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Universidade Federal da Bahia SEMESTRE: 2022.1 DISCIPLINA: LET-A21: A LITERATURA BRASILEIRA E A CONSTRUÇÃO DA NACIONALIDADE. DOCENTE: TATIANA SENA DOS SANTOS DISCENTE: MARIA EDUARDA SILVA PINTO Atividade 1 Questão 1: Com suas próprias palavras, em texto dissertativo-expositivo, articule e explique duas definições de nação para Benedict Anderson e como o romance está correlacionado. (v: 1,0) Benedict Anderson define a nacionalidade e o nacionalismo como produtos culturais. Tendo isso em vista, o pensador considera importante a origem histórica dos termos para entendê-los, já que o nacionalismo é “o cruzamento complexo de diferentes forças históricas” (ANDERSON, p. 30). Partindo desse mesmo pressuposto, o escritor traz em seu livro “Comunidades Imaginadas” a noção do que seria o termo nação, a qual dialoga com o título da obra. Portanto, é possível, a partir da perspectiva de Anderson, compreender a nação como uma comunidade política imaginada e limitada, porém soberana. Sob tal ótica, percebe-se a concepção de simultaneidade – a qual é extremamente importante para entender o nacionalismo. Logo, concebe-se essa simultaneidade como transversal, ou seja, cruza o tempo e é marcada pela coincidência temporal. Isso significa que, saindo da esfera nuclear da sociedade, é cabível entender que as pessoas vivem e realizam atividades ao mesmo tempo, mesmo que não se conheçam. Seguindo por esse ponto de vista, fica mais fácil compreender a relação do romance com a nação. Além disso, Benedict afirma que essa forma de escrita, assim como o jornal, possui “meios técnicos para representar o tipo de comunidade imaginada correspondente à nação” (ANDERSON, p. 57). Para exemplificar sua teoria, o intelectual traz como exemplo personagens A, B, C e D realizando ações de forma simultânea – A e B são um casal, mas A e C são amantes, assim como C e D. Enquanto um casal discute, o outro faz amor; enquanto um personagem joga, outros estão em ligação e assim sucessivamente. Sob esse prima fica possível entender, a partir dessa dinâmica de “quadrilha”, como o romance está interligado ao conceito de nação, pois os personagens não possuem consciência das ações dos outros, mas estão ligados pela sociedade de alguma forma – acrescenta-se que apenas o leitor é onisciente e possui acesso a todas as informações. Pode-se dizer, então, que dessa mesma forma funciona a sociedade, na qual bilhares de pessoas realizam atividades em um mesmo período de tempo, mas não têm ideia da existência umas das outras – estando interligados, somente e talvez, por outros indivíduos. Questão 2: Com suas próprias palavras, em texto dissertativo-expositivo, articule e explique duas definições de nação propostas por Stuart Hall: (v: 1,0) a) “sistema de representação cultural” Segundo Stuart Hall, teórico cultural e sociólogo britânico, as pessoas não nascem com uma identidade nacional definida, já que essa costuma ser formada através de representações. A partir disso, o pensador apresenta a nação como, além de uma entidade política, algo que produz sentido. Assim, é possível perceber essa nação como um sistema de representação cultural. Portanto, compreende-se que as pessoas participam da ideia de nação, já que essa é uma comunidade simbólica, cheia de significados e representações. Entende-se, também, as culturas nacionais como grandes contribuintes para criar padrões: uma cultura homogênea, que padroniza ações, saberes, costumes, entre outras coisas. Sendo assim, é cabível observar a cultura nacional como um criador de uma sociedade com identidade e cultura unificada, anulando e subordinando a diferença cultural de cada um – o que, segundo ele, não deve definir o que é a nação, já é importante catalisar todo tipo de modalidade identitária ao se pensar a sociedade. b) “estrutura de poder cultural” Pensar a nação como uma estrutura de poder cultural é, sobretudo, não pensar as culturas nacionais como unificadas. Tendo isso em vista, Stuart Hall expõe sua ideia de que essas constituem dispositivos discursivos, na qual as diferenças são as principais responsáveis pela formação da identidade nacional. Em síntese, entende-se a nação como algo repleto de culturas, religiões, crenças, classes e raças – mesmo que, ainda hoje, as unifiquem através de divisões e diferenças internas.
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