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Edson, idoso aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, recebe um salário mínimo por mês. Durante mais de três décadas, esteve exposto a agentes nocivos à saúde, foi acometido por doença que exige o uso contínuo de medicamento controlado, cuja ministração fora da forma exigida pode colocar em risco a sua vida. Em razão de sua situação pessoal, todo dia 5 comparece ao posto de saúde existente na localidade em que reside, retirando a quantidade necessária do medicamento para os próximos trinta dias. No último dia 5, foi informado, pelo Diretor do referido posto, que a central d e distribuição não entregara o medicamento, já que o Município, em razão da crise financeira, não pagava os fornecedores havia cerca de seis meses. Inconformado com a informação recebida, Edson formulou, logo no dia seguinte, requerimento endereçado ao Secretário Municipal de Saúde, autoridade responsável pela administração d as dotações orçamentárias destinadas à área de saúde e pela aquisição dos medicamentos encaminhados à central de distribuição, órgão por ele dirigido. Na ocasião, esclareceu que a ausência do medicamento poderia colocar em risco sua própria vida. Em resposta escrita, o Secretário reconheceu que Edson tinha Necessidade do medicamento, o que fora documentado pelos médicos do posto de saúde, e informou que estavam sendo adotadas as providências necessárias à solução da questão, mas que tal somente ocorreria dali a 160 (cento e sessenta) dias, quando o governador do Estado prometera repassar receitas a serem aplicadas à saúde municipal. Nesse meio-tempo, sugeriu que Edson procurasse o serviço de emergência sempre que o seu estado de saúde apresentasse alguma piora. Edson, de posse de toda a prova documental que por si só basta para demonstrar os fatos narrados, em especial a resposta do Secretário Municipal de Saúde, procura você, uma semana depois, para contratar seus serviços como advogado(a), solicitando o ajuizamento da medida judicial que ofereça resultados mais céleres, sem necessidade de longa instrução probatória, para que consiga obter o medicamento de que necessita. Levando em consideração as informações expostas, ciente da desnecessidade da dilação probatória, elabore a medida judicial adequada, com todos os fundamentos jurídicos que conferem sustentação ao direito de Edson. Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. AO EXCELENTÍSSIMO DOUTO JUÍZO DA (…) VARA CÍVEL DA COMARCA DE (...)/(…) Edson, nacionalidade (...), estado civil (...), aposentado, portador do RG nº(…), inscrito no CPF (...), residente e domiciliado na Rua (…), nº (…), bairro (…), cidade/UF (...), CEP (…), e- mail (...) vem, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, inscrito na OAB/UF (…) com escritório na Rua (…), nº (…), bairro (…), cidade/UF (...), CEP (…) e endereço eletrônico (…), endereços que indica para os fins do art. 77, V, do CPC/15, com fundamento no art. 5º, LXIX, da CRFB/88, bem como da Lei 12.016/09, impetrar: MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR Contra ato coator praticado pelo Secretário Municipal de Saúde do município de (…), com endereço na Rua (…), nº (…), bairro (…), cidade/UF (...), CEP (…), e-mail (…), pelas razões de fato e de direito a seguir expostos. DOS FATOS O impetrante é idoso e aposentado pelo regime geral de previdência social, por motivo de invalidez e recebe mensalmente um salário mínimo. Durante mais de três décadas, Edson esteve exposto a agentes nocivos à saúde, motivo pelo qual foi acometido por doença que exige o uso contínuo de medicamento controlado, cuja ministração fora da forma exigida pode colocar em risco a sua vida. Em razão de sua situação pessoal, o impetrante comparece todo dia 5 ao posto de saúde existente na localidade onde reside para a retirada da quantidade necessária do medicamento, o qual necessita em uso contínuo, para usar pelos próximos trinta dias. No último dia 5, o impetrante foi informado, pelo Diretor do referido posto, que a central de distribuição não realizou a entrega do medicamento, pois o Município, em razão da crise financeira, não pagava os fornecedores há cerca de seis meses. Inconformado com a informação recebida, Edson formulou, no dia seguinte, requerimento endereçado ao Secretário Municipal de Saúde, autoridade responsável pela administração das dotações orçamentárias destinadas à área de saúde e pela aquisição dos medicamentos encaminhados à central de distribuição, órgão por ele dirigido. No requerimento, Edson esclareceu, ainda, que a ausência do medicamento colocaria em risco sua própria vida. Em resposta escrita ao requerimento do impetrante, o impetrado reconheceu que Edson possui a necessidade de uso contínuo do medicamento, o que fora documentado pelos médicos do posto de saúde. O Secretário de Saúde informou ainda que estavam sendo adotadas as providências necessárias à solução da questão, contudo a solução só ocorreria dali a 160 (cento e sessenta) dias, quando o governador do Estado prometera repassar receitas a serem aplicadas à saúde municipal. O impetrado sugeriu que Edson, durante o período de 160 (cento e sessenta dias), procurasse o serviço de emergência sempre que o seu estado de saúde apresentasse alguma piora. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS O Mandado de Segurança é o remédio constitucional para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, nos termos do art. 5º, LXIX, da Constituição Federal e art. 1º da Lei 12.016/09. “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;” “Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.” Verifica-se que o impetrante possui direito líquido e certo conforme prova pré-constituída, visto que o próprio Secretário de Saúde reconheceu que Edson necessita do medicamento, bem como que o seu fornecimento está suspenso. Não obstante, este mandado de segurança é tempestivo, nos termos do art. 23 da Lei 12.016 /09, pois impetrado uma semana depois do ato impugnado. "Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado." Ademais, evidente que Edson possui legitimidade ativa que decorre do fato de necessitar do medicamento para preservar sua saúde, sendo titular do direito que postula. A legitimidade passiva do Secretário, por sua vez, é justificada pelo fato de ser o responsável pela aquisição dos medicamentos e de dirigir a central de distribuição. Insta destacar que o serviço de saúde oferecido pelo Município deve assegurar o “atendimento integral”, conforme prevê o Art. 198, inciso II, da CRFB/88, incluindo, ainda o fornecimento de medicamentos. "Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizadae hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: (...) II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;" DA TUTELA DE URGÊNCIA Em razão das características pessoais de Edson, a ausência do medicamento pode colocar em risco a sua vida, portanto verifica-se a necessidade da tutela de urgência em mandado de segurança A tutela de urgência em mandado de segurança está prevista no art. 7º, inciso III, da Lei 12.016/09 e possui natureza de medida cautelar. "Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: (...) III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica." O fumus boni iuris está no fundamento relevante do direito de Edson, expresso nos argumentos de mérito. Já o periculum in mora consiste no risco de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a urgência da situação, já que Edson corre risco de morte. DOS PEDIDOS a) conceda liminarmente, a segurança pleiteada, com a expedição do competente ofício, determinando que a autoridade coatora restabeleça o fornecimento do medicamento de que Edson necessita, nos termos do art.7º, III, da Lei nº 12.016/09; b) acate as provas que demonstram o direito líquido e certo do impetrante, que acompanham a presente petição inicial, conformando a prova pré-constituída como exigência do mandado de segurança, bem como a juntada dos documentos anexos, nos termos do art. 6º da Lei nº 12.016/09; c) a procedência do pedido, com confirmação da concessão da ordem, atribuindo-se caráter definitivo à tutela liminar; d) determine a notificação do Secretário Municipal de Saúde, para que preste as informações que entender pertinentes do caso, nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 12.016/09; e) a ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/09; f) a condenação do Impetrado em custas processuais, nos termos do art. 82, § 2ºc/c art. 84 do CPC/15; g) a intimação do Ministério Público, nos termos do art. 12 da Lei nº 12.016/09; Dá-se a causa o valor de R$ (…) Nestes termos, Pede deferimento. Loca (…), data (…) Advogado OAB/UF (...)
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