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O Poder das Corporações de Mídia na Globalização

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MORAES, Denis. “O capital da mídia na lógica da globalização”, pág. 187-216 
4.1. O modelo global da informação: os novos atores do sistema 
•  Polarização comunicativa (efeito da expansão tecnológica do sistema) 
•  Planeta transformado em ambiente de ressonância uníssona 
•  Controle dos aparatos midiáticos = poder de influência sobre a sociedade 
1 
Sinergia corporativa: as mega mídias 
A prática tem demonstrado que, a medida que crescem, os conglomerados de 
mídia tendem a se integrar aos mais altos níveis da vida de bancos, indústrias e 
serviços do mercado convencional (seja como atividade subsidiária, seja como 
empreendimento principal, ligados por meio de seus boards ) 
É o que evidencia a onda de fusões e 
incorporações que varre o planeta desde o 
início dos anos 80, quando acentuaram-se as 
interligações das altas cúpulas de diretorias das 
grandes empresas, muitas delas originárias de 
ramos de atividades completamente distintos 
1 
Origem das fusões 
Com isso, a cada ano é cada vez mais provável que o cidadão americano, 
ao se voltar para qualquer meio de comunicação esteja recebendo 
informações fornecidas por corporações, que ultimamente são detentoras de 
enormes volumes de ações e poder de voto 
1 
Convergências 
A história das incorporações no mercado mundial da informação começou pelos 
Estados Unidos e rapidamente se expandiu pelo planeta: 
 
1 
* A fusão trouxe mais problemas do que vantagens para as empresas. Em 2003 a companhia voltou a ser 
denominada Time Warner. Em 2009 foi anunciada a separação da divisão AOL do grupo TW 
Outras fusões 
Entre 1990 e 1993 houve um intenso deslocamento de capital 
nipônico rumo à indústria do entretenimento norte-americana: 
•  1991: a Sony comprou a Columbia Pictures por U$ 5 bilhões 
•  1993: a Matsushita adquiriu os estúdios MCA-Universal por U$ 7,4 bilhões 
•  1994: a Viacom, contra-atacou anunciando uma fusão de U$ 8,4 bilhões com a 
Blockbuster e depois outra de U$ 9,6 bilhões com a Paramount Pictures 
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Nas ondas da comunicação 
Os negócios chegaram ao ano de 1995 exibindo cifras impressionantes. Em 
agosto, numa transação que superou as estimativas mais otimistas, a Disney 
anunciou a aquisição da Capital Cities/ABC, por U$ 19 bilhões, na (até então) 
maior fusão da história da mídia. No dia seguinte, foi a vez da Westingwouse 
oferecer U$ 5,4 bilhões pela rede de televisão CBS 
Além disso, outros gigantes formaram joint-ventures no mesmo período: a 
MCI Communications com a News Corporation e a Microsoft, do todo 
poderoso Bill Gates, com os estúdios da Dreams Works (de Steven Spielberg, 
David Geffen e Jefrey Katzenberg) 
1 
Quanto “vale” a informação ? 
Outra grande fusão do período, ocorrida em setembro de 
1999, é aquela em que uniu Viacom (contraladora da 
cadeia MTV e dos estúdios Paramount Pictures) e CBS 
numa operação de U$ 37 bilhões 
No mesmo período (1997), o governo de desfez de um dos 
maiores patrimônios, a usina Vale do Rio Doce, com um subsolo 
riquíssimo em minerais, pela quantia de U$ 3 bilhões 
(equipamentos inclusos) 
1 
Fusões e transgressões 
Não por coincidência, grande parte das empresas que ocupam as primeiras posições do 
ranking das maiores corporações do planeta acumulam enorme poder de influência. 
Muitas investem indistintamente (e ao mesmo tempo) em agricultura, linhas aéreas, 
carvão, petróleo, bancos, seguros, agropecuária, comércio de automóveis, engenharia 
espacial, energia atômica e até armas nucleares 
1 
Grande parte dessas outras atividades beneficiam-se do braço midiático das suas 
operações, pois tem espaço garantido para divulgar seus produtos, serviços e idéias ! 
O lugar da mídia no topo do mundo corporativo 
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Lista completa atualizada 
A technology, media & financial services company, with products & 
services ranging from aircraft engines, power generation, water 
processing & security technology to medical imaging, business & 
consumer financing, media content & industrial products 
Sales ($bil) 
Profits 
($bil) 
Assets 
($bil) Market Value ($bil) 
147.3 14.2 717.2 213.7 
Outras Fontes: Financial Times 500 - Fortune 500 
Exemplo sintomático do processo de concentração de negócios e de atração do capital 
midiático para o mercado corporativo é o da norte-americana General Eletric, que 
ocupa o topo da lista das maiores corporações do planeta há mais de duas décadas 
Uma via de mão dupla 
Para Dênis de Moraes, “As corporações de mídia exercem um duplo papel na 
contemporaneidade”. O primeiro, como agentes operacionais da enunciação discursiva 
(legitimando o ideário global, ao transformá-lo no discurso social hegemônico); e ao 
mesmo tempo, como agentes econômicos, contribuindo para revigorar o modo de 
produção capitalista, haja visto o vigoroso crescimento das indústrias de informação, no 
último quarto de século, ainda que em meio a desaceleração da economia 
internacional 
1 
Novas liberdades ? 
O resultado da concentração midiática não é tão alentador quanto 
sugerem os proprietários de tais operações e/ou seus defensores: 
•  a opinião pública passa a ser “orientada” por um pequeno número 
de corporações privadas, cujo poder de abrangência é cada vez 
mais global (em paralelo à diminuição do número de operadores) 
•  o papel regulador do Estado é substituído por uma nova 
modalidade de controle, mais eficiente, baseada nos critérios 
privados e comerciais de liberdade de influência (perda de 
diversidade informativa) 
  
1 
A corrida pela liderança do mercado de informação 
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Em 2008 havia 1,125 billionários no mundo. Em 2009 suas 
perdas foram da ordem de U$ 1.4 trilhões, reduzindo a lista em 
mais de quatro centenas de magnatas 
Lista completa atualizada 
Empresa: Microsoft 
Idade: 53 
Nacionalidade: EUA 
Setor: Software 
Empresa: Berkshire Hathaway 
Idade: 78 
Nacionalidade: EUA 
Setor: Investimentos 
Empresa: Telecom 
Idade: 69 
Nacionalidade: México 
Setor: Telecomunicações 
“Moguls” of global media (2006) 
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Lista completa atualizada – Outras fontes: Richest media moguls – BBC: Magnatas da mídia no mundo 
“Velhos” líderes da mídia planetária 
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The Next Generation of Media Moguls: under 30 
A exuberância da mídia norte-americana 
Os Estados Unidos reúnem algum dos maiores empreendimentos de midia do planeta, 
dispersos em diversos setores, ora concorrendo entre si, ora cooperando, na forma de 
parcerias comerciais, joint-ventures, dentre outras modalidades 
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Os donos do papel 
No ambiente de midia impressa sao lideranças do mercado norte-americano: 
1 
Hearst Corporation – Fundado por um dos maiores magnatas da 
comunicação em toda a história, William Randolph Hearst, a Hearst 
de hoje investe fortemente em TV, jornais e revistas. Este grupo é 
dono de marcas importantes como “Cosmopolitan” e “Marie Claire”, 
além de ser parceiro da apresentadora Oprah Winfrey 
Tribune Company – Grupo de mídia com duas dezenas de emissoras de TV, 
quase uma centena de sites, emissoras de TV a cabo, rádio, grandes jornais 
em inglês e espanhol (como “Los Angeles Times” e “Chicago Tribune”), 
revistas, empresas de multimídia e o time de basebol Chicago Cubs 
Lideranças regionais 
1 
Cox Enterprises – Reúne varias emissoras de televisão, dezenas de jornais 
diáriso e não diários, empresas de Internet, provedores de banda larga, 
mais de uma centena de rádios Ame FM (distribuídas em dezenas de 
mercados mundiais). Além disso, também é um dos maiores prestadores 
de serviços automotivos dos Estados Unidos 
Liberty Media – seus negócios são organizados em três divisões: Liberty 
Interactive (Internet), Liberty Starz (TV por assinatura) e Liberty Capital 
(área que reúne os investimentos que não se enquadram nas outras duas 
divisões, como, por exemplo, o controle do canal de vendas QVC e as 
participações minoritárias na Viacom, Time Warner e Motorola 
Univision – A maior rede de TV aberta em espanholdos Estados Unidos 
também atua no rádio, música, TV paga e Internet. Tem como meta ser a 
principal fornecedora de informação e entretenimento para a grande 
comunidade hispânica dos Estados Unidos (que, segundo estimativas, é um 
mercado que possui números equivalentes à economia mexicana) 
Crescendo em uma terra de gigantes... 
Com pesados investimentos no setor a cabo, broadcasting e novas mídias, a 
Comcast tem apresentado a melhor performance dentre as gigantes do setor. 
Reunindo múltiplas operações, começa a ameaçar a liderança de mais de uma 
década dos seus principais concorrentes no mercado global 
1 
A Comcast adquiriu o controle acionário da NBCUNiversal junto a GE em 2011. Para saber mais 
Os velhos pesos pesados 
The Walt Disney Company – Organizada em quatro divisões (Studio 
Entertainment, Parks and Resorts, Consumer Products e Media Networks), 
esse complexo de mídia e entretenimento fundado pelo gênio da animação 
Walt Disney hoje está presente em diversas áreas: do esporte (com a ESPN) às 
telenovelas (SOAPnet). A Disney, além de seus tradicionais estúdios e parques, 
também é proprietária da rede de TV estadunidense ABC 
Time Warner – CNN, Cartoon Network, Turner, Warner Bros., New Line 
Cinema, “Time”, “Fortune”, “Sports Illustrated”, HBO, America Online, 
“People”: algumas das marcas mais valiosas do entretenimento internacional 
são de propriedade da Time Warner, uma das líderes mundiais do setor 
Viacom - Uma das mais tradicionais marcas da comunicação global, a 
Viacom promoveu recente cisão, convertendo uma de suas principais divisões 
(a CBS Corporation) em uma divisão multimídia independente (encabeçado 
pela CBS Television Network: a maior rede de TV aberta dos Estados Unidos). 
A Viacom continua controlando a Paramount Pictures, MTV, BET, VH1, 
Nickelodeon, Nick at Nite, COMEDY CENTRAL, Centric, CMT, Spike, TV Land, 
Logo, além de outras 160 redes de TV pelo mundo 
1 
Fusões globais 
Pelo mundo, a lógica da concentração não é diferente. Grupos gigantescos de mídia 
passaram a se formar nos cinco continentes nas duas últimas décadas: 
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O “cidadão Kane” contemporâneo 
Na ciranda de cifras astronômicas e poderes ilimitados, um nome se tornou símbolo da era 
das concentrações na indústria das comunicações: o do magnata australiano (naturalizado 
americano) Rupert Murdoch 
  
Uma espécie de Cidadão Kane da mídia global, Murdoch expandiu seu império pelos quatro 
cantos do planeta. Sua empresa, a News Corporation, se tornou, possivelmente, um dos mais 
importantes grupos de comunicação do mundo, com redes de televisão, canais a cabo, 
serviços de satélites, estúdios de cinema, jornais, revistas, editoras e gravadoras, serviços de 
telefonia e informática, cujos tentáculos se estendem pelos cinco continentes 
  
Fundado e liderado por Rupert Murdoch, a News Corp. é um dos maiores grupos de mídia 
do planeta, reunindo os estúdios de cinema e canais de TV com a marca Fox, jornais 
tradicionais como “The Wall Street Journal”, “New York Post”, “The Times” e “The Sun”, o 
sistema de TV por assinatura via satélite Sky-Directv, entre muitos outros negócios 
1 
Outros barões da mídia mundial 
Como no jogo da mídia quem manda é o dinheiro, além da News Co, de 
Murdoch há outras grandes corporações, pertencentes a influentes personalidades 
da mídia moderna, que aspiram um papel mais proeminente na área 
Na Europa, depois da morte de Robert Maxwell, do grupo britânico Maxwell 
Communication Corporation (ex British Printing Co), o poder se dispersou , 
passando às mãos de alguns poucos, mas bem abastados “concorrentes” 
1 
O grupo editorial Pearson, que reúne, como principais braços 
operacionais na Europa a editora Penguin e o complexo jornalístico 
Financial Times é controlado por Glen Moreno e nos últimos dois anos tem 
empreendido esforços na aquisição de vários concorrentes: a Handom 
House, do grupo alemão Bettersmann, como destaque de uma corrida 
sem precedentes históricos no mercado editorial internacional 
1 
Padrões de concentração europeu (Reino Unido) 
Mediaset – De propriedade do primeiro-ministro italiano Silvio 
Berlusconi, Gruppo Mediaset possui três redes de TV aberta na 
Itália e uma na Espanha, canais por assinatura e a produtora de 
filmes Medusa. A Mediaset faz parte do Gruppo Fininvest que 
também é dono do grupo editorial Mondadori, do tradicional 
Teatro Manzoni e do clube de futebol Milan 
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Padrões de concentração europeu (Itália) 
1 
Na Alemanha há pelo menos dois grupos que integram o poderoso complexo de 
mídia europeu: o grupo Beta-Taurus (KirchMedia), que integra o conglomerado 
Kirchgruppe, controlado pelo magnata Leo Kirch *, que atualmente encontra-se 
em delicado processo de recuperação judicial, em função dos contratos de direitos 
de imagem assumidos da ISL, após a falência do grupo (em 2001) 
No mercado global, é da Alemanha que se estrutura uma 
das maiores corporações de mídia planetárias, com negócios 
espalhados por todos os continentes: o Bertelsmann Media 
Group, que atua simultaneamente no mercado internacional 
nos setores fonográfico, cinematográfico, editorial, fora suas 
participações no mercado continental europeu em televisão, 
rádio e mídia impressa 
Padrões de concentração europeu (Alemanha) 
* Com a falência do fundador do grupo, Leo Kirch , em julho de 2011, o quadro (de crise da empresa) se agravou 
A estrela francesa ascendente 
Vem do coração da Europa um fenômeno da comunicação corporativa. Enquanto 
o mercado norte-americano estava abalado pela crise de confiança dos escândalos 
contábeis (2008), o grupo Vivendi cresceu de forma acentuada, ocupando um 
posto de destaque dentre os maiores complexos de mídia do mundo 
Seu crescimento vem desde 2002, quando adquiriu o canal USA Networks se 
tornado um importante operador de mídia no concorrido mercado norte-
americano (tendo sido também proprietário dos estúdios Universal) 
1 
Concorrente de peso 
No mercado francês, o Grupo Legardère (controlador da editora Hachette Livre) 
investe pesado no mercado editorial de livros, jornais e revistas, estações de rádio , 
produção audiovisual, conteúdo online, esporte e entretenimento, direitos de 
transmissão, lojas de varejo, publicidade , dentre outros 
Padrões de concentração ibéricos (Portugal) 
Cofina – Um dos maiores proprietários de jornais e revistas de 
Portugal. A Cofina possui marcas tradicionais como “Correio 
da Manhã”, “Record”, “Máxima” e “Automotor” 
Impresa – Grupo fundado pelo empresário e político Francisco 
Pinto Balsemão. Possui revistas importantes como as versões 
portuguesas da “Exame”, “Caras” e “Casa Cláudia”, além de 
uma das maiores TVs do país: a SIC (fundada em parceria 
com as Organizações Globo) 
1 
Grupo Planeta – Maior grupo de comunicação da Espanha com capital 
100% familiar. Líder no mercado de livros, o Grupo Planeta também 
está no setor de televisão (Antena 3), rádio, Internet e jornais (com o 
“La Razón”, por exemplo) 
Grupo Prisa – Proprietário do tradicional jornal “El País”, além de 
dezenas de emissoras de rádio, páginas na Internet, empresas de TV por 
assinatura, além de importante participação no grupo português Media 
Capital 
Media Capital – Pertencente ao grupo espanhol Prisa, Media Capital 
possui um fortíssimo braço de produção audiovisual encabeçado pela 
NBP, além da atual líder de audiência de Portugal, a TVI. Revistas, 
gravadora, outdoor, rádios, financeira e Internet também estão no 
portifólio da Media Capital 
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Padrões de concentração ibéricos (Espanha) 
A periferia no jogo da mídia 
Os mercados da comunicação fora do eixo EUA-Europa apresentam características 
contrastantes. Da Ásia ao Oriente Médio, da Oceania ao continente africano, 
passando pelas Américas, toda a sorte de empreendimentos voltados a produção e 
circulação de conteúdos informativos dão forma a uma nova geopolítica da 
cultura e da informação, cujos contornos e alcance são para lá de imprevisíveis... 
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A força que vem do orienteUma das cincos maiores economias do mundo, o Japão marca uma posição firme 
no segmento de mídia, com duas fortes operações globais: 
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Fuji Media Holdings – A Fuji Television Network é a maior rede de TV do Japão. Para se 
adequar a nova legislação de radiodifusão adotada no país, lançou em a Fuji Media 
Holdings: uma empresa que congrega 19 negócios e que são organizados em seis áreas: 
radiodifusão, produção, vídeo e música, “life information”, publicidade e outros. As 
empresas afiliadas são colocadas à parte no portifólio e, dentre elas, está o “Sankei 
Shimbum”, um dos maiores jornais do Japão. A Fuji é parte do keiretsu Fujisankei 
Communications Group, composto por quase 80 empresas e 3 museus de arte 
Sony Corporation – O grupo fundado por Akio Morita acabou se 
convertendo numa espécie de keiretsu (conglomerado), afinal, o grupo 
também possui (atuando especialmente no Japão) bancos, seguradoras, 
hospitais, empresas de energia e engenharia, além das suas famosas 
indústrias de eletroeletrônicos. Na área de mídia, a Sony controla a 
Columbia/TriStar e a MGM/UA, além de produtoras de programas para TV 
(Sony Pictures Television, Jeopardy Productions) e canais por assinatura 
(como AXN, Animax e o próprio Sony Entertainment Television) 
A força dos emergentes (Índia) 
No contexto dos BRICs, poderosos grupos de comunicação tem 
demonstrado sua força e disposição de marcar novas posições (de 
destaque) no mercado internacional da informação. Deles, destaca-se: 
1 
Reliance Big Entertainment– A reboque da poderosa indústria de 
filmes de Bombaim (a Bollywood indiana) o grupo de cinema e TV 
comandado por Amit Khanna não para de crescer. A última 
aquisição foi uma generosa participação acionária no emblemático 
estúdio de cinema norte-americano DreamWorks, de Steven Spilberg. 
Estruturado em três divisões de negócios (Internet & Novas Mídias, 
Broadcasting e Entretenimento) concentra algumas das mais 
importantes empresas de mídia da Ásia 
1 
CCTV - China Central Television ou Chinese Central Television, é a maior estação de 
televisão nacional da China. Pertencente e controlada pelo Ministério de Rádio, 
Televisão e Filme da China, tornou-se um ativo produtor e exportador de conteúdo 
audio-visual da Ásia. Vem estabelecendo acordos operacionais com grupos de 
mídias internacionais, como forma de ampliar sua atuação no cenário global –o 
mais recente (2007) com o Grupo Cisneros, venezuelano 
O governo chinês ainda é um forte operador de outros segmentos da atividade 
comunicativa, quando não exercendo um monopólio de Estado absoluto (casos 
da imprensa, editoras e internet) com ambições regionais incontidas: 
O outro gigante da Ásia (China) 
1 
Naspers Limited - O maior grupo de comunicação da África do Sul (que 
integra o conglomerado sul-africano HML Group), possui editoras e 
empresas de tecnologia e TV por assinatura também em outros países 
africanos e europeus, além da China. Recentemente (2006), efetivou uma 
primeira participação (aporte) de capital internacional em uma grande 
empresa de comunicação brasileira: o Grupo Abril 
A força das savanas e das estepes (África do Sul e Rússia) 
Gazprom Media - Subsidiária (divisão de mídia) do maior conglomerado 
Russo, o grupo Gazprom. Tem atividades em diversos setores da 
comunicação do país (TV, rádio, editoras, publicidade, internet, cinema, 
tecnologias digitais, etc). É um dos maiores grupos de comunição não 
europeu, tendo como acionista majoritário o próprio governo do país 
1 
Middle East Broadcasting Center (MBC) - Primeiro grupo privado de 
comunicação aberta do Mundo Árabe. Concentra suas atividades nos 
segmentos de TV, rádio e internet (novas mídias), com dezenas de estações e 
sites alinhados em torno de sua programação, francamente pan-árabe. 
Tem sua sede em Dubai, nos Emirados Árabes, mas o empreendimento 
conta com forte participação acionária da Árabia Saudita. 
Concentração fora “de fora” do eixo (Oriente Médio) 
Al Jazeera - Maior emissora fechada de TV do Oriente Médio, 
controlada pelo grupo Al Jazeera Network (anteriormente Qatar 
Media Corporation), sediado em Doha, no Qatar. Tem como Chairman 
Hamad bin Thamer Al Thani, que comandou a expansão dcãos 
negócios envolvendo a rede de TV e a multiplicação das plataformas 
de operação da Al Jazeera (sobretudo na internet), com um conteúdo 
de programação veiculado em diversas línguas e países. 
Consolidação parece ser a palavra chave no setor de mídia, depois do 
processo de fusões e aquisições que tomou conta do mercado de 
comunicações na década de noventa. E o resultado foi uma redução 
dramática no número de operadores do setor. 
Padrões de concentração latino-americanos 
Mais perto dos trópicos, o padrão de concentração se repete: da 
Venezuela emerge o portentoso grupo Cisneros, no México 
localiza-se o maior complexo de TV do planeta, a Televisa e, da 
Argentina, vem um dos grupos editoriais mais fortes do 
continente: Clarin 
1 
Grupo Televisa (México) – Maior grupo de comunicação em espanhol do 
mundo, Televisa é líder em praticamente todos os setores em que atua. 
Dirige 5 redes de TV, dezenas de rádio, três times de futebol da primeira 
divisão, o maior estádio do país (o Estádio Azteca), bingos, loterias, 
companhia aérea, gravadora, produtora de filmes e muitos outros negócios 
Grupo Salinas – Nascido no varejo através da rede de lojas Elektra (a Casas 
Bahia do México), esse conglomerado expandiu-se para TV com a 
aquisição, no início dos anos 1990, dos canais de TV do governo mexicano e 
transformando-os na TV Azteca. Hoje, Salinas também possui banco 
(Banco Azteca) e seguradora, time de futebol (Monarcas Morelia), além da 
rede de TV latina Azteca América, presente (em TV aberta) em diversas 
praças importantes. 
A mídia mexicana 
1 
A mídia na Venezuela/Colômbia 
Da Venezuela emerge o poderoso grupo Cisneros, que reúne mais de 70 
companhias espalhadas por mais de 90 países, com um faturamento da 
ordem de U$ 4 bilhões. Comandante do grupo, Gustavo Cisneros sócio da 
AOL Latino-Americana, lidera o mundo hispânico das comunicações 
ampliando seus domínios orientado por um dogma: "só queremos alcançar o 
céu" (comentado após adquirir, em 1997, a Imagen Satellital) 
Organización Cisneros – Com experiência em praticamente todos os setores 
da economia (de mostarda à TI, passando por petrolíferas, graxa para 
sapato, mineração, rádios e supermercados), Cisneros é dono de redes de TV 
na Venezuela e Colômbia, além de canais com alcance internacional como a 
Venevision International 
Valorem – Nascido do Grupo Empresarial Bavaria, líder no ramo cervejeiro 
colombiano, Valorem é um grupo administrado como se fosse um fundo de 
investimentos e que possui participações na Caracol Televisión (Colômbia), 
líder de audiência naquele país 
1 
Grupo Clarín – Maior grupo de comunicações da Argentina. Possui o mais importante 
diário do país, “Clarín”, além do jornal esportivo “Olé”. Comanda a Artear, maior grupo 
de canais da TV argentina, além de operadoras de TV por assinatura, rádios, revistas, 
gráficas, fábrica de papel e empresas de Internet e eventos 
Grupo Uno Medios - Um dos maiores conglomerados de mídia da Argentina, reunindo 
empresas de TV por Assinatura, diversos canais abertos em todo o país (liderados pela 
America 2 de Buenos Aires), empresa de telecomunicações, diversas rádios AM e FM, 
outdoors, revistas e jornais 
Pramer - Produtora de conteúdo voltada exclusivamente para a criação e gestão de 
canais de TV abertos e por assinatura. Sua base de atuação é na Argentina, mas seus 
canais alcançam toda a América Latina, inclusive o Brasil (como é o caso do 
Film&Arts). A Pramer, uma empresa do grupo norte-americano Liberty Global, é 
proprietária de dois canais de TV aberta argentinos 
A mídia argentina 
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