Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO AMANDA ATAIDE GOMES AMANDA CRISTINA DESTRO CRISTINA DANTAS DE MAGALHÃES GISLAINE DE MATOS MOURA DA SILVA LARISSA SANTOS DE OLIVEIRA ROBSON ROCHA DE SOUSA ESTRATÉGIA DA TERCEIRIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NOS COMÉRCIOS DO GRANDE ABC São Bernardo do Campo 2016 AMANDA ATAIDE GOMES AMANDA CRISTINA DESTRO CRISTINA DANTAS DE MAGALHÃES GISLAINE DE MATOS MOURA DA SILVA LARISSA SANTOS DE OLIVEIRA ROBSON ROCHA DE SOUSA ESTRATÉGIA DA TERCEIRIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NOS COMÉRCIOS DO GRANDE ABC Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Administração da Faculdade de São Bernardo do Campo, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel. Orientador: Professor Mestre Marcello Augusto Utiyama. São Bernardo do Campo 2016 Amanda Ataide Gomes Amanda Cristina Destro Cristina Dantas de Magalhães Gislaine de Matos Moura da Silva Larissa Santos de Oliveira Robson Rocha de Sousa ESTRATÉGIA DA TERCEIRIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NOS COMÉRCIOS DO GRANDE ABC Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Administração da Faculdade de São Bernardo do Campo, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. __________________ em _____de _________2016. BANCA EXAMINADORA Professor Mestre Antônio Aparecido de Carvalho Fasb – Faculdade São Bernardo do Campo Professor Mestre Reginaldo Braga Lucas FASB – Faculdade São Bernardo do Campo Professor Mestre Marcello Augusto Utiyama- Orientador FASB – Faculdade São Bernardo do Campo Dedicamos esse trabalho a Deus, a todos do grupo, a nossos familiares, mestres e amigos, que com o apoio e paciência nos ajudaram a realizar este sonho. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradecemos a Deus, que nos deu força e capacidade para que pudéssemos absorver o máximo de conhecimento passado pelos nossos professores, durante essa jornada de quatro anos, onde evoluímos pessoalmente e profissionalmente, adquirindo sabedoria e experiência. Aos nossos familiares, amigos e colegas de trabalho que contribuíram com o carinho, paciência e apoio, sempre nos motivando a seguir em frente e nunca desistir dos nossos objetivos. Aos professores, pela dedicação e disponibilizadade em nos ensinar, sempre nos incentivando a crescermos e alcançarmos voos maiores. Somos gratos ao nosso orientador professor mestre Marcello Augusto Utiyama e ao professor mestre Reginaldo Braga Lucas, que nos motivaram e nos conduziram no desenvolvimento deste projeto. A todos que participaram direta ou indiretamente na elaboração deste trabalho. O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis (José de Alencar). RESUMO Em decorrência das mudanças tecnológicas ocorridas nos últimos anos, as organizações vêm sofrendo transformações e por isso necessitam se adaptar a um ambiente altamente globalizado. Com a competitividade que se faz presente e um mercado cada vez mais fechado, as empresas buscam se destacar, aplicando novas técnicas e inovações para assim alcançar resultados mais expressivos. Dentre as estratégias adotadas, a terceirização de Tecnologia da Informação merece destaque pela grande quantidade de empresas que vem adotando, com base nisso levantamos quais razões levam os comércios a adotarem a estratégia de terceirização da tecnologia da informação. O método de amostragem é não probabilístico, o questionário foi estruturado com 30 questões, contendo perguntas de múltipla escola, as respostas dos questionários foram lançadas em uma tabela do Excel 2010. A escolha de um fornecedor adequado e a formalização de um contrato bem elaborado são bases para o sucesso na terceirização. Os serviços de Tecnologia da Informação terceirizados inicialmente trazem a redução de custos para a organização, pois se torna desnecessária a manutenção de uma equipe própria, reduzindo assim gastos como salários, encargos, treinamento, espaço ocupado dentro da organização, gastos com equipamentos entre outros. Diante do cenário apresentado, o objetivo deste estudo é mostrar as principais estratégias para terceirização dos serviços de tecnologia, evidenciando suas vantagens e desvantagens na gestão empresarial. Palavras-chave: Estratégia; Terceirização; Tecnologia da Informação. ABSTRACT As a result of recent technological changes, organizations are underling transformations and need to adapt in the highly globalized environment. With the competitiveness and an increasingly restrict market, the company needs to outstanding, applying new techniques and innovations to achieve more expressive results. Among the strategies adopted, the outsourcing of Information Technology is worthy of mention because of the large number of companies that has been adopting, based on this, the commerce come adopting the outsourcing strategy os information technology. The sampling method was non-probabilistic, the questionnaire responses were post in a Excel 2010 table. Choose a good supplier and do a well-drafted contract are the base of success. The outsourced services of Information Technology brings cost reduction to the organization, mainly because becomes unnecessary to maintain a team to do the service, thus reducing expenses such as salaries, charges, training, space, equipment and others. In view of this important situation, the objective of the study is to show the main strategies and highlight the positive aspects of outsourcing, showing the advantages and disadvantages in business management. Key words: Strategy; Outsourcing; Information Technology. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 – Atividades terceirizadas ................................................................................. 22 Ilustração 2 – Principais problemas enfrentados ................................................................... 32 Ilustração 3 – Pré-requisitos a serem estabelecidos pela organização .................................... 54 Gráfico 1 – Perfil do respondente ......................................................................................... 60 Gráfico 2 – Cargo em relação à experiência na implantação da tecnologia da informação .... 61 Gráfico 3 – Tipo de serviço de TI em relação quantidade de funcionários ........................... 61 Gráfico 4 – Quais motivos levaram a terceirização de ti em relação ao ramo de atividade .... 62 Gráfico 5 – Porte da empresa em relação à implantação estratégica da terceirização ti ......... 62 Gráfico 6 – TI proporciona velocidade na coleta de informações em relação ao cargo .......... 63 Gráfico 7 – Terceirização ti minimiza riscos e maximiza beneficios em relação a localização ............................................................................................................................................ 63 Gráfico 8 – Requisito de contratação em relação a avaliação geral ....................................... 64 Gráfico 9 – Tipo de serviço de ti em relação à idade dos gestores .........................................65 Gráfico 10 – Quantidade de funcionários da empresa ........................................................... 65 Gráfico 11 – Qual tipo de serviço para área de TI em sua empresa você utiliza .................... 66 Gráfico 12 – Foi estratégico a implantação da tecnologia da informação .............................. 67 Gráfico 13 – Alinhamento estratégico da tecnologia da informação com área de negócios ... 67 Gráfico 14 – Alinhamento estrátegico da tecnologia da informação com área de negócios em % .................................................................................................................... ........................68 Gráfico 15 – Principais experiências na implantação da tecnologia da informação – Ranking - % .......................................................................................................................................... 69 Gráfico 16 - Quais motivos levaram a implantação da tecnologia da informação .................. 69 Gráfico 17 – Requisito fundamental para a contratação da terceirização ............................... 70 Gráfico 18 – Alinhamento estratégico e a tecnologia da informação ..................................... 71 Gráfico 19- Qual avaliação geral da prestação de serviços terceirizados da tecnologia da informação na sua empresa .................................................................................................. 72 Gráfico 20 – Que condições seriam influenciadoras na decisão para a possibilidade da terceirização de TI ............................................................................................................... 72 Gráfico 21 – Qual a probabilidade da implantação da terceirização da tecnologia da informação no futuro ............................................................................................................ 73 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AE Alinhamento Estratégico CPD Centro de Processamento de Dados. EUA Estados Unidos da América. FOFA Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças. IBM Internacional Business Machines ISSC In-Service Support Contract. JCJ Junta de Conciliação e Julgamento. SCD Sistema Cibernético de decisão SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. SWOT Streegths, Weaknesses, Opportunities, Threats. TI Tecnologia da Informação. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11 2 TERCEIRIZAÇÃO E A TEORIA ADMINISTRATIVA ............................................. 17 2.1 CONCEITUAÇÃO ........................................................................................................ 17 2.2 HISTÓRICO DA TERCEIRIZAÇÃO ............................................................................ 19 2.3 TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL ................................................................................... 21 2.4 TERCEIRIZAÇÃO E AS RESTRIÇÕES JURÍDICAS .................................................. 24 2.4.1 Contratos ................................................................................................................... 26 2.4.2 Relação entre cliente e prestador de serviço............................................................. 28 2.4.3 Sindicatos ................................................................................................................... 30 2.5 POR QUE TERCEIRIZAR?........................................................................................... 31 2.6 TIPOS DE TERCEIRIZAÇÃO ...................................................................................... 34 3 TERCEIRIZAÇÃO ESTRATÉGICA............................................................................ 37 3.1 VANTAGENS ............................................................................................................... 38 3.2 DESVANTAGENS ........................................................................................................ 40 3.3 A TERCEIRIZAÇÃO COMO UMA MODERNIZAÇÃO DE NEGÓCIOS ................... 42 4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI)..................................................................... 44 4.1 TERCEIRIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS EMPRESAS PRIVADAS ......................................................................................................................... 45 4.2 PROFISSIONAL DE TI ................................................................................................. 46 4.3 POR QUE TERCEIRIZAR TI? ...................................................................................... 47 4.4 QUANDO NÃO TERCEIRIZAR ................................................................................... 50 4.5 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DE TI .................................................................... 52 5 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................. 57 5.1 ANÁLISES DOS DADOS ............................................................................................. 59 6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 73 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 76 11 1 INTRODUÇÃO A terceirização é uma alternativa válida e inevitável para a melhoria da capacidade competitiva das empresas. Concentrando-se no seu próprio negócio e liberando a energia e talento de seus executivos e técnicos para as tarefas realmente estratégicas, a terceirização produz de imediato aumento na produtividade, melhoria dos processos decisórios internos, maior qualidade no produto e nos serviços. A empresa torna-se mais afiada para cumprir bem o desafio no mercado atual. As organizações têm a necessidade de criar e sustentar vantagens competitivas, e isso vem, proporcionando a criação de novos negócios com a intenção de reduzir custos e aumentar a produtividade, tornando os produtos e serviços capazes de competir no mercado. Terceirização, cujo termo em inglês, outsourcing, é formado pelas palavras out e source, ou seja, fonte externa, é uma abordagem de gestão que permite delegar a um agente externo a responsabilidade operacional por processos ou serviços até então realizados na empresa. Já na Idade Média, na Europa do século XIV, os comerciantes se utilizavam de armazéns construídos em Veneza como locais de armazenamento e distribuição de suas mercadorias, servindo também como exemplo da utilização de serviços de terceiros numa atividade de negócio, vital em sua época. No século XX, mais praticamente na década de 1930, um exemplo menos dignificante pode ser encontrado nas atividades clandestinas exercidas pelo famoso “gangster” Al Capone, que “terceirizava” o contrabando de bebidas alcoólicas provenientes do Canadá. Visando minimizar o risco de roubo e sequestro que frequentemente ocorriam nas remessas do Canadá para os Estados Unidos, Capone promoveu alianças estratégicas com ambiciosos provedores de serviços, que se responsabilizavam pelo transporte da “mercadoria” até o destino final determinado. Na verdade, a compreensão da importância do surgimento e crescimento do uso de serviços terceirizados, originou-se nos USA, por volta de 1940, quando esse país aliou-se aos países europeus para combater as forças nazistas e posteriormente contra o Japão. Ou seja, durante o segundo conflito bélico mundial. A terceirização foi muito aplicada ao longo da guerra, pois as indústrias da época precisavam concentrar-se na produção, cada vez melhor, das armas necessárias para a manutenção da superioridade aliada à produção dos armamentos, poderiam ser passadas a outrosempresários prestadores de serviços, mediante a contratação desses. Após o término da 12 conflagração mundial, a terceirização evoluiu e consolidou-se como uma técnica administrativa eficiente e eficaz quando aplicada adequadamente. Por volta de 1950, no Brasil, a rotina da terceirização foi introduzida pelas fábricas multinacionais de automóveis, que, tendo agilidade como meta, nada mais é do que montadoras, intencionalmente dependentes da produção de peças entregue a outras inúmeras empresas. As empresas que iniciaram a prestação de serviços terceirizados no Brasil foram às empresas de limpeza e conservação, com atuação desde 1967. O objetivo dessas empresas era recrutar mão de obra com custos menores, sem furtar às disposições tutelares da legislação trabalhista, a qual visa a proteger a relação de trabalho. A preocupação com um modelo de gestão empresarial que permitisse a especialização das atividades da empresa, ao possibilitar a concentração de esforços na sua atividade-fim e, ao mesmo tempo, garantirem a lucratividade das suas operações e aumentando a eficiência. A terceirização foi uma das tantas alternativas, para desafogar a empresa de tarefas não vinculadas diretamente com o processo de produção e torná-las mais produtivas. Terceirização proporciona agilidade nos processos meios, direcionando a visão principal para o objetivo principal da empresa, que são os negócios. O fenômeno da terceirização tem oferecido resultados muito significativos, onde se pode perceber o número maior de empresas que tem adotado este modelo de serviços. Os ganhos ocorrem em diversos aspectos, sendo por meio do enxugamento de estruturas (downsizing), e com reduções de despesas de atividades que eram realizadas pela própria empresa. Ela pode proporcionar muitos benefícios como distribuição de renda, na medida em que serve como alternativa estratégica para a permanência de grandes empresas, na medida em que estas organizações passam por enxugamento, ao mesmo tempo permite o crescimento das pequenas empresas. A otimização de recursos, processos e pessoas, ao longo do tempo despertou para as organizações o valor agregado e aumento dos índices de resultado, para uma nova forma de administrar, provando que a terceirização não se trata de um modismo ou um movimento passageiro. É um dos instrumentos principais para a diminuição do nível de desemprego dos países em desenvolvimento, vez que flexibiliza as relações trabalhistas e possibilita o aparecimento de pequenas e médias empresas prestadoras de serviços especializados, promovendo o aumento no nível de qualidade, produtividade e competitividade das empresas 13 terceirizadas. Dentro de uma ótica empresarial, as vantagens compreendem as dimensões econômicas e administrativas, visando à redução do custo final do produto e a dispersão da empresa nos aspectos considerados seu foco ou atividade-fim. Na verdade, a eficiência dos elementos de produção está subordinada à maior ou menor capacidade da organização em coordená-los e direciona-los segundo sua estratégia em relação ao mercado em que atua. Hoje em dia o que diferencia as organizações é seu capital intelectual, seu conhecimento acumulado, sua perícia e sua habilidade em alavancar as potencialidades de outras empresas em seu benefício e não o volume e o escopo dos recursos que ela diretamente detém e gerência. Nenhuma empresa é grande demais ou pequena demais para que não possa ou não deva considerar a possibilidade de adotá-lo. A terceirização de sistemas de informação teve suas origens no início dos anos de 1960, através dos anos, enquanto executivos e gerentes assistiam a uma rápida evolução da tecnologia e ao crescimento dos custos de sistemas de informação, a terceirização das atividades de TI mostrou progressivamente diferentes significados e possibilidades. A forma inicial de terceirização de sistemas de informação tratava do processamento de um único sistema de aplicação, representando apenas uma pequena parcela do orçamento total de sistemas de informação de uma organização. Em meados da década de 60 havia bureaus de serviços computacionais que processavam sistemas tais como controle de inventário, contabilidade, folha de pagamento, etc.. Esta forma inicial de terceirização visava primariamente à redução de custos da organização contratante, a utilização de recursos humanos especializados nos quais seria injustificável ter internamente ou o acesso a novos aplicativos disponibilizados pelo fornecedor. Terceirizar é uma ferramenta de planejamento estratégico que integra com relação à parte sistêmica da organização, no entanto, o que se aplica a uma empresa pode ser inviável para outra. Isto mostra que não há uma regra única para implantação de terceirização, a única regra fundamental é que seja uma ação tática inserida num processo de planejamento estratégico. De outra forma quando a contratação de serviços terceirizados não recebe os devidos cuidados, as consequências atingem diretamente as empresas. Isto ocorre devido à falta de experiência dos gestores para lidar com a terceirização. Adota-se a terceirização, a uma empresa que concentra suas experiências e qualidades direcionadas em uma área específica produtiva, no que é especializada, melhorando sua competitividade e a qualidade final do produto ou prestação de serviço. Entretanto, no caso de se terceirizar atividades de que não adicionam valor ao 14 produto final, que variam em função da necessidade da empresa, enquanto os custos fixos determinam os riscos operacionais da empresa, pretende-se uma redução de custos, principalmente dos custos fixos, transformando-os em custos variáveis, um exemplo muito comum é a empresa que fornece a alimentação de seus colaboradores em suas dependências. Ao optar em terceirizar esta área de alimentação, ela poderá se desfazer do refeitório, de equipamentos e de colaboradores desta área, reduzindo assim seu custo fixo, o qual passa a ser custo variável. A Tecnologia da Informação, como toda a área empresarial, mais que qualquer outra, tem que evoluir crescer, reestruturar-se e renovar-se, porém deve existir coerência nas medidas aplicadas. Não pode ser burocrática, nem tradicionalista, o que infelizmente, majoritariamente é que temos que acreditar e estarmos conscientes de que os tempos fizeram e exigiram mudanças, essas mudanças, devem conter estudos atuais e anteriores. As constantes mudanças e a globalização atribuíram novos desafios para a tarefa de administrar, onde necessita de novas ferramentas de comunicação, uma preservação de clima organizacional, redução de estruturas, exige uma flexibilidade nos conceitos, procedimentos e comportamentos. A tomada de decisão da organização em optar pela terceirização leva o empresário a reconsiderar velhos conceitos. Exige-lhe boa dose de ousadia diante do novo e dos riscos das soluções novas, e enfrentar os medos que a novidade traz consigo conviver com atitudes coerentes e programadas, na medida em que os métodos ou procedimentos empíricos sejam substituídos por outros ditados pela razão e pelos conhecimentos. Portanto, pretende-se com esse estudo destacar a importância de pesquisas que se preocupem com as contratações de serviços terceirizados no setor de tecnologia da informação, avaliando os ambientes internos e externos das organizações. Assim sendo, esse estudo parte da seguinte problemática: Que razões levam os comércios a adotarem a estratégia de terceirização da tecnologia da informação? Portanto, parte-se das seguintes hipóteses: Os comércios que contratam serviços terceirizados na área da tecnologia da informação, agregam vantagens diferenciadas. Os comércios que terceiriza a tecnologia da informação adquirem maior controle da administração, além disso, adquirem dinamismo em suas atividades, permitindo também a promover maiores níveis deeficiência, eficácia e efetividade, trazendo melhores resultados. Apresentado o problema, o objetivo geral do trabalho ficou definido como: Identificar as vantagens e desvantagens, controles das empresas de pequeno porte a partir da terceirização da tecnologia de informação. 15 Já como objetivos específicos têm-se: identificar, analisar e expor as melhores alternativas disponíveis para a terceirização de tecnologia da informação e suas atividades, com destaque a organização contratante, além de conceituar, de forma qualificada e prática, a terceirização, demonstrarem os custos x benefícios, avaliar a importância da tecnologia da informação, visando aproveitar da melhor maneira está ferramenta, e a partir das informações compiladas frente aos estudos, analisar se a terceirização de tecnologia da informação é viável ou não para as empresas contratantes. O Trabalho de conclusão de curso tem como finalidade analisar os impactos da terceirização de tecnologia da informação na organização contratante. Será realizada a pesquisa de campo, aplicada nas organizações que utilizam o serviço de terceirização, desta forma obteremos um feedback de quais são os pontos positivos e negativos para a contratante. O motivo da escolha do tema deste trabalho é de suma importância, pois, aborda o sistema de terceirização nas organizações e seus impactos, além das vantagens e desvantagens para as empresas contratantes da área de tecnologia da informação. Para atingir o objetivo proposto, aderimos as grandes contribuições de autores estudiosos no assunto, como Alfredo Saad, Carlos Alberto Ramos Soares de Queiroz, Jerônimo Souto Leiria, Sérgio Pinto Martins, que contribuíram com os estudos e formas de gestão estratégica da terceirização de serviços e terceirização da área de tecnologia da informação. O autor Alfredo C. Saad contribuiu esclarecendo os principais conceitos usados na terceirização e nos orientando como fazer uma terceirização benéfica para as partes envolvidas; Onde o livro utilizado foi Terceirização de Serviços de TI. O autor Carlos Alberto Ramos Soares de Queiroz trouxe a contribução para o nosso trabalho que essa negociação de contratado e contratante, onde ambos têm que sair ganhando. A tercerização é uma tecnica de transferêcia de atividade de apoio para as empresas, sendo assim essas informações serão utilizadas para atividades fim. Havendo esse tipo de serviço prestado fica mais facil a substituição de pessoas para essas atividades, não ficando engessada em apenas em um único funcionário. O autor Lívio Antonio Giosa foi de importante na implementação terceirização como uma forma de revolução na busca de qualidade, inovações tecnológicas e principalmente redução de custos, através de seu livro Terceirização: uma abordagem estratégica ele mostra que não é apenas algo passageiro. O autor Sergio Pinto Martins, bacharel em direito, ciências contábeis e administração de empresas, mestre em direito tributário, doutor e livre-docente em direito do 16 trabalho, especialista em direito empresarial e direito do trabalho. É juiz presidente da 33° JCJ de São Paulo, contribui a explanação da terceirização com foco de variados aspectos jurídicos e a terceirização com aspectos administrativos dentro das empesas. Para que se pudesse obter o objetivo principal desse estudo, optou-se por escolher a metodologia de pesquisa do tipo descritiva quantitativa, na qual a técnica padronizada por ser estruturada de natureza conclusiva e baseada em amostras significativas, objetiva e focada na mensuração de fenômenos, utilizando métodos estatísticos, e a coleta de dados a partir de dados secundários como: livros, revistas, artigos, apostilas e internet. E também por meio de entrevistas com as empresas contratantes. A partir de então, esse trabalho foi desenvolvido em seis seções. A primeira seção refere-se à introdução, que traz uma visão histórica e geral da terceirização de serviços e da terceirização da área da tecnologia de informação, deixando claro o quão é importante é o tema do estudo. Ao mesmo tempo é mencionada a justificativa do tema proposto, a problemática, hipótese, objetivos, principais autores estudados com referências no assunto e metodologia utilizada. A segunda seção aborda a terceirização e a teoria administrativa, relatando a conceituação e as histórias da terceirização nas organizações brasileiras e mundiais, expõe quais os tipos de terceirização e quais os setores de atuação, explana quais as leis que favorecem a implantação da terceirização e quais aspectos afetam a elaboração de contrato e relações entre prestador de serviço, cliente e sindicatos. A terceira seção conceitua a terceirização estratégica, por meio das vantagens, desvantagens e a terceirização como uma modernização de negócios e com estas referências respondem por que terceirizar. A quarta seção apresenta a terceirização da tecnologia da informação nas empresas privadas, enfatizando a importância do profissional de ti, o alinhamento estratégico da tecnologia da informação, e mensuração de quando não terceirizar. A quinta seção explica o método de pesquisa que será utilizado no projeto, pesquisa descritiva quantitativa, buscando evidencias conclusivas para explicar os motivos que levaram os comércios a buscar a terceirização da tecnologia da informação. Por fim, a conclusão que responde ao questionamento levantado durante o trabalho e mostra se os objetivos propostos foram ou não atendidos, seguindo das referências bibliográficas utilizadas no desenvolvimento do trabalho. 17 2 TERCEIRIZAÇÃO E A TEORIA ADMINISTRATIVA 2.1 CONCEITUAÇÃO Os conceitos levantados nos estudos apresentam que há grande diversidade. Onde cada autor adaptou o seu conceito para o seu estudo particular. Para Queiroz (1992), essa é uma técnica administrativa que possibilita o estabelecimento de um processo de gerenciamento de transferência, a terceiros das atividades, de apoio ao escopo das empresas, que nada mais é que a sua atividade-fim, permitindo a esta concentrar-se no seu negócio, ou seja, no objetivo final. Segundo Giosa (1997), terceirização é um processo administrativo pelo qual se repassam algumas atividades para terceiros, fincando a administração da empresa concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua. De acordo com Pagnoncelli (1993), terceirizar é fazer um planejamento de transferência de atividades para serem desenvolvidas por terceiros. Para Romanoschi (1994), terceirização é a transferência de atividades e funções específicas a terceiros especializados, ou seja, é a aplicação de serviços de terceiros que estão capacitados para execução de terminada atividade. Onde a empresa detém sua atenção voltada à atividade-fim; aquela à qual foi destinada mercadologicamente, passando a terceiros a administração das atividades-meio. Já Neto (1995), conceitua a terceirização como um processo de repassar atividades ou serviços de uma organização para outra, deixando de realizar a atividade com seus próprios recursos repassando para a empresa contratada. Para Giosa (1997), terceirização é um modelo de atuação que visa à integração da empresa moderna com excelência. Ele ainda relata que a terceirização é transferir para terceiros atividades que não lhe cabem, que estão fora do seu alcance estabelecendo parcerias e ficando para si somente atividades que fazem parte do negócio em que atua. Ainda para Giosa (1997), terceirização contempla dois conceitos, conceito do processo de gestão, entendido como uma ação sistêmica, processual, que tem critérios de aplicação (início, meio e fim), e uma visão temporal (curto, médio e longo prazos) e uma ótica estratégica, dimensionada para alcançar objetivos determinados e reconhecidos pela organização. E o conceito de parceria entendida como uma nova visão de relacionamento,18 onde o fornecedor migra de sua posição tradicional, passando a ser verdadeiro sócio do negócio, num regime de confiança pleno junto ao cliente, refletindo a sua verdadeira e nova função de parceiro. Segundo Dias (2001), a prestação de serviço de terceiro pode se considerar como filosofia de gestão em que se busca direcionar todo conhecimento e atenção da organização para o produto (ou negócio), de sua atividade principal, tornando-a cada vez mais consolidada no seu ramo específico promovendo terceirizando tudo aquilo que não contribua diretamente com a razão de ser da organização. Para Dias (2001), a terceirização é um processo planejado de transferência de atividades para que estas sejam realizadas por uma terceira. Onde o princípio básico da terceirização é delegar atividades a empresas especializadas que possuam domínio das atividades terceirizadas. Essas características são fundamentais, para a empresa terceirizada, é necessário saber fazer e melhor, é o que permite incluir a terceirização entre os principais instrumentos de busca da competividade, da qualidade e da eficiência, somando-se aos esforços desenvolvidos pela empresa que procura concentrar toda a sua atividade no objetivo central da empresa permitindo que seus métodos de trabalho e produção sejam aperfeiçoar. Para Saad (2006), o conceito de terceirização desafia os executivos a repensar o conceito de empresas estruturadas verticalmente, transformando-as em organizações muito mais flexíveis. Na verdade, a eficiência dos elementos de produção está subordinada à maior ou menor capacidade da organização em coordená-los e direcioná-los segundo sua estratégia em relação ao mercado em que atua. Neste cenário, os investimentos internos tendem a ser priorizados nas áreas que compõem as competências diferenciais da organização, onde quaisquer das disciplinas citadas podem ter acesso aos serviços obtidos externamente através de contratos de terceirização com provedores especializados, que propiciem parcerias de longo prazo mutuamente benéficas. Para Araújo (2006), terceirizar significa passar adiante a responsabilidade de determinadas atividades ou do conjunto delas e complementa mostrando que no meio empresarial o conceito dado à terceirização é vasto, uma vez que as organizações entendem que outras empresas especializadas na execução de determinados serviços, podem assumir o controle das atividades não essenciais para o negócio. A evolução da terceirização: Terceirização convencional, repassar funções de apoio para um fornecedor especialista a fim de reduzir custos e concentrar os executivos nas questões centrais. 19 Terceirização colaborativa, atualizar processos não centrais com o objetivo de reduzir despesas e propiciar maior flexibilidade para responder às constantes mudanças do negócio. Terceirização transformacional, transformar a maneira pela qual a empresa funciona, de forma a alcançar uma melhoria do desempenho drástica e sustentável por toda a empresa. A terceirização pode ser entendida como tudo que não constitui atividade essencial de determinado negócio podendo passar para terceiros. Conclui-se que o conceito de terceirização é delegar a outras organizações serviços, a uma terceira especializada, que proporciona qualidade no desempenho das atividades, redução de custo alavancando o crescimento desta contratante. Este conceito pode ser considerado uma ferramenta estratégica possibilitando para organizações reduções de custo inesperável, mas para alcançar este resultado é necessário, habilidade para coordenar, direcionar segundo a atividade de atuação. A terceirização pode ser uma estratégia para as organizações, provendo vantagens competitivas, nota-se que terceirização é influencia diretamente nas organizações, podendo ser utilizado para os novos negócios promovendo crescimento e alavancagem que aumenta a arrecadação de impostos e fomenta a criação de micros e pequenas empresas trazendo um aumento de mão de obra no mercado. 2.2 HISTÓRICO DA TERCEIRIZAÇÃO Segundo Queiroz (1995), o início da terceirização de forma como ela se configura na produção hoje, deu-se nos Estados Unidos da América por volta de 1940, quando esse país estabeleceu alianças industriais com países europeus para a produção de armamentos, com o objetivo de combater o nazismo. No Brasil, a terceirização começou a ser implantada com a chegada das empresas multinacionais, principalmente do setor automobilístico. Para este autor, os processos de terceirização ganham impulso porque representam a postura do “ganho- ganha”, ou seja, todas as partes envolvidas tendem a ter vantagens. Segundo Giosa (1997), a terceirização originou-se nos EUA, logo após a eclosão da II guerra mundial, a técnica de gestão administrativa-operacional corrente nos países industrialmente competitivos, as indústrias bélicas tinham como desafio concentrar-se no 20 desenvolvimento da produção de armamentos a serem usados contra as forças do eixo, e passaram a delegar algumas atividades de suporte a empresas portadoras de serviços mediante contratação. Segundo Saad (2006), a compreensão da importância do surgimento e crescimento do uso de serviços terceirizados atualmente observada, começa com o reexame do conceito tradicional de “companhia”, definido por empresas gigantes como General Motors e DuPont desde as primeiras décadas do século XX. Segundo este modelo, as companhias eram de grandes organizações, estruturadas verticalmente, onde estas detinham a propriedade e exerciam o controle sobre todos os recursos (mão-de-obra, máquinas, materiais, informação, energia e assim por diante) de que necessitavam. Neste modelo, de autossuficiência era tida como pré-requisito para o sucesso nos negócios. Devido ao surgimento de novas tecnologias os países começaram a analisar à terceirização dos serviços de tecnologia da informação. A partir da década de 80, houve o surgimento da descentralização das empresas brasileiras, onde o crescimento, o aumento da tecnologia, o início da globalização, e a entrada de empresas no mercado mundial, onde à informação ficou disponível, para a pioneira Riocell S.A que promoveu o início a terceirização no Brasil. Para Hendry (1997), as mudanças tecnológicas (principalmente de informação), é uns dos motivos que levaram organizações integradas (verticalizadas) a virarem organizações em rede. A primeira terceirização em TI foi constatada em 1989, quando a Kodak anuncia a terceirização de sua área de informática interna, contratando a IBM, a digital e a Businessland. O escopo da terceirização de sistemas passou por uma transformação radical a partir do final da década de 1980, após a decisão da Eastmam Kodak de terceirizar seus mainframes, sua rede de telecomunicações e seus computadores pessoais através de um contrato com a ISSC (In-Service Support Contract), a subsidiária da IBM voltada para a prestação de serviços terceirizados, para a qual foram transferidos cerca de 300 funcionários da Eastmam Kodak. A partir daí o assunto tornou-se um dos mais discutidos, analisados e debatidos da literatura de sistemas de informação. Já no Brasil, segundo Vidal (1993), a primeira empresa que anunciou a terceirização de todos os serviços de processamento de dados foi a SHELL em 1992, que contra a origem Brasil Participações (de origem holandesa desde 1990 no Brasil) por US$100 milhões para que a prestação destes serviços sejam, proporcional a oito anos, procurando levar a dobrar sua capacidade de mão-de-obra em mais de 200 funcionários. 21 2.3 TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL A terceirização foi implantada em nosso país de forma diferente. O mercado estava cada vez mais restrito e com isto as oportunidades diminuíam. Isso resultou que fosse necessário encontrar novas abordagens buscando a minimização de perdas. Segundo Souza (2014), noBrasil, o nome terceirização originou-se a partir da experiência de sua implantação na indústria de papel e celulose Riocell S\A, situada na cidade de Guaíba – Rio Grande do Sul. Essa empresa é considerada uma das pioneiras da prática de terceirização no país, o que não garantiu a excelência dos processos. Umas das dificuldades encontradas foi o modo utilizado para a gestão da terceirização. “Alguns departamentos da empresa aplicaram a técnica de forma não sistêmica’’; ou seja, as contratações dos prestadores de serviços ou fornecedores eram feitos de maneira aleatória sem um padrão a ser seguido. Em outras palavras ainda Souza (2014), mostra que a Riocell com sua experiência adquirida em alguns anos, já mostrou evolução em sua terceirização como no caso da sua divisão florestal, um modelo a ser seguido pelos restantes da empresa, onde se tinha um planejamento consistente, baseado em custo, oportunidades e desenvolvimento de parceiros sendo este pensamento para prevenção de dificuldades futuras. Segundo Leite (1994), a prestação de serviços de informática iniciou-se entre o final dos 80 e início da década de 1990, com computadores de segunda geração nos Estados Unidos, onde se originou a EDS, neste mesmo período as empresas no Brasil, entre as quais algumas tinham portentosos centros de informática, tomaram a coragem ou foram obrigadas a contratar serviços externos para grande parcela desta atividade, chegando, muitas vezes a terceirizar completamente está função. Para Romanoschi (1994), a terceirização é pequena, porém importante, janela que as empresas dispõe para contemplar o futuro. “Não adianta terceirizar sem uma visão estratégica dos rumos, dos processos, dos programas e das ações a serem desenvolvidos. A terceirização consiste em uma ferramenta do planejamento estratégico e, como tal, integra o todo sistêmico de uma organização” (ROMANOSCHI, 1994, p. 16). Segundo Alverez (1996), no Brasil a terceirização não é um fenômeno atual, onde ela desembarcou nos anos 1950 junto com montadoras de automóveis; no entanto, seu crescimento só pôde ser sentido mais recentemente. 22 “São fortes os indícios de que esses resultados observados no Brasil decorram principalmente, da inexperiência das empresas com a terceirização. Muitas vislumbram reduzir de imediato seus custos, o que nem sempre ocorre” (ALVAREZ, 1996, p. 87). Ainda segundo Alvarez (1996), nota-se que a terceirização no meio empresarial ainda é menos difundida do que parece, embora seja bastante oportuna para criação de emprego e geração de riquezas através do fortalecimento das pequenas empresas. Mas para que o país avance em diversos aspectos, e tenha um desenvolvimento econômico é necessário o uso desta ferramenta. Ainda para Leite (1994), particularmente as atividades terceirizadas para as quais as empresas não apresente uma demanda em escala suficiente que justifique manter, internamente, uma área própria especializada, no contexto brasileiro, a pesquisa realizada pela Coopers & Librand em 1992, mostrou como estava a terceirização em cada uma das diversas áreas funcionais nas 105 grandes empresas industriais que faziam parte da amostra: A Figura 1 apresenta a seguir as principais atividades terceirizadas pelas organizações: Figura 1- Fonte compilado: (LEITE, 1994, p. 19) Para Giosa (1997), no Brasil a terceirização se introduziu sob outro prisma: A recessão como pano de fundo levou também as empresas a refletirem sobre sua atuação. O mercado, cada vez mais restrito, acabou determinando a diminuição das oportunidades, possibilitando que novas abordagens fossem aplicadas para buscar a minimização das perdas. Ao mesmo tempo, a terceirização demostrava o outro lado da moeda: fomento para a abertura de novas empresas, com oportunidades de oferta de mão-de-obra, restringindo assim, de certo modo, o impacto social da recessão e do desemprego. (GIOSA, 1997 p. 13). Devido ao surgimento de novas tecnologias os países começaram a analisar a terceirização dos serviços de tecnologia da informação. 23 Neste estudo pode observar que a terceirização é vista como uma estratégia de otimização de produção e lucratividade que pode ser adotada em diversas áreas. Seguindo o pensamento de Saratt (2000), devido as constantes mudanças mercadológicas decorrentes da necessidade de adaptação a um mundo globalizado, não é possível imaginar uma empresa que não realize alianças estratégicas e que não delegue a terceiros parte de seu negócio em busca de maior qualidade e especialização na cadeia de relacionamentos, com a geração de melhores resultados. Com isto percebe-se que, a princípio o foco da terceirização no Brasil era a contratação de prestadores de serviços, para atividade de auxílio à empresa contratante em serviço que esta não produzisse. No início da terceirização não havia um planejamento adequado acerca da contração, com tudo consta que nos dias atuais as empresas brasileiras praticam a terceirização de forma mais organizada. Segundo Queiroz (1992), no Brasil a implantação de projetos dessa natureza é logisticamente adequada, existindo oportunidade, fica perfeitamente de acordo com a legislação em vigor, pelos seguintes motivos: A competitividade empresarial vem crescendo rapidamente, os custos fixos aumentam principalmente os referentes aos salários e aos encargos gerados pelas convenções coletivas dos sindicatos mais poderosos, que acabam servindo de parâmetro para os menores. Crescem também os insumos para as atividades acessórias. A implantação das técnicas de terceirização pulveriza a ação sindical que perde o seu poder de aglutinamento. A legislação trabalhista ainda não criou obstáculos para o desligamento de trabalhadores das empresas, o que facilita a sua substituição. O assunto vem sendo consequentemente veiculado nos meios de informação e proliferação de palestras e seminários a respeito, mostram as virtudes dessa nova técnica de administração empresarial. Como o mercado de TI tem apresentado crescimento no mundo inteiro, o que parece que o mesmo está acontecendo no Brasil. Brasil, segundo dados do (SEBRAE, 1999), o universo de micro e pequenas empresas, onde 75% das empresas de pequeno porte estão informatizadas, sendo que desta, 30% é considerada totalmente informatizada, fazendo comparação com índice encontrado no ano de 1997 os dados de 1999 tem um crescimento como mostra o (SEBRAE, 1999), onde o nível de informatização cresceu de 57% para 76%. O número de empresas totalmente informatizadas também apresenta um crescimento de 16% para 30%. Conclui-se que a tecnologia, na realidade brasileira apresenta um alto grau de desenvolvimento. O Brasil ainda pode aumentar, e muito, a sua gama de aplicações de TI. 24 2.4 TERCEIRIZAÇÃO E AS RESTRIÇÕES JURÍDICAS A terceirização no Brasil, em 1973 verificava-se que a locação de mão de obra vinha se tornando frequente, na cidade de São Paulo havia mais de 50.000 trabalhadores nessas condições, os quais prestavam serviços a 10.000 empresas (ALMEIDA, 1997). Segundo Giosa (1999), as empresas deverão tomar alguns cuidados especiais, quando a relação se dá entre a empresa mãe com a empresa formada pelo ex-funcionário, são eles: A relação entre a empresa e o seu ex-funcionário deverá ser como pessoa jurídica e não como autônomo; A empresa formada pelo ex-funcionário não poderá ter empresa-mãe como único cliente. É evidente que, na sua formação, isto é inevitável. No entanto, um período máximo de 6 (seis) meses é suficiente para conquistar uma carteira de clientes capaz de, em hipótese alguma, se caracterizar a relação ainda única de trabalho com a ex-empresa, impondo com isso um vínculo e, portanto ensejando a uma eventual ação trabalhista; Caberá à empresa mãe até incentivar a conquista de outros clientes pela empresa formada por ex-funcionários, verificando se isto estáocorrendo, para se assegurar verdadeiramente da situação; Os sindicatos e os empresários, dentro dos seus limites de relacionamento naturais, já avançaram muito na discussão e na interpretação da utilização da terceirização no mais variados segmentos. Segundo Martins (2000), o objetivo das empresas era conseguir mão de obra mais barata, uma vez a legislação trabalhista, que visava proteger o trabalhador, os empregadores não podiam se furtar destas disposições. Martins (2000) buscou o marco embrionário da promulgação da Lei no. 6.019, baseada no projeto de Lei no. 1.347, onde: O deputado João Alves teve a iniciativa da apresentação do projeto de Lei n° 1.347, que se transformou na Lei n° 6.019/74. “A justificativa do projeto mostra que o contingente de trabalhadores é representado, por exemplo, por estudantes que não dispõem de um tempo integral para um emprego regular; por donas de casa que, apenas em certas horas, ou em dias da semana, podem se dedicar a um trabalho para a qual tenham interesse e qualificação, sem prejuízos para os seus encargos domésticos; para os jovens em idade do serviço militar, que encontram dificuldades de emprego justamente pela iminência de convocação; para os trabalhadores com mais de 35 anos, ou já aposentados mas ainda aptos e que não encontram emprego permanente, ou não o querem em regime regular e rotineiro. Serve, também, àqueles trabalhadores que ainda não se definiram por uma profissão definitiva que, 25 pela oportunidade de livre-escolha entre várias atividades, podem ser interessar por uma delas e, afinal, consolidar um emprego permanente. E, por outro aspecto, não se deixa atender àqueles que, apesar de já empregados desejam, com um trabalho suplementar aumentar seus rendimentos” (Diário do Congresso Nacional, 30 de junho de 1973, pág. 3766, MARTINS, 2000, p. 17). Nesse contexto que surge a primeira norma que efetivamente tratou a terceirização, embora não com esse nome, Lei n° 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que regulou a prática do trabalho temporário, já utilizando em larga escala no mercado antes da edição daquela regra legal, porém sem qualquer normatização (MARTINS, 2000). Para Martins (2000), a terceirização por suas características de flexibilidade é, portanto um fenômeno que vem sendo largamente utilizado no mundo moderno, especialmente na Europa. Em nosso país é que recentemente passou a ser adotada pelas empresas. Isso mostra que estamos saindo da era industrial para entrar na era de serviços. Segundo Martins (2000), a terceirização flexibiliza as relações laborais, de forma a compatibilizar a eficácia econômica com novos métodos de gestão de mão-de-obra e também com as inovações tecnológicas, assim verifica-se que a contratação de terceiro para prestar serviços à empresa também é uma forma de flexibilização dos direitos trabalhistas. Ainda para Martins (2000), a terceirização aumenta a arrecadação de impostos, como ISS na área de serviços, o que também é mais interessante para o governo. Há um fomento de criação de novas empresas, normalmente micro e médias empresas, inclusive do trabalho autônomo, trazendo aumento de mão-de-obra no mercado. Segundo Martins (2000), a terceirização tem sido feita principalmente nas atividades-meio da empresa, para que a empresa contratante possa dedicar-se mais a sua atividade-fim: Na prática, as empresas têm terceirizado atividades de vigilância, limpeza, conservação, manutenção predial, montagem, fornecimento e entrega de cestas básicas, previdência privada, assistência jurídica e contábil, assistência médica, seleção de pessoal e recursos humanos, treinamento de funcionários, auditoria, fornecimento e preparação de alimentos a funcionários (restaurantes), transporte de funcionários, informática, seguros, gráfica etc., atividades essas, que não correspondem a sua atividade-fim, mas atividade-meio. As atividades a serem terceirizadas pela empresa deveriam ser, a primeira vista, apenas as subsidiárias, as atividades-meio. O que será difícil admitir é a terceirização da atividade-fim do empreendimento, pois aí a empresa não estaria prestando serviços, mas fazendo arrendamento do próprio negócio, (MARTINS, 2000, p. 46). Segundo Martins (2000), o artigo 896 do Código Civil que a responsabilidade solidária é decorrente de lei ou de vontade das partes. Assim, só se poderá falar em responsabilidade solidária se houver previsão legal para esse fim. Não se pode presumir 26 responsabilidade solidária, devendo existir previsão legal para tanto. Se não houver imposição da lei da vontade das partes, a solidariedade é inexistente. 2.4.1 Contratos Segundo Martins (1997), o contrato de fornecimento caracteriza-se pelo acordo entre duas partes, no sentido do fornecimento, pelo vendedor, e duas mercadorias para entregar em um prazo determinado, por um preço que pode ser fixado antecipadamente para todas as entregas parciais ou que pode ser fixado antecipadamente para todas as entregas parciais ou que pode ser ajustado em cada uma dessas entregas. Não deixa de ser uma forma de contratação de terceiros, mediante a descentralização das atividades da empresa. Segundo Leiria (1992), para ter validade, o contrato social deve primeiramente “casar” a atividade-fim de um com a atividade-meio do outro. Havendo contratos sociais compatíveis, o contrato de prestação de serviços revela a “eleição” de um empresário por parte de outro empresário. Portanto, ambos com Know-how diferentes, então quem compra os serviços não deve subordinar o realizador de serviços, sob pena da prestadora dos serviços torna-se mais um departamento da tomadora, caso contrário, esta passa da condição de fiadora da contratação para o status de responsável, o que significa ser titular dos empregados da terceira. Na escolha do contrato, para garantir economia de resultado, é aconselhável fazer um estudo do porte de seu patrimônio e acompanhar na prática sua idoneidade com o Estado e seus empregados. Além disso, é sempre válido incluir uma cláusula de risco, prevendo que, mesmo que haja a interpretação de que a tomadora dos serviços é fiadora ou titular de alguma obrigação do terceiro, esse último indenizará a contratante pela obrigação seja extra- judicialmente ou por via comum processo de execução, na maioria das vezes, a título de comportamento, os contratos têm força moral que vincula as partes, lembrando que não existe seguro contra má fé, e pode haver também falta de critério na eleição do terceiro. Para Leite (1994), o contrato é o instrumento formal que sela os compromissos assumidos entre as partes, ele é a peça fundamental de qualquer processo de terceirização. No caso da tecnologia da informação, é ainda mais complexo do que em outras situações, na terceirização da tecnologia da informação o contrato assume um papel relevante. 27 No Brasil, o contrato examinado apareceu sob a forma de concessão mercantil, como na técnica de distribuição de filmes cinematográficos das grandes empresas que detinham a marca dos conceituados estúdios norte- americanos, passando a ser posteriormente utilizado pela indústria. As empresas importadoras de veículos também começaram a utilizar o instituto, mediante concessão exclusiva, para a distribuição dos veículos importados que ingressassem em nosso país (REQUIÃO, 1977, p. 62). Afirma Leite (1994), para o desenvolvimento de um contrato ainda a forma mais segura de evitar enormes dores de cabeça posteriores. Multas por cláusulas não cumpridas, cessão e transferência de direitos e deveres, fórmula paramétrica de reajuste, bases para renovação e condições para rescisão. A partir desta ótica, serão abordados alguns aspectos utilizados como vantagens sobre o conhecimento de Leite (1994) referentes a contratação de serviços de terceirização: Finalidade; Qualificação das partes; Níveis de serviço; Verificação da qualidade; Planos de contingência; Garantias de confidencialidade; Auditorias; Prazo de validade; Condições de renovação; Preços; Condições de reajustes; Obrigações mútuas; Garantias e penalidades; Condições para rescisão; Garantia de que está cumprindo todas as exigências legais e trabalhistas; Precedentes e inovação; Foro; Testemunhas. Leiria (1992) destaca o que se deve observar no contrato: Ao eleger o contratado, é preciso ter a garantia de obter-se a realização do objeto do contrato na condição técnica desejada. A contratação deve ser viável nos aspectos econômico e jurídico. Não raras vezes a inviabilidade jurídica traz a inviabilidade do resultado econômico. 28 A pressa operacional jamais autoriza o risco jurídico. Ao agir com imprudência a desleixo contratual da atividade, a empresa contratante deixa de administrar, só corre risco. Faz, isso sim, má administração. Para Saad (2006), o processo de preparação e criação de um contratado de terceirização deve ser exaustivo e completo. Por ser extremamente complexo, a mesma negociação envolve aspectos díspares tais como o fornecimento dos serviços, a transferência de empregados e a transferência de recursos de hardware e software. Saad (2006) também ressalta, que existe a diferença entre contratação externa de serviços e terceirização. Na contratação externa de serviços, o contratante define qual é o serviço a ser executado e como será realizado, enquanto na terceirização, o enfoque será sobre qual é o resultado a ser atingido, sendo de responsabilidade do provedor as decisões acerca de como o resultado será alcançado. Ainda segundo Saad (2006), existem alguns relevantes a serem considerados e inseridos no contrato com a emissão de relatórios de acompanhamento e performance; negociar e definir as diretrizes dos aspectos financeiros, legais técnicos; definir e detalhar as responsabilidades do prestador e do contratante; deve haver um escopo para o contratante dos serviços que serão prestados, serviços a serem excluídos, níveis de desempenho e Benchmark; o prazo do contrato deve ser definido assim como as condições de renovação. A Empresa deverá definir o espaço físico e os equipamentos a serem disponibilizados, sendo assim haverá uma lista de requerimento de espaço e equipamentos, e as obrigações com relação aos custos de manutenção dos equipamentos e garantias; apresentar os preços negociados e acertados e as formas de pagamento. No contrato deve conte as condições de recisão e as penalidades por não cumprimentos dos serviços solicitados. 2.4.2 Relação entre cliente e prestador de serviço Segundo Leite (1994), em determinados casos é preciso formar o parceiro, se uma grande empresa resolve adotar um software que não tem representação no Brasil, pode ser interessante estimular o surgimento de pequenas empresas que se comprometam a dar suporte e manutenção. Às vezes, compensa até mesmo interceder junto aos grandes fornecedores internacionais em favor desses pequenos parceiros, solicitando que lhes sejam concedidos uma representação ou uma joint-venture com a empresa estrangeira. 29 Para Saad (2006), o relacionamento entre contratante – provedor, caracteriza-se por ter alto valor agregado e por ser um processo de contínua comunicação entre ambos. Deve-se entender os negócios do cliente assim como seus fatores críticos e suas prioridades, satisfazendo a requisitos e antecipando as futuras necessidades. “Terceirização é a utilização de relações comerciais externas para executar as atividades e processos necessários aos negócios da organização em lugar do uso de recursos internos” (SAAD, 2006, p. 9). “Uma atitude inadequada durante a negociação do contrato pode fazer com que a organização contratante perca grande parte de sua capacidade de reagir rapidamente e priorizar solicitações especiais ou de emergência” (SAAD, 2006, p. 19). Na visão de Baldin (2011), a relação entre o Cliente x Prestador deverá ser construída no decorrer da prestação do serviço e para que a relação floresça de forma adequada as bases de valores devem ser mantidas mesmo nos momentos de conflitos, pois enquanto o cliente deseja o melhor serviço pelo menor custo, o prestador também deseja prestar o melhor serviço com o maior resultado possível. Para isso, é necessário haver o equilíbrio nesta relação e garantir que ambos os lados estejam satisfeitos, pois, se esse equilíbrio não for encontrado a relação do Cliente com o Prestador será temporária e poderá acabar dentro de curto ou médio prazo. Na concepção de Baldin (2011), o critério que o cliente utiliza no momento de contratação do serviço, não serão os mesmos que ele irá utilizar para validar a qualidade do serviço entregue. Isso também se aplica na parte de custos. O foco do cliente na compra é o mínimo custo com o máximo de serviços e muitas vezes a diminuição do valor a ser pago pelo serviço interfere na prestação do mesmo. Na negociação o Cliente abre mão de um determinado serviço, que é essencial, e o momento da entrega do serviço é que ele percebe as consequências de sua atitude. O que se deve buscar com a terceirização não é somente a redução de custos, como também uma avaliação de escala do conhecimento, assim permite ao Cliente atingir níveis altos dos serviços em prazos curtos de tempo. Se esses serviços tiverem relação direta com o negócio fim do cliente, ele poderá melhorar seus serviços, em pouco tempo, aumentando sua competitividade (BALDIN, 2011, p. 81). Ainda para Baldin (2011), a contratação do serviço terceirizado deve ser claramente discutida, quanto mais ligado ao negócio, mais clara deve ser a definição do modelo de operação do serviço, seja este interno ou externo e é comum o receio de terceirizar 30 vir de alguém pertencente à estrutura, a pessoa deduz que sua posição estará ameaçada, porém nesses casos o que ameaça a estrutura da empresa, como um todo, é a dinâmica dos negócios em que ela está inserida, que acabam por buscar soluções, sendo que uma delas pode vir a ser a terceirização, ou seja, terceirizar é o meio e não fim, não é uma escolha, mas sim uma adequação a uma eventual realidade que o negócio da organização enfrenta. 2.4.3 Sindicatos Segundo Queiroz (1992), são duas as correntes sindicais principais do nosso País: aquela que diz “voltada para os resultados” e a outra mais radical voltada para o “enfrentamento direto”. Ambas estão muito preocupadas com a terceirização e têm posicionamentos próximos a respeito. Estas são as premissas básicas: O ideal é que o tomador de serviço defina quais as atividades que vai terceirizar, e não simplesmente ouve falar na terceirização, entusiasma-se e de modo leviano executa um projeto. É fundamental que o tomador saiba claramente os seus encargos nas atividades a serem terceirizadas. O tomador deve saber preparar-se para uma parceria responsável. O público interno, no tomador, precisa saber corretamente como se relacionar com os parceiros externos. Segundo Queiroz (1992), os sindicatos devem abandonar a postura de contraposição radical a terceirização, adotando as seguintes sugestões: Participação, sem cooptação, dialogando sobre a situação atual, do desenvolvimento da terceirização. Que se evite a demissão, tentando a reabsorção no prestador. Evite-se a redução dos salários e benefícios. Mantenha-se um bom relacionamento entre as partes. Preocupe-se com a segurança no trabalho. 31 2.5 POR QUE TERCEIRIZAR? Segundo Leiria (1992), a contratação de terceiros é encarada como um dos caminhos mais avançados da empresa moderna. Para melhor entender o que leva a tal alternativa, vale uma rápida passada nas teorias administrativas. As empresas podem ser divididas em três tipos, a do primeiro reproduz o mecanismoencontrado em instituições milenares como a igreja e as forças militares, principalmente no que se refere à estrutura hierárquica e normas. Ainda segundo Leiria (1992), a empresa do segundo tipo pode ser descrita como a taylorista “desenferrujada”, isto é, ela começa a agregar aspectos participativos, mas nunca em sua gestão, pois, assim, não corre risco. Chegando ao terceiro tipo e último, a empresa passa por três momentos, em princípio, os que detêm o poder conscientizam-se de que é preciso mudar para reagir aos aspectos externos, logo depois é feita uma análise de valores (custos e benefícios) de cada uma das funções da empresa, mas abandonando a visão segmentada. Finalmente é possível identificar o que é estratégico (aderente ou próprio) e o que é acessório, sem o ultrapassado receio de perda do poder, é que a terceirização ganha razão de ser. Para Leite (1994), alguns problemas são mais frequentes reportados, é a dificuldade de fazer com que o fornecedor se adapte aos procedimentos e a cultura da empresa, logo em seguida a tal dificuldade, a falta de padrões de qualidade cita-se como o segundo maior problema da terceirização. A Figura 2 apresenta a seguir os principais problemas enfrentados pelas organizações: 32 Figura 2 - Fonte compilado: (LEITE, 1994, p. 17) Segundo Giosa (1999), a oportunidade que as empresas brasileiras têm hoje é muito grande, pois há um ambiente para isso, a maioria do corpo funcional já conhece o assunto e a alta administração já começa a ter sensibilidade para entender a necessidade real da implantação deste processo, com algumas afirmações pode-se responder, por que terceirizar: Porque é saudável, a empresa se organiza revisando a sua “saúde” interna por meio de mudanças estruturais, culturais e sistêmicas, garantindo resultados e motivando o corpo funcional. Porque é mais negócio, a empresa com a terceirização, irá voltar-se totalmente para sua atividade principal, otimizando os recursos desenvolvendo práticas precisas para o atingimento das metas e treinando os seus talentos humanos para conquistar os resultados e desafios propostos. Porque agiliza, a empresa voltada para sua missão básica, irá estar presente em todas as operações que levem-na a se adequar ao novo modelo organizacional, com isso, sem preocupar-se operacionalmente com as tidas “atividades secundárias”, as empresas terão mais competitividade e agilidade na consecução de suas operações e mais rapidez na tomada de decisão em razão dos novos objetivos. Entretanto, para Andrade (2016), algumas definições no ambiente empresarial são necessárias para facilitar o entendimento de por que terceirizar algum tipo de serviço, entende-se por outsourcing a transferência para terceiros da responsabilidade pela execução de determinada atividade ou conjunto de atividades. Ou seja, uma função que antes era https://blog.contaazul.com/author/marcio-roberto-andrade 33 executada pela “empresa-origem”, passa a ser realizada pela “empresa-destino” (subcontratada). Algumas empresas optam por terceirizar etapas do processo produtivo, como uma montadora de ônibus que contrata a fabricação da carroceria de outra empresa, e outras, prefere terceirizar atividades/serviços de apoio, como limpeza e manutenção, alimentação, telefonia e transporte. Esse repasse de responsabilidade é incentivado pelo objetivo de alcançar maior qualidade, produtividade e o melhor preço, não simplesmente o menor preço. Andrade (2016) acrescenta ainda que a terceirização tem como objetivo, certifica- se no que realmente é necessário para o sucesso, e o crescimento continuo da empresa. Porém, se o intuito for utilizá-la apenas com o objetivo de redução de custos, essa estratégia pode acabar significando um tiro no pé, pois antes de decidir por um serviço terceirizado, sempre é necessário verificar-se: Se há qualificação técnica; Certificação e viabilidade nos demonstrativos de custos e preços dos serviços; Referencia no mercado e boas indicações de outros clientes; Demonstra capacidade e qualidade em entender as necessidades do seu negócio; Desenvolvimento de planos e ações conjuntas para o aprimoramento dos serviços e atualizações do mesmo. Na iniciativa privada: Segundo Leiria (1992), na iniciativa privada dificilmente se imagina qualquer empreendimento industrial ou comercial que não possua ramificação ou que não tenha parte de seus serviços ou produtos realizados por terceiros, além do mais jamais diminui o número de empregos numa comunidade, ao contrário, a criação de novas empresas, com livre atuação, estimula cada vez mais a necessidade da mão-de-obra especializada e, portanto, melhor remunerada. Na economia estatal: De acordo com Leiria (1992), na economia estatal, destaca que nos últimos anos, inspirado nos exemplos do Primeiro Mundo (Estado Unidos e quase todos os países da Europa), assim como no México, e no sucesso das empresas privadas, também o setor público passou a adotar a nova alternativa de administração, embora de maneira dispersa. União, estado e município há muito que usam terceiros na construção de estradas, coleta de lixo, transporte público, recebimento de taxas e impostos. 34 Os benefícios para o setor público, constantemente acusado de ser “máquina emperrada” ou se construir em “cabide de empregos”, são claramente detectáveis. A terceirização “enxuga” quadros superlotados e sem função, ao mesmo tempo que garante à comunidade um serviço eficiente. 2.6 TIPOS DE TERCEIRIZAÇÃO Através de um estudo realizado na Bahia em 1995, Druck (1999), definiu a existência de cinco modalidades de terceirização dívidas em trabalho doméstico, redes de empresas fornecedoras de componentes e peças, a subcontratação de serviços de apoio e periféricos, a subcontratação de empresas autônomas e a quarteirização. Desde então surgiram novas modalidades, podendo se destacar o trabalho a domicílio; as empresas filhotes ou as empresas do “eu sozinho”, que se define quando os trabalhadores são pressionados a abrirem uma empresa e seu nome, assumindo os seus encargos e transformando-se em uma empresa individual terceirizada, e as cooperativas que possuem legislação específica, faz com que as grandes empresas contratantes utilizem de contratos, se privando de todos os custos associados aos direitos trabalhistas. Segundo Queiroz (1992), a terceirização pode ser dividida através de contratos como mão de obra temporária, autônomos, avulsos com prazo determinado, trabalho eventual ocasional ou esporádico, venda ou compra de serviços e representante comercial. Sendo assim para cada tipo de contrato existe seus ambitos jurídicos. Segundo Giosa (1993), enquanto contratados e contratantes estiverem em um relacionamento de reciprocidade e de objetivos claros, haverá uma parceria entre ambos, pois atenderá ao esperado e o grau de contato e comunicação se tornará periódico e ágil. Definindo a terceirização como uma relação entre contratante-contratado, ou seja, as mesmas devem estar alinhadas entre si e atendendo as necessidades de ambas as partes. “Uma nova visão de relacionamento comercial, onde o fornecedor migra de sua posição tradicional, passando a ser o verdadeiro sócio do negócio, num regime de confiança plena junto ao cliente, refletindo a sua verdadeira e nova função de parceiro” (GIOSA, 1993, p. 15). Para Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988), os clientes julgam a qualidade dos serviços prestados, utilizando cinco dimensões: confiabilidade, responsabilidade, segurança, 35 empatia e tangibilidade. Assim como para Girardi (1998), que define a decisão de terceirizar de uma forma empresarial adequada, através de um relacionamento saudável com fornecedores exigindo deles não só preço, mas principalmente, qualidade, prazo, inovação tecnológica e parceria. Jána concepção de Pagnoncelli (1993), terceirização é apenas um processo planejado de transferência de atividades para serem realizadas por terceiros. Para Silveira (2002), a terceirização pode ser classificada quanto a sua forma e quanto ao seu objeto. Quanto à forma ele a caracteriza como terceirização externa, terceirização interna e a cooperativa de trabalho. E quanto ao objeto, classifica como: • terceirização de serviços, em que a responsabilidade do prestador restringe- se à execução das atividades contratadas, não envolvendo insumos ou equipamentos, caracterizada pela pura prestação de serviços; • terceirização de serviços e materiais, modalidade que inclui o fornecimento de insumos, fazendo com que o terceirizado mude o seu perfil simples “fazedor” para “gestor” das atividades, havendo nesta categoria uma maior exigência quanto à qualidade; • terceirização de serviços e equipamentos, onde o terceirizado fornece todo o maquinário e todos os equipamentos indispensáveis à execução correta e mais eficiente do contrato; • terceirização plena, caracterizada pela transferência de atividades e tecnologia, tipificada como a terceirização que define o executante da atividade como o responsável pela execução, pela tecnologia empregada e pela gestão integral da atividade contratada (OLIVEIRA, 2009, p. 23). Saad (2006), define a terceirização como uma técnica administrativa que possibilita a transferência de uma atividade escopo, acessória para um terceiro, gerando assim novos empregos, permitindo a melhoria e o incremento nas empresas existentes em quesitos como especialidade, qualidade e eficiência. As empresas vêm adotando a terceirização como uma forma de estratégia, buscando melhores resultados, qualidade e eficácia em seus negócios. Ela pode ser abordada através de bens materiais ou na forma de serviços, em atividades-meio e atividades-fim. Que de modo geral são definidas as atividades-meio como sendo aquelas que não estão ligadas com a atividade principal da empresa e como atividades-fim que está diretamente ligada a atividade principal da empresa. Sendo assim a terceirização pode ser aplicada em todas as áreas da empresa definida como atividade-meio, como por exemplo: os serviços de alimentação, serviços de conservação patrimonial e de limpeza, serviço de segurança, serviços de manutenção geral predial e especializada, engenharias, arquitetura, manutenção de máquinas e equipamentos, serviços de oficina mecânica para veículos, frota de veículos, transporte de funcionários, serviços de mensageiros, distribuição interna de correspondência, serviços jurídicos, serviços de assistência médica, serviços de telefonistas, recepção, digitação, serviços de processamento 36 de dados, distribuição de produtos, serviços de movimentação interna de materiais, administração de recursos humanos, administração de relações trabalhistas e sindicais, serviços de secretaria, tecnologia da informação e em serviços especializados ligados a atividade-meio do tomador de serviços. A terceirização da área de TI segundo Bernstorff e Cunha (1999), é considerada estratégica e imprescindível para a competitividade organizacional, uma vez que o orçamento é privilegiado devido sua importância, a gestão da tecnologia poderá estrategicamente obter ganhos com a redução de custos, com a focalização e flexibilização de suas atividades, um maior acesso a novas tecnologias e a obtenção de melhores recursos especializados. Definindo assim que algumas das áreas de maior interesse na contratação de serviços terceirizados de tecnologia da informação são: • Desenvolvimento de sistemas; • Implantação, treinamentos e acompanhamentos dos sistemas implantados; • Manutenção dos equipamentos e aplicativos; • Concepção, implantação e manutenção da rede de computadores na organização; • A administração e segurança do banco de dados; • Suporte técnico em hardware e software; • Segurança do sistema; • Microfilmagem; 37 3 TERCEIRIZAÇÃO ESTRATÉGICA Atualmente as empresas encontram-se em um mercado acirrado, em constante aumento da competitividade entre elas e consequentemente das exigências dos clientes que buscam qualidade, tecnologia e preço acessível aos serviços, fazendo com que os gestores busquem novos métodos e práticas que ajudem no gerenciamento cada vez mais complexo das organizações. Desta forma a terceirização surge como estratégia, fazendo com que a empresa cada vez mais se concentre em suas competências básicas e dá espaço aos profissionais específicos nas atividades complementares. Segundo Bezerra (1994), a terceirização é uma ferramenta adotada pelas organizações para as atividades de apoio e também para importantes etapas do processo produtivo na empresa, quando se busca a redução de custos. Para Saad (2006), todos os elementos do processo de terceirização combinados formam uma prática gerencial única. Os provedores de serviços de terceirização são parceiros que se delegam muitas das decisões relacionadas à prestação dos serviços no dia-a-dia. O valor por eles agregado vem do fato de que devem entender os negócios do cliente (seus fatores críticos, suas prioridades, suas idiossincrasias), satisfazer seus requisitos e antecipar suas futuras necessidades. Segundo Giosa (1999), alguns fatores condicionantes de uma forma ampla e geral são determinantes do sucesso, para implantação de processos de terceirização: Ambiente estratégico Os motivos da existência da empresa, conhecendo e focalizando a sua verdadeira missão, os objetivos e as diretrizes, as políticas gerais e setoriais, a aderência e compatibilidade do negócio, além de um conhecimento amplo do mercado e formas de comercialização; As vertentes estratégicas que levam a uma maior “aderência” e compatibilidade com os sistemas de informação; A necessidade natural do conhecimento amplo dos funcionários sobre o novo sistema de gestão que será implantado; Em nível de conflitos, com a revisão dos objetivos, diretrizes, políticas, a empresa estará apta a se relacionar com todos os níveis hierárquicos e postos de trabalho, com confiança e competência necessária para a ligação; 38 A revisão de papéis, funções dos empregados deverá ser clara e presumivelmente analisada diante deste novo cenário, com estudos de avaliação; Haverá alteração prevista nas funções dos empregados por meio da implantação de políticas setoriais. Assim, os conflitos internos poderão interromper, com a presença ou não dos sindicatos, com grande poder de influenciar adequadamente ou não a implantação de programas de terceirização nas empresas. Segundo Saad (2006), terceirizar uma função que seja ou que possa eventualmente tornar-se uma competência diferencial ou um fator-chave de sucesso, apenas por uma redução de custos, pode resolver um problema de caixa em curto prazo, mas, simultaneamente, pode criar um problema em longo prazo que arruíne a organização. O termo empreendedorismo é recente pode ser definido como um processo de implementação de novos negócios e/ou mudanças em empresas já existentes. Muitas vezes envolvendo a criação de empresas ou produtos novos, inovações e riscos. Pode-se dizer que o empreendedorismo é a inovação, a criação de algo novo, que necessita de um planejamento, de novas ideias, de dedicação e muito esforço, atingindo assim a recompensa de um reconhecimento profissional, um retorno financeiro e a satisfação pessoal. Transforma a condição mais significante numa excepcional oportunidade. O empreendedor é visionário dentro de nós. O sonhador. A energia por trás de toda atividade humana. A imaginação que acende o fogo do futuro. O catalisador das mudanças. O empreendedor vive o futuro, nunca do passado, raramente do presente [...]. (GERBER, 1996, p. 31). Seguindo o pensamento de Dolabela (2000)
Compartilhar