobá e Heron 
Domingues ficaram eternizados tanto no rádio quanto na televisão, como precursores deste 
momento importante do jornalismo brasileiro. 
A extinção do Repórter Esso, tanto no rádio quanto na TV, marcou o surgimento de um 
novo e mais moderno telejornalismo, criando o que se convencionou chamar de padrão 
telejornalístico, com novos formatos de produção noticiosa, apresentadores próprios para 
telejornalismo, equipes especializadas de jornalistas e repórteres, e a expansão dos jornais 
de rede.
Outros telejornais foram criados, como o Edição Extra, da Tupi, Jornal de Vanguarda que 
passou por Excelsior, Tupi e Globo e Show de Notícias, da Excelsior também foram importantes 
e pioneiros, mas nunca alcançaram o sucesso protagonizado pelo Repórter Esso.
Anote isso
Muita gente não sabe que o Repórter Esso foi criado por publicitários americanos para 
ser levado a vários países como propaganda dos Estados Unidos contra o nazismo, 
durante a segunda Guerra Mundial (1939-1945), primeiro no rádio, depois na televisão.
Patrocinado pela Esso, nome comercial da petrolífera americana Exxon Mobil Corporation, 
o radiojornal e o telejornal exibidos no Brasil diariamente, eram produzidos pela United 
Press International, dos Estados Unidos, que elaborava e entregava os conteúdos e o 
script prontos para as emissoras que deveriam apenas ter um apresentador para ler 
o noticiário diante das câmeras.
Mas nem por isso deixou de ser o mais famoso jornal do rádio e da televisão brasileira. 
Durante seus 18 anos de duração na TV, de 1952 até 1970, o Repórter Esso era exibido 
diariamente, sempre às 19h45min com duração média de 35 minutos. 
O conteúdo buscava retratar notícias ligadas ao modo de vida dos americanos, 
além de falar sobre os conflitos e guerras sempre sob o ponto de vista americano. 
Correspondentes acompanharam a Guerra da Coreia e a Segunda Guerra, trazendo 
atualizações diárias sobre os conflitos.
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Outra especialidade era falar sobre estrelas de cinema e filmes americanos, além de 
valorizar descobertas e feitos científicos. Notícias sobre os demais continentes apenas 
eram apresentadas se tivessem relação com os americanos.
Outros marcos do telejornalismo do Repórter Esso foi noticiar e trazer imagens exclusivas 
do suicídio do presidente Getúlio Vargas, além de falar sobre a explosão de bombas 
nucleares e de hidrogênio sob o ponto de vista americano, assim como a Revolução 
Cubana vencida por Fidel Castro, que serviu como pretexto para que se explorasse o 
crescimento do comunismo pelo mundo.
 
“Testemunha ocular da história”, o Repórter Esso foi um marco histórico do telejornalismo brasileiro. Fonte: https://acervo.oglobo.globo.com/
incoming/19923916-213-acf/imagemHorizontalFotogaleria/Reporter_Esso.jpg
https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/19923916-213-acf/imagemHorizontalFotogaleria/Reporter_Esso.jpg
https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/19923916-213-acf/imagemHorizontalFotogaleria/Reporter_Esso.jpg
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2.2.2 Jornal Nacional e o padrão Globo de qualidade
 
Fonte: https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/cenarios/
O Jornal Nacional foi ao ar pela primeira vez em 1º de setembro de 1969, trazendo um 
formato inovador no telejornalismo, contando com dois apresentadores, Cid Moreira e Hilton 
Gomes, que tinham como marcas a voz potente, chamadas diretas e objetivas das notícias 
e reportagens, buscando demonstrar imparcialidade. 
Utilizando um modelo americano de produzir telejornalismo que aos poucos foi dando origem 
a um modelo brasileiro, o Jornal Nacional não permitia improviso durante a apresentação, 
haviam horários rigidamente controlados de início e término da edição, além de inovações 
técnicas e tecnológicas. 
O objetivo principal da TV Globo que iniciou suas operações em 1965, quatro anos antes 
da estreia do Jornal Nacional, era competir diretamente com o líder de audiência há anos, o 
Repórter Esso da TV Tupi, tirando audiência e faturamento publicitário da emissora concorrente. 
Devido a crises por que passava a primeira emissora do país e reproduzindo um formato 
já cansado e ultrapassado, o Repórter Esso rapidamente ficou para trás do Jornal Nacional 
e no ano seguinte foi tirado do ar pela Tupi. 
A última edição do Repórter Esso foi ao ar em 31 de dezembro de 1970, abrindo caminho 
para que o JN se tornasse em pouco tempo o mais importante telejornal brasileiro, posto 
que ocupa até hoje, passados 51 anos de sua estreia. 
Primeiro noticiário em rede nacional de televisão brasileira, gerado no 
Rio de Janeiro, sede da TV Globo, para as suas emissoras em vários 
pontos do país, ao vivo [...] foi o primeiro a apresentar reportagens em 
cores; o primeiro a mostrar imagens, via satélite, de acontecimentos 
internacionais no mesmo instante em que eles ocorriam. O estilo de 
linguagem e narrativa e a figura do repórter de vídeo tinham os telejornais 
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/cenarios/
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americanos como modelo. Implantando os avanços tecnológicos e 
modificando sua linha editorial de acordo com as circunstâncias, mantém, 
ainda hoje, a liderança de audiência (PATERNOSTRO, 2006, p.36).
Isto está na rede
Para conhecer mais sobre a história do mais importante telejornal brasileiro, o Jornal 
Nacional, a Rede Globo disponibiliza o site “Memória Globo” onde é possível, mesmo 
sem ser assinante, conhecer a história de todos os produtos jornalísticos criados pela 
emissora desde 1965. Acessando o endereço eletrônico https://memoriaglobo.globo.
com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/historia/ - você fará uma viagem 
não apenas pela história do telejornalismoda Globo, mas da comunicação brasileira 
feita a partir da chegada da televisão. 
Logo na estreia, uma inovação no script despertou o interesse do telespectador. 
Enquanto o Repórter Esso deixava a notícia mais impactante para o fim, o JN abria 
com informações “quentes”, o factual. 
Os editores criaram também o “boa noite”, uma espécie de despedida dos 
apresentadores com textos e reportagens leves, poéticas ou pitorescas. Na voz de 
Cid Moreira, a suavidade do “boa noite” do JN transmitia esperança e foi um estilo 
de mensagem ouvida pelos brasileiros quase oito mil vezes durante 27 anos.
Fonte: https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-
nacional/historia/
 
Fonte: https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/historia/
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/historia/
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/historia/
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/historia/
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/jornalismo-e-telejornais/jornal-nacional/historia/
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Nestas duas primeiras aulas te contamos a história do surgimento da televisão, sua 
chegada ao Brasil, a partir de 1950, os principais produtos e como o telejornalismo tornou-
se carro chefe das emissoras e essencial para a sociedade.
A partir da próxima aula vamos saber o que torna a televisão tão importante no Brasil, 
conhecer as principais características da TV e entender também como escrever, falar e se 
posicionar diante das câmeras.
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AULA 3
FATORES QUE TORNAM A TV TÃO 
IMPORTANTE NO BRASIL
A TV é o veículo de comunicação mais popular do Brasil, tanto que é chamada de veículo 
de comunicação de massa. Acessível a praticamente todas às pessoas, basta ter um aparelho 
e captar os sinais para assistir 24 horas da programação aberta sem pagar nada por isso. 
Olhando para a TV hoje, a impressão que se tem é de que foi esta a ideia de Assis 
Chateaubriand quando implantou a TV Tupi, em 1950. Segundo Araujo (2017), o magnata 
das comunicações brasileiras pensou justamente o contrário. “Chatô” investiu US$5 milhões 
de dólares para montar uma TV que atraísse as classes A e B.
O custo da televisão estava associado a outro fator não menos relevante 
para entender sua história: a nova mídia era direcionada às classes 
A e B. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a ter televisão e 
um dos primeiros do mundo. A televisão foi recebida durante a onda 
de crescimento industrial, que se iniciou nos governos Dutra e Getúlio 
Vargas, e vivia seu ápice na gestão de Juscelino Kubitschek. Em 18 de 
setembro de 1950, a inauguração da televisão ocorreu em São Paulo, 
em um banquete no Jockey Club. Poucas horas antes do evento, o 
bispo auxiliar de São Paulo abençoou câmeras e estúdios. Entretanto, 
se a escolha das emissoras de televisão estava direcionada para uma 
audiência constituída por um público integrante das classes A e B, o 
produto a ser entregue a esse público ainda não estava ajustado. Além 
de ajustar a audiência, era preciso encontrar profissionais para fazer a 
televisão funcionar, o que não existia no Brasil. A solução foi contratar 
gente do rádio e do teatro (ARAÚJO, 2017, p.34). 
Mas este olhar mais exclusivo sobre a televisão não durou muito, pois com o barateamento 
da produção, mais pessoas passaram a comprar aparelhos de televisão. A programação foi 
outro fator determinante, pois os programas veiculados na TV inicialmente eram adaptações 
do que existia no rádio, que era eminentemente popular. Adicionar a isso a imagem, só fez 
com que o interesse de toda população e não apenas de um segmento aumentasse.
Em seu livro “Elogio do Grande Público”, de 2006, o pesquisador francês Dominique Wolton 
diz que esse momento foi o primeiro de quatro fases vividas na história da televisão brasileira, 
chamada por ele de “Elitista”, que vai de 1955 até 1964. As outras três fases, segundo o 
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autor são: “fase da decolagem (1964- 1975); fase do triunfo tecnológico (1975-1988); e fase 
da expansão internacional (à partir de 1989 até os dias atuais)” (WOLTON, 2006, p, 154-155).
[...]a influência da televisão. Ela é fator de identidade cultural e de 
integração social, o que é paradoxal neste caso, tendo-se em conta as 
grandes distâncias sociais entre os mais pobres, analfabetos e os mais 
ricos [...] comunicação é integração. A cultura da televisão é, até hoje, o 
laço entre as classes sociais [...]. Enfim, ela foi um fator de modernização 
para as classes sociais [...] porque a maior parte das classes sociais 
alimentava-se da televisão [...] laço social, + modernização + identidade 
nacional (WOLTON, 2006, p. 155-156).
Trazida para as classes A e B, a TV rapidamente se incorporou em todas as classes sociais brasileiras. Fonte: https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/20943594-a01-39a/
imagemHorizontalFotogaleria/Televisao-no-Brasil.jpg
Ainda sobre as fases da televisão no Brasil, Araujo (2017) faz um levantamento mais 
detalhado e atualizado, subdividindo em seis os principais momentos de mudança no formato, 
relação com o público e com a tecnologia.
https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/20943594-a01-39a/imagemHorizontalFotogaleria/Televisao-no-Brasil.jpg
https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/20943594-a01-39a/imagemHorizontalFotogaleria/Televisao-no-Brasil.jpg
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Fases da TV Principais características do período
1. Elitista (1950-
1964)
Marcada pelos grandes teleteatros, levavam para a TV um referencial 
da chamada alta cultura. Nesse período, ter um televisor era apenas 
para uma pequena parcela da sociedade; mas, os investimentos não 
pararam. Em 1960, chegaram aparelhos de videoteipe, a tempo de 
gravar a inauguração de Brasília, em 21 de abril.
2. Populista (1964-
1975)
A televisão foi considerada um exemplo de modernidade e os 
programas de auditório (entre eles, aqueles qualificados como de 
baixo nível) ocupavam a maior parte da programação. Começou-se 
a criar um quadro de profissionais especialistas em TV, entendendo 
que o novo meio tinha público diferente do rádio, teatro e cinema.
3. Desenvolvimento 
tecnológico (1975-
1985)
O estilo modernista tornou-se predominante. Nessa fase, a 
modernização tecnológica, a estabilização da TV Globo e a diversidade 
dramatúrgica foram as principais marcas.
4. Transição 
expansão 
internacional (1985-
1990)
Foram criados novos formatos de teledramaturgia, como séries e 
minisséries, aumentando a qualidade e a audiência. As telenovelas 
passaram a ser exportadas, levando o Brasil a outro patamar no 
mercado mundial.
5. Globalização e TV 
paga (1990-2000)
Novas tecnologias e a busca pela modernidade a qualquer custo, 
com a adaptação da televisão aos novos rumos da redemocratização, 
foram as principais marcas da fase de globalização e da TV paga.
6. Convergência, 
qualidade digital 
(2000 atual)
Marcada pela qualidade do digital e crescente convergência dos 
veículos de comunicação, principalmente a televisão, com a internet 
e com outras tecnologias da informação.
Fonte: (ARAÚJO, 2017, p, 35-37)
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3.1 Características do Brasil moldaram o telespectador
 
Fonte: https://www.livemint.com/rf/Image-621x414/LiveMint/Period2/2016/07/21/Photos/Processed/t-kM5H--621x414@LiveMint.jpg
Vimos anteriormente que a televisão passou por seis fases distintas desde sua chegada 
ao Brasil e que no início a intenção era atender apenas um segmento, o que depois não 
se confirmou,fazendo com que a televisão se tornasse hoje o mais importante veículo de 
comunicação e informação do país, presente em todos os lares.
Para que isso acontecesse, algumas características próprias da sociedade brasileira foram 
importantes para moldar a televisão que se faz no Brasil, e ao mesmo tempo criar um 
telespectador único, também com suas características próprias, que não se encontra em 
outro lugar do planeta.
Nos países ricos a televisão disputa espaço com outros meios de comunicação, informação 
e entretenimento. Já no Brasil, devido a uma série de questões econômicas, financeiras e 
culturais é por meio da televisão e principalmente dos canais abertos, que a população se 
informa e se diverte, ou seja, a TV é a principal alternativa de acesso as notícias, ao lazer e 
a cultura.
A televisão entrou na corrente sanguínea do brasileiro. Ele passa, em 
média, quase quatro horas diárias com os olhos vidrados na televisão. Faz 
sentido. A TV não exige mobilidade, nem alfabetização e é hipnótica[...] 
A TV pauta nossas conversas, dita nossa hora de dormir, a decoração 
de nossas casas, a qualidade do que comemos e sabemos [...] nem 
sempre dimensionamos o tamanho do fascínio que ela exerce nos 
comportamentos, no cotidiano, na vida brasileira (JUNIOR, 2005, p.15).
 
https://www.livemint.com/rf/Image-621x414/LiveMint/Period2/2016/07/21/Photos/Processed/t-kM5H--621x414@LiveMint.jpg
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A seguir apresentaremos algumas características que formaram o brasileiro como 
telespectador e fizeram com que a televisão se tornasse essencial na vida da população. 
Essas mesmas características também contribuíram na formação de um imaginário social 
pautado pela TV, por seu telejornalismo, por suas produções culturais, artísticas e seu 
posicionamento político e ideológico no decorrer dos anos.
a) Renda da população: números do IBGE mostram que a metade mais pobre da 
população brasileira vive com uma renda média de R$ 850 por mês. Os 5% mais pobres, 
cerca de 4,5 milhões de pessoas, recebem R$ 165 por mês (https://www1.folha.uol.com.br/
mercado/2020/05/10-mais-ricos-ficam-com-43-da-renda-nacional-diz-ibge.shtml). Com esta 
remuneração o brasileiro dispõe de muito pouco para gastar com lazer ou outros tipos de 
entretenimento. A TV torna-se, portanto, o principal equipamento de lazer e distração das 
famílias tanto durante a semana quanto aos finais de semana, durante o ano todo.
b) Formação educacional: o número médio de anos de estudo no Brasil é baixo, em torno 
de 9,3, sendo que em muitos Estados o índice é mais baixo ainda (https://agenciabrasil.
ebc.com.br/educacao/noticia/2019-06/total-medio-de-anos-de-estudo-cresce-no-brasil-diz-
pesquisa-do-ibge). O analfabetismo no país está na casa de 8% da população, sem contar os 
chamados analfabetos funcionais, que frequentam à escola, mas não conseguem aprender 
adequadamente. Com esta formação, o brasileiro acaba encontrando na TV uma facilidade 
maior para interagir socialmente com as artes, a cultura, o jornalismo e a própria sociedade. 
É por meio da televisão que o brasileiro se informa e forma a sua opinião.
c) Poder dos empresários de comunicação: Desde o Brasil Império, que a comunicação 
feita no país é dominada por grupos familiares e empresariais que mantêm o monopólio do 
discurso jornalístico, participando e influenciando diretamente as ações e decisões políticas, 
sociais e governamentais. Primeiro com os jornais, revistas, depois o rádio e a partir dos 
anos 1950, a televisão. Famílias como Marinho, Saad, Frias, Mesquita, Civita e tantas outras 
exercem domínio político para continuarem viáveis econômica e comercialmente.
d) Período do militarismo: neste período recente da história (1964-1985) o regime militar 
governou o país com mão de ferro, censurando, perseguindo e punido a imprensa, inclusive 
com a morte de jornalistas. Jornais, rádios e TVs que se opunham ao regime eram fechadas, 
e no caso das TVs, tinham suas concessões cassadas, por exemplo, as TVs Tupi, Rio e 
Excelsior que foram definitivamente fechadas ou tiveram suas concessões repassadas para 
outros grupos. As demais empresas de comunicação buscavam se manter distantes das 
questões políticas, escondiam ou distorciam fatos, fortalecendo uma ideologia que por 21 
anos moldou o pensamento de uma sociedade. 
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/05/10-mais-ricos-ficam-com-43-da-renda-nacional-diz-ibge.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/05/10-mais-ricos-ficam-com-43-da-renda-nacional-diz-ibge.shtml
https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-06/total-medio-de-anos-de-estudo-cresce-no-brasil-diz-pesquisa-do-ibge
https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-06/total-medio-de-anos-de-estudo-cresce-no-brasil-diz-pesquisa-do-ibge
https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-06/total-medio-de-anos-de-estudo-cresce-no-brasil-diz-pesquisa-do-ibge
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e) Qualidade de várias produções nacionais: é inegável a qualidade da produção artística, 
cultural e jornalística da televisão brasileira. As telenovelas brasileiras são sucessos há 
décadas, além das minisséries, programas jornalísticos e de auditório. Muitos destes, inclusive, 
ganham prêmios internacionais e são vendidos para outros países, mostrando a força da 
produção televisiva brasileira. Para o brasileiro que não lê muito, não completa os estudos e 
não tem condições de oferecer lazer aos seus familiares, a teledramaturgia e os programas 
televisivos acabam sendo a única referência do país, por onde ele pode conhecer a cultura 
e os costumes dos demais estados, os bastidores da política nacional e como pensa e age 
a sociedade.
Isto está na rede
 
Entre 1991-1997 o SBT levou ao ar o telejornal Aqui e Agora. Com apelo popular e 
inovador, revolucionou o telejornalismo, sendo precursor de programas como Cidade 
Alerta e Brasil Urgente. Foi pioneiro no uso de câmeras de mão para acompanhar 
viaturas durante perseguições policiais. Tinha como repórteres Gil Gomes, Wagner 
Montes, Celso Russomano e o homem do tempo “Feliz”. 
 
Gil Gomes, repórter policial e grande sucesso do rádio, também na TV, no Aqui e Agora”. Fonte: https://www.agorams.com.br/wp-content/
uploads/2018/10/gil-gomes.jpg
https://www.agorams.com.br/wp-content/uploads/2018/10/gil-gomes.jpg
https://www.agorams.com.br/wp-content/uploads/2018/10/gil-gomes.jpg
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AULA 4
TV, O MEIO É A MENSAGEM
“O espaço visual é uniforme, contínuo e interligado. 
O homem racional da nossa cultura ocidental,
 é um homem visual” (MCLUHAN, 1969, p,73).
Quando estudamos televisão, é importante saber que o próprio veículo de comunicação, 
a televisão, possui características próprias que a distingue dos demais, como rádio, jornal 
impresso, revista, cinema, teatro. Mesmo que todos tratem sobre o mesmo tema, cada 
veículo possui sua maneira única de passar esta informação.
Isto acontece devido às características do meio. O rádio, por exemplo, é auditivo e nunca 
conseguirá o efeito da televisão ao passar uma notícia, assim como o impresso causará 
outro efeito em seu leitor quando apresentar um assunto. Assim também é com a televisão 
que possui os recursos do áudio, da imagem, da narrativa, recursos de enquadramento e 
ponto de vista, além da possibilidade de edição e fragmentação de suas produções.
Quando criou a célebre frase “O meio é a mensagem”, o pesquisador em comunicação, 
Marshall McLuhan queria dizer que a mesma notícia sofrerá interferências e mutações que 
a tornarão única naquele meio específico, podendo também alterar a percepção de quem a 
recebe e a maneira como esta pessoa irá interpretar esta informação e reproduzi-la.
Este entendimento é importante, pois a imprensa tem como função passar uma mensagem 
ao público, por meio da informação. Na medida em que um número cada vezmaior de pessoas 
recebe a mesma notícia, apoiada pelas mesmas imagens, pontos de vista e narrativa, está 
se produzindo uma comunicação para as “massas” de pessoas, independentemente de sua 
formação cultural, religiosa ou social.
Esse processo psicológico, provem inconscientemente da tecnologia da 
imprensa. A tecnologia da imprensa criou o público. A tecnologia elétrica 
(televisão) criou a massa. O público se compõe de indivíduos isolados 
que andam por ai com pontos de vista individuais determinados. A nova 
tecnologia exige que abandonemos o luxo dessa posição, esse ponto 
de vista fragmentário (MCLUHAN, 1969, p.96).
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Nessa perspectiva, uma notícia que fale, por exemplo, sobre conquistas de determinados 
grupos minoritários, ou dê voz a segmentos pouco representativos poderá ter um efeito 
contrário nos demais grupos que não compartilham daquele entendimento. 
Ao mesmo passo que uma informação que reforce a posição de determinado grupo 
majoritário, servirá para reforçar posições que venham a oprimir quem pense de maneira 
contrária. 
Sobre esta postura causada pela massificação da televisão e seu poder de gerar 
conteúdos iguais em vários lugares ao mesmo tempo, reforçam o que disse McLuhan, “a 
nova interdependência eletrônica recria o mundo à imagem de uma aldeia global” (1969, 
p, 95), ou seja, ao reduzir os espaços, colocando todos em uma grande aldeia, acirram-se 
pontos de vista, forçando-nos a olhar para “o outro”, mas sem tempo para refletirmos e nos 
colocarmos no lugar “do outro”.
“Os outros”. O susto da percepção! Num meio ambiente de informação 
elétrica (televisão), as minorias não podem mais ser contidas – ignoradas. 
Muita gente sabe demais sobre cada um. Nosso novo ambiente compele 
a participação e ao engajamento. Hoje em dia estamos irrevogavelmente 
envolvidos com, e responsáveis por cada um dos outros (MCLUHAN, 
1969, p.52). 
Por meio da TV, veículo de comunicação de massa, uma posição solitária ganha repercussão nacional. Fonte: https://tse3.mm.bing.net/th?id=OIP.Ih9gQZez2pYimD8gNYng_
gHaE7&pid=Api&P=0&w=248&h=166
https://tse3.mm.bing.net/th?id=OIP.Ih9gQZez2pYimD8gNYng_gHaE7&pid=Api&P=0&w=248&h=166
https://tse3.mm.bing.net/th?id=OIP.Ih9gQZez2pYimD8gNYng_gHaE7&pid=Api&P=0&w=248&h=166
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4.1 Com televisor, sem geladeira em casa
Regiane Silva Bento tem 35 anos e vive há 12 sem geladeira. Já o televisor de 
20 polegadas está com a família há quatro anos. Regiane mora em um dos 2 
milhões de lares com televisão no Brasil que, segundo o IBGE, dispensaram 
o “luxo” de ter geladeira, por ver mais vantagens em um televisor.
A programação da TV faz companhia para Regiane, que está desempregada 
[...] os desenhos animados, a novela e filmes são os preferidos da família. 
Projeto de geladeira, só no futuro.
- Um dia, quando tiver um trabalho melhor, vou comprar uma geladeira – diz ela. 
Enquanto isso, uma família solidária empresta um espaço no eletrodoméstico 
para Regiane acomodar seus alimentos.
- Dá para arrumar um lugarzinho para pôr as coisas na geladeira do vizinho. 
Já a TV, não dá para ficar vendo na casa dos outros, o melhor é ter a da 
gente mesmo.
- As mensalidades da TV são mais acessíveis. Um televisor pequeno pode ser 
comprado com prestações de R$ 30, mas uma geladeira tem mensalidades 
bem mais caras. Para quem recebe salário mínimo, é impraticável.
Fonte: JUNIOR, Luis C.P. (organizador). A vida com a TV: O poder da televisão no cotidiano. Editora Senac. São Paulo, 2005.
O diálogo acima está em um livro produzido por jornalistas e pesquisadores em comunicação, 
com inúmeras outras histórias que mostram a importância da TV na vida das pessoas como 
ferramenta de inserção social e provavelmente a única fonte confiável de informação. 
Igual a Regiane existem milhões e milhões de famílias brasileiras que colocam a televisão 
como prioridade em suas vidas. Ao ligarem seus aparelhos, estas famílias certamente estão 
sentindo-se mais cidadãs, menos excluídas e mais próximas de uma vida que julgam ser 
a ideal.
Percebemos por este relato que o acesso do público a TV é muito maior do que outras 
formas de acesso à informação como jornal, por exemplo. Para jornalistas e profissionais 
que trabalham com informação e comunicação, isto mostra que não se pode desprezar a 
grande função social da TV junto à população. 
No livro “Telejornalismo, Um Perfil Editorial” (2000), o professor e pesquisador Guilherme 
Jorge de Rezende nos oferece inúmeros tópicos nos quais podemos entender um pouco 
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mais sobre o perfil do telespectador brasileiro que consome informação tendo a televisão 
como única fonte.
• Telespectador que assiste telejornal enquanto espera a novela recebe tudo que é produzido, 
sem opção de escolha. Mas não se pode desprezar estes momentos de informação, mesmo 
que involuntário, pois talvez seja o único.
• Existe acesso à cidadania, informação, conhecimento, através da televisão e por este 
motivo é extremamente necessário compromisso com o conteúdo produzido.
• A missão social da TV é prejudicada, principalmente por interesses econômicos 
e comerciais das grandes emissoras de TV. Ao mesmo tempo, TVs precisam produzir 
programação adequada ao grande público, revertendo estas criações em audiência, pois 
estes telespectadores encontram nesta programação a sensação de que estão efetivamente 
inseridos na sociedade.
• Pela democratização de acesso a praticamente todos os cidadãos, os menos esclarecidos, 
analfabetos, funcionais ou não, encontram na TV uma maneira de inserir-se nos debates 
dos grandes problemas locais e até do país.
• Predomínio da linguagem popular e da linguagem televisiva em novelas, programas 
populares, jornalísticos, sem necessidade de grandes reflexões. Compreensão imediata da 
mensagem.
• Poder da comunicação oral sobre a escrita fica evidenciado.
• Uniformização da linguagem com deficiências linguísticas graves, atingindo principalmente 
os programas de maior audiência. Mas atinge também os profissionais que atuam nestes 
segmentos, e o jornalismo não fica de fora.
Fonte: (REZENDE, 2000, p, 24-27)
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Isto está na rede
Um site catalogou os dez maiores eventos mundiais em número de espectadores. 
Existem desde eventos trágicos, como funeral de John Kennedy até o mundo das 
celebridades, como casamentos reais. São eventos que por sua dimensão e exposição 
na mídia provocam comoção mundial, transformando muitas vezes desconhecidos 
em grandes celebridades. Algumas grandes audiências são previsíveis, por exemplo, 
eventos na China, o país mais populoso do planeta.
 
O drama dos mineiros chilenos soterrados foi narrado em capítulos por 2 meses e no dia do resgate, mais de 1 bilhão de pessoas de todo o mundo 
assistiram ao desfecho. Fonte: https://mega.ibxk.com.br/2018/11/08/tv-08204904241243.jpg?ims=610x
10. Funeral de John F. Kennedy (1963)
Espectadores: 180 milhões
93% dos lares norte-americanos que tinham televisão 
estavam conectados no velório.
9. Casamento de Willian e Kate (2011)
Espectadores: 300 milhões
casamento do príncipe Willian com a plebeia Kate 
Middleton foi acompanhado ao vivo em todo o 
mundo, pela televisão e YouTube.
8. Semifinal da Copa do Mundo de 
Críquete (2011)
Espectadores: 400 milhões
Se na América do Sul o futebol tem Brasil e Argentina 
como grandes rivais, na Ásia uma das maiores 
rivalidades é entre a Índia e o Paquistão.
7. Festival da Primavera de Gala (2012)
Espectadores: 498 milhões
Para celebrar o Ano-novo chinês, o país organiza um 
“show da virada” desde 1983, um dos programas de 
maior audiência do mundo.
https://mega.ibxk.com.br/2018/11/08/tv-08204904241243.jpg?ims=610x
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PROF. ME. JOSÉ ROGÉRIO SILVA6. Funeral de Michael Jackson (2009)
Espectadores: 500 milhões
Além de 17,5 mil ingressos distribuídos entre os 1,6 
milhão de interessados, o evento foi visto por um 
público estimado em meio bilhão de pessoas.
5. Chegada do homem à Lua (1969)
Espectadores: 500 milhões
20 de julho de 1969. Um dos maiores feitos da 
humanidade, que conseguiu ser transmitido ao vivo 
direto da Lua.
4. Final da Copa do Mundo de Futebol 
(2006)
Espectadores: 715 milhões
Copa da Alemanha teve na final Itália x França. 
Italianos venceram nos penais. 69 mil pessoas no 
estádio e mais de 715 milhões diante da TV.
3. Show “Aloha from Hawaii” de Elvis 
Presley (1973)
Espectadores: 1 bilhão
Primeiro show transmitido via satélite para todo 
o mundo. Na época, foi o programa mais caro já 
produzido, custando US$ 2,5 milhões.
2. Resgate dos mineiros chilenos (2010)
Espectadores: 1 bilhão
33 mineiros chilenos passaram 2 meses soterrados e 
comoveu o mundo. A retirada da mina foi transmitida 
ao vivo para todo o mundo.
1. Abertura dos Jogos Olímpicos de 
Pequim (2008)
Espectadores: 2 bilhões
1 em cada 4 pessoas do mundo assistiu à cerimônia. 
Foram 4 horas de apresentações, 15 mil artistas 
envolvidos e o desfile dos atletas.
Fonte: https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/109952-10-dos-maiores-eventos-televisivos-de-todos-os-tempos.htm
Impressiona para quem estuda, pesquisa ou trabalha com televisão, a quantidade de 
pessoas que acompanham e se comovem com os eventos. Seja o funeral de um artista 
em ascensão que ganhou destaque em programas jornalísticos ou de variedades, seja de 
políticos, cantores, esportistas ou profissionais já conhecidos da mídia que se envolvem em 
escândalos e têm suas vidas expostas para milhões de telespectadores.
Para entendermos mais sobre este fascínio despertado pela televisão, na próxima aula 
falaremos sobre quatro das principais características da televisão: Massiva, Intimista, 
Dispersiva e Seletiva. Cada uma destas características é responsável pelo todo que se tornou 
a televisão para a sociedade contemporânea.
https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/109952-10-dos-maiores-eventos-televisivos-de-todos-os-tempos.htm
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AULA 5
CARACTERÍSTICAS DA TV: 
MASSIVA, INTIMISTA, DISPERSIVA, 
SELETIVA
Começaremos a partir desta aula a tratar sobre a linguagem televisiva. Um dos pontos 
fundamentais para quem escreve, produz reportagens, conteúdo para televisão é procurar 
adequar a linguagem ao público. Mas de que maneira isso é feito? Conhecendo este público, sua 
idade, faixa de renda, anseios políticos, sociais, religiosos, suas expectativas e necessidades.
A televisão, mesmo com seus 71 anos de existência no Brasil, ainda passa por grandes 
transformações, principalmente para manter-se atual e acompanhar as mudanças tecnológicas 
implementadas na sociedade. A televisão é um veículo ágil e essencialmente moderno, em 
constante transformação. 
Portanto, para fazer jornalismo de televisão é preciso lembrar sempre que a televisão é 
um veículo com características próprias, que precisam ser conhecidas pelos profissionais 
para a realização de um trabalho melhor. 
Falaremos nesta aula de quatro características essenciais sobre a televisão, que precisam 
ser conhecidas pelos profissionais de jornalismo. São elas: Massiva; Intimista; Dispersiva; 
Seletiva.
A TV foi a mais importante revolução virtual: tem as imagens que o rádio 
não possui e é capaz de fixar hábitos na rotina das pessoas [...]a TV é 
o contato com o ideal, com o inalcançável, com o indireto. Senta-se em 
família diante dela como os primitivos se sentavam ao redor da fogueira. 
O convívio humano direto não foi abolido e não perdeu seu poder maior 
de consequência sobre a vida de cada um. Mas a TV é um mediador 
de parte significativa de nossas relações sociais (JUNIOR, 2005, p.13).
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5.1 Massiva
 
Fonte: https://cdn.theatlantic.com/assets/media/img/mt/2018/10/RTS2362U_1/lead_720_405.jpg?mod=1538513049
Na televisão, o público que assiste é sempre medido em milhões. Milhões de pessoas, 
milhões de aparelhos ligados. Um (1) ponto no Ibope (Instituto Kantar/Ibope: índice que 
mede audiência das televisões) corresponde, na Grande São Paulo, a 74.987 domicílios com 
o televisor ligado naquele canal, ou 203.309 pessoas assistindo TV naquele momento. 
Já na medição efetuada pelo Painel Nacional de Televisão (PNT) nas 15 principais 
regiões metropolitanas do país, cada ponto do Ibope equivale a 260.558 residências, com 
telespectadores estimados em 703.167 pessoas. 
Para se ter uma ideia, um programa que dê 4 pontos de Ibope, por exemplo, considerado 
um índice baixo, está sendo assistido no país por aproximadamente 3 milhões de pessoas 
naquele momento. Com este público, qualquer noticiário sempre alcança grande repercussão. 
Essa grande massa faz com que a televisão seja o principal veículo de informação e 
formação de opinião da sociedade e sua audiência cresça a cada ano. O jornal impresso, que 
dificilmente alcança os mesmos índices, vem enfrentando retrocesso devido às plataformas 
digitais. O mesmo acontece com o rádio, que mesmo tendo maior capilaridade na Internet, 
sofre um processo de estagnação.
Na tabela a seguir é possível saber porque a Televisão tem entre suas características ser 
“Massiva” e porque o telejornalismo é tão importante.
https://cdn.theatlantic.com/assets/media/img/mt/2018/10/RTS2362U_1/lead_720_405.jpg?mod=1538513049
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Fonte: Kantar/Ibope-https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/saiba-quanto-um-ponto-no-ibope-vai-valer-partir-de-1-de-janeiro-de-2020-31937
5.2 Intimista
 
Fonte: https://tudoparahomens.com.br/wp-content/uploads/2016/04/capa-1-1.jpg
https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/saiba-quanto-um-ponto-no-ibope-vai-valer-partir-de-1-de-janeiro-de-2020-31937
https://tudoparahomens.com.br/wp-content/uploads/2016/04/capa-1-1.jpg
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Apesar de todos estes milhões de telespectadores é preciso pensar que quando se fala 
ou escreve para televisão, se fala para uma e apenas uma pessoa.
Esta pessoa é única e somente se dirigindo a esta única pessoa é que o jornalista transmite 
com exatidão e clareza a notícia o que deseja contar a milhões de pessoas.
Nesse sentido, o rádio perde espaço para a televisão. Por mais que um repórter de rádio 
tenha talento, não conseguirá concorrer com as imagens, seus detalhes e sua força impactante 
junto ao telespectador. Já o impresso nem todos tem acesso. Há quem não leia jornais 
diariamente ou ouça rádio, mas dificilmente deixará de assistir a televisão.
Por este motivo também, o olho no olho do repórter com seu público através das lentes 
é fundamental para ampliar a interação e a confiança e mostrar a este espectador que você 
está falando diretamente com ele.
Perceba que no cinema esta interação não existe, pois no filme a câmera funciona 
como alguém que observa a cena. Já na TV, o olhar do repórter para a câmera, coloca este 
profissional dentro da casa das pessoas e a comunicação se torna muito mais próxima. 
Segundo Paternostro (2006), cria-se um envolvimento entre o telespectador e o jornalista.
A TV exerce fascínio sobre o telespectador, pois consegue transportá-
lo para dentro de suas histórias. Não existe um padrão de linguagem 
televisiva, mas há no telejornalismo a forma pessoal de “contar” notícia e 
a familiaridade com repórteres e apresentadores, que seduzem e atraem 
os telespectadores (PATERNOSTRO, 2006, p.65).
5.3 Dispersiva
 
Fonte: https://cultura.estadao.com.br/blogs/curiocidade/wp-content/uploads/sites/520/2011/07/celso-junior.jpg
https://cultura.estadao.com.br/blogs/curiocidade/wp-content/uploads/sites/520/2011/07/celso-junior.jpg
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Quando se vai ao cinema ou teatro, o local é adequado e em condições para prender a 
atenção do público. Com a televisão não acontece a mesma coisa, pois a pessoa pode estar 
em casa, na rua, no trabalho, em uma lanchonete, ou seja, fazendo outras coisas que não 
apenas assistindo TV.
Para conseguir a atenção destas pessoas, a televisão precisa abrir mão de alguns 
expedientes como a utilização de vinhetas, chamadas de programas, efeitos sonoros e visuais 
que buscam a cada momento prender a atenção.
Além disso, no telejornalismo, a força das imagens, aliadas a uma narrativa precisa e 
objetiva busca prender a atenção, o que em contrapartida não permite um aprofundamento 
maior das notícias, sob pena de perder a atenção do telespectador. É preciso que notícias 
novas sejam inseridas a todo o momento.
O espetáculo “televisão” torna o veículo “televisão” superficial, pois exige um ritmo constante 
e superficial para fixar a atenção. Pesquisas apontam que a atenção do telespectador precisa 
ser conquistada nos primeiros segundos, geralmente os primeiros 10 a 15 segundos.
Estas características não tornam a televisão mais fácil ou mais difícil do que os outros, mas 
um veículo com regras próprias para se extrair o melhor do seu potencial de comunicação.
Anote isso
Existe o chamado “Poder de Sedução” provocado pela televisão, que acaba prendendo a 
atenção do telespectador e fidelizando esta audiência. No caso da TV, SEDUÇÃO seria: 
manter o equilíbrio entre a informação e emoção que se bem explorados, prendem a 
atenção de quem assiste. 
Segundo estudiosos de comunicação, duas coisas são capazes de prender a atenção:
1. Uma notícia forte, bem redigida e bem apresentada.
2. Imagens de impacto, capazes de transmitir emoções.
FICA A DICA 
“Se o jornalista conseguir a atenção para o que está dizendo, o telespectador ficará 
atento ao que será mostrado, vai querer mais detalhes e informações sobre o quer 
está sendo apresentado”.
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5.4 Seletiva
 
Seletividade: reunião de pauta, definindo o que será ou não notícia. Fonte: http://s2.glbimg.com/HneA_mBYPhruBS2pA35OJHAOWog=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/
original/2015/05/19/img_9597.jpg
Quando falamos que uma das características da TV é ser “Seletiva”, temos que entender 
que o ritmo da televisão faz com que disponha de pouco tempo para tratar os assuntos 
diários é preciso, portanto, uma seleção do que será mostrado.
Para definir o que vai ao ar e o que é cortado, alguns fatores são levados em consideração, 
como a importância ou relevância do tema e a qualidade das imagens e da reportagem.
Além disso, ainda existe a seleção da reportagem, que é feita por meio da edição, ou seja, 
uma notícia de televisão tem em média 1 minuto e 30 segundos. Uma sonora, ou seja, a 
entrevista dentro de uma reportagem, raramente ultrapassa 30 segundos.
Para se ter uma comparação, 25 minutos de produção em telejornalismo serão 750 linhas 
de texto, com 32 palavras e média de 20 notícias. Em apenas uma página de jornal tabloide, 
se chega a 460 linhas de texto, muitas vezes, sobre o mesmo assunto. O jornal ainda pode 
http://s2.glbimg.com/HneA_mBYPhruBS2pA35OJHAOWog=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2015/05/19/img_9597.jpg
http://s2.glbimg.com/HneA_mBYPhruBS2pA35OJHAOWog=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2015/05/19/img_9597.jpg
http://s2.glbimg.com/HneA_mBYPhruBS2pA35OJHAOWog=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2015/05/19/img_9597.jpg
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ampliar o número de páginas. Isto mostra que a televisão, assim como o rádio, trabalha 
tendo o tempo como limitador e precisa ser seletivo.
Os jornalistas de televisão devem saber que dificilmente conseguirão a mesma profundidade 
na abordagem que o jornal impresso, e por isso, é extremamente importante escolher palavras 
claras, adequadas e conhecidas, quando se fala em televisão.
5.4.1 Padrão Telejornalistico
O padrão telejornalístico é a maneira pelo qual um profissional consegue produzir conteúdo 
jornalístico de acordo com determinados preceitos, dentre eles construir textos que contenham 
frases objetivas e diretas, que não deixem dúvidas sobre o que realmente o jornalista quis 
dizer.
Quanto mais a linguagem escrita para TV se aproximar da falada, com simplicidade e 
clareza, maior será a possibilidade de entendimento. O jornalista deve transmitir segurança 
ao telespectador através da emissão de conceitos bem definidos e formulados em linguagem 
simples e didática, sem gírias, termos técnicos e frases longas.
Não devemos esquecer que a televisão lida basicamente com linguagem oral, por isso é 
preciso a prática permanente da concisão, o que significa não usar palavras desnecessárias. 
Usar a precisão vocabular, ou seja, usar cada palavra com seu significado específico.
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AULA 6
CATEGORIA E GÊNERO NO 
TELEJORNALISMO
“Qualquer que seja a categoria de um programa de televisão, ele deve 
sempre entreter e pode também informar. Pode ser informativo, mas deve 
também ser de entretenimento” (SOUZA, 2015, p.39).
Ao assistirmos um programa de televisão será que conseguimos ter clareza sobre a 
natureza deste programa, ou seja, conseguimos identificar a qual “categoria” de produção 
pertence este programa. Além disso, sabemos qual o “gênero” e o “formato” do programa. 
Um telespectador comum certamente nunca se atentou para isso, e na verdade nem 
precisa. Ele saberá apenas que é um programa de auditório, um telejornal, um programa 
de entrevistas. Agora, saber se é da categoria entretenimento, informativo ou educativo, 
publicitário ou outra categoria será mais difícil. 
E será pedir demais ainda para que ele classifique o formato? Creio que sim, pois até 
profissionais de televisão acostumados a lidar com o dia a dia da notícia, da informação, 
acabam se esquecendo desta classificação, pois colocam tudo em um mesmo pacote. Um 
programa dominical pertence a categoria do “entretenimento”, gênero “auditório”, e pode ter 
vários “formatos”, conforme explica Souza (2015). 
A sucessão de quadros musicais, entrevistas, jogos e atrações diversas 
faz do programa de auditório um gênero que comporta facilmente vários 
formatos: há pequenas reportagens, debates, video clipes e encenações 
que dão ritmo à produção. Daí a melhor denominação de programas 
de variedades, dada pelas próprias emissoras. O sucesso do gênero 
estimulou outras experiências com vários públicos. O Programa Livre, 
apresentado por Serginho Groissmann, no SBT (que hoje está na Globo, 
com o Altas Horas), foi levado primeiramente na Rede Cultura para 
atingir o público adolescente. Programas humorísticos também usam 
o auditório como elemento da produção. Alguns deles, classificados de 
variedades (Hebe Camargo – SBT) ou de entrevista (Jô Soares Onze 
e Meia, então no SBT). Esses programas podem ser monotemáticos, 
com pessoas do auditório intermediando reportagens e entrevistas ou, 
às vezes, o público é apenas um elemento contemplativo presente à 
gravação (SOUZA, 2015, p.69).
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Para um profissional que atua no seguimento de comunicação, principalmente em 
televisão, torna-se fundamental o entendimento técnico do veículo televisão, que se moderniza 
constantemente, exigindo de seus profissionais atualização constante e conhecimento das 
ferramentas para produção de conteúdo, como enfatiza o pesquisador.
Seguindo as etapas do aprendizado, o aluno torna -se capaz de identificar 
um programa e classificá -lo, para depois criar fórmulas de programas 
televisivos nos seus projetos experimentais. Esse, portanto, é um caminho 
para unir teoria e prática, pois a identificação dos gêneros e formatos 
pode associar -se à produção de programas experimentais logo no início 
dos cursos (SOUZA, 2015,p.22).
6.1 Entendendo e classificando as produções
Os programas televisivos em geral buscam entreter, informar e na medida do possível 
educar seus telespectadores. Para Souza (2015), o entretenimento é, dentre as categorias 
destacadas em suas pesquisas, o mais importante:
O entretenimento é necessário para toda e qualquer ideia de produção, 
sem exceções. Todo programa deve entreter, senão não haverá audiência. 
Entreter não significa apenas sorrir e cantar. Pode ser interessar, 
surpreender, divertir, chocar, estimular ou desafiar, mas despertando 
sua vontade de assistir, isso é entretenimento (SOUZA, 2015, p.30).
A tabela a seguir apresenta a classificação das categorias e dos gêneros da televisão aberta 
brasileira, durante pesquisas feitas por Souza (2015). São cinco categorias: entretenimento; 
informação; educação; publicidade e outros. Já os gêneros são inúmeros, principalmente 
no entretenimento que vimos ser a categoria considerada mais importante, por seu poder 
de prender a atenção do telespectador.
Para nós, certamente a categoria que mais interessa é a “informação”, pois é onde reside por 
origem o gênero Telejornal. Mas percebemos também que o jornalismo, mesmo modificado, 
apresentando outro formato, tem espaço garantido nas demais categorias, o que abre novas 
portas para o trabalho dos jornalistas.
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Fonte: (SOUZA, 2015, p.66)
Isto está na rede
Revista de Sábado é um programa da categoria “Entretenimento”, do gênero “Revista” 
que apresenta jornalismo e variedades em um mesmo espaço. De forma divertida, 
alegre e descompromissada mostra as principais características de cidades do interior 
do Estado de São Paulo. 
“O Revista de Sábado tem como foco valorizar cidades e tradições do interior paulista. 
A cada semana visita uma das 318 cidades da área de cobertura e dá voz à “figuras 
ilustres”, destaca artistas e a culinária local. Mostra os principais pontos turísticos, além 
de discutir comportamento, esportes curiosos e um espaço especial para as principais 
atrações e eventos do interior”. (https://gshow.globo.com/TV-Tem/Revista-de-Sabado/
noticia/sobre-o-revista-de-sabado.ghtml)
 
Revista de sábado: entretenimento e jornalismo em formato interativo e bem humorado. Fonte: https://gshow.globo.com/TV-Tem/Revista-de-Sabado/
https://gshow.globo.com/TV-Tem/Revista-de-Sabado/noticia/sobre-o-revista-de-sabado.ghtml
https://gshow.globo.com/TV-Tem/Revista-de-Sabado/noticia/sobre-o-revista-de-sabado.ghtml
https://gshow.globo.com/TV-Tem/Revista-de-Sabado/
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6.2 Gêneros e formatos da categoria Informação
Apresentaremos agora os gêneros que compõem a categoria “Informação” e os formatos 
em que podem ser apresentados. São quatro os gêneros catalogados por Souza (2015): 
Debate; Documentário; Entrevista; Telejornal. Para Rezende (2009), além dos gêneros descritos 
por Souza (2015), outros formatos podem também ser considerados, como os destacados 
em negrito na citação abaixo.
Na TV, a categoria telejornalismo abrange várias subcategorias - 
Telejornal, Documentário, Reportagens Especiais, Entrevista, Programa 
de Debates, Talk Show, além de outras, episódicas, caso do Plantão, 
das Retrospectivas de fim de ano e dos Espetáculos Midiáticos. O 
jornalismo está presente também em programas híbridos, alternando 
ocorrências com subcategorias ficcionais, educativas e apresentações 
artísticas: Programas de Variedades, Talk Shows e revistas femininas 
televisivas (REZENDE, 2009, p.02).
6.2.1 Gênero Informativo Debate
Tem como característica principal a quantidade de pessoas participando, tanto por parte de 
entrevistados, como de entrevistadores. Os temas a serem debatidos variam de acordo com a 
proposta do programa. Pode-se debater um único tema, como abordar vários assuntos. Tem 
geralmente um mediador, que conduz as discussões e organiza as falas e tempo destinado 
a cada parte.
O gênero debate é muito utilizado em programas de esporte, economia e política, onde 
participantes e entrevistadores com pontos de vista conflitantes são convidados para que 
o telespectador consiga ouvir opiniões diversas sobre um mesmo assunto.
O formato mais comum acaba sendo o de uma mesa redonda, onde todos podem se 
olhar diretamente. Além de um mediador ou apresentador, especialistas são convidados 
tanto para perguntar como responder. Outra característica deste gênero é o tempo maior 
dos programas para que todos possam aprofundar as análises. 
O programa esportivo “Mesa Redonda” é um dos mais tradicionais, apresentado pelo 
experiente jornalista esportivo Flávio Prado, discute nas noites de domingo os principais 
assuntos do futebol. Também exibe reportagens e entradas ao vivo de repórteres e jogadores.
 
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Fonte: https://www.tvgazeta.com.br/wp-content/uploads/2015/10/mesa_redonda-1024x401.jpg
6.2.2 Gênero Informativo Documentário
O documentário é um gênero telejornalístico de muito respeito, pois mostra aos 
telespectadores e aos concorrentes a capacidade de uma emissora em produzir um material de 
conteúdo aprofundado, inédito, atual, trazendo muitas vezes novos elementos sobre assuntos 
já conhecidos da sociedade.
Para Rezende (2009), o documentário migrou do cinema para a TV trazendo a mesma 
força jornalística e investigativa que o caracteriza. O documentário ganhou muita força e 
respeito ao tratar sobre os grandes conflitos da humanidade, mais notadamente, a Segunda 
Guerra (1939-1945).
O documentário, no que guarda de afinidade com a reportagem, se 
materializa em distintas modalidades. A mais frequente é a da grande 
reportagem, produzida no suporte de vídeo ou filme, contando de uma 
série de informações referentes a um acontecimento ou fenômeno da 
atualidade. As especificidades da grande reportagem são ser tópicas, 
“concentrando a atenção sobre uma determinada situação, um fato 
determinado; e intensiva, por tratar as questões em profundidade e 
abordar várias facetas”. (JESPERS, 1998, p 168). Uma expressão típica 
da grande reportagem na televisão brasileira é o Globo Repórter, da 
Rede Globo de Televisão (REZENDE, 2009, p.05).
Souza (2015) lembra que o documentário exige pesquisa, aprofundamento dos temas com 
entrevistas e produção de imagens em diversos locais, além de ter como proposta buscar 
o máximo possível de informações sobre o tema e por este motivo acaba tendo um tempo 
https://www.tvgazeta.com.br/wp-content/uploads/2015/10/mesa_redonda-1024x401.jpg
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maior, que pode até ultrapassar uma hora de exibição. Com relação ao formato, o autor diz 
que pode ser muito variado.
O documentário pode apresentar muitos formatos dentro do próprio 
gênero, como videoclipes, entrevistas, debates, narração em off, com 
o objetivo de não torná-lo cansativo e apresentar de forma variada as 
informações colhidas de várias fontes. O documentário passa a ser 
também um formato quando utilizado por outros gêneros. Os gêneros 
esportivo, político e especial também podem ser roteirizados no formato 
documentário, sem perder as características (SOUZA, 2015, p,109).
O documentário abre caminho para que o jornalista possa desenvolver um trabalho mais 
aprofundado sobre temas de interesse da sociedade, de grupos e segmentos, o que dificilmente 
uma reportagem de TV consegue apresentar.
 
Fonte: https://vermelho.org.br/wp-content/uploads/2019/10/documentario_a_cor_do_trabalho71910.jpg
6.2.3 Gênero Informativo Entrevista
Este gênero não deve ser confundido com a entrevista que o repórter faz para um determinado 
tema, que depois passará por edição, receberá imagens e entrará em um telejornal, com no 
máximo dois minutos.
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47
TELEJORNALISMO

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