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181PROMILITARES.COM.BR
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A Língua Portuguesa encontra-se em constante alteração, 
modi� cação, evolução e atualização, como todas as línguas ainda faladas. 
Elas não são um sistema fechado e estático, por isso se modi� cam o 
tempo todo, conforme são usadas pelos falantes. O uso faz a regra e os 
falantes fazem uso da língua de modo a suprir todas as suas necessidades 
de comunicação, adaptando-a conforme suas intenções.
Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes 
grupos sociais, com hábitos linguísticos distintos e diferentes graus 
de escolarização, ocorrem variações na forma de usar a língua, 
principalmente de caráter local, temporal e social.
Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo prestígio, 
sendo algumas consideradas incultas e vulgares. No entanto, todas 
as formas de uso da língua devem ser encaradas como fator de 
enriquecimento cultural e não como erros. São apenas variações no 
uso da língua.
(Evanildo Bechara)
TIPOS DE VARIAÇÃO
VARIAÇÕES REGIONAIS 
(DIATÓPICAS OU DIALETAIS)
As variações diatópicas ocorrem de acordo com o local onde 
vivem os falantes, sofrendo sua in� uência. Este tipo de variação 
acontece porque cada região geográ� ca tem suas manifestações 
culturais, com diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo, 
assim, diferentes estruturas linguísticas para a comunicação.
Exemplos de variações regionais:
• diferentes palavras para os mesmos conceitos;
• diferentes sotaques, dialetos e falares;
• reduções de palavras ou perdas de alguns fonemas.
VARIAÇÕES SOCIAIS (DIASTRÁTICAS)
Uma língua também apresenta variações verticais, ou seja, no 
âmbito de uma comunidade especí� ca localizada em uma mesma 
região geográ� ca, caracterizando o que se tem chamado de dialetos 
sociais ou socioletos. Essas variantes ocorrem em todas as sociedades 
e estão diretamente relacionadas às categorias por meio das quais a 
sociedade se organiza.
Exemplos de variações sociais:
• gírias próprias de um grupo com interesses comuns;
• jargões próprios de um grupo pro� ssional.
Entre esses vários fatores de estrati� cação social, costuma-se 
distinguir os seguintes:
• idade;
• sexo;
• pro� ssão;
• posição social;
• graus de escolaridade;
• local de residência.
VARIAÇÃO SITUACIONAL
Um mesmo falante de uma dada língua deve ser capaz de 
variar sua maneira de se expressar dependendo da situação em que 
se encontra. Por exemplo, ao se dirigir a um velho amigo em uma 
festa, certamente o falante deverá usar a linguagem de modo distinto 
daquele que usaria se estivesse em uma entrevista de emprego. 
Variantes situacionais de fala também são denominadas de 
registros ou níveis de fala: o ambiente físico, o contexto social ou 
cultural, o tema da fala, o grau de intimidade entre os interlocutores, 
os elementos emocionais.
Exemplos de variações situacionais:
• linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta, 
usada quando não há familiaridade ou intimidade entre os 
falantes ou em situações em que se exige mais seriedade e 
formalidade de tratamento;
• linguagem informal, considerada menos prestigiada, usada 
quando há familiaridade e descontração entre os falantes ou 
em situações mais descontraídas.
Embora não haja uma escala padronizada de registros, costuma-
se diferenciar os seguintes: formal, coloquial tenso, coloquial distenso 
e informal.
Exemplos:
Formal – Há os que insistem em se locupletarem em detrimento 
de seus pares.
Coloquial tenso – Existem aqueles que teimam em se bene� ciar 
em prejuízo dos demais.
Coloquial distenso – Tem gente que não para de se aproveitar 
das pessoas.
Informal – Tem uns caras que vivem se dando bem em cima dos 
outros.
VARIAÇÃO DIACRÔNICA
Já vimos que uma língua está em constante transformação. Não 
falamos hoje como falávamos há alguns anos; em todas as gerações, 
os jovens sempre falam diferente dos velhos, têm outras preferências 
vocabulares e de construção frasal e até pronúncias distintas. 
A mudança linguística é inexorável, afetando todos os níveis de 
organização das línguas, que vão se transformando, abandonando 
certas pronúncias, palavras e construções, adotando novos itens 
lexicais e estruturas sintáticas.
Assim, em cada momento da história de uma língua, encontram-
se arcaísmos e neologismos.
Os arcaísmos são vocábulos ou construções sintáticas que 
deixaram de ser usados.
Os neologismos são os novos vocábulos que não ocorriam em 
gerações anteriores, ou pelo menos com o mesmo signi� cado, ou que 
são recuperados com diferentes valores semânticos.
182
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
PROMILITARES.COM.BR
EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO
01. Veja a tirinha abaixo:
No último balão da tirinha de Maurício de Sousa, o autor escreveu 
“mais” em vez de “mas” na tentativa de representar, na escrita, a 
forma como a personagem Chico Bento, supostamente, pronunciaria 
a conjunção adversativa. Existem diversas formas e níveis de variação 
linguística, justamente, porque somos in� uenciados por diversos 
fatores, tais como: região, escolaridade, faixa etária, contexto 
comunicativo, papel social etc.
Com base nesses pressupostos, assinale a alternativa que representa 
uma variante linguística característica do falar popular mineiro.
a) “Aquele � duma égua só me deixou aperreado”.
b) “Protesto, meritíssimo! A testemunha não havia falado da 
agressão.”
c) “Capaz, guri! Só tava de bobeira contigo, bagual!”
d) “Uai? Cê já chegô, sô? Peraí, que eu já tô saíno!”
e) “Aquela mina é � rmeza, mano!”
TEXTO PARA AS QUESTÕES 02 E 03.
A variação linguística é uma realidade que, embora 1razoavelmente 
bem estudada pela sociolinguística, pela dialetologia e pela linguística 
histórica, provoca, 2em geral, reações sociais muito negativas. O senso 
comum 3tem 4escassa percepção de que a língua é um fenômeno 
heterogêneo, que 5alberga grande variação e 6está em mudança 
contínua. Por isso, 7costuma 8folclorizar a variação regional; 9demoniza 
a variação social e 10tende a interpretar as mudanças como sinais de 
11deterioração da língua. O senso comum não se 12dá bem com a 
variação linguística e 13chega, 14muitas vezes, a 15explosões de ira e 
a gestos de grande violência simbólica diante de fatos de variação. 
Boa parte de uma educação de 16qualidade tem a ver 17precisamente 
com o 18ensino de língua – um ensino que garanta o 19domínio das 
práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. 
E esse domínio inclui o das variedades linguísticas historicamente 
20identi� cadas como as mais próprias a essas práticas – isto é, as 
21variedades escritas e faladas que devem ser identi� cadas como 
constitutivas da chamada norma culta. Isso pressupõe, 22inclusive, 
uma ampla discussão sobre o próprio conceito de norma culta e suas 
efetivas 23características no Brasil contemporâneo.
Parece claro hoje que o 24domínio 25dessas variedades caminha 
junto com o domínio das respectivas práticas socioculturais. Parece 
claro também, por outro lado, que não se trata apenas de desenvolver 
uma 26pedagogia que garanta o domínio das práticas socioculturais 
e das respectivas variedades linguísticas. Considerando o grau de 
rejeição social das variedades ditas 27populares, parece que o que 
nos 28desa� a é a construção de 29toda uma cultura escolar aberta à 
crítica da 30discriminação pela língua e preparada para combatê-31la, o 
que pressupõe 32uma adequada 33compreensão da 34heterogeneidade 
linguística do país, sua história social e suas características atuais. 
35Essa compreensão deve alcançar, em primeiro lugar, os próprios 
educadores e, em seguida, os educandos.
Como fazer isso? Como garantir a disseminação dessa cultura na 
escola e pela escola, considerando que a sociedade em que essa escola 
existe não reconhece sua cara linguística e não só discrimina impunemente 
pela língua, como dá sustento explícito a esse tipo de discriminação? Em 
suma, como construir uma pedagogia da variação linguística?
(Adaptado de: ZILLES, A. M; FARACO, C. A. Apresentação. In: ZILLES, 
A. M; FARACO,C. A, orgs., Pedagogia da variação linguística: 
língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2015.) 
02. Considere as a� rmações abaixo, sobre a construção de uma 
educação de qualidade.
I. Uma educação de qualidade deve, no que concerne à variação 
linguística, questionar as reações sociais advindas da percepção 
da língua como fenômeno homogêneo.
II. O desa� o, para uma educação de qualidade, está em preparar 
a escola para combater a discriminação que tem origem nas 
diferenças entre as variedades linguísticas.
III. As variedades linguísticas próprias ao domínio da leitura, escrita e 
fala nos espaços públicos, que devem ser ensinadas pela escola, 
são as que não sofreram variações sociais.
Segundo o texto, quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
03. Assinale a alternativa que contém uma a� rmação correta, de 
acordo com o sentido do texto.
a) O senso comum costuma perceber a língua como um fenômeno 
heterogêneo que alberga grande variação e está em mudança 
contínua.
b) Os gestos de grande violência simbólica constituem-se em fatos 
de variação linguística.
c) O conceito de norma culta e suas características no Brasil 
contemporâneo são alvos de explosões de ira diante de fatos de 
variação linguística.
d) Uma pedagogia que regule o domínio das variedades ditas 
populares deve ser privilegiada.
e) A heterogeneidade linguística do Brasil deve ser compreendida 
para que se possa construir uma cultura escolar aberta à crítica da 
discriminação pela língua.
04. Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas 
da cidade e se assustou com a quantidade de erros existentes nas 
placas das casas comerciais e que, diante disso, resolveu instituir um 
prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de seu 
estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa 
saiu à procura do vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: 
“Alfaiataria Águia de Ouro”. No momento da entrega do prêmio, ao 
dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate 
premiado, que disse:
– Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
(O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. 
Disponível em: http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.)
A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no 
texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de 
variação objetiva
a) evidenciar a importância de marcas linguísticas valorizadoras da 
linguagem coloquial.
b) demonstrar incômodo com a variedade característica de pessoas 
pouco escolarizadas.
c) estabelecer um jogo de palavras a � m de produzir efeito de humor. 
d) criticar a linguagem de pessoas originárias de fora dos centros 
urbanos.
e) estabelecer uma política de incentivo à escrita correta das palavras.
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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
PROMILITARES.COM.BR
05. Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou 
estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, 
seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, 
contudo, anular a interseção de usos con� guram uma norma nacional 
distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que 
opõe não só as normas do português de Portugal às normas do 
português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas Iocais às 
populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas 
se consolidam em diferentes momentos da nossa história e que só 
a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das 
variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas 
no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.
(CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). 
Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 - adaptado.)
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação 
linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão 
sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra 
que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, 
chamando a atenção do leitor para a
a) desconsideração da existência das normas populares pelos 
falantes da norma culta.
b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só 
a partir do século XVIII.
c) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional 
do Brasil, distinta da de Portugal.
d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em 
um determinado país.
e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de 
uma língua devem ser aceitos.
06. Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, 
apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, 
onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas 
pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais 
numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, 
Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito 
mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, 
imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um 
praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de 
Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar 
deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, 
fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – 
carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo 
só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
(Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 - fragmento adaptado.)
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação 
linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. 
As características regionais exploradas no texto manifestam-se
a) na fonologia.
b) no uso do léxico.
c) no grau de formalidade.
d) na organização sintática.
e) na estruturação morfológica.
07. Em relação às duas estrofes do poema “Aula de Português”, de 
Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. 
In: “Poesia e Prosa”. Rio: Nova Aguilar, 1988.) 
a) As estrofes fazem oposição entre as modalidades falada e escrita 
da língua.
b) Para o poeta, a modalidade escrita é mais valorizada, complexa e, 
portanto, letrada; daí a sua di� culdade em entendê-la.
c) As estrofes focalizam o fenômeno da variação linguística, isto é, 
das variedades coloquial e poética.
d) As estrofes sugerem que a língua não é homogênea nem uniforme 
sob o ponto de vista de seu uso.
e) O poeta sugere que há melhor desempenho do usuário em uma 
modalidade linguística que em outra.
08. Leia.
ATÉ QUANDO?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
(GABRIEL, O PENSADOR. “Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo)”.
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 - fragmento.)
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto 
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
09. Considere o texto:
CATAR FEIJÃO
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãospesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura � uviante, � utual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
(João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra.)
A comparação escolhida por João Cabral de Melo Neto para 
caracterizar o ato de escrever
a) recupera para a literatura as concepções de poesia que orientavam 
a literatura de folhetos do Nordeste, ou “cordel”.
b) inverte certa concepção erudita da poesia, que a vê como 
atividade elevada, sublime, separada do cotidiano banal.
c) inscreve a poética do autor no Regionalismo literário, por vincular 
a representação literária a práticas locais bem determinadas.
d) reata com a tradição parnasiana, que concebia a arte poética 
como ofício de artesão ou artí� ce.
e) contrapõe-se ao elitismo do Modernismo paulista, que repudiava 
o primitivismo e as culturas rústicas.
184
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
PROMILITARES.COM.BR
10. O texto a seguir corresponde ao capítulo 92, chamado “Estelário”, 
das Memórias sentimentais de João Miramar, obra representativa da 
primeira fase da literatura modernista brasileira.
Coração esperançava o esperançoso
Começo claro da noite cidadina
Retalhos grandes de nuvens
E duas estrelas vivas
Trem rolava com minha estrela
Bordando a vida fabricadora
Do Brás à Luz
Rolah estrelava o Hotel Suíço
(Oswald de Andrade)
No texto, encontram-se vários traços de inovação estética, entre os 
quais NÃO ESTÁ
a) o emprego constante de regionalismos.
b) a in� uência das vanguardas europeias.
c) a abolição da pontuação convencional.
d) a valorização dos neologismos.
e) o � m das fronteiras entre prosa e poesia.
EXERCÍCIOS DE
TREINAMENTO
01. No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, 
comentou que apontar no título do � lme Que horas ela volta? um 
erro de português “revela visão curta sobre como a língua funciona”. 
E justi� ca:
“O título do � lme, tirado da fala de um personagem, está em 
registro coloquial. Que ano você nasceu? Que série você estuda? e 
frases do gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo com 
alto grau de escolaridade. Será preciso rea� rmar a esta altura do 
século 21 que obras de arte têm liberdade para transgressões muito 
maiores? Pretender que uma obra de � cção tenha o mesmo grau de 
formalidade de um editorial de jornal ou relatório de � rma revela um 
jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, 
mas da arte também.”
(Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível em:
 http://www.melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-
mesmo/. Acessado em: 08/06/2016.)
Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, 
assinale aquele que corrobora os comentários do post.
a) “Numa sociedade estruturada de maneira complexa a linguagem 
de um dado grupo social re� ete-o tão bem como suas outras 
formas de comportamento”. (MATTOSO CÂMARA JR., Joaquim. História da 
Linguística. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1975.)
b) “A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua 
portuguesa, corresponde a um modelo próprio das classes 
dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas”. (CAMACHO, 
Roberto Gomes. O sistema escolar e o ensino da língua portuguesa. Alfa, São Paulo, 
29, p. 1-7, 1985.)
c) “Não existe nenhuma justi� cativa ética, política, pedagógica 
ou cientí� ca para continuar condenando como erros os usos 
linguísticos que estão � rmados no português brasileiro”. (BAGNO, 
Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São 
Paulo: Editorial, 2007.)
d) “Aquele que aprendeu a re� etir sobre a linguagem é capaz 
de compreender uma gramática – que nada mais é do que o 
resultado de uma (longa) re� exão sobre a língua”. (GERALDI, João 
Wanderley. Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas, SP: 
Mercado das Letras; Associação de Leitura do Brasil, 1996.)
02. Observe os textos a seguir:
Texto I
BARREIRA DA LÍNGUA
Cenário: um posto de saúde no interior do Maranhão.
– Buenos dias, señor, o que siente? – pergunta o médico.
– Tô com dor no bucho, comi uma tapioca reimosa, me deu um 
empachamento danado. Minha cabeça � cou pinicando, deu até um 
farnizim no juízo.
– Butcho? Tapiôka? Empatchamiento? Pinicón? Far new zeen???
O trecho acima é de uma piada que circula no Hospital das Clínicas 
de São Paulo sobre as di� culdades de comunicação que os médicos 
estrangeiros deverão enfrentar nos rincões do Brasil. (...)
(Claúdia Colucci, Folha de S. Paulo, 03/07/2013.)
Texto II
No texto “Barreira da língua”, a jornalista Cláudia Collucci 
reproduz uma piada ouvida no Hospital das Clínicas, em São Paulo, 
para criticar a iniciativa do governo de abrir a possibilidade de que 
médicos estrangeiros venham a trabalhar no Brasil. Faltou dizer duas 
obviedades ululantes para qualquer brasileiro:
1) A maioria dos ilustres médicos que trabalham no Hospital das 
Clínicas teria tantas di� culdades quanto um estrangeiro para entender 
uma frase recheada de regionalismos completamente desconhecidos 
nas rodas das classes média e alta por onde circulam;
2) A quase totalidade deles não tem o menor interesse em mudar 
para uma comunidade carente, seja no interior do Maranhão, seja 
num vilarejo amazônico, e lá exercer sua pro� ssão. (...)
(José Cláuver de Aguiar Júnior, “Painel do leitor”, Folha de S. Paulo, 04/07/2013) 
De acordo com o Texto II, os regionalismos usados na piada transcrita 
no Texto I
a) seriam de difícil compreensão para qualquer brasileiro.
b) demonstram variações geográ� cas e sociais do idioma.
c) são imprecisos, pois são usados apenas em comunidades carentes. 
d) di� cultam a comunicação apenas entre brasileiros e estrangeiros.
e) indicam que o português é falado do mesmo modo em qualquer 
lugar.
03. Leia.
Agora eu era herói
E o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês.
(CHICO DUARQUE. João e Maria, 1977 - fragmento.)
Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-se que o 
emprego das palavras cowboy e rock expressa a in� uência de outra 
realidade cultural na língua portuguesa. Essas palavras constituem 
evidências de
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de habitantes 
de uma determinada região.
b) neologismo, que se caracteriza pelo aportuguesamento de uma 
palavra oriunda de outra língua.
c) jargão pro� ssional, ao evocar a linguagem de uma área especí� ca 
do conhecimento humano.
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros períodos da 
história da língua.
e) estrangeirismo, que signi� ca a inserção de termos de outras 
comunidades linguísticas no português.
185
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
PROMILITARES.COM.BR
04. Leia.
CARNAVÁLIA
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por
mim?
[…]
(ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 - fragmento.)
No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração 
+ samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que 
compõem uma escola de samba e a situação emocional em que se 
encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão.
Essa palavra corresponde a um(a)
a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em 
outras línguas e representativos de outras culturas.
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos 
que o sistema da língua disponibiliza.
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado 
grupo social e que pode vir a se disseminar em uma comunidade 
mais ampla.
d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área 
geográ� ca.
e) termo técnico, dado que designa elemento de área especí� ca de 
atividade.
05. Sinhá Vitória desejava possuir uma cama igual à de seu Tomás da 
bolandeira. Doidice.Não dizia nada para não contrariá-la, mas sabia que era doidice. 
Cambembes podiam ter luxo? E estavam ali de passagem.
Qualquer dia o patrão os botaria fora, e eles ganhariam o mundo, 
sem rumo, nem teria meio de conduzir os cacarecos. Viviam de trouxa 
amarrada, dormiriam bem debaixo de um pau.
Olhou a caatinga 4amarela, 5que o poente avermelhava. Se a 
seca chegasse, não � caria planta 2verde. Arrepiou-se. Chegaria, 
naturalmente. Sempre tinha sido assim, desde que ele se entendera.
E antes de se entender, antes de nascer, 8sucedera o mesmo - anos 
bons, misturados com anos ruins. A desgraça estava em caminho, 
talvez andasse perto. Nem valia a pena trabalhar. Ele marchando para 
casa, trepando a ladeira, espalhando 6seixos 9com as alpercatas - ela 
se avizinhando 10a galope, com vontade de matá-lo.
(Vidas Secas - Graciliano Ramos) 
Graciliano Ramos é um dos integrantes da segunda geração do 
Modernismo, ou Modernismo de 1930. Nas opções a seguir, assinale 
a que apresenta o principal caminho desse estilo de época:
a) A poesia destruidora da tradição.
b) A prosa introspectiva.
c) A linguagem revolucionária.
d) O regionalismo nordestino.
e) A prosa de tendências fantásticas.
06. Em sua obra, acentuam-se os contrastes de requinte e fartura 
das casas-grandes com a promiscuidade e a miséria das senzalas, 
a sensualidade desenfreada e a subserviência dos homens do eito. 
Mas há também o homem e a paisagem. Certamente a observação 
se concentra na zona açucareira do Nordeste, rica de tradições 
que datam do século XVI, no momento em que se decompõe essa 
estrutura tradicional por força de uma nova ordem econômica.
(Antonio Candido & José Aderaldo Castello. Presença da Literatura Brasileira - 
Modernismo. 6ª ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1977).
Quando ocorre uma expressão literária comprometida com a realidade 
que acima se descreve, os textos � ccionais que resultam desse 
compromisso têm como principal traço o 
a) nacionalismo.
b) universalismo.
c) intimismo.
d) regionalismo.
e) cosmopolitismo.
07. Observe o texto:
A VELHA CONTRABANDISTA
Stanislaw Ponte Preta
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia 
ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco 
atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – 1tudo malandro velho – 
começou a descon� ar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o � scal 
da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o � scal 
perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com 
esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais 
os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu:
– É areia!...
(PRETA, Stanislaw Ponte. Primo Altamirando e elas. 
São Paulo: Agir, Martins Fontes, 2008.) 
No texto de Stanislaw Ponte Preta, aparecem com frequência 
expressões da fala popular, a exemplo de “tudo malandro velho” 
(referência 1), “muamba” (referência 2) e “manjo...pra burro” 
(referência 4). Sobre esta questão, leia as a� rmações que seguem.
I. Este tipo de linguagem revela, no texto, uma escrita marcada 
por um estilo coloquial através do uso consciente de gírias e 
expressões tiradas da fala informal.
II. Expressões da fala coloquial, como as usadas no texto A velha 
contrabandista, são próprias da crônica, que é um gênero que 
se utiliza de alguns recursos típicos da oralidade para dar maior 
dinamicidade ao texto.
III. As expressões coloquiais utilizadas no texto, na verdade, mostram 
uma escrita desleixada do autor que não domina o registro padrão 
da língua portuguesa.
IV. O emprego destes coloquialismos podem contribuir para o caráter 
humorístico da crônica.
Está correto o que se a� rma em
a) I e III apenas.
b) II, III e IV apenas.
c) I, II e IV apenas.
d) I, II, III e IV.
08. Considere o texto abaixo:
ESCREVER
A estudante perguntou como era essa coisa de escrever. Eu � z o 
gênero fofo. Moleza, disse.
Primeiro evite esses coloquialismos de “fofo” e “moleza”, passe 
longe das gírias ainda não dicionarizadas e de tudo mais que soe mais 
falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em quando, 
aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do 
texto, mas, em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes 
sonoros. O leitor pode se achar diante de um rapper frustrado e dar 
cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito estranho, reescreva.
Quando quiser aplicar um “mas”, tome fôlego, ligue para o 0800 
do Instituto Fernando Pessoa, peça autorização ao sábio de plantão, 
e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador. Dele deve ter vindo a 
expressão “cheio de mas-mas”, ou seja, uma pessoa cheia de “não é 
bem assim”, uma chata que usa o truque para a� rmar e depois, como 
se fosse estilo, obtemperar.
(SANTOS, J. F. O Globo, 10 jan. 2011 - adaptado.)
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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
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A língua varia em função de diferentes fatores. Um deles é a situação 
em que se dá a comunicação. Na crônica, ao ser interrogado sobre a 
arte de escrever, o autor utiliza, em meio à linguagem escrita padrão, 
condizente com o contexto,
a) de� nições teóricas, para permitir que seus conselhos sejam úteis 
aos futuros jornalistas.
b) gírias não dicionarizadas, para imitar a linguagem de jovens de 
baixa escolaridade.
c) palavras de uso coloquial, para estabelecer uma interação 
satisfatória com a interlocutora.
d) termos da linguagem jornalística, para causar boa impressão na 
jovem entrevistadora.
e) vocabulário técnico, para ampliar o repertório linguístico dos 
jovens leitores do jornal.
09. “LELÉU: Oxente! Tô feito super-homem?! Dona Inaura, minha 
bandeira... pernambucana! Eu nem sei como lhe agradecer.
INAURA: Nem precisa. O amor que lhe tenho é de graça. Da outra 
vez que você salvou Leléu de Frederico, eu tive bem muita inveja do 
seu amor por ele. E foi por inveja do seu amor por ela que eu mandei 
Frederico acabar com você.
Mas eu senti uma dor tão grande, que entendi que meu amor é 
maior do que qualquer inveja.
LISBELA: Você matou seu marido pra salvar o meu.”
Extraído de Lisbela e o prisioneiro (1964, Lins, Osman, p.31) 
Disponível em https://www.wattpad.com/153512056-lisbela-e-oprisioneiro.
Uma das personagens faz menção a uma região do Brasil em que 
possivelmente vivem as personagens, trata-se da região:
a) Amazonas.
b) Nordeste.
c) Pará.
d) Bandeira.
e) Paraíba.
10. (DISCURSIVA) Tendo em vista que “as gírias” compõem o quadro 
de variantes linguísticas ligadas ao aspecto sociocultural, analise os 
excertos a seguir, indicando o signi� cado de cada termo destacado de 
acordo com o contexto:
a) Possivelmente não iremos à festa. Lá, todos os convidados são 
patricinhas e mauricinhos!
b) Nossa! Como meu pai é careta! Não permitiu que eu assistisse 
àquele � lme.
c) Os namoros resultantes da modernidade baseiam-se somente no 
� car.
d) E aí mano? Estás a � m de encontrar com uma mina hoje? A 
parada vai bombar!
e) Aquela aula de matemática foi péssima, não saquei nada daquilo 
que o professor falou.
EXERCÍCIOS DE
COMBATE
01. (EN 2013) Que opção obedece, plenamente, à modalidade padrão 
da língua portuguesa?
a) Já percebeu-se, desde o período de formação marinheira, que eram 
ingentes as di� culdades enfrentadas no mar pelos jovens nautas.
b) Por que infringiram regras internacionais de navegação, alguns 
navios estrangeiros pagarão multas extraordinárias e serão 
impedidos de sair do porto.
c) Pode existir conceitos de corporativismo, os quais privilegiam ao 
bem de cada um e podem ser responsáveis pela derrocada da 
instituição militar.
d) Mal se apresentaram à nova comissão, formada por o� ciais, os 
jovens marinheiros passaram por um árduo e acurado treinamento.
e) Houveram velhos marinheiros que preferiam permanecer em seus 
navios, mesmo durante longo tempo, a serem afastados do mar.
02. Encontram-se exemplos de emprego de linguagem coloquial nos 
seguintes trechos, EXCETO:
a)“Fala-se muito, mesmo com a bola rolando.”
b) “[...] para saber quem grita gol mais alto e prolongado...”
c) “[...] ninguém é louco para fazer pênalti nem tão canalha para 
querer quebrar o outro jogador.”
d) “[...] o jogador, no impulso, sem pensar, soltar o braço na cara 
do outro.”
03. Que opção obedece, plenamente, à modalidade padrão da língua 
portuguesa?
a) Para muitas pessoas, o barulho das ondas do mar ao mesmo 
tempo fascinam e assustam.
b) Os jovens e os sonhadores, costumam, escrever seus nomes nas 
areias da praia, indelevelmente.
c) É extraordinário a alegria e o medo de uma criança, ao lembrar da 
primeira vez que viu o mar.
d) As pessoas urbanas e apressadas não vêm nada demais nas 
paisagens marítimas.
e) Prudência é necessário quando se entra no mar, transmutado pela 
ressaca.
04. Leia esta tirinha do Chico Bento.
Na transposição das palavras em destaque para uma variante de uso 
social urbana, temos, respectivamente:
a) heaven e ambidestro.
b) heaven e up grade.
c) (festa) rave e up crazy.
d) (festa) rave e up grade.
05. Um professor discutia com os alunos questões ligadas à boa 
redação de um texto formal. Ele mostrou alguns textos para a turma e 
pediu que os julgassem. Foram eles:
I. O computador tornou-se um aliado do ser humano, mas este nem 
sempre realiza todas as tarefas necessárias para que tudo dê certo.
II. Os alunos da classe de alfabetização precisam tomar o sol matinal 
de todas as manhãs, no recreio.
III. A gente deve se preocupar com isso, sim. É muito maneiro cuidar 
do próximo. Dá uma sensação ótima.
João disse: “O texto I tem um problema de ambiguidade, o que 
di� culta sua compreensão”.
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Ana disse: “O texto II tem um problema de redundância, o que 
deve ser evitado na linguagem escrita”.
Carlos disse: “O texto III tem um problema de linguagem. Não é 
adequado usar gírias no texto escrito formal”.
O professor, então, disse que estava(m) correto(s) o(s) julgamento(s) 
de:
a) João.
b) João e Carlos.
c) Ana e Carlos.
d) João e Ana.
e) João, Carlos e Ana.
06. Observe a letra da música abaixo:
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.
(BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em: 
<www.luizluagonzaga.mus.br> Acesso em 5 maio 2013)
A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório 
linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do 
falar popular regional é
a) “Isso é um desaforo”.
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”.
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”.
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”.
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”.
07. Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: 
aceitar a mudança da língua como um fato. Isso deve signi� car que 
a escola deve aceitar qualquer forma de língua em suas atividades 
escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real 
da escrita, não existe apenas um português correto, que valeria para 
todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo dos manuais 
de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo dos cordelistas; 
o dos editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura 
dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.
(POSSENTI, S. Gramática na cabeça. 
Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 – adaptado).
Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português 
correto”. Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre 
outras coisas, saber
a) descartar as marcas de informalidade do texto.
b) reservar o emprego da norma padrão aos textos de circulação 
ampla.
c) moldar a norma padrão do português pela linguagem do discurso 
jornalístico.
d) adequar as formas da língua a diferentes tipos de texto e contexto.
e) desprezar as formas da língua previstas pelas gramáticas e 
manuais divulgados pela escola.
08.
EM BOM PORTUGUÊS
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não 
é somente pela gíria que a gente é apanhada (aliás, não se usa mais a 
primeira pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é “a gente”). 
A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte 
do léxico cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou 
minha atenção para os que falam assim:
– Assisti a uma � ta de cinema com um artista que representa 
muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saber dizer 
que viram um � lme que trabalha muito bem. E irão ao banho de mar 
em vez de ir à praia, vestido de roupa de banho em vez de biquíni, 
carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel 
em vez de comprar um carro, pegarão um de� uxo em vez de um 
resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão 
de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua senhora em vez de 
apresentar sua mulher.
(SABINO, F. Folha de S. Paulo, 13 abr. 1984)
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. 
O texto exempli� ca essa característica da língua, evidenciando que
a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das 
antigas.
b) a utilização de inovações do léxico é percebida na comparação 
de gerações.
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza 
diversidade geográ� ca.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identi� cadores da classe 
social a que pertence o falante.
e) o modo de falar especí� co de pessoas de diferentes faixas etárias 
é frequente em todas as regiões.
09. Observe a imagem:
(BESSINHA. Disponível em: http://pattindica.� les.wordpress.com/2009/06bessinha
458904-jpg-image_1245119001858.jpeg. Adaptado. - Foto: Reprodução/Enem)
As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a 
adaptá-la às variadas situações de comunicação. Uma das marcas 
linguísticas que con� guram a linguagem oral informal usada entre o 
avô e o neto neste texto é
a) a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de “foi”.
b) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.
c) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”.
d) o emprego da contração “desse” em lugar de “de esse”.
e) a utilização do pronome “que” em lugar de frase exclamativa.
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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
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10. Considere o texto abaixo:
S.O.S PORTUGUÊS
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da 
escrita? Pode-se re� etir sobre esse aspecto da língua com base em 
duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o 
que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento 
de que a escrita é mais complexa do que a fala, e seu ensino restringe-
se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com 
situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças 
como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a 
escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso.
(S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, 
Ano XXV, nº 231, abr. 2010 - fragmento adaptado)
O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa 
e foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as 
características próprias desse tipo de texto, identi� cam-se as marcas 
linguísticas próprias do uso
a) regional, pela presença de léxico de determinada região do Brasil.
b) literário, pela conformidade com as normas da gramática.
c) técnico, por meio de expressões próprias de textos cientí� cos.
d) coloquial, por meio de registro de informalidade.
e) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.
GABARITO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. D
02. D
03. A
04. C
05. C
06.A
07. B
08. D
09. B
10. A
EXERCÍCIOS DE TREINAMENTO
01. C
02. B
03. E
04. B
05. D
06. D
07. C
08. C
09. B
10. 
a) Os termos em evidência representam garotos e garotas 
pretensiosos, isentos de características condizentes a um bom  
relacionamento interpessoal.
b) conservador, sistemático, que não aprova as mudanças oriundas 
da sociedade.
c) manter um relacionamento sem compromisso.
d) amigo, companheiro / garota / um evento grandioso que promete 
grandes surpresas.
e) compreender, assimilar o conteúdo.
EXERCÍCIOS DE COMBATE
01. D
02. B
03. E
04. D
05. E
06. C
07. D
08. B
09. C
10. C
ANOTAÇÕES

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