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Campanhas de Independência nos Vice-reinos Espanhóis, de Maria Ligia Prado e Gabriela Pellegrino. TEMA DO TEXTO: O processo de independência da hispano-americana da metrópole, Espanha. RESUMO: O texto busca explicar os processos para a independência da América colonizada pelos espanhóis e como em tão pouco tempo ela se rachou em novos Estados independentes. Iniciando pelos desdobramentos políticos e militares europeus, como a Revolução Francesa e as guerras comandadas por Napoleão no continente. Com a execução de Luís XVI (rei da França) e a entrada das tropas de Napoleão na Espanha, em 1808, é nomeado ao trono José Bonaparte. A partir desta tomada, chega aos criollos a questão da legitimidade do poder e a fidelidade ao Rei. Na Espanha houve uma forte resistência ao rei francês, assim gerando um levante popular em Madri, vindo depois a ser reprimido pelos franceses. Foi criada uma Junta Suprema Central que convocou cortes constituintes para escreverem a primeira constituição espanhola, que foi promulgada apenas no ano 1812 defendendo os princípios liberais e restringindo os plenos poderes da monarquia, porém nas colônias se mantiveram as restrições ao comércio e as desigualdades. Nas colônias o debate que se tornou principal foi sobre a lealdade ao rei cativo ou ao rei estrangeiro. Em 1810, se organizaram novas Juntas para propor iniciativas como o livre comércio, porém, as Juntas americanas, em geral, se mantiveram fiéis à metrópole. Lançando o olhar para as colônias em si e os desdobramentos da movimentação política e social que os leva a independência, as autoras levantam a questão das reformas proposta por Carlos III, que governou de 1759 a 1788, que visavam a modernização da Espanha e suas relações com as colônias. As reformas trouxeram novas formas de taxação e abrandaram as regras do comércio exclusivo entre metrópole e colônia, criando novos portos e abrindo guildas de comerciantes (rompendo o monopólio que existia). Esse afrouxamento levou benefícios para Espanha, mas para a América demonstrou um conflito de interesses que gerou o impedimento da ascensão social e política dos criollos, criando um ressentimento por parte deles. Dentro dessa estrutura social hierárquica montada pela Coroa, também se tinha os indígenas e os negros escravizados que sofriam diversas opressões. Dentro deste cenário, entre 1808 e 1810, os criollos manifestaram suas inquietações por meio da criação de juntas autônomas que indicavam sinais potenciais de mudanças progressivamente dos movimentos radicais, dividindo o mundo colonial entre rebeldes defensores da coroa. A metrópole, ocupada em se defender dos exércitos franceses, mandou reforços pagos pelos comerciantes de Cádis, interessados em não perder os mercados coloniais. Com a volta de Fernando VII ao trono da Espanha, ele manda em 1815 a grande expedição do general Pablo para o continente americano para barrar o movimento rebelde. Esta repressão fez com que os rebeldes tivessem momentos de sufoco, mas ganhando fôlego para a luta pela independência. Sendo em 1925, as tropas derrotadas no Alto Peru, fazendo o continente romper com a metrópole. As lideranças militares que comandavam os exércitos insurgentes tiveram um papel importante dentro deste quadro. As autoras citam o general venezuelano Símon Bolívar e o argentino José de San Martín, e o impacto de suas ações para a independência e o quão importante foram essas ações e estratégias, dando enfoque em Bolívar, pois foi considerado o “maior herói nacional”. Tendo os exércitos contado com comandantes estrategistas para vencer a guerra, também foram necessários apoios financeiros, encabeçados pelos ricos comerciantes de Buenos Aires, e na Venezuela, os plantadores de cacau. Nas fileiras dos exércitos encontrava-se pessoas das mais diversas camadas sociais e segmentos étnicos. As ideias que estimularam a Independência foram divulgadas por um grupo considerável de letrados América, demonstrando um sólido conhecimento das ideias liberais. Negros escravizados, indígenas e mestiços também estiveram presentes. No caso dos escravizados, aqueles que se fossem para o lado insurgente conseguiam a alforria. Apesar de estarem em números significativos suas participações foram esquecidas, tendo apenas poucos exemplos lembrados. Muitos padres também se incorporaram aos movimentos de emancipação e se transformaram em líderes, mesmo a igreja católica esteve ao lado dos realistas durante o processo de independência e utilizando a religião como arma para dissuadir os rebeldes. Tiveram também a presença significativa de mulheres nos campos de lutas, desempenhavam trabalhos para as tropas em troca de dinheiro, mas também estavam na linha de frente e demonstrando sua adesão a causa de outras maneiras, como mensageiras etc. As autoras também mencionam a produção dos poemas e canções escritos na época, enfatizando o poeta popular Bartolomeu Hidalgo e seu verso Cielito sobre a Independência.