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1 APH-LAIANE SOUSA Aula APH 29/04 Trauma de abdômen Para falar de trauma de abdômen, é importante da uma leve retomada na anatomia abdominal, para entender melhor sobre as fraturas. Anatomia externa Dimensões: Pontos de referências Anterior: ✓ -Superior: entre as linhas transmamilar ✓ -inferior: Ligamentos inguinais e sínfise púbica ✓ -Lateral: linhas axilares anterior Flancos: ✓ Superior: Desde o sexto espaço intercostal ✓ Inferior: crista ilíaca ✓ Lateral: entre as linhas axilares anteriores e posteriores Anatomia interna É difícil ver se tem trauma interno, e o médico vai fazer isso verificando por exemplo os sinais vitais. Existem 3 compartimentos: • Cavidade peritonial, espaço retroperitonial e cavidade pélvica Vale a dica: todo ferimento abaixo da linha do mamilo pode causar lesões nas vísceras abadominais • Espaço retroperitonial: -contém: aorta abdominal, veia cava inferior, duodeno o pâncreas, os rins e os ureteres, a face posterior dos colóns ascendentes e descendentes. -lesões que acometem as vísceras retroperitoneais são de reconhecimento difícil, inicialmente não produzem sinais e sintomas de peritonite. • Cavidade pélvica: - é envolvida pelos ossos da pelve, constitui a parte mas baixa dos espaços retroperitonial e intraperitoneal. Contém: reto, bexiga, vasos ilíacos, útero e ovários As lesões abdominais e pélvicas: • Principais causas de morte prematura após trauma grave • Diagnóstico imediato e laparotomia de urgência- única chance de sobrevivência • Paciente gravemente ferido-minimizar o tempo do insulto ao tratamento definitivo e maximizar o do atendimento pré-hospitalar. Objetivo do APH • Em pacientes com hemorragias abdominal deve ser direcionado para o centro de tratamento definitivo. Na imagem mostrada abaixo retrata um trauma no diafragma. Teve um trauma fechado, paciente sem cinto de segurança Avaliação 2 APH-LAIANE SOUSA • É um desafio diagnostico e, em pouco casos, a indicação cirúrgica é óbvia. • O índice de suspeita de lesões abdominais deve ser baseado em muitas fontes de informações. Quais são elas? Biomecânica, achados do exame físico e informações do paciente e testemunhas de ocorrência. • Despercebidas, no atendimento inicial ou mascaradas por alteração do nível de resposta do sistema nervoso central por TCE e/ou uso de drogas e TRM. Sinal de trauma abdominal : O que você vê para suspeitar de um trauma abdominal? • Volante entortado • Mecanismo de lesão compatível com desaceleração rápida ou forças de compressão significativas • Lesões de partes moles do abdômen, flanco ou dorso • Choque sem etiologia evidente • Choque mais grave de que o explicado por outras lesoes • Sinal de cinto de segurança • Sinais peritoniais- presença de rigidez abdominal, defessa ou distensão Biomecânica – trauma fechado • Impacto direto • Acidente automobilístico • Uso inapropriado do dispositivo de segurança • Esperte de contato agressivo • Crianças-choque contra equipamentos de recreação infantil ou acidentes provocados por guidão de bicicleta em casos de queda. • O diafragma pode romper em contusões abdominais de vísceras, levando a migração do abdômen para o tórax e comprometendo a expansão dos pulmões e a ventilação. • Dica: o acionamento do airbag não evita lesões abdominais. O airbag pode lesionar a equipe pré-hospitalar porque pode ser acionado depois, então tomar cuidado quanto a isso. • Tipos de choques Sinais de choque: - palidez cutânea -taquisfigmia -Bradicardia -sudorese profusa -rebaixamento do nível de consciência -enchimento capilar>=2s - hipotensão -anúria Trauma abdominal aberto: • Traumatismos penetrantes podem provocar efeito indireto, pela dissipação da energia ou pelo percurso feito pelo projétil ou armas. Quando falo sobre laceração no abdômen, já imagino um trauma aberto. • Ferimentos por arma branca e por projéteis de baixa velocidade causam lesão tecidual por corte ou por laceração. 3 APH-LAIANE SOUSA • Os projéteis de alta velocidade transferem maior quantidade de energia cinética às vísceras abdominais. Biomecânica- trauma penetrante Pode ser por arma branca e por arma de fogo. Um exemplo claro, é quando você apunhala uma faca no abdômen, como mostra a imagem abaixo. • Ferimento por arma branca (FAB) ✓ -60% chega com evisceração, hipotensão e irrigação peritoneal ✓ -Com FAB com objetivo penetrante, se estável exames de imagem se não ta estável fazer uma laparotomia exploratória ✓ -FAB>6 horas cicatrização por segundo tempo ✓ -FAB<6 horas sutura Porcentagem de Órgão afetados: Fígado:40% Intestino delgado: 30% Diafragma: 20% Cólon:15% • Ferimento por arma de fogo (FAF) ✓ -A incidência de lesão intraperitoneais chega a 90%. ✓ -Ferimentos tangenciais por projétil, frequentemente não são tangenciais. ✓ -Indicação: qualquer doente com alteração hemodinâmica. ✓ -Sinais de irritação peritoneal ✓ -Penetração em fáscias. ✓ -Em caso de dúvida de penetração sempre proceder com laparotomia exploratória. Porcentagem de órgãos afetados: Intestino delgado: 50% Cólon: 40% Fígado:30% Vasos: 25% História • Ficha de atendimento do paciente (FAP) • Obtida do paciente, família ou de circunstantes História AMPLA • Questões relacionadas com as colisões com veículos motorizados: ✓ Tipo de colisão e posição do paciente no veículo; 4 APH-LAIANE SOUSA ✓ Extensão do dano ao veículo, incluindo estrago no compartimento de passageiros, deformidade do ✓ volante e necessidade de retirada demorada; ✓ Uso de dispositivos de segurança, acionamento de airbags e a presença de cadeirinha de criança • Perguntas relacionadas com os ferimentos penetrantes: ✓ Tipo de arma – pistola, rifle, calibre, comprimento da faca; ✓ Número de vezes que o paciente foi atingido por arma de fogo ou por arma branca; ✓ Quantidade de sangue no local. História- avaliação primária típico XABCDE no atendimento pré-hospitalar • Trauma abdominal- vias aéreas geralmente pérvias. • Alteração: respiração, circulação e estado neurológico, correlação com choque hipovolêmico. • Choque compensado: aumento discreto da frequencia respiratória e da frequência cardíaca; • Grave: taquipneia e taquicardia acentuada ou grave, hipotensão acentuada, pele fria, pálida, pegajosa. • Como foi dito lá em cima, a ruptura do hemidiafragma pode causar comprometimento das vias aéreas, e com isso, os Ruidos hidroaéreos serão auscultados no tórax. • O indicador mais confiável de sangramento intra-abdominal é a presença de choque de origem não explicada. Historia- avaliação secundária • AMPLA • A sistemática deve seguir uma sistemática exposta a seguir, relacionada aos 4 métodos propedêuticos: • Inspeção: escoriações, hematomas, esquimoses, perfurações, objetos impactados: assimetria, distensões, veias dilatadas- pode ser indicativo de doenças preexistentes como hepatopatia e possibilidade de gravidez. • Palpação: permite identificar áreas dolorosas, ``contração```- defesa voluntaria, o conteúdo e a tensão abdominal podendo oferecer subsídios para indicação cirúrgica: defesa involuntárias: rigidez ou espasmos dos músculos em resposta à peritonite. • Ausculta: pesquisa de presença ou ausência dos RHA. NÃO É RELEVANTE NO PRÉ-HOSPITALAR • Percussão: permite pesquisar os movimentos do peritônio. NÃO É RELEVANTE NO PH • Exame do penis, períneo e reto: presença de sangue no meato uretral, investigar se existelesao de uretra. • Objetivo do toque retal em pacientes com traumas fechados: avaliar o tônus esfincteriano, a posição da próstata e a possível lesão de fratura de ossos pélvicos. A bacia deve ser cuidadosamente palpada para verificar instabilidade e dor 1- Pressionar as cristas ilíacas para tras 2- Pressionar as cristas para dentro 3- Pressionar a sínfise púbica Sinais peritoneais • Dor abdominal significativa à palpacao oucom a tosse • Defesa involuntária • Dor a percussão • RHA diminuídos ou ausentes 5 APH-LAIANE SOUSA Trauma fechado O exame clinico seriado em pacientezões politraumatizados tem acurácia semelhante a da TC de triplo constante FAST • Ultrassonografia direcionada para trauma • Deve detectar presença de liquido no espaço, hepatomegalia, espaço esplenomegalia, fundo de saco de Douglas e o saco pericárdico. L.P.D • Lavado peritoneal diagnostico, é o segundo dos estudos mais rápidos. • Vai diagnosticar se tem sangue na cavidade peritoneal. • É um procedimento invasivo, de rápida execução, que alcança uma sensibilidade de 98% para detecção de hemorragia intraperitoneal Contraindicação: • Absoluta: é a indicação estabelecida de laparotomia • Relativa: ✓ Laparotomia exploratória prévia; ✓ Obesidade mórbida; ✓ Cirrose avançada; ✓ Coagulopatia; ✓ Gestação. Positivo: ✓ aspiração de mais de 10ml de sangue ✓ Líquido com lavagem com as seguintes características: ➢ 100.000 hemácias/mm3 ➢ 500 leucócitos/mm3 ✓ Presença de Bile, bactérias Gram ou secreção TGI, urina ✓ Amilase > 175 UI/DL Exames complementares: • TC abdômen: é o exame que possui maior especificidade para diagnóstico das lesões abdominais e retroperitoneal. • Somente paciente estável 6 APH-LAIANE SOUSA Pré-hospitalar É importante: 1.Avaliar a segurança da cena; 2.Usar as técnicas de controle de vias aéreas, adm. oxigênio e usar suporte ventilatório S/N; 3. Ministrar oxigênio a 12 ou 15 litros/min. 4.Controlar a hemorragia externa e imobilizar o paciente em prancha longa; 5.Transporte rápido ao hospital; 6.Acesso venoso e a infusão de líquidos é útil nos casos em que a vítima está distante de um centro de trauma; 7.Aquecer a vítima, evitando a hipotermia que agrava o estado de choque. 8.Aplicar calça pneumática antichoque (PASG) para reduzir a hemorragia intraperitoneal ou retroperitoneal ou fratura de bacia. Estabilização da bacia com lençol. 9. Evisceração – limpar as vísceras de detritos grosseiros com soro fisiológico e cobrir com plástico esterilizado ou compressas – não recolocar as vísceras na cavidade abdominal. 10. Objetos empalados – nunca retirá-los – apenas em Centro Cirúrgico. OBS. Para evitar a progressão da degradação e posterior sangria, a “hipotensão permissiva” deve ser o objetivo na ressuscitação pré-hospitalar. - Minimizar a quantidade de reposição volêmica enquanto a perfusão cerebral é mantida e a pressão arterial sistólica permanecer acima de 70 a 80 mmHg – pouco volume até controlar o sangramento. - A administração de cristaloides pode agravar a resposta inflamatória, aumentar a perda de sangue antes da hemostasia definitiva e aumentar os requisitos de transfusão – agravar a inflamação precoce e tardia. Medidas auxiliares • Sonda gástrica: alivia uma possível distensão gasosa do estômago, descomprimi antes de lavado peritoneal diagnóstico e remove conteúdo gástrico reduzindo, risco de aspiração. – Na presença de fraturas graves da face base crânio - SOG, para evitar que atravesse a placa crivosa e penetre no crânio. • Sondagem vesical: alivia retenção urinária aguda, descomprimir antes de lavado peritoneal diagnóstico e monitorização de perfusão com débito urinário. – Se contra indicado sonda vesical é obrigatório uretrograma (procedimento radiológico realizado para avaliar a integridade da uretra). Trauma na gravidez • A gravidez causa alterações anatômicas e fisiológicas nos diversos sistemas do corpo. • Estas mudanças podem dificultar a avaliação da paciente . • O socorrista está atendendo dois ou mais pacientes. - O útero aumenta até a 38a semana de gestação = tornando-o mais susceptível a lesões: incluindo: ruptura, ferimentos penetrantes, deslocamento de placenta e rotura prematura de membranas. - A placenta e o útero são muito vascularizados = hemorragia intensa. • A frequência cardíaca aumenta = dificultando a interpretação de taquicardia. • A pressão arterial sistólica e diastólica cai de 5 a 15mmHg, durante o segundo trimestre, depois normaliza. • Hipotensão supina = causada pela compressão do útero sobre a cava inferior; colocar a paciente em decúbito lateral esquerdo. • Na imobilização de coluna, elevar o lado direito da prancha 10 a 15 cm, colocando calços por baixo dela. • A eclâmpsia, que é uma complicação do final da gravidez, pode mimetizar lesão cerebral = 7 APH-LAIANE SOUSA fazer avaliação neurológica cuidadosa. • O peristaltismo diminuído = risco maior de vomitar e aspirar. • A ausculta dos batimentos cardíacos fetais no local do acidente não ajuda. Transporte rápido. • A perda de sangue por lesão abdominal pode manifestar-se desde por sinais e sintomas mínimos até choque grave. • O feto pode estar em sofrimento mesmo que as condições maternas e seus sinais vitais pareçam estáveis. • Oferecer altas concentrações de O2. • Iniciar reposição volêmica durante o transporte. • Transporte rápido, mesmo com lesões aparentemente leves. • A reanimação da mãe é a chave para a sobrevivência da mãe e do feto
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