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COMPONENTE CURRICULAR CIÊNCIAS O princípio da formação humana pressupõe a integralidade do sujeito e a sua inter- relação com o seu meio físico e social. Enquanto ser social essa formação busca o seu despertamento ético para as questões básicas de convívio coletivo, e enquanto ser humano, a sua reaproximação com seu ambiente natural, o que demanda conhecimento para transformar e consciência para preservar. Nesse processo de formação, as chamadas Ciências da Natureza objetivam tratar o desenvolvimento da Ciência como produto da construção histórica, social e cultural humana. Para apresentar as abordagens das perspectiva descritas acima, como centralidade no Currículo escolar, organizada em resolutivas de problemas, o ensino de ciências faz-se através do letramento cientifico, onde o mesmo é elemento principal de adensamento para as Ciências Naturais, pois cria um elo entre as competências e habilidades. Nestes termos, o letramento científico tem papel crucial no desenvolvimento de um indivíduo crítico, capaz de opinar, debater e intervir na construção de uma sociedade mais preparada para refletir sobre seus próprios problemas e formular as necessárias soluções. Assim sendo, no ensino de Ciências reafirma-se a necessidade constante da construção do conhecimento aliado ao processo investigativo, explorando aspectos que envolvam a definição e o reconhecimento de problemas, o levantamento de hipóteses, sua análise e representação, a comunicação e a posterior intervenção sobre o meio. Portanto, o letramento científico tem papel crucial no desenvolvimento de um indivíduo crítico, capaz de opinar, debater e intervir na construção de uma sociedade mais preparada para refletir sobre seus próprios problemas e formular as necessárias soluções. Assim sendo, no ensino de Ciências reafirma-se a necessidade constante da construção do conhecimento aliado ao processo investigativo, explorando aspectos que envolvam a definição e o reconhecimento de problemas, o levantamento de hipóteses, sua análise e representação, a comunicação e a posterior intervenção sobre o meio. Logo diante das reflexões, ao longo do Ensino Fundamental, a Área de Ciências da Natureza tem um compromisso com o desenvolvimento do letramento científico, que abrange a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das ciências (BRASIL, 2017, p.319). E assim, “apreender ciência não é a finalidade última do letramento, mas, sim, o desenvolvimento da capacidade de atuação no e sobre o mundo, importante ao exercício pleno da cidadania” (BRASIL, 2017, p.319). Segundo Chassot (2000, p.37), a Ciência é considerada “como uma linguagem para facilitar a leitura do mundo”. O autor ainda reforça que o desejável seria que os conhecimentos científicos não apenas facilitassem a leitura do mundo em que se vive, mas que ajudassem a entender “as necessidades de transformá-lo – e, preferencialmente, transformá-lo em algo melhor” (CHASSOT, 2003, p.94). A Ciência se constrói a partir das necessidades humanas de compreender cada vez mais o ambiente em que se vive e de produzir conhecimento acerca daquilo que nos afeta de modo positivo ou negativo, sejam as evoluções tecnológicas ou as doenças ou o nosso próprio modo de vida, colocando-nos em situações complexas, exigindo soluções inovadoras em relação ao uso dos recursos naturais. Um importante desafio com o qual nos deparamos será o de pensar o Ensino de Ciências na perspectiva local, onde podemos encontrar uma diferenciada expectativa de contextos sociais, distribuídas por localidade, comunidade, vilarejos, e ilhas isoladas, etc. A cidade de Cametá, embora tenha configurações de investimentos em tecnologia em desenvolvimento restritas devido as dificuldades geografias de acesso, a mesma apresenta por outro lado uma rica diversidade em recursos naturais inestimáveis se comparado a outros lugares no mundo. As características do nosso ecossistema são motivo de pesquisas regionais e nacionais, colocando-nos numa condição de lugar a ser estudado e conhecido, permitindo que os próprios estudantes sejam investigadores de realidades ainda desconhecidas da Ciência. O Estado do Pará, em especial o município de Cametá apresenta uma riqueza em biodiversidade e cultural inestimável, na qual condicionam configurações que se destacam por dispor de comunidades urbanas, rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, entre outras, e por isso apresentam um modo bastante particular de investigar seu cotidiano. Essa riqueza nos traz também elementos para o trabalho com a ciência, a partir desses cotidianos diferenciados pela cultura e pelos modos de acumular conhecimentos, não hierarquizando, mas buscando nessas distintas trajetórias outros modos de observar, classificar, categorizar e analisar os fenômenos naturais que nos cercam. A Ciência, portanto, é capaz de produzir equidade num universo de relações díspares, promovendo de modos distintos em cada canto de Cametá, em que os modos também mobilizam conhecimentos para alcançar objetivos comuns. Por esse motivo as oito competências básicas para as Ciências Naturais contemplam de algum modo essa trajetória. De acordo com as competências gerais da BNCC e os argumentos acima citados, a área de Ciências da Natureza e, portanto, o componente curricular de Ciências deve assegurar aos estudantes o desenvolvimento de competências específicas (BRASIL, 2017, p.322), que estão enumeradas a seguir: COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico. Para o estudante compreender as Ciências da Natureza como parte do seu cotidiano e um fenômeno histórico e cultural em constante mudança, o professor deve lançar mão de situações concretas nas quais os estudantes reconheçam a função da ciência para a sua vida e que ela está em todos os momentos vivenciados por eles, suas famílias e comunidades, por exemplo, cuidar da saúde, zelar pelo meio ambiente, economizar recursos naturais e materiais, nas relações e contribuições do ser humano com o espaço que o cerca para sua manutenção ou destruição. 2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Professores e estudantes precisam dialogar com o conteúdo de Ciências e contextualizá- lo com as diversas situações locais, ou seja, que estão no dia a dia da escola, da família, da comunidade, bairro e cidade. É o reconhecimento da função social da ciência que leva o estudante à aprendizagem, uma vez que ele precisa compreender-se como sujeito que participa do desenvolvimento social, tecnológico e científico, seja como construtor do conhecimento, seja como consumidor dos seus produtos. A produção, divulgação e o uso prático do conhecimento científico possibilitam a intervenção consciente sobre o meio social e ambiental, promovendo, dessa forma, mudanças de conceitos, de atitudes e práticas, as quais convergem com uma convivência mais humanizada e sustentável. 3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza. Todos os conceitos e fenômenos analisados nas aulas de Ciências são aplicáveisà realidade próxima ao estudante? Quais características ambientais representam a região do aluno? Que fenômenos da natureza influenciam o cotidiano daquela comunidade, do bairro e da cidade? Que doenças endêmicas acometem aquela população? Que elementos históricos, econômicos e sociais da sua cidade têm relação direta com o desenvolvimento científico e tecnológico ocorrido nas últimas décadas? Identificar a realidade local do estudante é fundamental para que o conhecimento da área de Ciências seja apreendido, internalizado e, finalmente, tenha uso social com foco na intervenção direta sobre sua vida, uma vez que o desenvolvimento da capacidade argumentativa do estudante permitirá que ele possa agir de forma segura e consciente como cidadão. 4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho. Que impactos o desenvolvimento científico, tecnológico e as mudanças ambientais causaram na sua região na última década? Esses impactos foram positivos, negativos ou não alteraram em nada sua realidade? Esses são questionamentos que possibilitam uma percepção mais ampla sobre as implicações dos objetos de conhecimento trabalhados em Ciências e levarão o estudante à reflexão sobre o seu posicionamento enquanto sujeito que participa dessas mudanças, e, portanto, deve conhecer melhor para intervir conscientemente. 5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e preconceitos de qualquer natureza. As reflexões sobre os caminhos mais apropriados para compreender os fenômenos cotidianos devem considerar leis mais universais, que tenham critérios éticos que acolham princípios humanos e de sustentabilidade. Os conceitos debatidos precisam gerar empatia com o próximo, com a vida social, com os direitos humanos e criar um sentimento de pertencimento ao meio do qual fazem parte os estudantes. Assim construirão conceitos próprios voltados notadamente para a valorização e respeito próprio, ao próximo e ao meio em que vivem. 6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias de grupos sociais, sem digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética. Ciência é processual, viva, dinâmica, constante. Dessa forma, qualquer situação metodológica que não fizer uso de meios que integrem pessoas e conhecimentos não poderá alcançar seus objetivos e fundamentos de transformação social. Metodologias inovadoras e criativas são necessárias no atual contexto educativo, cujos estudantes são nativos digitais e têm no uso das tecnologias da comunicação e informação a fonte de seus interesses, curiosidade e criatividade. Os recursos tecnológicos devem ser usados para criação, construção, busca e divulgação, mas eles são meios e não fins; portanto, precisam fazer parte de um planejamento amplo, caso contrário substituem o foco central do processo de ensino e tornam-se obsoletos. Para qualquer uso, são necessários a antecipação, a organização e o domínio da sua funcionalidade. 7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias. Ao cuidar de si, o estudante se reconhece como sujeito social e histórico, participante da vida social, local, regional, nacional e planetária. Ele é único, mas também é universal. Sua natureza física e social é reflexo das transformações ao longo da história, suas escolhas e objetivos estão associados aos processos mais amplos de intervenção da sociedade sobre ele e vice-versa. Cabe à escola e ao professor proporcionar momentos de aprendizagem e reflexão sobre o corpo humano e sua relação com o ambiente e suas transformações. E, nesse trabalho, ressaltar sempre e de forma contínua o espaço mais próximo ao estudante, sua casa, seu bairro, sua cidade, seu estado. São as características locais que proporcionarão sentimento de pertencimento, respeito próprio e coletivo. 8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico- tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2017 p.322). O reconhecimento e a valorização do ambiente natural, cultural e social levam o estudante a compreender melhor sua participação na transformação destes e o motiva a intervir diretamente no seu cotidiano sempre para sua melhoria. Em Ciências, esse processo está atrelado ao fato de que o estudante compreende que as transformações ao longo da história tiveram participação direta do desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação, cujos resultados alteraram toda a vida social, cultural e ambiental, refletindo sobre os comportamentos individuais e coletivos. Ao reconhecer que Ciências fazem parte do cotidiano de todos – a hora em que se acorda, os modos de trabalho, a alimentação, o transporte, o que se veste, as tecnologias (das mais simples até as mais inacessíveis) – , o estudante passa a observar melhor o meio, torna-se parte dele e passa a mediar suas relações com base em novos conceitos. Espera-se que ao contextualizar o objeto de conhecimento com as vivências e experiências e ao democratizar conhecimento científico, os estudantes tenham melhores condições de intervir sobre sua realidade local, de forma responsável, ética e sustentável. Trata-se do desenvolvimento de competências voltadas para a tomada de decisões e atitudes que promovam o bem-estar físico e mental do ser e do coletivo. De tal forma que o encadeamento dos saberes advindos de diferentes áreas do conhecimento, tais como História, Geografia, Sociologia, Artes, Filosofia, dentre outras, estimem relações durante o letramento científico aliadas a uma concepção de ensino e de aprendizagem que promova a equidade e respeito à diversidade e ao meio ambiente. Neste aspecto, o componente de Ciências no Ensino Fundamental propõe uma abordagem dos fenômenos em diversas áreas do conhecimento, contemplando os estudos específicos das Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química), Ciências da Terra (Geologia, Meteorologia) e Astronomia. Estes constituem os objetos de aprendizagem a partir dos quais serão produzidas as rotinas didáticas que permitam aos estudantes e às estudantes, analisarem o entorno, experimentarem hipóteses, produzirem conhecimentos em colaboração com seus pares, comunicarem as observações e os conhecimentos adquiridos, além de estimulá-los a tomarem atitudes que promovam a aquisição consciente da saúde em seu conceito mais amplo. Assim, os processos de ensino e de aprendizagem em Ciências apresentam-se como uma aventura, cuja imaginação inicialmente encorajará problemas e experimentos que serão, então, relacionados à vivência humana e sua realidade, reafirmando a incessante capacidade humana de transformação, reinvenção e evolução. UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES Neste referencial, estão organizados os objetos de conhecimento e habilidades de cada ano do ensino fundamental em três unidades temáticas: Matéria e Energia, Vida e Evolução, Terra e Universo (BRASIL, 2017, p.323) MATÉRIA E ENERGIA: Contempla o estudo de materiais e suas transformações, fontes e tipos de energia utilizadosna vida em geral, na perspectiva de construir conhecimento sobre a natureza da matéria e os diferentes usos da energia. – Vida e evolução: propõe o estudo de questões relacionadas aos seres vivos (incluindo os seres humanos), suas características e necessidades, e a vida como fenômeno natural e social, os elementos essenciais à sua manutenção e à compreensão dos processos evolutivos que geram a diversidade de formas de vida no planeta. Estudam-se características dos ecossistemas destacando-se as interações dos seres vivos entre si e com os fatores não vivos do ambiente, com destaque para as interações que os seres humanos estabelecem entre si e com os demais seres vivos e elementos não vivos do ambiente. Abordam-se, ainda, a importância da preservação da biodiversidade e como ela se distribui nos principais ecossistemas brasileiros. TERRA E UNIVERSO: Busca-se a compreensão de características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre eles. Ampliam-se experiências de observação do céu, do planeta Terra, particularmente das zonas habitadas pelo ser humano e demais seres vivos, bem como de observação dos principais fenômenos celestes. Além disso, ao salientar que a construção dos conhecimentos sobre a Terra e o céu se deu de diferentes formas em distintas culturas ao longo da história da humanidade, exploram-se a riqueza envolvida nesses conhecimentos, que permite, entre outras coisas, maior valorização de outras formas de conceber o mundo, como os conhecimentos próprios dos povos indígenas originários. VIDA E EVOLUÇÃO: Essa unidade propõe ao estudante o reconhecimento das relações que ocorrem na natureza, evidenciando a participação do ser humano nas cadeias alimentares e como elemento modificador do ambiente, evidenciando maneiras mais eficientes de usar os recursos naturais sem desperdícios, discutindo as implicações do consumo excessivo e descarte inadequado dos resíduos. Contempla-se, também, o incentivo à proposição e adoção de alternativas individuais e coletivas, ancoradas na aplicação do conhecimento científico, que concorram para a sustentabilidade socioambiental. Assim, busca-se promover e incentivar uma convivência em maior sintonia com o ambiente, por meio do uso inteligente e responsável dos recursos naturais, para que estes se recomponham no presente e se mantenham no futuro. Prioriza-se também a percepção de que o corpo humano é um todo dinâmico e articulado inserido em diferentes culturas, e que sua manutenção e o funcionamento harmonioso dependem da integração entre as funções específicas desempenhadas pelos diferentes sistemas que o compõem. Além disso, destacam-se aspectos relativos à saúde, compreendida não somente como um estado de equilíbrio dinâmico do corpo, mas como um bem da coletividade, abrindo espaço para discutir o que é preciso para promover a saúde individual e coletiva, inclusive no âmbito das políticas públicas. No desenvolvimento da unidade são abordados, também, saberes relacionados às transformações na adolescência, como reprodução e sexualidade humana, temas estes que precisam estar bem definidos na proposta curricular da escola, para que se busque através do ensino aprendizagem atitudes de prevenção e cuidados quando se alcança a idade reprodutiva, que em muitos casos está acontecendo a cada dia mais precocemente. Destaca-se, também, o combate ao uso de drogas (lícitas e ilícitas), a violência dentro e fora da escola e as mais variadas formas de preconceitos e fobias, assuntos de grande interesse e relevância nessa faixa etária, assim como o conhecimento das condições de saúde, do saneamento básico, da qualidade do ar, das condições nutricionais e dos hábitos da população brasileira, permitindo ao estudante, assumir uma postura crítica em relação a cada tema abordado As unidades temáticas estão organizadas em habilidades, sendo que a complexidade destas aumenta ao longo dos anos. “Essas habilidades mobilizam conhecimentos conceituais, linguagens e alguns dos principais processos, práticas e procedimentos de investigação envolvidos na dinâmica da construção de conhecimentos na ciência” (BRASIL, 2017, p.328). É indispensável que os conhecimentos científicos não sejam somente expostos aos estudantes, mas que sejam desenvolvidos por meio de atividades, situações e processos nos quais eles possam se envolver em todas as etapas do processo de investigação científica: realizar observações, analisá-las, propor hipóteses, elaborar formas de expressá-las e desenvolver ações de intervenção que modifiquem o meio em que vivem. CIÊNCIAS DA NATUREZA E OS EIXOS ESTRUTURANTES Ao se pensar uma diretriz curricular nas Ciências da Natureza, deve-se levar em consideração a construção de um documento que valorize tanto um ensino globalizante, quanto os conhecimentos locais, que estejam próximos à realidade do estudante, contextualizados à sua vida social, valorizando seus interesses e estimulando sua curiosidade, para que os conhecimentos construídos em sala de aula produzam sentidos para esses sujeitos. Nessa perspectiva, propõe-se a estruturação do currículo da área de Ciências da Natureza a partir de eixos estruturantes, subeixos e objetivos de aprendizagem, aos quais os conteúdos devem se vincular, para possibilitar o desenvolvimento de habilidades e competências ao longo dos anos que compõem o Ensino Fundamental. Para o desenvolvimento do trabalho pedagógico na área de Ciências da Natureza, bem como nas demais áreas de conhecimento no Ensino Fundamental, foram definidos quatro grandes eixos estruturantes que se relacionam com os objetos de estudo de cada componente da matriz. curricular, resultantes da produção humana no decorrer dos tempos e nos diversos contextos socioculturais. Esses eixos estruturantes se subdividem em subeixos que, por sua vez, desencadeiam os objetivos de aprendizagem e as habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos. O eixo “Espaço/Tempo e suas Transformações” é constituído pelos subeixos (1) Vida, Ambiente e suas interações; (2) Ser humano, Ambiente e Saúde; e (3) Terra e universo, possibilitará a compreensão da natureza como um todo dinâmico, tendo os seres vivos e, em particular, o ser humano como parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive, bem como reconhecer o funcionamento do corpo humano, considerando as suas transformações e os efeitos resultantes de substâncias prejudiciais à saúde; o eixo contempla ainda a compreensão do sistema solar, a composição da Terra, os fenômenos atmosféricos e suas influências na dinâmica da vida. “Linguagem e suas Formas Comunicativas” representa o segundo eixo da estrutura curricular proposta, sendo formado pelos subeixos (1) Educação, Ciência, Tecnologia e comunicação a serviço da vida; e (2) Transferência, Processamento e Armazenamento de informações; por representar um instrumento de comunicação, a linguagem é a manifestação das diferentes culturas que compõem a diversidade da sociedade brasileira. Embora o documento sinalize para apropriação de conhecimentos cientificamente validados, é importante ressaltar a necessidade de reconhecer outras formas de conhecimentos e linguagens construídos em diferentes contextos sócio-históricos; dessa forma, considera-se necessário compreender o uso social da linguagem cientifica e para tanto reconhecer que as abordagens metodológicas, precisam ser contextualizadas com aspectos sócio-científicos por meio de práticas e atitudes, que possibilitem a compreensão entre ciência, tecnologia e sociedade. O conhecimento científico, historicamente construído, sempre esteve ligado às atividades acadêmicas, tornando-o distante da cultura popular, assim para que o mesmo se torne parte dessa cultura é necessário que o mesmo contribua para a solução de problemas cotidianos, assumindoimportância nesse sentido, os meios informais de divulgação cientifica, como jornais, revistas, programas televisivos e outras mídias. Cumpre importante papel nessa divulgação da ciência, precisamente no campo escolar, programas de Educomunicação, por favorecer uma interação entre comunicação e educação, como campo de diálogo, contribuindo para o exercício da cidadania, por meio de debates envolvendo ciência, tecnologia, sociedade e ambiente. O terceiro eixo deste Documento Curricular apresenta o tema “Valores à Vida Social” constituído pelos subeixos (1) Sustentabilidade e recursos naturais; e (2) Dignidade humana, corpo e saúde. Discutir os fundamentos do desenvolvimento sustentável é possibilitar ao sujeito compreender a necessidade do equilíbrio ecológico para a manutenção da vida. Essa discussão poderá contribuir para que os sujeitos desenvolvam certas habilidades, levando-os a construção de propostas para um consumo mais consciente e práticas que minimizem impactos ao meio, como o descarte adequado de produtos tecnológicos, a reutilização ou reciclagem de materiais consumidos na escola e/ou na vida cotidiana e outras ações individuais e/ou coletivas favorecedoras do uso racional do meio e que colaborem para o bem estar das gerações atuais, sem comprometer a segurança de gerações futuras. Ainda nesse eixo, considerando a dignidade humana como um bem a ser preservado, recomenda-se discutir a necessidade de adaptações dos espaços coletivos para promoção de acessibilidades em atendimentos de diferentes necessidades. Dessa forma, é oportunizado aos sujeitos reconhecer a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do respeito às diferenças. “Cultura e Identidade” corresponde ao quarto e último eixo da estrutura curricular proposta neste documento, formado pelos subeixos (1) Conhecimentos tradicionais e ambientes amazônicos; e (2) Espécies amazônicas e seu aproveitamento na saúde e na economia. Esse eixo reflete a necessidade de valorização dos diversos tipos de conhecimentos, sejam eles cientificamente validados ou não, o que nos possibilita destacar os saberes popularmente construídos. Essa concepção oportuniza aos sujeitos o reconhecimento dos saberes populares, que transmitidos ao longo das gerações passam a fazer parte da cultura dos povos amazônicos locais. Tal concepção dialoga com o que preconiza Chassot (2008) quando defende o resgaste dos saberes populares, tornando-os saberes escolares. Essa concepção assegura aos sujeitos, compreender a importância dos conhecimentos tradicionais e das atividades artísticas para a valorização da identidade e cultura dos povos da Amazônia, reconhecendo os mitos, as crendices populares relacionadas, por exemplo, à alimentação, bem como reconhecer os procedimentos utilizados pelas populações tradicionais no cultivo de espécies amazônicas úteis à vida humana e a importância das espécies amazônicas como fonte de matéria prima para indústria de alimentos, de cosméticos e de medicamentos. A organização acima descrita proporcionará aos sujeitos envolvidos no processo, mobilizar conhecimentos relativos aos tópicos de ciências, necessários para o desenvolvimento das competências específicas apontadas na Base (BRASIL, 2017a). Finalmente, a partir dessa organização, disponibiliza-se para toda a comunidade o Documento Curricular que deverá nortear o ensino no estado do Pará, resultado da construção coletiva em que cada área/componente curricular indica os objetivos de aprendizagem e as habilidades que serão desenvolvidas pelos sujeitos que os mobilizarão de forma contextualizada e interdisciplinar, possibilitando o desenvolvimento das competências indicadas pela BNCC (BRASIL, 2017a). CIÊNCIAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Ao iniciar o Ensino Fundamental, os alunos possuem vivências, saberes, interesses e curiosidades sobre o mundo natural e tecnológico que devem ser valorizados e mobilizados. Esse deve ser o ponto de partida de atividades que assegurem a eles construir conhecimentos sistematizados de Ciências, oferecendo-lhes elementos para que compreendam desde fenômenos de seu ambiente imediato até temáticas mais amplas. Nesse sentido, não basta que os conhecimentos científicos sejam apresentados aos alunos. É preciso oferecer oportunidades para que eles, de fato, envolvam-se em processos de aprendizagem nos quais possam vivenciar momentos de investigação que lhes possibilitem exercitar e ampliar sua curiosidade, aperfeiçoar sua capacidade de observação, de raciocínio lógico e de criação, desenvolver posturas mais colaborativas e sistematizar suas primeiras explicações sobre o mundo natural e tecnológico,e sobre seu corpo, sua saúde e seu bem-estar, tendo como referência os conhecimentos, as linguagens e os procedimentos próprios das Ciências da Natureza. É necessário destacar que, em especial nos dois primeiros anos da escolaridade básica, em que se investe prioritariamente no processo de alfabetização das crianças, as habilidades de Ciências buscam propiciar um contexto adequado para a ampliação dos contextos de letramento. As aprendizagens essenciais a ser asseguradas neste componente curricular foram organizadas em três unidades temáticas que se repetem ao longo de todo o Ensino Fundamental. CIÊNCIAS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL A abordagem das vivências, interesses, saberes e curiosidades dos estudantes no campo das Ciências da Natureza encontra seu real sentido quando o estudante busca compreender o mundo material, ou seja, o mundo contemporâneo e as interações que são estabelecidas com o mundo natural, pois esse processo tem sempre como ponto de partida a observação que continua sendo essencial nos anos finais do Ensino Fundamental. Todavia ao longo desse percurso, percebe-se uma ampliação progressiva da capacidade de abstração e da autonomia de ação e de pensamento, em especial nos últimos anos, e o aumento do interesse dos alunos pela vida social e pela busca de uma identidadeprópria. Essas características possibilitam a eles, em sua formação científica, explorar aspectos mais complexos das relações consigo mesmos, com os outros, com a natureza, com as tecnologias e com o ambiente; ter consciência dos valores éticos e políticos envolvidos nessas relações; e, cada vez mais, atuar socialmente com respeito, responsabilidade, solidariedade, cooperação e repúdio à discriminação (BRASIL, 2017, p.341). Ressalte-se, portanto, que o trabalho realizado nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve continuar nos anos finais, de forma integrada e gradativa, considerando a evolução dos objetos de conhecimento, as novas fases de desenvolvimento físico, social, emocional e cognitivo dos estudantes e ainda as características dessa fase, em que a curiosidade pelo corpo, ambiente e suas relações se ampliam consideravelmente. Nesse sentido, é indispensável que os estudantes sejam estimulados por questionamentos cada vez mais profundos quanto aos conhecimentos científicos abrangentes, o que possibilita que suas indagações sejam também mais complexas e contextualizadas. (...) à medida que se aproxima a conclusão do Ensino Fundamental, os alunos são capazes de estabelecer relações ainda mais profundas entre a ciência, a natureza, a tecnologia e a sociedade, o que significa lançar mão do conhecimento científico e tecnológico para compreender os fenômenos e conhecer o mundo, o ambiente, a dinâmica da natureza. Além disso, é fundamental que tenham condições de ser protagonistas na escolha de posicionamentos que valorizem as experiências pessoais e coletivas, e representem o autocuidado com seu corpo e o respeito com o do outro, na perspectiva do cuidado integral à saúde física, mental, sexual e reprodutiva (BRASIL, 2017, p.341). Logo, é nos anos finais do Ensino Fundamental que os estudantes criam vínculos sociais mais consolidadose se tornam protagonistas da sua produção, sendo necessários meios metodológicos de potencialização dessas habilidades, cujos resultados podem ser estendidos à comunidade por meio da divulgação de conhecimentos adquiridos e construídos, tornando-os agentes de transformação social. CIÊNCIAS DA NATUREZA NO CONTEXTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS No que se refere ao uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC), é necessário que a escola desenvolva uma conduta reflexiva e questionadora no processo de construção do ensino- aprendizagem, garantindo o acesso universal e a equidade educacional. A UNESCO acredita que as tecnologias móveis podem ampliar e enriquecer oportunidades educacionais para estudantes em diversos ambientes. Atualmente, um volume crescente de evidências sugere que os aparelhos móveis, presentes em todos os lugares – especialmente telefones celulares e, mais recentemente, tablets – são utilizados por alunos e educadores em todo o mundo para acessar informações, racionalizar e simplificar a administração, além de facilitar a aprendizagem de maneiras novas e inovadoras (UNESCO, 2014, p.7). A tecnologia está presente no cotidiano dos estudantes que chegam às escolas trazendo consigo conhecimentos prévios acerca do mundo da informação e comunicação, necessitando da intervenção do professor como mediador para auxiliá-los numa reflexão crítica envolvendo esse conjunto de informações. Nessa premissa, o educador deve atuar como mediador que lança novos desafios subsidiados pelas numerosas contribuições que as TIC trazem para as atividades de ensino e para o processo de aprendizagem do aluno, constituindo-se em parceiro de um saber coletivo ao qual lhe compete organizar, deixando de se apresentar como o núcleo do conhecimento para tornar-se um otimizador desses conhecimentos, fornecendo meios e instrumentos, estimulando o diálogo, a reflexão e a participação crítica. Torna-se fundamental que o professor tenha conhecimento sobre as possibilidades midiáticas, utilizando-as como ferramentas de apoio à sua prática pedagógica (MARANHÃO, 2014, p.83). Logo, “as tecnologias da informação e comunicação (TIC) devem ser integradas ao ensino de Ciências, como uma fonte de referência, um meio de comunicação e um meio para exploração” (MARANHÃO, 2010:39). Os principais benefícios do uso das TIC no ensino de Ciências estão em tornar esse ensino mais interessante, autêntico e relevante, devido ao maior tempo dedicado à observação, discussão, cooperação, análise, motivação e, ainda, por proporcionarem mais oportunidades de atividades colaborativas e interativas entre as crianças e jovens (MARANHÃO, 2010, p. 39). Nesse contexto, Maranhão (2010, p. 40) aborda algumas vantagens no uso da tecnologia como subsídio para uma nova proposta de aprendizagem que ressalte o protagonismo do aluno; o favorecimento da criatividade e a autoavaliação; a oportunidade de realização de registros próprios, de troca de informações através do computador; a execução rápida das tarefas; e, finalmente, o desenvolvimento de capacidades e habilidades de saber, saber fazer e saber conviver ajudando a tornar a aprendizagem significativa e interativa. Essas vantagens estão respaldadas pela LDB (Lei no 9.394/96): “domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna” (art. 35-A); “incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia” (art. 43); determinação de uma educação profissional e tecnológica, integrada “aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia” (art. 39). Portanto, vale ressaltar que à medida que evolui, a sociedade exige também do homem moderno o desenvolvimento de novas capacidades, principalmente no sentido de reconhecer os problemas, ou seja, identificar necessidades reais e criar produtos e serviços úteis para o bem comum. Essas novas capacidades resultam de atitudes conscientes que surgem a partir do momento em que se estabelecem as relações entre conhecimento científico, produção tecnológica e condição de vida, levando em consideração o contexto histórico e socioambiental em que surgem as necessidades e as soluções. Com base no panorama atual, o componente Ciências propicia ao estudante continuamente a ampliação e a atualização de suas habilidades com o objetivo de não só incluí-lo socialmente, mas também torná-lo um agente transformador em uma era na qual o conhecimento científico tornou-se um referencial imprescindível. É preciso incentivá-lo e despertar o interesse pela investigação científica do seu cotidiano para que, uma vez identificado o problema, possa formular hipóteses, criar soluções que o direcionem a atitudes mais conscientes. CIÊNCIAS DA NATUREZA: DE TEMAS INTEGRADORES À TRANSVERSALIDADE A integração do conhecimento é um critério indispensável na condução dos processos educativos, uma vez que o currículo escolar deve proporcionar uma visão ampla sobre os diversos aspectos da realidade natural, humana, histórica e social das populações cuja evolução reflete as implicações do desenvolvimento científico, tecnológico e das inovações, e sobre como estas afetaram e afetam as relações entre os seres humanos e seu ambiente, em todos os aspectos da vida individual e coletiva. No processo de ensino-aprendizagem, as diferentes áreas do conhecimento têm pontos de integração, os quais precisam ser apresentados pelo professor, de forma natural, mediada e articulada para que os estudantes percebam o caráter interdisciplinar dos conteúdos, compreendendo que o mundo é único e que cada mudança nele ocorrida influência de forma muito direta todas as relações que nele existem. O processo de acomodação de novos conceitos dá-se de forma gradual, mediante ajustamento progressivo de novas aprendizagens. Portanto, no campo da prática pedagógica, é necessário buscar constantemente uma articulação entre os componentes curriculares e envolver procedimentos didáticos necessários que os integram proporcionando uma aprendizagem efetiva e ampla. Essa aprendizagem, por sua vez, deve implicar a compreensão do contexto em que o estudante está contido, numa perspectiva de reconhecimento crítico e reflexivo da relação entre o conhecimento adquirido e seu cotidiano. O ensino de Ciências da Natureza, assim como enfatizado por Maranhão (2010), propicia o desenvolvimento desses temas contemplando-os em suas habilidades, permitindo ao estudante lidar com as informações, compreendê-las, interpretá-las, analisá-las e elaborá-las. Logo, a contextualização, a interdisciplinaridade e os temas integradores possibilitam construir uma visão mais ampla da realidade que muitas vezes aparece fragmentada, e as interconexões que acontecem nos componentes curriculares facilitam e promovem o conhecimento do educando. De acordo com os referenciais normativos, curriculares e a própria BNCC, destacam-se como temas integradores: Educação em direitos humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); Educação para o trânsito; Educação ambiental; Saúde e educação alimentar e nutricional; Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso; Educação para as relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena – diversidade cultural; Vida familiar e social, educação para as relações de gênero; Trabalho, ciência e tecnologia; Educação financeira e fiscal e orientação para o consumo. Nessa perspectiva, postula-se que a apresentação dos conteúdos científicos durante o processo educativo considere a pedagogia de projetos, cuja metodologia implica fomentar situações problematizadoras, interdisciplinares e reflexivas sobre o caráter integral do conhecimento. Infere-se que, prioritariamente dessa forma, os conhecimentos científicos relativos aos componentes apresentados na aula possamser reconhecidos pelos estudantes como fatos concretos porque participam do seu cotidiano. Nesse contexto, o ser humano, o ambiente e a sociedade ganham uma especificidade ao mesmo tempo biológica, histórica e social, afastando-se dos esquemas tradicionais contemplados na maior parte dos textos didáticos. Assim, a aproximação entre Ciências e demais áreas do conhecimento contribui para que o estudante se reconheça não só como receptor das mensagens veiculadas, mas também como elemento partícipe da produção de um saber muito mais amplo. PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS E METODOLÓGICOS A adoção de novos referenciais para o ensino de Ciências pressupõe a conscientização da comunidade escolar, com vistas à realização de atividades que privilegiem a interação, a contextualização, a argumentação e a interdisciplinaridade do conhecimento, ao invés da compartimentalização do saber sem a integração dos conteúdos disciplinares, sem a contextualização da realidade do estudante e com pouca contribuição para o desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades. Para a superação dessa fragmentação, propõe-se que os procedimentos pedagógicos e metodológicos nessa área propiciem uma integração entre as disciplinas e temas integradores, e que a organização do currículo escolar permita a construção do conhecimento amplo, histórico e socialmente produzido pela humanidade, nas suas várias manifestações regionais, culturais, étnicas e estéticas. A noção de trabalho interdisciplinar contribuiu, sobretudo, para uma mudança de postura na prática pedagógica segundo a qual as sequências didáticas, os componentes curriculares e as práticas avaliativas são sempre propostas por matérias estanques, independentes umas das outras, legitimando o saber científico estritamente disciplinar. Há efeitos bastante visíveis quando o ensino está limitado sob essa perspectiva, visto que as questões do saber estão para além do que o estudante atribui a uma ou outra disciplina, considerando que os saberes compartimentados trazem pouco ou nada de resposta para as situações vivenciadas no seu complexo cotidiano social. Assim, a interdisciplinaridade apresenta uma perspectiva de ação, pois, “para resolver problemas, é necessário mobilizar vários campos disciplinares porque nenhum problema social é, à priori, propriedade desta ou daquela ciência” (THURLER e MAULINI, 2012). Igualmente, a ideia de contextualização dos componentes curriculares às situações reais dos estudantes parece ser um melhor caminho para superar a limitação temática que conduz, muitas vezes, à acumulação de informações ao invés da construção do saber. A interdisciplinaridade propicia: (...) uma inversão de prioridades que se interessa, antes de tudo, pela formação global dos indivíduos e utiliza as diversas disciplinas como componentes dessa formação. Essa abordagem subentende que os objetivos de aprendizagem não decorrem da própria disciplina, mas das competências gerais visadas (...) capaz de colocar os alunos em situações portadoras de sentido, pois se mostra menos direcionada a finalidades disciplinares estritas (THURLER e MAULINI, 2012, p.112 e 113). Essa noção de interdisciplinaridade possibilita a integração dos saberes e, de forma recíproca, promove a sistematização de conceitos, procedimentos, finalidades e objetivos por meio dos quais se elabora o saber científico, que por sua vez assegura a mudança de postura frente à realidade. No ensino de Ciências, são abordados os fundamentos teóricos vinculados à prática pedagógica formadora dos conceitos fundamentais sobre a vida humana, a vida do planeta Terra e a relação que existe entre eles, cuja compreensão é significativa para o processo de aprendizagem em todas as outras áreas do conhecimento. Para isso, o professor deverá lançar mão de metodologias diversificadas, inovadoras e criativas, a fim de atender às expectativas de desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e físico dos alunos. Assim, poderá realizar atividades de leitura, discussões e seminários temáticos, aula de campo ou excursões, estudo de textos, trabalhos em grupos e apresentação dos resultados, simulações, apresentação e discussões de filmes, documentários, execução de atividades práticas experimentais com temas relevantes do ponto de vista social, ético, cultural, político, socioambiental e científico. É importante também que o professor, ao introduzir conceitos científicos, reconheça diferentes pontos de vista, que devem ser problematizados e construídos coletivamente, com encaminhamentos metodológicos possíveis e significativos, considerando sempre o caráter da objetividade científica, da ética e dos direitos humanos universais. Para isso, os professores precisam relacionar as nomenclaturas e os conceitos próprios do conteúdo disciplinar em Ciências com os conceitos abordados nos demais componentes curriculares, efetivando a indissociabilidade entre os objetivos pedagógicos e os epistemológicos, construindo, dessa forma, uma cultura científica mais ampla e humanizada, considerando que “em termos gerais, a contextualização no ensino de ciências abarca competências de inserção da ciência e de suas tecnologias em um processo histórico, social e cultural, e o reconhecimento e discussão de aspectos práticos e éticos da ciência no mundo contemporâneo” (BRASIL, 2002, p.31). Recomenda-se que as abordagens dos conteúdos estejam articuladas, sem fragmentações. Assim, no processo de ensino-aprendizagem, as atividades precisam ampliar e contribuir para que o estudante construa e utilize o conhecimento. Com relação à experimentação, as atividades empreendidas devem permitir momentos de estudo e discussão, ajudando na compreensão teórico- conceitual da situação real, mediante o uso de modelos explicativos e linguagens ajustados às situações de aprendizagem. É fundamental, também, que os estudantes vivenciem diversos procedimentos de leitura e escrita para que possam familiarizar-se com textos variados e com diferentes intenções, de forma a tornar sua aprendizagem mais significativa. Considerando a necessidade de diversificar a prática em sala de aula, a fim de incorporar novas metodologias que evidenciem o ensino de ciência com foco nas experiências prévias dos alunos, é necessário buscar alternativas que estimulem a reflexão, a compreensão e a intervenção do aluno no processo de ensino- aprendizagem como participante autônomo, consciente de si como agente de transformação da sua própria realidade e do contexto sócio- histórico e cultural que o cerca. A concretização desse feito ainda passa pela compreensão da comunidade escolar, notadamente dos professores que estão à frente das dinâmicas de sala de aula, de que o planejamento das práticas e as mudanças nos saberes e fazeres educativos devem ser fundamentados na base do sistema, ou seja, nas escolas, onde se manifesta o contexto real de todo o sistema de ensino. Acerca das metodologias adotadas para promover o ensino de Ciências, os procedimentos devem assegurar a inclusão dos alunos como aprendizes protagonistas e considerar que as mudanças nas suas percepções sobre si e o ambiente que os cerca ocorrem a partir de novas aprendizagens, cujo processamento conceitual permite: a) resolver problemas complexos; b) desenvolver novas categorias de raciocínio e formatos de avaliação; c) fazer julgamentos relativos à veracidade, utilizando argumentos; d) prever implicações de suas decisões, de forma crítica e consistente com a missão institucional e social. Tais mudanças assentam-se na perspectiva intelectual e precisam ser incorporadas à prática, para além da teoria. Só assim educadores poderão medir com exatidão o significado verdadeiro para seu trabalho pedagógico na escola. Neste contexto, espera-se que no ensino de Ciências sejam contemplados os seguintes procedimentos: – Contextualização do conhecimento com as práticascotidianas dos alunos; – simulação de situações que possibilitem ao professor o levantamento dos conhecimentos prévios; – Trabalho em grupo, sistematização, registro e socialização dos conteúdos trabalhados; – confronto de ideias; – Simulações de situações vividas em casa e demais ambientes de convivência cotidiana (resolver problemas cotidianos); – Desenvolver aprendizagem de ciências sobre ciências; – Favorecer capacidade de intereção por meio da busca coletiva por respostas (problematização) – Visitação às áreas da comunidade; – Leituras compartilhadas; – Experimentação; – Palestras para a comunidade escolar; – Feira de Ciências; – Projetos de intervenção social; – Visitas a centros de ciência e museus; – Passeios ecológicos; – Projeto horta e jardinagem; – Projeto e campanhas de conscientização nos temas de saúde e ambiente; – Concursos de experimentos, intervenção, maquetes, protótipos e outros; – Concurso de redação com temática em ciência, inovação e tecnologia; – Implementação de clubes de ciências nas escolas; – Experimentação investigativa; – Desenvolvimento de sequeências de ensino investigativo – Aprendizagem baseada em problemas Definindo os fins a serem alcançados no planejamento da prática pedagógica, os procedimentos metodológicos cumprirão a função de materializar caminhos por meio dos quais a ação pedagógica interdisciplinar avançará no contexto teórico-prático. Nesse sentido, é possível direcionar o processo de ensino-aprendizagem a fim de propiciar, ao aluno, condições para o desenvolvimento de sua consciência reflexiva, concatenação de ideias, elaboração e socialização de conhecimentos, os quais possam ser aplicados às realidades locais dos alunos. Observa-se que as práticas metodológicas propostas partem do pressuposto da contextualização do cotidiano do estudante. Tal noção está amparada na perspectiva segundo a qual toda ação educativa é essencialmente intencional, portanto, o desenvolvimento dos saberes científicos não permite a neutralidade do estudante frente a sua realidade (LIMA, 2013). Por fim, cabe esclarecer que os eixos temáticos visam cumprir a legislação que versa sobre a Educação Básica, garantindo aos estudantes os direitos de aprendizagem, pelo acesso a conhecimentos que possibilitem a formação para o trabalho, para a cidadania levando em consideração as características regionais e locais. DISTRUBUIÇÃO DOS EIXOS ESTRUTURANTES NO ORGANIZADOR CURRICULAR DE CAMETÁ, EMBASADO NO DOCUMENTO ESTADUAL. De acordo com discussões ocorridas nos círculos de diálogos realizados para discussão do currículo do município de Cametá, definiu-se em unanimidade que o organizador curricular deste documento manterá a estrutura da Base Nacional Comum Curricular - BNCC, por considerar que as diretrizes deste documento oferecem com equidade as aprendizagens essenciais que devem ser garantidas ao aluno, tanto no que se refere às práticas de linguagens, quanto às unidades temáticas, em cada componente curricular. Além disso, precisamos considerar os objetos de conhecimento e suas respectivas habilidades. Vale ressaltar que, o documento do estado do Pará tem grande relevância na contextualização de conhecimentos regionais e aportes teóricos metodológicos plausíveis, que são de suma importância para a valorização e formação integral de cada indivíduo, sendo este fruto de debates, pesquisas e direcionamentos consistentes, os quais certamente irão contribuir para o processo educativo. O documento curricular estadual tem como sustentáculo quatro eixos mencionados abaixo, os quais devem perpassar por todos os componentes curriculares do ensino fundamental. Estes funcionam como articulador do trabalho realizado pelos professores em seu plano de ensino e sendo parte integrante do projeto político pedagógico. Funcionam, ainda, como grandes temáticas atreladas à subeixos os quais devem ser pensados e trabalhados em uma perspectiva interdisciplinar, envolvendo as habilidades relacionadas com seu(s) respectivos eixos. No que compete às Competências Específicas das áreas do conhecimento propostas pela BNCC, o próprio documento curricular estadual enfatiza na página 103, ao referir-se a área de conhecimento Linguagens (o que certamente é cabível nas demais áreas) sendo possível associá-los aos eixos, aos subeixos e aos objetivos de aprendizagem. Com o objetivo de apontar caminhos que possibilite ultrapassar a fragmentação curricular e permitir a integração entre saberes, definimos estratégias teórico-metodológicas que garanta o trabalho interdisciplinar na prática do professor, possibilitando o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais ao longo dos anos que compõem o ensino fundamental. Assim, o município de Cametá em consonância com o Documento Curricular do Estado do Pará abordará os eixos temáticos ao longo das habilidades de cada componente curricular, sendo estes: Espaço, Tempo e Suas Transformações Linguagens e suas Formas Comunicativas Valores a vida Social Cultura Identidade Nesse sentido, os eixos temáticos têm a condição de explicitar a ligação entre os diferentes componentes curriculares de forma integrada, bem como de fazer sua conexão com situações vivenciadas pelos estudantes em suas realidades, contribuindo para trazer contexto e contemporaneidade aos objetos do conhecimento descritos na BNCC. A legenda ficará mencionada antes da apresentação dos alfanuméricos em cada uma das habilidades a serem trabalhadas, sendo que o eixo I (Espaço, Tempo e suas transformações) ficará na cor amarela, com a numeração 1. O eixo II (Linguagens e suas formas comunicativas) na cor azul e número 2. O eixo III (Valores à vida social) na cor verde e número 3 e no eixo IV (Cultura e identidade) na cor vermelha e número 4. Considerando que a Base Nacional Comum Curricular apresenta 60% das aprendizagens essenciais a serem ensinadas com equidade, o município de Cametá com sua autonomia para construir os 40% da parte (diversificada), decidiu em um dos círculos de diálogos utilizar para identificar as novas habilidades criadas por este município, e diferenciar dos alfas numéricos da BNCC a sigla MC (Município de Cametá), no final dos alfanuméricos cuja posição é a seguinte: Nos quadros que apresentam as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e as habilidades definidas para cada ano (ou bloco de anos), cada habilidade é identificada por um código alfanumérico cuja composição é a seguinte: ORGANIZADOR CURRICULAR EIXOS ESTRUTURANTES LEGENDADOS DISTRIBUIDOS NO ORGANIZADOR ESPAÇO / TEMPO E SUAS TRASNFORMAÇÕES LINGUAGEM E SUAS FORMAS COMUNICATIVAS VALORES À VIDA SOCIAL CULTURA E IDENTIDADE CIÊNCIAS 1º ANO UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES LEGENDA Matéria e Energia Características dos materiais (.EF01CI01) Comparar características de diferentes materiais presentes em objetos de uso cotidiano, discutindo sua origem, os modos como são descartados e como podem ser usados de forma mais consciente. (EF01CI01MC) Realizar praticas investigação na comunidade escolar sobre resídulos sólidos e os materiais que os compoem enfatizando a importancia da coleta seletiva. Vida e Evolução Corpo humano Respeito à diversidade (EF01CI02) Localizar, nomear e representar graficamente (por meio de desenhos) partes do corpo humano e explicar suas funções. (EF01CI03) Discutir as razões pelas quais os hábitos de higiene do corpo (lavar as mãos antes de comer, escovar os dentes, limpar os olhos, o nariz e as orelhas etc.) são necessários para a manutenção da saúde. (EF01CI02MC)Relacionando os valores nutricionais dos alimentos pela apreciação das cores e sabores como fonte de energia necessária a manutenção e promoção da saúde, tendo como destaque os de origem regional presentesno ambiente escolar, nos lares e lugares de venda (hortas, supermercado, feira-livre, etc.), situando sua origem e os devidos cuidados ao ingeri-los. (EF01CI03MC) Dialogar sobre as principais doenças ociasionadas pela falta de higiene resaltando os cuidados com o corpo. (EF01CI04MC) Perceber e constatar que o corpo humano recebe estímulos do meio, através dos órgãos do sentido, observando as sensações corporais e exercitando-as através de dinâmicas sensoriais vivenciadas em nosso dia a dia. (EF01CI04) Comparar características físicas entre os colegas, reconhecendo a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do respeito às diferenças. Terra e Universo Escalas de tempo (EF01CI05) Identificar e nomear diferentes escalas de tempo: os períodos diários (manhã, tarde, noite) e a sucessão de dias, semanas, meses e anos. (EF01CI05MC) Construir modelos científicos, desenhos, maquetes, que exemplifiquem as diferentes escalas de tempo e período diários. (EF01CI06) Selecionar exemplos de como a sucessão de dias e noites orienta o ritmo de atividades diárias de seres humanos e de outros seres vivos. CIÊNCIAS 2º ANO UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES DA BNCC LEGENDA Matéria e Energia Propriedades e usos dos materiais Prevenção de acidentes domésticos (EF02CI01) Identificar de que materiais (metais, madeira, vidro etc.) são feitos os objetos que fazem parte da vida cotidiana, como esses objetos são utilizados e com quais materiais eram produzidos no passado. (EF02CI02) Propor o uso de diferentes materiais para a construção de objetos de uso cotidiano, tendo em vista algumas propriedades desses materiais (flexibilidade, dureza, transparência etc.). (EF01CI01MC) Realizar atividade pratica de produção de objetos a partir de diferentes tipos de materiais estudando suas principais caracteristicas fisicas. (EF02CI02MC) Reconhecendo os impactos de produção e de consumo de materiais na natureza, tendo como destaque os mais consumidos pela comunidade (localidade, vilarejo, distrito, ilha, etc.) (EF02CI03) Discutir os cuidados necessários à prevenção de acidentes domésticos (objetos cortantes e inflamáveis, eletricidade, produtos de limpeza, medicamentos etc.). (EF01CI03MC) Construir desenhos e ilustrações sobre os cuidados com os materiais que causam risco e acidentes domésticos. Vida e Evolução Seres vivos no ambiente Plantas (EF02CI04) Descrever características de plantas e animais (tamanho, forma, cor, fase da vida, local onde se desenvolvem etc.) que fazem parte de seu cotidiano e relacioná-las ao ambiente em que eles vivem. (EF01CI04MC) Dialogar sobre a história das plantas regionais, sua ultilidade e importância para a comunidade local. (EF02CI05) Investigar a importância da água e da luz para a manutenção da vida de plantas em geral. (EF02CI06) Identificar as principais partes de uma planta (raiz, caule, folhas, flores e frutos) e a função desempenhada por cada uma delas, e analisar as relações entre as plantas, o ambiente e os demais seres vivos. (EF01CI05MC) Construir herbário didático com as principais plantas encontradas no ambiente escolar, destacando a importância destas para a comunidade. (EF02CI01PA) Identificar os diferentes usos do solo, da água e do ar, e a importância de tais elementos para a manutenção da vida. EF03CI03PA) Adotar medidas preventivas em relação às doenças veiculadas pela água, ar e solo, com ênfase nas doenças endêmicas da região amazônica (EF02CI06MC) Reconhecer a riqueza da fauna e flora da região amazônica, em especial as da localidade, tendo como destaque as potencialidades da região, bem como, identificar as principais ações humanas de influência sobre o ambiente local (extração, agricultura, pecuária, entre outros). Terra e Universo Movimento aparente do Sol no céu O Sol como fonte de luz e calor (EF02CI07) Descrever as posições do Sol em diversos horários do dia e associá-las ao tamanho da sombra projetada. (EF02CI08) Comparar o efeito da radiação solar (aquecimento e reflexão) em diferentes tipos de superfície (água, areia, solo, superfícies escura, clara e metálica etc.). (EF02CI07MC) Identificar e analisar a importância do sol para o ser humano, reconhecer os benefícios e os malefícios à saúde, assim como, a necessidade dos cuidados quando exposto a radiação solar. (EF02CI02PA) Identificar equipamentos associados com as tecnologias de informação, reconhecendo a sua importância como instrumento para a aquisição e armazenamento de conhecimentos. (EF01CI08MC) Realizar atividades experimental de investigação que demostre a formação das sombras e o movimento da Terra. CIÊNCIAS 3º ANO UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES DIVERSIFICADAS LEGENDA Matéria e energia Produção de som Efeitos da luz nos materiais Saúde auditiva e visual (EF03CI01) Produzir diferentes sons a partir da vibração de variados objetos e identificar variáveis que influem nesse fenômeno. (EF03CI02) Experimentar e relatar o que ocorre com a passagem da luz através de objetos transparentes (copos, janelas de vidro, lentes, prismas, água etc.), no contato com superfícies polidas (espelhos) e na intersecção com objetos opacos (paredes, pratos, pessoas e outros objetos de uso cotidiano). (EF03CI03) Discutir hábitos necessários para a manutenção da saúde auditiva e visual considerando as condições do ambiente em termos de som e luz. (EF03CI04PA) Identificar diferentes tipos de tecnologias utilizadas pelo homem, explicando a sua utilização na exploração de recursos do ambiente, considerando que o descarte inadequado de produtos tecnológicos pode acarretar impactos ambientais. Vida e evolução Características e desenvolvimento dos animais (EF03CI04) Identificar características sobre o modo de vida (o que comem, como se reproduzem, como se deslocam etc.) dos animais mais comuns no ambiente próximo. (EF03CI05) Descrever e comunicar as alterações que ocorrem desde o nascimento em animais de diferentes meios terrestres ou aquáticos, inclusive o homem. (EF03CI06PA) Reconhecer os saberes populares locais como forma de valorizar o conhecimento tradicional, preservando a diversidade das tradições e a cultura local. (EF03CI01MC) Identificar características do bioma local para entender a relevância das transformações do ciclo de vida dos animais na região. (EF03CI06) Comparar alguns animais e organizar grupos com base em características externas comuns (presença de penas, pelos, escamas, bico, garras, antenas, patas etc.) ( EF03CI02MC) Conhecer animais ameaçados de extinção na região como algumas espécies de animais (peixes, aves, mamíferos) e plantas nativas, discutindo as principais causas, e mecanismos que incentivem a conscientização e preservação da fauna e flora. (EF03CI07PA) Valorizar a diversidade amazônica, reconhecendo-a como fonte de uso medicinal, artesanal, cosmético e industrial. (EF03CI08PA) Reconhecer a importância de preservar as tradições e a cultura local, considerando as diversas expressões artísticas desenvolvidas na região (EF03CI05PA) Desenvolver hábitos e atitudes que contribuam para a conservação do meio natural, considerando a sua importância na manutenção da saúde humana. (EF03CI03MC) Descrever que os alimentos podem ser de origem animal, vegetal e mineral, assim como compreender que os alimentos oriundos dos grupos alimentares descritos acima, em especial da região, possuem valores nutricionais quepodem substituir certas deficiências no organismo humano, servindo como alternativa e fonte de energia para a manutenção do corpo. (EF03CI01PA) Comparar diferentes tipos de alimentos usados pelos seres humanos, identificando aqueles adequados à manutenção da vida e a uma dieta saudável (EF03CI02PA) Discutir a adoção de hábitos alimentares saudáveis para a manutenção da saúde humana tomando como base os alimentos consumidos no cotidiano Terra e universo Características da Terra Observação do céu Usos do solo (EF03CI07) Identificar características da Terra (como seu formato esférico, a presença de água, solo etc.), com base na observação, manipulação e comparação de diferentes formas de representação do planeta (mapas, globos, fotografias etc.). (EF03CI08) Observar, identificar e registrar os períodos diários (dia e/ou noite) em que o Sol, demais estrelas, Lua e planetas estão visíveis no céu. (EF03CI04MC) Reconhecer que os fenômenos astronômicos visíveis são dicíclicos e que podem ser identificados por outros marcadores, como aqueles relacionados à cultura e aos ciclos produtivos da vida no campo, no mar, nos rios, entre outros. (EF03CI09) Comparar diferentes amostras de solo do entorno da escola com base em características como cor, textura, cheiro, tamanho das partículas, permeabilidade etc. (EF03CI10) Identificar os diferentes usos do solo (plantação e extração de materiais, dentre outras possibilidades), reconhecendo a importância do solo para a agricultura e para a vida. (EF03CI04MC) Propor ações para conservação e preservação do solo como: reflorestamento; proteção de nascentes; rotação de culturas agrícolas; adubação, plantio direto, dentre outras propostas viáveis que valorizar a utilização e manutenção do solo presentes cultura local. CIÊNCIAS 4º ANO UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES LEGENDA Matéria e energia Misturas Transformações reversíveis e não reversíveis (EF04CI01) Identificar misturas na vida diária, com base em suas propriedades físicas observáveis, reconhecendo sua composição. (EF04CI02) Testar e relatar transformações nos materiais do dia a dia quando expostos a diferentes condições (aquecimento, resfriamento, luz e umidade). (EF04CI03) Concluir que algumas mudanças causadas por aquecimento ou resfriamento são reversíveis (como as mudanças de estado físico da água) e outras não (como o cozimento do ovo, a queima do papel etc.). (EF04CI01PA) Manipular dispositivos eletrônicos capazes de executar a função de armazenamento e pesquisa de informações (celulares, tablets, computadores, etc...) que contribuam para a promoção da qualidade de vida. (EF04CI03PA) Reconhecer os espaços que estão inadequados às diferentes necessidades e propor medidas para a remoção de barreiras físicas e arquitetônicas, a fim de promover o acesso, amplo e irrestrito, com segurança e autonomia de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. (EF04CI04PA) Identificar as diferentes formas de comunicação utilizadas por surdos, cegos e outras deficiências e propor a construção de materiais concretos a partir das diferentes formas de linguagens (braile, libras etc.) para facilitar a comunicação e socialização dos portadores de deficiências no ambiente escolar e social. (EF04CI01MC) Reconhecer os seres vivos, identificar e classificar os componentes que constituem as cadeias alimentares, em especial os da região através de figuras, vídeos, atividade à campo, construção de gráficos, etc. Vida e evolução Cadeias alimentares simples Microrganismos (EF04CI04) Analisar e construir cadeias alimentares simples, reconhecendo a posição ocupada pelos seres vivos nessas cadeias e o papel do Sol como fonte primária de energia na produção de alimentos. (EF04CI02MC) Comparar cadeia alimentar do bioma local com as de outros biomas, assim como compreender que a interferência humana nas cadeias alimentares pode levar ao desequilíbrio ambiental, propondo formas de promover consciência ecológica e de atitudes sustentáveis. (EF04CI05) Descrever e destacar semelhanças e diferenças entre o ciclo da matéria e o fluxo de energia entre os componentes vivos e não vivos de um ecossistema. (EF04CI06) Relacionar a participação de fungos e bactérias no processo de decomposição, reconhecendo a importância ambiental desse processo. (EF04CI06) Relacionar a participação de fungos e bactérias no processo de decomposição, reconhecendo a importância ambiental desse processo. (EF04CI07) Verificar a participação de microrganismos na produção de alimentos, combustíveis, medicamentos, entre outros. (EF04CI08) Propor, a partir do conhecimento das formas de transmissão de alguns microrganismos (vírus, bactérias e protozoários), atitudes e medidas adequadas para prevenção de doenças a eles associadas (EF04CI05PA) Reconhecer, por meio dos saberes populares, a importância do uso de plantas medicinais da Amazônia como formas alternativas para o tratamento de doenças. (EF04CI06PA) Identificar tipos de plantas medicinais amazônicas, seus principais efeitos e indicações de tratamento terapêutico. (EF04CI07PA) Reconhecer as diversas práticas provenientes dos povos tradicionais amazônicos relacionadas ao tratamento de doenças (banhos de ervas, unguento de plantas, partes de animais etc.) (EF04CI08PA) Conhecer as lendas relacionadas com o cuidado e preservação do ambiente amazônico. (EF04CI02PA) Reconhecer a importância da tecnologia para a pesquisa e divulgação de conhecimentos úteis à prevenção e tratamento de doenças bem como para a qualidade ambiental (no beneficiamento de alimentos, solo, água e ar). Terra e universo Pontos cardeais Calendários, fenômenos cíclicos e cultura (EF04CI09) Identificar os pontos cardeais, com base no registro de diferentes posições relativas do Sol e da sombra de uma vara (gnômon). (EF04CI10) Comparar as indicações dos pontos cardeais resultantes da observação das sombras de uma vara (gnômon) com aquela obtidas por meio da utilização (EF04CI03MC) Comparar as análises dos pontos cardeais de diferentes instrumentos e recursos como: aparelhos eletrônicos, bússola, localização por satélite, etc.; reconhecendo o desenvolvimento da tecnologia, além de discutir a utilização em diferentes situações desses recursos na astronomia e em outros campos de atuação. (EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas. CIÊNCIAS 5º ANO UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES LEGENDA Matéria e energia Propriedades físicas dos materiais Ciclo hidrológico Consumo consciente Reciclagem (EF05CI01) Explorar fenômenos da vida cotidiana que evidenciem propriedades físicas dos materiais – como densidade, condutibilidade térmica e elétrica, respostas a forças magnéticas, solubilidade, respostas a forças mecânicas (dureza, elasticidade etc.), entre outras. (EF05CI01MC) Identificar os estados físicos da água e os processos de mudanças de estado (fusão, vaporização, solidificação, liquefação e sublimação), através de experiencias cotidianas provenientes das relações da natureza e seu fluxo da vida com o homem e suas tecnologias. (EF05CI02) Aplicar os conhecimentos sobre as mudanças de estado físico da água para explicar o ciclo hidrológico e analisar suas implicações na agricultura, no clima, na geração de energia elétrica, no provimento de água potável e no equilíbrio dos ecossistemas regionais (ou locais). (EF05CI03) Selecionar argumentos que justifiquema importância da cobertura vegetal para a manutenção do ciclo da água, a conservação dos solos, dos cursos de água e da qualidade do ar atmosférico. (EF05CI04) Identificar os principais usos da água e de outros materiais (plástico, vidro, madeira, papel) nas atividades cotidianas para discutir e propor formas sustentáveis de utilização desses recursos. (EF05CI05) Construir propostas coletivas para um consumo mais consciente e criar soluções tecnológicas para o descarte adequado e a reutilização ou reciclagem de materiais consumidos na escola e/ou na vida cotidiana. (EF05CI02PA) Relacionar os componentes que entram na composição dos equipamentos eletrônicos descartados inadequadamente aos prejuízos que podem causar à saúde humana (EF05CI03PA) Discutir sobre segurança digital e avaliar formas de proteção de dados pessoais para formar cidadãos digitais responsáveis, praticando o pensamento crítico e ter bons hábitos de privacidade (EF05CI02MC) Reconhecer o lixo como fator de degradação ambiental, suas consequências e as formas de recuperação dos espaços degradados e a reutilização dos materiais, discutindo sobre a necessidade do descarte do lixo e a importância de seleção do mesmo. (EF05CI01PA) Discutir os impactos produzidos pelo descarte inadequado do lixo tecnológico, considerando os problemas que este descarte pode provocar no ambiente. (EF05CI04PA) Reconhecer a importância de preservar a biodiversidade amazônica incentivando a exploração sustentável das espécies com potencial econômico (EF05CI05PA) Identificar os impactos ambientais e sociais decorrentes da utilização de espécies amazônicas na indústria de cosméticos e medicamentos (EF05CI06PA) Identificar os modos de vida das comunidades amazônicas em diferentes ecossistemas (por exemplo, casa de palafitas em áreas com variação do nível das águas; ocas em aldeias localizadas em capoeiras; casas de barro/tabatinga em áreas com terreno argiloso, etc.) Vida e evolução Nutrição do organismo Hábitos alimentares Integração entre os sistemas digestório, respiratório e circulatório (EF05CI03MC) Compreender a alimentação como necessidade de sobrevivência e funcionamento do organismo, assim como entender a classificação dos nutrientes, suas funções no organismo e sua importância para manutenção da saúde. (EF05CI06) Selecionar argumentos que justifiquem por que os sistemas digestório e respiratório são considerados corresponsáveis pelo processo de nutrição do organismo, com base na identificação das funções desses sistemas. (EF05CI07) Justificar a relação entre o funcionamento do sistema circulatório, a distribuição dos nutrientes pelo organismo e a eliminação dos resíduos produzidos. (EF05CI08) Organizar um cardápio equilibrado com base nas características dos grupos alimentares (nutrientes e calorias) e nas necessidades individuais (atividades realizadas, idade, sexo etc.) para a manutenção da saúde do organismo. (EF05CI04MC) Conhecer os métodos de produção e consumo de alimentos da agricultura familiar local discutindo sobre o valor nutritivo e calórico desses alimentos comparando com os alimentos industrializados, assim como associar o funcionamento do sistema digestório a necessidade de uma prática alimentar saudável, no qual possa contribuir com a saúde e bem- estar do corpo. (EF05CI09) Discutir a ocorrência de distúrbios nutricionais (como obesidade, subnutrição etc.) entre crianças e jovens a partir da análise de seus hábitos (tipos e quantidade de alimento ingerido, prática de atividade física etc.). (EF05CI05MC) Associar a relação alimentar com as condições econômicas, tendo como subsidio alternativas que minimizem tais fatores, dentre elas, um cardápio proposto por alimentos de fácil acesso de acordo a localidade, comunidade, vilarejos, etc. (EF05CI06MC) Entender a interdependência dos sistemas digestório e respiratório em relação ao sistema circulatório, no processo de nutrição do organismo. (EF05CI07MC) Identificar os órgãos do sistema reprodutor masculino e feminino, assim como conhecer as características dos referidos aparelhos e as transformações que ocorrem durante a puberdade. Terra e universo Constelações e mapas celestes Movimento de rotação da Terra Periodicidade das fases da Lua Instrumentos óticos (EF05CI10) Identificar algumas constelações no céu, com o apoio de recursos (como mapas celestes e aplicativos digitais, entre outros), e os períodos do ano em que elas são visíveis no início da noite (EF05CI11) Associar o movimento diário do Sol e das demais estrelas no céu ao movimento de rotação da Terra.. (EF05CI12) Concluir sobre a periodicidade das fases da Lua, com base na observação e no registro das formas aparentes da Lua no céu ao longo de, pelo menos, dois meses. (EF05CI08MC) Discutindo a relação com a cultura de diferentes épocas e regiões, de modo a identificar a influência das fases da Lua na organização do cotidiano e das formas de vida de diferentes sociedades, percebendo a importância da observação dos astros nas atividades humanas ao longo do tempo. (EF05CI13) Projetar e construir dispositivos para observação à distância (luneta, periscópio etc.), para observação ampliada de objetos (lupas, microscópios) ou para registro de imagens (máquinas fotográficas) e discutir usos sociais desses dispositivos CIÊNCIAS 6º ANO UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO HABILIDADES LEGENDA Matéria e Energia Misturas homogêneas e heterogêneas Separação de materiais Materiais Sintéticos Transformações Químicas (EF06CI01MC) Compreender os mecanismos que determinam a configuração geométrica da molécula, bem como identificar as principais estrutura geometrias das moléculas presentes na vida diária (como água, sal, magnésio, etc.). (EF06CI01) Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura de dois ou mais materiais (água e sal, água e óleo, água e areia etc.). (EF06CI02) Identificar evidências de transformações químicas a partir do resultado de misturas de materiais que originam produtos diferentes dos que foram misturados (mistura de ingredientes para fazer um bolo, mistura de vinagre com bicarbonato de sódio etc. (EF06CI03) Selecionar métodos mais adequados para a separação de diferentes sistemas heterogêneos a partir da identificação de processos de separação de materiais (como a produção de sal de cozinha, a destilação de petróleo, entre outros). (EF06CI02MC) Reconhecer os métodos de separação de misturas nos diversos setores de produtividades locais como por exemplo; tratamento da água, produção de farinha, tucupi, tapioca, dentre outros produtos derivados a partir da extração da mandioca, etc. (EF06CI04) Associar a produção de medicamentos e outros materiais sintéticos ao desenvolvimento científico e tecnológico, reconhecendo benefícios e avaliando impactos socioambientais. Vida e Evolução Célula como unidade da vida Interação entre os sistemas locomotor e nervoso Lentes corretivas (EF06CI05) Explicar a organização básica das células e seu papel como unidade estrutural e funcional dos seres vivos. (EF06CI06) Concluir, com base na análise de ilustrações e/ou modelos (físicos ou digitais), que os organismos são um complexo arranjo de sistemas com diferentes níveis de organização. (EF06CI03MC) Compreender as transformações físicas e emocionais da adolescência, assim como a anatomia e fisiologia dos sistemas genitais masculino e feminino. (EF06CI04MC) Debater sobre gravidez na adolescência e conhecer os principais métodos contraceptivos, assim como, a transmissão e prevenção de infecções sexualmente
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