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Poder Judiciário Estado de Goiás Comarca de Montividiu Telefone: (64) 3629-2019/1982l E-mail: comarcademontividiu@tjgo.jus.br Ação: Procedimentos Especiais de Jurisdição Voluntária -> Extinção Consensual de União Estável Processo nº: 5070219-91.2022.8.09.0183 Autor(es): Jerusa Rodrigues De Oliveira Réu(s): Jerusa Rodrigues De Oliveira S E N T E N Ç A Trata-se de AÇÃO CONSENSUAL DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM proposta por JERUSA RODRIGUES DE OLIVEIRA, GRACIELLI FERREIRA ARAUJO, ELISÂNGELA DE MOURA ALVES e CARLOS AUGUSTO FERREIRA ARAÚJO, devidamente qualificados. Em síntese, a primeira autora alega ter convivido em união estável com Ismael Ferreira Araújo desde de julho de 2019 até a data de seu óbito, ocorrido em 30 de julho de 2021. Os demais autores, irmãos do falecido, reconhecem a união e postulam o reconhecimento para a produção seus efeitos jurídicos legais. Vieram os autos conclusos. Encontrando-se presentes os pressupostos processuais de desenvolvimento válido do processo, RECEBO a inicial. Observados e obedecidos todos os requisitos processuais, encontram-se os autos prontos à entrega da prestação jurisdicional, eis que a pretensão deduzida dispensa dilação probatória. De início, verifico que não se encontram presentes as causas impeditivas previstas no art. 1.521 do Código Civil. Conforme disposição do art. 1.723 do Código Civil, “[é] reconhecida como entidade familiar a união entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família". Com efeito, a união estável está para a sociedade, assim como está o casamento, advindo desta relação direitos e deveres que se diferenciam em apenas algumas situações. Friso que a convivência duradoura, pública, contínua e com o objetivo de constituir família bastam para que a união estável seja reconhecida e declarada. Cumpre salientar, ainda, que faltando descendentes e ascendentes ao falecido, a sucessão deve ser deferida por inteiro ao companheiro sobrevivente, independentemente do regime de bens aplicável ao caso, o que afasta a participação dos irmãos, colaterais de segundo grau. Nessa linha, o entendimento deste Tribunal: Processo: 5070219-91.2022.8.09.0183 U s u á r i o : - D a t a : 0 9 / 0 5 / 2 0 2 2 1 7 : 1 1 : 3 3 M O N T I V I D I U - V A R A D E F A M Í L I A E S U C E S S Õ E S P R O C E S S O C Í V E L E D O T R A B A L H O - > P r o c e s s o d e C o n h e c i m e n t o - > P r o c e d i m e n t o d e C o n h e c i m e n t o - > P r o c e d i m e n t o s E s p e c i a i s - > P r o c e d i m e n t o s E s p e c i a i s d e J u r i s d i ç ã o V o l u n t á r i a - > E x t i n ç ã o C o n s e n s u a l d e U n i ã o E s t á v e l V a l o r : R $ 1 . 1 0 0 , 0 0 | C l a s s i f i c a d o r : C O N C L U S O S - D E S P A C H O - D E C I S Ã O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás Documento Assinado e Publicado Digitalmente em 06/05/2022 16:04:30 Assinado por MARCIO MORRONE XAVIER Validação pelo código: 10493567830582140, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE SUCESSÃO. 1. ART. 1.790, I E II, DO CÓDIGO CIVIL. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. INCIDÊNCIA DO ART. 1.829 DO CC AO CASAMENTO E À UNIÃO ESTÁVEL. EQUIPARAÇÃO. AUSÊNCIA DE ASCENDENTES E DESCENDENTES DO DE CUJUS. COMPANHEIRA. TOTALIDADE DA HERANÇA. PRECEDENTES. 2. MULTA. NÃO CABIMENTO. 3. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. Conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 878.694/MG (Tema 809 de Repercussão Geral), é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado em ambos os casos o regime do artigo 1.829 do CC/2002. 1.1 Inexistindo descendentes e ascendentes, a sucessão se dará por inteiro ao cônjuge ou companheiro sobrevivente, ressalvada disposição de última vontade. 2. O mero não conhecimento ou improcedência de recurso interno não enseja a automática condenação à multa do art. 1.021, § 4º, do NCPC, devendo ser analisado caso a caso. 3. Agravo interno desprovido. (AgInt no REsp 1878044/GO, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/08/2020, DJe 01/09/2020 Quanto ao reconhecimento da união estável do casal, não obstante a ausência do consentimento de um dos irmãos do falecido, entendo que, de acordo com a jurisprudência, não há necessidade de consentimento dos irmãos, já que estes, no caso, sequer herdam do falecido. Com isso, diante dos documentos acostados à inicial, resta comprovada a existência da união estável, devendo, portanto, ser reconhecida. Pelo exposto, com apoio no art. 487, inciso III, “a”, do CPC, RECONHEÇO a união estável do casal durante o período de julho de 2019 a 30 de julho de 2021, data do falecimento de Ismael Ferreira Araújo, tempo em que a DISSOLVO. Condeno os autores ao pagamento das despesas processuais. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Após o trânsito em julgado, ultimadas as providências necessárias, arquivem-se os autos. Montividiu-GO, datada e assinada digitalmente. MÁRCIO MORRONE XAVIER Juiz de Direito em Substituição Automática Processo: 5070219-91.2022.8.09.0183 U s u á r i o : - D a t a : 0 9 / 0 5 / 2 0 2 2 1 7 : 1 1 : 3 3 M O N T I V I D I U - V A R A D E F A M Í L I A E S U C E S S Õ E S P R O C E S S O C Í V E L E D O T R A B A L H O - > P r o c e s s o d e C o n h e c i m e n t o - > P r o c e d i m e n t o d e C o n h e c i m e n t o - > P r o c e d i m e n t o s E s p e c i a i s - > P r o c e d i m e n t o s E s p e c i a i s d e J u r i s d i ç ã o V o l u n t á r i a - > E x t i n ç ã o C o n s e n s u a l d e U n i ã o E s t á v e l V a l o r : R $ 1 . 1 0 0 , 0 0 | C l a s s i f i c a d o r : C O N C L U S O S - D E S P A C H O - D E C I S Ã O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás Documento Assinado e Publicado Digitalmente em 06/05/2022 16:04:30 Assinado por MARCIO MORRONE XAVIER Validação pelo código: 10493567830582140, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/PendenciaPublica
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