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Direitos e deveres individuais e coletivos

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Livro Eletrônico
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Luciano Dutra
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos .......................................................................5
1. Introdução ..................................................................................................................5
2. Direito à Vida ..............................................................................................................6
3. Direito à Igualdade ......................................................................................................8
4. Princípio da Legalidade e da Reserva Legal............................................................... 12
5. Vedação à Tortura e ao Tratamento Desumano ou Degradante ................................ 14
6. Liberdade de Expressão e Direito de Resposta ......................................................... 15
7. Liberdade de Consciência, de Crença e de Convicção Filosófica ou Política ............... 19
8. Inviolabilidade da Intimidade, da Privacidade, da Honra e da Imagem ...................... 20
9. Direito à Inviolabilidade Domiciliar ............................................................................22
10. Sigilo da Correspondência e das Comunicações .......................................................26
11. Liberdade Profissional ............................................................................................ 28
12. Liberdade de Locomoção ....................................................................................... 28
13. Liberdade de Reunião ..............................................................................................29
14. Liberdade de Associação .........................................................................................32
15. Direito de Propriedade ............................................................................................37
16. Desapropriação .......................................................................................................37
17. Requisição Administrativa .......................................................................................37
18. Proteção ao Bem de Família Rural ..........................................................................38
19. Direitos Autorais .....................................................................................................39
20. Proteção à Propriedade Industrial ..........................................................................39
21. Direito de Sucessão ................................................................................................39
22. Defesa do Consumidor .......................................................................................... 40
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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
DIREITO CONSTITUCIONAL
23. Direito de Informação............................................................................................ 40
24. Direito de Petição ...................................................................................................42
25. Direito de Certidão .................................................................................................43
26. Inafastabilidade da Jurisdição .................................................................................44
27. Irretroatividade Relativa das Leis ...........................................................................45
28. Direito ao Juiz Natural ............................................................................................46
29. Júri Popular ............................................................................................................46
30. Legalidade Penal e Irretroatividade Relativa da Lei Penal .......................................47
31. Punição às Discriminações Atentatórias ................................................................ 48
32. Crimes Imprescritíveis .......................................................................................... 48
33. Tortura, Tráfico Ilícito de Drogas, Terrorismo e Crimes Hediondos (3TH) ...............49
34. Pessoalidade da Pena, Individualização da Pena e Penas Proibidas ........................ 50
35. Cumprimento da Pena e Aleitamento Materno ....................................................... 51
36. Respeito à Integridade Física e Moral do Preso ...................................................... 51
37. Extradição ..............................................................................................................52
38. Direito ao Devido Processo Legal ...........................................................................54
39. Direito ao Contraditório e à Ampla Defesa .............................................................55
40. Vedação às Provas Ilícitas ......................................................................................56
41. Princípio da Presunção de Inocência ........................................................................56
42. Identificação Criminal .............................................................................................57
43. Ação Penal Privada Subsidiária da Ação Pública .....................................................57
44. Princípio da Publicidade dos Atos Processuais ...................................................... 58
45. Pressupostos Constitucionais para a Prisão .......................................................... 58
46. Direitos do Preso ...................................................................................................59
47. Prisão Civil por Dívida ............................................................................................ 60
48. Habeas Corpus ....................................................................................................................................62
49. Mandado de Segurança ......................................................................................... 66
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DIREITO CONSTITUCIONAL
50. Mandado de Injunção ............................................................................................. 69
51. Habeas Data ......................................................................................................................................... 73
52. Ação Popular .........................................................................................................75
53. Assistência Jurídica Gratuita ...................................................................................78
54. Direito à Indenização por Erro Judiciário ou Excesso de Prisão ...............................78
55. Gratuidade de Registro de Nascimento e Certidão de Óbito ....................................79
56. Gratuidade do Habeas Corpus, do Habeas Data e dos Atos Necessários ao 
Exercício da Cidadania ..................................................................................................79
57. Princípio da Celeridade Processual ........................................................................ 80
58. Aplicabilidade Imediata dos Direitos e Garantias Fundamentais ............................. 81
59. Enumeração Aberta dos Direitos e Garantias Fundamentais (Rol não Taxativo) .... 82
60. Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos Equivalentes à Emenda 
Constitucional.............................................................................................................. 84
61. Submissão ao Tribunal Penal Internacional ............................................................ 8662. Breve Resumo Acerca dos Remédios Constitucionais .............................................87
Resumo ....................................................................................................................... 89
Questões de Concurso ................................................................................................. 98
Gabarito ...................................................................................................................... 116
Gabarito Comentado .................................................................................................... 117
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DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
1. Introdução
Meu(minha) aluno(a), agora que conhecemos a teoria geral dos direitos e garantias fun-
damentais, vamos estudar os 78 incisos e os 4 parágrafos do art. 5º da Constituição Federal, 
adicionando, quando necessário, os detalhes doutrinários e jurisprudenciais pertinentes.
Apesar da extensão do art. 5º, você tem que saber cada detalhe a seu respeito, uma vez 
que é uma parte muito lembrada pelas bancas examinadoras nas provas de Direito Consti-
tucional.
A primeira informação importante é que este art. 5º consagra uma boa parte do rol de 
direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição. Porém, não se pode afirmar que 
este rol esgota todos os direitos e garantias fundamentais existentes. Na verdade, os direitos 
e garantias fundamentais estão espalhados por todo o texto constitucional, conforme já re-
conheceu, inclusive, o Supremo Tribunal Federal. Essa informação cai em concurso público. 
Perceba.
Questão 1 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) Os direitos e garantias fundamentais 
encontram-se destacados exclusivamente no art. 5º do texto constitucional.
Errado.
Encontram-se, na verdade, espalhados por toda a Constituição Federal.
Então, vamos ao estudo deste importantíssimo art. 5º. Aperte o cinto, que o avião do Gran 
Cursos Online irá decolar agora!!!
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2. dIreIto à VIda
O direito à vida está previsto no caput do art. 5º e pode ser observado por dois prismas, 
quais sejam:
a) o direito de permanecer vivo e
b) o direito a uma vida digna.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
O direito a permanecer vivo abrange a vida extrauterina (a criança que nasceu com vida) 
e também a vida intrauterina (dentro do útero materno). Tanto é verdade, que o direito, como 
regra, não tolera o aborto, justamente para proteger a vida em gestação.
O direito a uma vida digna, por sua vez, garante as necessidades vitais básicas, proibindo 
qualquer tratamento desumano ou degradante, como a tortura e as penas de caráter perpé-
tuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis etc. (art. 5º, III e XLVII).
Art. 5º, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Art. 5º, XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Sobre o direito à vida, aprofundando em aspectos jurisprudenciais, é importante trazer 
para nosso estudo o julgamento da ADI n. 3.510, que tinha como objeto a possibilidade (ou 
não) de pesquisas com células-tronco embrionárias.
O STF deliberou pela possibilidade de utilização de células-tronco embrionárias em pes-
quisas científicas e terapias. Ficou consignado que não há, na manipulação das células-tron-
co embrionárias, ofensa ao direito à vida.
Merece destaque também o julgamento da ADPF n. 54, em que o STF reconheceu o direito 
da gestante de submeter-se ao aborto na hipótese de gravidez de feto anencéfalo, previa-
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mente diagnosticada por profissional habilitado. Cuidado: trata-se apenas de uma possibili-
dade de aborto não prevista em lei (e não uma obrigação). Na verdade, a decisão final cabe à 
mãe. Caso decida pelo aborto de um feto anencéfalo, tal fato não caracterizará crime.
Possibilidade de aborto de feto anencéfalo
Permanecer vivo
Vida Extrauterina proibição, como regra, de pena de morte
Vida Intrauterina proibição, como regra, do aborto
Vida digna
proibição da tortura
proibição do tratamento desumano ou degradante
proibição das penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de 
banimento e cruéis
DIREITO À VIDA
Possibilidade de pesquisas com células-tronco embrionárias
Vejamos como isso é cobrado em prova.
Questão 2 (MPE-RS/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Dentre os direitos e garantias fun-
damentais existentes na Constituição Federal, encontra-se o direito à vida, sendo certo que 
este direito significa, considerado em sentido mais amplo, o direito a condições materiais e 
espirituais mínimas necessárias a uma existência condigna à natureza humana.
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Certo.
Exatamente isso!!! O direito à vida não é somente o direito à permanência da vida, mas também 
direito à uma existência que assegure à pessoa as condições mínimas de dignidade humana.
Questão 3 (MPE-RS/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Dentre os direitos e garantias fun-
damentais existentes na Constituição Federal, encontra-se o direito à vida, sendo certo que 
este direito abrange tão somente a vida extrauterina, posto que a intrauterina é qualificada 
como mera expectativa de um direito, e sua maior relevância é na área cível.
Errado.
Como vimos, alcança também a vida intrauterina.
3. dIreIto à Igualdade
Quando falamos do direito à igualdade (ou princípio da isonomia), na verdade, estamos 
tratando de um gênero, que pode assumir duas espécies diferentes: a igualdade formal e a 
igualdade material.
A igualdade formal é aquela prescrita no início do caput do art. 5º e seu inciso I, em que se 
identifica uma identidade de direitos e deveres concedidos a todos os membros de uma dada 
sociedade, sem distinções.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
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A igualdade formal abrange:
a) a igualdade na lei - dirigida ao legislador, significa que as normas jurídicas não podem 
prever distinções que não sejam autorizadas pela Constituição Federal. Não pode uma 
lei recém criada trazer privilégios para apenas uma parcela da sociedade;
b) a igualdade perante a lei - dirigida ao aplicador da lei, exige que as normas jurídicas 
sejam aplicadas de maneira igual a todos, impedindo tratamento seletivo ou discri-
minatório. Não pode, por exemplo, o juiz deixar de aplicar a pena a um criminoso por 
questões de afinidade pessoal.
Por outro lado, temos a chamada igualdade material, que tem a finalidade de buscar a 
equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o jurídico.
Na igualdadematerial, identificam-se diferenças nas pessoas que compõem o grupo so-
cial, e busca-se tratar os diferentes de forma diferente para garantir, ao fim e ao cabo, as mes-
mas oportunidades a todos. É a consagração do ideal de Aristóteles, para quem a igualdade 
consiste em “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que 
eles se desigualam”.
Tendo como norte a igualdade material, o Estado deve buscar a igualdade de oportunida-
des a todas as pessoas por meio de políticas públicas e de leis que, atentas às características 
dos grupos menos favorecidos, compensem as desigualdades decorrentes do processo his-
tórico da formação social.
Muito embora a Constituição Federal afirme que homens e mulheres são iguais em di-
reitos e obrigações, ela própria (a Constituição) faz distinções, como, por exemplo, o regime 
previdenciário mais brando para as mulheres, a isenção para as mulheres de prestar o serviço 
militar obrigatório em tempo de paz. Até mesmo uma lei infraconstitucional pode estabelecer 
distinções entre homens e mulheres, desde que se respeite a razoabilidade, como o faz, por 
exemplo, a Lei Maria da Penha que protege a mulher vítima de violência doméstica (e não o 
homem). Tudo isso, por conta da igualdade material.
Perceba que isso pode cair na sua prova.
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Questão 4 (MMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) No constitucionalismo, a existência de 
discriminações positivas iguala materialmente os desiguais.
Certo.
Fazer discriminações positivas significa, justamente, realizar políticas públicas para corrigir 
distorções existentes numa dada comunidade para igualar os desiguais.
Questão 5 (TJ-PA/JUIZ SUBSTITUTO/2005) A Constituição Federal não tolera nenhum tra-
tamento legislativo diferenciado entre homem e mulher, a não ser os que prevê taxativamente 
no seu texto.
Errado.
Conforme dito, a Constituição Federal não só tolera, como incentiva essa prática para cor-
rigir as desigualdades existentes entre homens e mulheres, desde que se respeite o critério 
de razoabilidade. Como exemplo, a Lei Maria da Penha, que tutela apenas a mulher vítima de 
violência doméstica.
Questão 6 (BACEN/NÍVEL MÉDIO/2013) O princípio constitucional da igualdade garante a 
todos o direito ao tratamento idêntico no âmbito da elaboração e da aplicação da lei, sendo 
proibido qualquer tipo de tratamento normativo diferenciado.
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Errado.
Não é proibido tratamento normativo diferenciado. Muito pelo contrário, é permitido para cor-
rigir as desigualdades existentes, como decorrência da igualdade material.
No âmbito da igualdade material, temos que estudar as ações afirmativas. Mas o que são 
ações afirmativas?
As ações afirmativas consistem em políticas públicas transitórias desenvolvidas com a 
finalidade de reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações históricas, por meio da 
concessão de algum tipo de vantagem compensatória.
Como exemplo, podemos citar as cotas sociais nas universidades públicas. Ora, é sabido que 
as escolas públicas não possuem, infelizmente, o mesmo padrão das escolas particulares. 
Considerando essa distorção, é admissível que haja essa ação afirmativa que resguarde um 
percentual das vagas nas universidades públicas para aqueles oriundos de escola pública.
Chamo a atenção, no entanto, para o fato de que se trata de uma política pública tempo-
rária. Deve-se corrigir a causa, e não a consequência. Ou seja, durante a implementação das 
cotas sociais, deve-se buscar elevar o nível das escolas públicas ao patamar das escolas 
privadas. Quando isso acontecer, cancela-se essa ação afirmativa. Por isso, trata-se de uma 
política pública temporária. Ok?
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO À 
IGUALDADE
IGUALDADE FORMAL
IGUALDADE MATERIAL
AÇÕES AFIRMATIVAS
igualdade na lei e igualdade perante a lei
visa tratar os desiguais de maneira desigual na medida em que 
se desigualam
políticas públicas transitórias que visam garantir a igualdade 
material
todos são iguais, sem distinção de qualquer natureza
visa garantir a igualdade de oportunidades
exemplo: cotas sociais nas universidades públicas
4. PrIncíPIo da legalIdade e da reserVa legal
Meu(minha) aluno(a), cuidado com a diferença entre legalidade e reserva legal. Não são 
termos sinônimos. Aliás, são bem diferentes. Vamos lá!!!
Quando falamos no princípio da legalidade, estamos tratando da possibilidade de o Esta-
do instituir obrigações por meio de lei em sentido amplo. Lei em sentido amplo abrange lei em 
sentido estrito (uma lei ordinária, por exemplo) e atos administrativos de caráter normativo.
É a expressão do inciso II do art. 5º, em que a Constituição estabelece que ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Nesse caso, lei quer 
dizer lei em sentido amplo, isto é, normas constitucionais, leis em sentido estrito e atos admi-
nistrativos normativos (decretos, portarias, instruções normativas etc.).
Por outro lado, o princípio da reserva legal exige que a regulamentação de determinada 
matéria constitucional seja feita obrigatoriamente por lei em sentido estrito, como, por exem-
plo, o caso previsto no inc. XXXIX do art. 5º, que exige lei em sentido estrito (lei ordinária) para 
a instituição de crimes e penas. Aqui, lei significa lei em sentido estrito.
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Art. 5º, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
(no caso, lei ordinária)
Percebeu a diferença? Agora, vamos aprofundar. A reserva legal pode ser absoluta ou 
relativa.
Quando a Constituição exigir a regulamentação integral de sua norma por lei em sentido 
estrito, estamos diante da reserva legal absoluta.
Por sua vez, se a Constituição, muito embora exija a edição de lei em sentido estrito para 
regulamentação de determinado tema, permitir que a lei regulamentadora fixe apenas pa-
râmetros gerais de atuação a serem complementados por atos administrativos normativos, 
teremos a reserva legal relativa.
Compreendeu? Não? Então, vamos a um elucidativo exemplo presente no art. 37, inc. XIX.
Art. 37., XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, 
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Conforme lemos, o art. 37, XIX, exige lei específica (lei em sentido estrito) para criar autar-
quias (e fundações públicas de direito público). Trata-se aqui de um caso de reserva legal abso-
luta, uma vez que a matéria exige lei em sentido estrito para regulamentação integral da norma 
constitucional, isto é, a lei em sentido estrito (uma lei ordinária) irá regulamentar todos os assun-
tos diretamente ligados à criação das autarquias (e das fundações públicas de direito público).
Por outro lado, o mesmo art. 37, inciso XIX, determina que a instituição de empresas pú-
blicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado necessitam de 
autorização legal. Nesse caso, a lei irá trazer apenas os parâmetros gerais (a autorização le-
gislativa), sendo a lei em sentido estrito complementada por um ato infralegal de caráter nor-
mativo (o decreto do Presidente da República) que trará a efetiva criação da empresa estatal(seja a empresa pública ou a sociedade de economia mista) e da fundação pública de direito 
privado. Temos aqui um caso de reserva legal relativa.
Sejamos ainda mais elucidativos: no caso da reserva legal relativa, é obrigatória a existência 
de uma lei em sentido estrito (uma lei ordinária, por exemplo) que trará as “ideias gerais” sobre 
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um determinado assunto. Mas as premissas menores (o detalhamento) podem ser feitas por 
um ato administrativo normativo (um decreto presidencial, por exemplo). Voltemos ao exemplo 
da criação das empresas estatais. Como se criam as estatais? Você deve ter aprendido isso 
no Direito Administrativo. Primeiro, o Congresso Nacional edita uma lei ordinária autorizando a 
criação da empresa estatal. Após a edição desta lei ordinária, o Presidente da República edita 
um decreto para efetivamente criar a estatal. Percebeu que é um caso de reserva legal relativa?
Ficou fácil agora? Espero que sim.
Legalidade
Reserva
legal
lei em sentido amplo lei em sentido estrito
ato administrativo
Reserva Legal Absoluta
Reserva Legal Relativa
regulamentação integral por lei 
em sentido estrito
lei em sentido estrito traz apenas 
os parâmetros gerais
lei em sentido
estrito apenas
LEGALIDADE X RESERVA 
LEGAL
5. Vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante
Art. 5º, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Esta previsão, como vimos, é uma decorrência clara do direito à vida, sob a ótica do direito 
à existência digna.
Apesar de genericamente se afirmar que os direitos e garantias fundamentais são relati-
vos, para parcela da doutrina, a vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante 
seriam direitos absolutos, insuscetíveis de relativização, sob pena de se ferir de morte o pró-
prio Estado Democrático de Direito.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Tendo como norte o art. 5º, inc. III, o STF editou a Súmula Vinculante 11 que diz que “só é lícito 
o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integri-
dade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade 
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por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade 
e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilida-
de civil do Estado”.
6. lIberdade de exPressão e dIreIto de resPosta
Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Como decorrência da adoção da democracia como regime de governo, a Constituição Fe-
deral protege a liberdade de pensamento, ao mesmo tempo em que proíbe o anonimato, pois 
quem faz uso da sua liberdade de manifestação do pensamento assume a responsabilidade 
pelos eventuais danos causados.
Questão 7 (Polícia Federal/Papiloscopista/2018) uma associação, com o objetivo de plei-
tear direitos relativos à educação de adultos analfabetos, planeja realizar uma manifestação 
pacífica em local aberto ao público, inclusive para maior visibilidade e aderência. A máxi-
ma da liberdade de expressão no âmbito das associações é extensamente garantida pela 
Constituição Federal de 1988, que assegura a livre manifestação do pensamento e protege 
o anonimato.
Errado.
Conforme estabelece o art. 5º, IV, a Constituição Federal proíbe o anonimato.
Questão 8 (MPU/TÉCNICO DO MPU/2018) A liberdade de pensamento é exercida com ônus 
para o manifestante, que deverá se identificar e assumir a autoria daquilo que ele expressar.
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Certo.
Exatamente isso!!!
Conforme dito, a proibição do anonimato tem sua razão de existir na possibilidade do pre-
judicado fazer valer seu direito de resposta, proporcional ao agravo, além das indenizações 
pertinentes, conforme estabelece o art. 5º, inc. V.
Art. 5º, V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem;
Cuidado com a partícula “ou”, pois ela tem aqui caráter aditivo, ou seja, caso haja um dano 
material, um dano moral e um dano à imagem provenientes de um mesmo fato, caberá inde-
nização pelos três danos cumulativamente.
Vamos às questões de fixação.
Questão 9 (ANTT/NÍVEL SUPERIOR/2013) Caso matéria publicada em jornal tenha sido 
ofensiva a determinada pessoa, o ofendido não poderá cumular o pedido de indenização pelo 
dano material, moral ou à imagem com o direito de resposta, uma vez que estes configuram 
direitos excludentes entre si, conforme preceitua a CF.
Errado.
Caso a matéria publicada em jornal tenha sido ofensiva a determinada pessoa, o ofendido 
PODERÁ cumular o pedido de indenização pelo dano material, moral ou à imagem, com o di-
reito de resposta, conforme estabelece o art. 5º, V.
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Questão 10 (IPHAN/AUXILIAR INSTITUCIONAL/2018) O direito de resposta proporcional a 
um cidadão que tenha sido ofendido não impede o direito à indenização por dano material, 
moral ou à imagem.
Certo.
É o que prevê o art. 5º, V. 
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF, no HC 100.042, enfrentou a controvérsia acerca da (im)possibilidade de investiga-
ção criminal pautada em delação anônima ou mediante cartas apócrifas. 
Segundo a Corte, “as autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de perse-
cução (penal ou disciplinar), apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças apócrifas 
ou em escritos anônimos. É por essa razão que o escrito anônimo não autoriza, desde 
que isoladamente considerado, a imediata instauração de ‘persecutio criminis’”; “peças 
apócrifas não podem ser formalmente incorporadas a procedimentos instaurados pelo 
Estado, salvo quando forem produzidas pelo acusado ou, ainda, quando constituírem, 
elas próprias, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no crime de extor-
são mediante sequestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prática de crimes 
contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que materializem o ‘crimen 
falsi’ (crimes de falsidades)”.
O Supremo, asseverou, entretanto, que “nada impede, contudo, que o Poder Público, pro-
vocado por delação anônima (disque-denúncia), adote medidas informais destinadas 
a apurar, previamente, em averiguação sumária, ‘com prudência e discrição’, a possível 
ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo de 
conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a promover, então, 
em caso positivo, a formal instauração da ‘persecutio criminis’, mantendo-se, assim, 
completa desvinculação desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas”. 
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Ademais, o STF reconheceu que “o Ministério Público, independentemente da prévia ins-
tauração de inquérito policial, também pode formar a sua ‘opinio delicti’ com apoio em 
outros elementos de convicção – inclusive aqueles resultantes de atividade investiga-
tória por ele próprio promovida – que evidenciem a materialidade do fato delituoso e a 
existência de indícios suficientes de autoria, desde que os dados informativos que dão 
suporte à acusação penal não derivemde documentos ou escritos anônimos nem os 
tenham como único fundamento causal”.
Vejamos agora o art. 5º, IX.
Art. 5º, IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, inde-
pendentemente de censura ou licença;
É importante deixar muito claro que, no Brasil, não mais se fala em censura prévia, prática 
muito comum na época da ditadura militar. Perceba que isso cai muito em prova!
Questão 11 (ANCINE/NÍVEL SUPERIOR/2013) O princípio da inafastabilidade da jurisdição, 
previsto na CF, pode ser utilizado para prevenir ameaça de lesão a direito, por meio da censura 
prévia, com o intuito de evitar eventuais danos à imagem e à honra dos cidadãos, sem que 
isso caracterize cerceamento do direito à liberdade de imprensa.
Errado.
No Brasil, segundo a Constituição Federal vigente, não existe censura prévia.
Questão 12 (MPOG/ESPECIALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN-
TAL/2009) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
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independentemente de censura ou licença, assim como a manifestação do pensamento, sen-
do vedado o anonimato.
Certo.
Exatamente isso!!!
Questão 13 (TCE-RS/OFICIAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) É um direito individual funda-
mental a livre expressão da atividade científica, independentemente de licença.
Certo.
De acordo com o art. 5º, inciso IX, é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.
Ainda no estudo da liberdade de expressão, diz o art. 5º, inc. XIV, que “é assegurado a to-
dos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional”.
7. lIberdade de conscIêncIa, de crença e de conVIcção FIlosóFIca ou PolítIca
Leiamos os incisos pertinentes.
Art. 5º, VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício 
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 5º, VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades 
civis e militares de internação coletiva;
Art. 5º, VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recu-
sar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
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O inciso VIII é conhecido pela doutrina como escusa de consciência , ou objeção de cons-
ciência, ou, ainda, imperativo de consciência. Segundo prevê este inc. VIII do art. 5º, é possível 
que a pessoa se recuse a cumprir determinadas obrigações que conflitem com suas convic-
ções religiosas, filosóficas ou política. Porém, se alguém se vale da sua escusa de consciência 
(estas questões religiosas, políticas ou filosóficas) para não cumprir a obrigação legal imposta 
a todos e também não cumprir a prestação alternativa fixada na lei, poderá sim ser privado de 
direitos. A consequência, como veremos futuramente, é a privação dos direitos políticos.
Vejamos como isso é cobrado:
Questão 14 (MPOG/NÍVEL SUPERIOR PARA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA/2013) A escusa 
de consciência por motivos religiosos, filosóficos ou políticos é protegida constitucionalmen-
te, exceto nos casos de invocação para se eximir de obrigação legal imposta a todos e de 
recusa de cumprimento de prestação alternativa fixada em lei.
Certo.
É a expressão do art. 5º, inciso VIII, que estabelece que ninguém será privado de direitos por 
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para 
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, 
fixada em lei.
8. InVIolabIlIdade da IntImIdade, da PrIVacIdade, da Honra e da Imagem
Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegu-
rado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Segundo o art. 5º, inc. X, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
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sua violação. Mais uma vez, é importante alertar que o “ou” aqui também é aditivo!!!! Vejamos 
como isso é cobrado.
Questão 15 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) A CF esta-
belece que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença. Diante da amplitude do tratamento constitucional 
atribuído a essas liberdades, mesmo que a manifestação dessas atividades viole a intimida-
de, a vida privada, a honra e a imagem de alguém, não será devida qualquer indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação.
Errado.
Conforme vimos, a Constituição Federal, no art. 5º, inc. X, dispõe que são invioláveis a inti-
midade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Questão 16 (TRE-PA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) No banheiro masculino da empresa Delta, 
foi instalada uma câmara de vídeo. Esse fato caracteriza ofensa à
a) cidadania.
b) liberdade de ir e vir.
c) intimidade.
d) autodeterminação pessoal.
e) imagem da pessoa.
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Letra c.
Se, num determinado banheiro, é instalada uma câmara de vídeo, esse fato caracteriza ofensa 
à intimidade, tutelada pelo art. 5º, X.
Vamos lembrar o que já vimos até aqui.
DIREITO À VIDA
PROTEÇÃO DA INTIMIDADE, DA PRIVACIDADE, 
DA HONRA E DA IMAGEM
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CON-
VICÇÃO FILOSÓFICA OU POLÍTICA
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E
DIREITO DE RESPOSTA
VEDAÇÃO À TORTURA E AO TRATAMENTO 
DESUMANO OU DEGRADANTE
DIREITO À IGUALDADE
LEGALIDADE
X
RESERVA LEGAL
ART. 5º, I A X
9. dIreIto à InVIolabIlIdade domIcIlIar
Segundo o artigo 5º, inciso XI, “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
Ou seja, ninguém, especialmente a autoridade pública, pode entrar na casa alheia sem 
consentimento do morador, exceto:
a) em caso de flagrante delito (a qualquer hora);
b) desastre (a qualquer hora);
c) socorro (a qualquer hora);
d) por determinação judicial (durante o dia).
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Muito cuidado!!! O conceito de “casa”, para os fins da proteção jurídico-constitucional a que 
se refere o artigo 5º, inciso XI, reveste-se de caráter mais amplo do que a ideia geral de mera 
residência, pois, compreende:
a) qualquer compartimento habitado unifamiliar;
b) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva; e
c) qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade.
Retiramos esta ideia do art. 150, § 4º, do Código Penal:
Art. 150., § 4º – A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público,onde alguém exerce profissão ou atividade.
No caso da letra “c”, reitera-se que o princípio da inviolabilidade domiciliar estende-se ao 
espaço em que alguém exerce, com exclusão de terceiros, qualquer atividade de índole pro-
fissional, como, por exemplo, o escritório do advogado.
Outra celeuma existente é a definição de “dia”, para os fins da inviolabilidade domiciliar.
A doutrina, para responder a essa indagação, desenvolveu duas correntes: a que adota o 
critério físico-astronômico; e a que adota o critério cronológico.
O critério físico-astronômico afirma que “dia” é o lapso temporal existente entre a aurora 
e o crepúsculo, ou seja, enquanto houver sol. Já pelo critério cronológico, “dia” é o intervalo 
entre as 6 horas da manhã até as 18 horas.
Muito cuidado agora!!! A doutrina reconhece que se uma diligência começou dentro do horá-
rio adequado (durante o dia), porém, em face da complexidade do fato, estendeu-se para além 
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das 18 horas, não se fala em violação da proteção constitucional ao domicílio, ou seja, não se 
pode arguir a ilicitude da prova colhida nessa diligência.
O art. 5º, inc. XI, não cai em concurso público, DESPENCA!!! Perceba.
Questão 17 (FUNDAC-PB/ADVOGADO/2008) A Constituição Federal assegura, no art. 5º, 
inciso XI, que: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. Os locais abrangidos pelo conceito de 
domicílio considerado pelos doutrinadores e pela jurisprudência incluem o(a)
a) sala da secretária em um escritório de advocacia.
b) salão de festas de um edifício residencial.
c) sala de audiências de um tribunal.
d) quarto de hotel ocupado por um hóspede.
Letra d.
O quarto de hotel ocupado por um hóspede é o melhor exemplo de aposento de habitação 
coletiva quando ocupado. E por que as demais alternativas estão erradas? Porque são locais 
públicos, isto é, não são locais privados com exclusão de terceiros. Portanto, não se inserem 
no amplo conceito de casa para os fins da inviolabilidade domiciliar. OK?
Questão 18 (STM/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) Ministério Público pode determinar a 
violação de um domicílio para realização de busca e apreensão de objetos que possam servir 
de prova em um processo.
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Errado.
Só por determinação JUDICIAL.
Questão 19 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) O cumpri-
mento de mandado de busca e apreensão, expedido pela autoridade judicial competente, po-
derá ocorrer a qualquer horário do dia, inclusive durante o período noturno, mesmo que não 
haja o consentimento do morador, tendo em vista que a CF estabelece algumas exceções 
ao princípio da inviolabilidade domiciliar, as quais se incluem as determinações do Poder 
Judiciário.
Errado.
Por ordem judicial, só entra na casa alheia sem consentimento do morador durante o dia.
Questão 20 (FUB/NÍVEL SUPERIOR/2013) Para exercer o poder fiscalizador da administra-
ção tributária, é permitido que o agente fiscal ingresse em domicílio do contribuinte sem au-
torização judicial prévia. 
Errado.
Para exercer o poder fiscalizador da administração tributária, o agente fiscal só pode ingres-
sar em domicílio do contribuinte COM autorização judicial prévia.
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Questão 21 (MPU/TÉCNICO DO MPU/2018) Policiais têm a prerrogativa de adentrar na casa 
de qualquer pessoa durante o período noturno, desde que portem determinação judicial ou o 
morador consinta.
Errado.
Para cumprir ordem judicial, o policial só pode entrar na casa alheia sem o consentimento do 
morador durante o dia.
NINGUÉM ENTRA NA CASA ALHEIA 
SEM CONSENTIMENTO, SALVO
CASA
DIA
flagrante delito (qualquer hora)
qualquer compartimento habitado unifamiliar
FÍSICO-ASTRONÔMICO da aurora ao crepúsculo
desastre (qualquer hora)
socorro (qualquer hora)
ordem judicial (dia)
qualquer aposento ocupado de habitação coletiva
qualquer compartimento privado onde alguém exerce pro-
fissão ou atividade
CRONOLÓGICO 6h às 18h
INVIOLABILIDADE DOMICI-
LIAR
10. sIgIlo da corresPondêncIa e das comunIcações
De acordo com o art. 5º, XII, é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem ju-
dicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal.
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Perceba que a Constituição Federal só ressalva as comunicações telefônicas por ordem 
de JUIZ e para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal.
Não se pode afirmar, todavia, que o sigilo das correspondências, das comunicações tele-
gráficas e de dados seriam direitos absolutos. Aliás, conforme vimos, os direitos fundamen-
tais são, em regra, relativos.
A título de exemplo, a jurisprudência do STF admite a interceptação da carta do preso pela 
administração penitenciária com a finalidade de se evitar a prática de ilícitos. Aplica-se à 
espécie a ponderação de interesses, já que os direitos fundamentais não podem servir como 
escudo para práticas de atividades criminosas.
Questão 22 (TCU/TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2009) Admite-se a quebra 
do sigilo das comunicações telefônicas, por decisão judicial, nas hipóteses e na forma que a 
lei estabelecer, para fins de investigação criminal ou administrativa.
Errado.
Não se admite a quebra do sigilo das comunicações telefônicas, por decisão judicial, para fins 
de investigação administrativa, mas somente para investigação criminal.
Questão 23 (AGU/PROCURADOR FEDERAL/2013) O sigilo das comunicações telefônicas só 
poderá ser afastado por decisão judicial e somente para fins da instrução processual penal.
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Errado.
O “somente” tornou a questão errada, na medida em que o sigilo das comunicações telefô-
nicas poderá ser afastado por decisão judicial, para fins da instrução processual penal e da 
investigação criminal.
Cuidado com a chamada prova emprestada. Muito embora a Constituição Federal limite 
ao juiz criminal a competência para determinar a interceptação das comunicações telefôni-
cas, essa prova pode ser “emprestada” para o juiz cível, para o juiz do trabalho, inclusive para 
um processo administrativo disciplinar.
11. lIberdade ProFIssIonal
Segundo o art. 5º, inc. XIII, “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Conforme já entendeu o STF, 
nem todas as profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de exigências legais, 
uma vez que a regra é a liberdade profissional. Só é admitida a restrição legal quando deter-
minada profissão possuir um potencial lesivo. Como exemplo, citamos a atividade de músico, 
em que o STF definiu que prescinde de qualquer controle. Noutro sentido, o STF entendeu que 
a exigência de inscrição na OAB para o exercício da advocacia atende ao art. 5º, XIII, uma vez 
que a lei de regência (Lei nº 8.906, de 1994) exige a referida inscriçãoe a atividade de advo-
gado repercute no campo de interesse de terceiros.
12. lIberdade de locomoção
O art. 5º, inc. XV, consagra a liberdade de locomoção, dizendo que “é livre a locomoção no 
território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens”. Se violada a liberdade de locomoção, a Constituição 
Federal coloca à disposição da vítima o remédio constitucional chamado de habeas corpus.
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13. lIberdade de reunIão
De acordo com o art. 5º, inc. XVI, “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em 
locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à 
autoridade competente”. Se cobrado o direito de reunião, lembre-se de 5 elementos, quais 
sejam:
Prévio aviso
Não frustrar outra marcada para o 
mesmo local Pacificamente
Sem armas
Independentemente 
de autorização
DIRETO
DE REUNIÃO
Muito cuidado!!!! O exercício do direito de reunião, sempre pacífico e sem armas, independe 
de autorização; o que se exige é prévio aviso para não frustrar outra reunião marcada para o 
mesmo local. Isso é muito importante. Cai demais, perceba.
Questão 24 (TJ-AL/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2012) A CF assegura o direito de reunião em lo-
cais abertos ao público, desde que a reunião tenha caráter pacífico e não frustre outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo exigida, para tanto, apenas prévia auto-
rização da autoridade competente.
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Errado.
Conforme afirmamos, não se fala em prévia autorização, apenas em prévio AVISO.
Questão 25 (DEFENSOR PÚBLICO DO DF/2013) Para o exercício do direito de reunião em lo-
cais públicos, faz-se necessário apenas que os interessados dirijam à autoridade competente 
pedido de autorização prévia, como forma de evitar que frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local.
Errado.
Não existe a necessidade de prévia autorização.
Questão 26 (MPOG/NÍVEL SUPERIOR PARA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA/2013) A passea-
ta pacífica, sem armas, realizada em local público, é protegida pelo direito constitucional à li-
berdade de reunião, porém está condicionada à prévia autorização da autoridade competente, 
de modo a não frustrar outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.
Errado.
Mais uma vez: não existe a necessidade de prévia autorização. Percebeu como isso despenca 
em concurso público?
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Questão 27 (MC/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/2013) A CF garante aos cidadãos, de modo 
irrestrito, a liberdade de realizarem reuniões em locais abertos ao público.
Errado.
O termo “de modo irrestrito” tornou o item errado. Tem restrições, sim. O direito de reunião 
deve ser realizado de modo pacífico, os integrantes não podem portar armas e, além disso, 
exige-se prévio aviso à autoridade competente para não frustrar outra reunião marcada para 
o mesmo local.
Questão 28 (DPF/AGENTE/2012) O exercício do direito à liberdade de reunião em locais 
abertos ao público, previsto na Constituição Federal, condiciona-se a dois requisitos expres-
sos: o encontro não pode frustrar outro anteriormente convocado para o mesmo local e a 
autoridade competente deve ser previamente avisada a respeito de sua realização.
Certo.
Exatamente isso.
Questão 29 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) De acordo 
com a CF, caso os integrantes de determinada associação pretendam reunir-se pacificamen-
te, sem armas, em um local aberto ao público, tal reunião poderá ocorrer, independentemente 
de autorização, desde que não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo 
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Certo.
Conforme o art. 5º, inc. XVI.
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Segundo o STF, o aviso é uma exigência razoável, que tem por finalidade possibilitar ao 
poder público a organização e realização das medidas necessárias para a segurança 
nacional, a segurança pública, a defesa da ordem, a prevenção do crime, a proteção 
da saúde ou moralidade, a proteção dos direitos de liberdade dos demais. Ao mesmo 
tempo em que protege e garante o direito dos manifestantes, o poder público protege os 
direitos e liberdades dos não participantes, de maneira a preservar o bem-estar em uma 
sociedade democrática, conforme preveem vários pactos de direitos humanos. O direito 
de reunião não se reveste de caráter absoluto. (Referência: RE 806339).
14. lIberdade de assocIação
A liberdade de associação está prevista no art. 5º, incs. XVII a XXI, vejamos:
Art. 5º, XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Art. 5º, XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de auto-
rização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
Art. 5º, XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão JUDICIAL, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; (a expres-
são “no primeiro caso” refere-se à dissolução da associação)
Art. 5º, XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
Art. 5º, XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Associação é um agrupamento de pessoas para o exercícios de uma atividade lícita sem 
fins lucrativos. 
Conforme o art. 5º, inc. XVII, parte final, é vedada associação de caráter paramilitar, ou 
seja, não pode a reunião de pessoas que não sejam militares para o exercício de atividades 
bélicas.
Outro ponto muito importante diz respeito à suspensão e à dissolução das associações, 
previstas no art. 5º, inc. XIX. Primeiro, lembre-se que só o JUIZ poderá suspender ou dissolver 
as associações. Segundo, só é exigível o trânsito em julgado do processo para a DISSOLUÇÃO 
da associação, isto é, para a suspensão não precisa aguardar o chamado trânsito em julgado 
(o fim do processo). OK?
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Tem legitimidade para representar 
seus filiados quando expressa-
mente autorizada
Ninguém pode ser 
compelido a associar-se ou 
a permanecer associado
Só pode ser dissolvida 
por decisão judicial 
transitada em julgado
Pode ser suspensa por decisão judi-
cial sem trânsito em julgado
Para fins lícitos
Vedada a de 
caráter paramilitar
A criação independe
de autorização
LIBERDADE DE ASSOCIA-
ÇÃO
Cuidado com o art. 5º, XXI: quando se tratar de mandado de segurança coletivo, não há ne-
cessidade de autorização dos associados, conforme entendimento sumulado do STF, veja:
Súmula 629, STF: a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor 
dos associados independe da autorização destes.
Mas que fique claro: nos demais casos, necessita de expressa autorização, que, segundo o 
STF, deve ser manifestada ou por ato individual do associado ou por deliberação tomada em 
assembleia da entidade. 
Questão 30 (MPOG/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/2010) Casodeterminada associação 
tenha tido suas atividades suspensas por ato devidamente fundamentado da administração 
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pública, esse ato será considerado válido, já que foi emanado de órgão público em decisão 
devidamente fundamentada.
Errado.
Somente o JUIZ, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá dissolver compulsoria-
mente ou suspender as atividades das associações, sempre lembrando que, para dissolver, 
deve aguardar o trânsito em julgado.
Questão 31 (TJ-AL/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2012) As associações só poderão ser compul-
soriamente dissolvidas por decisão judicial, mas a suspensão de suas atividades é medida 
que se insere no âmbito do poder de polícia da administração, em caso de relevante interesse 
social ou de ofensa ao bem-estar coletivo.
Errado.
Tanto a dissolução como a suspensão das associações somente são possíveis por decisão 
JUDICIAL.
Questão 32 (MS/ADMINISTRADOR/2013) Ninguém poderá ser obrigado a associar-se ou a 
permanecer associado, salvo nos casos previstos em lei.
Errado.
Não existe essa exceção. A proibição é ampla e irrestrita, ou seja, ninguém poderá ser com-
pelido a associar-se ou a permanecer associado.
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Questão 33 (BACEN/PROCURADOR/2013) A CF atribui ao Poder Judiciário autorização ex-
clusiva para dissolver compulsoriamente associações.
Certo.
Como previsto no art. 5º, inc. XIX.
Questão 34 (BACEN/NÍVEL SUPERIOR/2013) De acordo com a CF, é direito fundamental do 
cidadão a livre associação para fins lícitos. Todavia, pode a administração pública, a bem do 
interesse público, intervir no funcionamento de associações civis e suspender temporaria-
mente suas atividades.
Errado.
Somente o JUIZ pode intervir no funcionamento de associações civis e suspender tempora-
riamente suas atividades. Ou seja, é uma matéria reservada à jurisdição.
Questão 35 (CNJ/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2013) Considere que determinada associação 
seja ré em ação judicial que pleiteie a suspensão de suas atividades. Nessa situação hipotéti-
ca, caso o juiz competente julgue procedente o pleito, será necessário aguardar o trânsito em 
julgado da decisão judicial para que a referida associação tenha suas atividades suspensas.
Errado.
Será necessário aguardar o trânsito em julgado da decisão judicial para que a referida asso-
ciação tenha suas atividades DISSOLVIDAS. Para a suspensão das atividades da associação, 
não é preciso aguardar o trânsito em julgado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Questão 36 (TCU/TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2009) Somente por decisão 
judicial transitada em julgado as associações podem ser compulsoriamente dissolvidas.
Certo.
Conforme estabelece o art. 5º, inc. XIX.
Questão 37 (TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO-MEDICINA/2009) A admi-
nistração pública, no exercício do seu poder de fiscalização, quando estiver diante de uma 
ilegalidade, poderá, independentemente de decisão judicial, dissolver compulsoriamente ou 
suspender as atividades das associações.
Errado.
Conforme já alertamos, somente o JUIZ, quando estiver diante de uma ilegalidade, poderá 
dissolver compulsoriamente ou suspender as atividades das associações, sempre lembrando 
que, para dissolver, deve aguardar o trânsito em julgado.
Questão 38 (POLÍCIA FEDERAL/PAPILOSCOPISTA/2018) Uma associação, com o objetivo 
de pleitear direitos relativos à educação de adultos analfabetos, planeja realizar uma mani-
festação pacífica em local aberto ao público, inclusive para maior visibilidade e aderência. As 
associações, em regra, não precisam de autorização da administração pública para reunir-se, 
assim como para a sua criação.
Certo.
É o que estabelecem os incisos XVI e XVIII do art. 5º.
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15. dIreIto de ProPrIedade
O art. 5º, inc. XXII, garante o direito de propriedade, assim entendido como o poder de usar, 
gozar e dispor da coisa. Trata-se de um belo exemplo de direito não absoluto, uma vez que 
o inc. XXIII do art. 5º exige que a propriedade atenda a sua função social, evitando abusos 
na sua prática. Afirmar que a propriedade cumpre sua função social é dizer que foi dado pelo 
proprietário uma destinação economicamente útil, em observância do interesse público.
16. desaProPrIação
Segundo o art. 5º, inc. XXIV, “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por ne-
cessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição”. Desapropriar significa a transferência 
compulsória de bens privados para o domínio publico. No momento adequado, falaremos das 
hipóteses de desapropriação em que o pagamento não será em dinheiro (arts. 182, § 4º e 184), 
bem como da hipótese da desapropriação confiscatória, sem direito a indenização (art. 243).
17. reQuIsIção admInIstratIVa
O art. 5º, inc. XXV, traz a hipótese de requisição administrativa, como uma das possibilida-
des de intervenção do Estado no domínio privado, prevendo que “no caso de iminente perigo 
público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprie-
tário indenização ulterior, se houver dano”. Não se trata de transferência compulsória de domí-
nio, mas de simples utilização do bem particular pela autoridade pública. No que tange à inde-
nização, só será devida se houver danos, ou seja, se houver lesões ao patrimônio do particular.
Questão 39 (DPRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2013) No caso de iminente perigo pú-
blico, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprie-
tário indenização ulterior, se houver dano.
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Certo.
É a transcrição do art. 5º, XXV.
Questão 40 (PC-DF/ESCRIVÃO/2013) Havendo iminente perigo público, a autoridade com-
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulte-
rior se houver dano.
Certo.
Perceba que a indenização é ulterior (posterior), porque só será cabível se houver dano. Caso, 
no uso da propriedade privada, nessa requisição administrativa, não advier dano, não se fala 
em indenização.
Questão 41 (MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2018) No caso de iminente perigo público, a 
autoridade competente poderá fazer uso de propriedade particular, assegurada ao proprietá-
rio indenização ulterior, ainda que essa utilização não acarrete danos.
Errado.
A indenização só é devida se houver dano.
18. Proteção ao bem de FamílIa rural
Estabelece o art. 5º, inc. XXVI, que “a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde 
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes 
de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento”.
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19. dIreItos autoraIs
Os direitos autorais foram tutelados pela Constituição Federal no art. 5º, incs. XXVII e 
XXVIII, leiamos:
Art. 5º, XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação oureprodução de 
suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
Art. 5º, XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz hu-
manas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que parti-
ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
20. Proteção à ProPrIedade IndustrIal
Segundo o art. 5º, inc. XXIX, “a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilé-
gio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade 
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País”. Cuidado porque as bancas 
gostam de afirmar que aos autores de inventos industriais são assegurados privilégio perma-
nente. Não é isso!!! Trata-se de um privilégio temporário.
21. dIreIto de sucessão
O art. 5º, inc. XXX, garante o direito de herança. Entende-se por herança o patrimônio 
deixado pelo falecido, incluindo bens, direitos e obrigações. Ademais, o inc. XXXI do art. 5º 
determina que a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais 
favorável a lei pessoal do de cujus (o morto).
Questão 42 (MS/ADMINISTRADOR/2013) O direito de herança no Brasil é garantido pela 
Constituição Federal de 1988.
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Certo.
A questão está correta, à luz do art. 5º, inc. XXX.
22. deFesa do consumIdor
Segundo o art. 5º, inc. XXXII, o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. 
A defesa do consumidor também é um princípio geral da atividade econômica previsto no art. 
170, inc. V. A lei referida no inc. XXXII do art. 5º é o Código de Defesa do Consumidor.
Relembremos o que já estudamos até aqui.
Defesa do consumidor
Direito de sucessão
Proteção à propriedade industrial
Direitos autorais
Proteção ao bem de família
Requisição administrativa
Desapropriação
Inviolabilidade domiciliar
Sigilo da correspondência
e das comunicações
Liberdade profissional
Liberdade de locomoção
Liberdade de reunião
Liberdade de associação
Direito de propriedade
ART. 50
XI A XXXII
23. dIreIto de InFormação
Segundo o art. 5º, XXXIII, todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de 
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
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sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à seguran-
ça da sociedade e do Estado.
Trata-se, no caso, de um remédio constitucional de natureza administrativa, que decorre 
do princípio da publicidade. É um instrumento que viabiliza o controle popular sobre a coisa 
pública.
Cuidado!!! Não se trata de direito absoluto, uma vez que o Poder Público pode se recusar a 
prestar a informação quando:
a) o sigilo for imprescindível à segurança da sociedade (previsto na Constituição Federal);
b) o sigilo for imprescindível à segurança do Estado (previsto na Constituição Federal); e
c) o sigilo for imprescindível à preservação da privacidade de terceiros (segundo a jurispru-
dência do STF).
DICA DO LD
Você sabe a diferença entre direito absoluto e direito relativo? Vamos lá!
Direito absoluto = não permite exceções. Exemplo: é absolutamente vedada a extradição de 
brasileiro nato. 
Direito relativo = permite exceções. Exemplo: é assegurado o direito à vida. Trata-se, no caso, 
de um direito relativo, porque o Estado pode determinar a pena de morte em caso de guerra 
externa declarada. 
Percebeu a diferença?
Questão 43 (MPE/ANALISTA/2012) Todas as pessoas têm direito a receber dos órgãos pú-
blicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com exceção 
das informações que exijam sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
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Certo.
É a expressão da parte final do art. 5º, XXXIII.
Questão 44 (BACEN/NÍVEL MÉDIO/2013) O acesso à informação é um direito fundamental 
de todos, devendo os órgãos e entidades públicas disponibilizar informações de interesse 
coletivo ou de interesse particular do solicitante, ressalvadas as informações que sejam im-
prescindíveis à segurança da sociedade e do Estado ou as que violem o direito à privacidade.
Certo.
É a expressão do art. 5º, XXXIII, somado com a jurisprudência do STF.
24. dIreIto de PetIção
À luz do art. 5º, inc. XXXIV, alínea “a”, são a todos assegurados, independentemente do pa-
gamento de taxas, o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder.
Cuida-se de outro remédio constitucional de natureza administrativa, cuja legitimidade 
ativa compete a qualquer pessoa, não necessitando de assistência de advogado.
Na esteira da gratuidade do direito de petição, temos a Súmula Vinculante n. 21, que de-
termina que “é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou 
de bens para admissibilidade de recurso administrativo”.
Questão 45 (HEMOBRAS/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA-ADVOGADO/2008) O direito 
de petição pode ser exercido por qualquer pessoa.
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Certo.
A legitimidade ativa é ampla, alcançando todas as pessoas físicas e jurídicas.
Questão 46 (BACEN/PROCURADOR/2013) O direito de petição, assegurado às pessoas na-
turais, nacionais ou estrangeiras residentes no país, não se estende às pessoas jurídicas.
Errado.
O direito de petição, assegurado às pessoas naturais, nacionais ou estrangeiras, ESTENDE-SE 
às pessoas jurídicas.
Questão 47 (PC-DF/ESCRIVÃO/2013) O direito de petição aos poderes públicos em defesa 
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder é assegurado a todos, desde que paga a 
respectiva taxa.
Errado.
O direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abu-
so de poder é assegurado a todos, INDEPENDENTEMENTE do pagamento de taxas.
25. dIreIto de certIdão
São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, a obtenção de 
certidão em repartição pública, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de inte-
resse pessoal (art. 5º, inc. XXXIV, alínea “b”).
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Também é um remédio constitucional de natureza administrativa, no entanto, se difere 
no que tange à legitimação ativa, haja vista possuir caráter personalíssimo, ou seja, não se 
presta à obtenção de certidões que digam respeito a terceiros, somente no interesse pessoal 
do requerente.
26. InaFastabIlIdade da JurIsdIção
Segundo o art. 5º, inc. XXXV, “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito”. Trata-se do princípio conhecido como inafastabilidade da jurisdição.
Uma decorrência do primado da inafastabilidade da jurisdição é que não é exigível, como 
regra o esgotamento das instâncias administrativas para se acessar o Poder Judiciário. Essa 
é a regra, mas existem exceções.Vamos à elas:
1) justiça desportiva: a própria Constituição Federal exige que o Poder Judiciário só ad-
mita ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva (art. 217, § 1º). A justiça desportivas, muito embora 
receba o nome de “justiça” não integra o Poder Judiciário. Constitui-se, na verdade, em 
um tribunal administrativo;
2) no caso da impetração do habeas data (que estudaremos mais a frente), a Súmula 2 
do STJ determina que “não cabe o habeas data se não houve recusa de informações 
por parte da autoridade administrativa”. Ou seja, deve o interessado, inicialmente, di-
rigir-se às instâncias administrativas. Só após a recusa por parte da autoridade ad-
ministrativa é que se poderá acessar o Poder Judiciário. Apesar de não se falar aqui 
de esgotamento das instâncias administrativas, é exigível buscar primeiro na esfera 
administrativa antes de entrar com a ação judicial cabível (o habeas data);
3) outro exemplo é a impetração da reclamação por descumprimento de súmula vinculan-
te. A Lei 11.417, de 2006, diz que “da decisão judicial ou do ato administrativo que con-
trariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente 
caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros 
meios admissíveis de impugnação” (art. 7º, caput). Continua a norma afirmando que, 
contra omissão ou ato da adminis tração pública que desrespeita a súmula vinculante, 
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o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas (art. 
7º, § 1º). Perceba que a lei regulamentadora da súmula vinculante exige o esgotamen-
to das instâncias administrativas para o uso da reclamação no caso de omissão ou ato 
da administração pública que desrespeita a súmula vinculante.
Por tudo isso, é possível concluir que a regra é a inafastabilidade da jurisdição, estando 
as “portas” do Poder Judiciário abertas a todos. Entretanto, há situações de jurisdição con-
dicionada em que o interessado deve primeiro buscar o seu direito na esfera administrativa.
27. IrretroatIVIdade relatIVa das leIs
De acordo com o art. 5º, inc. XXXVI, a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada.
Para saber a diferença entre direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada, temos 
que visitar a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, vamos lá:
Art. 6º, do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. A Lei em vigor terá efeito imediato e 
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se 
efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, 
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalte-
rável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
Essa norma constitucional tem por finalidade proteger a segurança das relações jurídicas 
já consolidadas e a estabilidade das relações sociais.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF entende que não há direito adquirido a regime jurídico instituído por lei. Por exemplo, 
pode uma nova lei alterar o Plano de Carreira de um determinado cargo e o servidor que já 
integrava esta carreira não possui direito adquirido ao regime anterior. Também aplicável no 
caso de alteração de regras previdenciárias para a aposentadoria. As novas regras previden-
ciárias atingem a todos aqueles que já estão no sistema previdenciário e não completaram 
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os requisitos mínimos para se aposentar, estabelecidos pelo regime anterior. Na verdade, se 
no momento em que as novas regras previdenciária entraram em vigor, o servidor ainda não 
havia cumprido as condições para a aposentadoria, este servidor possuía apenas expectativa 
de direitos de se aposentar, não um direito adquirido.
Questão 48 (PREF. JOÃO PESSOA-PB/AUDITOR MUNICIPAL DE CONTROLE INTERNO/2018) 
A lei não pode prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a expectativa de direito.
Errado.
A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
28. dIreIto ao JuIz natural
O direito ao juiz natural encontra-se capitulado no art. 5º, incs. XXXVII e LIII. Segundo 
estes incisos, “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e “ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente”. Por força do princípio do juiz natural, todos 
têm direito de ser julgados por juízes competentes e imparciais. Por consequência disso, é 
vedada a criação de órgãos judiciários após a ocorrência do fato, o que, se criados, caracteri-
zaria juízos ou tribunais de exceção.
29. JúrI PoPular
A Constituição Federal, no art. 5º, inc. XXXVIII, reconhece a instituição do júri, com a or-
ganização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) 
a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra 
a vida.
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Com relação à plenitude de defesa, é importante salientar que esse conceito vai muito 
além do direito à ampla defesa previsto no art. 5º, LV. Enquanto a ampla defesa assume um 
caráter estritamente processual, permitindo que os acusados se valham de todos os meios e 
recursos admitidos no direito, a plenitude de defesa exercida no tribunal do júri admite, além 
dos meios e recursos processuais, que a defesa utilize, para convencer os jurados, de argu-
mentos não jurídicos, tais como: sociológicos, políticos, religiosos, morais etc.
Agora, no que toca à competência do tribunal do júri, a Constituição Federal restringe ao 
julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF editou a Súmula Vinculante 45 com o seguinte teor “a competência constitucional do 
Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusiva-
mente pela Constituição Estadual”. Imagine que uma Constituição Estadual preveja que o 
Secretário de Justiça seja processado e julgado por eventuais crimes no respectivo Tribunal 
de Justiça. Se esse Secretário de Justiça venha a cometer um homicídio doloso, onde ele 
seria julgado? No Tribunal de Justiça do seu Estado, ou no tribunal do júri? No tribunal do júri, 
uma vez que é a Constituição Federal (norma maior) que diz que aqueles que cometem crimes 
dolosos contra a vida serão processados e julgados pelo júri. Não pode uma Constituição 
Estadual contrariar os mandamentos da Constituição Federal. Agora, nesse mesmo exemplo, 
caso o Secretário de Justiça cometa qualquer outro crime que não seja doloso contra a vida, 
será julgado pelo respectivo Tribunal de Justiça. OK?
30. legalIdade Penal e IrretroatIVIdade relatIVa da leI Penal
Estabelece o art. 5º, inc. XXXIX que “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena 
sem prévia cominação legal”. É a chamada legalidade penal que exige que o crime seja come-
tido após a entrada em vigor da lei incriminadora.
Já o art. 5º, inc. XL, reza que “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Como 
se vê, a regra é que a lei penal só tenha ultra-atividade, alcançando os fatos futuros. Mas, ex-
cepcionalmente, a lei penal poderá ter também retroatividade, mas apenas para BENEFICIAR 
o réu. Ou seja, a lei penal só retroage

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