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Recurso em Sentido Estrito - Caso Zequinha

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA CIRSCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DA SAMABAIA - DF
Autos do processo n°...
Zequinha já devidamente qualificado nos autos da ação penal em epígrafe vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador que esta subscreve, conforme instrumento de mandato em anexo, inconformado com a decisão de pronúncia consignada às fls., com fulcro no art.581,IV, do CPP, interpor
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
requerendo, após o exercício de admissibilidade do presente recurso e das razões que
lhe acompanham, possa haver o juízo de retratação, a fim de que seja modificada a decisão
que pronunciou o acusado, operando-se a despronúncia. Não sendo este o entendimento de Vossa Excelência, pugna a defesa pelo processamento do recurso, remetendo-o ao Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para regular processamento do feito.
Pede Deferimento.
Local, 17 de abril de 2011 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
Recorrente: Zequinha 
Recorrido: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Autos nº: ...
Origem: Vara do Tribunal do Júri da Circunscrição Judiciária de Samambaia-DF
Ínclitos Julgadores,
Colendo Tribunal!
Em que pese o notável saber jurídico do magistrado a quo, o recorrente, não se conformando com a decisão de pronuncia de fls., vem perante Vossas Excelências apresentar suas Razões de Recurso em Sentido Estrito, conforme fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I – BREVE RESUMO DOS FATOS 
Zequinha, conhecido supostamente como traficante da região administrativa de Samambaia, descobriu que Duda, havia executado seu melhor amigo, bem como estava divulgando que atentaria, também, contra a sua vida, a fim de assumir a hegemonia do tráfico de drogas naquela região. Em uma quarta feira, Zequinha, preocupado com o risco que estava correndo, foi averiguar a procedência das informações, momento em que confirmou tudo e, também, ficou sabendo que Duda já havia adquirido uma pistola para matá-lo sua vida no sábado de manhã. Zequinha adquiriu um revólver calibre 38 e, acreditando que pegaria Duda de surpresa no sábado pela manhã cedo, resolveu que iria em sua casa armado para convencer o mesmo a mudar seus planos. Sabendo que Duda acordava normalmente 09 da manhã, Zequinha resolveu que iria lá às 06 da manhã, com o objetivo de dar uma surra em Duda e tomar a arma adquirida para atentar contra sua vida. Quando chegou próximo à residência de Duda, Zequinha percebeu que a porta, acima da escada, estava entreaberta, momento em que resolveu subir os degraus com a arma em punho. Neste momento, Zequinha percebeu o movimento de duas pessoas saindo da casa de Duda, oportunidade em que viu Duda acompanhado, conversando sobre como executariam Zequinha. Decidido a tomar satisfações, mas sem matar ninguém, se postou a frente dos dois. Zequinha viu que Duda ficou enfurecido e que ele levantou sua camisa, deixando aparecer um objeito prateado. Dessa forma Zequinha pensou que seria a pistola que tinha ouvido falar, Zequinha disparou a arma que estava em punho uma única vez, alvejando Duda na perna esquerda, que, em função do tiro caiu da escada, bateu a cabeça no corrimão e, em virtude disso, veio à óbito. Logo após o acontecido Zequinha percebeu neste instante que a suposta pistola, na verdade, era uma máquina fotográfica e foi preso em flagrante. 
II - DA NULIDADES 
II.1. DA NULIDADE DE INSTRUNÇÃO DE JULGAMENTO POR AUSÊNCIA DE INTERROGATÓRIO DO RÉU 
 O art. 564 do CPP traz no seu inciso III alínea “e”, causa de nulidade absoluta que trata da falta do interrogatório do réu, não respeitou o princípio do contraditório e ampla defesa prevista no art. 5° da CF. 
II.2. DA NULIDADE PROCESSUAL POR AUSÊNCIA DE CONCENÇÃO PARA AS PARTES OFERECEREM ALEGAÇÕES FINAIS 
 O JUIZ VIOLOU O DIREITO DAS PARTES DE SE MANIFESTAREM, NÃO TEM COMO A DEFESA SE MANIFESTAR QUANDO NEM MESMO O MP TEVE A OPORTUNIDADE, segundo o art. 411 do CPP o MP tem um prazo para se pronunciar no processo logo após o prazo da defesa é aberto, o juiz tem que intimar as partes ao processo. 
III. DO MÉRITO 
	III.1. DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA POR SER A DISCRIMINANTE PUTATIVA UMA CAUSA ISENTA DE PENA 
 O art. 415, IV, causa que prevê a absolvição de pena nos casos em o acusado é isento de pena, afasta a culpabilidade, legitima defesa putativa, art. 20, §1 do CP, requer que seja o réu absolvido sumariamente, art. 415, inciso IV DO CPP. O agente tem a plena certeza de que está agindo em estado de necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito, e que precisa se defender. No caso em questão, Zequinha tinha certeza de que seria atingido e levando em consideração toda a situação que é justificável e tendo em vista que tinha ouvido que Duda teria uma pistola com a intenção de acabar com a sua vida e que estava falando com um homem desconhecido, levantou a camisa e deixou a mostra um objeto prateado, Zequinha só teve a real intenção de se defender.
III.2. DESCLASSIFICAÇÃO DE HOMICIDIO QUALIFICADO PARA LESÃO CORPORAL SEGUIDO DE MORTE
Conforme o art. 129, §3, CP “Se resulta a morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo...” havia o dolo de lesionar levando em consideração a defesa atual, o dolo não era contra a vida, mas sim de uma lesão corporal. 
Jusriprudência (Tribunal de justiça do Maranhão TJ-MA. RESE141861999) 
PENAL. HOMICÍCIO QUALIFICADO. DESCLASSIFICAÇÃO. LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE.
A desclassificação do crime de homicídio qualificado para lesão corporal seguida de morte, por ocasião de iudicium acusationis, somente poderá ocorrer quando existir suporte fático para tanto, de forma inquestionável e detectável do plano. O fato do agente ter atingido a vítima no abdômen, região onde notoriamente se localizam diversos órgãos vitais, torna bastante discutível o ânimo do qual estava imbuído naquele momento: se o necandi ou o laedendi. Detectada faz-se mister remeter a questão ao Conselho de Sentença, o qual é, por força constitucional, o juiz dos crimes dolosos, cabendo ao juiz em tais casos, tão somente verificar a existência do crime, de indícios bastantes da autoria e de sua responsabilidade penal, aplicando a regra do “brocardo in dubio pro societate”.
III.3 DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA 
Inicialmente quem propôs a ideia de dar um tiro no autor foi a própria vítima, então estavam frente já possuíam um vínculo de inimizade então não há que se falar em emboscada, a qualificadora que impede a qualificadora da vítima pressupõe que a vítima não tenha nenhum problema com o autor e que seja pega de surpresa. 
IV. DOS PEDIDOS 
Por todo o exposto pugna o recorrente do conhecimento e provimento do recurso para
.Declarar nulidade pela falta de interrogatório presente do réu em audiência de instrução e julgamento nos termos do 563 do CPP 
.Ausência das alegações finais
Pede Deferimento.
Local, 17 de abril de 2018 
Advogado
OAB
EXCELENTÍSSIMO SENHOR
 
JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
CI
R
SCU
N
SCRI
ÇÃO JUDICIÁRIA DA SAMABAIA 
-
 
DF
 
Autos do processo n°...
 
Zequinha já devidamente qualificado nos autos da ação penal e
m
 
epígrafe 
vem perante Vossa 
Excelência, por 
intermédio de seu procurador
 
que esta subscreve, conforme instrumento de 
mandato em anexo, inconformado com a
 
decisão de pronúncia consign
ada às fls., com f
ulcro 
no art.581,IV, do CPP, 
interpor
 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
 
requerendo, após o exercício de ad
missibilidade do p
resente recurso e das razões
 
que
 
lhe acompanham, possa haver o juízo de retratação, a fim de que seja modificada a decisão
 
que pronunciou o acusado, operando
-
se a despronúncia.
 
Não sendo este o entendimento de 
Vossa 
Excelência, pugna a de
fesa pelo 
processamento do recurso, remetendo
-
o ao Egrégio 
Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal e Territórios para regular processamento do feito.
 
Pede Deferimento.
 
Local, 17 de abril de 2011 
 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DEJUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRI
OS
 
Recorrente: Zequinha 
 
Recorrido: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
 
Autos nº: ...
 
Origem: Vara do Tribunal do Júri da Circunscrição Judiciária de Samambaia
-
DF
 
 
Ínclitos Julgadores,
 
Colendo Tribunal!
 
Em que pese o notável saber jurídico
 
do magistr
ado a quo, o recorrente, não se 
conformando 
com a decisão de pronuncia de fls.,
 
vem perante Vossas Excelências 
apresentar suas Razões de 
Recurso em Sentido Estrit
o, conforme fatos e fundamentos 
jurídicos que passa a expor:
 
I 
–
 
BREVE 
RESUMO DOS F
ATOS 
 
Zequinha, conhecido
 
supostamente como
 
traficante da região administrativa de
 
Samambaia, 
descobriu que Duda
, havia executado seu melhor amigo, bem como estava divulgando que 
atentaria, também, contra a 
sua vida
, a fim de assumir a hegemonia do tr
áfico de drogas 
naquela região. Em uma quarta feira, Zequinha, preocupado com o 
risco que estava correndo
, 
foi averiguar a procedência das informações, momento em que confirmou 
tudo
 
e, também, 
ficou sabendo que Duda já havia adqui
rido uma pistola para matá
-
lo
 
sua v
i
da no sábado de 
manhã.
 
Zequinha adquiriu um revólver calibre
 
38 e, acreditando que 
pegaria 
Duda de surpresa 
no sábado pela manhã cedo, resolveu que iria em 
sua casa armado para 
convencer
 
o mesmo a 
mudar seus 
planos. Sabendo 
que Duda acord
ava normalmente 09 da manhã
, Zequin
ha 
resolveu que
 
iria lá
 
às 06 da manhã, com o obje
tivo
 
de dar uma surra em Duda e tomar a arma

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