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Apostila Eng.Amb. Prof. João Alberto Parte1

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APOSTILA DE 
INTRODUÇÃO À ENGENHARIA AMBIENTAL 
 
 
PARTE 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. João Alberto Ferreira 
joaf@uerj.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2008 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
2. NOÇÕES GERAIS DE ECOLOGIA 
3. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 
4. BIOMAS E BIODIVERSIDADE 
5. PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS 
6. POLÍTICA E GESTÃO AMBIENTAL 
7. NORMAS AMBIENTAIS 
8. IMPACTOS NOS ECOSSISTEMAS HIDRICOS 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Os avanços e a importância da tecnologia para o conforto, bem-estar e a sobrevivência do 
homem e são inegáveis nos tempos atuais. Citando um biólogo brasileiro Warwick E. Kerr “o homem 
pode conquistar novos nichos, novos territórios, novos alimentos, sem necessidade de mutação e 
seleção natural, porque ele adicionou, ao processo evolutivo, duas novidades de capital importância: a 
Invenção e a Instrução, a primeira resolvendo problemas e criando outros, e a segunda inter-
relacionando várias invenções e evitando que estas tenham de ser repetidas” (Branco,1987). 
 
No entanto, este avanço tecnológico deve ser planejado de modo que as inovações sejam 
introduzidas quando forem necessárias para a adaptação do homem à evolução do meio, e suas 
conseqüências avaliadas de modo que possa impedir o aparecimento de efeitos secundários danosos. 
Por exemplo, o crescimento das cidades e a industrialização fizeram com que aumentasse o volume de 
esgotos e águas residuárias. O tratamento dos esgotos e destas águas não acompanhou o ritmo deste 
crescimento, ou através de implantação de estações de tratamento de esgoto, ocorrendo assim à 
proteção contra a poluição dos solos, rios e mares, ou através da introdução de novas tecnologias nas 
indústrias. A geração de resíduos domiciliares cresce cada vez mais exigindo do governo um 
tratamento mais adequado para a disposição final destes resíduos, de modo que não continue a 
realidade nacional de também ocorrer a contaminação de recursos hídricos superficiais ou profundos, 
destruindo ecossistemas e a biodiversidade existente. Vários outros exemplos poderiam ser citados. 
 
Dentro deste cenário, notadamente a partir da década de 70, começa um movimento de 
conscientização da necessidade de se preservar o Meio Ambiente, como forma de afastar os riscos de 
até uma possível extinção humana. Observa-se hoje, que o progresso, o desenvolvimento tecnológico e 
industrial, o crescimento populacional e a urbanização, muitas vezes desordenada, acabam por 
provocar profundas alterações aos ecossistemas naturais. Em muitos casos, as interferências que visam 
beneficiar o ser humano podem resultar em profundas modificações, causando sérios prejuízos ao 
Meio Ambiente. O grande desafio que se coloca é que se alcance o equilíbrio entre a utilização dos 
recursos naturais, que gerarão a energia necessária ou servirão de insumos para o desenvolvimento 
tecnológico, o crescimento populacional, e a poluição que fatalmente ocorrerá. 
 
Este movimento teve início em 1968 com o Clube de Roma, quando 30 especialistas de várias 
áreas da ciência se reuniram em Roma com o objetivo de discutir a crise e o futuro da humanidade. O 
resultado deste trabalho foi publicado em 1972 : “The Limits of Growth”, onde se alertava que o 
 
 
4 
 
crescente consumo mundial levaria a um limite de crescimento e possivelmente a um colapso. Neste 
mesmo ano de 1972, em Estocolmo, Suécia, ocorreu a Conferência da ONU sobre o Ambiente 
Humano. Pela primeira vez a Educação Ambiental foi reconhecida como elemento vital para a 
conscientização da crise ambiental mundial (Rivoir, 1998). 
 
A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, conhecida como Comissão Brundtland produziu, 
em 1987, o relatório “Our Common Future”, documento que ressalta a importância da busca do 
equilíbrio entre desenvolvimento e preservação dos recursos naturais. Ou seja, a economia global e a 
ecologia estão inexoravelmente interligadas. Esta publicação permitiu difundir o conceito de 
Desenvolvimento Sustentável (Sustentado), definido como “aquele que atende as necessidades do 
presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias 
necessidades”. Este conceito se apóia em três aspectos principais: crescimento econômico, eqüidade 
social e equilíbrio ecológico. A humanidade tem como desafio gerenciar o planeta, comprometida 
com as bases do desenvolvimento sustentável. 
 
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizado 
no Rio de Janeiro em 1992, conhecida como Rio 92, os 170 países presentes assumiram o 
compromisso de internalizar, nas políticas públicas de seus países, as noções de sustentabilidade e de 
desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 surgiu para tentar organizar através de um documento este 
processo de transformação, a partir da definição de alguns temas, como por exemplo, Agricultura 
Sustentável, Cidades Sustentáveis, Gestão de Recursos Naturais, Redução das Desigualdades Sociais, 
Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável. A implementação da Agenda pressupõe a 
conscientização dos cidadãos sobre o papel ambiental, econômico, social e político (Agenda 21, 2000). 
Uma nova Conferência ocorreu em 2002, em Joanesburgo, África do Sul, denominada de Rio+10. A 
plataforma principal dos países latino-americano e caribenho reinvidica os compromissos da Rio 92, 
especialmente quanto à transferência de recursos e de tecnologia, à repartição dos benefícios do uso 
sustentável da biodiversidade, e à abertura do mercado dos países industrializados para os produtos dos 
países em desenvolvimento. Defendem uma outra globalização, que garante um desenvolvimento 
eqüitativo, inclusivo e sustentável. 
 
 
 
5 
 
2. NOÇÕES GERAIS DE ECOLOGIA 
Alguns conceitos básicos de ecologia serão introduzidos, de modo que se faça este 
entendimento da sustentabilidade, (Branco, 1987, Braga et al, 2000). 
 
A ecologia é o estudo das relações dos organismos na sua casa. O meio ambiente é o conjunto 
das condições, influências e interações, que atuam sobre os organismos, considerando as plantas, os 
animais e os seres humanos. 
 
A palavra ecologia deriva do grego “oikos” que significa casa, ou lugar onde se mora, e 
“logos” que significa estudo. Ou seja estuda os organismos ou grupos de organismos com o seu 
ambiente. Trata da estrutura e do funcionamento da natureza, ressaltando a biologia de grupos de 
organismos e dos processos funcionais na terra, no mar e na água doce, ou seja o estudo dos 
ecossistemas. Inclui-se também neste estudo a humanidade. Para muitos, “a totalidade do homem e 
do ambiente”. 
 
A introdução do termo ecologia foi realizada pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, em 1869, 
que a entendia como: “a ciência da totalidade das relações do organismo x ambiente”. 
 
O Princípio de Lavoisier: “Nada se cria, nada se perde: tudo se transforma” é fundamental, seja 
em relação às formas de energia, seja por extensão com relação às estruturas biológicas. O grande 
conjunto de formas vivas, das mais primitivas às mais evoluídas, acha-se ligado por relações dinâmicas 
de interdependência. Assim, a existência e a sobrevivência do homem estão na dependência da 
existência de formas mais primitivas e até microscópicas de vida, tais como bactérias e muitos outros 
organismos que integram o ciclo da energia e das substâncias da natureza. 
 
POPULAÇÃO 
Grupo de indivíduos de uma dada espécie de organismo que habitam ao mesmo tempo um mesmo 
espaço físico. Por exemplo: os esquilos do Jardim Botânico; as árvores de mogno da Floresta 
Amazônica. 
 
COMUNIDADE 
O conjunto de diferentes populações que ocupa uma determinada área, ao mesmo tempo. Também 
denominada biocenose. Exemplo: todas as plantas e animais do deserto do Saara. 
 
 
6 
 
ECOSSISTEMA 
Sistema: componentes com interação e interdependência regulares formando um todo unificado. 
Ecossistemas são sistemas resultantes da integração de todos fatores vivos e não vivosdo ambiente. 
(ecologista inglês A G. Tansley, 1935). São unidades constituídas pelo meio físico, biótipo e os 
diversos seres que nele habitam, biocenose, ocorrendo uma interação entre eles. É um sistema 
ecológico. 
 
ECOSSISTEMA = BIÓTOPO + BIOCENOSE 
Componentes abióticos: ar, luz, calor, ventos, água, solo. 
Componentes bióticos: seres vivos. 
 
ECOSSISTEMA é “qualquer unidade que inclua todos os organismos de uma determinada 
área, interagindo com o meio físico, de tal forma a originar um fluxo de energia, definindo claramente 
uma estrutura trófica [trophos=nutrir], uma diversidade biótica e um ciclo de matérias (intercâmbio de 
matérias entre partes vivas e não vivas) dentro do sistema.” (Odum) 
 
As dimensões serão de conveniência. Por exemplo, pode-se estudar uma floresta inteira ou 
uma simples bromélia, onde em seu receptáculo, formado pelas folhas, acumula-se água permitindo o 
desenvolvimento de algas fotossintetizantes seguidas de toda uma complexa fauna de protozoários e 
microinvertebrados. Outros exemplos: mar, mangue, as partes estratificadas de um lago. 
 
O princípio funcional fundamental de um ECOSSISTEMA é o de uma máquina capaz de interceptar a 
energia solar, transformá-la em energia química pela fotossíntese e repartir essa energia química de 
modo a assegurar a permanência de sua estrutura funcional. 
 
Do ponto de vista estrutural, os ECOSSISTEMAS tem 4 constituintes, de acordo com seu nível 
trófico (posição que o ser vivo ocupa dentro de uma cadeia alimentar no processo de obtenção de 
energia). 
 
1. Nutrientes são as substâncias abióticas, ou seja, substâncias existentes no ar, água, solo. 
2. Produtores são os organismos autótrofos: sintetizam matéria orgânica a partir de substâncias 
inorgânicas. São seres fotossintetizantes: vegetais ou bactérias quimiossintetizantes. 
 
 
7 
 
PRODUTOR 
NUTRIENTES 
CONSUMIDOR 
DECOMPOSITOR 
3. Consumidores são organismos heterotróficos, que se alimentam de compostos orgânicos 
existentes no meio ambiente, como outros organismos ou seus produtos. São principalmente os 
animais. Alimentam-se diretamente ou indiretamente dos produtores. Não tem capacidade de 
sintetizar a substância orgânica de que necessitam a partir de substâncias inorgânicas. 
São subdivididos em: 
• Primários: alimentam-se diretamente do produtor; exemplo: camarão, molusco, caranguejo; 
• Secundários: alimentam-se de consumidores primários; são denominados carnívoros; por 
exemplo: pequenos peixes. 
• Terciários: alimentam-se dos secundários; exemplo: peixes maiores. 
 
4. Decompositores (saprófitos) são algumas espécies de seres heterótrofos que se alimentam de 
matérias orgânicas mortas e de dejetos biológicos, promovendo a reciclagem da matéria no 
ambiente físico, fornecendo elementos minerais que vão servir aos produtores. São representados 
pelas bactérias e fungos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro exemplo pode ser dado: 
PRODUTOR Milho 
NUTRIENTES Vitaminas, Minerais e Proteínas 
CONSUMIDOR Primário Secundário Terciário 
 Rato Cobra Gavião 
DECOMPOSITOR Bactérias e fungos 
 
 
ECOSFERA 
 
 
8 
 
É o conjunto de sistemas ou compartimentos ambientais interdependentes compostos pela atmosfera, 
hidrosfera, litosfera (ou geosfera). 
 atmosfera: camada de ar que envolve a Terra, sob ação de força gravitacional; 
hidrosfera: compartimento formado pelas águas continentais de superfície e de subsolo e pelas 
águas marinhas, nas formas líquida e sólida; 
litosfera (ou geosfera): compartimento composto pelos solos e rochas. 
 
BIOSFERA 
É a região do Planeta que contém todo o conjunto de organismos vivos, na qual a vida é 
permanentemente possível, e pela matéria orgânica resultante deles. 
Trata-se de quase toda a superfície da Terra, exceto as regiões polares, permanentemente cobertas por 
gelo e das montanhas elevadas, onde nem planta nem animal são capazes de viver continuamente. Esta 
região é uma faixa limitada em relação ao diâmetro total da Terra. Acima de 6000 m de altitude as 
condições de temperatura, pressão, oxigênio e alimento não são próprias para a vida. Alguns pássaros 
na Índia foram observados transitoriamente a 9000 m de altitude. Nos oceanos, embora as formas de 
vida primitiva (como bactérias) foram encontrados nos abismos mais profundos explorados, a vida já 
se torna difícil abaixo de 6000 m de profundidade. No solo, pequenos organismos vivem a poucos 
metros de profundidade. 
 
São indispensáveis à Vida, sendo sua presença obrigatória na biosfera: 
O CALOR: para atividade química, e conseqüentemente para as reações biológicas que caracterizam o 
metabolismo dos seres vivos. 
A ÁGUA: principal componente das células, e solvente das substâncias minerais e orgânicas. 
A LUZ : fonte de energia para a síntese dos compostos orgânicos. 
 
A vida no Planeta, ou em qualquer ambiente em particular, depende da existência de elementos 
indispensáveis como (água, energia, carbono, etc.) e da ausência de fatores nocivos (temperatura 
elevada, presença de substâncias tóxicas). 
 
HABITAT 
É o local onde determinada espécie vive e desempenha o seu nicho ecológico. Algumas espécies de 
seres vivos conseguem se adaptar à diferentes condições ambientais, podendo ter maior distribuição 
geográfica e, portanto, um habitat mais amplo. Duas espécies podem coexistir em um mesmo habitat 
 
 
9 
 
desde que possuam nichos ecológicos diferentes. Como exemplo têm-se os fitoplânctons e 
zooplânctons que habitam as águas superficiais de um rio, lago ou lagoa. Os fitoplânctons sintetizam a 
sua própria matéria orgânica a partir da radiação solar, enquanto que zooplânctons atuam como 
consumidores na obtenção de nutrientes. 
 
 
10 
 
 
NICHO ECOLÓGICO 
Está relacionado com a maneira de viver de cada organismo, seus hábitos, a forma de obtenção de 
energia e as interações das quais ele participa dentro de um ecossistema. O biólogo Gause demonstrou 
empiricamente que duas espécies diferentes de seres vivos não podem desempenhar o mesmo nicho 
ecológico em uma mesma região por muito tempo. 
 
MECANISMOS REGULADORES (HOMEOSTASE) 
São os mecanismos que, através da interação de organismos com organismos, garantem a manutenção 
da estrutura e função da comunidade. São forças e anti-forças que atuam nos ecossistemas para 
garantir uma certa estabilidade. Um exemplo: a variação da taxa de fotossíntese de uma floresta pode 
ser menor do que a de árvores ou de plantas, individualmente no seu interior. Se ocorrer uma 
modificação no comportamento do ecossistema, um sistema de realimentação aciona seus mecanismos 
homeostáticos para garantir a normalidade, no caso de modificações naturais. Intervenções antrópicas, 
que podem ser violentas e continuadas, podem não ser absorvidas pelos mecanismos reguladores. 
 
As condições de vida exigem que o ambiente permita a realização das atividades básicas de nutrição, 
reprodução e proteção. 
 
NUTRIÇÃO 
Processo de obtenção de matéria e energia do meio para a construção do organismo e realização de 
suas atividades. Para isto o organismo pode: 
- alimentar-se de compostos orgânicos já existentes. 
- sintetizar e produzir estes componentes. 
 
SÍNTESE 
A síntese de compostos orgânicos (a partir do carbono simples presente na forma de gás carbônico) é 
realizada pelos seres autótrofos, ou seja, todos os vegetais. 
 
 
11 
 
FOTOSSÍNTESE: reação resumida: 
 luz 
6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6H2O + 6O2 
 clorofila 
 
 Glicose gás oxigênio 
 
Clorofila: pigmento verde existente nos seres autótrofos. 
 
RESPIRAÇÃO 
É o mecanismo que permite aos seres vivos utilizar a energia contida nas moléculas orgânicas e 
consiste basicamente na oxidação bioquímica das moléculas.C6 H12 2O6 + 6O2 ⇒ 6 O2 + 6 H2O + ENERGIA 
 
Em todo processo de respiração há a destruição ou decomposição de compostos orgânicos. Na 
natureza, a todo processo de composição (síntese) corresponde um processo de decomposição 
(análise). A existência deste equilíbrio é fundamental à continuidade da vida, porque se por um lado a 
quantidade de energia disponível (SOLAR) é praticamente inesgotável, por outro lado a quantidade de 
carbono e de outros elementos constitutivos das moléculas orgânicas é limitado ao ambiente habitado. 
Ou seja, estes últimos elementos têm de ser constantemente reciclados. 
 
Duas ou mais espécies que convivem em um mesmo habitat podem desenvolver relações mútuas 
favoráveis ou desfavoráveis para uma ou para todos as participantes da relação. Podem ocorrer 
associações neutras, positivas ou negativas. 
 
Comensalismo: associação positiva em que uma espécie comensal, que se beneficia da união, e uma 
espécie hospedeira que não leva nenhuma vantagem, mas também não se prejudica. Exemplo: nos 
humanos, bactérias (comensal) que se alojam nos intestinos, alimentando-se do material retirado deste 
organismo. 
Cooperação: associação positiva, na qual ambas as espécies levam vantagem, porém não é 
indispensável à união, podendo os indivíduos levar vidas independentes. Exemplo: a nidificação 
coletiva, dos pássaros, que traz proteção contra os predadores. 
 
 
12 
 
Mutualismo: união positiva, no qual os indivíduos são ligados, não podendo um sobreviver, crescer, 
reproduzir sem o outro (simbiose). Exemplo: relação entre cupins e microorganismos que vivem em 
seu estômago que fazem a digestão da celulose da madeira; ocorre também entre fungos e raízes de 
vegetais. 
Amensalismo: associação negativa, onde uma espécie (amensal) é inibida em seu crescimento ou sua 
reprodução enquanto a outra inibidora não sofre essa inibição. 
Predação: associação negativa em que uma espécie predadora ataca e devora a espécie presa. 
Parasitismo: associação negativa, em que a espécie parasita inibe o crescimento, reprodução ou 
metabolismo da espécie hospedeira, podendo ou não acarretar a sua morte. 
Competição: associação negativa, na qual duas espécies apresentam o mesmo nicho ecológico, 
disputando assim alimentos e abrigos; espécies semelhantes não podem disputar o mesmo local, pois 
fatalmente uma será dizimada nesta competição. 
 
Concluindo, meio ambiente é o conjunto de elementos e fatores indispensáveis à vida (ODUM, 1969). 
É o que circunda um organismo incluindo as plantas e os animais com os quais ele interage. 
 
NÃO ESQUECER QUE NÓS OCUPAMOS ESTE ESPAÇO FÍSICO, OU SEJA, INTERAGIMOS E 
AGIMOS NO E COM O MEIO AMBIENTE. 
 
3. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 
Já foi visto que os indivíduos de uma mesma espécie formam a população. As várias populações 
formam a comunidade. A interação que ocorre dessa comunidade com o meio físico, e deste sobre os 
organismos, originando um fluxo de energia, compõe os ecossistemas. 
Uma característica do ecossistema é a relação alimentar que se estabelece entre os seres da biocenose 
de modo que suas necessidades energéticas fiquem atendidas. Esta relação constitui a cadeia alimentar, 
que dispõe de diferentes níveis tróficos, de acordo com a maneira pela qual os seres vivos obtêm sua 
energia dentro do ecossistema. 
 
 
13 
 
A fonte primária de energia é o SOL. 
ENERGIA SOLAR 
PRODUTORES CONSUMIDORES 
DECOMPOSITORES 
RESPIRAÇÃO 
CALOR 
MEIO AMBIENTE 
 
O fluxo de energia é UNIDIRECIONAL, exigindo uma fonte de energia externa ao ecossistema. 
 
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS são os caminhos mais ou menos circulares que os elementos 
químicos percorrem passando pelos organismos e voltando ao ambiente e daí novamente 
percorrendo pelos organismos. É o ciclo dos elementos químicos entre o meio biótico e o meio 
abiótico. 
 
BIO= organismos vivos GEO= refere-se as rochas, ao ar, à água da Terra. 
 
A biosfera caracteriza-se por um fluxo contínuo e cíclico de elementos que, retirados do solo, do ar, e 
da água pelos seres autótrofos, entram na composição dos compostos orgânicos, circulando pelas 
cadeias alimentares e são devolvidos ao meio físico através dos processos de decomposição. 
Desta maneira, as plantas verdes transformam substâncias inorgânicas, como carbono, nitrogênio, 
fósforo e potássio, em compostos orgânicos que são transferidos ao longo da cadeia alimentar. Estes, 
por ação dos decompositores, são devolvidos ao solo, água e atmosfera em sua forma inorgânica, 
ficando novamente à disposição dos seres produtores. 
A existência dos ciclos biogeoquímicos confere à biosfera um poder de auto-regulação (homeostase) 
assegurando a perenidade dos ecossistemas. 
 
 
 
14 
 
Os macronutrientes exercem papel fundamental e são necessários em quantidades relativamente 
grandes: C, H, O, N, Ca, Mg, S, P. Os micronutrientes são necessários em quantidades menores: Fe, 
Mn, Cu, Zn, Bo, Na, Mo, Cl, Va e Co. 
 
Em cada um dos ciclos biogeoquímicos existe um reservatório do nutriente que garante o fluxo lento e 
regularizado do mesmo. Os reservatórios não são de natureza biológica e, ocorrendo um consumo 
temporário exagerado, ou uma interrupção temporária do processo de restituição da substância ao 
meio, impedem a interrupção do ciclo. 
Do ponto de vista da biosfera como um todo, os ciclos biogeoquímicos classificam-se em: 
Ciclos gasosos, nos quais o depósito está na atmosfera ou hidrosfera, composto dos seguintes 
nutrientes: 
 oxigênio: cujo reservatório é a atmosfera; 
 carbono: cujo grande reservatório está na hidrosfera, constituída pelos carbonatos existentes 
no oceano, embora também esteja presente na atmosfera; 
nitrogênio: cujo reservatório é a atmosfera. 
Ciclos Sedimentares, nos quais o depósito está na crosta terrestre, composto dos seguintes 
nutrientes: 
água: cujos depósitos são o mar, rios, lagos e os lençóis subterrâneos; 
fósforo: cujo reservatório são as rochas formadas em remotas eras geológicas; 
enxofre: cujo maior reservatório são as rochas e sedimentos. 
 
CICLO DA ÁGUA OU CICLO HIDROLÓGICO 
A água é a substância mais abundante presente na atmosfera, ocupando 71% da superfície do planeta. 
É um componente essencial à vida e à maior parte da matéria viva. O homem possui cerca de 60% do 
seu peso constituído de água e alguns animais aquáticos tem cerca de 90%. 
A distribuição da água no globo terrestre é a seguinte: 
• Água do mar: 97% 
• Calotas polares e geleiras: 2,2% 
• Água doce: 0,8% 
 Água subterrânea: 97% 
 Água superficial: 3% 
O ciclo da água começa com a evaporação dos corpos hídricos (mares, rios e lagos) e do solo sob a 
ação da radiação solar (calor), passando à atmosfera sob a forma de vapor. Este, sofrendo resfriamento, 
 
 
15 
 
condensa-se sob a forma de nuvens (condensação). A água é então devolvida à superfície terrestre na 
forma de chuvas, neblina, neve ou granizo (precipitação). A parcela de água precipitada sobre a 
superfície sólida pode seguir três vias distintas: escoamento superficial, infiltração e evapo-
transpiração. 
O escoamento superficial é responsável pela formação de córregos, rios e lagos. 
A infiltração contribui para o recarregamento das reservas freáticas e a rehidratação do solo. Estas 
águas subterrâneas, que se movimentam debaixo da superfície do terreno podem, além de serem 
absorvidas pelas raízes vegetais, também alimentar rios e lagos e até atingir o oceano. Elas também são 
fundamentais as atividades biológicas que se desenvolvem nas camadas superficiais do continente. Daí 
seu papel fundamental na manutenção dos ecossistemas. 
Essa água acumulada pela infiltração é restituída à atmosfera por meio de evapo-transpiração. A 
vegetação exerce papel importante nesta devolução pois acelera o processo da simples evaporação. 
Para tal imagine-se a somatória da superfície das folhas em relação à superfície do solo, e poderá se 
perceber o processo multiplicador desempenhado pela vegetação. 
Reforçando ainda o papel da cobertura vegetal,o sistema radicular de folhas e arbustos pode atingir 
profundidades de dezenas de metros, permitindo uma rápida movimentação dessas águas. Além disso, 
a maior ou menor proporção do escoamento superficial em relação à infiltração é influenciado 
fortemente pela presença ou não da cobertura vegetal. Esta também poderá impedir os processos de 
erosão, provocados pela ação mecânica da água sobre o solo. 
 
Figura 1. Ciclo Hidrológico. 
Fonte: Ecologia 
 
 
Rocha 
impermeável 
Precipitação 
Evaporação Transpiração 
Evaporação 
Nível 
d'água 
subterrâneo 
Oceano 
 
 
16 
 
CICLO DO OXIGÊNIO 
Nos processos energéticos o oxigênio é fundamental para os seres vivos. Ele se encontra na atmosfera 
numa proporção de 21%. O ciclo começa com a respiração dos animais, e dos vegetais também, 
absorvendo o oxigênio da atmosfera, ou o oxigênio dissolvido nas águas. Os animais devolvem ao 
ambiente o CO2. O gás carbônico é consumido pelas plantas no processo da fotossíntese, que por sua 
vez retorna o oxigênio para a atmosfera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Ciclo do Oxigênio. 
 
 
CICLO DO CARBONO 
O carbono é um elemento essencial na composição da matéria orgânica, e está presente em TODOS 
organismos vivos. O carbono utilizado pela bioscenose está presente no ar atmosférico (em forma de 
gás carbônico) ou dissolvido nas águas. 
 
O carbono depois de obtido pela fotossíntese pelos seres autótrofos é devolvido ao meio através da 
respiração, restabelecendo assim a concentração de CO2 no meio. Além disso, há a produção de 
matéria orgânica por esses seres que será incorporada à cadeia alimentar dos seres heterótrofos. 
 
A respiração dos seres vivos provoca a oxidação da matéria orgânica e parte do gás carbônico será 
liberada para a atmosfera. A matéria orgânica das plantas e animais mortos é utilizada como alimento 
pelos microorganismos decompositores, ocorrendo assim o retorno do carbono na forma de gás 
carbônico ao meio. 
 
O2 atmosférico CO2 atmosférico 
Respiração 
 
Respiração 
Respiração 
Fotossíntese Fotossíntese 
Fixação em óxidos metálicos 
Respiração 
Animais 
 
 
17 
 
A matéria orgânica em algumas situações pode não ser totalmente degradada pelos decompositores, 
permanecendo no subsolo sob a forma de depósitos fósseis, como carvão e petróleo. Em eras 
geológicas antigas, como o carbonífero, a atmosfera com muito gás carbônico, contribuiu para a 
ocorrência de uma flora e fauna abundantes, permitindo a formação destes grandes depósitos fósseis. A 
diminuição desse gás carbônico, pela própria fotossíntese, teria ocasionado o desaparecimento 
daqueles ecossistemas primitivos. 
 
Os grandes reservatórios de carbono existentes atualmente são representados pelos carbonos presentes 
na hidrosfera e litosfera, ou seja, na água e nos solos. Eles não participam ativamente do ciclo, 
aparecendo somente quando ocorrem as grandes erupções vulcânicas. O carbono também está na 
estrutura das conchas, que, após a sua “morte”, formas os depósitos calcáreos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ciclo do CO2. Os números representam 109 toneladas de CO2 nos principais compartimentos da biosfera e circulando 
por entre os compartimentos (setas). 
Figura 3. Ciclo do Carbono. 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DO NITROGÊNIO 
O nitrogênio está presente em altas quantidades na atmosfera, com 78%. No entanto as plantas 
superiores não conseguem absorvê-lo e fixá-lo em suas células para obtenção de proteínas. E ele é 
indispensável à formação das proteínas. 
 
As plantas então obtém o nitrogênio sob a forma de nitratos (NO3). E estes surgem de duas formas. Em 
menor escala, com a combinação de átomos de hidrogênio com oxigênio, quando ocorrem descargas 
elétricas e relâmpagos, que se precipitam para o solo, onde reagem com outras substâncias, originando 
os nitratos. E, em grande escala, através de bactérias fixadoras de nitrogênio livre, formando também 
os nitratos. As bactérias se associam as plantas, entrando assim na cadeia alimentar; são consumidas 
pelos animais até chegar aos decompositores. Estes são bactérias de putrefação que produzem a 
amônia (NH3) e o íon amônio (NH4) e a uréia. O íon amônio é absorvido por algumas plantas. Por 
outro lado, o que se observa mais comumente, é o aproveitamento de amônia por bactérias. São as 
bactérias nitrosas que oxidam a amônia em nitritos (NO2). Então entram em cena as bactérias nítricas, 
que oxidam nitritos (NO2) em nitratos (NO3). 
CO2 ATMOSFÉRICO 
CONCHAS 
DEPÓSITOS CALCÁREOS 
QUEIMA 
CO2 DISSOLVIDO NA ÁGUA 
DEPÓSITOS FÓSSEIS 
(CARVÃO, PETÓLEO) 
MORTE 
RESPIRAÇÃO 
RESPIRAÇÃO 
FOTOSSÍNTESE 
CADEIA ALIMENTAR 
DECOMPOSITORES 
MATÉRIA ORGÂNICA 
SER AUTÓTROFO 
SER HETEROTROFO 
 
 
19 
 
 
Resta apenas ressaltar o papel de outro grupo de bactérias existentes no solo, as desnitrificantes, que 
promovem a decomposição da uréia e da amônia, liberando o nitrogênio molecular (N2) para a 
atmosfera. Com isto fecha-se o ciclo do nitrogênio na natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Figura 4. Ciclo do Nitrogênio 
 
 
 
21 
 
CICLO DO FÓSFORO 
As reservas de fósforo se constituem nas rochas fosfatadas originadas em remotas eras geológicas. 
Com a ação do intemperismo, as rochas são degradadas , fornecendo fosfatos que serão utilizados 
pelos seres produtores, que, ao longo da cadeia alimentar, serão utilizados pelos consumidores. Por 
ocasião da morte das plantas e animais os seres decompositores degradam a matéria orgânica liberando 
o fósforo na forma de fosfato, que se torna assimilável pelos seres autótrofos. Uma parcela do fósforo 
fica depositado nos mares e oceanos, como conseqüência da erosão, e uma parcela é reciclada pelo 
consumo dos seres aquáticos. 
 
A erosão acelerada e a utilização das rochas fosfatadas pelas indústrias fertilizantes vêm ocasionando 
grandes perdas deste mineral nos sedimentos oceânicos profundos. O excesso de fósforo nos corpos 
hídricos também acarreta em uma proliferação de algas não conveniente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Ciclo do Fósforo 
 
 
COMO INTERFERIMOS NOS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 
A biosfera está em movimento químico. Muitos dos problemas ambientais e de saúde atuais resultam 
dos impactos de substâncias sintéticas na biosfera, alterando os ciclos. Como exemplo podemos citar: 
lançamento na natureza substâncias não biodegradáveis pelas bactérias que atuam nos ciclos 
biogeoquímicos, exemplo do DDT; inseticidas organoclorados tóxicos a organismos; metais pesados: 
SER HETERÓTROFO 
SEDIMENTOS 
SER AUTÓTROFO 
SEDIMENTOS 
EROSÃO EROSÃO - DEPÓSITO 
EROSÃO 
N.A. 
 
 
22 
 
zinco, cromo. manganês, mercúrio, pois organismos aquáticos são muito sensíveis a estes 
contaminantes. 
 
Quando por algum motivo os ciclos biogeoquímicos são alterados, bloqueados ou intensificados o 
processo passa ser acíclico. Exemplos: eutrofização, chuva ácida, efeito estufa, rocha fosfatada. 
 
Eutrofização 
Este fenômeno ocorre na água em virtude do aumento da concentração de nitrogênio e fósforo 
provocado pelo excesso de adubos no solo. Os esgotos urbanos são ricos também desses elementos, 
que os tratamentos usualmente utilizados não eliminam. 
O lançamento dessas substâncias à água provoca o aumento de sua fertilidade, causando um 
crescimento extraordinário de algas, fenômeno que recebe o nome de eutrofização (ou eutroficação). 
 
Chuva Ácida 
Os óxidos de enxofre (SOx) e de nitrogênio (NOx), provenientes da queima de combustíveis fósseis, 
veículos automotores e de algumas indústrias, reagem com vapor de água produzindo ácido sulfúrico e 
nítrico. As chuvas ácidas (assim considerada quando seu pH é menor do que 5,6), destroem a fauna e a 
flora de rios e lagos, as florestas e matas, corroem materiais diversos. 
Devido às correntes aéreas e regimes pluviais as nuvens ácidas podem se deslocar muitos km do ponto 
de origem. Exemplo: Interferência edestruição de Lagos e Florestas. Em 1988 de 140x106 ha de 
florestas de porte da Europa 49x106 (35%) sofreram impactos de chuva ácida. 
 
Efeito estufa 
A concentração de CO2 na atmosfera permaneceu estável durante séculos. Nos últimos 100 anos vem 
ocorrendo o aumento do gás carbônico na atmosfera. A causa deste aumento é a queima de 
combustíveis fósseis. Além disso, outros gases decorrentes da ocupação antrópica, passaram a estar 
presentes na atmosfera como o uso dos clorofluoecarbonos (CFC), presentes em aerossóis e como 
trocadores de calor em sistemas de refrigeração. Esta mudança provocou o aumento da temperatura na 
terra, o processo conhecido como Efeito estufa. 
 
 
 
23 
 
Rocha fosfatada 
O homem extrai e trata a rocha fosfatada, produzindo muitos problemas de poluição junto às minas e 
as indústrias do fosfato. Posteriormente, com o uso de fertilizantes fosfatados na agricultura o ser 
humano causa poluição nos corpos hídricos. Ocorrerá também um processo de eutrofização.. 
 
A quebra dos ciclos por ação antrópica acentua a destruição dos ecossistemas e a perda da 
biodiversidade. 
 
3.1.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AGENDA 21 (2000) Agenda 21 brasileira Bases para Discussão, MMA/PNUD. 
BRANCO, S.M. (1980) Ciências do Ambiente. São Paulo. CETESB 
BRAGA, B. et al, (2002) Introdução à Engenharia Ambiental. Prentice Hall. São Paulo. 
ODUM, E.P. (1977) Ecologia. São Paulo. Pioneira 
PINHEIRO,A.C.F. e MONTEIRO,A.L. (1992) Ciências do Ambiente - Ecologia, Poluição e Impacto 
Ambiental São Paulo. McGraw-Hill 
RIVOIR,C.(1998) Ecologia e Educação Ambiental, Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, 
Subprojeto de Educação Ambiental. 
 
4. BIOMAS E BIODIVERSIDADE 
O planeta Terra em sua superfície terrestre apresenta, em função da variação do clima, 
distribuição de nutrientes, topografia, etc., uma grande diversidade de hábitats. Conseqüentemente 
ocorre também uma grande variedade de seres vivos. A diversidade de indivíduos das espécies leva as 
comunidades se adaptarem e sobreviverem em determinado local. Assim regiões diferentes apresentam 
espécies variadas que desenvolvem seu nicho ecológico. 
 
Biomas são regiões de grande extensão no planeta onde se desenvolveu predominantemente 
determinado tipo de vida, basicamente em função da latitude. Nos ecossistemas terrestres, o solo é um 
fator de distribuição dos biomas, estando relacionado com clima e vegetação. A água será um fator 
muitas vezes limitante, e ocorre a possibilidade de variações de temperatura significativas. A 
circulação do ar provoca uma reciclagem dos gases. Os continentes são habitados somente em sua 
superfície. Nos ecossistemas aquáticos, que ocupam 75% da superfície do nosso planeta, os seus 
habitantes ocupam todas as suas dimensões. As variações de temperatura são menores devido ao alto 
calor específico da água. A luz passa a ser um fator limitante nesses ecossistemas. 
 
 
 
24 
 
Os ecossistemas terrestres apresentam uma biomassa vegetal muito maior do que nos 
ecossistemas aquáticos, enquanto que as cadeias alimentares são maiores nos aquáticos. Portanto, a 
presença de grandes vegetais providos de raízes, que são os principais produtores do meio terrestre, é 
uma característica marcante. Os consumidores apresentam grande variedade e os decompositores são 
em geral bactérias e fungos. As montanhas têm um papel importante na distribuição das chuvas, e, 
portanto na composição da vegetação e seres heterótrofos. Os principais biomas terrestres são as 
tundras, as florestas de coníferas, em regiões de montanhas com clima frio, florestas temperadas, 
principalmente na Europa, América do Norte, Japão e Austrália, florestas tropicais, campos e desertos. 
A Figura 6 apresenta estes ecossistemas. 
 
 
Figura 6. Biomas. 
Fonte: Braga et al, 2000. 
 
Os biomas aquáticos são divididos em água doce, com concentração de sais dissolvidos de até 0,5 
g/L, e água salgada (marinha) com concentração de 35 g/L. A salinidade da água é fator importante na 
distribuição das espécies. 
 
 
 
25 
 
• O Mar: o maior e o mais estável dos ecossistemas ocupa 70% da superfície terrestre. Os mares 
funcionam como grandes reguladores, ajudando a moderar os climas terrestres mantendo as 
concentrações de O2 e CO2 na atmosfera. 
•••• Rios e Correntes: apesar de terem menor superfície quando comparados aos oceanos e terra, os 
rios estão entre os ecossistemas mais intensamente usados pelo homem (abastecimento, irrigação, 
transporte e deposição de dejetos, etc.). Os rios estão relacionados com o ambiente ao redor e o 
seu povoamento irá depender da velocidade a corrente, da temperatura, oxigenação (muito 
importante) e composição química das águas. 
•••• Lagos e Lagoas: no sentido geológico, a maioria das bacias que agora contém água parada são 
relativamente jovens. Estes ecossistemas alteram-se com o tempo a taxas inversamente 
proporcionais ao tamanho. Os lagos oligotróficos são de baixa produtividade, geralmente 
profundos e geologicamente jovens enquanto que os eutróficos têm vida aquática abundante, flora 
e fauna ricas. Os lagos e lagoas originam-se de intensa atividade tectônica, sendo mais abundantes 
no norte do Canadá, Estados Unidos e Europa. 
•••• Brejos de água doce: tendem a ser ecossistemas naturalmente férteis. 
•••• Estuários e Costas: entres os mares e continentes existem faixas de diversos ecossistemas que 
não são zonas de transição e possuem características ecológicas próprias. Ao longo das costas 
vivem milhares de espécies adaptadas às condições locais, e que não são encontradas em mar 
aberto (ou em água doce). Os estuários, desaguadouros dos rios no mar, têm salinidade 
intermediária entre a do mar e da água doce e sofrem a ação das marés que constituem importantes 
reguladores físicos. Os manguezais ficam nesta região. 
•••• Mangues (Manguezais): sistemas ecológicos altamente produtivos. São caracterizados por um 
sistema pantanoso, movediços, sujeito a inundações diárias da maré constituída por uma vegetação 
de árvores e arbustos adaptados à instabilidade física e à falta de oxigênio no solo (pela grande 
atividade de decomposição biológica). Tem uma riquíssima fauna: Caranguejo, ostras e outros 
moluscos, pássaros, jacarés, peixe-boi (em extinção), etc. Admite-se que 90% das espécies 
marinhas consumidas pela humanidade são provenientes das zonas costeiras, e destes, e 2/3 
dependem direta ou indiretamente dos mangues e estuários. 
 
Os principais biomas terrestres são as tundras, florestas, campos e desertos. Entre as florestas 
existem florestas de coníferas (ou taiga), temperadas e tropicais. 
 
 
26 
 
•••• Tundras: localizam-se entre os gelos permanentes e o limite natural das árvores, e caracteriza-se 
pela ausência de árvores e pelo solo esponjoso. A pouca profundidade tem solo congelado, 
tornando a região pantanosa, pois não ocorre drenagem. 
•••• Florestas de coníferas: ou taigas constituem um cinturão que limita o domínio da taiga. Possui 
vegetação pouco diversificada, onde predominam os pinheiros e outras espécies de coníferas, 
árvores permanentemente verdes, e com folhas em forma de agulha. Localizam-se em clima frio. 
•••• Florestas Temperadas: bioma bem desenvolvido na Europa e América do Norte, aparecendo 
também no Japão e Austrália. Ele é descontínuo, apresentando espécies diferentes em cada região. 
Tem como característica mais marcante aparecimento de flora, com árvores que perdem suas 
folhas no inverno; apresenta vegetação mais baixa como arbustos, sendo bem desenvolvida e 
diversificada. 
•••• Florestas Tropicais: também ocorrem em regiões isoladas, a baixas altitudes e próximo ao 
Equador. Habitam as bacias dos Rios Amazonas, Congo, Niger e Zambeze e na Indo-Malásia, 
apresentando sempre uma estrutura semelhante, embora as espécies que as ocupam sejam 
diferentes. O clima é similar, não havendo muita distinção entre inverno e verão, com precipitação 
significativa durante o ano todo, com altas temperaturas, e alta umidade do ar. Estas 
característicassão decisivas na biodiversidade destes biomas. A vegetação é rica em espécies e 
uma grande dispersão de indivíduos de cada espécie. A flora é composta de árvores de grande 
porte e densa folhagem, ocorrendo uma pequena quantidade de espécies arbustivas e herbáceas, 
pois a luminosidade é baixa. Ocorrem epífitas, plantas trepadeiras que se desenvolvem sobre 
outras maiores para receber a luz do Sol. A fauna também é rica em espécies, desenvolvendo-se 
principalmente nas árvores, sendo poucos as espécies que vivem exclusivamente no solo. A 
estabilidade do clima garante esta diversidade, havendo abundância de alimentos, e um grande 
número de hábitats e nichos ecológicos. A decomposição e reciclagem dos nutrientes acontecem 
rapidamente em função do calor e da alta umidade. O grande reservatório de minerais está na 
matéria orgânica morta e viva da floresta, sendo muito pequena a quantidade armazenada no solo. 
Este, em função das chuvas, é constantemente lixiviado. Assim o desenvolvimento de agricultura 
nestes ecossistemas é difícil, mesmo após a sua devastação. 
•••• Campos: dividem-se em estepe e savana, sendo que na primeira predomina a gramínea, e na 
segunda também tem arbustos e pequenas árvores. 
•••• Desertos: ocorrem em regiões áridas, de baixa precipitação pluviométrica, com vegetação rara e 
espaçada. 
 
 
 
27 
 
Os biomas brasileiros são: Floresta Amazônica, no norte do país, Caatinga, no nordeste, Cerrado 
e Pantanal no centro-oeste, Mata Atlântica que vai do nordeste até o Sul, ao longo da costa do 
Oceano Atlântico e Savanas no sul do Rio Grande do Sul. 
 
O número total de espécies existentes na Terra ainda não é conhecido. Estimativas quanto ao 
número de espécies existentes dão conta de 3,6 a 10 milhões de espécies (Wilson, 2002). Porém 
estudos efetuados nas florestas tropicais indicam que possa haver 30 milhões de espécies, apenas de 
insetos (Braga et al.). Atualmente, cerca de 1,5 a 1,8 milhão de espécies vivas foram catalogados 
(Wilson, 2002), entre insetos, plantas, vertebrados, invertebrados, fungos, algas e microrganismos. 
 
Existem padrões fundamentais para a distribuição da vida (Wilson, 2002): 
• Bactérias devem estar presentes onde quer que haja vida, seja na superfície ou a grandes 
profundidades (é o padrão mais fundamental); 
• Quanto mais espaços disponíveis (planícies e oceanos, por exemplo) maiores são os animais 
presentes; 
• A maior diversidade existe em habitats com maior quantidade de energia solar, território sem 
gelo, topografia mais variada e estabilidade climática. 
 
É importante destacar que a biodiversidade não deve ser considerada apenas sob o ponto de vista 
da conservação, uma vez que ela representa a fonte de recursos naturais mais importante de Terra. 
 
Na agricultura e pecuária as plantas e animais fornecem produtos importantes, incluindo 
medicamentos, matérias-primas a artigos diversos para as indústrias. Apenas 20 espécies de plantas 
fornecem mais de 80 por cento da alimentação mundial; três delas – milho, trigo e arroz – constituem 
65 por cento da oferta de alimentos. 
 
A medicina também depende da biodiversidade. Atualmente, mais de 40 por cento das drogas 
prescritas vendidas nos Estados Unidos contêm compostos químicos orgânicos derivados de espécies 
selvagens: cerca de 25 por cento dessas drogas vêm de plantas, outros 12 por centos são derivados de 
fungos e bactérias e 6 por cento são de origem animal.O valor dos produtos medicinais derivados de 
tais fontes aproxima-se de 40 bilhões de dólares por ano. 
 
 
 
28 
 
A indústria é outra atividade que depende da biodiversidade, já que muitos de seus produtos e 
matérias-primas essenciais são derivados de plantas e animais selvagens, como, por exemplo, a 
madeira para a construção e outros produtos extraídos de árvores, incluindo a celulose, e produtos 
químicos de origem vegetal a borracha e óleos lubrificantes. Todos eles são industrializados, 
economicamente importantes, derivados de fontes vivas. 
 
A biodiversidade deve também ser mantida por motivos psicológicos (necessidade de administrar, 
observar e usufruir a natureza), filosóficos (sustentabilidade, não violar o direito das espécies de 
existirem) e éticos (reverência a todas as formas de vida, conceito fundamental a muitas religiões e 
sistemas morais). Isso pode ser feito por meio de ações diversas que incluem o desenvolvimento de 
áreas protegidas, a recuperação de ecossistemas degradados, a implementação de leis e tratados e pela 
conscientização individual (o homem deve tomar conhecimento das espécies de animais e plantas que 
consome, promover a biodiversidade em sua casa e em suas terras, não comprar plantas, animais e seus 
derivados em fase de extinção, apoiar e participar de atividades protecionistas etc). 
 
No Brasil a manutenção da biodiversidade é de importância fundamental. O Primeiro Relatório 
Nacional para a Convenção sobre a Diversidade Biológica, produzida pelo Ministério do Meio 
Ambiente, mostra que possuímos aproximadamente 20% da biodiversidade da Terra, a flora mais rica 
(aproximadamente 60 mil plantas superiores, o que representa 22 por cento do total mundial), 10 por 
cento dos anfíbios e mamíferos, 17 por cento das aves, mais de três mil espécies de peixes de água 
doce e de cinco a dez milhões de insetos. Temos ainda a maior floresta tropical remanescente (a 
Floresta Amazônica), a Mata Atlântica, o Pantanal de Mato Grosso, os biomas costeiros e marinhos, o 
cerrado e a caatinga. 
 
Uma quantidade significativa dessas espécies está sendo sistematicamente destruída pela atividade 
antrópica, que causa a redução da biodiversidade em todo o mundo. A perda maior ocorre nos trópicos 
devido ao grande crescimento populacional, pobreza generalizada, demanda crescente por carvão 
vegetal e falha nos métodos agrícolas e de reflorestamento. Também ocorre desmatamento para 
formação de áreas agrícolas ou pasto, utilização de madeira para indústria e obtenção de energia, ou 
para construção de hidroelétricas ou obtenção de minério. 
 
A poluição também é uma das grandes causadoras da perda da biodiversidade. Em um ecossistema 
aquático, por exemplo, há normalmente um grande número de espécies, cada uma delas com um 
 
 
29 
 
número relativamente pequeno de indivíduos. Quando um desses ecossistemas recebe descargas de 
efluentes orgânicos como, por exemplo, esgotos domésticos sem tratamento, as espécies mais sensíveis 
(como aquelas que necessitam de maior quantidade de oxigênio dissolvido para sobreviver) são 
eliminadas, restando apenas as espécies menos nobres, essas com grande número de indivíduos, devida 
à diminuição da competição como seleção natural. 
 
5. PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS 
Recursos são os elementos utilizados diretamente pelos homens (Ferreira, 1996). Os recursos 
que existem na natureza podem ser classificados como renováveis e não-renováveis. 
 
Os recursos renováveis são passíveis de auto-renovação ou de renovação cíclica. Neste último 
grupo, existem os recursos que se reciclam rapidamente (ciclo da água), os organismos vivos que tem 
seus ciclos definidos, ou os ecossistemas que tem seu fluxo energético continuado. Os recursos 
renováveis têm garantia de continuidade, desde que sejam racionalmente utilizados. A poluição dos 
recursos hídricos, comprometendo a sua utilização, o esgotamento de recursos numa velocidade maior 
do que o seu poder de reprodução, como ocorre com a derrubada de florestas são exemplos de recursos 
renováveis utilizados de maneira irracional. 
 
O recurso não-renovável é aquele cujo consumo levará a um esgotamento. Como exemplos 
temos o carbono fóssil em suas mais variadas formas: carvão, petróleo, gás natural, e as riquezas 
minerais. 
 
Fontes renováveis 
Energia das marés: é a energia que pode ser obtida da variação do nível de água dos oceanos (energia 
potencial) para obtenção de energia mecânica. O aproveitamento desse tipo de energia pode ser viável 
onde a variação dos níveis de maré,baixa e alta, seja significativa. 
Energia geotérmica: é a energia obtida do calor gerado a partir dos elementos radioativos presentes em 
depósitos subterrâneos e do magma existente no interior do planeta. 
Energia solar: é a energia radiante do sol, que pode ser utilizada para aquecimento de água em 
residências e para a geração de energia elétrica por meio de células fotoelétricas. 
Biogás: é a energia que pode ser obtida do gás natural, resultante da decomposição anaeróbia de 
compostos orgânicos (geralmente estrume, resíduos domésticos, etc.). O aproveitamento da energia do 
biogás ocorre pela queima do gás natural, utilizando-se dessa maneira o calor liberado na combustão. 
 
 
30 
 
Biocombustível líquido: material obtido pela fermentação e decomposição anaeróbia de vários tipos de 
biomassa, como por exemplo, cana-de-açúcar e lixo orgânico. O aproveitamento da energia desse tipo 
de combustível também se dá pela sua queima. 
Gás hidrogênio: combustível gasoso produzido por processos eletroquímicos, a partir principalmente 
da eletrólise da água. O aproveitamento da energia gerada também se dá pela queima do gás 
hidrogênio gerado. 
Energia dos ventos 
 
Fontes não-renováveis 
Combustíveis fósseis: são depósitos naturais de petróleo, gás natural e carvão, que nada mais são que a 
própria energia solar armazenada na forma de energia química, em depósitos geológicos formados há 
milhões de anos a partir da decomposição de vegetais e animais e submetidos a altas temperaturas e 
pressões na crosta terrestre. 
Derivados de combustíveis fósseis: são os produtos obtidos a partir do fracionamento dos combustíveis 
fósseis, principalmente do petróleo, como por exemplo, a gasolina, o óleo diesel, o querosene e outros 
produtos. 
Derivados sintéticos: óleo cru sintético e gás natural sintético produzidos por liquefação ou 
gaseificação de carvão. 
Óleos pesados não-convencionais: são depósitos subterrâneos de consistência asfáltica que podem ser 
extraídos de depósitos de petróleo bruto convencionais por métodos de recuperação forçada, rochas 
sedimentares oleosas (xisto) e depósitos arenosos (areias com alcatrão). A partir desses elementos 
obtém-se óleo cru. 
Gás natural não-convencional: é o gás presente nos depósitos subterrâneos profundos encontrados em 
camadas arenosas, rochas sedimentares devonianas e veios de carvão. Além disso, encontra-se 
dissolvido em depósitos profundos de água salgada, a altas temperaturas e pressões (zonas 
geopressurizadas). 
Combustíveis nucleares: principalmente urânio e tório, encontrados em depósitos naturais, que podem 
sofrer fissão nuclear ou serem transformados em materiais físseis. No processo de fissão nuclear, que 
deve ocorrer de maneira controlada, a energia presente no núcleo dos materiais físseis é utilizada para 
a geração de vapor a alta pressão, o qual, por sua vez, é utilizado para o acionamento de uma turbina 
acoplada a um gerador elétrico. A energia do núcleo dos materiais físseis é liberada quando esses 
capturam um nêutron, que desestabiliza o núcleo do átomo (de urânio, por exemplo), fazendo com que 
 
 
31 
 
ele se divida e libere uma grande quantidade de energia; além de outros nêutrons, que irão manter a 
reação em cadeia. 
Fusão nuclear: é o processo no qual dois átomos de elementos leves (principalmente os isótopos do 
hidrogênio) se unem, dando origem a um elemento mais pesado. Para que o processo de fusão ocorra, 
é necessária uma grande quantidade de energia para aproximar os núcleos dos elementos que 
participam da reação. No entanto, quando o processo de fusão ocorre, a energia liberada é muitas vezes 
superior à energia que foi utilizada para promover o processo de fusão, e pode ser utilizada para a 
geração de energia elétrica. 
Depósitos geotérmicos confinados: constitui-se em calor de baixa temperatura depositado em zonas 
subterrâneas de vapor seco, água quente ou numa mistura de vapor e água quente. O calor é liberado 
por substâncias radioativas encontradas no manto de rochas parcialmente derretidas, localizadas abaixo 
da crosta terrestre, ou pelo próprio magma. 
 
A preservação destes recursos depende da conscientização de práticas adquiridas pelo homem 
tecnológico (industrial) que tem de ser transformadas, tais como citadas por Ramade, 1979 no texto 
“Recursos e riquezas naturais em perigo”: 
 
• destruição de biótopos (meio físico); 
• diminuição das comunidades de organismos vivos; 
• perturbação profunda no fluxo de energia no “ecossistema humano”; 
• ruptura do ciclo da matéria. 
 
De modo a se compreender como se dá este fluxo de energia nos ecossistemas e a ruptura no 
ciclo da matéria, alguns conceitos serão introduzidos. 
 
5.1 Energia nos Sistemas Ecológicos 
Todos organismos vivos necessitam de energia para viver. Energia é a capacidade de produzir 
trabalho. Existem muitas formas de energia: cinética, térmica, luminosa, sonora. O comportamento da 
energia é descrito pelas seguintes leis da termodinâmica (Odum, 1983): 
1a Lei da Termodinâmica: 
A energia pode se transformar de um tipo em outro, mas não pode ser criada nem destruída. É a lei da 
conservação da energia. Ou seja, a energia no universo fechado é constante: não se destrói, se 
transforma e se conserva. 
 
 
32 
 
 
2a Lei da Termodinâmica: 
Nenhum processo de energia que envolva transformação de energia irá ocorrer espontaneamente, a não 
ser que ocorra uma degradação da energia de uma forma concentrada para uma forma dispersa. O uso 
da energia faz com que ela se difunda e se degrade até não ser mais utilizável; como exemplo podemos 
citar o calor de um objeto quente que irá se dispersar num ambiente frio. 
 
Nenhuma transformação de energia é 100% eficiente. A entropia é uma medida de energia que 
não está disponível para produzir trabalho naquele sistema. Pode-se dizer que a entropia é uma medida 
da desordem associada com a degradação da energia. Um simples exemplo para elucidar melhor: o aço 
fabricado representa um estado do ferro de baixa entropia (alta utilidade); em contrapartida, a 
carroceria enferrujada de um carro representa um estado de alta entropia, alta desordem (baixa 
utilidade). 
 
Os ecossistemas, os organismos e a biosfera inteira possuem a característica termodinâmica 
essencial: eles conseguem criar e manter um alto grau de ordem interna, ou uma condição de baixa 
entropia. Ou seja, há uma pequena quantidade de energia não-disponível no sistema, ou uma pequena 
desordem. Isto pode ser atingido através de uma eficiente dissipação de energia de alta utilidade como 
a luz por exemplo para uma de baixa utilidade como o calor. Pode-se visualizar este processo de baixa 
entropia através da fotossíntese de uma folha de carvalho, que está apresentada na Figura 7. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
F 
 
 
33 
 
Figura 7. Fotossíntese: Conversão de Energia Solar em Energia Alimentar. 
(Fonte: Odum, 1983). 
 
Há uma conversão da energia solar em energia alimentar (açúcares) pela fotossíntese. A energia 
solar (A) é igual a soma da energia alimentar (C) com o calor dissipado (B), ou seja, a 1a lei está 
atendida. Verifica-se também que a energia alimentar obtida, de forma concentrada, é menor do que a 
energia solar diluída inicial, pois houve uma dissipação de energia através do calor irradiado. Assim, a 
2a lei da termodinâmica fica atendida. 
 
Nos ecossistemas a respiração total da comunidade “expulsa” continuamente a desordem, e 
mantém a “ordem” de uma estrutura complexa de biomassa. Desta forma, os ecossistemas e 
organismos vivos são sistemas abertos, que trocam continuamente energia e matéria com o ambiente 
para reduzir a entropia interna à medida que aumenta a entropia externa, obedecendo assim às leis da 
termodinâmica. Qualquer sistema natural ou artificial não pode violar estas leis; se tal ocorrer, estará 
condenado ao fracasso. 
 
5.2 Qualidade de Energia 
 
A energia possui qualidade além da quantidade. As mesmas quantidades de diferentes formas 
de energia variam amplamenteseu potencial de trabalho. Formas altamente concentradas de energia, 
como o petróleo, apresentam um potencial de trabalho maior, e, portanto de qualidade superior em 
relação a formas mais diluídas, como a luz solar. Mede-se a qualidade pela energia usada na 
transformação ou, mais especificamente, pela quantidade de um tipo de energia para desenvolver outro 
tipo, numa cadeia de transformação energética. A medida que se degrada, a quantidade eleva-se a 
qualidade. 
 
A Figura 8 apresenta através de fluxogramas duas cadeias de transferência de energia que 
começam com o Sol: a cadeia alimentar e a cadeia de energia elétrica. 
 
Na cadeia alimentar verifica-se um declínio de energia em cada fase, saindo de 106 kcal/m2 
com a luz solar e reduzindo até 100 kcal/m2 (ou menos) com os consumidores secundários ou 
predadores. Porém, a qualidade de energia aumenta de 1 para 10.000, em número de quilocalorias 
solares dissipadas. Ou seja, dez mil kcal de luz solar são necessárias para se produzir uma kcal de 
 
 
34 
 
predador, enquanto que cem kcal de herbívoros são necessários para cada kcal de predador. Assim, 
uma pequena biomassa de predadores apresenta uma qualidade energética 100 vezes maior que de uma 
biomassa semelhante de herbívoros. 
 
 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8. Cadeias de Transferência de Energia. 
(Fonte Odum, 1983). 
 
A cadeia que leva a geração de eletricidade mostra que, similar ao exemplo anterior, a 
quantidade de energia reduzida ao longo da cadeia, enquanto que a qualidade, isto é, a capacidade de 
realizar trabalho, aumenta ao longo de cada conversão. A Tabela 1 resume estas reações entre as 
variadas formas de energia. Verifica-se que os combustíveis fósseis apresentam uma qualidade ou 
potencial de trabalho 2.000 vezes maior do que a luz do Sol. Isto significa que para realizar o mesmo 
trabalho efetuado pelo carvão mineral ou pelo petróleo, a energia solar deve estar concentrada 2.000 
vezes. 
 
Tabela 1. Fatores de Qualidade de Energia.(Odum, 1983). 
TIPO DE ENERGIA CALORIAS EQUIVALENTES 
SOLARES 
CALORIAS EQUIVALENTES DE 
COMBUSTÍVEL FÓSSIL 
Luz solar 1 0,0005 
Produção vegetal líquida 
(madeira) 
1000 0,5 
Combustível fóssil (entregue 
para utilização) 
2000 1 
Energia na água elevada 6000 3 
Eletricidade 8000 4 
 
 
 
36 
 
Automóveis e outras máquinas, que precisam de energia de alta qualidade para se mover, 
dependem exclusivamente da energia dos combustíveis fósseis. É necessário melhorar a qualidade da 
energia solar, ou seja, concentrar mais esta energia. Esta mudança exige uma tecnologia de alto custo 
que ainda não foi desenvolvida. No entanto, a energia solar pode ser usada para funções classificadas 
como de baixa qualidade, como aquecimento de casas e outros prédios, diminuindo a utilização da 
energia de alta qualidade, que, para ser disponibilizada, causa muitas agressões ao meio ambiente. 
Assim, combustíveis fósseis estariam reservados para demandas de maior qualidade, como na 
utilização de máquinas. 
 
5.3 Ruptura no ciclo da matéria 
O conceito de entropia, introduzido anteriormente, dá a medida de desordem associada com a 
degradação da energia. O atual modelo consumista faz com que sejam gerados resíduos pela 
civilização industrial, que não são degradados pelos processos naturais de biodegradação, e que são 
depositados no ambiente sem uma preocupação com a reintegração à cadeia funcional do sistema. A 
Tabela 2 indica o tempo que alguns materiais utilizados cotidianamente por todos levam para se 
degradar na natureza. 
 
Assim, os materiais produzidos pela industrialização trouxeram um problema não equacionado 
quando foram concebidos: o que fazer com os “restos” gerados pelo consumo? A ruptura no ciclo 
natural dos materiais passou a comprometer seriamente os ecossistemas, devido à concentração de 
toxicidade dos resíduos, provocando alterações nas mesmas proporções que a extração predatória dos 
recursos naturais. Ou seja, a atividade humana tem alterado os ciclobiogeoquímicos e interferido no 
fluxo de energia. Uma civilização altamente entrópica se caracteriza por um excesso de energia 
degradada representada pela maquinaria enferrujada, encanamentos podres, resíduos plásticos jogados 
indiscriminadamente, solos erodidos ou contaminados. 
 
 
 
37 
 
Tabela 2. Tempo de degradação de materiais.(Fonte: Barboza e Oliveira, 1992). 
MATERIAL TEMPO DE DEGRADAÇÃO 
Cascas de banana e laranja 2 anos 
Papel plastificado 1 a 5 anos 
Pontas de cigarro e meias de lã 10 a 20 anos 
Tecidos de nylon e sacos plásticos 30 a 40 anos 
Latas de estanho e peças de couro Até 50 anos 
Latas de alumínio 80 a 100 anos 
Garrafas de vidro Até 1 milhão de anos 
Garrafas e objetos de plástico Indefinidamente 
 
No entanto, à entropia se contrapõe a sintropia, que é uma forma de coordenar fatores e 
energias para dissolver o desgaste desta energia degradada. E aí se encontra o desafio da atual geração 
e das gerações futuras, de modo que a preservação dos recursos naturais e a minimização dos impactos 
ocasionados nestes recursos possam ser efetivamente realizadas. 
 
5.4 Considerações Finais 
Neste contexto é importante ressaltar o conceito de ecoeficiência, que vem sendo introduzido 
(Assis, 1999). A ecoeficiência compreende: consumir menos energia, harmonizar o desenvolvimento 
econômico com o ambiental, utilizando procedimentos de conservação de energia, reciclagem e 
sustentabilidade. A aplicação da ecoeficiência é a base para o desenvolvimento sustentável. 
 
5.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ASSIS, J.C. (1999) Brasil 21 – Uma nova ética para o desenvolvimento, CREA-RJ, Rio de Janeiro. 
BARBOZA, T.S., OLIVEIRA, W.B. (1992), A Terra em Transformação, Ed. Quality Mark, Rio de 
Janeiro. 
BRAGA, B. et al, (2000) Introdução à Engenharia Ambiental. Prentice Hall. São Paulo. 
BRANCO, S.M.(1980) Ciências do Ambiente. CETESB. São Paulo. 
FERREIRA,J. (1996) in: Revista Ecologia e Desenvolvimento. 
ODUM,E.P. (1983) Ecologia. Ed. Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro. 
PINHEIRO, A.C.F. e MONTEIRO,A.L. (1992) Ciências do Ambiente - Ecologia, Poluição e Impacto 
Ambiental. McGraw-Hill. São Paulo. 
RAMADE, F. (1979) Enciclopédia de Ecologia. E.P.U./EDUSP. São Paulo. 
SEVÁ FO, et al. (1995) In Cavalcanti, C.org., Desenvolvimento e natureza: Estudos para uma 
Sociedade Sustentável, Ed Cortez, São Paulo. 
WILSON, E. (2002) O Futuro da Vida: um estudo da biosfera para a proteção de todas as espécies, 
inclusive a humana, Ed. Campus 
 
 
 
 
38 
 
6. POLÍTICA E GESTÃO AMBIENTAL 
Planejamento Ambiental é multidisciplinar e interdisciplinar. 
 
 
CONCEITOS 
MEIO AMBIENTE (M.A.): 
Conjunto das condições, influências ou forças que envolvem, influem ou modificam o 
complexo de fatores climáticos, dáficos (rel. ao solo) e bióticos que atuam sobre um organismo 
vivo ou uma comunidade ecológica e acaba por determinar sua forma e sua sobrevivência. 
 
Brasil (lei no 6938 de 31/08/81) NORTEIA A GESTÃO AMBIENTAL 
 
M.A. é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica que permite, obriga e rege a vida em todas as suas formas. 
 
Estudos ambientais ⇒ M.A. é tratado como um sistema (fenômenos se processam por meio de 
fluxos de matéria e energia – relações de dependência). 
 
SISTEMA AMBIENTAL: 
O conjunto dos processos e interações dos elementos que compõem o meio ambiente, 
incluindo, além dos fatores físicos e bióticos, os de natureza socioeconômica, política e 
institucional. 
Para efeito de análise ⇒ Sistema ambiental pode ser dividido em subsistema, setores e 
subsetores. 
 
Leopold ⇒ Método de avaliação de Impacto Ambiental: 4 subsistemas. 
1. Características Físicas e Químicas 
a) Terra: recursos minerais, solos, campos de força e radiação, etc. 
b) Água: superficiais, oceânicas, subterrâneas, qualidade, temperatura, etc. 
c) Atmosfera: qualidade (gases, partículas), microclima, etc. 
d) Processos: inundações, erosão, trocas iônicas, compactação, etc.2. Condições biológicas 
a) Flora: árvores, arbustos, plantas aquáticas, espécies ameaçadas, etc. 
b) Fauna: aves, animais terrestres, peixes, insetos, etc. 
3. Fatores culturais 
a) Uso do solo: áreas naturais, florestas residenciais, indústrias, pedreiras, etc. 
b) Recreação: caça e pesca, navegação, acampamentos, mirantes, etc. 
c) Interesse estético e cultural: paisagens cênicas, vida silvestre, áreas degradadas. 
d) Status cultural: modelos culturais (estilo de vida), saúde e segurança, etc. 
e) Serviços sociais: estruturas, rede viária, corredores de tráfego. 
4. Relações ecológicas 
Salinização da água, eutrofização, cadeias alimentares, etc. 
 
QUALIDADE AMBIENTAL: 
 
 
39 
 
É o estado do M.A. numa determinada área ou região, conforme é percebida objetivamente, em 
função da medição da qualidade de alguns dos seus componentes. 
� Parâmetros 
� Padrão 
 Dificuldade ⇒ componentes que não podem ser medidos objetivamente: beleza de uma 
paisagem, valor de uma espécie animal. 
 
POLÍTICA AMBIENTAL: 
Definição de objetivos, sua compatibilização e integração, dando lugar à ação para concretizá-
los, mediante um conjunto de programas, leis, regulamentos e decisões, bem como os métodos 
para implementá-los. 
 
GESTÃO AMBIENTAL: 
Administração pelo governo, do uso dos recursos ambientais, por meio de ações ou medidas 
econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas. 
 
Ações corretivas 
� Incentivos econômicos à iniciativa privada 
� Planos de recuperação de sistemas ambientais 
 
Ações preventivas 
� Licenciamento ambiental 
� Avaliação de impactos ambientais 
� Criação de unidades de conservação da natureza 
 
Planejamento Ambiental ⇒ é o processo dinâmico, contínuo e permanente, destinado à 
identificar e organizar em programas coerentes o conjunto de ações requerida para a Gestão 
Ambiental. 
 
 
INSTRUMENTOS PARA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DO M.A. 
� Padrões de Qualidade Ambiental (normas federais, estaduais ou municipais). 
� Licenciamento de atividades poluidoras 
� Avaliação de impacto ambiental (EIA – RIMA) 
� Auditoria ambiental – legal 
 
PADRÕES 
� Área de preservação ambiental 
� Portaria 36/GM – Ministério da saúde – 18/01/80 ⇒ define normas e padrões de potabilidade de 
água para consumo humano 
� FEEMA: 
NT 202 – Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos 
NT 603 – Critérios e padrões de qualidade do ar ambiente 
� Resolução CONAMA: 
001 de 08/03/90 – Estabelece critérios e padrões para emissão de ruídos em decorrência de 
quaisquer atividades industriais. 
 
LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES POLUIDORAS 
Ex: SLAP – Rio (FEEMA) 
 
 
40 
 
Instituído através do Decreto-lei 1633 de 21/12/77 
 LP – Licença prévia (opcional) 
 LI - Licença de instalação 
 LO – Licença de operação 
 
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 
Resolução CONAMA 001/86 
“Impacto ambiental é entendido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que direta ou indiretamente afetam: a saúde, a segurança e o bem estar da 
população, as atividades econômicas e sociais, a biota, as condições sanitárias e estéticas do 
M.A., a qualidade dos recursos”. 
 
AVALIAÇÃO É REALIZADA: 
 
EIA – Utiliza atividades técnicas e científicas para identificar, prever e valorar os impactos e realizar 
análises alternativas. 
 
Conclusões do EIA ⇒ RIMA 
 
 
EIA – PRESSUPÕE: 
 
� Conhecimento das possíveis alternativas da proposta que se quer avaliar, inclusive a de não se 
preceder a sua implantação; 
� Detalhamento do estudo em função dos fatores ambientais; 
� Avaliação do impacto em todas as etapas de realização do projeto; 
� A interdisciplinaridade da questão ambiental; 
� A delimitação da área de influência do impacto. 
 
1a TAREFA DE UM ESTUDO DE AIA 
Diagnóstico Ambiental da área a ser afetada – referência para os estudos. 
PREVISÃO E MEDIÇÃO DOS IMPACTOS 
 Etapa difícil pela: 
� Unicidade dos ecossistemas 
� Inexistência, muitas vezes, de parâmetros de comparação. 
Magnitude dos impactos pode ser expressa em termos quantitativos e/ou qualitativos. 
 
AIA (Avaliação de Impacto Ambiental) – devem ser estabelecidas as medidas mitigadoras dos 
impactos e o programa de monitoramento dos mesmos. 
 
 
 
41 
 
RIMA – Audiência pública 
 
 
Atividades que dependem de EIA/Rima Para licenciamento (Conama, 1986) (Braga et al, 2000). 
Depende da elaboração do EIA/Rima, a ser submetido à aprovação do órgão estadual competente e da 
secretaria do Meio Ambiente (SMA – órgão federal), em caráter supletivo, o licenciamento de 
atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: 
 
I. Estradas de rodagem com 2 (duas) ou mais faixas de rolamento; 
II. Ferrovias; 
III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV. Aeroportos; 
V. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; 
VI. Linhas de transmissão de energia elétrica acima de 230 kW; 
VII. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como barragem para quaisquer fins 
hidrelétricos acima de 10 MW, obras de saneamento ou de irrigação, aberturas de canais para 
navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos de água, abertura de barras e 
embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
IX. Extração minério; 
X. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; 
XI. Usinas de geração de eletricidade, qualquer seja a fonte de energia primária, com potência 
instalada acima de 10 MW; 
XII. Complexos e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, siderúrgicos, químicos, destilarias 
de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hidróbios); 
XIII. Distritos industriais e Zonas Estritamente Industriais (ZEI); 
XIV. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em área acima de 100 ha ou menores, quando atingir 
áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; 
XV. Projetos urbanísticos, acima de 100 há ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a 
critério da SMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; 
XVI. Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade 
superior a dez toneladas por dia; e 
 
 
42 
 
XVII. Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1000 ha ou menores, neste caso quando se 
tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, 
inclusive nas áreas de proteção ambiental. 
 
AUDITORIA AMBIENTAL: 
 
É uma avaliação sistemática, documentada e periódica do desempenho de uma organização. 
 
Objetivos: 
 
� Verificação do cumprimento da legislação ambiental 
� Da política ambiental da organização 
� Verificação se a organização está adotando práticas ambientais adequadas 
(AA – Lei Rio de Janeiro e Espírito Santo). 
 
Vantagens: 
� Ajuda a proteger o M.A. 
� Identifica o documento e cumprimento das leis 
Desvantagens: 
� Pode ser usada como ferramenta para desinformar o público 
� Pode, se mal feita, levar à um falso senso de segurança 
 
7. NORMAS AMBIENTAIS 
 
A crescente utilização das Normas de Qualidade ISO 9000, nas relações comerciais internacionais, a 
partir de 1987, não deixa dúvidas sobre a necessidade da indústria se adaptar aos novos tempos. 
Os sistemas de gestão ambiental surgiram para gerir ou administrar uma empresa, de forma a obter o 
melhor relacionamento com o Meio Ambiente. Atualmente, já podem ser considerados garantia de 
competitividade e até fator de sobrevivência, considerando as várias e dinâmicas exigências do 
mercado. 
A primeira norma de sistemas de gestão ambiental, a BS 7750, foi publicada pelo Instituto Britânico de 
Normalização, em 1992, e aplica-se às organizações que desejam garantir o cumprimento de uma 
política ambiental e demonstrar isto a terceiros.A partir de 1993 outros países europeus (França, 
Espanha, Irlanda e Holanda) publicaram também suas normas de gestão ambiental. 
As Normas Ambientais surgem para tentar estabelecer um conjunto de procedimentos que relacionam 
o Meio Ambiente com: 
 
 
43 
 
 • projeto/desenvolvimento 
 • planejamento 
 • fornecedores 
 • produção 
 • serviços pós-venda 
 
Em função da existência das normas européias, durante a ECO-92 a INTERNATIONAL 
STANDARDIZATION ORGANIZATION (ISO) propôs a criação do Comitê Técnico – Gestão 
Ambiental, ISO/TC-207, com o objetivo de elaborar as Normas Ambientais da série ISO 14000. A 
partir de março de 93 os trabalhos iniciaram. Os membros da ISO são compostos pelos institutos 
nacionais de normalização de cerca de 120 países. No Brasil a ABNT instituiu o GANA (Grupo de 
Apoio à Normalização Ambiental). 
 
Portanto, a ISO é uma Norma Internacional de implementação voluntária. 
 
SÉRIE ISO 14000 
É a tentativa de homogeneizar conceitos, ordenar atividades e criar padrões e procedimentos que sejam 
reconhecidos por aqueles que estejam envolvidos com alguma atividade que gere impacto ambiental. 
 
É um grupo de normas que fornecem ferramentas e estabelecem um padrão ou SISTEMA DE 
GESTÃO AMBIENTAL 
 
As normas podem ser classificadas em 2 grupos: Normas de gestão e normas para produtos. Cada 
grupo de normas é desenvolvido por subcomitês (SC). 
 
Normas de Gestão: 
� SC 1: Sistemas de Gestão Ambiental 
� SC 2: Auditorias Ambientais 
� SC 4: Avaliação de Desempenho Ambiental 
 
Normas de Produtos: 
� SC 3: Rotulagem Ambiental 
� SC 5: Análise do Ciclo de Vida 
 
 
44 
 
� Grupo de Trabalho: Aspectos Ambientais em Normas de Produto. 
 
POTENCIALIDADES DO USO DA NORMA 
A MÉDIO PRAZO 
Avaliação de Riscos Ambientais 
Recuperação de Área Degradada 
Relatório de Auditoria Ambiental 
Preparação de Planos de Emergência ou Contigenciamentos 
Determinação de Impactos Ambientais 
Projeto para o Meio Ambiente 
A LONGO PRAZO 
Produtos e Processos Mais Limpos 
Conservação de Recursos Naturais 
Gestão de Resíduos Industriais 
Gestão Racional do Uso de Energia 
Redução de Poluição Global 
 
O CREDENCIAMENTO E A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL 
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, órgão 
vinculado ao Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, é o gestor do sistema cabendo-lhe 
coordenar a organização da estrutura para o credenciamento dos: 
 
- Organismos de Certificação Credenciados – OCC´s; 
- Auditores Ambientais; 
- Organismos de Treinamento. 
 
As certificações de Sistema de gestão Ambiental pela Norma NBR ISO 14001, no âmbito do Sistema 
Brasileiro de certificação, são de competência das OCC´s. 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
8. IMPACTOS NOS ECOSSISTEMAS HIDRICOS 
8.1. INTRODUÇÃO 
A falta de saneamento básico, principalmente as deficiências nos sistemas de abastecimento de água, 
acabam por causar sérios problemas à saúde das populações. Os seguintes dados são bastante representativos 
deste problema, principalmente nos países em desenvolvimento: 
• a pobreza, combinada com os baixos índices de saneamento básico (água potável, esgotamento sanitário e 
lixo), é responsável pela morte de uma criança a cada 10 segundos. Hoje, morrem 10 milhões de pessoas por 
ano (metade com menos de 18 anos) por causa de doenças que seriam evitadas se a água fosse tratada; 
• 25% da população dos países em desenvolvimento não têm acesso à água potável e muito menos à rede de 
esgotos; 
• 80% das doenças e 33% das mortes são decorrentes da crise de água potável; 
• 65% das internações hospitalares e 80% das consultas médicas são motivados por doenças relacionadas à 
água 
• nos países em desenvolvimento (áreas urbanas), 82,5% têm acesso à rede de água e 63,1% à rede de esgoto, 
porém, 70% dos pobres não têm água tratada e 80% estão sem rede de esgotos; 
• a oferta hídrica mundial só atende a cerca de 66% da demanda dos usos múltiplos; 
• no Golfo Pérsico, Califórnia, Espanha, Malta, Austrália, Índia, Caribe e Bonaire, há cerca de 7.500 usinas 
de dessanilização convertendo 4,8 bilhões de m3/ano de água doce para atender às necessidades hídricas; 
• príncipe saudita Faissal já encomendou estudos para transportar icebergs (ice = gelo; berg = montanha) da 
Antártica até a Arábia Saudita. 
No caso brasileiro, a situação não é muito diferente. Com uma população de cerca de 170 milhões de 
habitantes e crescimento demográfico de 1,9%, o Brasil apresenta a seguinte situação em relação aos aspectos 
sanitários (Dados do censo de 1990): 
• 67% da população (114 milhões de habitantes) não possui adequado sistema de esgotamento sanitário; 
• 18% (31 milhões de habitantes) não possui água encanada; 
• 53% (90 milhões de habitantes) não possui coleta de lixo; 
• somente 3% do lixo coletado possui disposição final adequada; 
• 63% do lixo coletado são lançados em cursos d’água. 
 
8.2. CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA 
Além dos problemas relacionados à quantidade de água tais como escassez, estiagens e cheias, há 
também aqueles relacionados à qualidade da água. A contaminação de mananciais impede, por exemplo, seu uso 
para abastecimento humano. A alteração da qualidade da água agrava o problema da escassez desse recurso. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 25 milhões de pessoas no mundo morrem por ano 
devido a doenças transmitidas pela água, como cólera e diarréias. A OMS indica que nos países em 
desenvolvimento 70 por cento da população rural e 25 por cento da população urbana não dispõem de 
abastecimento adequado de água potável. 
8.2.1. Características físicas da água 
A água é uma substância notável por apresentar-se no estado líquido nas condições normais de 
temperatura e pressão, sendo uma das poucas substâncias inorgânicas a possuir tal característica. 
Conseqüentemente, sua densidade atinge valores relativamente elevados, existindo uma interface bem definida 
 
 
46 
 
entre o meio aquático superficial e a atmosfera, pois a densidade da água é de cerca de oitocentas vezes superior 
à densidade do ar. 
A água no estado sólido é menos densa do que a água no estado líquido entre 0 °C e 4 °C, o que faz com 
que o gelo flutue sobre a água. Mesmo quando há gelo sobre a superfície dos corpos de água, sua parte inferior 
pode permanecer no estado líquido, possibilitando a existência de vida aquática. 
Muitos componentes da biota aquática não são dotados de mecanismos de locomoção própria. Este o 
caso das algas que, possuindo densidade maior que a da água que as envolve, tenderiam a ocupar o fundo do 
meio aquático. Isso não ocorre, pois esses organismos conseguem permanecer flutuando devido à força de atrito 
entre sua superfície e a água. A força de atrito é função da viscosidade da água, a qual é alterada por variações 
de temperatura. Com o aumento da temperatura da água, a viscosidade diminui e, portanto, diminui a força de 
atrito entre a água e a superfície do fitoplâncton. A velocidade de sedimentação desses organismos aumenta, 
afastando-os da zona iluminada e conseqüentemente reduzindo ou cessando a fotossíntese. Esse é um dos 
motivos pelos quais despejos de água aquecida nos corpos de água podem ser danosos aos ecossistemas 
aquáticos. 
A importância da penetração da luz em meios aquáticos é evidente, uma vez que é fator 
essencial para a ocorrência da fotossíntese e, portanto, pode afetar todo o meio biótico 
existente num corpo de água. Ao penetrar na água, a luz é absorvida e convertida em calor. 
Essa absorção diminui de forma aproximadamente exponencial, em função da profundidade. 
 
8.2.2 Características químicas da água 
Entre as características químicas mais importantes destacamos o fato de a água ser um ótimo 
solvente, sendo chamada de solvente universal. Isso significa que a água é capaz de 
dissolver um grande número de substâncias orgânicas ou inorgânicas nos estados sólido, 
líquido ou gasoso. Algumas das substâncias dissolvidas nas águas naturais são essenciais 
para a sobrevivência

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