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apostila de direito penal II sem pdf 2

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL II 
Goiacymar Campos dos S. Perla 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRADUANDO(A):_________________________________________ 
 
 
 
http://www.google.com.br/imgres?q=simbolos+da+justi%C3%A7a&hl=pt-BR&tbo=d&biw=1093&bih=471&tbm=isch&imgrefurl=http://blogdeumajovemadvogada.blogspot.com/2011/03/curiosidade-afinal-qual-e-deusa-da.html&tbnid=HIcm4C9CNb4hmM&docid=FoxbTalTQFClwM&ved=0CHcQhRYoAg&ei=NpYhUa3dLaaW0QG7o4HQDw&dur=12120
2 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
 
 Introdução: 
È também conhecida como co-delinqüência, concurso de agentes ou 
de delinqüentes. Com a reforma de 1984, passou a adotar a denominação 
de concurso de pessoas. 
A expressão adotada pela nova legislação, concurso de pessoas é bem 
mais adequada, pois, abrange, tanto a co-autoria quanto a participação. 
A forma mais simples da pratica delituosa consiste na intervenção de 
uma só pessoa e mediante uma conduta positiva ou negativa. 
 Quando várias pessoas concorrem para a realização da infração 
penal, fala-se em concurso de pessoas. ( art. 29, CP). 
 
1. Conceito: é a colaboração empreendida por duas ou mais pessoas para a 
elaboração de um crime ou de uma contravenção penal. 
 
1.1. Requisitos do concurso de pessoas 
a. Pluralidade de agentes culpáveis; 
b. Relevância causal da conduta para a produção do resultado; 
c. vinculo subjetivo; 
d. unidade de infração penal para todos os agentes; 
e. exigência de fato punível 
 
a. pluralidade de agentes culpáveis- O concurso de pessoas depende de 
pelo menos duas pessoas e, consequentemente, de ao menos duas condutas 
penalmente relevantes, essas condutas podem ser principais, no caso da 
co-autoria, ou então uma principal e outra acessória, praticada pelo autor e 
participe. Os coautores e partícipe devem ser culpáveis, ou seja, dotados de 
culpabilidade. 
Nesses delitos a culpabilidade dos envolvidos é fundamental, sob 
pena de caracterização de autoria mediata. 
 
b. relevância causal das condutas para a produção do resultado 
A conduta tem que ser relevante, pois, sem ela a infração penal não 
teria ocorrido quando e como ocorreu. 
O art. 29 expressa quem de qualquer modo , expressão que deve ser 
compreendida como uma contribuição pessoal, física, moral, comissiva ou 
omissiva, anterior ou simultânea a execução. 
 
 
c. vinculo subjetivo 
Também chamado de concurso de vontades, impõe que estejam todos 
os agentes ligados entre si por um vinculo de ordem subjetiva, um nexo 
3 
 
psicológico, pois, caso contrario, não haverá um crime praticado em 
concurso, mas vários crimes simultâneos. 
 
d.Unidade de infração para todos os agentes 
O artigo 29, CP adotou como regra a teoria unitária ou monista. Todos 
os co-autores e participes responderão por uma única infração penal. 
Contudo, excepcionalmente, o CP abre espaço para a teoria 
pluralística, pela qual se separam as condutas, com a criação de tipos penais 
diversos para os agentes que buscam o mesmo resultado. É o que se dá por 
exemplo: 
a. aborto provocado por terceiro com consentimento da gestante - terceiro 
- art. 126 CP; gestante- art. 124 CP. 
b- bigamia- casado art. 235, pessoa não casada § 1º. 
 
e. Existência de fato punível 
O concurso de pessoas depende da punibilidade de um crime, ao qual 
requer o seu limite mínimo , o inicio da execução. Tal circunstancia 
pressupõe o principio da exterioridade. 
 
 
2. Espécies de Crimes quanto ao concurso de pessoas: 
a) Monossubjetivos ou de concurso eventual - podem serem cometidos 
por mais de um agente. Exemplo: homicídio 
 
B) plurissubjetivos ou de concurso necessário - podem serem praticados 
por uma pluralidades de agentes em concurso. Exemplo: quadrilha ou 
bando, rixa etc. 
 
2.1. Espécie de concurso de pessoas : 
a. concurso necessário - ( crimes plurissubjetivos) exigem o concurso de 
pelo menos duas pessoas. 
- A coautoria é obrigatória, podendo ou não haver participação de 
terceiros. Tal espécie de concurso de pessoas reclama sempre a co-autoria, 
mas, a PARTICIPAÇAO pode ou não acontecer, sendo,portanto, 
eventual. 
 
b- Concurso eventual - ( crimes monossubjetivos)- que podem ser 
praticados por mais de um agente. 
- quando praticados por duas ou mais pessoas em concurso. 
-haverá co-autoria ou participação dependendo da forma como os agentes 
concorrem para a pratica do delito, tanto uma como a outra, pode ou não 
ocorrer sendo, ambas, eventuais. 
 
4 
 
3. Autoria : O conceito de autor tem enfrentado certa polemica na doutrina, 
comportando três posições: analise das teorias sobre autor: 
 
a. teoria restritiva ou formal objetiva- 
Autor - é quem mata, subtrai etc., aquele que realiza a figura típica ou seja 
aquele que pratica o verbo do tipo. 
co-autoria- quando dois ou mais agentes , em conjunto realizam o verbo 
do tipo. 
Partícipe é aquele quem sem realizar a figura típica, concorre de qualquer 
forma para a consecução do crime. 
 
b- Teoria extensiva ou material objetiva 
Não existe distinção entre coautor e participe, todos são chamados de 
coautores , realizam o verbo e concorrem com o resultado. 
 
c. Teoria do domínio do fato 
Autores de um crime são todos os agentes, que, mesmo sem praticar 
o verbo, concorrem para a produção final do resultado, tendo o domínio 
completo de todas as ações até o momento consumativo. O que importa não 
é se o agente pratica ou não o verbo, mas se detém o controle dos fatos, 
podendo decidir sobre sua pratica, interrupção e circunstancias, do inicio 
da execução ate a produção do resultado. Adota o critério objetivo-
subjetivo. Essa teoria complementa a teoria restritiva. 
 
4. Natureza jurídica do concurso de pessoas 
4.1. Teoria unitária ou monista 
Todos os co-autores e partícipes responderão por um único crime. É 
a teoria adotada como regra no CP art. 29. 
 
4.2. Teoria pluralística 
Cada um dos participantes responde por delito próprio, ou seja, cada 
participe será punido por um crime diferente. 
Essa teoria foi adotada como exceção pelo CP, pois se algum dos 
concorrentes quis participar do crime menos grave deve ser aplicada a pena 
deste ( art. 29, § 2º CP). Se o resultado mais grave for previsível a pena será 
aumentada até a metade. 
 
 
5. Formas de participação : 
5.1. Participação moral – 
a- induzimento - faz nascer a idéia no autor. 
b..instigação - reforçar a idéia já existente na mente do autor. 
 
5 
 
5.2. Participação material 
É aquela que ocorre por meios de atos materiais. É o auxilio, por 
exemplo, aquele que empresta uma arma. Cúmplice, é o participe que 
concorre para o crime por meio do auxilio. 
 
5.3. Autoria Mediata: 
Ocorre quando o autor se serve de uma pessoa sem condições de 
avaliar o que está fazendo para, em seu lugar, praticar o crime. A pessoas 
desprovida de discernimento, por exemplo, um louco, ou uma criança) é 
um simples instrumento de atuação do autor mediato. 
 
5.4. Autoria colateral : 
Ocorre quando duas ou mais pessoas realizam simultaneamente uma 
conduta sem que exista entre elas liame subjetivo. Cada um dos autores 
responde por seu resultado, visto, não haver nesse caso, co-autoria. 
 
5.5. Participação por omissão : 
Ocorre quando o sujeito que tem o dever jurídico de impedir o 
resultado se omite ( art. 13, § 2º, CP). A omissão torna-se a forma de praticar 
o crime. A Vontade do sujeito que tem o dever jurídico de impedir o 
resultado, adere a vontade dos agentes do crime. 
6. Comunicabilidade e incomunicabilidade de elementares e 
circunstancias - art. 30 CP 
As circunstancias pessoais somente se comunicam ao coautor ou 
participe quando não forem circunstâncias, mas elementares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios 
 
1. O que é um concurso de pessoas? Explique o que são 
6 
 
crimes monossubjetivos e unissubjetivos. 
 
 
 
 
 
2. Explique o concursonecessário e eventual de pessoas? 
Cite exemplos. 
 
 
 
 
 
3. Para a teoria restritiva e formal objetiva explique o 
conceito de autor/co autor e participe? 
 
 
 
4. Explique a teoria monista e teoria pluralística? Qual 
adotada no Brasil? 
 
 
 
5. Quais os requisitos do concurso de pessoas? 
 
 
 
6. Explique a participação moral, participação por omissão. 
 
 
 
 
7. Explique o art. 30 CP. Circunstancias comunicáveis e 
incomunicáveis. Cite um exemplo. 
 
PENAS: ASPECTOS GERAIS 
1.DO DIREITO DE PUNIR. 
7 
 
O jus puniendi é direito que tem o Estado de buscar todos os meios legais para 
processar, julgar e aplicar a pena prevista no tipo penal incriminador (preceito 
secundário) em desfavor daquele que infringiu a regra penal com uma ação positiva ou 
negativa, segundo os ditames do preceito primário, e, com isso causando à vítima lesão 
ou ameaça de lesão a um bem jurídico tutelado pela lei. 
Apesar da doutrina classificar o jus puniendi como direito que o Estado tem de 
punir o infrator, na verdade é um dever que o Estado possui, já que o Estado não delega 
a ninguém a possibilidade de processar e julgar outrem para aplicar alguma medida 
punitiva. Portanto, diz-se que ao Estado cabe, de forma obrigatória e não facultativa, o 
poder-dever de punir. 
 
1.1)ORIGEM DO JUS PUNIENDI. 
O grande marco do jus puniendi está na Teoria do Contrato Social, de Jean 
Jacques Rouseau, a qual, não se prende em explicar o surgimento do Estado, mas, como 
se deu a legitimação deste para criar e aplicar a lei a todos os membros da sociedade. 
Desta forma, contrato social é o acordo celebrado no meio social em que o 
indivíduo delega ao Estado o poder-dever de criar as normas e aplicá-las a todos, de 
forma indistinta. Hipoteticamente seria como se o indivíduo dissesse: se eu não cumprir 
a lei o Estado, através dos seus agentes, pode aplicar a mim as sanções previstas, desde 
que tal critério seja aplicado a todos. A ideia é que o Estado seja o detentor do poder 
de criar as leis àqueles que não observarem as normas. Com isso, evita-se a aplicação 
da justiça pelas próprias mãos por parte do cidadão. Eis que a fase da vingança privada 
já está, em muito, superada. Portanto, vigora a fase da vingança pública – estatal. 
O apogeu desta teoria está para o fato de que a liberdade deva ser a regra e a 
privação da liberdade deva ser a exceção. É mister ao Direito Penal proteger os bens 
jurídicos tutelados, intimidando as condutas nocivas à paz e a harmonia social. O 
indivíduo possui, por regra, o jus libertatis, enquanto que o Estado é detentor do jus 
puniendi. Assim, esses direitos são inversamente proporcionais, pois, enquanto um 
cresce o outro, fatalmente, diminui. 
 
1.2)FUNDAMENTOS DO JUS PUNIENDI 
A fundamentação do direito de punir está embasada no ordenamento jurídico 
brasileiro. Tal direito estatal nasce com a violação da norma praticada por pessoa física 
ou jurídica, conforme as hipóteses (Art. 173, § 5º, Art. 225, § 3º -ambos da CF/88). 
O conflito entre o jus puniendi e o jus libertatis será dirimido atráves do direito 
formal (Art. 5º, LIV e LV, CF/88 e Art. 1º do CPP), tendo por base, regra geral, o direito 
material (direito substantivo). 
 
1.3)FINALIDADES DAS PENAS: TEORIAS. 
1.3.1)BREVES CONSIDERAÇÕES. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
8 
 
A norma jurídica penal é composta pelos preceitos principal e secundário. A 
primeira descreve a conduta crime pela qual ninguém deve descumprir. A segunda 
descreve a quantidade e a qualidade da pena (privativa de liberdade, restritiva de direito 
e/ou multa) como sanção, pena, castigo, àquele que desrespeitar o preceito primário. 
A pena privativa de liberdade, como fundamento do mal praticado pelo 
delinqüente à sociedade, tem sofrido severas críticas por todo o mundo. Vários 
argumentos de cunho social tem sido levantado pelos entendidos, como: o tratamento 
inadequado e pernicioso sofrido pelos encarcerados, a inutilidade dos métodos 
aplicados no tratamento dos criminosos habituais e reincidentes, a má distribuição, 
devido a super lotação, entre presos primários, criminosos ocasionais e neófitos com 
bandidos altamente perigosos e de índole totalmente corrompida. A falta de respeito à 
intimidade do preso e o ócio são questões fundamentais. A má gestão financeira também 
tem sido ventilada, como o auto custo do sistema prisional, ou seja, construção e 
manutenção de presídios. 
Os penalistas do mundo inteiro, bem como a própria ONU têm procurado 
encontrar uma solução alternativa à pena privativa de liberdade, principalmente, se o 
infrator não oferece risco à sociedade. 
Sob essa ótica, o nosso ordenamento apresenta algumas hipóteses em que a pena 
privativa de liberdade poderá substituída pela pena restritiva de direitos, cumulada ou 
não com pena de multa (Art. 44 e seguintes do CP), se tal medida se mostrar eficiente 
para o caso concreto. 
O tema, como já se percebeu, não possui aspectos meramente penais, mas, 
também sociais, econômicos, e com grande relevância à Ciência Política, uma vez que 
cabe a este ramo do saber definir os limites do poder estatal em relação a ação do 
indivíduo, assim considerada de forma isolada. 
 
1.3.2)TEORIAS SOBRE O FUNDAMENTO E A FINALIDADE DAS PENAS. 
A) Teorias Absolutistas 
Tem a visão de justa justiça, pois, sustenta que ao mal praticado pelo crime deve 
corresponder ao mal da privação da liberdade. Entendem que isso é aplicar o princípio 
da igualdade de tratamento, pois, “só o que é igual é justo”. 
 
B) Teorias Relativas ou Utilitárias 
O ponto central dessa teoria é a prevenção ao crime. Significa dizer que essa corrente 
sustenta a idéia de intimidação aos membros da sociedade para que, com a punição de 
um, os demais se desencorajam a cometer crimes da mesma natureza ou não. Importante 
notar que a pena é considerada um mal para o indivíduo que vê a sua liberdade tolhida, 
mas, também é um mal para a sociedade que deve suportar todos os ônus causados na 
execução da referida pena. 
 
C) Teorias Mistas. 
Entendem que a pena deva ter duas facetas: a primeira com o caráter retributivo, ou 
seja, deve ser aplicada a devida pena em conformidade com o respectivo delito 
9 
 
praticado pelo agente delinqüente. A pena, isoladamente considerada, sem qualquer 
outra finalidade, tem a característica única de vingança, na medida que aplica o mal da 
pena ao mal perpetuado pela conduta crime. A mera vingança constitui um aspecto 
muito mesquinho para justificar a pena. 
A segunda faceta da pena está para a necessidade de reeducação, de ressocialização 
do sentenciado. Com essa particularidade entende-se que o indivíduo estaria apto para 
o convívio social de tal forma a prevenir nova delinqüência. 
Assim, para os adeptos dessa corrente, a pena deve ter o caráter retributivo, mas, 
aliado ao aspecto ressocializador. Raúl Zaffaroni entende que a ressocialização é uma 
“vaca jurídica”, ou seja, é letra morta, uma vez que a prática jurídica tem demostrado o 
total descaso do Estado em resolver a questão carcerária com as suas respectivas 
mazelas. 
 
1.4)SISTEMAS PRISIONAIS 
1.4.1)PENSILVÂNICO. 
A Colônia da Pensilvânia (uma das 13 colônias inglesas da América do Norte) 
foi criada no ano de 1681 e tinha por finalidade amenizar o rigor da legislação inglesa 
em matéria penal. A pena de morte ficou restrita aos casos de homicídio; as penas de 
castigos físicos e as de mutilações foram substituídas pelas penas privativas de liberdade 
e de trabalhos forçados. Estas, entretanto, no ano de 1786 foram abolidas. 
Características fundamentais eram o isolamento em cela, a oração e a abstinência 
de bebidas alcoólicas. Possuía base teológica, mas, era influenciada pelas idéias 
iluministas de Cesare Beccaria e John Howard. 
Consideravam a religião como instrumento eficaz na recuperação do preso. Não 
obstante lhe ser vedado o direito de se comunicar, mas, poderia permanecer em silênciopara meditar e orar. O isolamento constituía tortura e em quase nada contribuía para a 
recuperação do criminoso. Dessa forma, a pena possuía características de retribuição e 
expiação ao crime cometido pelo agente delinqüente. 
 
1.4.2)AUBURNIANO. 
A fonte de inspiração desse sistema foi a necessidade de superar as limitações, os 
defeitos e a urgência de reforma do Sistema Pensilvânico. O contexto histórico-político-
econômico da época também influenciou sobremaneira para o surgimento do sistema 
auburniano. Da construção da prisão de Auburn, no ano de 1816, surgiu a nomenclatura 
de Sistema Penitenciário Auburniano. Exigia do condenado rigoroso silêncio. Ali os 
presos eram divididos por categorias, onde os que possuíam maior tendência de 
recuperação sofriam isolamento só durante o período noturno, mas, durante o dia 
podiam trabalhar em conjunto. 
Até meados do século XVIII, o governo das 13 Colônias editou normas restritivas 
à importação de escravos. A conquista de novos territórios e a industrialização acelerada 
ameaçava a manutenção do constante crescimento econômico. Para piorar o quadro, os 
índices de natalidade e de imigração não conseguiam suprir a mão-de-obra necessária. 
10 
 
Diante disso foi difundida a idéia de aproveitamento da mão-de-obra carcerária, 
já que se acreditava que o trabalho possuía força regeneradora e ressocializadora, ou 
seja, “o trabalho seria instrumento reabilitador do preso”. 
Com o passar do tempo alguns aspectos negativos se afloraram. O primeiro senão 
foi em relação ao excesso de rigor do regime disciplinar que continha castigos cruéis. 
Outro aspecto foi o fato de que o trabalho nas prisões revelou acirrada competição ao 
trabalho livre, emperrando a economia da Colônia. 
Basicamente as diferenças entre os sistemas Auburniano e Pensilvânico era que 
neste último os presos ficavam separados durante o tempo todo e fundamentava-se 
numa orientação religiosa. No primeiro o isolamento se dava apenas no período noturno 
e possuía conotação, motivação, meramente econômica. 
Os pontos em comum entre os sistemas acima eram o isolamento, castigos 
corporais, exploração da mão-de-obra carcerária e a finalidade de ressocialização do 
recluso, embora, na prática, não fosse eficiente. 
 
1.4.3)PROGRESSIVO. 
Esse sistema surgiu no final do século XIX e foi inspirado no excesso de rigor do 
Sistema Auburniano. Somente após a 1ª Grande Guerra Mundial tomou impulso e 
propagou à maioria dos Estados soberanos. 
A implantação do Sistema Progressivo surgiu da necessidade de reabilitar o preso 
e coincidiu com o surgimento do instituto da pena privativa de liberdade que tinha o 
condão de substituir a pena de deportação e a de trabalhos forçados. 
Esse regime consistia em oferecer benefícios aos presos para que, através de sua 
boa conduta, pudesse diminuir o tempo de duração de sua pena e propiciar a sua 
inserção na sociedade. Noutras palavras, para que a ressocialização se tornasse uma 
realidade. 
 
1.4.3.1)SISTEMA PROGRESSIVO INGLÊS. 
No ano de 1840, na Ilha de Norfolk – Austrália - o Capitão Alexandre 
Maconochie implementou algumas alterações. Media-se a duração da condenação com 
a soma da boa conduta com o trabalho desenvolvido pelo preso. Conforme esses 
requisitos eram cumpridos, era computado determinado “número de marcas – mark 
system”. Isso era mensurado de acordo com a gravidade do delito. A liberdade era 
concedida quando esse número de marcas correspondia com a pena aplicada. 
Portanto, a duração da pena estava baseada no tripé: gravidade do delito – 
aproveitamento do trabalho – boa conduta do condenado. O Sistema Progressivo Inglês 
estava dividido em três etapas: 
A) Isolamento Total. O preso ficava em cela única (solitária), de dia e de noite, para 
refletir sobre o crime praticado. 
B) Isolamento Parcial. O preso podia trabalhar durante o dia, em regime de silêncio e 
durante a noite permanecia no isolamento total, como visto acima. 
11 
 
C) Liberdade Condicional. Se não ocorresse a revogação, adquiria-se a liberdade 
definitiva. 
 
1.4.3.2)SISTEMA PROGRESSIVO IRLANDÊS. 
Apesar de muito difundido na Europa o sistema inglês foi substituído pelo 
Sistema Progressivo Irlandês. Este seguia o mesmo rito do sistema inglês. Diferenciava 
no fato de incluir uma fase intermediária entre as etapas de isolamento parcial com a 
liberdade condicional. 
Nesta fase intermediária o condenado trabalhava ao ar livre e em prisões especiais 
– por exemplo: agrícolas. Não precisava usar uniformes e nem sofria castigos corporais. 
Era permitida a comunicação com população livre. Além do mais, percebia parte da 
remuneração de seu trabalho. Ainda hoje muitos países adotam o Sistema Progressivo 
Irlandês. 
 
1.4.3.3)SISTEMA DE MONTESINOS. 
Esse sistema foi criado paralelamente ao Sistema Irlandês por volta do ano de 
1835. Não havia muita diferença entre estes. 
O grande diferencial era a ideologia do princípio da legalidade. Não se deveria 
aplicar corretivos disciplinares que atentasse contra a dignidade da pessoa humana ou 
de natureza infamante. 
Pregava-se a ideologia das prisões abertas, concedendo-se licença de saída. 
Defendia-se a idéia de que a pena deveria ter característica ressocializadora e que o 
trabalho do preso não deveria servir para exploração da mão-de-obra carcerária, mas, 
um meio de profissionalizar, ensinar e reinserir o indivíduo no meio social. 
 
2. sanção penal 
É a resposta estatal, no exercício do jus puniendi e após o devido 
processo legal, ao responsável pela prática de um crime ou de um 
contravenção penal. Divide-se em duas espécies: penas e medidas de 
segurança. 
A pena tem como pressuposto a culpabilidade, destina-se aos 
imputáveis e semi imputáveis não perigosos. 
 
 
2.1. conceito de pena 
É a sanção consistente na privação de determinados bens jurídicos 
que o Estado impõe contra a prática de um fato definido na lei como crime. 
 Segundo Sebastian Soler( derecho penal argentino, Buenos Aires: TEA, 
1978, v. 2), a pena é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado, por meio de 
uma ação penal ao autor de uma infração penal, como retribuição de seu ato 
ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico, cujo fim é evitar 
novos delitos. 
 
12 
 
2.2. Finalidade das penas 
a- preventiva- no sentido de evitar a pratica de novas infrações penais. A 
prevenção é: a) geral – o fim intimidativo dirige-se a todos os membros da 
sociedade, visando impedir que pratiquem crimes. B) especial- visa o autor 
do delito, retirando-o do meio social, impedindo-o de delinqüir e 
procurando corrigi-lo. ( após a reforma de 1984 a pena passou a apresentar 
a natureza mista, retributiva e preventiva conforme dispõe o art 59, CP). 
b- retribuição – porque estabelece uma retribuição de acordo com um mal 
causado ( diminuição de um bem jurídico). 
c- ressocializadora- visa a reinserção social do condenado na sociedade. 
 
2.3. Princípios e características das penas 
 
2.3.1. Princípio da reserva legal- Emana do brocardo nulla poena sine lege, 
ou seja, somente a lei pode cominar penas. ( art 1º, CP, art. 5º XXXIX CF). 
 
.2.3.2. Princípio da anterioridade. Nenhuma pena pode ser aplicada sem 
que esteja prevista em lei anterior à prática do fato. 
 
2.3.3. Princípio da personalidade ou intransmissibilidade. Artigo 5º, 
XLV da CF. Nenhuma pena passará da pessoa do delinqüente. A pena da 
perda de bens pode ser aplicada aos sucessores (inter vivos ou causa mortis) 
do condenado até o limite do patrimônio transferido. 
É o reflexo da condenação aos familiares do detento. A legislação consagra 
o direito de visita e o auxílio-reclusão aos dependentes do condenado. 
 
2. 3.4. Princípio da proporcionalidade ou individualização. Artigo 5º, 
XLVI,XLVII,da CF. A graduação da pena é observada de acordo com a 
gravidade do crime e a personalidade do agente. Individualizar a pena é 
retribuir o mal concreto do crime,com o mal concreto da pena, na concreta 
personalidade do agente. 
 A CF, artigo 5º, XLVIII, prevê que o cumprimento da pena se dará em 
estabelecimentos distintos, atendendo a natureza do delito, a idade e sexo 
do condenado. 
 
2.3.5. Princípio da inderrogabilidade ou inevitabilidade. A pena deve ser 
aplicada e fielmente cumprida. O sursis, o livramento condicional, o perdão 
judicial, a anistia, a prescrição entre outros, são exceções ao princípio, a que 
a lei garante ao condenado em circunstâncias especiais. 
 
2.3.6. Princípio da humanização. A pena não pode violar a integridade 
física e moral do condenado. Nenhum tratamento desumano, cruel ou 
degradante pode ser infligido à pessoa detida. Artigo 5º, XLIX,XLVII, ART 
13 
 
74 CP da CF. 
 
 
2.4. características das penas 
Segundo Damásio de Jesus, as penas apresenta as seguintes 
características: 
a.Personalíssima – só atinge o autor do crime; 
b. sua aplicação é disciplinada por lei; 
c. é inderrogavel, no sentido de certeza de sua aplicação; 
d. é proporcional ao crime. 
 
3. O CP classifica as penas em: 
a. privativas de liberdade 
b- restritivas de direitos 
c. pecuniárias 
A carta magna proíbe pena de morte, salvo, em casos de guerra 
declarada, a de caráter perpetuo, a de trabalhos forçados, a de banimentos e 
as cruéis ( art. 5º, XLVII) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DAS PENAS - PRIVATIVAS DE LIBERDADE 
Introdução : 
O Art. 32, I, do CP institui a pena privativa de liberdade. Trata-se da restrição da 
liberdade por um tempo de duração estipulado na sentença, de acordo com o crime 
praticado pelo infrator da norma penal. 
A prisão penal, na antiguidade, era considerada como uma das principais 
respostas para o delito, ao ponto de proporcionar a reabilitação do criminoso à 
sociedade. Logo percebeu-se tratar de ledo engano e foi cogitado, inclusive, a 
impossibilidade da ressocialização por meio da pena privativa de liberdade. 
14 
 
Daí nascera a idéia de aplicação das penas alternativas, nomeadamente, às penas 
de sanção pequena, a substituir as penas privativas de liberdade, uma vez que, se o 
infrator é criminoso habitual a pena privativa seria ineficaz e se o infrator fosse 
criminoso ocasional a pena privativa excederia ao necessário para a reprimenda (Cezar 
Roberto Bitencourt). 
Seguindo a nova tendência do Direito Penal moderno, o direito penal brasileiro 
contempla as leis 7.209/84 e a Lei 9.714/98. A primeira, que tratou da reforma da parte 
geral do CP, incluiu a pena privativa de liberdade e a segunda tratou das penas restritivas 
de direito substitutivas das privativas de liberdade (Art. 44 e seguintes). Nesta linha de 
lógica, o susis da pena (Art. 77 e seguintes) e o susis do processo (Art. 89 da Lei 
9099/95). 
 Se nenhum dos institutos acima não puder ser aplicado, só então 
aplica-se a pena privativa de liberdade como a última ratio. 
 
 
1. Penas privativas de liberdade 
É a privação de liberdade por um tempo estipulado na sentença., de 
acordo com o crime praticado. 
Nas penas privativas de liberdade há diminuição do direito de 
liberdade do criminoso, fazendo com que ele seja recolhido a 
estabelecimento prisional adequado, de acordo com a espécie e quantidade 
de pena fixada. 
 
1.1. Privativas de liberdade - são duas as espécies de penas: 
a. reclusão - art. 33 caput, 1ª parte, CP ( regime fechado, semi aberto e 
aberto) 
b. detenção - art. 33 caput 2 º parte CP (regime semi aberto e aberto) 
 
1.2. Espécies do regime penitenciário 
O CP prevê três espécies de regimes penitenciários para execução da 
pena: 
Após o julgador ter decidido pela pratica da infração penal a etapa 
seguinte consiste na aplicação da pena. Como se percebe pelo inciso III do 
art. 59, CP, o juiz ao fixar a pena do condenado determinar o regime inicial 
de seu cumprimento.: fechado, semi aberto e aberto. 
 
a- regime fechado -( estabelecimento de segurança máxima ou media- 
alínea a, § 1º do art. 33 CP) 
b- regime semi aberto - ( colônia agrícola, industrial ou estabelecimento 
similar, alínea, b, § 1º, do art. 33 CP) 
 
c- regime aberto- casa de albergado ou estabelecimento adequado. ( alínea 
c, §1º, c, art. 33, CP) 
15 
 
 
2. Regras do regime fechado ( art. 34, CP)- art. 87, 107 LEP, 
O condenado será submetido a exame criminológico de classificação 
para individualização da execução. art. 34 caput CP e art. 8º da LEP. 
O condenado ficará sujeito a trabalho no período diurno e isolamento 
durante o repouso noturno. O trabalho será em comum, dentro das aptidões 
do condenado, podendo haver trabalho externo em serviços e obras 
públicas( arts 34 e 39 do CP e 28 a 37 da LEP). 
 
É um direito do preso de acordo com o inc II do art. 41 da LEP. Se 
não lhe for concedido o trabalho não poderá o preso ser prejudicado por 
isso, uma vez que gera o direito a remição da pena ( a cada três dias 
trabalhados diminui um dia pena). Assim, excepcionalmente, deverá ser 
concedida a remição mesmo que o preso não esteja trabalhando. ( há 
doutrinadores que discordam) 
 Dentro do estabelecimento o trabalho será comum de acordo com as 
aptidões e ocupações anteriores do condenado desde que compatíveis com 
a execução da pena ( art. 34, § 2º, CP) 
O art. 37 da LEP, onde o trabalho externo alem da aptidão, disciplina, 
dependerá de cumprimento de 1/6 da pena) 
 
3. Regras do regime semi aberto - art. 35, CP 
 Aplica-se a norma do regime fechado art. 34 caput ( exame 
criminológico do condenado) 
Sujeito ao trabalho comum durante o período diurno em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar ( art. 35, § 1º, CP) 
Admissível o trabalho externo bem como freqüências a curso 
profissionalizantes, de instrução de 2º grau ou superior ( art. 35, § 2º, CP); 
O artigo 35 determina que seja aplicada a regra do artigo 34 caput, 
CP, ao condenado que inicie o cumprimento de sua pena em regime semi 
aberto. Isso significa que também nesse regime, poderá ser realizado o 
exame criminologico, nos termos do parágrafo único do art. 8º da LEP, a 
fim de orientar a individualização da execução. 
Exige-se a expedição de guia de recolhimento ao condenado em 
regime semi aberto, cuja pena deve ser cumprida em colônia agrícola, 
industrial ou estabelecimento similar, é permitido o trabalho comum 
durante o período diurno. 
É admissível o trabalho externo, bem como a freqüência em cursos 
supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. ( 
arts 39 do CP e 28 a 37 da LEP). 
 
4. Regras do regime aberto - art. 36 caput, CP 
Baseia-se na auto disciplina e senso de responsabilidade do 
16 
 
condenado. 
O condenado deverá fora do estabelecimento e sem vigilância 
trabalhar, freqüentar cursos ou outras atividades autorizada, permanecendo 
recolhido durante a noite e nos dias de folga ( art.36, § 1º, CP) 
O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato 
definido como crime doloso , ou se frustrar os fins da execução ..( art36, § 
2º CP) 
O regime aberto é uma ponte para reinserção do condenado a 
sociedade, o seu cumprimento é realizado em casa de albergado. Esse 
regime é baseado na auto disciplina e no senso de responsabilidade do 
condenado, permite que este fora do estabelecimento e sem vigilância , 
trabalhe, freqüente curso ou exerça atividade autorizada, permanecendo 
recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
A peculiaridade do regime aberto, que o difere dos anteriores, diz 
respeito ao trabalho. Nos regimes anteriores ( fechado/semi aberto)o 
trabalho do preso faz com que tenha direito a remição ,aqui no regime 
aberto não há previsão legal para remição da pena, uma vez, que somente 
poderá ingressar nesse regime o condenado que estiver trabalhando ou 
comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente. Vê, portanto, que a 
condição sine a qua nom para o inicio do cumprimento da pena ou mesmo 
a sua progressãopara o regime aberto é a possibilidade imediata de trabalho 
do condenado. Sem trabalho não será possível o regime semi aberto. 
É firme a orientação jurisprudencial de que o condenado não faz jus 
a remição do art. 126, que prevê expressamente ao condenado que cumpre 
pena no regime fechado e semi aberto. 
Note-se que a lei fala em trabalho e não em emprego. Portanto, 
mesmo que o condenado exerça uma atividade laboral sem registro, a 
exemplo de venda de produtos autônomas, faxina, lavagem de carro poderá 
ser inserido no regime aberto 
 
5. Fixação legal do regime inicial de cumprimento de pena - art. 33, § 
2º CP, sumula 718, 719, STF. 
Pelo art. 33, § 2º, determina que as penas privativas de liberdade 
deverão ser executadas de forma progressiva, segundo o mérito do 
condenado, e fixa o critério para a escolha do regime inicial de 
cumprimento da pena, a saber: 
- condenado a pena superior a oito anos- deverá começar a cumpri-la em 
regime fechado. ( alínea a) 
- o condenado NÃO REINCINDENTE, cuja pena seja superior a 04 anos e 
não exceda a 08 anos, desde o principio, poderá começar a cumpri-la em 
regime semi-aberto. ( alínea b) . 
- o condenado NÃO REINCIDENTE, cuja pena seja igual ou inferior a 04 
anos, , poderá desde o inicio cumpri-la em regime aberto. 
17 
 
 
 
Impossibilidade de cumprimento de pena em regime mais gravoso do 
que o determinado na sentença condenatória - o STJ já consolidou 
entendimento segundo o qual, na falta de vagas em estabelecimento 
adequado para o cumprimento do regime prisional imposto na sentença 
condenatória, não se justifica a colocação do condenado em condições 
prisionais mais severas, devendo ser autorizado, em caráter excepcional, 
regime prisional mais benéfico. Ainda, que as pacientes tenha sido 
permitido cumprir a pena em prisão domiciliar em razão da falta de vagas 
em estabelecimento adequado, uma vez, superado tal empecilho, a pena 
deve ser cumprida em regime fixada na sentença, inexistindo direito a 
permanência em regime domiciliar. 
Constitui constrangimento ilegal submeter o apenado a regime mais 
rigoroso do que aquele do qual obteve progressão. 
Em sentido contrario: Cezar Roberto Bitencourt: aduz que a lei 
7210/94 afastou a possibilidade de concessão de prisão domiciliar fora 
das hipóteses previstas no art. 117. 
 
5.1. Condenação por mais de um crime - art. 111, da LEP 
Havendo condenação por mais de uma crime no mesmo processo ou 
processo distintos, a determinação do regime será feita pelo resultado da 
soma ou unificação de penas, observados quando for o caso de detração ou 
remição . 
 
6. A lei 8072/90 e a imposição do cumprimento inicial da pena em 
regime fechado nos crimes nela previstos 
A pena imposta a crimes hediondos ( art. 2º, §1 da lei 8072/90) deve 
ser cumprida integralmente em regime fechado, cabendo progressão de 
regime depois do cumprimento de 2/5 da pena ( se primário) e 3/5 o 
reincidente. 
Assim, após a nova redação legal ( lei 11.464/07), embora seja 
possível a progressão de regime, o condenado por qualquer das infrações 
previstas na lei 8072/90 terá de cumprir sua pena, sempre, inicialmente, em 
regime fechado, não importando a pena aplicada ao caso concreto. Dessa 
forma, se alguém houver sido condenado a cumprimento de uma pena 
inferior a 08 anos de reclusão, o que , objetivamente, nos termos das alíneas, 
b, c, do § 2º, do art. 33, CP possibilitaria a fixação dos regimes semiaberto 
e aberto, de acordo com o § 1º, do art. 2º, da lei 8072/90, o regime inicial 
será, obrigatoriamente o fechado. 
 
7- Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)- lei 11.671/08, art 52 da 
LEP (natureza excepcional ) 
18 
 
 Entende Julio Fabbrini Mirabete “ O regime disciplinar diferenciado 
foi concebido para atender as necessidades de maior segurança nos 
estabelecimentos penais e de defesa a ordem publica contra criminosos 
que, por serem lideres ou integrantes de facções criminosas, são 
responsáveis por constantes rebeliões e fugas ou permanecem, mesmo 
encarcerados, comandando ou participando de quadrilhas ou organizações 
criminosas atuantes no interior do sistema prisional e no meio social”. 
 Tais medidas se justificam em razão do interesse publico. O referido 
diploma legal condicionou a admissão do preso á decisão previa e 
fundamentada do juízo federal competente, após receber os autos de 
transferência enviados pelo juízo responsável pela execução ou pela prisão 
provisória ( art. 4º). É de natureza excepcional e não poderá ser superior a 
360 dias, podendo ser renovado excepcionalmente quando suscitado pelo 
juízo de origem. 
 
8. Uso de algemas 
O STF aprovou por unanimidade a sumula vinculante n. 11 
disciplinando as hipóteses em seria cabível o uso de algemas : 
Sumula vinculante n. 11- só é licito o uso de algemas em caso de 
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo a integridade física 
própria ou alheia, por parte do preço ou de terceiros, justificada a 
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil 
e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato 
processual a que se refere sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
Paulo Rangel: com a sumula vinculante a policia só poderá algemar 
o detido quando este oferecer resistência, ameaça de fugir no momento da 
prisão, ou tentar agredir agentes da policia ou a si própria. Dessa forma, 
ausentes os requisitos acima o suspeito deve ser preso sem algemas, sob 
pena do Estado ser processado civilmente e os agentes responderem 
administrativamente, civilmente e penal. 
 
9- progressão e regressão de regime - art. 33, § 2º CP, art. 112, art. 118 
LEP, 
É a transferência do condenado para regime menos rigoroso, a ser 
determinado pelo juiz quando o preso tiver cumprido pelo menos 1/6 da 
pena. A regressão vem disciplinada no artigo 118 da LEP 
A progressão é um misto de tempo mínimo de cumprimento de pena 
art. 112 LEP ( critério objetivo) com o mérito do condenado ( critério 
subjetivo- ). A progressão é uma medida político criminal que serve de 
estimulo ao condenado durante o cumprimento de sua pena. A possibilidade 
de ir galgando para o regime menos rigoroso faz com que o condenado 
tenham esperança do retorno paulatino ao convívio social. 
 
19 
 
A progressão não poderá ser realizada por saltos deverá sempre 
obedecer o regime seguinte. 
 
10- regime especial -art. 37 CP, art. 82,83, 88, 89 da LEP, 
Procurando evitar a promiscuidade das penitenciarias, a lei determina 
que as mulheres cumpram penas em estabelecimentos especiais. 
- deverão possuir agentes femininas nas seguranças de suas dependências 
internas ( art. 83, da LEP incluído pela lei 12.121/09. 
- lei 11.942/09 de maio, determinou que os estabelecimentos destinados a 
mulheres serão dotados de berçário onde as condenadas poderão cuidar de 
seus filhos no mínimo até 06 meses de idade. 
- as penitenciarias femininas serão dotadas de creche para abrigar crianças 
desamparadas de 6 meses ate 07 anos de idade. art. 89 LEP. 
 
11. Trabalho do preso e remição de pena art. 39 CP, art. 31 , art. 29 , 
126, §§ 1º e 2º , art. 127 LEP. 
Remição é o beneficio, de competência do juízo da execução, 
conferido ao condenado que pena privativa de liberdade em regime fechado 
ou semi-aberto, consistente no abatimento de parte da pena na proporção 
de um dia de pena por 03 dias de trabalho. 
Remiçao pelos Estudos. 
O instituto da remição não pode ser aplicado ao condenado que 
cumpre pena no regime aberto. 
Remuneração , não pode ser inferior a ¾ do salário mínimo.( art. 29 
caput LEP ) 
O condenado punido por falta grave perderá o direito ao tempo 
remido, começando um novo período a partir da data da infração 
disciplinar. ( art. 127 LEP) 
O tempo remido será computado para a concessão de livramento 
condicional e indulto ( art. 128 LEP). A recusa do preso aotrabalho 
caracteriza a inaptidão aos requisitos de natureza subjetiva indispensável 
a obtenção dos demais benefícios, a exemplo da progressão de regime do 
art. 112 LEP. 
 Caso o Estado pela inércia não viabilize para que seja cumprida a 
LEP, poderá o juiz da execução, conceder a remição aos condenados que 
não puderam trabalhar. 
O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado 
somente em serviços ou obras publicas realizados por órgãos da 
administração direta e indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas 
as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina ( art. 36, 37 daLEP) 
 
12. Detração art. 42, CP, 111 da LEP. 
É o instituto jurídico mediante computam-se, na pena privativa de liberdade 
20 
 
e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no 
estrangeiro e o de internação em qualquer estabelecimento referido no 
artigo 41 CP. 
 
 
13. Superveniência de doença mental - art. 41 CP, art 181, LEP 
O condenado que sobrevêm doença mental será recolhido a hospital de 
custodia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento 
adequado. 
 
14. Prisão albergue domiciliar 
O artigo 117 da LEP, admite o recolhimento do condenado a pena 
privativa de liberdade no regime aberto em residência particular 
exclusivamente nas hipóteses ali previstas, em rol taxativo. 
De acordo com o disposto no art 146-B, II, da LEP, inserido pela lei 
n. 12.258/10, o juiz poderá definir a fiscalização por meio de monitoração 
eletrônica quando determinar a prisão domiciliar. 
Discute-se, se caberia prisão albergue domiciliar fora dos casos 
acima mencionados quando inexistisse na comarca casa do albergado. O 
STJ tem se manifestado pela possibilidade pela possibilidade do 
recolhimento domiciliar mesmo fora das hipóteses do art 117 da LEP. Já o 
STF tem posição contraria, não admitindo a prisão domiciliar fora dos casos 
elencados do art 117 da LEP. 
 
 
 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
 
1) INTRODUÇÃO 
 Ao prolatar uma sentença condenatória, deve o juiz verificar se não é o caso 
de substituir a pena privativa de liberdade por uma outra espécie de pena (art. 59, IV) 
ou pelo sursis. 
1.1. Conceito 
É a sanção penal imposta em substituição a pena privativa de liberdade 
consistente na supressão ou diminuição de um ou mais direitos do 
condenado. 
As penas restritivas de direitos são autônomas (e não acessórias) e substitutivas 
(não podem ser cumuladas com penas privativas de liberdade); também não podem ser 
suspensas nem substituídas por multa. As penas restritivas de direito foram 
paulatinamente introduzidas como uma alternativa à prisão. Seu campo de atuação foi 
significativamente ampliado pela Lei 9.714/98. 
 
21 
 
2. Pressupostos 
As penas restritivas de direito não podem substituir a pena privativa de liberdade em 
toda e qualquer ocasião. Para ser aplicada, é preciso que sejam observados os requisitos 
previstos no art. 44 do Código Penal. Estes requisitos são de duas ordens: 
 
I. Objetivos: 
-art. 44, 1ª parte- pena privativa de liberdade não superior a 04 anos 
sem violência ou grave ameaça. 
-crimes culposos- art. 44 2ª, parte. 
 
 Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos, desde que o crime não seja 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. art. 44, I, 1a parte; 
 Qualquer crime culposo – art. 44, I, in fine; 
 A exigência que o crime seja culposo, ou, sendo doloso, o crime, 
com pena até 4 anos, cometido sem violência, revela o desvalor da ação, além do 
desvalor do resultado. 
 
II. Subjetivos: 
-art. 44, II - não reincidente em crime doloso ( art. 44, § 3º, CP) 
- art. 44, III, favorável ao agente 
 Não reincidência em crime doloso – art. 44, II; a reincidência era uma vedação 
absoluta antes da lei 9.714/98. Todavia, com a nova redação do art. 44, § 3º, 
do Código Penal, apenas a reincidência em crime doloso impede a concessão 
do benefício, e este impedimentos sequer representa uma vedação absoluta, 
pois, na forma do art. 44, § 3º, pois o juiz, mesmo em caso de reincidência em 
crime doloso, pode utilizar a substituição, desde que a medida seja 
socialmente recomendável e a reincidência não seja específica. 
 Prognose favorável ! no sentido de que a substituição será suficiente, tendo 
em vista a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade 
do condenado, bem assim os motivos e as circunstâncias do crime – art. 44, 
III. 
 
Ressalte-se que trata-se de pena substitutiva, isto é, o juiz primeiro fará o cálculo 
da pena privativa de liberdade, e depois examinará se presentes os requisitos subjetivos 
e objetivos para a substituição por pena restritiva de direitos. 
Se a pena for igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por uma pena 
restritiva de direito ou por multa; se igual ou superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade poderá ser substituída por (art. 44, §2o ): 
 pena restritiva de direitos + multa (ou) 
 02 (duas) penas restritivas de direitos 
Pode, contudo, haver aplicação cumulativa de restritiva de direito com multa mesmo 
quando a condenação seja inferior a um ano: ocorre quando a cominação legal for de 
pena privativa de liberdade + multa (o que não se permite é a substituição cumulativa 
22 
 
para as duas penas referidas quando se tratar de crimes cuja condenação seja igual ou 
inferior a 1 ano). 
A aplicação de pena restritiva de direitos não é um direito subjetivo do Réu, 
depende de avaliação do juiz no caso concreto. No entanto, entende-se que o juiz, se 
presentes os requisitos objetivos, não havendo reincidência em crime doloso, o juiz 
necessita fundamentar a decisão que não concede a liberdade (Luiz Régis Prado). 
Não há impedimento que se dê a substituição mesmo em caso de crimes hediondos 
(Lei 8.072/90), mesmo que presentes requisitos de natureza objetiva e subjetiva. 
 
3. Espécies -art. 43 CP 
3.1. Classificação : 
a- genéricas - aplica-se em qualquer situação, salvo, se ela exigir 
restrição especifica. ( art. 43, I, II, IV, VI, CP) 
b- especifica - aplicáveis a substituição a penas por crimes praticados 
no exercício de determinadas atividades com violação do dever ( art. 43, V, 
CP). 
 
3.2. Sempre substitutiva - art. 44, CP 
Nunca é imposta com pena cumulada de prisão. 
1- calculo da privativa de liberdade 
2 - analise dos pressupostos objetivos e subjetivos 
 
3.3. Quantidade da pena privativa de liberdade - art. 44, §2º, CP 
-Condenação igual ou inferior a 01 ano - multa ou uma pena 
restritiva de direitos. 
-condenação superior a 01 ano- uma pena restritiva de direito e 
multa ou duas restritivas de direitos. 
 
4. Conversão em pena privativa de liberdade- art. 44, § 4º CP. LEP 
181, §§ 1º a 3º. 
Obrigatoriamente, a pena restritiva de direito converte-se em pena 
privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da 
restrição imposta. 
Do calculo da pena privativa de liberdade a executar-se será deduzido 
o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo 
de 30 dias de detenção ou reclusão. 
 
5. Superveniência de condenação a pena privativa de liberdade- 
art. 44, CP. 
Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, 
o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de 
aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
Art 181 da LEP traz outras causas de conversão. 
23 
 
 
 
 
6. ESPECIES DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS: 
A)PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (ART. 45 § 1º) 
Tem caráter indenizatório, e consiste no pagamento de dinheiro à vítima, seus 
dependentes ou entidade pública ou privada com destinação social (só se não houver 
dano ou se não houver vítima imediata/parentes é que o pagamento irá para entidade 
pública ou privada com destinação social). 
Trata-se, na verdade, de uma forma de reparação do dano, pois o valor pago deve 
ser abatidodo valor da condenação civil. Cezar Bitencourt defende a ampliação para 
enfeixar a composição civil do JECrim (compensação da prestação pecuniária 
decorrente de transação penal ou condenação em audiência – art. 81, lei 9099/95 – com 
eventual composição civil – em se tratando de ação penal pública incondicionada, pois 
nas outras, a composição civil faz extinguir a punibilidade). 
O juiz deve fixar a importância entre 1 e 360 salários mínimos – alguns 
questionam a constitucionalidade dessa vinculação, vide CF, art. 7o, IV, in fine. 
A.1. PRESTAÇÃO DE OUTRA NATUREZA – INOMINADA (ART. 45 § 2º) 
O art. 45, § 2º preceitua que, aceitando o beneficiário, a prestação pecuniária pode 
consistir em prestação de outra natureza (cestas básicas, medicamentos, etc.). Não pode 
ter natureza pecuniária (não pode ser multa, perda de bens ou valores nem prestação 
pecuniária); acontece que pena inominada é igual a pena indeterminada, o que feriria o 
princípio da reserva legal... 
A substituição tem de ter caráter consensual, pois precisa da concordância prévia do 
beneficiário – se já estiver em grau recursal, o processo deve baixar para ser examinado 
o cabimento e eventual oitiva do beneficiário (o Tribunal não pode aplicar essa pena). 
Cezar Bitencourt entende que o beneficiário de que trata o dispositivo não é o 
condenado, mas aquele que se beneficiaria com o resultado da prestação pecuniária que 
seria aplicada. 
 
B.PERDA DE BENS E VALORES (ART. 45, § 3º) 
A perda de bens e valores visa impedir que o Réu obtenha qualquer benefício em 
razão da prática do crime. Deve-se distinguir o confisco-efeito da condenação do 
confisco-pena: o primeiro se refere a instrumentos e produtos do crime (art. 91, II, a e 
24 
 
b), enquanto o segundo relaciona-se com o patrimônio do condenado, indo para o Fundo 
Penitenciário Nacional, motivo pelo que se questiona sua constitucionalidade. 
A perda de bens incidirá sobre o maior dos valores: 
 o montante do prejuízo causado 
 o provento obtido pelo agente ou por terceiro pela prática do crime. 
 
 
C.PRESTAÇÃO SERVIÇOS À COMUNIDADE OU A ENTIDADES PÚBLICAS 
(art. 46) 
A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição de tarefas gratuitas 
ao condenado, de acordo com as suas aptidões, que deverá ser cumprida em entidades 
assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos afins, em 
programas comunitários ou estatais. 
Pode ser aplicada para as condenações superiores a 6 meses de privação de 
liberdade. Penas inferiores a 6 meses estão sujeitas a outras penas alternativas, não de 
prestação de serviços à comunidade. 
A prestação de serviços à comunidade deve ser cumprida à razão de 1 hora de 
trabalho para cada dia da condenação. Em outras palavras, para cada hora de trabalho, 
o condenado diminuirá um dia de condenação. Mas como a prestação de serviços deve, 
em regra, ter a mesma duração (CP., art. 55) da pena privativa de liberdade cominada 
(ex: pena de 9 meses de detenção = 9 meses de prestação de serviços à comunidade), a 
regra é que o condenado trabalhe uma hora por dia. Contudo, se a pena substituída for 
superior a 1 ano, poderá o condenado cumprir a pena de prestação em menos tempo, 
nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. Isto é, quando a pena 
substituída for superior a 1 ano, o agente pode trabalhar mais de 1 hora por dia, para 
cumprir a pena em menos tempo, nunca inferior à metade do tempo da pena fixada. (art. 
46, § 4º) 
D.INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS (Art. 47)-Consiste em: 
 proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato 
eletivo ! a suspensão é temporária, não precisa ser crime contra a Administração 
Pública, basta ter havido violação dos deveres inerentes ao cargo, função ou 
atividade. Não se confunde com a perda do cargo (efeito da condenação, CP, art. 92, 
I). 
 proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder público ! decorre do crime cometido 
com prática de violação dos deveres de profissão, atividade ou ofício. Abrange, por 
conseguinte, apenas a profissão em que ocorreu o abuso, não envolvendo outras 
profissões que o agente possa exercer. 
25 
 
 suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo ! somente para crimes 
culposos de trânsito quando, à época do crime, o condenado era habilitado ou 
autorizado a dirigir, não se aplicando à permissão para dirigir veículos (art. 148, §2o, 
CTB) porque não prevista em lei; 
 proibição de freqüentar determinados lugares ! na verdade, é restritiva de liberdade, 
e não de direito; deve haver uma relação criminógena entre o lugar em que o crime 
foi praticado e a personalidade (conduta do apenado), não sendo para qualquer tipo 
de crime, lugar ou infrator. 
Pela sua natureza, deve ser aplicada apenas aos delitos relacionados ao mau uso do 
direito interditado. Possui caráter preventivo especial (impedir a reincidência) e geral 
(reflexo econômico). Não se confunde com os efeitos da condenação do art. 92, visto 
que estes são sanções éticas ou administrativas, e não penais. 
E)LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA (art. 48) 
Consiste na obrigação de permanecer, aos fins-de-semana, por 05 (cinco) horas 
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, no qual serão 
ministrados cursos e tarefas educativas. 
 
 
 
 
 
 
MULTA - ART 49 CP 
 
1.Conceito 
Sanção penal que consiste na imposição ao condenado da obrigação de 
pagar ao fundo penitenciário , determinada quantia em dinheiro, calculada 
na forma de dias-multa. 
 
2. Aplicação 
Para a dosimetria da pena de multa, deve o juiz passar por três etapas: 
a) 1a fase: fixação do número de dias-multa com base em todas as circunstâncias 
(judiciais, legais agravantes e atenuantes e causas de aumento e diminuição) – mínimo 
de 10 e máximo de 360. 
b) 2a fase: valor do dia-multa, tendo em vista a situação econômica do réu (art. 49 e §§) 
– min. De 1/30 do maior salário mínimo vigente e máximo de 5 vezes esse salário; 
c) 3a fase: se a multa for ineficaz, em virtude da situação econômica do réu, pode o juiz 
triplicar o valor (art. 60, §1o). 
26 
 
Preceitua o art. 49, §2o, que, quando da execução, deve haver atualização do valor da 
multa pelos índices de correção monetária – já entendeu o STJ que o termo a quo é a 
data do fato. 
3.Execução da multa não paga 
 
 Com o trânsito em julgado da sentença condenatória, a multa 
transforma-se em dívida de valor, devendo ser aplicada a legislação relativa à dívida 
ativa da Fazenda Pública, inclusive quanto às causas interruptivas e suspensivas da 
prescrição (art. 51, com redação dada pela Lei n. 9268/96) – assim, não é mais possível 
a conversão da pena de multa descumprida em detenção. A dúvida que ficou é: a quem 
cabe promover a sua execução? Damásio de Jesus e Fernando Capez defendem que a 
atribuição é da Procuradoria Fiscal perante a Vara da Fazenda Pública, com prescrição 
qüinqüenal (regras do CTN e da Lei n. 6830/80); já Cezar Bitencourt, Alexandre de 
Moraes e Gianpaolo Smanio defendem que a atribuição é do Ministério Público perante 
a Vara das Execuções Criminais (arts. 164 a 167, LEP), com prescrição de dois anos 
(art. 114, CP) e causas interruptivas e suspensivas da Lei n. 6830/80. 
 
4. Intransmissibilidade - art. 5º, XLV CF, 
Natureza personalíssima ( o pagamento não pode ser exigido dos herdeiros) 
 
5. Pagamento da pena de multa - art. 50 CP 
Transitada em julgado deve ser paga em 10 dias. 
 
6. Parcelas mensais - art. 50 §§ 1º, 2º, CP- 
O juiz atendendo o pedido do condenado pode decidir o pagamento 
em parcelas. 
O condenado deve pleitear o pedido antes dos 10 dias ( art. 169 LEP) 
art. 169, LEP § 1º- lei não determina a quantidade 
art. 169, § 2º lep - pode o juiz da execução verificar a situação do réu. 
Cobrança de multa pode ser descontado do saláriodo condenado, o 
desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento 
do condenado e de sua família; art. 50,§ 2º CP e art. 168, I, CP. 
 
7. Conversão da multa e revogação - art. 51 CP 
Não se converte multa pena privativa de liberdade 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios 
 
01. Explique o conceito de pena? 
 
 
2. Qual a classificação das penas no CP? 
 
 
3. Qual a finalidade das penas? 
 
 
 
4- explique as teorias sobre o fundamento e finalidade da pena 
e qual adotada no Brasil? 
 
 
 
5. explique e fundamente os princípios das penas: 
- reserva legal 
28 
 
-personalidade ou intransmissibilidade 
-principio da proporcionalidade ou individualização 
Principio da inderrogabilidade ou inevitabilidade 
-´principio da humanização 
 
6- O que é pena privativa de liberdade? 
 
 
 
7- Como pode ser cumprida a pena privativa de liberdade? 
Explique. 
 
8. Quais os regimes penitenciários para a execução da pena 
privativa de liberdade? 
 
 9.quais as regras do regime fechado, semi aberto e aberto? 
 
 
 
10. qual o cumprimento inicial da pena em na lei 8072/90? 
Cabe progressão de regime? 
 
 
11- qual o prazo que pode o condenado cumprir a pena em 
estabelecimento de segurança máxima federal? obs. art. 3, 10, § 3 
da lei 11.671/08. 
 
 
12- explique a progressão e regressão do regime? 
 
13- o que é o regime especial da pena? 
 
 
14- o que remição da pena?. 
 
 
15- o que é detração da pena?28- explique o art. 41, CP. 
 
29 
 
16- explique a sumula vinculante n. 11. 
 
 
 17. Quais os limites das penas no Brasil? 
 
 
18. Diferencie o tempo de cumprimento de penas e o tempo 
de condenação. 
 
19. Diferença entre soma e unificação. 
 
20. Qual o tempo que deverá ser procedido os cálculos para a 
concessão dos benefícios legais. Explique as correntes e a sumula. 
 
21. Quais as espécie de penas restritivas de direito? 
Fundamente? Explique. 
 
22. Qual a classificação das penas restritivas de direitos? 
 
23- Explique o art. 44, I, II, III, e § 3º CP. 
 
 
 
24- Explique os pressupostos objetivos e subjetivos 
utilizados pelo juiz para aplicação das penas restritivas de 
direitos? 
 
 
25. Explique o art. 44, §2º, 4º, 5º CP. 
 
 
26. A pena de multa pode ser convertida em pena privativa de 
liberdade? 
 
 
27. A pena de multa são transmissíveis aos herdeiros? 
Fundamente. 
 
30 
 
 
28- qual a causa que suspende uma pena de multa? 
 
 
 
29. Explique as características das penas restritivas de 
direitos. 
 
 
 
30.O que é uma pena restritiva de direitos? 
 
 
 
 
 
 
 
LIM ITAÇÃO DAS PENAS –ART 75 CP 
1. Limite das penas 
art. 5º, XLVII, CF, proíbe penas de caráter perpétuos- art. 75, caput - 
cumprimento de penas privativas de liberdade - 30 anos 
 
2. Tempo de cumprimento 
- não se confunde com tempo de condenação. 
- poderá o agente ser condenado a 300 anos? 
- não poderá cumprir, como regra, o tempo superior a 30 anos. 
 
2.1. Unificação- art. 75, parágrafo 1º. 
 Sobrevindo nova condenação- art. 75, parágrafo 2º.- despreza-se o 
período já cumprido. 
Embora a lei tenha determinado o prazo Maximo de 30 anos, se o agente, 
após, a unificação, vier a ser condenado por fato posterior ao inicio do 
cumprimento da pena, deverá ser realizado nova unificação, sendo 
desprezado, para esse fim, o período de pena já cumprido. Assim, de acordo 
com o art. 75, § 2, CP, o limite efetivo de cumprimento poderá ser superior 
a 30 anos. Exemplo: presos que causam a morte de outros presos, nesse 
caso o período de pena já cumprido será desprezado. Devendo sua nova 
condenação somar-se ao restante de cumprimento de pena, para efeito 
de ser realizado nova unificação, caso, ultrapasse novamente os 30 anos. . 
31 
 
 
3. Diferença entre soma e unificação 
Soma- ( matemático) todas as penas computadas a fim de se conheça o total. 
Unificação- o julgador deverá desprezar para efeitos de cumprimento de 
pena, o tempo que exceder a 30 anos. 
 
4. Tempo sobre o qual deverá ser procedida os cálculos para a 
concessão dos benefícios legais. 
1º corrente- total das penas unificadas ( 30 anos) 
2 ª corrente- total das penas somadas 
STF sumula 715- 2º correntes 
 A pena unificada para atender ao limite de 30 anos de cumprimento 
de determinado pelo art. 75, CP, não é considerado para concessão de outros 
benefícios, como livramento condicional, sursis . ( sumula 715 STF ) 
 
 
 
 
CONCURSO DE CRIMES 
 
1. Conceito 
Dá-se o concurso de crimes quando o agente, com uma ou varias condutas, ação ou 
omissão realiza pluralidades de crime. 
 
2. Sistemas de Aplicação de pena para o concurso de crimes 
a) Sistema do Cumulo material 
Por este sistema o juiz primeiro individualiza a pena de cada crime praticado pelo 
agente, somando todas ao final. 
Adotamos o cumulo matéria no concurso material ( art 69 CP), no concurso formal 
improprio ( art 70 caput 2ª parte CP) e no concurso de pena de multa ( art 72, CP). 
 
b) Sistema da exasperação . 
Neste, o juiz aplica a pena mais grave, dentre as cominadas, para os vários crimes 
praticados pelo agente. Em seguida majora essa pena de um quantum anunciado em 
lei. adotamos esse sistema no concurso formal próprio ( art 70, caput, 1º parte) e 
continuidade delitiva ( art 71, CP). 
 
c) Sistema da absorção 
Para este sistema a pena aplicada ao delito mais grave acaba por absolver os demais, 
que deixam de serem aplicadas. ex: crimes falimentares. 
 
3. Concurso material - art 69, CP 
32 
 
Dá-se o concurso material ou real quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicando-se 
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. 
 
3.1. Requisitos do concurso material 
a) pluralidade de condutas 
b) pluralidade de crimes 
ex: João entra no estabelecimento comercial e atira em Antonio, dono do comercio. 
Sai em fuga subtraindo um carro. Praticou dois crimes. Homicidio e furto em 
concurso material. 
 
3.2. Formas de concurso material 
a) homogêneo – quando os crimes nas pluralidades de conduta são da mesma 
espécie. ex: dois furtos 
b) heterogêneo- quando os crimes são de espécies distintas ( ex. Estupro e roubo). 
 
3.3. Condenação as penas de reclusão e detenção 
Nos termos final do art, 69, CP, em caso de aplicação cumulativa de penas de 
reclusão e detenção, deverá ser executadas primeiramente as de detenção. 
3.4.Condenação a pena privativa de liberdade e restritivas de direitos –art 69, 
§ 1º, CP 
Quando o agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa ( 
sursis), por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição por 
restritivas de direitos. 
 
3.5. Concurso material e penas restritivas de direitos- art. 69 § 2º CP 
Sendo aplicada duas penas restritivas de direitos, é possível que o condenado, 
cumpra ambas simultaneamente, desde que, sejam compatíveis entre si. 
 
4. Concurso formal – art 70 CP 
O concurso formal ou ideal o sujeito age mediante uma só ação ou omissão, 
praticando dois ou mais crimes idênticos ou não. 
 
4.1. Requisitos do concurso formal 
a) unicidade de conduta 
 
b) pluralidade de crimes 
 
Exemplo : Joao conduzindo seu automóvel com manifesta imprudência, perde o 
controle em uma avenida e atropela antonio e Maria, causando a morte de ambos 
pedestres. Joao praticou dois homicídios em direção de veículos automotor ( art 302, 
CTB) 
33 
 
Embora se exija conduta única para configuração dessa espécie de concurso, nada 
impede que esta mesma conduta seja fracionada em diversos atos, o que se 
denomina ação única desdobrada. 
Exemplo: Joao ingressa no ônibus coletivo e subtrai, mediante grave ameaça, os 
pertences pessoais dos passageiros. 
 
4.2. Formas de concurso formal 
a) homogêneo – os crimesdecorrentes de conduta única são da mesma espécie. 
 
b) heterogêneos- os crimes decorrente de conduta única são de espécie distintas. 
 
c) próprio, perfeito ou normal- O agente, apesar de provocar dois ou mais 
resultados, não age com designios autônomos, isto é, não tem intenção independente 
em relação a cada crime. 
 
d) improprio, imperfeito ou anormal 
O sujeito age com designios autônomos. Esta espécie so tem cabimento em crimes 
dolosos. 
 
 
4.3. Aplicação da pena no concurso formal perfeito( próprio): 
Incide o sistema da exasperação ,O juiz aplica uma só pena, se idênticas, ou a maior, 
se diferentes, aumentada de um sexto ate a metade. Quanto maior numero de fração, 
maior deve ser o aumento. 
Ex: Joao reincidente, conduzindo seu veiculo em alta velocidade, com manifesta 
neligencia, atropela e mata um casal que atravessava a rua. O juiz aplica a pena de 
um só homicídio culposo no transito ( art 302, CTB), aumentada de um sexto até a 
metade. 
 
4.4. Aplicação da pena no concurso formal imperfeito ( improprio) 
No concurso formal imperfeito, o agente pratica uma única conduta, entretanto, seu 
objetivo é praticar dois ou mais crimes. Por haver designios autônomos, as penas 
deverão serem somadas, aplicando-se a mesma regra do concurso material de 
delitos. 
 
5. Continuidade Delitiva- art 71 CP 
Verifica-se o crime continuado quando o sujeito , mediante pluralidade de condutas, 
realiza uma serie de crimes da mesma espécie, guardando entre si um elo de 
continuidade ( em especial, as mesmas condições de tempo, lugar e maneira de 
execução). 
Nota-se que o instituto esta embasado em razoes de politica criminal, o Juiz ao invés 
de aplicar as penas correspondentes aos vários delitos praticados em continuidade, 
34 
 
por ficção jurídica, para fins das penas, considera-se como se um só crime fosse 
praticado pelo agente, devendo ter sua reprimenda majorada. 
 
5.1. Espécies de crime continuado 
5.1.1.) crime continuado genérico ou comum 
Previsto no art 71 caput do CP, quando o agente mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, 
lugar e maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser 
havidos como continuação do primeiro. 
 
a. Requisitos 
-A.1. Pluralidade de condutas- mais de uma ação ou omissão que impliquem em 
vários crimes . 
 
A.2.pluralidade de crimes da mesma espécie- aproxima-se do concurso material 
ao exigir condutas provocando vários crimes. Diferencia-se no entanto ao restringir 
sua aplicação a crimes da mesma espécie. 
STF: crimes da mesma espécie são aqueles previsto no mesmo tipo penal, 
protegendo igual bem juridico. 
STJ: em recente decisão excepcionou-se este raciocínio aplicando continuidade 
delitiva entre crime de apropriação indébito previdenciário e do crime de sonegação 
previdenciária, previstos em tipos penais deiferentes. (168-A e 337_A CP) 
 
A.3. Elo de continuidade – esse elo se revela através de: 
a.3.1. Das mesmas condições de tempo- a lei não anuncia qual o hiato temporal 
máximo que deve existir , sendo que a jurisprudência considera que não pode 
suplantar a 30 dias. 
a.3.2 . Das mesmas condições de lugar- mesma comarca ou comarca vizinha. 
a.3.3. Da mesma maneira de execução ( modus operandi)- a lei exige 
semelhança, e não identidade. Refere-se ao modus operandi de realizar a conduta 
delitiva , maneira de execução é o modo a forma, o estilo de praticar o crime. 
a.3.4. outras circunstancias semelhantes – abrange qualquer outra circunstancia 
que se possa concluir pela continuidade. 
 
 Verificando-se os requisitos acima, a aplicação da pena se dará conforme o sistema 
da exasperação: o juiz escolherá qualquer das penas, se idênticas, ou a maior delas 
se distintas, aumentada em 1\6 a 2\3. O aumento leva-se em consideração a 
quantidade de infrações praticadas. 
ex: Joao pratica 05 furtos valendo-se das mesmas circunstancias de tempo, local e 
modo de execução . 
 
5.2. Crime continuado especifico -Esta previsto no art 71, paragrafo único do CP. 
35 
 
A principal característica da continuidade delitiva especifica é exigir ( ao lado dos 
requisitos do crime continuado genérico), que os crimes sejam dolosos, com vitimas 
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça a pessoa. 
 
6. concurso de crimes e pena de multa 
o art 72, CP, Para fixação de pena de multa só se aplica uma regra: aplicação distinta 
e integral. 
Destaques: 
 concurso de crimes e prescrição – art 119, CP- a extinção de punibilidade incidira 
sobre as penas de cada um dos crimes, isoladamente. 
 
 Concurso de crimes e sursis – sumula 723 do STF: não se admite a suspensão 
condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração 
mais grave com o aumento mínimo de 1\6 for superior a 01 ano. 
 
 
 
 
 
Suspensão condicional da pena ( SURSIS) - ART 77 CP 
 
1. Conceito: 
Trata-se de beneficio consistente na suspensão da execução pena 
privativa de liberdade, mediante condições impostas pelo juiz, após, o 
preenchimento dos requisitos legais. 
 
1.1. Finalidade 
A suspensão da execução da pena tem por finalidade evitar o 
aprisionamento daqueles que foram condenados apenas de curta 
duração, evitando assim, o convívio promíscuo e estigmatizante do 
cárcere. 
 
1.2. Sistemas 
a. Sistema anglo-americano ou “ probation system”: O MAGISTRADO, 
sem aplicar pena, reconhece a responsabilidade penal do réu, submetendo-
lhe a um período de prova, no qual, em liberdade, deve ele comportar-se 
adequadamente. 
 
b. sistema do probation of. First offenders act: O juiz determina a 
suspensão da ação penal, permitindo a liberdade do acusado, sem contudo, 
declara-lo, culpado. Durante a suspensão, o réu deve apresentar boa 
36 
 
conduta, pois, caso contrario, é reiniciada a ação penal. Esse sistema foi 
acolhido no Brasil, no tocante a suspensão condicional do processo, 
definida pela lei 9099/95, art. 89. 
 
c. sistema franco belga - o réu é processado normalmente e, com a 
condenação, a ele é atribuída uma pena privativa de liberdade. O juiz 
levando em contas condições legalmente previstas, suspende a execução da 
pena por determinado período, dentro do qual o acusado deve revelar bom 
comportamento e atender as condições impostas, pois, caso contrario, 
deverá cumprir integralmente a sanção penal. Foi adotado pelos artigos 77 
a 82 do CP em relação ao sursis. 
 
 
1.2. Direito subjetivo de condenado ou faculdade do juiz?art. 77, CP, 
art. 157, 156 LEP. 
 
Pela redação do artigo 77, CP, somos induzidos, acreditar, ser uma 
faculdade do juiz. 
Contudo esse não é o melhor entendimento, porque o artigo 157, da 
LEP, determina que o juiz, ou tribunal na sentença que aplicar uma pena 
privativa de liberdade na situação determinada pelo artigo 156, da LEP, 
deverá pronunciar-se motivadamente sobre a suspensão condicional, quer a 
conceda, quer a denegue. 
Ao determinar o obrigatório pronunciamento do juiz, a lei penal exigiu 
fossem analisados todos os requisitos que possibilitam a suspensão 
condicional da pena, os quais, se preenchidos, conduzirão à sua concessão 
pelo juiz. Assim, trata-se de um direito subjetivo do condenado, e não 
simples, faculdade do julgador. 
 
 
1.3. Aplicação do sursis 
1. Se o quantum total da pena encontrar-se previsto no artigo 77 do CP, 
deverá o juiz analisar os requisitos necessários á concessão do sursis. 
2. Se presente concederá a suspensão condicional da pena e, na própria 
sentença condenatória, especificará as condições a quer se terá que sujeitar 
o condenado em substituição a sua privação de liberdade. 
 
2. Requisitos: 
2.1. Objetivos: art. 77 caput, CP. 
a. pena privativa de liberdade ( natureza da pena) 
 
b- pena igual ou inferior a 02 anos ( quantidade da pena) 
 
37 
 
 
c- impossibilidade de substituição por pena restritivade direitos e multa- 
art. 80, CP. 
 
2.2. Subjetivos ( art. 77, I, II, CP) 
a) Réu não reincidente em crime doloso: 
 
b) a culpabilidade, os antecedentes a conduta social e a personalidade do 
agente, bem como os motivos e as circunstancias do crime autorizem a 
concessão do beneficio. 
 
c) todas as circunstancias do art. 59, CP sejam favoráveis ao agente, no caso 
de sursis especial. 
 
3. Espécies de Sursis 
-Sursis simples - o condenado deverá, obrigatoriamente, prestar serviços a 
comunidade, submeter-se a limitação de fim de semana, durante um ano ( 
art. 78, § 1º CP). Cabendo a escolha ao magistrado. 
 
 
 
Sursis Especial - 
-A necessidade de reparação do dano pelo condenado ( salvo, se impossível) 
- Circunstancias do art. 59, CP forem inteiramente favoráveis; 
 
Serão aplicado cumulativamente as seguintes condições: 
a) não freqüentar a determinados lugares. 
b) não ausentar-se da comarca onde reside sem autorização judicial. 
c) comparecer pessoalmente em juízo, todo mês, para informar e justificar 
suas atividades. 
 
 
Sursis etário - 
É concedido para o condenado maior de 70 anos a data da sentença; 
- é cabível a pena for igual ou inferior a 04 anos; 
- o período de prova varia de 04 a 06 anos. 
 
Sursis humanitário - 
- concedido por motivos de saúde; 
- cabível em pena igual ou inferior a 04 anos; 
- período de prova de 04 a 06 anos. 
 
4. Revogaçao do sursis : Pode ser: 
38 
 
A revogação pode ser de duas espécies:] 
 
a) obrigatória - o juiz está obrigado a revogar o sursis. 
 - decorre da lei, não havendo discricionariedade acerca da decisão. 
- 
b. facultativa- permite ao juiz a liberdade de revogar ou não o beneficio 
se não quiser revogar o juiz pode: 
- advertir novamente o condenado; 
 
-Exacerbar as condições impostas ( impor outras condições); 
 
-Prorrogar o período de prova até o Maximo. 
 
4.1. Causas de revogação obrigatória ( não é automática, exige-se 
decisão judicial) art. 81 CP 
- 
a. condenação , transitada em julgado, pela pratica de crime doloso; ( art. 
81, I, CP) 
 
b. frustra, embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem 
motivo justificado, a reparação do dano( art. 81, II CP) 
 
c. descumpre a condição do § 1º, do artigo 71 do CP. 
 O descumprimento de prestação de serviços a comunidade ou da limitação 
do fim de semana, no primeiro ano de prova do sursis simples. 
 
 
4.2. Causas de revogação facultativa art. 81, § 1º, CP 
a- condenação transitada em julgado pela pratica de crime culposo ou 
contravenção , a pena privativa de liberdade ou restritiva de direito, salvo, 
se imposta pena de multa; 
 
b- descumprimento de qualquer outra condição ( condição legais do sursis 
especial e condições judiciais); 
- condições que refere-se o artigo 81, § 1º, são as do artigo 78, § 2º, a, b e 
c, e art. 79 CP . ( as do artigo 78, enseja revogação obrigatória) 
 
5. Prorrogação do período de prova e extinção automática do sursis 
período de prova- é o intervalo de tempo fixado na sentença condenatória 
concessiva do sursis, no qual o condenado deverá revelar boa conduta, bem 
como cumprir as condições que lhe foram impostas pelo poder judiciário. ( 
art. 77 caput- na regra geral varia de 02 a 4 anos). 
No caso do sursis etário ou humanitário o período de prova é de 04 a 
39 
 
06 anos desde que a condenação seja superior a 02 anos ou inferior a quatro 
anos. 
 
5.1. Prorrogação do período de prova ( art. 81, § 2º , CP) 
É a situação em que a duração da suspensão condicional da pena 
excede o prazo do período de prova determinado na sentença condenatória. 
Prevalece o entendimento de que durante a prorrogação o período de prova 
não subsistem as condições do sursis. 
. 
 
5.2. Extinção automática - art. 82, CP 
Cumprido integralmente o período de prova, sem revogação, 
considera-se extinta a pena privativa de liberdade. 
A sentença é meramente declaratória e retroage ao dia em que 
encerrou ao período de prova. Exige-se previa manifestação do MP sob 
pena de nulidade, com fundamento no art. 67 da LEP. 
 
 
 
 
Exercícios 
1. Explique o artigo 5º, XLVII, CF. 
 
 
 
2. Qual o tempo de cumprimento de penas no Brasil? 
Explique. 
 
 
 
 
3. Explique sobre qual tempo de prisão deverão ser 
procedidos os cálculos para concessão de benefícios ao 
preso? 
 
 
4. O que é suspensão condicional da pena? 
 
 
5. O Sursis é um direito subjetivo do condenado ou uma 
40 
 
faculdade do juiz? Explique? 
 
 
6. Quais os requisitos objetivos e subjetivos do sursis? 
 
 
 
7. Quais as espécies de sursis? Explique e fundamente? 
 
 
8. Explique o artigo 81 e parágrafos do CP. 
 
9. No caso de extinção da punibilidade, este efeito é 
automático pelo artigo 82 CP? Explique. 
 
 
 
 
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
1. Evolução histórica 
O livramento condicional surgiu no ano de 1846, na França, com a decisão 
do magistrado Beneville, que se referiu ao instituto denominando-o liberação 
preparatória. 
No Brasil, sua primeira manifestação ocorreu com a edição do código 
republicano. A partir de então, foi mantido pela legislação penal brasileira, 
como derradeira etapa do proceso escalona de reforma criminosa. 
 
1 - Conceito- é o beneficio que permite ao condenado à pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 02 anos a liberdade antecipada, condicional 
e precária, desde que cumprida parte da reprimenda imposta e sejam 
observados os demais requisitos legais. 
 A liberdade é antecipada, pois, o condenado retorna ao convívio 
social antes do integral cumprimento da pena privativa de liberdade. 
 Condicional- durante o período restante da pena ( período de prova), 
o egresso submete-se ao atendimento de determinadas condições fixadas na 
decisão que lhe concede o beneficio. 
 Precária - pode ser revogada se sobrevier uma ou mais condições 
previstas no art. 86 e 87 do CP. 
 
1.1. Duração do livramento 
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Seu tempo de duração corresponde ao restante da pena que estava 
sendo aplicada. 
 
1.2. Natureza jurídica 
Firmou-se a doutrina pátria no sentido de tratar-se o livramento 
condicional um beneficio conferido pela lei ao condenado que preenche os 
requisitos legais. Funciona como um direito subjetivo do condenado, pois, a 
liberdade precoce não pode ser negada aquele que atende os requisitos 
aplicáveis a espécie. 
Há duas posições: 
a. É uma forma de execução da pena privativa de liberdade; 
b. É um direito público subjetivo do condenado. 
Como o sursis o livramento condicional não é favor, mas direito 
subjetivo do sentenciado, desde que preenchidos os requisitos que a lei fixa 
para a concessão. Não se trata de uma faculdade do juiz. 
 
2 - Distinção com o Sursis 
 Os pontos comuns, são benefícios conferidos aos condenados que 
atendem a diversos requisitos previstos em lei. 
 São condicionais pois, durante o período de vigência dos institutos 
seus destinatários sujeitam-se a fiscalização quanto à observância das 
condições juridicamente fixadas. 
 Em ambos o período de prova tem inicio com audiência admonitória. 
 Apresentam a finalidade de evitar a execução da pena privativa de 
liberdade , total ou parcialmente. 
 
 
 As diferenças são distintas: 
No livramento condicional o condenado retorna ao convívio social 
depois do cumprimento de parte da pena que lhe foi imposta, dependendo da 
natureza do crime e de sua condições impostas ( cumpre uma fração da 
reprimenda e, posteriormente, é colocado em liberdade.) 
No SURSIS, o condenado sequer inicia o cumprimento da pena 
privativa de liberdade. É condenado, mas a execução da sua pena é suspensa, 
obstando o seu inicio. 
Quanto a duração: a)No livramento condicional o período de prova, 
também chamado de período de experiência, é representado pelo tempo 
restante da pena ainda não cumprido. Exemplo: o réu condenado a 08 anos, 
obtém o beneficio depois

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