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Planejamento Tributário Essencial para os Negócios Elaborado por: Arnóbio Neto Araújo Durães O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor(a) CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ESSENCIAL PARA OS NEGÓCIOS Conteúdo Programático: Módulo I - Conceitos introdutórios Módulo II - Simples Nacional Módulo III - Lucro Presumido Módulo IV - Lucro Real Módulo V - Juros sobre o Capital Próprio CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 2 MÓDULO I CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Com o passar dos tempos, a evolução tecnológica e econômica vêm exigindo cada vez mais de seus profissionais a minimização dos custos e despesas e consequentemente a maximização dos lucros. Com isso, o planejamento tributário caracteriza-se como um dos principais agentes para o sucesso ou não de uma empresa, pois a carga tributária no Brasil representa um significativo montante financeiro, o qual interfere diretamente no resultado econômico da empresa. CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 3 O planejamento tributário tornou-se indispensável, pois a legislação tributária brasileira é muito complexa, com inúmeras leis e constantes alterações, o que dificulta a interpretação dos empresários, assim como em se manterem atualizados em virtude dos diversos influenciadores na gestão empresarial. É possível, através de um bom planejamento tributário, minimizar o pagamento de impostos federais se uma empresa optar pela tributação com base no Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional? O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir, postergar ou eliminar o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor atenda os interesses da empresa, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a forma celebrada é jurídica e lícita e antes do fato gerador, a fazenda pública irá respeitá-la. CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 4 Planejamento tributário é o estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, que exige antes de tudo, bom senso do planejador. Planejamento tributário jamais deve ser confundido com sonegação fiscal. Planejar é escolher, entre duas ou mais opções lícitas, aquela que possa dar melhores resultados para a empresa. Enquanto sonegar, é utilizar-se de meios ilegais para deixar de recolher um tributo que é devido, assim como a fraude, a simulação ou a dissimulação, sendo o uso destas considerado como omissão dolosa tendente a impedir ou retardar o conhecimento do fato gerador da obrigação fiscal, da autoridade fazendária. O planejamento tributário é o processo de escolha de ação, não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador, visando direta ou indiretamente à economia de tributos. Fazer planejamento tributário não é apenas um direito garantido na Constituição Federal, mas também um dever legal. determinado pelo artigo 153 da Lei no 6.404/1976. CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 5 Conforme determina o artigo 153 da Lei 6.404/76, o administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios. CONTABILIDADE Dever de Diligência Por outro lado, o objetivo dos legisladores é procurar eliminar todas as possibilidades que surgem de reduzir de forma legal a carga tributária, sempre existem algumas alternativas que são menos onerosas do que outras. Por meio legal, e conforme ramos de atividade, o contribuinte deve procurar o planejamento que mais lhe interessar. Contudo, quando o fisco identifica uma situação que possa reduzir seus custos com tributos, o legislador modifica a lei e elimina essa possibilidade. CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 6 Um exemplo típico dessa atitude, foi quando o legislador, em 1987, através do artigo 33 do Decreto-lei no 2.341/1987, normatizou que: Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a empresa sucessora não poderá compensar prejuízos fiscais (Lucro Real) da sociedade incorporada, o que foi regulamentado pelo artigo 585 do Regulamento do Imposto de Renda, cuja redação é a seguinte: Art. 585 - Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a empresa sucessora não poderá compensar prejuízos fiscais da sociedade incorporada. Parágrafo único. Na hipótese de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido. POSSIBILIDADES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Análise das Normas Tributárias == > Previsões expressas, opções fiscais, lacunas na legislação; Precedentes Judiciais == > Tribunais superiores, demais tribunais; Órgãos de Revisão de Lançamento == > Tribunais administrativos como CARF, Tribunal de Impostos de Taxas (TIT), Conselho Municipal de Tributos (CMT), dentre outros; Questões Fáticas Específicas; Guinadas Jurisprudenciais; Programas de Parcelamento. CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 7 O planejamento tributário pode ser classificado em três categorias: 1. Conservador. 2. Moderado. 3. Agressivo. O CONSERVADOR: Aquele em que o técnico aplica o que está na lei ordinária, não sendo necessária qualquer interpretação jurídica, aplicação de princípios ou conhecimento da Constituição Federal ou Código Tributário Nacional. O MODERADO: Necessário haver um maior conhecimento da legislação tributária, assim como afinidade com a Constituição Federal e com o Código Tributário Nacional, bem como o acompanhamento do posicionamento do Poder Judiciário sobre matérias polêmicas. Quando se trata de matéria polêmica, o contribuinte, antes de fazer qualquer modificação em seus procedimentos contábeis e fiscais, deve realizar consulta administrativa aos órgãos competentes ou ingressar com ação no Poder Judiciário em busca de uma declaração do seu direito. CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 8 O AGRESSIVO: A escolha de uma ação que não está autorizada na lei ordinária, somente com base em interpretação do Código Tributário Nacional e na Constituição Federal. Mas o contribuinte não ingressa com o pedido judicial, ou seja, ele faz a escolha e realiza o procedimento e espera ser interpelado pelas autoridades fiscais, e, caso seja autuado, ingressa com os recursos administrativos e judiciais, se necessários. Aconselhamos o contribuinte a realizar anualmente, o seu planejamento tributário, em razão das constantes mudanças na legislação brasileira. Uma das decisões mais importantes para o sucesso de uma empresa é a escolha do regime tributário a ser adotado. Uma opção mal feita nesta etapa do processo pode gerar a necessidade do pagamento de um conjunto de imposto de forma inadequada, comprometendo sensivelmente os resultados do negócio. CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 9 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Atualmente temos no Brasil sete modalidades de tributação do IR das Pessoas Jurídicas 1. MEI – Micro Empreendedor Individual – Criado através da LC 128/2008. 2. Simples Nacional – Criado através da LC 123/2006. 3. Lucro Presumido – Criado através do Decreto Lei nª 5.844/1943. 4. Lucro Real – Criado através do Decreto Lei nª 5.844/1943. 5. Lucro Arbitrado – Lei nº 8.981/1995 6. RET – Regime Especial de Tributação – Para incorporadora – Lei nº 10.931/2004 7. Entidades Imunes e Isentas Lucro Real Lucro Presumido Lucro Arbitrado Simples Nacional APURAÇÃO TRIMESTRAL APURAÇÃO MENSAL OPÇÃO: APURAÇÃO ANUAL SUJEITA A ANTECIPAÇÕES MENSAISCALCULADASPOR ESTIMATIVA OPÇÃO DE REDUZIR OU SUSPENDER AS ANTECIPAÇÕES MENSAIS MEDIANTE BALANCETES MENSAIS CUMULATIVOS CRCSP - Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional 10 MICROEMPRESA - ME EMPRESA DE PEQUENO PORTE - EPP MÉDIAS EMPRESAS Base legal: Lei Complementar 123/06 e Lei 11.638/07 GRANDE PORTE MEI Receita bruta anual de até R$ 81 mil. Todas as demais Receita bruta igual ou inferior a R$ 360 mil. Receita bruta superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 4.8 milhões. Sociedade ou conjunto de sociedade sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões. BIBLIOGRAFIA: Brasil, Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Brasil, Decreto nº 9.580 de 23 de novembro de 1988, Regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasil, Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Brasil, Lei nº 9.249 de 26 de dezembro de 1995, Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Brasil, Lei nº 9.430 de 27 de dezembro de 1996, Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências. Brasil, Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976, Dispõe sobre a sociedade por ações. Brasil, Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966, CTN - Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Projeto de Lei nº 2.337 de 26 de junho de 2021. Altera a legislação do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza das Pessoas Físicas – IRPF e das Pessoas Jurídicas – IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, e dá outras providências. Comitê de Pronunciamentos Contábeis, Interpretação Técnica ICP 22, Incerteza sobre tratamento de tributos sobre lucros.
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