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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Livro Eletrônico
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Luciano Dutra
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos .......................................................................5
1. Introdução ..................................................................................................................5
2. Direito à Vida ..............................................................................................................6
3. Direito à Igualdade ......................................................................................................8
4. Princípio da Legalidade e da Reserva Legal............................................................... 13
5. Vedação à Tortura e ao Tratamento Desumano ou Degradante ................................ 15
6. Liberdade de Expressão e Direito de Resposta ......................................................... 16
7. Liberdade de Consciência, de Crença e de Convicção Filosófica ou Política ............... 21
8. Inviolabilidade da Intimidade, da Privacidade, da Honra e da Imagem .......................22
9. Direito à Inviolabilidade Domiciliar ............................................................................23
10. Sigilo da Correspondência e das Comunicações ...................................................... 28
11. Liberdade Profissional ............................................................................................ 30
12. Liberdade de Locomoção ........................................................................................ 31
13. Liberdade de Reunião .............................................................................................. 31
14. Liberdade de Associação .........................................................................................35
15. Direito de Propriedade ............................................................................................ 41
16. Desapropriação ....................................................................................................... 41
17. Requisição Administrativa .......................................................................................42
18. Proteção ao Bem de Família Rural ..........................................................................43
19. Direitos Autorais .....................................................................................................43
20. Proteção à Propriedade Industrial ..........................................................................43
21. Direito de Sucessão ................................................................................................44
22. Defesa do Consumidor ...........................................................................................44
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DIREITO CONSTITUCIONAL
23. Direito de Informação.............................................................................................45
24. Direito de Petição ...................................................................................................47
25. Direito de Certidão ................................................................................................ 48
26. Inafastabilidade da Jurisdição .................................................................................49
27. Irretroatividade Relativa das Leis .......................................................................... 50
28. Direito ao Juiz Natural ............................................................................................52
29. Júri Popular ............................................................................................................52
30. Legalidade Penal e Irretroatividade Relativa da Lei Penal .......................................53
31. Punição às Discriminações Atentatórias .................................................................53
32. Crimes Imprescritíveis ...........................................................................................54
33. Tortura, Tráfico Ilícito de Drogas, Terrorismo e Crimes Hediondos (3TH) ...............55
34. Pessoalidade da Pena, Individualização da Pena e Penas Permitidas e Proibidas ....56
35. Cumprimento da Pena e Aleitamento Materno .......................................................57
36. Respeito à Integridade Física e Moral do Preso ......................................................57
37. Extradição ............................................................................................................. 58
38. Direito ao Devido Processo Legal ........................................................................... 61
39. Direito ao Contraditório e à Ampla Defesa ............................................................. 61
40. Vedação às Provas Ilícitas ......................................................................................62
41. Princípio da Presunção de Inocência ........................................................................63
42. Identificação Criminal .............................................................................................63
43. Ação Penal Privada Subsidiária da Ação Pública .....................................................64
44. Princípio da Publicidade dos Atos Processuais .......................................................64
45. Pressupostos Constitucionais para a Prisão ...........................................................65
46. Direitos do Preso .................................................................................................. 66
47. Prisão Civil por Dívida .............................................................................................67
48. Habeas Corpus ....................................................................................................................................69
49. Mandado de Segurança ..........................................................................................75
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50. Mandado de Injunção ..............................................................................................79
51. Habeas Data ........................................................................................................................................ 85
52. Ação Popular ........................................................................................................ 88
53. Assistência Jurídica Gratuita ...................................................................................92
54. Direito à Indenização por Erro Judiciário ou Excesso de Prisão ...............................93
55. Gratuidade de Registro de Nascimento e Certidão de Óbito ....................................93
56. Gratuidade do Habeas Corpus, do Habeas Data e dos Atos Necessários ao 
Exercício da Cidadania ..................................................................................................94
57. Princípio da Celeridade Processual .........................................................................94
58. AplicabilidadeImediata dos Direitos e Garantias Fundamentais ............................ 96
59. Enumeração Aberta dos Direitos e Garantias Fundamentais (Rol não Taxativo) .....97
60. Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos Equivalentes à Emenda 
Constitucional.............................................................................................................. 99
61. Submissão ao Tribunal Penal Internacional ............................................................ 101
62. Breve Resumo Acerca dos Remédios Constitucionais ........................................... 102
Súmulas e Jurisprudência Aplicáveis .......................................................................... 103
Resumo ...................................................................................................................... 120
Questões de Concurso ................................................................................................ 129
Gabarito ..................................................................................................................... 158
Gabarito Comentado ................................................................................................... 159
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
1. Introdução
Meu(minha) aluno(a), agora que conhecemos a teoria geral dos direitos e garantias fun-
damentais, vamos estudar os 78 incisos e os 4 parágrafos do art. 5º da Constituição Federal, 
adicionando, quando necessário, os detalhes doutrinários e jurisprudenciais pertinentes.
Apesar da extensão do art. 5º, você tem que saber cada detalhe a seu respeito, uma vez 
que é uma parte muito lembrada pelas bancas examinadoras nas provas de Direito Consti-
tucional.
A primeira informação importante é que este art. 5º consagra uma boa parte do rol de direi-
tos e garantias fundamentais previstos na Constituição. Porém, não se pode afirmar que este 
rol esgota todos os direitos e garantias fundamentais existentes. Na verdade, os direitos e ga-
rantias fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, conforme já reconhe-
ceu, inclusive, o Supremo Tribunal Federal. Essa informação cai em concurso público. Perceba.
Questão 1 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) Os direitos e garantias fundamentais 
encontram-se destacados exclusivamente no art. 5º do texto constitucional.
Errado.
Encontram-se, na verdade, espalhados por toda a Constituição Federal.
Então, vamos ao estudo deste importantíssimo art. 5º. Aperte o cinto, que o avião do Gran 
Cursos Online irá decolar agora!!!
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2. dIreIto à VIda
O direito à vida está previsto no caput do art. 5º e pode ser observado por dois prismas, 
quais sejam:
a) o direito de permanecer vivo e
b) o direito a uma vida digna.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
O direito a permanecer vivo abrange a vida extrauterina (a criança que nasceu com vida) 
e também a vida intrauterina (dentro do útero materno). Tanto é verdade, que o direito, como 
regra, não tolera o aborto, justamente para proteger a vida em gestação.
O direito a uma vida digna, por sua vez, garante as necessidades vitais básicas, proibindo 
qualquer tratamento desumano ou degradante, como a tortura e as penas de caráter perpétuo, 
de trabalhos forçados, de banimento e cruéis etc. (art. 5º, III e XLVII).
Art. 5º, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Art. 5º, XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Sobre o direito à vida, aprofundando em aspectos jurisprudenciais, é importante trazer 
para nosso estudo o julgamento da ADI n. 3.510, que tinha como objeto a possibilidade (ou 
não) de pesquisas com células-tronco embrionárias. O questionamento era o seguinte: será 
que os cientistas poderiam pegar um embrião fertilizado in vitro (no tubo de ensaio) para trans-
formar esse embrião em células-tronco embrionárias?
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O STF deliberou pela possibilidade de utilização de células-tronco embrionárias em pes-
quisas científicas e terapias. Ficou consignado que não há, na manipulação das células-tronco 
embrionárias, ofensa ao direito à vida.
Merece destaque também o julgamento da ADPF n. 54, em que o STF reconheceu o direito 
da gestante de submeter-se ao aborto na hipótese de gravidez de feto anencéfalo, previamen-
te diagnosticada por profissional habilitado. Cuidado: trata-se apenas de uma possibilidade 
de aborto não prevista em lei (e não uma obrigação). Na verdade, a decisão final cabe à mãe. 
Caso decida pelo aborto de um feto anencéfalo, tal fato não caracterizará crime.
Possibilidade de aborto de feto anencéfalo
Permanecer vivo
Vida Extrauterina: proibição, como regra, de pena de morte
Vida Intrauterina: proibição, como regra, do aborto
Vida digna
proibição da tortura
proibição do tratamento desumano ou degradante
proibição das penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de bani-
mento e cruéis
DIREITO À VIDA
Possibilidade de pesquisas com células-tronco embrionárias
Vejamos como isso é cobrado em prova.
Questão 2 (MPE-RS/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Dentre os direitos e garantias fun-
damentais existentes na Constituição Federal, encontra-se o direito à vida, sendo certo que 
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este direito significa, considerado em sentido mais amplo, o direito a condições materiais e 
espirituais mínimas necessárias a uma existência condigna à natureza humana.
Certo.
Exatamente isso!!! O direito à vida não é somente o direito à permanência da vida, mas também 
direito à uma existência que assegure à pessoa as condições mínimas de dignidade humana.
Questão 3 (MPE-RS/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Dentre os direitos e garantias fun-
damentais existentes na Constituição Federal, encontra-se o direito à vida, sendo certo que 
este direito abrange tão somente a vida extrauterina, posto que a intrauterina é qualificada 
como mera expectativa de um direito, e sua maior relevância é na área cível.Errado.
Como vimos, alcança também a vida intrauterina.
3. dIreIto à Igualdade
Quando falamos do direito à igualdade (ou princípio da isonomia), na verdade, estamos 
tratando de um gênero, que pode assumir duas espécies diferentes: a igualdade formal e a 
igualdade material.
A igualdade formal é aquela prescrita no início do caput do art. 5º e seu inciso I, em que se 
identifica uma identidade de direitos e deveres concedidos a todos os membros de uma dada 
sociedade, sem distinções.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
A igualdade formal abrange:
a) a igualdade na lei - dirigida ao legislador, significa que as normas jurídicas não podem 
prever distinções que não sejam autorizadas pela Constituição Federal. Não pode uma 
lei recém criada trazer privilégios para apenas uma parcela da sociedade;
b) a igualdade perante a lei - dirigida ao aplicador da lei, exige que as normas jurídicas se-
jam aplicadas de maneira igual a todos, impedindo tratamento seletivo ou discriminató-
rio. Não pode, por exemplo, o juiz deixar de aplicar a pena a um criminoso por questões 
de afinidade pessoal.
Alexandre de Moraes1 denomina essa igualdade perante a lei de igualdade de possibilida-
des virtuais. Segundo o autor, “A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da igualdade 
de direitos, prevendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais, ou 
seja, todos os cidadãos têm direito de tratamento idêntico pela lei, em consonância com os 
critérios albergados pelo ordenamento jurídico. Dessa forma, o que se veda são as diferenças 
arbitrárias, as discriminações absurdas, pois, o tratamento desigual dos casos desiguais, na 
medida em que se desigualam, é exigência tradicional do próprio direito de Justiça, pois o que 
realmente protege são certas finalidades, somente se tendo por lesado o princípio constitu-
cional quando o elemento discriminador não se encontra a serviço de uma finalidade acolhida 
pelo direito”. Essa parte final trazida por Moraes, é aquilo que conhecemos como igualdade 
material, que ensinaremos a seguir.
A chamada igualdade material tem a finalidade de buscar a equiparação dos cidadãos sob 
todos os aspectos, inclusive o jurídico.
1 MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 33. ed. rev. atual. São Paulo: Atlas, 2017. p. 36.
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Na igualdade material, identificam-se diferenças nas pessoas que compõem o grupo so-
cial, e busca-se tratar os diferentes de forma diferente para garantir, ao fim e ao cabo, as mes-
mas oportunidades a todos. É a consagração do ideal de Aristóteles, para quem a igualdade 
consiste em “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles 
se desigualam”.
Tendo como norte a igualdade material, o Estado deve buscar a igualdade de oportunida-
des a todas as pessoas por meio de políticas públicas e de leis que, atentas às características 
dos grupos menos favorecidos, compensem as desigualdades decorrentes do processo histó-
rico da formação social.
Muito embora a Constituição Federal afirme que homens e mulheres são iguais em di-
reitos e obrigações, ela própria (a Constituição) faz distinções, como, por exemplo, o regime 
previdenciário mais brando para as mulheres, a isenção para as mulheres de prestar o serviço 
militar obrigatório em tempo de paz. Até mesmo uma lei infraconstitucional pode estabelecer 
distinções entre homens e mulheres, desde que se respeite a razoabilidade, como o faz, por 
exemplo, a Lei Maria da Penha que protege a mulher vítima de violência doméstica (e não o 
homem). Tudo isso, por conta da igualdade material.
Perceba que isso pode cair na sua prova.
Questão 4 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No constitucionalismo, a existência 
de discriminações positivas iguala materialmente os desiguais.
Certo.
Fazer discriminações positivas significa, justamente, realizar políticas públicas para corrigir 
distorções existentes numa dada comunidade para igualar os desiguais.
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Questão 5 (TJ-PA/JUIZ SUBSTITUTO/2005) A Constituição Federal não tolera nenhum tra-
tamento legislativo diferenciado entre homem e mulher, a não ser os que prevê taxativamente 
no seu texto.
Errado.
Conforme dito, a Constituição Federal não só tolera, como incentiva essa prática para corrigir 
as desigualdades existentes entre homens e mulheres, desde que se respeite o critério de razo-
abilidade. Como exemplo, a Lei Maria da Penha, que tutela apenas a mulher vítima de violência 
doméstica.
Questão 6 (BACEN/NÍVEL MÉDIO/2013) O princípio constitucional da igualdade garante 
a todos o direito ao tratamento idêntico no âmbito da elaboração e da aplicação da lei, sendo 
proibido qualquer tipo de tratamento normativo diferenciado.
Errado.
Não é proibido tratamento normativo diferenciado. Muito pelo contrário, é permitido para corri-
gir as desigualdades existentes, como decorrência da igualdade material.
No âmbito da igualdade material, temos que estudar as ações afirmativas. Mas o que são 
ações afirmativas?
As ações afirmativas consistem em políticas públicas transitórias desenvolvidas com a 
finalidade de reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações históricas, por meio da 
concessão de algum tipo de vantagem compensatória.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Como exemplo, podemos citar as cotas sociais nas universidades públicas. Ora, é sabido que 
as escolas públicas não possuem, infelizmente, o mesmo padrão das escolas particulares. 
Considerando essa distorção, é admissível que haja essa ação afirmativa que resguarde um 
percentual das vagas nas universidades públicas para aqueles oriundos de escola pública.
Chamo a atenção, no entanto, para o fato de que se trata de uma política pública tempo-
rária. Deve-se corrigir a causa, e não atuar apenas na consequência. Ou seja, durante a imple-
mentação das cotas sociais, deve-se buscar elevar o nível das escolas públicas ao patamar 
das escolas privadas. Quando isso acontecer, cancela-se essaação afirmativa. Por isso, trata-
-se de uma política pública temporária. Ok?
DIREITO À 
IGUALDADE
IGUALDADE FORMAL
IGUALDADE MATERIAL
AÇÕES AFIRMATIVAS
igualdade na lei e igualdade perante a lei
visa tratar os desiguais de maneira desigual na medida em que 
se desigualam
políticas públicas transitórias que visam garantir a igualdade 
material
todos são iguais, sem distinção de qualquer natureza
visa garantir a igualdade de oportunidades
exemplo: cotas sociais nas universidades públicas
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF, no julgamento da ADPF 186, concluiu pela constitucionalidade das políticas de 
ação afirmativa; da utilização dessas políticas na seleção para o ingresso no ensino supe-
rior, especialmente nas escolas públicas; do uso do critério étnico racial por essas políti-
cas; da autoidentificação como método de seleção; e da modalidade de reserva de vagas 
ou de estabelecimento de cotas. Ademais, o citado julgado ratificou o caráter transitó-
rio dos programas de ação afirmativa, já que as desigualdades entre brancos e negros 
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decorreriam de séculos de dominação econômica, política e social dos primeiros sobre 
os segundos. Dessa forma, na medida em que essas distorções históricas fossem corri-
gidas, não haveria razão para a subsistência dos programas de ingresso nas universida-
des públicas. Se eles ainda assim permanecessem, poderiam converter-se em benesses 
permanentes, em detrimento da coletividade e da democracia.
4. PrIncíPIo da legalIdade e da reserVa legal
Meu(minha) aluno(a), cuidado com a diferença entre legalidade e reserva legal. Não são 
termos sinônimos. Aliás, são bem diferentes. Vamos lá!!!
Quando falamos no princípio da legalidade, estamos tratando da possibilidade de o Estado 
instituir obrigações por meio de lei em sentido amplo. Lei em sentido amplo abrange lei em 
sentido estrito (uma lei ordinária, por exemplo) e atos administrativos de caráter normativo.
É a expressão do inciso II do art. 5º, em que a Constituição estabelece que ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Nesse caso, lei quer 
dizer lei em sentido amplo, isto é, normas constitucionais, leis em sentido estrito e atos admi-
nistrativos normativos (decretos, portarias, instruções normativas etc.).
Por outro lado, o princípio da reserva legal exige que a regulamentação de determinada 
matéria constitucional seja feita obrigatoriamente por lei em sentido estrito, como, por exem-
plo, o caso previsto no inc. XXXIX do art. 5º, que exige lei em sentido estrito (lei ordinária) para 
a instituição de crimes e penas. Aqui, lei significa lei em sentido estrito.
Art. 5º, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
(no caso, lei ordinária)
Percebeu a diferença? Agora, vamos aprofundar. A reserva legal pode ser absoluta ou 
relativa.
Quando a Constituição exigir a regulamentação integral de sua norma por lei em sentido 
estrito, estamos diante da reserva legal absoluta.
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Por sua vez, se a Constituição, muito embora exija a edição de lei em sentido estrito para 
regulamentação de determinado tema, permitir que a lei regulamentadora fixe apenas parâme-
tros gerais de atuação a serem complementados por atos administrativos normativos, tere-
mos a reserva legal relativa.
Compreendeu? Não? Então, vamos a um elucidativo exemplo presente no art. 37, inc. XIX.
Art. 37., XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, nes-
te último caso, definir as áreas de sua atuação;
Conforme lemos, o art. 37, XIX, exige lei específica (lei em sentido estrito, no caso, uma lei 
ordinária) para criar autarquias (e fundações públicas de direito público). Trata-se aqui de um 
caso de reserva legal absoluta, uma vez que a matéria exige lei em sentido estrito para regula-
mentação integral da norma constitucional, isto é, a lei em sentido estrito (uma lei ordinária) irá 
regulamentar todos os assuntos diretamente ligados à criação das autarquias (e das fundações 
públicas de direito público).
Por outro lado, o mesmo art. 37, inciso XIX, determina que a instituição de empresas pú-
blicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado necessitam 
de autorização legal. Nesse caso, a lei irá trazer apenas os parâmetros gerais (a autorização 
legislativa), sendo a lei em sentido estrito complementada por um ato infralegal de caráter nor-
mativo (o decreto do Presidente da República) que trará a efetiva criação da empresa estatal 
(seja a empresa pública ou a sociedade de economia mista) e da fundação pública de direito 
privado. Temos aqui um caso de reserva legal relativa.
Sejamos ainda mais elucidativos: no caso da reserva legal relativa, é obrigatória a existência 
de uma lei em sentido estrito (uma lei ordinária, por exemplo) que trará as “ideias gerais” sobre 
um determinado assunto. Mas as premissas menores (o detalhamento) podem ser feitas por 
um ato administrativo normativo (um decreto presidencial, por exemplo). Voltemos ao exemplo 
da criação das empresas estatais. Como se criam as estatais? Você deve ter aprendido isso 
no Direito Administrativo. Primeiro, o Congresso Nacional edita uma lei ordinária autorizando a 
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criação da empresa estatal. Após a edição desta lei ordinária, o Presidente da República edita 
um decreto para efetivamente criar a estatal. Percebeu que é um caso de reserva legal relativa?
Ficou fácil agora? Espero que sim.
Legalidade
Reserva
legal
lei em sentido amplo lei em sentido estrito
ato administrativo
Reserva Legal Absoluta
Reserva Legal Relativa
regulamentação integral por lei 
em sentido estrito
lei em sentido estrito traz apenas 
os parâmetros gerais
lei em sentido
estrito apenas
LEGALIDADE X RESERVA 
LEGAL
5. Vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante
Art. 5º, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Esta previsão, como vimos, é uma decorrência clara do direito à vida, sob a ótica do direito 
à existência digna.
Apesar de genericamente se afirmar que os direitos e garantias fundamentais são relati-
vos, para parcela da doutrina, a vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante 
seriam direitos absolutos, insuscetíveis de relativização, sob pena de se ferir de morte o pró-
prio Estado Democrático de Direito.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Tendo como norte o art. 5º, inc. III, o STF editou a Súmula Vinculante 11 que diz que “só 
é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou deperigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada 
a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do 
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem 
prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA DO LD
No RE 580.252, o STF fixou que, considerando que é dever 
do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus 
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no 
ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos 
do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os 
danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos de-
tentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições 
legais de encarceramento.
6. lIberdade de exPressão e dIreIto de resPosta
Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Como decorrência da adoção da democracia como regime de governo, a Constituição Fe-
deral protege a liberdade de pensamento, ao mesmo tempo em que proíbe o anonimato, pois 
quem faz uso da sua liberdade de manifestação do pensamento assume a responsabilidade 
pelos eventuais danos causados.
Questão 7 (Polícia Federal/Papiloscopista/2018) uma associação, com o objetivo de plei-
tear direitos relativos à educação de adultos analfabetos, planeja realizar uma manifestação 
pacífica em local aberto ao público, inclusive para maior visibilidade e aderência. A máxima 
da liberdade de expressão no âmbito das associações é extensamente garantida pela Cons-
tituição Federal de 1988, que assegura a livre manifestação do pensamento e protege o ano-
nimato.
Errado.
Conforme estabelece o art. 5º, IV, a Constituição Federal proíbe o anonimato.
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Questão 8 (MPU/TÉCNICO DO MPU/2018) A liberdade de pensamento é exercida com 
ônus para o manifestante, que deverá se identificar e assumir a autoria daquilo que ele expres-
sar.
Certo.
Exatamente isso!!!
Conforme dito, a proibição do anonimato tem sua razão de existir na possibilidade do pre-
judicado fazer valer seu direito de resposta, proporcional ao agravo, além das indenizações 
pertinentes, conforme estabelece o art. 5º, inc. V.
Art. 5º, V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem;
Cuidado com a partícula “ou”, pois ela tem aqui caráter aditivo, ou seja, caso haja um dano 
material, um dano moral e um dano à imagem provenientes de um mesmo fato, caberá indeni-
zação pelos três danos cumulativamente.
Vamos às questões de fixação.
Questão 9 (ANTT/NÍVEL SUPERIOR/2013) Caso matéria publicada em jornal tenha sido 
ofensiva a determinada pessoa, o ofendido não poderá cumular o pedido de indenização pelo 
dano material, moral ou à imagem com o direito de resposta, uma vez que estes configuram 
direitos excludentes entre si, conforme preceitua a CF.
Errado.
Caso a matéria publicada em jornal tenha sido ofensiva a determinada pessoa, o ofendido PO-
DERÁ cumular o pedido de indenização pelo dano material, moral ou à imagem, com o direito 
de resposta, conforme estabelece o art. 5º, V.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Ítalo Araújo - 71431924490, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Questão 10 (IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL/2018) O direito de resposta proporcional 
a um cidadão que tenha sido ofendido não impede o direito à indenização por dano material, 
moral ou à imagem.
Certo.
É o que prevê o art. 5º, V. 
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O STF, no HC 100.042, enfrentou a controvérsia acerca da (im)possibilidade de investiga-
ção criminal pautada em delação anônima ou mediante cartas apócrifas. 
Segundo a Corte, “as autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de perse-
cução (penal ou disciplinar), apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças apócrifas 
ou em escritos anônimos. É por essa razão que o escrito anônimo não autoriza, desde 
que isoladamente considerado, a imediata instauração de ‘persecutio criminis’”; “peças 
apócrifas não podem ser formalmente incorporadas a procedimentos instaurados pelo 
Estado, salvo quando forem produzidas pelo acusado ou, ainda, quando constituírem, 
elas próprias, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no crime de extor-
são mediante sequestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prática de crimes 
contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que materializem o ‘crimen 
falsi’ (crimes de falsidades)”.
O Supremo, asseverou, entretanto, que “nada impede, contudo, que o Poder Público, pro-
vocado por delação anônima (disque-denúncia), adote medidas informais destinadas 
a apurar, previamente, em averiguação sumária, ‘com prudência e discrição’, a possível 
ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo de 
conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, em 
caso positivo, a formal instauração da ‘persecutio criminis’, mantendo-se, assim, com-
pleta desvinculação desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas”. Ade-
mais, o STF reconheceu que “o Ministério Público, independentemente da prévia instaura-
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ção de inquérito policial, também pode formar a sua ‘opinio delicti’ com apoio em outros 
elementos de convicção – inclusive aqueles resultantes de atividade investigatória por 
ele próprio promovida – que evidenciem a materialidade do fato delituoso e a existência 
de indícios suficientes de autoria, desde que os dados informativos que dão suporte à 
acusação penal não derivem de documentos ou escritos anônimos nem os tenham como 
único fundamento causal”.
Em outras palavras, segundo o entendimento do STF, não podem as autoridades públicas 
instaurarem um inquérito policial ou uma ação penal pautado exclusivamente numa peça 
apócrifa (sem identificação de autoria). Caso as autoridades públicas recebam uma dela-
ção anônima, como um disque-denúncia, poderão adotar medidas informais para veri-
ficar a existência (ou não) de crime. Havendo os elementos mínimos que caracterizem 
uma infração penal, aí sim poderão instaurar o procedimento investigatório.
Vejamos agora o art. 5º, IX.
Art. 5º, IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, inde-
pendentemente de censura ou licença;
É importantedeixar muito claro que, no Brasil, não mais se fala em censura prévia, prática 
muito comum na época da ditadura militar. Perceba que isso cai muito em prova!
Questão 11 (ANCINE/NÍVEL SUPERIOR/2013) O princípio da inafastabilidade da jurisdição, 
previsto na CF, pode ser utilizado para prevenir ameaça de lesão a direito, por meio da censura 
prévia, com o intuito de evitar eventuais danos à imagem e à honra dos cidadãos, sem que isso 
caracterize cerceamento do direito à liberdade de imprensa.
Errado.
No Brasil, segundo a Constituição Federal vigente, não existe censura prévia.
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Questão 12 (MPOG/ESPECIALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN-
TAL/2009) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença, assim como a manifestação do pensamento, sen-
do vedado o anonimato.
Certo.
Exatamente isso!!!
Questão 13 (TCE-RS/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) É um direito individual fun-
damental a livre expressão da atividade científica, independentemente de licença.
Certo.
De acordo com o art. 5º, inciso IX, é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científi-
ca e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
Ainda no estudo da liberdade de expressão, diz o art. 5º, inc. XIV, que “é assegurado a to-
dos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional”.
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Com base na vedação à censura prévia, por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal 
julgou procedente a ADI 4815 e declarou inexigível a autorização prévia para a publica-
ção de biografias.
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7. lIberdade de conscIêncIa, de crença e de conVIcção FIlosóFIca ou Po-
lítIca
Leiamos os incisos pertinentes.
Art. 5º, VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício 
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 5º, VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva;
Art. 5º, VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
sófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se 
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Com relação aos incisos VI e VII do art. 5º, importante deixar claro que a citação de “livre 
exercício dos cultos religiosos” e de “assistência religiosa” não retira a laicidade do Estado bra-
sileiro. Não se tem dúvida de que a República Federativa do Brasil é um Estado laico, que não 
adota religião oficial.
O inciso VIII, por sua vez, é conhecido pela doutrina como escusa de consciência, ou obje-
ção de consciência, ou, ainda, imperativo de consciência. Segundo prevê este inc. VIII do art. 
5º, é possível que a pessoa se recuse a cumprir determinadas obrigações que conflitem com 
suas convicções religiosas, filosóficas ou políticas. Porém, se alguém se vale da sua escusa de 
consciência (estas questões religiosas, políticas ou filosóficas) para não cumprir a obrigação 
legal imposta a todos e também não cumprir a prestação alternativa fixada na lei, poderá sim 
ser privado de direitos. A consequência, como veremos futuramente, é a privação dos direitos 
políticos.
Vejamos como isso é cobrado.
Questão 14 (MPOG/NÍVEL SUPERIOR PARA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA/2013) A es-
cusa de consciência por motivos religiosos, filosóficos ou políticos é protegida constitucional-
mente, exceto nos casos de invocação para se eximir de obrigação legal imposta a todos e de 
recusa de cumprimento de prestação alternativa fixada em lei.
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Certo.
É a expressão do art. 5º, inciso VIII, que estabelece que ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para exi-
mir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada 
em lei.
8. InVIolabIlIdade da IntImIdade, da PrIVacIdade, da Honra e da Imagem
Segundo o art. 5º, inc. X, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação. Mais uma vez, é importante alertar que o “ou” aqui também é aditivo!!!! Vejamos 
como isso é cobrado.
Questão 15 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) A CF es-
tabelece que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença. Diante da amplitude do tratamento constitucional 
atribuído a essas liberdades, mesmo que a manifestação dessas atividades viole a intimidade, 
a vida privada, a honra e a imagem de alguém, não será devida qualquer indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação.
Errado.
Conforme vimos, a Constituição Federal, no art. 5º, inc. X, dispõe que são invioláveis a intimi-
dade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação.
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Questão 16 (TRE-PA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) No banheiro masculino da empresa Del-
ta, foi instalada uma câmara de vídeo. Esse fato caracteriza ofensa à
a) cidadania.
b) liberdade de ir e vir.
c) intimidade.
d) autodeterminação pessoal.
e) imagem da pessoa.
Letra c.
Se, num determinado banheiro, é instalada uma câmara de vídeo, esse fato caracteriza ofensa 
à intimidade, tutelada pelo art. 5º, X.
Vamos lembrar o que já vimos até aqui.
DIREITO À VIDA
PROTEÇÃO DA INTIMIDADE, DA PRIVACIDADE, 
DA HONRA E DA IMAGEM
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CON-
VICÇÃO FILOSÓFICA OU POLÍTICA
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E
DIREITO DE RESPOSTA
VEDAÇÃO À TORTURA E AO TRATAMENTO 
DESUMANO OU DEGRADANTE
DIREITO À IGUALDADE
LEGALIDADE
X
RESERVA LEGAL
ART. 5º, I A X
9. dIreIto à InVIolabIlIdade domIcIlIar
Segundo o artigo 5º, inciso XI, “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
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Ou seja, ninguém, especialmente a autoridade pública, pode entrar na casa alheia sem con-
sentimento do morador, exceto:
a) em caso de flagrante delito (a qualquer hora);
b) desastre (a qualquer hora);
c) socorro (a qualquer hora);
d) por determinação judicial (durante o dia).
Muito cuidado!!! O conceito de “casa”, para os fins da proteção jurídico-constitucional a que 
se refere o artigo 5º, inciso XI, reveste-se de caráter mais amplo do que a ideia geral de mera 
residência, pois, compreende:
a) qualquer compartimento habitado unifamiliar (a casa propriamente dita, o apartamento);
b) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva (o quarto do hotel quando ocupado pelo 
hóspede); e
c) qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade (o escritório do 
advogado, por exemplo).
Retiramos esta ideia do art. 150, § 4º, do Código Penal:
Art. 150., § 4º – A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
No caso da letra “c”, reitera-se que o princípio da inviolabilidade domiciliar estende-se ao espa-
ço em que alguém exerce, com exclusão de terceiros, qualquer atividade de índole profissional, 
como, por exemplo, o escritório do advogado.
Outra celeuma existente é a definição de “dia”, para os fins da inviolabilidade domiciliar.
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A doutrina, para responder a essa indagação, desenvolveu duas correntes: a que adota o 
critério físico-astronômico; e a que adota o critério cronológico.
O critério físico-astronômico afirma que “dia” é o lapso temporal existente entre a aurora e 
o crepúsculo, ou seja, enquanto houver sol. Já pelo critério cronológico, “dia” é o intervalo entre 
as 6 horas da manhã até as 18 horas.
Muito cuidado agora!!! A doutrina reconhece que se uma diligência começou dentro do horário 
adequado (durante o dia), porém, em face da complexidade do fato, estendeu-se para além das 
18 horas, não se fala em violação da proteção constitucional ao domicílio, ou seja, não se pode 
arguir a ilicitude da prova colhida nessa diligência.
O art. 5º, inc. XI, não cai em concurso público, DESPENCA!!! Perceba.
Questão 17 (FUNDAC-PB/ADVOGADO/2008) A Constituição Federal assegura, no art. 5º, 
inciso XI, que: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con-
sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, 
ou, durante o dia, por determinação judicial”. Os locais abrangidos pelo conceito de domicílio 
considerado pelos doutrinadores e pela jurisprudência incluem o(a)
a) sala da secretária em um escritório de advocacia.
b) salão de festas de um edifício residencial.
c) sala de audiências de um tribunal.
d) quarto de hotel ocupado por um hóspede.
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Letra d.
O quarto de hotel ocupado por um hóspede é o melhor exemplo de aposento de habitação 
coletiva quando ocupado. E por que as demais alternativas estão erradas? Porque são locais 
públicos, isto é, não são locais privados com exclusão de terceiros. Portanto, não se inserem 
no amplo conceito de casa para os fins da inviolabilidade domiciliar. OK?
Questão 18 (STM/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) Ministério Público pode determinar 
a violação de um domicílio para realização de busca e apreensão de objetos que possam servir 
de prova em um processo.
Errado.
Só por determinação JUDICIAL.
Questão 19 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) O cum-
primento de mandado de busca e apreensão, expedido pela autoridade judicial competente, 
poderá ocorrer a qualquer horário do dia, inclusive durante o período noturno, mesmo que não 
haja o consentimento do morador, tendo em vista que a CF estabelece algumas exceções ao 
princípio da inviolabilidade domiciliar, as quais se incluem as determinações do Poder Judi-
ciário.
Errado.
Por ordem judicial, só entra na casa alheia sem consentimento do morador durante o dia.
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Questão 20 (FUB/NÍVEL SUPERIOR/2013) Para exercer o poder fiscalizador da administra-
ção tributária, é permitido que o agente fiscal ingresse em domicílio do contribuinte sem auto-
rização judicial prévia. 
Errado.
Para exercer o poder fiscalizador da administração tributária, o agente fiscal só pode ingressar 
em domicílio do contribuinte COM autorização judicial prévia.
Questão 21 (MPU/TÉCNICO DO MPU/2018) Policiais têm a prerrogativa de adentrar na casa 
de qualquer pessoa durante o período noturno, desde que portem determinação judicial ou o 
morador consinta.
Errado.
Para cumprir ordem judicial, o policial só pode entrar na casa alheia sem o consentimento do 
morador durante o dia.
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NINGUÉM ENTRA NA CASA ALHEIA 
SEM CONSENTIMENTO, SALVO
CASA
DIA
flagrante delito (qualquer hora)
qualquer compartimento habitado unifamiliar
FÍSICO-ASTRONÔMICO: da aurora ao crepúsculo
desastre (qualquer hora)
socorro (qualquer hora)
ordem judicial (durante o dia)
qualquer aposento ocupado de habitação coletiva
qualquer compartimento privado onde alguém exerce profis-
são ou atividade
CRONOLÓGICO: 6h às 18h
INVIOLABILIDADE DOMICI-
LIAR
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF admitiu a entrada de policiais em escritório de advocacia durante a noite para 
colocação de escutas ambientais, em cumprimento a ordem judicial. Entendeu a Corte 
que a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio – como é o caso dos escritó-
rios de advocacia – é relativa. Asseverou, ademais, que a garantia da inviolabilidade não 
serve nos casos em que o próprio advogado é acusado do crime, ou seja, a inviolabilidade 
(garantida pela Constituição) não pode transformar o escritório em reduto do crime.
10. sIgIlo da corresPondêncIa e das comunIcações
De acordo com o art. 5º, XII, é inviolável osigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem ju-
dicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal.
Perceba que a Constituição Federal só ressalva as comunicações telefônicas por ordem de 
JUIZ e para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal.
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Não se pode afirmar, todavia, que o sigilo das correspondências, das comunicações tele-
gráficas e de dados seriam direitos absolutos. Aliás, conforme vimos no estudo da teoria geral 
dos direitos e garantias fundamentais, os direitos fundamentais são, em regra, relativos.
A título de exemplo, a jurisprudência do STF admite a interceptação da carta do preso pela 
administração penitenciária com a finalidade de se evitar a prática de ilícitos. Aplica-se à espé-
cie a ponderação de interesses, já que os direitos fundamentais não podem servir como escudo 
para práticas de atividades criminosas.
Questão 22 (TCU/TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2009) Admite-se a quebra 
do sigilo das comunicações telefônicas, por decisão judicial, nas hipóteses e na forma que a 
lei estabelecer, para fins de investigação criminal ou administrativa.
Errado.
Não se admite a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, por decisão judicial, para fins 
de investigação administrativa, mas somente para investigação criminal ou instrução proces-
sual penal.
Questão 23 (AGU/PROCURADOR FEDERAL/2013) O sigilo das comunicações telefônicas 
só poderá ser afastado por decisão judicial e somente para fins da instrução processual penal.
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Errado.
O “somente” tornou a questão errada, na medida em que o sigilo das comunicações telefô-
nicas poderá ser afastado por decisão judicial, para fins da instrução processual penal e da 
investigação criminal.
Cuidado com a chamada prova emprestada. Muito embora a Constituição Federal limite ao 
juiz criminal a competência para determinar a interceptação das comunicações telefônicas, 
essa prova pode ser “emprestada” para o juiz cível, para o juiz do trabalho, inclusive para um 
processo administrativo disciplinar.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
1) Afirma o STF que a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem 
conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação 
não é considerada prova ilícita.
2) O TST tem entendimento consolidado no sentido de que não viola o art. 5º, XII, o monitora-
mento pelas empresas do conteúdo do e-mail corporativo, uma vez que cabe ao empregador 
que suporta os riscos da atividade produtiva zelar pelo correto uso dos meios que proporciona 
aos seus subordinados para o desempenho de suas funções.
11. lIberdade ProFIssIonal
Segundo o art. 5º, inc. XIII, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Conforme já entendeu o STF, 
nem todas as profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de exigências legais, uma 
vez que a regra é a liberdade profissional. Só é admitida a restrição legal quando determinada 
profissão possuir um potencial lesivo. Como exemplo, citamos a atividade de músico, em que 
o STF definiu que prescinde de qualquer controle. Noutro sentido, o STF entendeu que a exi-
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gência de inscrição na OAB para o exercício da advocacia atende ao art. 5º, XIII, uma vez que 
a lei de regência (Lei nº 8.906, de 1994) exige a referida inscrição e a atividade de advogado 
repercute no campo de interesse de terceiros.
12. lIberdade de locomoção
O art. 5º, inc. XV, consagra a liberdade de locomoção, dizendo que “é livre a locomoção no 
território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens”. Se violada a liberdade de locomoção, a Constituição 
Federal coloca à disposição da vítima o remédio constitucional chamado de habeas corpus.
13. lIberdade de reunIão
De acordo com o art. 5º, inc. XVI, “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em 
locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à au-
toridade competente”. Se cobrado o direito de reunião, lembre-se de 5 elementos, quais sejam: 
1) pacificamente; 2) sem armas; 3) independentemente de autorização; 4) exigido prévio aviso; 
5) para não frustar outra reunião já convocada para o mesmo local.
Prévio aviso
Não frustrar outra marcada para o 
mesmo local Pacificamente
Sem armas
Independentemente 
de autorização
DIRETO
DE REUNIÃO
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Muito cuidado!!!! O exercício do direito de reunião, sempre pacífico e sem armas, independe 
de autorização; o que se exige é prévio aviso para não frustrar outra reunião marcada para o 
mesmo local. Isso é muito importante. Cai demais, perceba.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Apesar da Constituição Federal exigir o prévio aviso à autoridade competente, o STF 
entendeu que o objetivo da exigência é apenas permitir que o poder público zele para que 
a manifestação seja pacífica e não impeça outra reunião no mesmo local. Nesse sentido, 
no julgamento do RE 806339, a Corte fixou a seguinte tese de repercussão geral: “A exi-
gência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com 
a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se 
dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”.
DE OLHO NOS DETALHES
1) Caso a prova não diga nada ou exija que se responda conforme a Constituição Federal, você 
deverá partir da premissa que o exercício do direito de reunião depende de prévio aviso à auto-
ridade competente;
2) Se a prova disser que o candidato deve responder a questão à luz da jurisprudência do STF, 
nesse caso a exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é 
satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu 
exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local.
Questão 24 (TJ-AL/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2012) A CF assegurao direito de reunião em lo-
cais abertos ao público, desde que a reunião tenha caráter pacífico e não frustre outra reunião 
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anteriormente convocada para o mesmo local, sendo exigida, para tanto, apenas prévia autori-
zação da autoridade competente.
Errado.
Conforme afirmamos, não se fala em prévia autorização, apenas em prévio AVISO.
Questão 25 (DEFENSOR PÚBLICO DO DF/2013) Para o exercício do direito de reunião em lo-
cais públicos, faz-se necessário apenas que os interessados dirijam à autoridade competente 
pedido de autorização prévia, como forma de evitar que frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local.
Errado.
Não existe a necessidade de prévia autorização.
Questão 26 (MPOG/NÍVEL SUPERIOR PARA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA/2013) A pas-
seata pacífica, sem armas, realizada em local público, é protegida pelo direito constitucional à 
liberdade de reunião, porém está condicionada à prévia autorização da autoridade competente, 
de modo a não frustrar outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.
Errado.
Mais uma vez: não existe a necessidade de prévia autorização. Percebeu como isso despenca 
em concurso público?
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Questão 27 (MC/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/2013) A CF garante aos cidadãos, de modo 
irrestrito, a liberdade de realizarem reuniões em locais abertos ao público.
Errado.
O termo “de modo irrestrito” tornou o item errado. Tem restrições, sim. O direito de reunião deve 
ser realizado de modo pacífico, os integrantes não podem portar armas e, além disso, exige-se 
prévio aviso à autoridade competente para não frustrar outra reunião marcada para o mesmo 
local.
Questão 28 (DPF/AGENTE/2012) O exercício do direito à liberdade de reunião em locais 
abertos ao público, previsto na Constituição Federal, condiciona-se a dois requisitos expres-
sos: o encontro não pode frustrar outro anteriormente convocado para o mesmo local e a au-
toridade competente deve ser previamente avisada a respeito de sua realização.
Certo.
Exatamente isso.
Questão 29 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) De 
acordo com a CF, caso os integrantes de determinada associação pretendam reunir-se pacifi-
camente, sem armas, em um local aberto ao público, tal reunião poderá ocorrer, independen-
temente de autorização, desde que não frustre outra reunião anteriormente convocada para o 
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
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Certo.
Conforme o art. 5º, inc. XVI.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Segundo o STF, o aviso é uma exigência razoável, que tem por finalidade possibilitar ao 
poder público a organização e realização das medidas necessárias para a segurança 
nacional, a segurança pública, a defesa da ordem, a prevenção do crime, a proteção da 
saúde ou moralidade, a proteção dos direitos de liberdade dos demais. Ao mesmo tempo 
em que protege e garante o direito dos manifestantes, o poder público protege os direitos 
e liberdades dos não participantes, de maneira a preservar o bem-estar em uma socie-
dade democrática, conforme preveem vários pactos de direitos humanos. O direito de 
reunião não se reveste de caráter absoluto (RE 806339).
14. lIberdade de assocIação
A liberdade de associação está prevista no art. 5º, incs. XVII a XXI, vejamos:
Art. 5º, XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Art. 5º, XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de auto-
rização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
Art. 5º, XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; (a expressão 
“no primeiro caso” refere-se à dissolução da associação)
Art. 5º, XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
Art. 5º, XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Associação é um agrupamento de pessoas para o exercício de uma atividade lícita sem 
fins lucrativos. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Conforme o art. 5º, inc. XVII, parte final, é vedada associação de caráter paramilitar, ou seja, 
proíbe a reunião de pessoas que não sejam militares para o exercício de atividades bélicas.
Outro ponto muito importante diz respeito à suspensão e à dissolução das associações, 
previstas no art. 5º, inc. XIX. Primeiro, lembre-se que só o JUIZ poderá suspender ou dissolver 
as associações. Segundo, só é exigível o trânsito em julgado do processo para a DISSOLUÇÃO 
da associação, isto é, para a suspensão não precisa aguardar o chamado trânsito em julgado 
(o fim do processo). OK?
Tem legitimidade para representar 
seus filiados quando expressa-
mente autorizada
Ninguém pode ser 
compelido a associar-se ou 
a permanecer associado
Só pode ser dissolvida 
por decisão judicial 
transitada em julgado
Pode ser suspensa por decisão judicial 
sem trânsito em julgado
Para fins lícitos
Vedada a de 
caráter paramilitar
A criação independe
de autorização
LIBERDADE DE ASSOCIA-
ÇÃO
Cuidado com o art. 5º, XXI. Quando se tratar de mandado de segurança coletivo, não há neces-
sidade de autorização dos associados, conforme entendimento sumulado do STF, veja:
Súmula 629, STF: a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor 
dos associados independe da autorização destes.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Mas que fique claro: nos demais casos, necessita de expressa autorização, que, segundo o 
STF, deve ser manifestada por ato individual do associado ou por deliberação tomada em as-
sembleia da entidade. 
DE OLHO NOS DETALHES
1) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Se a 
associaçãosó pode exercer atividade lícita, por consequência não pode exercer atividade para-
militar.
2) Como consequência da ampla liberdade de associação, a criação de associações e, na 
forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência esta-
tal em seu funcionamento.
3) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no caso da dissolução, o trânsito em julgado.
4) Como decorrência da liberdade de associação sob a ótica dos associados, ninguém poderá 
ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.
5) As associações, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar 
seus filiados judicial ou extrajudicialmente. 
6) Esta autorização deve ser dada por ato individual do associado ou por deliberação tomada 
em assembleia da entidade.
7) Quando a associação quiser entrar com mandado de segurança coletivo não precisa de 
prévia autorização.
Questão 30 (MPOG/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/2010) Caso determinada associa-
ção tenha tido suas atividades suspensas por ato devidamente fundamentado da administra-
ção pública, esse ato será considerado válido, já que foi emanado de órgão público em decisão 
devidamente fundamentada.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Errado.
Somente o JUIZ, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá dissolver compulsoriamen-
te ou suspender as atividades das associações, sempre lembrando que, para dissolver, deve 
aguardar o trânsito em julgado.
Questão 31 (TJ-AL/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2012) As associações só poderão ser compul-
soriamente dissolvidas por decisão judicial, mas a suspensão de suas atividades é medida 
que se insere no âmbito do poder de polícia da administração, em caso de relevante interesse 
social ou de ofensa ao bem-estar coletivo.
Errado.
Tanto a dissolução como a suspensão das associações somente são possíveis por decisão 
JUDICIAL.
Questão 32 (MS/ADMINISTRADOR/2013) Ninguém poderá ser obrigado a associar-se ou a 
permanecer associado, salvo nos casos previstos em lei.
Errado.
Não existe essa exceção. A proibição é ampla e irrestrita, ou seja, ninguém poderá ser compe-
lido a associar-se ou a permanecer associado.
Questão 33 (BACEN/PROCURADOR/2013) A CF atribui ao Poder Judiciário autorização ex-
clusiva para dissolver compulsoriamente associações.
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Certo.
Como previsto no art. 5º, inc. XIX.
Questão 34 (BACEN/NÍVEL SUPERIOR/2013) De acordo com a CF, é direito fundamental do 
cidadão a livre associação para fins lícitos. Todavia, pode a administração pública, a bem do 
interesse público, intervir no funcionamento de associações civis e suspender temporariamen-
te suas atividades.
Errado.
Somente o JUIZ pode intervir no funcionamento de associações civis e suspender temporaria-
mente suas atividades. Ou seja, é uma matéria reservada à jurisdição.
Questão 35 (CNJ/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2013) Considere que determinada associa-
ção seja ré em ação judicial que pleiteie a suspensão de suas atividades. Nessa situação hipo-
tética, caso o juiz competente julgue procedente o pleito, será necessário aguardar o trânsito 
em julgado da decisão judicial para que a referida associação tenha suas atividades suspensas.
Errado.
Será necessário aguardar o trânsito em julgado da decisão judicial para que a referida associa-
ção tenha suas atividades DISSOLVIDAS. Para a suspensão das atividades da associação, não 
é preciso aguardar o trânsito em julgado.
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Questão 36 (TCU/TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2009) Somente por deci-
são judicial transitada em julgado as associações podem ser compulsoriamente dissolvidas.
Certo.
Conforme estabelece o art. 5º, inc. XIX.
Questão 37 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) A ad-
ministração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma 
ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou 
suspender as atividades das associações.
Errado.
Conforme já alertamos, somente o JUIZ, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá 
dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações, sempre lembrando 
que, para dissolver, deve aguardar o trânsito em julgado.
Questão 38 (POLÍCIA FEDERAL/PAPILOSCOPISTA/2018) Uma associação, com o objetivo 
de pleitear direitos relativos à educação de adultos analfabetos, planeja realizar uma mani-
festação pacífica em local aberto ao público, inclusive para maior visibilidade e aderência. As 
associações, em regra, não precisam de autorização da administração pública para reunir-se, 
assim como para a sua criação.
Certo.
É o que estabelecem os incisos XVI e XVIII do art. 5º.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
15. dIreIto de ProPrIedade
O art. 5º, inc. XXII, garante o direito de propriedade, assim entendido como o poder de 
usar, gozar e dispor da coisa. Trata-se de um belo exemplo de direito não absoluto, uma vez 
que o inc. XXIII do art. 5º exige que a propriedade atenda a sua função social, evitando abusos 
na sua prática. Afirmar que a propriedade cumpre sua função social é dizer que foi dado pelo 
proprietário uma destinação economicamente útil, em observância do interesse público. É a 
harmonização da proteção da propriedade privada, marca do Estado Liberal, com a obediência 
da função social da propriedade, essência de um Estado Social.
Como exemplo, podemos citar o art. 182, § 4º, em que a Constituição Federal permite ao 
Poder Público municipal exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou 
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: par-
celamento ou edificação compulsórios; imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana 
progressivo no tempo; e desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública. 
Ou seja, não pode o proprietário de um lote mantê-lo vazio por muito tempo para fins eminen-
temente especulativos, porque isso ofenderia a função social da propriedade. Tem que atribuir 
uma função social ao lote, que atenda ao interesse público.
16. desaProPrIação
Segundo o art. 5º, inc. XXIV, “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por ne-
cessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante

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