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Trauma Habilidades Básicas Principal causa de morte entre 1 e 44 anos DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL DE TRAUMA 1° pico (50% dos óbitos) o Segundos a minutos após, por lesões graves e de difícil tratamento. o Ruptura de aorta, hipóxia grave... o Prevenção primária é a melhor conduta 2° pico (30% dos óbitos) o Nas primeiras horas após o evento o Hipóxia, sangramento, hematoma epidural, ruptura de baço, fígado, fratura pélvica o Evitável por atendimento inicial adequado 3° pico (20% dos óbitos) o De dias a semanas após o evento, por complicações sistêmicas o Síndrome de angustia respiratória aguda, sepse, insuficiência renal CONCEITO DE TRAUMA Evento nocivo que advém da liberação de formas específicas de energia ou barreiras físicas ao fluxo normal de energia o Energia mecânica – colisão de automóveis o Energia química – produtos de limpeza em contato com crianças o Energia térmica – incêndios o Energia por irradiação solar – queimaduras solar o Energia elétrica – choque PREVENÇÃO AO TRAUMA Trauma = abordagem de saúde pública Estratégia dos três E’s o Implementação de estratégias Educação – crianças sabendo da importância do cinto o Informação a um público-alvo Execução – blitz o Poder e lei Engenharia – ex: carros mais seguros Hospedeiro: criança Agente: piscina Ambiente: porta aberta e pai distraído Fases Fatores do hospedeiro Fatores do agente Fatores do ambiente Pré- evento ↳ Visão do motorista ↳ Consumo de álcool ↳ Experiência e raciocínio ↳ Extensão da viagem ↳ Nível de fadiga ↳ Adesão ás leis de trânsito ↳ Manutenção dos freios, pneus, ↳ Equipamento defeituoso ↳ Centro de gravidade ↳ Velocidade da viagem ↳ Facilidade do controlo ↳ Programa de inspeção dos veículos ↳ Obstáculos a visibilidade ↳ Curvatura e inclinação da estrada ↳ Coeficiente de atrito da superfície ↳ Acostamentos estreitos ↳ Sinalizações de trânsito ↳ Limites de velocidade ↳ Condições de tempo ↳ Atitudes em relação ao álcool ↳ Leis relacionadas com motoristas deficientes ↳ Apoio para iniciativas na prevenção de traumas ↳ Estradas usadas para atividades recreativas primárias Evento ↳ Uso de cinto ↳ Osteoporose ↳ Limiar do trauma ↳ Ejeção ↳ Capacidade de velocidade ↳ Tamanho do veículo Itens automáticos de contenção ↳ Superfícies de contato duras e cortantes ↳ Barra de direção ↳ Falta de grades ou muretas de proteção ↳ Grades ou muretas entre pistas ↳ Distância entre a estrada e objetos imóveis ↳ Limites de velocidade ↳ Trânsito na direção oposta ↳ Atitudes sobre o uso de cinto Leis sobre uso de cinto ↳ Cumprimento das leis sobre assento de segurança para crianças ↳ Leis de uso de capacete para o motociclista Pós- evento ↳ Idade ↳ Condições físicas ↳ Tipo ou gravidade do trauma ↳ Conhecimento dos primeiros socorros ↳ Integridade do sistema de combustível ↳ Encarceramento ↳ Sistema de comunicação de emergência ↳ Distância e qualidade do SME ↳ Treinamento do SME ↳ Disponibilidade de equipamento de retirada rápida ↳ Apoio para os sistemas de cuidados de trauma ↳ Programa de reabilitação PENSAMENTO CRÍTICO 1. Avaliação o Segurança do local, necessidade de recursos... 2. Análise o O que foi passado para mim, condiz com a situação? 3. Construção de um plano 4. Ação o Atendimento em si 5. Reavaliação o Sempre reavaliando o paciente até a chegada ao hospital 6. Alterações ao longo de caminho BIOMECÂNICA DO TRAUMA Três tipos de impacto. Ex: 1. Objetos - Do carro contra a moto 2. Corpo X Automóvel - Dos ocupantes do carro contra o próprio veiculo 3. Órgãos internos Queda de alturas – somente dois impactos (1 e 3) TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA Densidade o Quanto mais denso for o tecido, maior será a quantidade de energia trocada (ex: concreto x areia da praia) Área de contato o Faca x bola de baseball Cavitações: o Temporárias – murro (superfície muito grande, não é suficientemente tensa para romper o tecido) o Permanentes - arma de fogo (gera cavitação temporária quando passa pelos tecidos, assim como uma cavitação permanente pelo rompimento das fibras) COLISÕES AUTOMOBILÍSTICAS Pacientes críticos e potencialmente críticos só podem passar no máximo 10 MINUTOS no local da lesão COLISÃO FRONTAL Duas trajetórias o Por cima Ao bater cabeça no parabrisa -> Lesão de partes moles, couro cabeludo, lesão ocular Cabeça segura no teto mas corpo continua indo -> lesões da coluna cervical Colisão do tórax no volante -> fraturas de costelas (cada uma sangra 125 ml), hemotórax, pneumotórax, hemopneumotórax, contusão pulmonar, contusão miocárdica Colisão do abdômen -> aumento súbito da pressão intrabdominal levando a uma pressão arterial sistólica retrógada de até 800 mmHg, fazendo com que possa levar a uma ruptura valvar aórtica. Além disso, pode-se gerar ruptura diafragmática e herniação das vísceras para cavidade torácica Rompimento de vísceras ocas levam e derramento de seus conteúdos na cavidade abdominal levam a peritonite e rompimento de vísceras sólidas se rompem gerando sangramento abundante. o Por baixo Mesmas lesões de face, tórax e abdômen Fêmur bate no painel do automóvel, levando ou a fratura de diástase de fêmur ou luxação da cabeça do fêmur para região posterior do acetábulo A colisão do joelho no painel leva a ruptura da artéria poplítea -> sempre verificar pulsos palpiteiros e pulsos pediosos bilaterais Como verificar se lesão foi por baixo? Parte de baixo do volante amassado, destruição da parte inferior do painel... COLISÃO POSTERIOR Carro da frente parado ou mais devagar que o de trás Veículo-projétil (veículo rápido) Veículo-alvo (veículo lento) COLISÃO LATERAL Lesões Coluna cervical Cabeça Pescoço Clavícula Tórax Abdome e pelve o Lesão pélvica - > pode sangrar de 1l a todo o sangue do corpo ROTACIONAL Combinação das colisões frontal e lateral Mais graves nas vítimas perto do ponto de impacto Instabilidade do veículo CAPOTAMENTO Pode-se esperar completamente tudo COLISÕES DE MOTO Arremessamento - muito cuidado com trauma fechado de tórax e abdômen Pode-se esperar qualquer tipo de lesão Na hora da colisão, o motociclista bate o fêmur no guidão da moto, podendo ter já de início a fratura de um ou de ambos os fêmures o Cada fêmur fraturado sangra de 1l a 2l ATROPELAMENTO Adultos o Tende a se jogar por cima do capô Crianças o Arrastada pela frente do carro o Levada para baixo do carro ou do pneu do carro QUEDA Altura da queda Superfície sobre a qual caiu Parte do corpo que bateu primeiro EXPLOSÕES Onda de explosões – até 5000m/s o Capaz de amputar braços e pernas o Explosão de grande parte dos vasos internos, vasos intracerebrais e órgãos Superpressão da explosão Redução à pressão ambiental Vácuo Categoria Características Primária Ruptura timpânica, explosão dos pulmões, lesões oculares, concussão Secundária Lesões penetrantes, amputações traumáticas, lacerações Terciária Lesões contundentes, síndrome do esmagamento, síndrome de comparimentação Quaternária Queimaduras, lesões por inalação de gases tóxicos, lesão por contaminação ambiental Quinaria Lesões por bactérias e radiação AVALIAÇÃO Primeiramente olhar para o macro o Macro: o que realmente está acontecendo? o Micro: vítimas QUESTÕES DE SEGURANÇA Condições climáticas/ iluminação Design das autoestradas Estratégias para minimizar incidentes o Número adequado de socorristas o Posicionamento dos carros TEMPO RESPOSTA Tempo entre a ligação até a chegada ao local e da chegada ao local até ohospital “Demora” para chegar Avaliação na ambulância Atitudes hostis REGRAS DE SEGURANÇA Fique fora Retire-se do local Quebre tensão Defenda-se PRECAUÇÕES PADRÃO EPI – macacão, bota, luva... O PACIENTE Não importa o quão grave esteja o paciente, deve-se sempre seguir o guideline – ABCDE primário e secundário Em pacientes críticos sempre será feito unicamente o ABCDE primário o Só poderão passar no máximo 10 MINUTOS no local Em pacientes não críticos será feito ABCDE primário e secundário Airway – abrir via aérea com proteção da coluna cervical Breathing – respiração e ventilação Circulation – circulação e controle de hemorragia Disability – avaliação neurológica Exposure / Environmental – exposição do paciente e controle da hipotermia OBS: X – Contenção de hemorragia externa grave o Vem antes do A em casos de pacientes com sangramentos extensos Um está ligado ao outros -> O B é consequência do A, e assim por diante X – EXANGUINAÇÃO Em situações em que o paciente tem uma perda sanguínea grande, deve-se imediatamente conter a hemorragia. ABC do controle do sangramento: Alert 191, Bleeding, Compress. A – VIAS AÉREAS → Se a via aérea estiver comprometida, deverá ser aberta (jaw trust), ao passo que outra pessoa deve estabilizar a cervical. Garantir via aérea pérvia; Imobilizar a coluna com colar cervical Obs: antes de colocar o colar, deve palpar o pescoço posteriormente (dor/crepitação) e anteriormente (laceração/turgência jugular). Sempre é inserido pela direita e sua medição é feita do ângulo da mandíbula ao trapézio. B – RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO → Análise da respiração, exposição do tórax do paciente. Em todo paciente traumatizado deve ser administrado oxigênio suplementar. • Ventilação anormal: o tórax deve ser exposto, observado e palpado rapidamente (ausculta e percussão; ápice-ápice e base-base) Hipóxia: ventilação inadequada aos pulmões. É a principal causa de agitação em uma vítima de trauma. Pneumotórax hipertensivo, tórax instável com contusão pulmonar, hemotórax maciço ou pneumotórax aberto Síndrome de Mendelson: broncoaspiração (pneumonia bacteriana) Frequência respiratória Apneia: Paciente não está ventilando; Lenta: <10 irpm (bradpneia); o Deve auxiliar ou assumir uma respiração com dispositivo de máscara com válvula e balão; o Pode indicar isquemia cerebral; o Uma saturação >90% deve ser garantida. Normal: 10-20 irpm (eupneico); o Embora o paciente esteja estável, deve ofertar oxigênio suplementar. Rápida: 20-30 irpm (taquipneia); o O paciente deve ser observado para ver se está melhorando ou piorando; o Uma frequência rápida indica que não há aporte suficiente de oxigênio no tecido corporal; o O estímulo para aumentar a frequência ventilatória é o acúmulo de CO2 ou diminuição de O2 sanguíneo. Anormalmente rápida: >30 irpm (taquipneia); o Ventilação com oxigênio suplementar deve ser aplicada imediatamente; o Indica hipóxia, metabolismo anaeróbico ou acidose. C - CIRCULAÇÃO Sangramento capilar Sangramento venoso Sangramento arterial Regra do 1H e 3P: • Hemorragia externa identificada e controlada: Capilar, venosa ou arterial (de difícil controle); • Pulso radial bilateral: Se o radial estiver ausente, vai para o pulso central e, se ambos estiverem ausentes, segue BLS; • Pele: Avaliar cor, temperatura e umidade; o Inspecionar a cavidade abdominal: tórax escavado ou globoso (se estiver globoso é sinal de sangramento interno); o Palpação da bacia: se no primeiro movimento ouvir crepitação ou o paciente gritar de dor supõe-se que há uma fratura de pelve. Deve-se estabilizar com lençol em movimento de serrote e depois colocar o torniquete. • Preenchimento capilar <2s Ciladas Crianças – demora muito para descompensar, porém, descompensa muito rápido Gestante – podem perder até 30% de sangue antes de entrar em estado hipovolêmico. Em contrapartida, devido à perda de sangue, o feto pode entrar em estado de acidose e hipóxia fetal por hipoperfusão uteroplacentária Idosos – descompensa muito fácil Atletas – funciona como as crianças AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Oxigenação diminuída: hipóxia/ hipoperfusão o Muito comum em crianças Lesão do SNC o Trauma craniano... Intoxicação o Por álcool, por substâncias químicas, substâncias ilícitas... Distúrbios metabólicos o Diabetes.... EXPOSIÇÃO A parte mais grave pode ser escondida Evitar hipotermia Melhor local de fazer exposição é já dentro da ambulância Depois de expor, aquecer a vitima REALIZAÇÃO DA INSPEÇÃO, PALPAÇÃO, PERCUSSÃO E AUSCULTA Normalmente ocorrem na letra “B”, porém, começando na letra “A” com palpação do pescoço antes da colocada do colar cervical • Inspeção do tórax a procura de escoriações, lacerações, ferimentos abertos, assimetria de expansão, movimento paradoxal (adução anormal das pregas vocais durante a respiração), aumento da frequência respiratória; • Palpação em busca de deformidades ósseas e de partes moles, pontos dolorosos. Palpar o pescoço posteriormente (dor/crepitação) e anteriormente (laceração/turgência jugular) • Percussão auxilia na identificação de hemotórax, pneumotórax; • Ausculta de avaliação do trauma: comparação entre HTD e HTE (ápice, ápice, base, base). Obs: ausculta de pós intubação: epigástrio, base esquerda, base direita, ápice direito, ápice esquerdo, epigástrio; AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Apenas em pacientes não críticos. Feita após o térmico da avaliação primária com identificação e TTO de todas as lesões que colocam a vida do paciente em risco e início da reanimação. Tem como objetivo identificar as lesões e problemas que não foram encontrados na primária. Com uma avaliação primária bem feita, com a identificação de todas as condições com risco à vida, a avaliação secundária irá tratar de problemas de menor gravidade. • Ver: hemorragia interna/externa, tecidos moles, observar tudo o que não parecer correto • Ouvir: ruídos respiratórios, sons anormais • Sentir: avaliar todas as regiões do corpo, observar qualquer achado anormal • Exame neurológico detalhado História Exame Físico: “da cabeça aos pés” “Tubos e dedos em todos os orifícios” Exame neurológico completo Testes diagnósticos especiais Reavaliação HISTÓRIA A - Alergia Alergia M - Medicações P - Passado médico L - Líquidos e alimentos ingeridos A - Ambientes e eventos relacionados com trauma CABEÇA Exame neurológico completo Determinação da E.C.Glasgow Amplo exame dos olhos/ouvidos Paciente inconsciente Edema periorbital CUIDADO ! Oclusão do canal auditivo MAXILOFACIAL Crepitação / instabilidade óssea Palpação de deformidades Potencial obstrução da via aérea Fratura do platô cribiforme CUIDADO ! Lesões frequentemente esquecidas COLUNA CERVICAL Palpação de sensibilidade local Exame motor / sensitivo completo Reflexos Raio X da coluna cervical PESCOÇO (partes moles) Mecanismo: fechado x penetrante Sintomas: obstrução de vias aéreas / rouquidão Achados: Crepitação, hematoma, estridor. Sintomas / sinais tardios Obstrução progressiva da via aérea CUIDADO ! Lesões ocultas TÓRAX Inspeção Palpação Percussão Ausculta Raio X ABDOMEN Inspeção Palpação Percussão Ausculta Reavaliação Frequente Estudos especiais Lesão retroperitoneal e víscera oca Manipulação pélvica excessiva Períneo: Contusões, hematomas lascerações, sangue uretral Reto: Tonus esfincteriano, elevação da próstata, fratura pélvica, integridade da parede do reto,sangue Vagina: sangue , lascerações Cuidado: Lesão uretral em mulher, gravidez MUSCULOESQUELÉTICO Extremidades Contusão, deformidade Dor Perfusão Estado neurovascular periférico Raio X se necessário Pelve Dor à palpação Sínfise púbica afastada Comprimento desigual das pernas Instabilidade Raio X se necessário Cuidado: Perda de sangue potencial Fraturas esquecidas Lesão de tecidos moles e ligamentos Síndrome compartimental oculta (especialmente com alteração LOC / hipotensão) NEUROLÓGICO (Coluna / medula ) Exame sensitivo e motor completo Exames de imagem quando indicado Reflexos Sistema Nervoso Central Reavaliação frequente Prevenir lesão cerebral secundária Cuidado: Exame sensitivo e motor completo Imobilização Incompleta Súbito aumento da PIC com medidas diag. e terap. Rápida deterioração REAVALIAÇÃO • O transporte de doentes traumatizados e gravemente feridos para o hospital apropriado mais próximo deve ser feito assim que possível. A menos que haja circunstâncias complicadoras, o tempo na cena deve ser limitado a 10 minutos ou menos para esses pacientes. • Durante o percurso para o hospital, deve-se sempre fazer reavaliação do paciente, especialmente se o paciente estiver com alguma lesão grave, pois o ele pode descompensar no caminho Trauma Torácico REVISÃO ANATÔMICA BREVE: Os pulmões são órgãos elásticos que necessitam de certa “força” para se manterem insuflados, caso contrário eles assumem o perfil colabado (pressão intrapulmonar se iguala a pressão atmosférica). O mecanismo para impedir que o pulmão colabe é o espaço virtual interpleural, folhetos separados pelo líquido pleural. Assim, a pressão pleural é o que mantém os pulmões insuflados (normalmente -5cm de água), e durante a inspiração, quando a cúpula diafragmática é puxada para baixo, a pressão tende a ficar mais negativa (-7,5 cm de água) permitindo assim a expansibilidade do tórax (ou seja, em todo tempo a pressão é negativa) LESÕES ESPECÍFICAS DO TRAUMA TORÁCICO 1. Fratura de costela Cada costela fraturada sangra em média 125 ml • Alta intensidade de energia cinética para fratura de costela • Crianças tem maior elasticidade do arcabouço ósseo, de forma que podem sofrer trauma torácico de altíssima intensidade sem fratura de costela, mas com lesões intratorácicas gravíssimas • O trauma de costelas gera muita dor, sendo fator limitante para a expansividade/amplitude respiratória (respiração limitada pela dor) Volume minuto = FR x Volume corrente FR = entre 14 e 20 irpm Volume corrente: cerca de 500 ml na inspiração normal • O volume corrente cai drasticamente em fratura de costela (cerca de 100 ml) o Como mecanismo compensatório, há aumento da frequência respiratória o 100 ml de ar não chega a preencher nem o espaço morto anatômico, de forma que o paciente entra em quadro de hipóxia. o Conduta: resgate respiratório com uma ventilação a cada 5 a 6 segundos • Fratura de 1a e 2a costela: trauma gravíssimo, 30% dos óbitos são por lesões associadas e 5% por secção de grandes vasos, como aorta (não é muito frequente) • As costelas mais comumente fraturadas são entre a 3a e a 8a, em sua face lateral. o Lesões associadas: (parte + importante das fraturas) Contusão pulmonar Laceração de artérias e veias intercostais Hemotórax Pneumotórax Hemorragias → Avaliação da fratura de costelas: - Dor à palpação ou movimento - Crepitação óssea - Costelas inferiores podem levar a lesões abdominais em fígado, baço e rim - Paciente vai apresentar fácies de dor, respiração rápida e superficial, podendo estar assimétrica ou simétrica 2. Tórax instável ou retalho costal móvel É um impacto de altíssima intensidade no esterno ou na parede lateral do tórax fazendo com que aconteça a fratura de pelo menos duas ou mais costelas adjacentes, cada uma com pelo menos dois pontos de fratura Característico de respiração paradoxal: a pressão pleural fica -7,5 mm de água, na inspiração o tórax afunda e na expiração o tórax sofre abaulamento Lembrar: máscara de hudson em pacientes com respiração estável, não vai ser utilizada nesse tipo de paciente → Consequências do tórax instável: Hemotórax, pneumotórax, hemopneumotórax, contusão miocárdica, ruptura de esôfago ... Diminuição da capacidade vital (volume máximo de ar expirado com esforço máximo); Aumento no trabalho da respiração; Dor, limitação da expansão torácica; Laceração de tecidos (caso atinja a parede alveolar, prejudica diretamente a hematose); Contusão pulmonar abaixo do segmento instável (comum e potencialmente fatal, pode ter manifestação apenas de 8 a 24 horas após o trauma, é um hematoma de pulmão); o Contusão pulmonar → sangramento intersticial e alveoar → espessamento da camada alvéolo-capilar → ↓hematose → ↓ oxigenação o Baixa complacência pulmonar o Paciente com fome de ar = fica sufocando com o uso da máscara de Hudson → paciente crítico Conclusão: paciente extremamente crítico! → Tratamento para tórax instável a) Deve-se realizar um balanço hídrico controlado, já que todo cristalóide intravenoso, após uma hora da aplicação, se distribui a seguinte forma: 1⁄3 se mantém intravascular 2⁄3 se tornam intersticiais → risco de edema → ↓hematose Em relação ao tórax instável, pode intensificar edema pulmonar. Conduta: controlar e reduzir reidratação para evitar edema b) Garantir oxigenação adequada (SaO2>95%), por máscaras faciais com balão e reservatório de oxigênio (ambu) c) Intubação endotraqueal caso seja necessário 3. Pneumotórax simples A pressão intratorácica se iguala à pressão atmosférica e o pulmão fica colado (murcho). Mecanismo do saco de papel →puxar o ar antes do acidente →explosão pulmonar No pneumotórax simples, a quantidade de ar que entra no espaço pleural é pequena. Pode ser causado por: Lesão na parede pulmonar Lesão no parênquima pulmonar → saco de papel * Ou ambas Blebs: bolhas presentes em alguma patologias que se localizam no parênquima pulmonar e que quando rompem podem gerar um pneumotórax simples ! Paciente não precisa ser drenado imediatamente no pneumotórax simples; OBS: O colabamento do pulmão se dá a partir das extremidades em direção ao centro → Sintomas Dor (em fratura de costela) Pode ser assimétrica Bradipneia Ausculta pode estar diminuída ou ausente na região afetada 4. Pneumotórax aberto Normalmente causado por ferimentos penetrantes (arma de fogo, arma branca, objetos empalados, colisões, quedas). Características das lesões do pneumotórax aberto: - Pequenas (fecham sozinhas) - Maiores (ficam abertas) - Lesões com válvula (ficam abertas na inspiração, mas na expiração fecham impedindo a saída do ar) → evolução rápida para pneumotórax hipertensivo OBS: Pneumotórax hipertensivo é emergência médica absoluta → Tratamento - Realiza-se um curativo de três pontas mantendo a região inferior livre, permitindo que o ar intratorácico saia para o meio externo, mas que o ar do meio externo não entre - Se paciente tiver lesão do parênquima e a ventilação for feita de maneira inadequada, pode haver a passagem de ar para o espaço pleural e desencadear um pneumotórax hipertensivo (“ambuzando”) ↳ Retira curativo para igualar pressões e depois coloca novamente Pressões entre os folhetos pleurais Normal: -5 a -7,5 mm de água Lesão de parede torácica ou parênquima pulmonar: 0 mm de água Ventilação com pressão positiva: +5,+10, +100, provocando o pneumotórax hipertensivo 5. Pneumotórax hipertensivo Emergência médica (risco de morte). Mecanismo: o Válvula unidirecional na cavidade torácica (ar entra na inspiração e não sai na expiração); o Lesão parenquimatosa; Acúmulo de ar no espaço pleural em ambos os mecanismos o Mediastino começa a ser deslocado contralateralmente, comprimindo o pulmão saudável e o mediastino (repercussão cardiopulmonar) o As veias cava superior e inferior podem ser torcidas e comprimidas (prejuízo da fração de ejeção e atividade elétrica sem pulso). → Sintomas Taquipneia Dificuldade de respiração Respiração assimétrica Ausculta: abolida Percussão: som hipertimpânico Diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é puramente clínico e não radiológico → Tratamento de pneumotórax hipertensivo Diminuir a pressão no espaço pleural. Tratamento de emergência: pode-se fazer uso de jelco 14, que é o mais calibroso no 5o espaço intercostal da linha axilar média. Forma-se um pneumotórax aberto e o ar sai. Assim, mediastino volta a posição de base, pulmão contralateral é descomprimido, veia cava e artéria aorta voltam à posição anatômica, etc Tratamento final: drenagem torácica com selo de água em ambiente intra hospitalar SINAIS PRECOCES SINAIS EVOLUTIVOS SINAIS TARDIOS Múrmuro vesicular diminuído ou ausente Enfisema subcutâneo Dificuldade aumentada para ventilar (aumento da pressão entre folhetos pleurais dificulta a fluidez do ar) Distensão de veias jugulares (cava superior rotacionou e fluxo está interrompido) Piora progressiva da taquicardia Desvio da traquéia Piora progressiva da dispneia Ausculta em hipertimpanismo Sinal de hipóxia aguda Diminuição da pressão do pulso (aorta rotacionada) Outros sinais de choque cada vez mais grave 6. Hemotórax Cada hemitórax adulto pode acumular de 2500 a 3000 ml de sangue de cada lado; Sangue no espaço pleural Várias fontes de sangramento: vasos intercostais, grandes vasos, pulmão e seus vasos, etc Pode se apresentar como hemotórax simples (o comum) ou com pneumotórax hipertensivo associado (raro) → Sintomas Ausculta ausente na região do hemotórax Percussão maciça Diferença diagnóstica entre pneumotórax e hemotórax pode ser clínica → Tratamento hemotórax Diminuir a quantidade de sangue no espaço pleural. Oferecer oxigênio (ventilação assistida com máscara facial dotada de balão com válvula unidirecional) Intubação endotraqueal Reposição volêmica Transporte rápido Tratamento final: drenagem torácica com selo de água em ambiente intra hospitalar 7. Tamponamento pericárdico Pericárdio: membrana resistente, fibrosa, flexível mas inelástica Presença de líquidos no mediastino (sangue ou outros líquidos) Causas: Trauma fechado Trauma penetrante Ruptura ou penetração do miocárdio A cada sístole realizada pelo músculo cardíaco há aumento da ejeção de sangue para o pericárdio, de modo a atrapalhar o relaxamento da diástole. Em determinado momento o coração perde completamente o espaço de contração e relaxamento, gerando uma PCR por atividade elétrica sem pulso → Avaliação Lesão torácica pode ser o único achado; Choque; Adulto pode ter acúmulo de 200ml a 300ml de sangue antes de acontecer o tamponamento cardíaco; Aumento da frequência cardíaca; Diferença de pressão sistólica e diastólica diminui com a evolução; Pressão arterial baixa já que o coração não gera débito cardíaco; Diminuição ou desaparecimento do pulso radial na inspiração; Pulso paradoxal; Ausculta normal no HTD e no HTE, na ausculta cardíaca apresenta bulhas abafadas; Tríade de beck: MUITO IMPORTANTE!!! 1. Pressão venosa elevada: sangue não retorna para o coração, pode gerar distensão jugular) 2. Abafamento das bulhas cardíacas: achados da ausculta 3. Choque: sinais como hipotensão arterial a. (Hipertensão venosa e hipotensão arterial) → Tratamento Oxigenação adequada Transporte rápido para hospital apropriado Acesso venoso com reanimação volêmica Tratamento de emergência: pericardiocentese Tratamento definitivo: janela pericárdica (intervenção cirúrgica) remoção e interrupção do sangramento 8. Comoção cardíaca (concussão) Paciente sofre impacto na região anterior do tórax → PCR súbita, após impacto chega a dar um ou dois passos e cai; Pode gerar onda R sobrepondo onda T → PCR por fibrilação ventricular ou BRE com supra de ST Tratamento: RCP → mau prognóstico (cerca de 15% sobrevivem) 9. Ruptura de aorta Lesão por cisalhamento; Desaceleração rápida; Coração e arco aórtico movem-se rapidamente anterior ou lateralmente; (aorta descendente é fixa) Lesão mais frequente: porção distal do arco aórtico (aorta descendente); 80% a 90% morrem devido exsanguinação para o espaço pleural; o 1⁄3 morrem em 6 horas; o 1⁄3 morrem em 24 horas; o 1⁄3 final sobrevive 3 dias ou mais (poucos dias, normalmente é fatal); Diagnóstico difícil, é necessário conhecimento da cinética do trauma para identificação rápida; Paciente apresenta sinais gravíssimos de choque incompatíveis com grau de lesão que apresenta → Tratamento ABCDE Suporte ventilatório Transporte ventilatório e comunicação prévia 10. Ruptura de traqueia e brônquios (fístula broncopleural) Fístula broncopleural corresponde à comunicação anormal entre os brônquios e a pleura, identificada por meio de sinais e sintomas apresentados pela pessoa e exames de imagem Mecanismos de lesão: Trauma fechado; Trauma penetrante; Ventilação assistida piora a condição do paciente 11. Máscara equimótica (asfixia traumática) Compressão da caixa torácica ou da parte alta do abdome → trauma com grande energia Aumento brusco da pressão dos vasos intratorácicos com possibilidade de romper veias que drenam para veia cava superior Lesão da traqueia, brônquios, esôfago, grandes vasos... → Sintomas Cianose no pescoço e parte superior do tórax Congestão ou hemorragia conjuntival Obs: lembrar que costela de criança é flexível, nem sempre vai fraturar 12. Ruptura diafragmática Pode ser causado por aumento da pressão intra abdominal, por exemplo, em colisões, causando ruptura do diafragma e passagem de vísceras abdominais para o tórax → Sintomas Ausculta alterada: presença de ruídos hidroaéreos para região de murmúrio vesicular; Escavação abdominal pela ausência de vísceras; Toracotomia de reanimação Abertura do tórax para realização da RCP diretamente no músculo cardíaco Indicação: trauma torácico penetrante e ritmo cardíaco precisa ser atividade elétrica sem pulso. IMPORTANTE!!1 Após abrir o tórax: Evacuação de sangue no caso pericárdico Controle de hemorragias Massagem cardíaca aberta Clampeamento de aorta descendente Trauma Abdominal No abdômen anterior são comuns as lesões de vísceras ocas (derramam seu conteúdo para cavidade abdominal) Os flancos e o dorso possuem um melhor arcabouço muscular, o que permite melhor proteção para região Região do dorso possui muitas vísceras que se localizam no retroperitônio (rins, porção de intestinos) → difícil de diagnosticar com lavado peritoneal e ultrassom A cavidade pélvica também possui importantes vísceras como bexiga, reto, órgãos internos femininos A análise da transição tóraco abdominal deve ser atentamente analisada pela possibilidade de atingir os dois segmentos. (linha transmamilar e infraescapular) Quando suspeitar de lesão abdominal e pélvica? Trauma fechado: analisar velocidade, ponto deimpacto, intrusão, intensidade da intrusão Ferimentos penetrantes: tipo de arma (branca ou de fogo), distância em que o projétil foi emitido, número e local de ferimentos Obs: cintos de segurança e air-bags podem provocar lesão na cavidade abdominal TRAUMA ABDOMINAL FECHADO Análise da biomecânica e da cinética do trauma: Grau de intrusão da porta Grau de intrusão do teto no capotamento Distância de ejeção Órgãos provavelmente atingidos Lesões de cisalhamento - Baço (40% a 55% das vezes) - Fígado (35% a 45% da vezes) - Intestino delgado (5% a 10% das vezes) → 15% dos pacientes, na laparotomia, vão apresentar lesões retroperitoneais O trauma fechado normalmente causa aumento da pressão intra-abdominal pode levar a ruptura diafragmática e herniação das vísceras abdominais para o tórax TRAUMA ABDOMINAL PENETRANTE Arma branca e projéteis de baixa velocidade normalmente só causam ferimentos em corte ou lacerações Projéteis de alta velocidade normalmente rompem a continuidade fisiológica e causam lesões ao longo do trajeto →Ferimentos por arma branca Fígado 40% Intestino delgado 30% Diafragma 20% Cólon 15% → Ferimentos por arma de fogo Intestino delgado 50% Cólon 40% Fígado 30% Estruturas vasculares 25% Em paciente estável pode ser feito um raio X posicionando um clipe no orifício de entrada e um clipe no orifício de saída, de forma que o raio X esclareça o ponto de entrada e saída e esclarece o trajeto do projétil No trauma penetrante o diafragma pode mudar de posição, da seguinte forma: Anteriormente até o 4o espaço intercostal Lateralmente até o 6o espaço intercostal Posteriormente até o 8o espaço intercostal Componente crítico para trauma → hemorragias ocultas Para localizadas, é importante ter conhecimento: Da cinética do trauma Diagnósticos difíceis Se foi trauma fechado ou penetrante Se houveram grandes perdas de sangue (obs: traumas em ambientes de chuva o sangue pode ser lavado e o socorrista perder a noção real da quantidade de sangue perdida) FISIOPATOLOGIA DO TRAUMA ABDOMINAL Órgãos sólidos lesionados causam sangramento e causam hipocalemia primária ou secundária Órgãos ocos derramam seu conteúdo dentro do abdômen (peritonite, sepse) OBS: urina, sangue e bile são estéreis, não provocam peritonite AVALIAÇÃO DO TRAUMA ABDOMINAL Verificar se o mecanismo do trauma é compatível com desaceleração rápida (cisalhamento) e compressão significativa (atinge órgãos, aumento da pressão intra abdominal) Verificar deformidades em volante para averiguar se o trauma foi com deslocamento para cima ou para baixo Analisar partes de lesões moles Analisar se o choque é maior do que o esperado para aquele perfil traumático Inspecionar sinal do cinto de segurança Localizar sinais de irritação peritoneal Um indicador para sangramento intra abdominal é paciente que entra em choque de maneira inexplicada, é preciso realizar investigação Deve-se realizar sequência padrão de avaliação para todo sistema: inspeção, palpação, percussão e ausculta INSPEÇÃO Exame secundário: Abdome examinado de maneira mais detalhada (procura por lacerações, contusões, feridas penetrantes corpos empalados) Sinal de Grey-Turner e Cullen: indicam sangramento retroperitoneal (equimose periumbilical e lateral) Sinal do cinto de segurança: indica força significativa exercida no abdome Avaliar formato do abdome: Globoso (pode indicar hemorragia, liberação de conteúdo intra visceral) Plano Escavado (ruptura de diafragma e herniação do conteúdo para o tórax) Distensão: hemorragia interna, distinção de estômago Obs: atenção a obesos e gestantes PALPAÇÃO: Defesa voluntária: relacionada a dor e pode acontecer antes do toque Defesa involuntária: sinal de peritonite Obs: descompressões bruscas na palpação podem levar ao ressangramento Exame da bacia 1. Pressionar cristas ilíacas para trás 2. Pressionar cristas ilíacas para dentro 3. Pressionar sínfise púbica para trás → Qualquer instabilidade, crepitação ou resposta de dor interromper a palpação, tendo em vista que é grande indicativo de lesão ou deslocamento (fazer manobra de estabilização em serrote com lençol) Fatores que comprometem o exame abdominal: Álcool e outras drogas, lesão cerebral ou medular, trauma de costelas, coluna ou pelve Obs: a lesão abdominal não percebida pode ser causa de morte evitável e examinar a estabilidade da bacia excessivamente pode piorar a lesão Tipos de fratura de pelve: Em livro aberto: comum em pacientes vítimas de atropelamento, ejeção de moto, quedas de 3,6m de altura Compressão lateral: comum em vítimas de trauma automobilístico Cisalhamento vertical: comum em quedas de grande altura com rompimentos de diversos ligamentos AUSCULTA Confirmar presença ou ausência de ruídos hidroaéreos. Ausência não é diagnóstico de lesão intra abdominal e a ausculta não tem muito significado clínico Não perder tempo realizando → não muda tratamento pré hospitalar PERCUSSÃO Não muda tratamento pré hospitalar INDICADORES DE LESÃO ABDOMINAL Sinais óbvios de trauma Sinais de choque hipovolêmico sem causa aparente Grau de choque maior do que o esperado por outras lesões Presença de sinais de peritonite Mecanismo da lesão favorável a trauma abdominal Exame de uretra, períneo e reto Fazem parte do protocolo de BLS e ACLS, inspeção deve ser feita na letra “E” do ABCDE e sempre garantir a privacidade do paciente de trauma Sangramento no meato uretral (impossibilita, por exemplo, a passagem de sondas), indicativo de sangramento visceral; Paciente com sangramento uretral e bexigoma pode ser feito punção suprapúbica para drenar a urina; Equimose ou hematoma no escroto e períneo; Teste de tônus do esfincter anal (toque retal), ausência fala a favor de trauma raquimedular; Deslocamento da próstata; Lesões de glúteo (causa comum de lesão intra-abdominal significativa - 50%); AVALIAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DIRECIONADA AO TRAUMA (FAST) Não é recomendado como rotina no pré-hospitalar Analisa três incidências na cavidade (procura de líquido como sangue e conteúdo gastrintestinal) → maior utilidade de uso no ambiente cirúrgico Técnica: quatro janelas acústicas para avaliar a cavidade peritoneal 1. Janela pericárdica 2. Janela peri-hepática 3. Janela periesplênica 4. Janela pélvica A presença de líquido em qualquer uma dessas cavidades já é indicativo de laparotomia Vantagens: Feito rapidamente Pode ser feita a beira do leito Não interfere na reanimação Mais barata que TC Desvantagens: Operador-dependente (depende da qualificação de quem manuseia o aparelho) Comprometimento em paciente obeso Comprometimento em paciente com enfisema subcutâneo (massa de ar atrapalhando a qualidade do exame) Comprometimento em paciente com cirurgia abdominal prévia Lesões de retroperitônio podem não serem vistas no ultrassom FAST e nem no lavado peritoneal diagnóstico, apontando um falso negativo O monitoramento da diurese horária é fundamental em pacientes vítimas de trauma. Valores normais o Adulto: acima de 0,5ml/hora/kg de peso o Criança acima de 1 anos: acima de 1ml/hora/kg de peso o Criança menor de 1 ano: acima de 2ml/hora/kg de peso TRATAMENTO DO TRAUMA ABDOMINAL - Reconhecimento precoce da possível lesão ainda no local de atendimento - Anormalidades das funções vitais no exame primário - Inicio de transporte rápido LESÕES CAUSADAS POR CINTO DE SEGURANÇA Cinto de dois pontos: Esgarçamento ou avulsão (extração) do mesentério, Ruptura do delgado ou trombose das artériasilíacas, Trombose da aorta abdominal Cinto de três pontos: Ruptura de vísceras do abdome superior por compressão QUAIS PACIENTES TÊM INDICAÇÃO CIRÚRGICA? Indicações de laparotomia em trauma fechado: Hemodinamicamente instável (sinais de choque) Presença de pneumoperitônio Lesões de diafragma (percebido na letra B, presença de ruído hidroaéreo na cavidade torácica) Peritonite FAST, LPD (lavado peritoneal diagnóstico) ou TC positivos Indicação de laparotomia em trauma penetrante: Hemodinamicamente instável Pneumoperitônio Peritonite FAST, LPD (lavado peritoneal diagnóstico) ou TC positivos Evisceração Obs: maioria dos casos serão cirúrgicos ARMADILHAS: Demora no controle de hemorragia abdominal ou pélvica Lesões intra-abdominais/retroperitoneais ocultas Ferimentos de dorso e de flanco Manipulação repetida da pelve Lesão de medula/ alteração do sensório Enfaixamento pélvico mal colocado Necrose da pele pelo enfaixamento pélvico (muito difícil de acontecer) OBJETOS ENCRAVADOS Deve estabilizar e remoção ser feita apenas no ambiente intra hospitalar (extremidades podem estar controlando sangramentos) EVISCERAÇÃO Saída de uma ou mais vísceras para fora da cavidade abdominal através de uma ferida operatória ou traumática. Mais frequente: omento (epíplon) Não se deve colocar o órgão de volta para a cavidade abdominal Realizar proteção com compressas estéreis e um dias Fazer curativo para garantir proteção e estabilidade térmica Transporte rápido Choque O choque é um estado de hipoperfusão de órgãos, com resultante disfunção celular, comprometendo funções metabólicas e morte. ↳ Incapacidade do sistema circulatório de fornecer nutrientes e O2 aos tecidos de forma satisfatória Hipotensão não é diagnóstico de choque! A hipotensão só será vista em choque descompensado. Determinantes da oferta de O2 Do2 = DC x CaO2 Cao2 = 1,34 x Hb x SaO2 (uma hemoglobina 100% saturada transporta 1,34 ml de O2) Cao2 é concentração de oxigênio no sangue arterial → Variáveis que interferem no débito cardíaco FC rápida: diminuição do tempo diastólico, enchimento coronariano no ventrículo esquerdo diminui, diminuição da fração de ejeção Pré-carga: volume de sangue que chega ao ventrículo esquerdo para ser ejetado (pode ser prejudicada por episódios hemorrágicos, ascite, desidratação) Pós-carga: força necessária para ejeção de sangue do ventrículo esquerdo (aumentada em aumento da resistência periférica, vasoplegia) Contratilidade miocárdica Obs: 4 Ds da morte, indicação de tratamento emergencial Dispneia Dor torácica Diminuição da PA Diminuição do nível de consciência → Classificação do choque 1. Hipovolêmico Hemorrágico (mais comum) Desidratação Sequestro de líquidos (ascite) 2. Distributivo (vasogênico) → alteração do tônus vascular Sepse Anafilaxia Neurogênico 3. Cardiogênico intrínseco Falência ventricular esquerda Infarto agudo do miocárdio Arritmias 4. Cardiogênico extrínseco/obstrutivo Tamponamento cardíaco Pneumotórax hipertensivo Embolia pulmonar Causa mais comum de choque no trauma: hemorragia Sensibilidade dos órgãos a falta de o2: CORAÇÃO 4-6 MIN CÉREBRO 4-6 MIN PULMÕES 4-6 MIN RINS 45-60 MIN FÍGADO, TGI 45-60 MIN MÚSCULOS 4-6 HORAS OSSOS 4-6 HORAS PELE 4-6 HORAS PRINCÍPIO DE FICK: Expressa relação entre o débito cardíaco, o consumo de oxigênio a diferença no conteúdo de oxigênio do sangue arterial e venoso misto Q = VO2 / CaO2 – CvO2 O coração leva sangue desde artérias calibrosas (como a aorta) até as arteríolas. Logicamente, a concentração de oxigênio que chega aos vasos de menor calibre é inferior a presente nos vasos de maior calibre A medida que o DC diminui, o consumo de O2 celular é mantido pelo aumento da extração de O2 a nível tecidual (mecanismo compensatório) No choque: Diminuição na oferta de O2 → hipóxia celular → Metabolismo anaeróbio → produção de ácido lático (acidose metabólica) → Dano celular e infuncionalidade de bombas celulares o Entrada de sódio, água e saída de potássio, ácido lático Hipercalemia (excesso de potássio) Edema (diminuição de sódio) ↓PH → sistemas enzimáticos e membranas lisossômicas rompem-se → autodigestão → morte celular → falência de múltiplos órgãos ALTERAÇÕES MICROCIRCULATÓRIAS (3 FASES): 1. Fase de enchimento plasmático: (reversível) diminuição da pressão hidrostática (força que o líquido exerce contra a parede do vaso), de maneira compensatória há aumento da pressão coloidosmótica. Fase isquêmica do choque: no momento do trauma há um reflexo para vasoconstrição periférica para manter a irrigação central em órgãos nobres. 2. Fase de estagnação (irreversível): diminuição do pH pela morte celular, causando relaxamento dos esfíncteres pré-capilares e pós capilares contraídos, de modo a acumular metabolitos no ponto periférico. 3. Fase de depuração (Washout, irreversível): relaxamento de esfíncter pré e pós capilar, de modo que os metabólitos celulares atingem a circulação central, normalmente leva a óbito. 1. CHOQUE HIPOVOLÊMICO Desequilíbrio do volume de líquidos Tipo de mais comum de choque no trauma Menor volume sanguíneo → constrição dos vasos → metabolismo anaeróbico → manutenção da PA (mecanismos compensatórios) Paciente pode estar com PA estável e em choque! Redução da PA é choque descompensado e risco de morte O choque hipovolêmico é dividido em quatro classes: Classe 1: Perda de até 15% do volume circulante (750ml), do ponto de vista hemodinâmico há pouco impacto fisiológico Poucas manifestações clínicas Taquicardia mínima PA, FR, débito urinário e pulso não se alteram Mecanismo de compensação restauram o volume circulante o EX: bomba de aldoesterona para retenção de na+, vasoconstrição ... Ativação do sistema renina angiotensina (retenção de Na+ e eliminação de K+ e H+) Reanimação intravenosa com fluidos ACESSO VENOSOS COM CRISTALOIDES Classe 2: Perda de 15% a 30% do volume circulante (750ml a 1500ml) Adultos ativam mecanismo compensatório pelo sistema nervoso simpático Aumento da Fc (>100 bpm) Aumento da FR (20 a 30 irpm) Pressão de pulso diminuída Débito urinário reduzido a 20 - 30 ml/h Maioria responde bem a reposição com cristaloides ACESSO VENOSOS COM CRISTALOIDES Classe 3: Perda de 30% a 40% (1500ml a 2000ml) Já é um choque descompensado! Risco de morte Há descompensação e evidentes sinais de choque Hipotensão Taquicardia (> 120 bpm) Taquipneia (30 a 40 irpm) Ansiedade e ou confusão acentuadas (rebaixamento do nível de consciência) Débito urinária (5 a 15 ml/h) → só é mensurado no ambiente intra- hospitalar (sonda), excelente indicador de resposta volêmica e o mais precoce REPOSIÇÃO COM CRISTALÓIDE E SANGUE Obs: a maioria necessita de intervenção cirúrgica! Classe 4: Paciente perdeu mais de 40% do volume sanguíneo (>2000ml) Choque grave Taquicardia acentuada (>140 bpm) Taquipneia acentuada (> 35 irpm) Confusão grave, letargia PAS < 60 mmHg (inferior a 90 mmHg já tem alteração cerebral e renal – necrose tubular isquêmica e insuficiência renal permanente) Débito urinário mínimo Necessidade de controle imediato da hemorragia REANIMAÇÃO AGRESSIVA, CRISTALÓIDES, SANGUE E CIRURGIA! Lembrar: paciente crítico só deve ficar no máximo 10 minutos no local do trauma, realizar ABCDE primário e ser encaminhado para hospital apropriado mais próximo, de modo a sempre reavaliar o ABCDE primário durante o transporte. É importante comunicar o hospital, antes da chegada,sobre o paciente que vai chegar, a cinética do trauma, os achados da avaliação. 2. CHOQUE DISTRIBUTIVO Vasoplegia, há aumento do calibre vascular sem aumento proporcional do volume de líquido Diminuição da pré carga e do débito cardíaco Hipovolemia relativa: não ocorre de fato desidratação nem perda de líquido Sinais e sintomas de choque hipovolêmico Diminuição na resistência ao fluxo Oxigenação tecidual pode ser normal Perda do controle do sistema nervoso (vasodilatação periférica) Liberação de substâncias químicas (vasodilatação periférica) Causas comuns: trauma raquimedular, infecções graves, reação alérgica grave (anafilaxia) 3. CHOQUE SÉPTICO Infecções graves causam liberação de citocinas e podem danificar as paredes dos vasos Causa vasodilatação como parte do processo inflamatório Aumento da permeabilidade capilar Redução da pré-carga Choque séptico é mais raro em atendimento pré-hospitalar 4. CHOQUE CARDIOGÊNICO INTRÍNSECO Lesão ao músculo cardíaco ou IAM, de modo a reduzir o débito cardíaco. Ciclo vicioso: Diminuição da oxigenação Diminuição da contratilidade Diminuição da perfusão (para os demais órgãos e para o próprio coração) Diminuição da oxigenação 5. CHOQUE CARDIOGÊNICO EXTRÍNSECO Tamponamento cardíaco e pneumotórax hipertensivo,embolia pulmonar FALÊNCIA DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS Decorrente do choque ser sistêmico. Disfunção de um único órgão seguido por vários órgãos simultaneamente Na sepse, a falência de múltiplos órgãos é comum Mortalidade elevada conforme os órgãos vão a falência Quatro sistemas em falência a chance de óbito é 100% TRATAMENTO DO CHOQUE No atendimento pré-hospitalar e intra hospitalar, realizar o ABCDE do trauma Melhorar oxigenação Suporte ventilatório Controle de hemorragias internas e externas Melhora da circulação Transporte rápido para tratamento definitivo Obs: lesões musculoesqueléticas podem causar hemorragias internas significativas TIPO DE FRATURA PERDA DE SANGUE Costela 125 ml Rádio ou ulna 250 a 500 ml Úmero 500 a 750 ml Tíbia ou fíbula 500 a 1000 ml Fêmur 1000 a 2000 ml Bacia 1000 ml a tudo → Conhecimento importante para classificar o grau do choque HEMORRAGIA EXTERNA Vasos seccionados retraem e entram em espasmo Vasos danificados perdem sangue e o tamanho do orifício, de modo que múltiplas lesões dificultam a retração e o espasmo Na amputação dos membros, os vasos sofrem constrição que pode ser mecanismo de auxílio na contenção da hemorragia, enquanto no esmagamento, pelas diversas lesões no trajeto do vaso, não é possível. Amputação Limpar cuidadosamente com Rt Envolver superfície exposta com gaze estéril umedecida Colocar um saco plástico ao redor Mergulhar em recipiente cheio com gelo moído Transportar a parte amputada junto com o paciente Obs: uso de torniquete, quando aplicar: Sangramentos abundantes que não podem ser controlados por pressão Fazê-lo na região proximal ao sangramento Força de aplicação suficiente para fluxo arterial Tempo de uso: 120 - 150 minutos HEMORRAGIA INTERNA É importante que na letra C, se verifique “1 h e 3p” Hemorragia, perfusão, pele (temperatura, hidratação), pulso (radial bilateral e características) Cuidado no paciente idoso – pode apresentar sinais mesmo sem hemorragia Tratamento Dois acessos venosos periféricos por cateteres curtos e de grosso calibre (jelco 14 ou 16) no membro superior → não é ideal fazer central, se o periférico falhar faz intraósseo o Criança: após 2 tentativas ou 90 segundos → fazer IO o Adulto: tentar várias vezes sem sucesso → Fazer IO Kit de acesso intraósseo é caro, muitos locais ainda não o possuem e por isso fazem o acesso central o Pode ser utilizado por até 24 horas e pode ser utilizado para sangue, cristalóides, medicação Cateteres utilizados Usado em bebês Maléolo medial, tuberosidade da tíbia, crista ilíaca, esterno Líquidos intravenosos aquecidos o Para toda conduta com cristalóide deve-se lembrar que após 1 hora apenas 1⁄3 permanece intravascular e os outros 2⁄3 vão para o espaço extracelular (controlar e observar o volume de líquido administrado para não causar edema) Infusão a 39o para evitar hipotermia HEMORRAGIA DESCONTROLADA INTERNA A meta terapêutica é manter a pressão arterial sistólica entre 80 e 90 mmHg. Visa garantir uma pressão arterial média de 60-65 mmHg (mantém o fluxo sanguíneo renal) Não fazer excesso de líquidos para não aumentar a pressão intraluminal e não desprender tampão hemostático LESÃO DE SNC A meta terapêutica é manter a PAS>90 mmHg (garante fluxo sanguíneo renal e a garota o fluxo cerebral) HEMORRAGIA CONTROLADA (VISUALIZADA) Choque classe II III e IV bolus inicial de 1 a 2l Monitorização Criança com hemorragia controlada realizar 20ml/kg de peso no máximo três vezes (mais que isso há risco de edema) Exceto: suspeita de lesões intratorácidas, abdominais e retroperitoniais SÍNDROME COMPARTIMENTAL Os músculos são revestidos por fáscias que fazem divisões, de modo que existem três divisões nos MMSS e quatro divisões nos MMII. A síndrome compartimental acontece pelo aumento da pressão nesses espaços. A lesão de vasos pode derrubar líquido pro espaço intra fascial, causando compressão de nervos e outras estruturas 5 sinais da síndrome compartimental: 1. Parestesia 2. Dor (incrivelmente desproporcional à lesão apresentada) a. Por conta da isquemia e compressão do feixe nervoso 3. Pulso ausente 4. Palidez 5. Paralisia SÍNDROME DO ESMAGAMENTO Destruição de grande massa muscular por liberação de mioglobina (causa rabmiólise traumática) e potássio (hiperporassemia, alterações cardíacas) Condições que predispõem: o Preso por tempo prolongado o Lesão traumática de grande massa muscular o Comprometimento de circulação da área lesada Tratamento Minimizar efeitos tóxicos da mioglobina e do potássio Não usar RL (solução ringer lactato) por conter potássio Administrar soro fisiológico 0,9% Adição de bicarbonato e manitol (se não tiver hipovolemia significativa) Após liberação fazer 5000ml/h de SF ou SG ACLS – Advanced Cardiovascular Life Suporte Suporte Avançado de Vida, diferente do Básico, é um suporte realizado por uma equipe multiprofissional, sendo o médico o maestro desta. Então, a partir de agora, todo o aparato de equipamentos estará disponível, seja no âmbito hospitalar, UPA, ou até mesmo no SAMU, para que os procedimentos sejam efetuados durante o atendimento. É válido pontuar que o Suporte Avançado não pode ser realizado por leigos. ETAPAS DE ATENDIMENTO - ACLS 1. Avaliar Responsividade Essa avaliação é análoga ao que fora aprendido em BLS. 2. Avaliar Respiração Caso o paciente esteja irresponsivo e não apresente respiração, o próximo passo é Pedir Ajuda. 3. Pedir Ajuda Diferente de BLS, o “pedir ajuda” é feito solicitando o carro de emergência, também conhecido como carro de parada, usado em possíveis casos de parada cardíaca e solicitar a vinda da equipe de ressuscitação. OBS.: Não se pede o DEA no suporte avançado, pois será utilizado o desfibrilador elétrico (manual). OBS.: Alguns hospitais possuem um sistema de alarme conhecido como código azul ou possuem botões de urgência na parede, ambos destinados a acionar a equipe de ressuscitação (essa equipe deverá ser composta por 6 profissionais). 4. Posição de Atendimento Assim como em BLS, é preciso posicionar-secorretamente na altura do ombro do paciente. OBS.: Lembre que a superfície precisa ser plana e rígida. Assim, no leito, faz-se necessário o uso da tábua de massagem cardíaca (entre os ombros e a pelve) que acompanha o carro de parada. Se por ventura não tiver, o paciente deve ser colocado no chão. 5. Inicia o CAB C – CIRCULAÇÃO O pulso central (carotídeo ou femoral) durante 10s Após avaliar o pulso central, se o paciente não apresenta pulso, começa RCP. o RCP (30 C: 2 V) o São 5 ciclos equivalentes a 2 min. o O Tórax deve ser comprimindo e expandindo 5 cm. o As interrupções devem ser minimizadas (No máximo até 10s). OBS.: Se o paciente estiver em VA definitiva, deve-se realizar 2min de compressões ininterruptos. OBS.: Quando checar o pulso? Após os 5 ciclos, somente se o Desfibrilador Elétrico não tiver chegado e, quando já estivar usando DE, checar ritmo no monitor cardíaco a cada 5 ciclos, caso ritmo encontre-se organizado, checar o pulso. Diferente do DEA que fazia uma análise automática, no DE é preciso parar as compressões e olhar no monitor qual é o ritmo cardíaco apresentado a cada 2min/5 ciclos, OBS.: Ao acoplar as pás do Desfibrilador, durante a análise do ritmo (com duração de no máximo 10s), não devem ser feita Compressões. OBS.: O médico apenas conduz a equipe. Sendo assim, não é ele que deve fazer a RCP ou acoplar as pás do Desfibrilador no paciente, por exemplo, e sim a sua equipe que, para isso, precisa estar previamente treinada. A – ABRIR VIA AÉREA Deve-se realizar a Manobra de Extensão da Cabeça. B – VENTILAÇÃO Após a abertura da Via Aérea, são feitas 2 Ventilações. Cada Ventilação com duração de 1s, sendo o intervalo entre elas também durante 1s. DESFIBRILAÇÃO Primeiramente, é preciso saber que só existem 4 tipos de Parada Cardíaca, que são: 1. Fibrilação Ventricular (Chocável) OBS.: Ritmo mais frequente em PCR Padrão anárquico, sem ritmo definido. Esse ritmo pode ser de 2 tipos: *Fibrilação Ventricular de Ondas Grossas (Início da Parada) *Fibrilação Ventricular de Ondas Curtas (Final da Parada / Baixíssimas Conc. O2) OBS.: Assemelha-se à Assistolia, todavia, diferente desta, é chocável. OBS.: A Fibrilação Ventricular, de maneira ilustrativa, é como se o coração tivesse tendo uma “crise convulsiva” uma vez que as polarizações átrio-ventriculares estão acontecendo ao mesmo tempo anarquicamente no miocárdio. Isso consome muita energia rapidamente e, consequentemente, consome O2 por isso as linhas iniciam grossas tornando-se finas com o passar do tempo até resultar em assistolia. 2. Taquicardia Ventricular sem Pulso (Chocável) A Taquicardia, que se destaca pelo QRS alargado, pode apresentar um padrão monomórfico (simétrico) ou polimórfico (assimétrico). 3. AESP – Atividade Elétrica sem Pulso (Não - Chocável) É um ritmo organizado, definido, porém não apresenta pulso. 4. Assistolia (Não - Chocável) OBS.: Assistolia, apesar de poder ser o evento inicial, geralmente, é o evento terminal de todos os tipos de parada cardíaca. OBS.: linha reta no monitor possui diagnóstico diferencial, ou seja, nem sempre linha reta é uma evidência de assistolia, pois pode ser também uma fibrilação ventricular de ondas curtas, por isso, faz-se necessário uma análise minuciosa antes de concluir o diagnóstico eletrocardiográfico. OBS.: Nunca pode dar choque “às cegas”, sem previamente analisar o Monitor. OBS.: É de suma importância para o médico conhecer o equipamento disponível no local de trabalho. Por exemplo, saber se o Desfibrilador Elétrico é bifásico ou monofásico, pois as cargas de cada um são distintas. Outro detalhe é que o desfibrilador sempre é ligado no “Modo Pás”, isso significa que ao ligar, acopla as pás no paciente com o gel e, automaticamente, ele inicia a leitura no Monitor (diferente dos mais antigos, que precisa pegar os cabos, para conectar no Monitor). Na Desfibrilação, é importante: Diminuir a Impedância Transtorácica Isso significa diminuir a resistência da passagem da carga elétrica pelo tórax do paciente. Tal ação é realizada através da aplicação sob o peito do paciente uma pressão de 12 Kg (apenas nas pás normais, sem ser a adesiva) a fim de diminuir a resistência. A melhor forma de promover essa pressão é subir naquelas escadas hospitalares e, no segundo degrau, ficar de ponta de pé para aplicar a força. Na pá adesiva essa pressão de 12 Kg não se faz necessária porque ela já possui essa resistência transtorácica. Posição das Pás A posição das pás é na região Infra - Clavicular direita e Infra - Mamária esquerda. Ou se for pá adesiva Latero – Lateral e Antero – Posterior. Uso de Material Condutor O gel ideal é o de eletrocardiograma (isso precisa ser observado uma vez que em muitos carros de parada, o gel contido é o de ultrassonografia). Não precisa exagerar na quantidade de gel condutor, pois pode formar uma ponte (quando o gel que está em cima se espalha comunicando-se com o que está embaixo) e a carga não passa por dentro do Tórax, somente por cima. Nunca espalhe o gel passando uma pá na outra (isso é um erro grave!), porque se ao fazer isso e sem querer os botões forem acionados, o circuito elétrico é fechado resultando na explosão do Desfibrilador. OBS.: Se o gel não for utilizado pode queimar o Tórax do paciente. Procedimentos de Desfibrilação Ambiente Rico em O2 OBS.: Cuidado! Se as pás estiverem muito próximas podem gerar arcos voltaicos, e, na presença de O2 em alta concentração pode gerar combustão. Para evitar isso, é só colocar as pás na posição corretamente e afastar (e fechar) a máscara de O2, afinal, não precisa estar com o AMBU no rosto do paciente durante o choque. Segurança na Desfibrilação Sempre promover uma alerta antes de iniciar o choque, de modo que as pessoas se afastem. Por exemplo: Pessoal, atenção! Se afastem! No “3” eu vou aplicar o choque. 1, 2 (sempre olhando e verificando se há ainda algum risco) e 3 (aplica o choque). Lembre-se, o médico apenas fica analisando o ritmo e autoriza o procedimento de terapia elétrica (ou terapia química – endovenosa – em casos de ser preciso usar fármacos), quem efetua é a equipe (eles que irão posicionar as pás e dar o choque). PCR = BLS <desfibrilador - analisa o ritmo> ritmo chocável – 1 choque > rcp (5 ciclos) imediatamente após choque < analisa o ritmo mais uma vez> chocável – choque > rcp (...) até obter uma resposta do paciente. IMPORTANTE: não faça compressões durante a análise do ritmo, porque pode afetar a real análise desse ritmo no monitor. E, lembre, essa análise deve ser feita por no máximo 10s. As etapas desse procedimento são: 1. BLS > RCP até o desfibrilador chegar 2. Análise do Ritmo (Até no máximo 10s) 3. Choque (1 único Choque!) OBS.: Os desfibriladores mais antigos demoram de 8-10s para carregar, nesse caso, enquanto ele carrega, você pede para a equipe continuar fazendo compressões. Todavia, os atuais, carregam em 3s, então não se faz necessário fazer RCP mais, pois irá dar tempo de aplicar após a análise o choque. 4. Reinicia RCP (5 Ciclos/2min) 5. Acesso Venoso IV/IO disponível Nada impede de o acesso venoso ser obtido no 1o ciclo de rcp, 2o ciclo ou 3o ciclo (...), desde que se tenha uma pessoa só para isso, a fim de não parar as compressões para obter a veia do paciente. Exemplo: No 1o ciclo, eu peço para pegar a veia do paciente; Ao iniciar o 2o ciclo, peço para preparar a primeira droga (adrenalina possui dose de 1mg que corresponde a 1 ampola, então será sempre 1 ampola que será repetida a cada 3-5min). Após os 5 ciclos/análise do ritmo/choque, pede para administrar a adrenalina. No próximo ciclo, não administra novamente adrenalina, mas sim pede para preparar 300mg (correspondente a 2 ampolas)amiodarona (antiarrítmico) em bolus seguido de 20ml de solução salina e levanta os braços do paciente de 10-20s. Então, nesse próximo ciclo, administra Amiodarona e, agora, pede para preparar Adrenalina. Observe que cada ciclo possui a duração de 2 min, ou seja, o intervalo entre a preparação e administração da Amiodarona é entre 3-4min até a nova dose de Adrenalina, justamente para que não exista erro na janela terapêutica. OBS.: Sempre é apenas uma única droga por ciclo (5ciclos/2min). Ou seja, intercala Adrenalina e Amiodarona. OBS.: Embora a primeira dose de Amiodarona seja 2 ampolas (300mg), as próximas sempre serão 1 ampola (150mg). É válido pontuar que essa alternância acaba não sendo tão extensa, pois geralmente ou o paciente muda o ritmo ou ele sai da Parada. Ademais, os ritmos chocáveis são mais facilmente retornáveis. OBS.: Se não tiver Amiodarona, pode usar o anestésico local Lidocaína sem vasoconstrictor (1ª dose: 1-1, 5mg/kg e 0,5-0,75mg/kg, até no máximo 3 doses). Se houver suspeita de hipomagnesemia ou de parada em torção das pontes (torção DE POA) deve-se administrar Sulfato de Magnésio, diluído no soro. OBS.: Exemplo de “Feed-back” chamado de comunicação em alça fechada - por favor, enfermeiro “X”, pegue o acesso venoso para mim. Ele responde: entendido. Ao pegar a veia, diz: acesso venoso obtido. Obrigada “X”, agora, prepare para mim, uma seringa de 5 ml com 1 mg de Adrenalina (equivalente a 1 ampola) e uma seringa de 20 ml de Solução Salina. Ele diz: Entendido e Preparado (Só usa o termo “Feito” quando de fato for administrado). OBS.: Toda vez que for feita uma droga em Bolus em RCP (é a administração de uma medicação, com objetivo de aumentar rapidamente a sua concentração no sangue para um nível eficaz), após ela deve ser feito um Bolus de 20 ml de Solução Salina (Soro Fisiológico + Água Destilada) e levantar o braço por até 20s (entra 10-20s). O objetivo disso tudo é fazer com que o fármaco chegue mais rápido à circulação central. IMPORTANTE: a única droga que possui indicação nos 4 tipos de parada cardíaca (ou seja, em todos os tipos de parada) é a adrenalina ou epinefrina. OBS.: O melhor momento para fazer a administração do fármaco em uma PCR é após o choque. OBS.: Lembrar que droga não muda desfecho em uma PCR. Quem muda o desfecho são compressões de altíssima qualidade e desfibrilação precoce. OBS.: Só existem 2 indicações para intubação no início de uma Parada Cardíaca. Primeiro quando não consegue ventilar com a Unidade Bolsa Máscara (AMBU) ou quando o paciente começa a regurgitar (o paciente inconsciente - Glasgow 3 - nunca vomita, ele regurgita; impede que ele tenha broncoaspiração). CHOQUE Se o desfibrilador for bifásico, o choque aplicado deve ser entre 120-200J. Caso seja monofásico, aplicar sempre a carga máxima de 360J. Após o choque, reinicie a RCP imediatamente. OBS.: O professor orientou sempre que for solicitado choque, ser dado os 200J. Os choques subsequentes que forem necessários podem ser feitos mantendo os 200J (que é como o professor geralmente faz) ou pode ir aumentando a carga; isso é chamado de Protocolo de Intensificação de Carga (200-250-300 e 350J que é o último valor). Embora, após o choque, o paciente tenha mudado o ritmo e tenha pulso, ou seja, tenha saído da PCR, os trabalhos internacionais mostram que o coração demora minutos para gerar um bom débito cardíaco e um bom fluxo coronariano. Por isso, depois do choque nunca cheque ritmo ou olhe o pulso, continue RCP (compressão). Até porque não faz mal fazer compressão em um coração que está batendo e, ainda mais, estará ajudando o coração a durante 2 min está recebendo O2 e nutrientes. IMPORTANTE: Depois de Choque, nunca cheque pulso, continua RCP (5 Ciclos). Após o choque, tire as pás e nem olhe para o monitor para não cair nessa pegadinha, continue RCP. A única situação que isso não é aplicável é quando o paciente acorda. PROTOCOLO DE LINHAS RETAS Deve ser realizado até no máximo 10s Usado no diagnóstico diferencial entre Fibrilação Ventricular de Ondas Finas (Curtas) e Assistolia. Sendo assim, só podemos consolidar que de fato trata-se de Assistolia quando após verificar todas as etapas abaixo, não houver alteração (permanece em Linha Reta). Dica: “CAGADA” CA – CABOS (Checar os Cabos conectados no paciente e no Monitor) GA – GANHO (Dobra o Ganho/Amplifica para 2N no Desfibrilador) DA – DERIVAÇÃO (Muda de Derivação (Exemplo: Muda de D1 para D2, ou AVF) ou inverte a posição das Pás a fim de mudar a direção do vetor elétrico) OBS.: Se for consolidado o diagnóstico de assistolia, não aplica choque: tira as pás e inicia imediatamente RCP e faz adrenalina. EX: Paciente se meche inadequadamente e acaba tirando o cabo do Monitor. Nesse momento começa o monitor apresenta uma linha reta, e o médico pensa que o paciente parou. Lição do Caso: linha reta no monitor tem diagnóstico diferencial – pode ser uma assistolia ou não, por isso, faz-se necessário, antes de qualquer intervenção, realizar o protocolo das linhas retas vulgo “CAGADA”. PROTOCOLO ASSISTOLIA/AESP PCR => BLS <desfibrilador - analisa o ritmo> Ritmo não chocável (AESP ou Assistolia) > Não tem indicação de Choque > Inicia novamente RCP < pede para obter acesso venoso e preparar adrenalina (1mg-1 ampola) > Administra Adrenalina > Após os 5 ciclos – analisa o ritmo > não chocável > Inicia novamente RCP <Não usa nenhum fármaco – Mas nesse momento o médico (que também pode contar com intervenções construtivas da sua equipe) deve pensar “O que causou essa Parada?” – História Clínica do paciente> Para que ele não pare novamente. O que causou a Parada Cardíaca? 5 “H” 1. Hipovolemia Exemplo: Diarreia e Vômitos > Hidratação Rápida > ausculta a base pulmonar para averiguar a fração de ejeção > 2. Crepitações > Para o procedimento. 3. Hipóxia 4. Hidrogênio 5. Hipo/Hipercalemia 6. Hipotermia 6 “T” 1. Toxicidade - Exemplo: Tentativa de Suicídio > Ingestão de muitos fármacos > Interação Medicamentosa > Liga para o Ceatox - Centro de Assistência Toxicológica. 2. Tamponamento Cardíaco 3. Tensão no Tórax (Pneumotórax) 4. Trombose Coronária (Infarto Agudo do Miocárdio) 5. Tromboembolia Pulmonar 6. Trauma EQUIPE IDEAL DE RCP Composta por 6 pessoas 1. Via Aérea Exemplo: Fisioterapeuta, porque é proficiente nesse procedimento. 2. Compressão Alterna com a pessoa que está na terapia elétrica. Somente o compressor e a pessoa que está no desfibrilador alternam de posição. 3. Terapia Elétrica / Desfibrilador 4. Medicações Saber administrar as medicações. 5. Anotações/Tempo Anotar é de suma importância para que se tenha controle de aplicação/tempo das medicações, considerando a janela terapêutica, evitando danos. Além de ser o arquivo escrito do caso. 6. Médico – Maestro O médico deve estabelecer posições claras, antes do problema, para sua equipe respeitando o conhecimento e a técnica de cada um. Acreditar na equipe. Tudo depende do Maestro. RETORNO A CIRCULAÇÃO ESPONTÂNEA (RCE) 1. Via aérea; 2. Ventilação (preparar para intubação caso não haja ventilação); Otimize a ventilação Manter saturação acima de 94 Considerar VA avançada e capnografia com forma de onda Não hiperventilar 3. Circulação (PA, ausculta pulmonar); Tratar hipotensão caso PA < 90 mmHg o Bolus IV/VO (SF ou ringer lactato) o Infusão de vasopressor (epinefrina, noradrenalina, dopamina) o Considere as causas tratáveis 4. Diagnósticos diferenciais (5H’s e 5T’s) + ECG + RX Tórax (a beira do leito); Diagnostico de IAMST ou IAM com necessidade de intervenção coronariana percutânea 5. Intervenção Coronariana Percutânea (se indicado); 6. Avaliação Neurológica Atende a comandos verbais? Se não, iniciar controle direcionado da temperatura OBS.: É preciso tratara causa do problema e não só a consequência deste. OBS.: Não existe outra droga para intercalar com Adrenalina/Epinefrina em AESP/ASSISTOLIA. A única utilizada é Adrenalina, assim deve-se esperar 3-5min para repetir a dose mesmo sem que tenha outro medicamento intercalando. Ou seja, um ciclo com Adrenalina, um ciclo sem Adrenalina. OBS.: NO ACLS, só checa pulso quando você vir no monitor um ritmo organizado para constatar se saiu da parada ou se é um AESP. 7. Encaminhar para Cuidado Intensivo Avançado (UTI). OBS.: Objetivar metas de saturação, capnografia, pressão arterial e, se indicado, controle direcionado da temperatura para preservar um cérebro “atordoado”. CONTROLE DIRECIONADO DA TEMPERATURA Indicado nos pacientes comatosos após RCE. Meta de temperatura constante de 32 a 36°C por 24h. Método: método de resfriamento ideal ainda desconhecido: qualquer combinação de insufão rápida de fluido gelado sem glicose, resfriamento superficial... ex: Fazer soro a 4°C ou bolsas de gelo para diminuir a temperatura corporal do paciente. Termômetro central (esofágico, vesical, de artéria pulmonar). Não realizar no extra-hospitalar: pode piorar edema pulmonar e aumentar recorrência de RCP. AVALIAÇÃO DA RECUPERAÇÃO RCP A Capnografia ideal na Parada Cardíaca (de via aérea invasiva) é em formato de onda. Essa é o padrão ouro, está no protocolo de RCP. Capnografia é um aparelho que mede o CO2 que o paciente exala durante a expiração. <ou igual a 10 => Compressões Ruins; Deve-se trocar o Compressor. > 10 => Pode continua RCP > 35-40 => Provavelmente o paciente saiu da parada apresentando Retorno da Circulação Espontânea (RCE); Continua a RCP até concluir o ciclo. OBS.: NUNCA (Não serve de forma alguma, nem em casos de não ter a Capnografia Ideal) usar a Capnografia Colorimétrica (só é usada quando há uma via aérea definitiva, a exemplo da Intubação) porque tem muito falso negativo e positivo, uma vez que é sensível na presença de CO2. Trauma em Gestantes FISIOLOGIA INERENTE A GESTAÇÃO: 1. Alterações hemolinfopoiéticas A gestação causa aumento da atividade mineralocorticoide no organismo, com consequente aumento da ação da aldosterona e maior retenção de sódio em detrimento a eliminação de Na+ e K+; o Estado de hipervolemia; o Aumento da produção de células vermelhas, porém, o aumento do volume plasmático é proporcionalmente bem maior (hemodiluição) Para balancear a hemodiluição, é necessário que se aumente a eritropoiese (síntese de hemácias), o que demanda maior ingestão de ferro (suplementação); H lactogênio placentário, somatotropina coriônica, progesterona também estimulam a eritropiose o Turgência de vasos - Gestantes normalmente apresentam quadros de epistaxe; o Edema de VA Estado de hipercoagulabilidade (aumento de fator VII. VIII, X e de fibrinogênio) → evita perdas sanguíneas grandiosas durante a gestação; Ganho de peso em cerca de 17% do peso normal (aprx 11kg) Aumento da leucocitose (não é indicativo de infecção, é uma resposta fisiológica) Em momentos próximos ao parto volume sanguíneo total da gestante é em torno de 90 ml/kg; Hemodiluição e anemia fisiológica na gravidez: grande aumento do volume plasmático (40 a 50%) e um aumento proporcionalmente menor da massa eritrocitária (20 a 30%) → Em mulheres não gestantes, o tubo para via aérea definitiva é entre 7 e 7,5. Em gestantes, deve-se fazer uso do dispositivo na medida entre 6 e 6,5 2. Alterações da função respiratória Edema de vias aéreas (maior dificuldade de acesso em necessidade de ventilação); Compressão do útero em crescimento contra a cúpula diafragmática (limitação da respiração) Obs: tamanho dos tubos Homem: 8 Mulher: 7 Obeso: 9 Gestante: 6 Volume residual (VR) Volume de ar que permanece no pulmão após a mais vigorosa expiração V. normal: 1200 ml Gestante: ↓200ml Volume de reserva expiratório (VRE) Máximo de ar colocado para fora após expiração usual V. normal: 1100 ml Gestante: ↓100ml Capacidade residual funcional (CRF) É o volume de ar que permanece nos pulmões ao final de uma respiração usual V. normal: 2300 ml Gestante: ↓300ml ↑ Volume minuto o Aumento da frequência respiratória; o Aumento do volume corrente (volume que entra e sai dos pulmões a cada ciclo respiratório); Hipoxemia o Aumento do consumo de O2; o Diminuição das reservas respiratórias de O2; Aumento da ventilação alveolar pelo aumento da FC (pode causar alcalose respiratória pela eliminação excessiva de CO2 com compensação renal pela liberação de bicarbonato de sódio); Progesterona causa relaxamento da musculatura lisa e consequente broncodilatação 3. Alterações cardiovasculares Volemia da gestante aumenta de 30%-45% (cerca de 1500ml) o Débito cardíaco Aumento da frequência cardíaca (15%) Aumento do volume sistólico (30%) Onda T invertida em D3 e AVF (indicativo de sobrecarga do ventrículo esquerdo?); Alargamento de onda Q; Desvio de eixo para a esquerda devido compressão do diafragma e consequentemente do coração em decorrência do crescimento uterino Ausculta com 3o bulha, extrassístole e arritmias a partir da 20o semana de gestação em 80% das gestantes; O aumento do volume plasmático e da produção de eritrócitos é importante mecanismo de preparação fisiológica para as perdas sanguíneas inerentes ao parto Em decorrência da presença da placenta, normalmente há queda da pressão diastólica de ↓5 a 15 mmHg (sistema de difusão) o Hipotensão supina após 28° semana TRABALHO DE PARTO: 1a fase/fase latente: aumento de 15% do DC 2a fase/fase antiga: aumento de 30% do DC Período expulsivo: aumento de 45% do DC O aumento de débito cardíaco mais significativo acontece após a retirada do feto, aumentando em cerca de 80% o DC 4. Função renal Aumento do fluxo plasmático e da taxa de filtração glomerular (50%) Devido a hipervolemia, dilatação dos órgãos do sistema renal (ureter); Prostaciclina provoca relaxamento da musculatura de ureteres → risco de estase urinária e risco de infecção urinária Níveis de creatinina sérica e ureia diminuem; Diminuição do limiar tubular para glicose e aminoácidos (glicosúria e proteinúria); 5. Sistema gastrointestinal Refluxo gastroesofágico e esofagite são comuns, devido a questão de compressão e deslocamento de vísceras consequente do crescimento uterino; Progesterona diminui motilidade gástrica e diminui tônus do esfíncter esofágico inferior; → Condições que favorecem o processo de pirose (azia); Hiperprodução de gastrina (produção de HCl); Aumento do volume gástrico em até 60%, pH<2,5 e cerca de 25 ml de ácido, mesmo em jejum (toda gestante sempre será paciente de estômago cheio, mesmo em jejum → interferência na intubação) 6. Função hepática Função hepática e fluxo sanguíneo normais na gravidez Aumento da fosfatase alcalina (encontrada dentro das células dos ductos biliares) por conta da placenta; Diminuição da pseudocolinesterase (degrada succinilcolina) em 25% a 30%; Aumento da colecistocinina, que, por meio da progesterona predispõe gestantes a cálculos de colesterol 7. Útero A placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas que lisam a insulina; Aumento do fluxo sanguíneo (cerca de 10% do DC); o Cerca de 80% é direcionado para suprir a placenta e 20% é direcionado para o miométrio Auto-regulação ausente, de modo que a o fluxo sanguíneo direcionado para a artéria uterina depende do DC materno; O fluxo sanguíneo útero-placentário é inversamente proporcional a resistência vascular uterina;
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