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Prévia do material em texto

PSICOLOGIA 
APLICADA E 
SAÚDE MENTAL 
INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL 
ANO 2020 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 2 
 
INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL 
www.unicless.com.br 
www.etuni.com.br 
 
 
 
DIRETOR GERAL Prof. Fabrício Martins Rodrigues 
 
COORDENADORA GERAL Profa. Priscila Alves Rodrigues 
 
CONTEÚDO, REVISÃO E EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
EDIÇÃO 
 
DIAGRAMAÇÃO E CAPA INSTITUTO UNICLESS EDUCACIONAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisado 
Setembro/2020 
 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 3 
 
 
PLANO DE ENSINO 
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
DISCIPLINA PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL 
CURSO 
Disciplina comum a todos os Cursos 
Técnicos dá área de saúde 
PROFESSORA 
COORDENADORA GERAL PROFA. PRISCILA RODRIGUES 
E-MAIL COORDENADOR coordenacao@unicless.com.br 
 
 
2. DISPOSIÇÃO PEDAGÓGICA 
CARGA HORÁRIA: 60 HORAS 
EMENTA: 
1. Introdução: psicologia como ciência. 2 Principais concepções 
teóricas do século XX: psicanálise, behaviorismo, transpessoal, 
psicologia analítica, humanismo e Gestalt. 3. Contexto da 
psicologia na saúde. 4. História da Psicologia e da Psiquiatria no 
Brasil. 5. Conceitos básicos: psicologia e enfermagem em saúde 
mental. 6. Comportamento do paciente, Etiologia e Epidemiologia 
dos transtornos mentais – fatores de risco. 7. Transtornos 
mentais e Formas de tratamento. 8. Fundamentos de mensuração 
em saúde mental. 9. Fundamentos teóricos sobre análise e 
mudança de comportamento. 
COMPETÊNCIAS À 
ADQUIRIR: 
1. Saber estabelecer discussões interdisciplinares na psicologia; 
2. Saber trabalhar em equipes multidisciplinares de assistência à 
saúde, reconhecendo a dimensão subjetiva humana; 
3. Reconhecer as fases do desenvolvimento psicossocial; 
4. Saber Identificar os principais sintomas e transtornos 
referentes a saúde mental. 
5. Saber descrever a situação da assistência ao indivíduo com 
doença mental no Brasil. 
OBJETIVO 
PEDAGÓGICO: 
Proporcionar ao estudante a reflexão acerca de sua prática e suas 
relações com a psicologia e a subjetividade. 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 4 
2. DISPOSIÇÃO PEDAGÓGICA 
OBJETIVOS 
ESPECÍFICOS: 
1. Promover aulas interativas expondo os tópicos emanados na 
ementa da disciplina; 
2. Promover aulas temáticas e argumentativas de forma que os 
alunos possam reconhecer os conceitos fundamentais dos 
processos de desenvolvimento psicológico e da personalidade e o 
comportamento do indivíduo frente ao processo saúde-doença. 
3. Demonstrar casos reais dos processos de desenvolvimento 
psicológico, da personalidade e o comportamento do indivíduo 
frente ao processo saúde-doença.; 
4. Propor leituras dos livros da biblioteca básica e da 
complementar como forma de aprendizagem. 
5. Questionar o papel do profissional como promotor de saúde e 
bem-estar de forma integral, incluindo a dimensão psicológica. 
3. BIBLIOGRAFIA 
BÁSICA (Principal): 
01 
CASABURI, Luiza Elena. Reforma psiquiátrica e serviços de atendimento em saúde 
mental e psiquiátrico. In: TAVARES, Marcus Luciano de Oliveira; CASABURI, Luiza 
Elena; SCHER, Cristiane Regina (org.). Saúde mental e cuidado de enfermagem 
em psiquiatria. Porto Alegre: SAGAH, 2019. p. 73-92. 
02 
FELDMAN, Robert S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. 
1 recurso online. ISBN 9788580554892. 
03 
PICCININI, Walmor João; MELEIRO, Alexandrina Maria Augusto da Silva. Aspectos 
Históricos da Psiquiatria. In: MELEIRO, Alexandrina Maria Augusto Silva (org.). 
Psiquiatria: estudos fundamentais. Estudos Fundamentais. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. Cap. 1. p. 3-19. 
04 
VIDEBECK, Sheila L. Enfermagem em saúde mental e psiquiatria. 5. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2012. 535 p. Tradução: Denise Regina de Sales, Regina Machado 
Garcez. 
COMPLEMENTAR: 
05 
GORENSTEIN, Clarice; WANG, Yuan-pang. Fundamentos de Mensuração em Saúde 
Mental. In: GORENSTEIN, Clarice; WANG, Yuan-pang; HUNGERBÜHLER, Ines 
(org.). Instrumentos de avaliação em saúde mental. Porto Alegre: Artmed, 
2016. Cap. 1. p. 30-111. 
06 
MYERS, David G. Psicologia / David G. Myers, C. Nathan DeWall; tradução 
Cristiana de Assis Serra, Luiz Cláudio Queiroz de Faria. - 11. ed. - [Reimpr.]. - Rio 
de Janeiro: LTC, 2019. 
07 
TAVARES, Marcus Luciano de Oliveira. Correntes psiquiátricas e tratamento de 
distúrbios mentais. In: TAVARES, Marcus Luciano de Oliveira; CASABURI, Luiza 
Elena; SCHER, Cristiane Regina (org.). Saúde mental e cuidado de enfermagem 
em psiquiatria. Porto Alegre: SAGAH, 2019. p. 94-112. 
08 
TOWNSEND, Mary C. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados na 
prática baseada em evidências. 7. ed. [Reimpr.] Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. 
 
 
 
 
 
 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 5 
 
 
ROTEIRO DE APRENDIZAGEM 
 
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
DISCIPLINA PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL 
CURSO 
Disciplina comum a todos os cursos técnicos da 
área de saúde 
PROFESSOR(A) 
E-MAIL DA COORDENAÇÃO coordenacao@unicless.com.br 
 
TEMA DA AULA: Introdução - psicologia como ciência. 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
ALMEIDA, Raquel Ayres de; MALAGRIS, Lucia Emmanoel Novaes. A 
prática da psicologia da saúde. Revista SBPH, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, 
p. 183-202, dez. 2011. Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v14n2/v14n2a12.pdf. Acesso em: 
02 abr. 2020. 
BRASIL. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da área de 
Enfermagem. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
(org.). Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do 
aluno: instrumentalizando a ação profissional I. 2. ed.[reimpr.] Brasília / 
Rio de Janeiro: Ministério da Saúde / Fiocruz, 2003. 164 p. Disponível 
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad1.pdf. 
Acesso em: 02 abr. 2020. 
CASTRO, Elisa Kern de; BORNHOLDT, Ellen. Psicologia da saúde x 
psicologia hospitalar: definições e possibilidades de inserção 
profissional. : definições e possibilidades de inserção profissional. 
Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 24, n. 3, p. 48-57, set. 2004. 
FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/pcp/v24n3/v24n3a07.pdf. Acesso em: 02 abr. 
2020. 
FELDMAN, Robert S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2015. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554892/cf
i/52!/4/4@0.00:23.8. Acesso em: 26 dez. 2019. 
OLIVEIRA, Dalton. Psicologia Jurídica: a importância do estudo da 
psicologia jurídica. : A importância do estudo da Psicologia Jurídica. In: 
GONZAGA, Alvaro de Azevedo; ROQUE, Nathaly Campitelli (org.). 
Formação humanística para concursos. 5. ed. Rio de Janeiro / São 
Paulo: Forense / MÉTODO, 2020. Cap. 6. p. 323-340. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530988371/cf
i/6/10!/4/12/4@0:100. Acesso em: 02 abr. 2020. 
MYERS, David G.; DEWALL, Nathan C. Psicologia. tradução Cristiana de 
Assis Serra, Luiz Cláudio Queiroz de Faria. - 11. ed. - [Reimpr.]. - Rio de 
Janeiro: LTC, 2019. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521634614/cf
i/6/28!/4/18/2@0:56.4. Acesso em: 26 dez. 2019. 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 6 
Tópico 1: Entendendo a Psicologia 
 
Psicologia é o estudo dos processos mentais e a influência desses no 
comportamento humano, de acordo com Oliveira (2020). O termo psicologia 
provém da junção das palavras gregas psychē (alma) e logos (conhecimento), ou 
seja, estudo da alma. 
O psicólogo é o profissional que nos ajuda a entender nossas motivações, 
nosso modo de agir ante determinado fato ou circunstância (por exemplo, por que 
alguns de nós têm medo de lugares altos ou por que, em alguns momentos de 
nossa vida, sem motivo aparente nos sentimos tristes) (BRASIL, 2003). 
As subaéreas da psicologia equiparam-se a uma famíliaextensa, com uma 
variedade de sobrinhos e sobrinhas, tios e tias e primos e primas que, embora 
possam não interagir diariamente, estão relacionados uns aos outros, pois tem um 
objetivo em comum: compreender o comportamento. Uma maneira de identificar 
as principais subáreas é considerar algumas das questões básicas sobre 
comportamento das quais elas tratam (FELDMAN, 2015, p.6). 
Segundo Myers e Dewall (2019, p.11) o conjunto de subáreas que 
denominamos psicologia, confluem diferentes disciplinas: 
 Pesquisa aplicada: estudo científico que visa solucionar problemas práticos. 
 
 Aconselhamento psicológico: ramo da psicologia que ajuda as pessoas passando por 
problemas (em geral relacionados com a escola, o trabalho ou casamento) a alcançar maior 
bem-estar. 
 
 Psicologia clínica: ramo da psicologia que estuda, avalia e trata pessoas com transtornos 
psicológicos. 
 
 Psiquiatria: ramo da medicina que lida com os transtornos psicológicos; é praticada por 
médicos, que por vezes proveem tratamento médico (prescrevendo medicamentos, por 
exemplo), assim como terapia psicológica. 
 
 Psicologia comunitária: ramo da psicologia que estuda o modo como as pessoas 
interagem com seus respectivos ambientes sociais, e como as instituições sociais afetam 
indivíduos e grupos. (MYERS; DEWALL, 2019, p. 11) 
 
Cabe ainda a psicologia, estudar questões ligadas a: 
 
 personalidade 
 aprendizagem 
 motivação 
 memória 
 inteligência 
 funcionamento do sistema nervoso 
 comunicação interpessoal 
 comportamento sexual 
 agressividade 
 processos psicoterapêuticos 
 ao sono e ao sonho, ao prazer e à dor, etc. 
Psiquismo: conjunto dos 
processos psíquicos do ser 
humano ou do animal 
tomado genericamente; 
psique, psicologia. 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 7 
A psicologia tem infinitos campos de ação, áreas que abrangem muitos dos 
nossos contextos mais cotidianos e onde, graças à sua utilização, podemos 
encontrar soluções, aprimorar habilidades, melhorar processos, inovar. Mas, cabe 
lembrar que sua base científica se justifica e se legitima, pois a psicologia (como 
todas as formas de ciência) possui um objeto definido: os fenômenos 
comportamentais, resultantes da interação dos indivíduos com o meio e entre 
outros indivíduos. 
No entanto, conforme Oliveira (2020) os estudos sobre a mente e o 
comportamento humano não trilharam um caminho unitário, mas, na verdade, 
percorreram-se várias rotas de pensamento, produzindo diversas teorias sobre o 
psiquismo. 
Embora tenha surgido um conjunto de teorias psicológicas desde a 
autonomia científica da Psicologia, algumas delas superadas ou abandonadas, é 
fato que as diversas teorias coexistem, quando não influenciam umas às outras, ou 
ainda, recebem influência de outras ciências (OLIVEIRA, 2020, p. 332). 
A psicologia, então, pode ser concebida como uma grande árvore com 
ramos infinitos que tentam entender o comportamento humano. Dessa forma, 
entre todo esse conjunto de galhos e folhas, existe um que é particularmente útil e 
diferenciado: falamos da psicologia aplicada, que tenta dar soluções concretas 
aos problemas que ocorrem na nossa vida cotidiana. 
Especialmente para o profissional de enfermagem, que tem por função 
auxiliar os indivíduos nos momentos importantes de suas existências - do 
nascimento à morte -, a Psicologia é uma ferramenta cujo uso torna possível uma 
maior solidariedade e entendimento das pessoas. Como resultado, permitirá ajudá-
las de maneira mais efetiva - e afetiva - quando estiverem vulneráveis (BRASIL, 
2003). 
Tópico 2: A Necessidade da Ciência Psicológica 
 
Segundo Príncipe Charles (2000), citado por Myers e Dewall (2019, p.18), 
algumas pessoas supõem que a psicologia se limita a documentar e revestir de 
jargão aquilo que todo mundo já sabe: “você ganha dinheiro para comprovar com 
métodos extravagantes, o que a minha avó já sabia?”. 
Assim os autores citados questionam se será inteligente dar ouvidos a nossa 
sabedoria à nossa sabedoria interna, simplesmente confiar na nossa “força 
interior”? Ou deveríamos, com mais frequência, submeter nossos palpites 
intuitivos ao escrutínio cético? 
Uma coisa parece certa: Muitas vezes subestimamos os perigos da intuição. 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 8 
 
De acordo com Richarde Feynman (1997), citado por Myers e Dewall (2019, 
p.18) experimentos indicam que as pessoas super estimam, e muito a exatidão das 
lembranças de fatos que testemunharam, sua capacidade de avaliar entrevistados, 
suas previsões de riscos e seus talentos financeiros na escolha de ações. Segundo 
um ganhador do Prêmio Nobel da Física, “o primeiro número 1 é que você não 
deve enganar a si mesmo- e você é a pessoa mais fácil de ser enganada”. 
O VIÉS RETROSPECTIVO 
 O viés retrospectivo (também conhecido como o fenômeno do “eu já 
sabia!”) é fácil de demonstrar. Apresente a metade dos membros de um grupo 
alguma suposta descoberta psicológica, e à outra metade um resultado oposto. 
Diga ao primeiro grupo: Psicólogos descobriram que a separação enfraquece a 
atração romântica. Como diz o ditado: “O que os olhos não veem, o coração não 
sente”. Peça a eles que imaginem por que isso pode ser verdade. A maioria vai 
conseguir, e quase todos vão considerar previsível essa descoberta real (MYERS; 
DEWALL, 2019, p.18). 
Diga ao contrário ao segundo grupo: “Psicólogos descobriram que a 
separação fortalece a atração romântica. Como diz o ditado “”A gente só dá valor a 
algo depois que o perde”. Os que receberem essa informação falsa também vão 
considerá-la fácil de imaginar, e a maioria concordará que se trata de algo 
justificável. Obviamente há um problema quando informações contraditórias 
parecem senso comum (MYERS; DEWALL, 2019, p.18). 
Tais erros em nossas lembranças e explicações mostram por que 
precisamos de pesquisa psicológica. Simplesmente perguntar às pessoas como e 
por que sentiram ou agiram de determinada maneira pode ser ilusório- não 
porque o senso comum esteja em geral errado, mas porque descreve o que já 
aconteceu com mais facilidade do que está por vir (MYERS; DEWALL, 2019, p.18). 
CONFIANÇA EXCESSIVA 
Nós humanos tendemos a achar que sabemos mais do que de fato sabemos. 
Questionados quanto a certeza de nossas respostas a perguntas factuais (Boston 
fica a norte ou sul de Paris?), tendemos a mostrar mais confiança do que precisão 
(MYERS; DEWALL, 2019, p.18). 
O PENSAMENTO CRÍTICO 
A atitude científica nos prepara para pensar de maneira mais inteligente. O 
pensamento inteligente, chamado de pensamento crítico, examina suposições, 
avalia fontes, identifica valores ocultos, avalia evidências e pondera conclusões. 
Seja lendo comentários online, seja ouvindo uma conversa, os pensadores críticos 
fazem perguntas: Como sabem disso? Quais são os interesses dessa pessoa nessa 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 9 
questão? Essa conclusão se baseia em lugares comuns e palpites, ou em 
evidências? As evidências, neste caso, justifica que se chegue a uma conclusão em 
termos de uma relação casual? Que outras explicações são possíveis? (MYERS; 
DEWALL, 2019, p.20). 
O pensamento crítico, baseado na ciência ajuda a limpar as lentes de nossa 
tendenciosidade (MYERS; DEWALL, 2019, p.20). 
Segundo Shafir (2013), citado por Myers e Dewall (2019, p.20) a ciência 
psicológica também pode identificar políticas eficazes. Para reduzir a 
criminalidade, devemos investir recursos na ampliação das sentenças ou em maior 
probabilidade de punição? Para ajudar alguém a se recuperar de um trauma, o 
profissional que acompanha a pessoa deve estimulá-la a reviver esse trauma ou 
não? Para aumentar o comparecimento dos eleitores nas votações, deve-se 
procurar conscientizá-los do problema da baixa participação do eleitorado, ou 
enfatizar que seus pares votam? Ao submeter essas questões ao escrutínio do 
pensamentocrítico – e contrariando o senso comum – é a segunda opção que 
vence em cada uma delas. 
ESTRATÉGIAS DE PESQUISA: COMO OS PSICÓLOGOS FORMULAM PERGUNTAS E 
RESPOSTAS 
A ATITUDE CIENTÍFICA DOS PSICÓLOGOS É complementada pelo método 
científico – um processo autoajustável de avaliação de ideias mediante observação 
e análise. Em seu esforço para descrever e explicar a natureza humana, a ciência 
psicológica acolhe intuições e teorias que soem plausíveis – e as submete a testes. 
Se uma teoria funciona – se os dados apoiam as previsões –, tanto melhor para a 
teoria. Se as previsões fracassam, a teoria será reavaliada ou rejeitada (MYERS E 
DEWALL, 2019, P.20). 
 
 Teoria - uma explicação que usa um conjunto integrado de princípios que 
organiza observações e prediz comportamentos ou eventos. 
 Hipótese - uma previsão verificável, em geral decorrente de uma teoria. 
 Definição operacional - uma descrição minuciosa dos procedimentos exatos 
(operações) utilizados em uma pesquisa. Por exemplo, a inteligência 
humana pode ser definida operacionalmente como a pontuação em um teste 
de inteligência. 
 Replicação - repetição da essência de uma pesquisa, normalmente com 
participantes diferentes e em situações distintas, para ver se a descoberta 
básica se aplica a outros participantes e circunstâncias (MYERS; DEWALL, 
2019, p.20). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 10 
O MÉTODO CIENTÍFICO 
COMO AS TEORIAS PROMOVEM O AVANÇO DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA? 
No dia a dia, tendemos a usar o termo teoria como o equivalente a um “mero 
palpite”. Pode-se, por exemplo, menosprezar a evolução como “só uma teoria” – 
como se não passasse de especulação pura e simples. Na ciência, 
uma teoria explica comportamentos ou acontecimentos apresentando ideias 
que organizam aquilo que observamos, e prevê comportamentos e eventos. Ao 
organizar fatos isolados, uma teoria simplifica a realidade. Ao unir os fatos a 
princípios mais profundos, uma teoria oferece um resumo útil. Quando ligamos os 
pontos observados, vai emergindo uma imagem coerente (MYERS; DEWALL, 2019, 
p.23). 
Ainda segundo os autos citados anteriormente, uma teoria sobre os efeitos 
do sono sobre a memória, por exemplo, ajuda-nos a organizar um sem-número de 
observações acerca do sono em uma lista sucinta de princípios. Digamos que 
observamos repetidamente que pessoas com bons hábitos de sono tendem a 
responder corretamente perguntas em sala de aula, e se saem bem nas provas. 
Podemos então teorizar que dormir ajuda a memorizar. Até aqui, tudo bem. 
Chegamos a um princípio que resume bem uma lista de fatos sobre os efeitos de 
uma boa noite de sono sobre a memória (MYERS; DEWALL, 2019, p.23). 
Porém, por mais razoável que uma teoria possa parecer – e parece razoável 
supor que dormir favorece a memorização –, devemos pô-la à prova. Uma boa 
teoria produz previsões verificáveis, chamadas de hipóteses. Tais previsões 
especificam que resultados (comportamentos ou acontecimentos) dariam 
sustentação à teoria e que resultados a refutariam. Para averiguar nossa teoria 
acerca dos efeitos do sono sobre a memória, nossa hipótese poderia ser que, 
quando privadas de sono, as pessoas vão se lembrar menos do ocorrido na véspera 
(MYERS; DEWALL, 2019, p.23). 
A fim de testar tal hipótese, poderíamos avaliar quanto as pessoas lembram 
de um conteúdo didático estudado antes de uma boa noite de sono, ou antes de 
uma noite de sono mais curta. Os resultados vão confirmar nossa teoria ou levar-
nos a revisá-la ou rejeitá-la (MYERS; DEWALL, 2019, p.23). 
Nossas teorias podem impor um viés à nossa observação. Tendo teorizado 
que uma melhor memorização será consequência de mais horas de sono, podemos 
acabar vendo aquilo que esperamos – perceber os comentários de pessoas 
sonolentas como menos perspicazes, por exemplo. A ânsia de enxergar aquilo que 
corresponde às nossas expectativas é uma tentação sempre presente, dentro e fora 
do laboratório (MYERS; DEWALL, 2019, p.23). 
 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 11 
De acordo com o Comitê Bipartidário de Inteligência do Senado dos Estados 
Unidos (2004), as expectativas preconcebidas de que o Iraque possuía armas de 
destruição em massa levaram os analistas de inteligência a interpretar 
observações ambíguas de maneira a confirmar essa teoria (de modo análogo a 
como as opiniões das pessoas acerca da mudança climática podem influenciar sua 
interpretação de eventos climáticos locais). Tal conclusão, direcionada por essa 
teoria específica, resultou na invasão preventiva do Iraque pelos Estados Unidos 
(MYERS; DEWALL, 2019, p.23). 
Afim de compensar uma eventual tendenciosidade, os psicólogos relatam 
suas pesquisas com definições operacionais precisas de procedimentos e 
conceitos. Privação de sono, por exemplo, pode ser definida como “X horas a 
menos” que o número natural de horas de sono da pessoa. Esse cuidado na 
formulação dos enunciados permite a outros replica (repetir) as observações 
originais com participantes, materiais e circunstâncias diferentes. Se alcançarem 
resultados similares, aumenta a certeza da confiabilidade das conclusões (MYERS; 
DEWALL, 2019, p.23). 
O primeiro estudo sobre viés retrospectivo despertou a curiosidade dos 
psicólogos. Agora, depois de muitas replicações bem-sucedidas com pessoas e 
perguntas diferentes, estamos convencidos da força desse fenômeno (MYERS; 
DEWALL, 2019, p.23). 
No fim das contas, nossa teoria será útil se: 
(1) organizar uma série de observações e autorrelatos; 
(2) implicar predições que qualquer um possa usar para pôr a teoria à prova 
ou para gerar aplicações práticas (O número de horas de sono das pessoas 
prevê sua memorização?) 
(3) estimular novas pesquisas que resultem em uma teoria revisada, capaz 
de organizar e predizer nosso conhecimento (MYERS; DEWALL, 2019, p.23). 
TEMA DA AULA: Principais concepções teóricas do século XX. 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
BRASIL. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da área de 
Enfermagem. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 
(org.). Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do 
aluno: instrumentalizando a ação profissional I. 2. ed.[reimpr.] Brasília / Rio 
de Janeiro: Ministério da Saúde / Fiocruz, 2003. 164 p. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad1.pdf. Acesso 
em: 02 abr. 2020. 
FELDMAN, Robert S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2015. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554892/cfi/5
2!/4/4@0.00:23.8. Acesso em: 26 dez. 2019. 
MYERS, David G.; DEWALL, Nathan C. Psicologia. tradução Cristiana de Assis 
Serra, Luiz Cláudio Queiroz de Faria. - 11. ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro: 
LTC, 2019. Disponível em: 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 12 
TEMA DA AULA: Principais concepções teóricas do século XX. 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521634614/cfi/6/
28!/4/18/2@0:56.4. Acesso em: 26 dez. 2019. 
OLIVEIRA, Dalton. Psicologia Jurídica: a importância do estudo da psicologia 
jurídica. : A importância do estudo da Psicologia Jurídica. In: GONZAGA, 
Alvaro de Azevedo; ROQUE, Nathaly Campitelli (org.). Formação 
humanística para concursos. 5. ed. Rio de Janeiro / São Paulo: Forense / 
MÉTODO, 2020. Cap. 6. p. 323-340. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530988371/cfi/6/
10!/4/12/4@0:100. Acesso em: 02 abr. 2020. 
PARIZI, Vicente Galvão. Psicologia transpessoal: algumas notas sobre sua 
história, crítica e perspectivas. Psic. Rev. São Paulo, n. 14(1): 109-128, maio 
2005. Disponível em: 
https://revistas.pucsp.br/psicorevista/article/viewFile/18098/13454. 
Acesso em: 29 set. 2020. 
Tópico 1: Psicologia social, Psicanálise, behaviorismo, transpessoal, 
humanismo e Gestalt 
PSICOLOGIA SOCIAL 
Dirk Willems encarou um momento de decisão em 1569. Ameaçado de 
tortura e mortecomo um membro de uma minoria religiosa perseguida, ele 
escapou da prisão em Asperen, Holanda, e atravessou um lago coberto de gelo. Seu 
carcereiro, mais forte e pesado, perseguiu-o, mas quebrou o gelo e caiu; sem 
conseguir subir novamente, pediu ajuda (MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
Com a liberdade à sua frente, Willems agiu com absoluto desprendimento, 
voltando e resgatando seu perseguidor que, obedecendo a ordens, levou-o de volta 
ao cativeiro. Poucas semanas mais tarde Willems foi condenado a ser “queimado 
até a morte”. Por seu martírio, a Asperen dos dias de hoje batizou uma rua em 
homenagem ao seu herói popular (MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
O que leva as pessoas a sentirem desprezo pelas minorias religiosas, como 
aconteceu com Dirk Willems, e a agirem tão rancorosamente? O que inspira as 
pessoas, como o seu carcereiro, a executar ordens injustas? E o que motivou o 
desprendimento da resposta de Willems e de tantos outros que morreram 
tentando salvar outras pessoas? Na realidade, o que motiva qualquer um de nós 
quando nos oferecemos bondosa e generosamente para ajudar as outras pessoas? 
(MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
Como esses exemplos demonstram, somos animais sociais. Podemos supor 
o melhor ou o pior nas outras pessoas. Podemos abordá-las com punhos cerrados 
ou braços abertos. Como comentou o romancista Herman Melville, “Não 
conseguimos viver apenas para nós mesmos. Nossa vida está ligada por milhares 
de fios invisíveis”. Os psicólogos sociais exploram essas ligações estudando 
cientificamente como pensamos, influenciamos e nos relacionamos uns com os 
outros (MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 13 
PENSAMENTO SOCIAL 
O que os psicólogos sociais estudam? Como tendemos a explicar o 
comportamento das outras pessoas e o nosso próprio comportamento? 
OS PSICÓLOGOS DA PERSONALIDADE focam na pessoa. Eles estudam os 
traços pessoais e a dinâmica que explica por que pessoas diferentes podem agir de 
maneira diferente em uma mesma situação, como a enfrentada por Willems. (Você 
teria ajudado o carcereiro a sair da água congelante?) (MYERS; DEWALL, 2019, 
p.419). 
Os psicólogos sociais focam na situação. Eles estudam as influências 
sociais que explicam por que a mesma pessoa vai agir de maneira diferente 
em situações diferentes. O carcereiro poderia ter agido de maneira diferente – 
optando por não levar Willems de volta para a cadeia – em circunstâncias 
diferentes? (MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
O ERRO DE ATRIBUIÇÃO FUNDAMENTAL 
Nosso comportamento social surge de nossa cognição social. Especialmente 
quando ocorre o inesperado, queremos compreender e explicar por que as pessoas 
agem como agem. Após estudar como as pessoas explicam o comportamento dos 
outros, Fritz Heider (1958) propôs uma teoria de atribuição: podemos atribuir o 
comportamento aos traços estáveis, duradouros, da pessoa (uma atribuição 
relativa à disposição pessoal) ou podemos atribuí-lo à situação (uma atribuição 
situacional) (MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
QUAIS FATORES AFETAM AS NOSSAS ATRIBUIÇÕES? 
Todos nós cometemos o erro de atribuição fundamental. Considere: seu 
professor de psicologia é tímido ou extrovertido? Se você responder “extrovertido”, 
lembre-se de que você conhece o professor em uma situação – a sala de aula, que 
exige um comportamento extrovertido. Seu professor (que observa o próprio 
comportamento não só na sala de aula, mas com a família, em reuniões, quando 
está viajando) poderia dizer, “Eu, extrovertido? Tudo depende da situação. Em sala 
de aula ou na presença de bons amigos, sim. Sou extrovertido. Mas em reuniões 
profissionais sou realmente bem tímido.”. Fora de seus papéis atribuídos, os 
professores parecem menos professorais, os presidentes são menos presidenciais, 
os gestores são menos gerenciais (MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
Quando explicamos o nosso próprio comportamento, somos sensíveis a 
como ele muda de acordo com a situação (Idson & Mischel, 2001). (Uma exceção 
importante: na maioria das vezes, atribuímos as nossas ações intencionais e 
admiráveis não às situações, mas aos nossos próprios bons motivos [Malle, 2006; 
Malle et al., 2007]) (MYERS; DEWALL, 2019, p.419). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 14 
Também somos sensíveis ao poder da situação quando explicamos o 
comportamento das pessoas que conhecemos bem e com quem estivemos em 
diferentes contextos. Muitas vezes cometemos o erro de atribuição fundamental 
quando um estranho age mal. Tendo visto apenas aquele torcedor berrando para o 
árbitro no calor da competição, podemos presumir que se trata de uma má pessoa. 
Mas, fora do estádio, ele pode ser um bom vizinho e um ótimo pai (MYERS; 
DEWALL, 2019, p.419). 
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DAS NOSSAS ATRIBUIÇÕES? 
A maneira como explicamos as ações das outras pessoas, atribuindo-as à 
pessoa ou situação, pode ter efeitos importantes na vida real (Finchman & 
Bradbury, 1993; Fletcher et al., 1990). Uma pessoa deve decidir se atribui a 
amabilidade de outra pessoa a um interesse romântico ou sexual. Um parceiro 
deve decidir se o comentário ácido de um ente querido reflete um mau dia ou uma 
disposição média. Um júri deve decidir se um tiro foi malicioso ou em legítima 
defesa. Em um estudo, 181 juízes estaduais deram sentenças mais leves a um 
agressor violento no qual um cientista atestou que havia um gene que alterava 
áreas do cérebro relacionadas à agressividade (MYERS; DEWALL, 2019, p.420). 
ATITUDES E AÇÕES 
Como as nossas atitudes e ações interagem? 
Atitudes são sentimentos, muitas vezes influenciados por nossas crenças 
que predispõem nossas reações a objetos, pessoas e eventos. Se acreditarmos que 
alguém está nos ameaçando, podemos sentir medo e raiva da pessoa 
e agir defensivamente. O tráfego entre nossas atitudes e nossas ações é de duas 
vias. Nossas atitudes afetam nossas ações. E nossas ações afetam nossas atitudes 
(MYERS; DEWALL, 2019, p.420). 
AÇÕES AFETAM ATITUDES 
O Fenômeno do Pé na Porta - Como você reagiria se alguém o induzisse a 
agir contra suas crenças? Um ingredientechave foi o uso eficaz do fenômeno do pé 
na porta: Os chineses sabiam que as pessoas que concordam com uma pequena 
exigência vão achar mais fácil cumprir uma exigência maior no futuro. Eles 
começaram com pedidos inofensivos, como copiar uma frase trivial, mas 
gradualmente aumentaram suas exigências (SCHEIN, 1956 apud MYERS; DEWALL, 
2019, p.420). 
A próxima frase a ser copiada poderia listar as falhas do capitalismo. Depois, 
para ganhar privilégios, os prisioneiros participaram de discussões em grupo, 
escreveram autocríticas ou fizeram confissões públicas. Depois disso, eles 
ajustaram suas crenças para que ficassem mais coerentes com seus atos públicos 
(MYERS; DEWALL, 2019, p.421). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 15 
O ponto é simples: para conseguir que as pessoas concordem com algo 
grande, comece pequeno e aumente gradualmente (CIALDINI, 1993 apud MYERS; 
DEWALL, 2019, p.421). 
Um ato trivial torna o próximo ato mais fácil. Sucumba a uma tentação e 
você vai achar a próxima tentação mais difícil de resistir (MYERS; DEWALL, 2019, 
p.421). 
PSICANÁLISE 
Teoria formulada pelo médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939), que 
tem como base duas contribuições primordiais: primeiro, a descoberta do 
inconsciente e, segundo a formulação da teoria sexual infantil (OLIVEIRA, 2020). 
A psicanálise se desenvolveu contemporânea às outras escolas de 
psicologia, porém emerge de uma vertente fora do âmbito das ciências naturais e 
dos experimentos acadêmicos em laboratório (OLIVEIRA, 2020). 
Sua principal influência tem origem na psicopatologia. A psicanálise nasce 
de uma oposição aos tratamentos dos distúrbios mentais da época, os quais eram 
precários e desumanos. A aplicação da psicanálise ao tratamento das neuroses 
divergia do objetivo da psicologia, o dedescobrir leis do comportamento humano, 
uma vez que seu objeto de estudo se detinha ao comportamento anormal 
(OLIVEIRA, 2020). 
De acordo com a teoria de Freud, nada ocorre ao acaso, existe um 
determinismo psíquico. Há conexões entre todos os eventos mentais e as conexões 
entre eles estão no inconsciente. Existem processos mentais conscientes e 
inconscientes e a maior parte deles é absolutamente inconsciente (OLIVEIRA, 
2020). 
O QUE SÃO OS TAIS DE ID, EGO E SUPEREGO? 
 
Sigmund Freud identificou cada uma das formas de funcionamento da 
estrutura psíquica com nomes que nos parecem estranhos, pois têm sua origem na 
língua alemã (BRASIL, 2003, p. 44). 
Estas três instâncias de nossa mente vivem, assim como o nosso corpo, em 
busca de um nível de equilíbrio que nos permita ter o máximo possível de 
experiências boas e o mínimo de experiências ruins. Mas, nem sempre isso é fácil. 
Muitas vezes nos encontramos dentro de situações das quais não gostaríamos de 
participar, mas não vemos outra saída. Outras vezes, ainda, nos percebemos 
querendo e não querendo alguma coisa ao mesmo tempo. Nessas situações se 
estabelecem conflitos dentro de nós (BRASIL, 2003, p. 45). 
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Os conflitos podem ser extremamente desgastantes do ponto de vista 
emocional. Sempre em busca do equilíbrio, lançamos mão de “estratégias” que nos 
tirem pelo menos temporariamente daquela situação. A essas “respostas de 
proteção”, que são, em geral, inconscientes e automáticas, chamamos mecanismos 
de defesa. Os mecanismos de defesa não são, por eles mesmos, patológicos nem 
saudáveis (BRASIL, 2003, p. 45). 
É o uso que fazemos deles e o grau de rigidez que estabelecemos 
internamente para seu uso que faz com que sejam mais ou menos favoráveis ao 
nosso ajustamento. Por exemplo, sair para caminhar pode ser uma excelente 
solução quando estamos prestes a “explodir” com alguém em determinada 
situação, mas se só soubermos fazer isso para lidar com nossos conflitos, em breve 
estaremos em apuros (BRASIL, 2003, p. 45). 
Figura 01 – Id, Ego e Superego 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Maistro (2020) 
 
Ao modo de funcionamento mais primitivo, aquele do bebê recém-nascido, 
onde predominam os impulsos e sensações corporais de forma mais 
desorganizada, Freud chamou de id. Id seria o ponto de partida de todo ser 
humano, a fonte básica de energia de nosso ser, que será organizada a partir de 
nosso contato com o ambiente (BRASIL, 2003, p. 44). 
 
O id é formado pelas energias ou pulsões inconscientes, contendo assim 
os impulsos inatos e biologicamente determinados. Esses desejos não 
reconhecem e não respeitam nenhuma norma estabelecida pela 
sociedade, nenhuma convenção e nenhum código moral, buscando 
apenas a satisfação incondicional do organismo. Nele estarão, por 
exemplo, os impulsos sexuais e violentos. 
 
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Já o superego é regido justamente por normas e princípios éticos e 
religiosos da sociedade na qual o indivíduo está inserido. Diferentemente 
do id (que é inato), o superego é construído ao longo da infância e 
adolescência do indivíduo. Nele estarão os aprendizados sobre o que é 
certo e errado inicialmente ensinados pela família nuclear e, 
posteriormente, pela sociedade como um todo. O superego é uma 
instância parcialmente consciente e parcialmente inconsciente. 
 
Por fim, o ego, que literalmente significa “eu”, é o setor da personalidade 
especializado em manter contato com o ambiente que cerca o indivíduo. 
Ele é a porção que sofre as pressões imediatas do meio externo e executa 
ações destinadas a manter o convívio da pessoa com terceiros. O ego tem 
uma porção consciente e outra inconsciente. (CASABURI, 2019, p. 153) 
 
O ego tem três tarefas básicas: a nossa autopreservação, nosso autocontrole 
(não é porque sentimos atração sexual por alguém que vamos “atacar” tal pessoa) 
e nossa adaptação ao meio ambiente. Quando o indivíduo sofre de transtornos 
mentais, as funções adaptativas do ego geralmente são afetadas, especialmente nos 
transtornos psicóticos que se caracterizam por um vínculo precário com a 
realidade externa (BRASIL, 2003, p. 44). 
À capacidade de julgamento moral (noção de certo e errado) que passamos 
a adquirir com o passar da infância, Freud chamou superego. Esta seria a parte de 
nós mesmos que se liga aos códigos morais de nosso ambiente e de nossa espécie. 
Ter essa noção de certo e errado muitas vezes não chega a nos impedir de realizar 
determinadas ações, mas nos sinaliza que fizemos algo inadequado (BRASIL, 2003, 
p. 44-45). 
BEHAVIORISMO 
A palavra provém do termo em inglês behavior (comportamento). Por isso, 
essa teoria também é denominada de Psicologia Comportamental. Os primeiros 
estudos nascem com John B. Watson em 1913, nos Estados Unidos, propondo que o 
objeto de estudo da Psicologia fosse observável, mensurável e que pudesse ser 
reproduzido (OLIVEIRA, 2020, p. 332). 
O resultado de tal pesquisa foi a formulação da teoria S-R (Stimulus – 
estímulo e Responsio – resposta), que procurava explicar como a relação entre 
estímulo do ambiente e resposta do organismo constituía a base para descrever 
todo tipo de comportamento. Dessa relação estabelece-se o conceito de 
condicionamento respondente, o qual está associado ao comportamento 
respondente (OLIVEIRA, 2020, p. 332). 
O comportamento respondente é um comportamento involuntário 
provocado por estímulos ambientais. O estímulo frio provoca a resposta de arrepio 
e a emissão de som, quando se sente dor, são exemplos que compelem um 
comportamento involuntário ou reflexo. É, portanto, um estímulo incondicionado 
(OLIVEIRA, 2020, p. 332). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 18 
O condicionamento respondente ocorre quando o estímulo eliciador de um 
comportamento respondente é pareado com outro estímulo, fazendo como que a 
resposta passe a ser eliciada, agora, frente ao estímulo pareado (OLIVEIRA, 2020, 
p. 332). 
A salivação, por exemplo, (comportamento respondente) frente ao estímulo 
alimento poderia ser condicionada de forma que a salivação pudesse ser eliciada 
por outros estímulos diferentes do alimento, tal como um sinal luminoso, desde 
que juntamente com o alimento fosse apresentado tal estímulo luminoso. Dessa 
forma, em um momento posterior, apenas a apresentação da luz eliciaria o 
comportamento de salivação, sem se fazer necessária a apresentação do alimento 
(OLIVEIRA, 2020, p. 332). 
Com Skinner (1904-1990), surge o que conhecemos por behaviorismo 
radical, termo que designa a Ciência do Comportamento. O autor se dedica ao 
estudo das respostas e observa que há um outro tipo de relação entre o organismo 
e seu ambiente o que ele irá chamar de comportamento operante, sendo este 
distinto do comportamento respondente. Já o comportamento operante é o 
comportamento voluntário e inclui tudo aquilo que fazemos e que tem efeito sobre 
nosso mundo exterior, ou seja, que operam nele. Este comportamento visa obter o 
efeito desejado ou evitar uma consequência indesejada (OLIVEIRA, 2020, p. 332). 
Assim, enquanto que o comportamento respondente é controlado por um 
estímulo antecedente (S-R), o comportamento operante é controlado por suas 
consequências – estímulos que se seguem à resposta (R-S) (OLIVEIRA, 2020, p. 
332). 
A partir daí, formula-se o modelo de análise do comportamento, o 
fundamento para a descrição das interações organismo-ambiente: 
S – R – S 
(estímulo antecedente) (resposta) (estímulo consequente) 
Portanto, tem-se, primeiramente, um comportamento que responde a um 
estímulo do ambiente, o qual, por sua vez, inevitavelmente levará a uma 
consequência ainda não aprendida. Num segundo momento, a resposta será dada 
já objetivando a consequência, pois, agora, é conhecida pelo indivíduo por 
intermédio da experiência anterior (OLIVEIRA,2020, p. 332). 
HUMANISMO 
Como os psicólogos humanistas veem a personalidade, e qual era seu 
objetivo ao estudar a personalidade? 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 19 
Na década de 1960, alguns psicólogos da personalidade mostraram-se 
insatisfeitos com a negatividade da teoria freudiana e a psicologia mecanicista do 
behaviorismo de B. F. Skinner (MYERS; DEWALL, 2019, p.470). 
Indo em direção contrária à do estudo de Freud sobre motivações básicas 
de pessoas “doentes”, os psicólogos humanistas voltaram sua atenção para o modo 
como as pessoas “saudáveis” se esforçam por obter autodeterminação e 
autorrealizacão. Em contraste com a objetividade científica do behaviorismo, eles 
estudaram as pessoas por meio de suas experiências e sentimentos relatados por 
elas mesmas (MYERS; DEWALL, 2019, p.470). 
Dois teóricos pioneiros – Abraham Maslow (1908-1970) e Carl Rogers 
(1902-1987) – propuseram a perspectiva de uma terceira força com ênfase no 
potencial humano (MYERS; DEWALL, 2019, p.470). 
A perspectiva humanista encara a personalidade com um foco no potencial 
para o crescimento pessoal saudável (MYERS; DEWALL, 2019, p.470). 
A autorrealização de acordo com Maslow, uma das necessidades 
psicológicas essenciais que surge após as necessidades físicas e psicológicas 
básicas terem sido atendidas e a autoestima ser alcançada; a motivação para 
realizar o potencial do indivíduo (MYERS; DEWALL, 2019, P.470). 
ABRAHAM MASLOW E A PESSOA AUTORREALIZADA 
Maslow propôs que somos motivados por uma hierarquia de necessidades. 
Se nossas necessidades fisiológicas são atendidas, ficamos preocupados com 
segurança pessoal; se atingimos um senso de segurança, buscamos então amar, ser 
amados e amar a nós mesmos; com nossas necessidades de amor satisfeitas, 
buscamos autoestima. Tendo alcançado a autoestima, finalmente buscamos a 
autorrealização (o processo de realizar nosso potencial) e de autotranscendência 
(significado, propósito e comunhão para além do eu) (MYERS; DEWALL, 2019, 
p.470). 
Maslow (1970) desenvolveu suas ideias estudando pessoas saudáveis e 
criativas em vez de casos clínicos complicados. Ele baseou sua descrição de 
autorrealização em um estudo de pessoas que pareciam notáveis por terem levado 
uma vida rica e produtiva – entre eles Abraham Lincoln, Thomas Jefferson e 
Eleanor Roosevelt (MYERS; DEWALL, 2019, p.471). 
Maslow relatou que essas pessoas tinham em comum certas características: 
aceitavam-se tal como eram e tinham consciência de si mesmas; eram francas e 
espontâneas, afetuosas e solícitas e não se deixavam afetar pela opinião dos outros. 
Seguras por saberem quem eram, seus interesses eram centrados nos problemas, e 
não em si mesmas (MYERS; DEWALL, 2019, p.471). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 20 
Elas concentravam suas energias em uma determinada tarefa, a qual viam 
como sua missão na vida. A maioria desfrutava de poucos relacionamentos íntimos 
em vez de muitos relacionamentos superficiais. Muitas foram movidas por grandes 
experiências pessoais ou espirituais que vão além da consciência comum (MYERS; 
DEWALL, 2019, p.471). 
Essas, segundo Maslow, são qualidades adultas maduras, qualidades que se 
encontram nas pessoas que aprenderam o suficiente sobre a vida para serem 
compassivas, para terem superado seus sentimentos confusos em relação aos pais, 
para terem descoberto sua vocação, para terem “adquirido coragem bastante para 
serem impopulares, para não se envergonharem de serem abertamente virtuosas 
etc.” (MYERS; DEWALL, 2019, p.471). 
O trabalho de Maslow com estudantes universitários o levou a especular 
que aqueles propensos a se tornar adultos autorrealizados eram simpáticos, 
solícitos, “particularmente afetuosos com os mais idosos que merecem seu afeto” e 
“preocupados com a crueldade, a malvadeza e o espírito de gangue encontrados 
com tanta frequência entre as pessoas jovens” (MYERS; DEWALL, 2019, p.471). 
TEORIA TRANSPESSOAL 
Koltko-Rivera (2006), citado por Myers e Dewall, (2019, p.348) afirma que 
próximo ao final de sua vida, Maslow sugeriu que algumas pessoas também 
atingem um nível de autotranscendência. No nível da autorrealização, as pessoas 
procuram realizar seu próprio potencial. Na autotranscendência, as pessoas 
buscam o significado, o propósito e a comunhão que estão além do self, que é 
transpessoal (MYERS; DEWALL, 2019, p.348). 
Abraham Maslow (1970) descreveu essas prioridades como uma hierarquia 
de necessidades. Na base dessa pirâmide estão nossas necessidades fisiológicas, 
como as por água e alimento. Somente se estas forem satisfeitas estaremos prontos 
para satisfazer a necessidade por segurança e, depois, as necessidades 
exclusivamente humanas de dar e receber amor e de desfrutar de nossa 
autoestima. Acima disso, Segundo Maslow (1971), está a mais alta das 
necessidades humanas: a realização do pleno potencial do indivíduo (MYERS; 
DEWALL, 2019, p.348). 
A psicologia transpessoal surgiu nos EUA, em 1969, a partir do encontro de 
Abraham Maslow, Stanislav Grof e outros importantes psicólogos e teóricos. 
Saudada como a quarta força da psicologia, buscava integrar à psicologia as 
vivências espirituais e as experiências chamadas “transpessoais”, caracterizadas 
por um estado de consciência superior, que contém todas as experiências 
anteriores do indivíduo e prossegue no sentido de conduzir o ser humano em 
direção à transcendência (PARIZI, 2005, p.109). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 21 
Fazendo pontes entre as muitas escolas ocidentais de psicologia e as 
tradições espirituais do Oriente e do Ocidente, a psicologia transpessoal chegou a 
ser confundida por alguns críticos com uma abordagem sincrética ou uma nova 
forma de religião “new age”. Nos dias correntes, seus principais teóricos esforçam-
se no sentido de mostrar que se trata de uma abordagem psicológica conseqüente 
e rigorosamente científica, distante da New Age e de práticas ditas “alternativas” 
ou “holísticas” (PARIZI, 2005, p.109). 
GESTALT 
Palavra que provém do alemão e tem um sentido aproximado a ideia de 
forma. A Gestalt nasceu de uma iniciativa de pesquisadores alemães que se 
preocupavam com os fenômenos de percepção (OLIVEIRA, 2020, p. 333). 
Interessava compreender processos psicológicos envolvidos na ilusão de 
ótica, ou seja, quando um estímulo físico é percebido de forma diferente da qual se 
apresenta na realidade. Em contraponto ao behaviorismo, a Gestalt sustenta que o 
comportamento deveria considerar aspectos globais, tendo em vista as condições 
que possam alterar a percepção. Portanto, a relação deve ser a seguinte: 
Estímulo – Processo de percepção – Resposta 
Defendem o processo de percepção como essencial para a compreensão do 
comportamento humano, enfatizando que o comportamento, quando isolado de 
seu contexto mais amplo, perde seu significado (OLIVEIRA, 2020, p. 333). 
Os psicólogos da Gestalt afirmavam que, quando os elementos sensoriais são 
combinados, forma-se um novo padrão ou configuração. Juntemos algumas notas 
musicais e algo novo — uma melodia ou tom — surge da combinação. Quando 
olhamos para fora de uma janela, vemos imediatamente as árvores e o céu, e não 
pretensos elementos sensoriais, como brilhos e matizes, que possam constituir a 
nossa percepção das árvores e do céu (OLIVEIRA, 2020, p. 334). 
Os gestaltistas tentaram identificar as regras que governam a forma como as 
pessoas percebem os estímulos separados e lhes atribuem sentido formando uma 
unidade. Afirmam que as pessoas extraem significado da totalidade de um 
conjunto de estímulos e não de um estímulo individual, explicitando a premissa: O 
todo é distinto da soma de suas partes (OLIVEIRA, 2020, p. 334). 
Por meio dos fenômenos perceptivos é alcançada a boa forma, ou seja, a 
compreensão global do evento apreendido. A boa forma é a tendência à 
restauração do equilíbrio parte-todo, superandoa ilusão de ótica (OLIVEIRA, 2020, 
p. 334). 
 
 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 22 
TEMA DA AULA: Contexto da psicologia na saúde. 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
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OLIVEIRA, Dalton. Psicologia Jurídica: a importância do estudo da psicologia 
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humanística para concursos. 5. ed. Rio de Janeiro / São Paulo: Forense / 
MÉTODO, 2020. Cap. 6. p. 323-340. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530988371/cfi/6/
10!/4/12/4@0:100. Acesso em: 02 abr. 2020. 
Tópico 1: A Psicologia Aplicada à área da saúde 
 
A psicologia aplicada tenta dar soluções concretas aos problemas que 
ocorrem na nossa vida cotidiana. Apesar desse entendimento de que podemos 
aproximar a psicologia do nosso dia a dia, no campo da saúde é fundamental 
compreender que a psicologia deve estar ancorada em bases científicas (APA, 
2003 apud CASTRO; BORNHOLDT, 2004, p. 49). 
 
Por exemplo: A psicologia da saúde analisa a relação entre comportamento 
e os distúrbios físicos, buscando prevenir e tratar diferentes doenças. Tem como 
objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais 
influenciam na saúde e na doença (APA, 2003 apud CASTRO; BORNHOLDT, 2004, 
p. 49). 
 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 23 
Psicologia da Saúde como a disciplina ou o campo de especialização da 
Psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos 
científicos para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os 
problemas físicos, mentais ou qualquer outro relevante para os 
processos de saúde e doença. (CASTRO; BORNHOLDT, 2004, p. 49) 
 
Apesar de ser uma área internacionalmente consolidada, ela é recente – 
remonta a década de 1970 – e, algumas dúvidas sempre cercam referente à 
diferenciação entre Psicologia da Saúde e a Psicologia Clínica. Em resumo, a 
Psicologia Clínica centra sua atuação em diversos contextos e problemáticas em 
saúde mental, enquanto a Psicologia da Saúde dá ênfase, principalmente, aos 
aspectos físicos da saúde e da doença (KERBAUY, 2002 apud CASTRO; 
BORNHOLDT, 2004, p. 50). 
a Psicologia da Saúde, com base no modelo biopsicosossocial1, utiliza os 
conhecimentos das ciências biomédicas, da Psicologia Clínica e da 
Psicologia Social-comunitária (Remor, 1999). Por isso, o trabalho com 
outros profissionais é imprescindível dentro dessa abordagem. [...] O 
trabalho é multiplicador, uma vez que capacita a própria comunidade 
para ser agente de transformação da realidade, pois aprende a lidar, 
controlar e melhorar sua qualidade de vida. (CASTRO; BORNHOLDT, 
2004, p. 50) 
 
A Psicologia da Saúde não está interessada diretamente pela situação, que 
cabe ao foro médico. Seu interesse está na forma como o sujeito vive e experimenta 
o seu estado de saúde ou de doença, na sua relação consigo mesmo, com os outros 
e com o mundo (CASTRO; BORNHOLDT, 2004, p. 50). 
Objetiva fazer com que as pessoas incluam no seu projeto de vida, um 
conjunto de atitudes e comportamentos ativos que as levem a promover a saúde e 
prevenir a doença, além de aperfeiçoar técnicas de enfrentamento no processo de 
ajustamento ao adoecer, à doença e às suas eventuais consequências (BARROS, 
1999 apud ALMEIDA; MALAGRIS, 2011, p. 183). 
A psicologia aplicada a saúde pretende repassar aos trabalhadores em 
formação noções que lhes possibilitem promover o desenvolvimento de uma 
postura mais crítica (em relação à profissão), participativa (em relação à equipe e à 
comunidade nas quais vai estar inserido) e sensível (em relação a todos aqueles 
que estarão sob seus cuidados) (BRASIL, 2013). 
Segundo o caderno de estudos “Instrumentalizando a ação profissional I” 
(BRASIL, 2003), a Psicologia pode ser de grande utilidade para os profissionais de 
saúde, pois possibilita uma melhor compreensão sobre o modo como, no dia a dia, 
possam se relacionar com os pacientes. Colocando-os em contato com a dimensão 
humana da doença, fazendo-os perceber que tratam pessoas, não somente quadros 
clínicos (p. 142). 
 
1 Modelo biopsicossocial é um conceito amplo que visa estudar a causa ou o progresso de doenças 
utilizando-se de fatores biológicos (genéticos, bioquímicos, etc), fatores psicológicos (estado de 
humor, de personalidade, de comportamento, etc) e fatores sociais (culturais, familiares, 
socioeconômicos, médicos, etc). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 24 
Os temas tratados estão sempre referidos à prática profissional do 
trabalhador da área de enfermagem e às questões dela decorrentes, e sua 
explanação visa estimular a reflexão sobre seu papel nos âmbitos da dimensão 
humana e social do trabalho em saúde (BRASIL, 1013). 
As funções dos profissionais de Psicologia da Saúde estão se expandindo à 
medida que o campo amadurece. A maioria dos psicólogos da saúde trabalham em 
hospitais, clínicas e departamentos acadêmicos de faculdades e universidades 
onde eles podem fornecer ajuda direta e indireta aos pacientes (ALMEIDA; 
MALAGRIS, 2011, p. 191). 
A necessidade do trabalho em equipe decorre da constatação de que não se 
pode conhecer com apenas uma disciplina ou um conhecimento individualizado - 
seja a Medicina, a Psicologia ou a Enfermagem - todas as intercorrências sobre o 
sujeito que sofre (BRASIL, 2013). 
Na forma de trabalho das equipes pode ser: 
Pluridisciplinares: Na forma de trabalho pluridisciplinar as equipes, 
constituídas por várias disciplinas, atuam juntas, mas não há troca de 
informações, não há soma; na verdade, o paciente é dividido entre as 
várias áreas do saber. 
 
Multidisciplinares: Na forma de trabalho multidisciplinar os diversos 
profissionais trocam idéias e informações sobre suas práticas específicas. 
Reúnem-se regularmente, debatem pontos de vista e complementam os 
entendimentos sobre o problema em questão, indo além dos limites 
restritos a suas profissões: enfermeiros ouvem os pacientes durante 
seus procedimentos; assistentes sociais interessam-se pela vida 
emocional de seus clientes e médicos procuram não apenas acertar seus 
diagnósticos e prescrições, mas interessam-se por todo o contexto em 
que o cliente está inserido, o que contribui para a continuidade e sucesso 
do processoterapêutico. 
 
Interdisciplinares: Outro tipo de atuação é aquele desenvolvido pelas 
equipes interdisciplinares. Nestas, os métodos e técnicas de determinada 
disciplina são utilizadas por profissionais de áreas distintas. Esta 
modalidade é muito comum nos serviços de atenção diária em 
saúde mental, nos quais os profissionais trabalham em conjunto, 
atuando de acordo com os procedimentos acertados pela equipe. 
(BRASIL, 2013) (grifo nosso) 
 
 
Obviamente, a prática nos mostra que o trabalho em equipe é 
extremamente difícil. Trabalhar em harmonia e de forma integrada, com 
profissionais de distintas formações, mesmo quando existe um objetivo comum, é 
muito complicado. Nem sempre conseguimos abrir mão de nossas vaidades 
profissionais ou encarar as inseguranças que, naturalmente, temos ao 
compartilhar com o grupo a nossa maneira de trabalhar (BRASIL, 2013). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 25 
Entretanto, a superação dessas limitações deve ser um desafio cotidiano 
para o alcance do objetivo comum: o bem-estar do paciente e a integração da 
equipe. Uma equipe de trabalho pode organizar-se de diversas maneiras. Essa 
organização depende de fatores como a definição dos papéis, a distribuição de 
poder entre os profissionais e a situação (de crise ou rotina) enfrentada pelo 
grupo. 
O Técnico em Enfermagem compõe a maior parte da força de trabalho da 
área da saúde, executando a maioria das ações hospitalares e atenção básica. 
Gerando a melhor qualidade possível de atendimento ao paciente. Em suma, ele é o 
responsável por cuidar de pessoas. 
 
TEMA DA AULA: A HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL 
A História da Psiquiatria no Brasil 
 
FONTE 
BIBLIOGRÁFICA 
 
ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Aos loucos, o hospício. Revista Pesquisa 
Fapesp, São Paulo, v. 19, n. 263, p. 90-94, jan. 2018. Disponível em: 
https://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2018/01/090-
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BARROS, Sônia; SALLES, Mariana. Gestão da atenção à saúde mental no 
Sistema Único de Saúde. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São 
Paulo, v. 45, n. 2, p. 1780-1785, dez. 2011. FapUNIFESP (SciELO). 
http://dx.doi.org/10.1590/s0080-62342011000800025. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45nspe2/25.pdf. Acesso em: 02 abr. 
2020. 
BRASIL. Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os 
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o 
modelo assistencial em saúde mental. Brasília, DF, 09 abr. 2001. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. 
Acesso em: 02 abr. 2020. 
CASABURI, Luiza Elena. Reforma psiquiátrica e serviços de atendimento em 
saúde mental e psiquiátrico. In: TAVARES, Marcus Luciano de Oliveira; 
CASABURI, Luiza Elena; SCHER, Cristiane Regina (org.). Saúde mental e 
cuidado de enfermagem em psiquiatria. Porto Alegre: SAGAH, 2019. p. 
73-92. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595029835/cfi/1
0!/4/4@0.00:41.9. Acesso em: 02 abr. 2020. 
COSTA-ROSA, Abílio. O modo psicossocial: um paradigma das práticas 
substitutivas ao modo asilar. : um paradigma das práticas substitutivas ao 
modo asilar. In: AMARANTE, Paulo (org.). Ensaios: subjetividade, saúde 
mental, sociedade. subjetividade, saúde mental, sociedade. Rio de Janeiro: 
Fiocruz, 2000. p. 141-168. Loucura & Civilização collection. Disponível em: 
http://books.scielo.org/id/htjgj/pdf/amarante-9788575413197-09.pdf. 
Acesso em: 02 abr. 2020. 
FELDMAN, Robert S. Introdução à psicologia. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 
2015. 1 recurso online. ISBN 9788580554892. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554892/cfi/5
2!/4/4@0.00:23.8. Acesso em: 26 dez. 2019. 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (org.). [Hospício] 
Nacional dos Alienados: Rio de Janeiro (RJ). 2015. 1 fot.: p&b. Disponível em: 
https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-
catalogo.html?id=440077&view=detalhes. Acesso em: 02 abr. 2020. 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 26 
TEMA DA AULA: A HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL 
A História da Psiquiatria no Brasil INPA - INSTITUTO DE PSICOLOGIA APLICADA. Quais as diferenças entre 
Psiquiatra, Psicólogo, Psicanalista e Psicoterapeuta? 2019. Disponível 
em: https://inpaonline.com.br/blog/quais-as-diferencas-entre-psiquiatra-
psicologo-psicanalista-e-psicoterapeuta/. Acesso em: 02 abr. 2020. 
LAPS - Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção 
Psicossocial. Fundação Oswaldo Cruz. Linha do Tempo: Voltar II Encontro 
Nacional dos Trabalhadores de Saúde Mental, onde acontece a criação do 
Movimento Nacional da Luta Antimanicomial. Rio de Janeiro: 2016. 
Disponível em: http://laps.ensp.fiocruz.br/linha-do-tempo/61. Acesso em: 
02 abr. 2020. 
LIMA, Candice Marques. O genocídio de Barbacena: Daniela Arbex revela 
holocausto que provocou morte de 60 mil pessoas no maior hospício do 
Brasil. Jornal Opção. Goiânia, p. 1-3. 31 ago. 2013. Disponível em: 
https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/daniela-arbex-
revela-holocausto-que-provocou-morte-de-60-mil-pessoas-no-maior-
hospicio-do-brasil-164209/. Acesso em: 02 abr. 2020 
PICCININI, Walmor João; MELEIRO, Alexandrina Maria Augusto da Silva. 
Aspectos Históricos da Psiquiatria. In: MELEIRO, Alexandrina Maria Augusto 
Silva (org.). Psiquiatria: estudos fundamentais. Estudos Fundamentais. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Cap. 1. p. 3-19. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734455/cfi/6/
28!/4/2@0:0. Acesso em: 02 abr. 2020. 
 
Tópico 1: Aspectos Históricos da Psiquiatria 
 
Sofrer algum tipo de deficiência ou doença mental é um infortúnio que traz 
consequências terríveis para o paciente. A possibilidade de que a doença seja 
acompanhada por irrupções de violência complica ainda mais. O “louco” inspira 
medo e, consequentemente, é vítima de toda sorte de agressões (PICCININI; 
MELEIRO, 2018). 
 
Ser doente mental significa ter uma vida dura, brutal e 
curta em muitos casos. O estigma, o preconceito e o 
tabu que o cercam têm atravessado séculos. 
Compreender a história da psiquiatria e, 
principalmente, a maneira como a sociedade atua com 
relação ao doente mental não é tarefa fácil. 
Primeiramente, vamos estabelecer o que é um 
psiquiatra (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 3). 
O psiquiatra é um profissional com formação em Medicina e com 
especialização em Psiquiatria. Após a faculdade, então, faz residência em 
instituições de saúde mental, clínicas e hospitais psiquiátricos. Os conhecimentos 
desta área e especialidade médica concentram-se nos comportamentos que fogem 
à “normalidade” (INPA, 2019). 
Toda sociedade tem seu padrão de 
normalidade, ou seja, o que é 
considerado aceitável dentro de 
padrões estéticos, comportamentos 
e atitudes, dentre outros, para todos 
os seus membros. Os indivíduos fora 
da norma são os chamados 
estigmatizados, porque apresentam 
alguma característica física, social ou 
cultural (o estigma) que os 
diferenciam do restante do grupo. 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 27 
Segundo Piccinini e Meleiro (2018) os psiquiatras modernos vivem uma 
situação peculiar. São estimados por muitos e criticados pelos que não reconhecem 
sua atuação em defesa do doente mental. 
Conhecer a história é o primeiro passo necessário para compreender como 
chegamos ao momento atual. Para tanto, convém separar a história da loucura da 
história da psiquiatria (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 3). 
O modo como a loucura é vista hoje não é o mesmo de séculos anteriores. O 
jeito de entender, de tratar, de lidar e de olhar a loucura foi se modificando, como 
tudo o mais se modificou no mundo: valores, cultura, avanços na área médica, etc. 
A loucura representa um grande desafio para todos os interessados em 
estudá-la. Tanto é um desafio que muitas outras áreas do conhecimento se 
associamao processo de investigação de seus segredos. Filósofos, sociólogos, 
antropólogos, neurocientistas e psicofarmacologistas são apenas os exemplos mais 
notáveis de profissionais envolvidos nesse conflito (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 
3). 
No período clássico (500 a.C. a 500 d.C.), o modelo da Grécia Antiga de 
doença é de ruptura do equilíbrio interno, concebido de acordo com a visão 
cósmica. As frases enigmáticas dos loucos aproximam os homens das ordens dos 
Deuses. Neste período não era controlados ou excluídos sendo transformados em 
instrumento de mensagens divinas (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 3). 
 
Na Idade Média na Europa (500 d.C. a 1500 d.C.), o início do período foi 
marcado pela Idade das Trevas - mas não é pela falta de energia elétrica, que ainda 
não havia sido descoberta, e sim devido ao fato de todo pensamento cultural estar 
ligado às ideias religiosas - fez com que todas as descobertas no campo científico e 
nos outros campos do conhecimento humano progredissem muito lentamente. A 
loucura era vista como expressão da força da natureza, como algo não humano, 
predominaram as concepções morais sob influência do cristianismo, no mundo 
ocidental. Possessões e caça às bruxas são consequências (PICCININI; MELEIRO, 
2018, p. 4). 
 
Na Renascença e na Reforma (1450-1700), período da Peste Negra, o pânico 
das bruxas foi desencadeado pela competição entre católicos e protestantes. A 
ideia de possessão levou à tortura e à morte de muitos doentes mentais, pois a 
“demonologia” e a Inquisição impuseram resistência para a aceitação da ideia de 
que feiticeiros e possuídos sofriam de doença natural (PICCININI; MELEIRO, 2018, 
p. 4). Esse período foi marcado pelo encarceramento de todos aqueles que não 
podiam contribuir para o movimento de produção, de comércio ou de consumo de 
mercadorias. Essa exclusão se dá devido à mudança na relação do homem com o 
trabalho. 
 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 28 
Foi entre o fim do século XVIII e o início do XIX, com o avanço do 
conhecimento científico e da consciência social, que a medicina começou a tomar a 
forma atual. A Revolução Francesa (1789), no plano político, e os avanços 
científicos relacionados com a Revolução Industrial, no plano econômico, foram as 
influências mais significativas desse processo (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 6). 
 
Há o início do processo de reabsorção dos excluídos: auxílio financeiro e 
médico em suas próprias casas aos necessitados. Mas, os loucos permaneciam 
encarcerados: considerados perigosos para o convívio social. 
 
O primeiro grande passo para o progresso científico da psiquiatria ocorreu 
apenas no século XVIII, com os estudos do médico francês Philippe Pinel, o qual 
instituiu reformas humanitárias para o cuidado com os doentes mentais. Foi 
quando realmente a assistência aos doentes mentais se tornou médica. Antes do 
final do século XVIII, a medicina não se interessava em saber o quê e o por quê do 
que dizia “O louco” (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 6). 
 
Surgiu na França, com a reforma patrocinada por Pinel e instituída por 
Esquirol, e serviu de modelo para as transformações na assistência psiquiátrica de 
todo o mundo ocidental. A assistência aos doentes mentais se transformou em 
responsabilidade médica e estatal (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 6). 
 
Final do século XVIII, Philippe Pinel difunde uma nova concepção de loucura. 
Fundamenta a alienação mental como distúrbios das funções intelectuais do 
sistema nervoso. O cérebro é a sede da mente e na mente se manifesta loucura. O 
cientista divide os sintomas em classes: mania, melancolia, demência e idiotismo 
(FELDMAN, 2015). 
 
Segundo Feldman (2015) a loucura foi considerada como um desarranjo das 
faculdades cerebrais, cujas principais causas seriam: 
 
Causas físicas: de origem cerebral, como pancada na cabeça, formação 
defeituosa do cérebro e hereditariedade; 
Causas morais: consideradas as mais importantes, são as paixões 
intensas e excessos de todos os tipos. (FELDMAN, 2015) 
 
A loucura adquire então o estatuto de doença mental, que requer um saber 
médico e técnicas específicas, ou seja, nesse momento, fica também constituída a 
psiquiatria como saber médico, que tem como seus principais representantes 
Pinel, na França, Tuke na Inglaterra, e posteriormente Esquirol, considerado um 
dos maiores teóricos dessa primeira escola psiquiátrica - o alienismo (FELDMAN, 
2015). 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 29 
Feldman (2015) aponta que o alienismo – para 
Jean-Étienne Esquirol (1872-1840) - se baseia no 
entendimento da loucura enquanto desrazão, ou seja, 
alienação mental. O tratamento vai ser baseado no 
Asilo, que vai ter, por si só, uma função terapêutica. A 
organização do espaço asilar e a disciplina rígida vão 
ser elementos importantes do tratamento, que consiste 
em confrontar a confusão do louco, sua desrazão, com a 
ordem do espaço asilar, e com a razão do alienista, que, 
para tanto, tem que ser uma pessoa de moral inatacável. 
 
No século XIX, Dorothea Dix lutou por melhoras nas condições dos locais que 
abrigavam doentes mentais. O médico alemão Emil Kraepelin foi o primeiro a 
subdividir as psicoses em dois grupos: psicose maníaco-depressiva (PMD) e 
esquizofrenia (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 6). 
 
No caminho do grande desenvolvimento científico do século XIX, a medicina 
firmou-se como uma ciência. A psiquiatria veio a se firmar como ciência médica 
algumas décadas mais tarde. A psiquiatria acompanhou, em ritmo mais lento do 
que outras especialidades, o desenvolvimento da medicina como ciência. 
 
Além disso, segundo Piccinini e Meleiro (2018, p. 6) a história da psiquiatria 
pode ser vista a partir da influência de alguns países em sua construção. 
Simplificando, pode-se dizer que a história começou sob a influência da língua 
francesa; depois, a língua alemã; e, finalmente, a língua inglesa, principalmente da 
vertente norte-americana. Muitos países tiveram confrontos terríveis que 
redundaram em duas guerras mundiais, e a animosidade entre os povos, muitas 
vezes, era compartilhada por seus cientistas. 
 
Tópico 2: A história da Psiquiatria no Brasil 
 
Conhecer a história dos serviços de atendimento em saúde mental, em 
psicologia e psiquiatria auxilia aqueles que estudam nas áreas da enfermagem e da 
radiologia a compreender o contexto de saúde mental atual, assim como os 
princípios nos quais se alicerçam as políticas públicas de saúde mental (TAVARES; 
CASABURI; SCHER, 2019, p. 73). 
 
Durante muitos anos, o modelo de assistência médica ofertado aos 
portadores de transtornos mentais em nosso país foi embasado na lógica 
hospitalocêntrica e excludente. O cuidado era exercido por meio da internação em 
grandes manicômios e o interno somente seria liberado quando considerado 
Embora a utilização de 
substâncias como 
terapêutica no campo das 
doenças mentais já 
ocorresse desde a 
Antigüidade, é a partir do 
século XIX que o uso de 
substâncias (Haldol R) que 
agem diretamente no 
sistema nervoso central 
passaram a ser amplamente 
difundidas, sendo várias 
delas sintetizadas na 
segunda metade do século. 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 30 
“curado”, ou seja, não ofertando mais “perigo” a sua família e à sociedade 
(TAVARES; CASABURI; SCHER, 2019, p. 73). 
 
Na primeira metade do século XIX, foram construídos magníficos prédios 
para cuidar dos doentes. No Brasil, o primeiro foi inaugurado em 1852, o Hospício 
Pedro II. Depois dele, outros foram construídos em diversos pontos do país. Não 
existia tratamento médico específico; os cuidados eram fornecidos por religiosas. 
 
Figura 02: Hospício D. Pedro II 
[Hospício] Nacional dos Alienados: Rio de Janeiro (RJ) 
 
Fonte: IBGE (2015). 
Nota: O Hospício Nacional dos Alienados, ou também Hospício D. Pedro II, foi inaugurado em 1852, 
e sua construção durou de 1842 a 1852. Oprédio, situado na Praia Vermelha, Zona Sul da cidade, 
abriga atualmente o Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
 
O médico, quando havia, limitava-se aos cuidados físicos dos doentes. Cuidar 
dos doentes mentais era atividade de caridade, e a ideia de tratamento só se 
desenvolveu com a Proclamação da República em 1889 (ANDRADE, 2018). 
 
O tempo foi impiedoso com os asilos e seus ocupantes, superpovoados e 
obsoletos em seus propósitos. Recebiam cada vez mais doentes, e o tratamento era 
inexistente. Os recursos econômicos diminuíam, pessoas menos qualificadas eram 
encarregadas de cuidar dos internos e, aos poucos, os asilos foram reconstituindo 
em seu interior os mesmos problemas encontrados na sociedade: exclusão, 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 31 
repressão, tratamentos agressivos e falta de perspectiva de recuperação e alta 
(PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 10). 
 
1856 - Relatórios do Hospício de Pedro II – superlotação - entrada indiscriminada 
de pacientes curáveis e incuráveis, afetados mentalmente ou indigentes. 
 
A crescente demanda por vagas foi um problema para a administração do 
hospital durante os seus anos de existência. A situação alcançou o ápice em 1862. 
Em carta enviada ao provedor do hospício, o médico Manoel José Barbosa se 
queixava que o estabelecimento já abrigava 400 pacientes e as remessas de 
alienados eram abusivas. Diante disso, pedia que a administração fechasse o 
hospício para novos pacientes, reiterando a necessidade de se criar um asilo 
exclusivo para inválidos, que ocupavam boa parte das instalações (ANDRADE, 
2018). 
 
1881 - Decreto no 8.024, de 12 de março, cria a cadeira de Doenças Nervosas e 
Mentais nas Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. 
 
1882 - A Lei no 3.141, de 20 de outubro, dispõe sobre a execução do ensino de 
Psiquiatria no Brasil. 
 
1890 - Decreto nº. 206, de 15 de fevereiro, cria a Assistência Médica e Legal aos 
Alienados e determina a criação das Colônias de São Bento e Conde de Mesquita, 
destinadas a pacientes do sexo masculino, tranquilos e incuráveis. 
 
Os tratamentos continuavam sem sucesso; e o número de doentes 
aumentava. Surgiu como solução a ideia das colônias de alienados, para onde 
foram transferidos os pacientes crônicos, ligando-os à atividade rural, com a ideia 
de utilizar o trabalho como recuperação e tratar melhor os casos agudos. Logo, 
tanto as colônias como os hospitais estavam superlotados (PICCININI; MELEIRO, 
2018, p. 10). 
 
1898 - Inaugurado, em São Paulo, o Hospital do Juqueri, sob a direção de Francisco 
Franco da Rocha. 
 
1903 – Inaugurado o Hospital Colônia Barbacena, MG – com capacidade para 200 
leitos, estima-se que esteve com cerca de cinco mil pacientes em 1961. 
 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 32 
Figura 03: Hospital-Hospício de Barbacena, em Minas Gerais 
 
 
Fonte: Lima (2013) 
Nota 1: Um verdadeiro campo de extermínio de pobres, negros e de quem não se adequava aos 
padrões. Alcoólatras, prostitutas, pessoas LGBT, inimigos políticos das elites, todo tipo de gente 
“indesejada”. Estimam-se 60 mil mortos nas oito décadas de existência desse hospício. 
Nota 2: Em nome da razão2 é um documentário brasileiro de 1979 do cineasta Helvécio Ratton. O 
documentário é todo filmado em preto e branco, mostrando o cotidiano dos pacientes internados 
no Hospital Colônia de Barbacena. 
 
No início do século XIX, os asilos foram transformados em hospitais. Por 
exemplo, o Hospício Pedro II passou a ser chamado Hospital Nacional dos 
Alienados. 
 
1907 - Criada, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e 
Medicina Legal; 1912 - A Psiquiatria torna-se uma especialidade médica autônoma; 
 
1921 – Inaugurado Manicômio Judiciário, que se encarrega dos doentes mentais 
que cometem delitos. 1923 - Criada a Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM); 
 
1924 - Inaugurada a Colônia de Psicopatas – Jacarepaguá (Colônia Juliano 
Moreira). 
 
Novas esperanças apareceram com os chamados tratamentos biológicos, 
como o choque cardiazólico de Von Meduna, o choque insulínico de Sackel e, em 
1938, a eletroconvulsoterapia de Cerletti e Bini. 
 
 
2 Em nome da razão. Direção de Helvécio Ratton. Produção de Tarcísio Vidigal. Barbacena: Grupo 
Novo de Cinema, 1979. (23 min.), VHS, P&B. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=PeXjSSs4q2k. Acesso em: 02 abr. 2020 
Disciplina PSICOLOGIA APLICADA E SAÚDE MENTAL Página 33 
Anos 1930: grande entusiasmo com a descoberta do choque insulínico, 
eletroconvulsoterapia, lobotomias; tratamento asilar e a ampliação do número de 
instituições de assistência às crianças anormais. 
 
Anos 1940: Psiquiatria mais poderosa e asilamento mais frequente. 
 
1941 - Decreto-Lei no 3.171, de 2 de abril, instituiu-se o Serviço Nacional de 
Doenças Mentais (SNDM), que depois passou a ser chamado Divisão Nacional de 
Saúde Mental (Dinsam). Começaram também os primeiros cursos de formação em 
psiquiatria. Antes, no Brasil, eram todos autodidatas (PICCININI; MELEIRO, 2018, 
p. 12). 
 
A partir de 1945, a psiquiatria é marcada por mudanças, tanto nas 
influências nacionais quanto nos esquemas diagnósticos e na terapêutica. A 
Segunda Guerra Mundial mudou o mundo, e a psiquiatria sofreu grandes 
transformações (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 12). 
 
No lado mais negativo, tornou-se pública a participação de psiquiatras na 
“solução final nazista”, ou seja, na morte de doentes mentais pela fome em vários 
países europeus, inclusive na França. Por outro lado, a especialidade passou a ser 
valorizada conforme a doença mental passou a ser a líder das causas de 
desligamentos do serviço militar. A psiquiatria passou por uma profunda 
transformação institucional, demonstrando ser eficaz (PICCININI; MELEIRO, 2018, 
p. 12). 
 
1946 - Psiquiatra alagoana Nise da Silveira inaugura a Seção de Terapêutica 
Ocupacional e Reabilitação (STOR) no Centro Psiquiátrico Nacional, localizado no 
bairro de Engenho de Dentro. 
 
Anos 1950: fortalecimento do processo de psiquiatrização com o aparecimentos 
dos primeiros neurolépticos. 
 
No Brasil, em 1957, em Porto Alegre, foi criado o Curso de Formação 
Psiquiátrica de orientação dinâmica, liderado por David Zimmermann e Paulo 
Guedes. O número de psiquiatras cresceu, começaram a surgir entidades nacionais 
e, em 1963, foi fundada a Associação Mundial de Psiquiatria, por ocasião do 
terceiro congresso mundial da especialidade no Canadá. O primeiro foi em 1950, 
em Paris, e o segundo em 1957, em Zurique (PICCININI; MELEIRO, 2018, p. 12). 
 
Anos 1970: aumento das denúncias de maus-tratos e negligência nos hospitais 
psiquiátricos; Fim dos anos 1970: Crítica ao saber psiquiátrico e ao modelo 
hospitalocêntrico – influência dos movimentos de reforma da Europa e EUA. 
 
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Tópico 3: Histórico da Reforma Psiquiátrica brasileira e seus marcos entre 
1978 e 1991 
 
Durante muitos anos, o modelo de assistência médica ofertado aos 
portadores de transtornos mentais em nosso país foi embasado na lógica 
hospitalocêntrica e excludente. O cuidado era exercido por meio da internação em 
grandes manicômios e o interno somente seria liberado quando considerado 
“curado”, ou seja, não ofertando mais “perigo” a sua família e à sociedade 
(CASABURI, 2019). 
 
Em 1978 inicia um movimento contra esse modelo asilar, excludente, com 
total desrespeito aos direitos humanos, chamado de Reforma Psiquiátrica 
brasileira. 
 
A assistência psiquiátrica, no Brasil, até a década de 1970 pode-se 
considerar marcada pela má qualidade de assistência aos portadores de doenças 
mentais, superlotação das instituições psiquiátricas, comercialização da loucura e 
cronificação do doente mental, tendo como vertente principal o modelo médico

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