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Cinesioterapia Exercicios Proprioceptivos

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Exercícios Proprioceptivos. 
 
São exercícios específicos que visam estabelecer o equilíbrio dinâmico das 
articulações. São executados mediante tomada de peso sobre a articulação e 
situações criadas a fim de promover a reeducação do equilíbrio. 
 Promovem desequilíbrio músculo-articular, que proporcionam movimentos 
complexos e estabilizam a articulação. 
 A importância e o objetivo destes exercícios consistem em após uma lesão 
provocar desequilíbrios, através de diferentes estímulos para que haja 
equilíbrio e conseqüente formação de novo engrama. 
 
Finalidade: 
 
 - Diminuição do período de latência nervosa, ou seja, do tempo existente 
entre a introdução de um estímulo e uma resposta a ele. 
 - Formação de engrama sensorial, importante para que se evite lesões 
repetitivas. 
 - Aquisição de confiança por parte do paciente para voltar as suas 
atividades. 
 - Importância emocional. 
 
Os exercícios proprioceptivos podem ser divididos em três fases: 
 
1. Fase ativa-estática: desequilíbrio provocado pelo fisioterapeuta, onde o 
paciente fica aproximadamente 40 segundos tentando reagir para manter-se 
equilibrado. 
 
2. Fase ativa-dinâmica: exercícios mais complexos, com adição de superfícies 
de apoio para execução de cada exercício. 
 
3. Fase de proteção de prática desportiva: alterna-se o ritmo, as superfícies 
de execução e as posições de simulações dos gestos desportivos, tendo como 
principal objetivo à integralização dos movimentos globais e específicos do 
gesto desportivo. 
 
 Podem ser utilizados ainda na propriocepção aparelhos como o "skate", 
"cama elástica", "balancinho", "giro-plano", podem ser feitos circuitos, enfim, o 
mais importante para o terapeuta e ter criatividade para inventar o máximo de 
situações diferentes de desequilíbrio do paciente para que haja posteriormente 
o equilíbrio. 
 
NEUROFISIOLOGIA: 
Sabe-se que praticamente todas as pessoas passaram, passam ou 
passarão um dia por algum tipo de lesão, refiro-me especialmente as lesões 
articulares e musculares, e boa parte dessas lesões são causadas por 
algum tipo de trauma que levam a pessoa ao desequilíbrio, instabilidade, e 
por conseqüência a lesão. 
 Entretanto, muitas vezes uma pessoa se encontra em uma situação de 
total desequilíbrio e não se lesiona. Isso ocorre graças ao engrama 
sensorial, que é formado, de diferentes formas e individualmente, de acordo 
com as experiências já vivenciadas. Quanto mais e diferentes estímulos 
uma pessoa teve em sua vida, provavelmente terá menos lesões por falta 
de estabilidade, uma vez que o organismo reconhecerá aquele estimulo e 
desta forma rapidamente será capaz de se adaptar, gerando equilíbrio. 
 Quando uma articulação é lesionada toda aquela memória antes 
formada é perdida, sendo necessário que haja formação de nova memória 
para evitar lesões repetitivas naquela articulação. Deve-se prevenir a 
formação de um engrama sensorial patológico, normalmente adquirido pela 
posição antálgica. 
 Os grandes responsáveis por todo esse processo de percepção de 
movimento, posição articular etc. são os receptores. Os receptores são 
pequenos órgãos especializados em internalizar informações obtidas do 
meio externo ou mesmo de enviar informações ao SNC sobre as relações 
do corpo com ele mesmo ou com o meio externo. 
 "As informações partidas dos receptores, chegada rápida e corretamente 
ao SNC, determinará uma resposta adequada, equilibrando músculos 
agonistas e antagonistas, ajustando a posição ou o movimento articular". 
Tais informações chegam ao SNC pela capacidade que os receptores de 
converter diferentes formas de energia em alterações do potencial de sua 
membrana. Esse fato é chamado de potencial gerador. As fibras nervosas 
aferentes, ou seja, que levam as informações ao SNC, transformam esse 
potencial gerador inicial em potenciais de ação, que serão transmitidos ao 
longo dessas fibras até o SNC. Para cada mínimo movimento haverá uma 
despolarização da membrana com uma voltagem específica. 
 O equilíbrio também é dado por esses receptores que informam 
constantemente ao SNC a posição articular e a velocidade do movimento 
através das fibras eferentes, que trazem as respostas do SNC. 
TIPOS DE RECEPTORES: 
 Receptores articulares musculares e tendinosos 
 Detectam alterações de tensão e posição das estruturas na qual estão 
localizados: ângulo articular, velocidade de movimento articular, tração 
articular, contração muscular e força da contração muscular. 
 
 Receptores articulares 
 São encontrados nas cápsulas e ligamentos articulares. São estimulados a 
partir da deformação. 
 A informação destes receptores articulares notifica continuamente o SNC 
sobre a angulação momentânea e a velocidade do movimento da articulação. 
 
Tipo 1 
 
 São encontrados no interior da cápsula articular. Fornecem informações 
acerca das mudanças na posição articular. É um mecanorreceptor estático e 
dinâmico, dependendo da posição, pressão intra-articular, e dos movimentos 
articulares (ativos e passivos). 
 Sua adaptação é lenta, sendo ativado em todas as posições articulares, 
mesmo com a articulação em repouso. Podem ser ativados também por tato e 
pressão. 
 
Tipo II 
 
 São encontrados na cápsula articular. Fornecem informações sobre a 
velocidade do movimento. E um mecanorreceptor dinâmico. 
 Sua adaptação é rápida e inativa em repouso. E estimulado por estímulos 
mecânicos rápidos e repetitivos. 
 
Tipo III 
 
 São encontrados nos ligamentos. Registram a verdadeira posição articular. 
E um mecanorreceptor dinâmico. 
 Sua adaptação é lenta. E estimulado com movimentos externos ativos ou 
passivos. 
 
Tipo IV 
 
 São encontrados nas cápsulas articulares. Fornecem informações dolorosas 
a nível dos tecidos articulares. 
 Sua adaptação é lenta. E ativado pelas deformações mecânicas. 
 
 - Receptores musculares 
 
Fusos neuromusculares 
 
 São encontrados nos músculos esqueléticos. 
 Sinalizam o comprimento do músculo e a velocidade do movimento. 
Detectam as modificações no comprimento das fibras musculares extrafusais 
pela contração e enviam essas informações para o SNC onde se geram 
reflexos para manter a postura do corpo e regulam as contrações dos músculos 
envolvidos nas atividades motoras. 
 As fibras intrafusais do fuso neuromuscular são envoltas por terminações 
nervosas anuloespirais. Quando há alongamento ou estiramento dessas fibras, 
as terminações nervosas sofrem deformações e são ativadas. Dai essa 
informação de deformação passa pelas fibras nervosas aferentes que fazem 
sinapse com os grandes neurônios motores do corno anterior da medula, 
chegam a área somestésica e voltam através dos neurônios eferentes. O 
estímulo é transmitido as fibras extrafusais, através das placas motoras, que 
então se contraem. A esse fenômeno chamamos de reflexo miotátíco 
 O encurtamento do músculo como um todo alivia o estiramento dos fusos 
musculares, removendo, portanto o estimulo dos receptores. 
 
 - Receptores tendinosos 
 
Órgão tendinoso de Golgi (OTG) 
 
 Situam-se dentro dos tendões, próximos do ponto de fixação das fibras 
musculares. Algumas fibras se conectam diretamente com o OTO, que é 
estimulado pela tensão produzida por esse feixe de fibras, ou seja, quando há 
estiramento do tendão (ou contração muscular). 
 A chegada destes impulsos aferentes na medula excita os interneurônios 
inibitórios, que por sua vez inibem os motoneurônios do músculo em contração, 
limitando assim a força desenvolvida e que será maior que a tolerada pelos 
tecidos que estão sendo estirados. Neste ponto agem como "disjuntores" do 
músculo. Esse fato é chamado de reflexo miotático inverso 
 
 Em casos de lesões os receptores podem estar alterados, causando 
desequilíbrios. 
 Devido à posiçãoantálgica, adquirida como um mecanismo pessoal de 
proteção, há formação de engrama sensorial patológico. Deve-se prevenir este 
engrama patológico Essa articulação deve ser trabalhada o mais rápido 
possível para a formação de um novo engrama sadio. Isto pode ser feito 
através de exercícios proprioceptivos que através dos desequilíbrios estimulam 
os receptores a enviarem informações ao cérebro para que este envie 
respostas motoras na tentativa de equilibrar o corpo. 
 Este ciclo equilíbrio/desequilíbrio atuará na formação da "memória do 
movimento". 
 No SNC a informação é integrada com as que vêm dos órgãos sensoriais: 
retina e aparelho vestibular. Esses sentidos são usados para ajustar a 
localização, tipo, número e freqüência de ativação das unidades motoras, de tal 
modo que uma apropriada tensão muscular seja desenvolvida para efetuar os 
movimentos desejados. 
 
 
SISTEMA NERVOSO 
O sistema nervoso é responsável pelo controle das atividades, como a 
contração muscular e fenômenos viscerais. Recebe milhares de informações 
de diferentes órgãos sensoriais, integrando-se para determinar uma resposta a 
ser executada pelo organismo. 
Conforme a evolução da espécie e aumento das exigências funcionais, o 
sistema nervoso também toma-se mais eficiente com respostas mais 
complexas e perfeitas. 
Critérios Funcionais: 
O sistema nervoso, segundo os critérios funcionais, é dividido em: 
Sistema Nervoso Somático - apresenta componentes aferentes e eferentes 
e relaciona o organismo com o meio ambiente. O componente aferente conduz 
aos centros nervosos impulsos dos receptores periféricos, informando o que se 
passa no meio ambiente. O componente eferente leva o comando dos centros 
nervosos aos músculos estriados, determinando movimentos voluntários. 
Sistema Nervoso Visceral - controla e relaciona as estruturas viscerais. 
Suas vias aferentes conduzem impulsos dos receptores viscerais até o sistema 
nervoso. 
Sua porção eferente leva impulsos até as vísceras, glândulas, musculatura 
lisa ou cardíaca. Faz parte do componente eferente o sistema nervoso 
autônomo, subdividido em simpático e parassimpático. 
 
Sistema Sensitivo 
Para Denis (1989) a sensibilidade do corpo baseia-se primeiramente na 
ativação de determinadas terminações nervosas (receptores), distribuídos na 
pele, e em estruturas profundas, músculos, vasos e vísceras. 
Os receptores são órgãos sensoriais especializados , que transformam o 
estimulo mecânico, térmico, químico ou elétrico em mensagens aferentes. 
Conforme suas funções, podem ser classificadas em exteroceptivas, 
proprioceptivas e êntero ou interoceptivas. 
Os exteroceptores são destinados a informar ao corpo sobre o que se passa 
no meio ambiente, como dor superficial, frio, calor e tato. 
Os proprioceptores transmitem a sensibilidade cinética, postural, barestesia, 
dor profunda e vibratória. Fornecem informações sobre a posição e os 
movimentos da cabeça no espaço, estado de tensão de músculos e tendões, 
posição da articulação, força muscular e outros movimentos e posições do 
corpo. 
Êntero e interoceptores: os viscerorreceptores informam o que se passa 
dentro do organismo. Os receptores cutâneos dividem-se em receptores táteis 
ou mecanorreceptores (tato e pressão), termorreceptores (calor e frio) e 
nociorreceptores (dor). 
 
Vias Aferentes 
Para Machado, são considerados como cadeias neuronais que ligam os 
receptores ao córtex. No caso das vias inconscientes, as cadeias são 
constituídas por dois neurônios; já nas vias conscientes esses neurônios são 
geralmente três, com os seguintes princípios gerais: 
Neurônio I - localiza-se fora do SNC em um neurônio sensitivo pseudo-
unipolar, que se bifurca, dando um prolongamento periférico que se liga ao 
receptor, e um central que se liga ao SNC. 
Neurônio II - localiza-se no corno posterior da medula. 
Origina axônios que cruzam medialmente a substância cinzenta para formar 
um tracto ou lemnisco. 
Neurônio III - localiza-se no tálamo e origina um axônio que chega ao córtex 
cerebral. 
As vias aferentes são: 
- Via da temperatura e da dor (feixe espinotalâmico lateral); 
- Via da pressão e tato protopático (feixe espinotalâmico anterior); 
- Via de propriocepção consciente e tato epicrítico (feixe espinocerebelar 
posterior). 
 
Sensibilidade 
Segundo Dassem e Fustinoni (1955), a sensibilidade constitui uma das 
grandes funções SN, por meio da qual o organismo adquire o conhecimento 
das modificações do meio que o cerca, sua própria atividade e dos fatores 
nocivos que passam a prejudicá-lo. 
Os estímulos de natureza variada impressionam os órgãos receptores 
distintos, ocorre um reconhecimento e discriminação. Portanto, o estímulo 
impressiona o órgão receptor determinando o fenômeno da sensação. 
São várias formas de sensibilidade consciente ou sentido, como: 
a) Sensibilidade da pele; 
b) Sensibilidade muscular e óssea; 
c) Sensibilidade do olho, ouvido, equilíbrio, olfato e gustação. 
As terminações nervosas podem ser sensitivas ou aferentes (receptores) e 
motoras ou eferentes. 
Com a estimulação das terminações nervosas temos impulsos nervosos que 
chegam ao SNC sendo interpretados resultando em diferentes formas de 
sensibilidade. 
As terminações nervosas motoras estão localizadas na porção terminal das 
fibras eferentes, ligando o órgão efetor a músculos e glândulas. 
Terminações nervosas sensitivas (receptor): 
Os receptores apresentam dois grandes grupos: 
a) Receptores especiais de que fazem parte os órgãos especiais dos 
sentidos: visão, audição, equilíbrio, gustação e olfação. Estão localizados na 
cabeça; 
b) Receptores gerais localizados em todo o corpo. São classificados em 
livres e encapsulados. 
As terminações nervosas livres são responsáveis pelos impulsos dolorosos. 
As principais terminações nervosas encapsuladas são: 
- Corpúsculos de Meissner: órgãos do tato, localizados nas pupilas 
dérmicas. 
- Corpúsculos de Vater-Paccini: localizado no tecido subcutâneo das mãos 
e pés, etc. Está relacionado com a percepção da pressão. 
- Corpúsculo de Ruffini: receptor do calor. 
- Corpúsculos de Krause: receptores do frio, localizados na derme, 
conjuntiva. 
- Fusos neuromusculares: localizados nos ventres musculares dos 
músculos estriados esqueléticos. 
- Órgãos neuro-tendinosos de Golgi: encontrados nas funções dos 
músculos estriados como seu tendão. São ativados quando ocorre 
estiramento do tendão. 
TIPOS DE SENSIBILIDADE 
a) Sensibilidade da pele ou superficial consciente. Compreende a 
sensibilidade tátil, térmica e dolorosa. As sensações são originadas pela ação 
do estímulo sobre a pele excitação de um receptor ou órgão sensorial. 
- Sensibilidade protopática: é a mais primitiva e difusa, responde a todos os 
estímulos cutâneos dolorosos, ao calor e frio. O indivíduo não localiza com 
exatidão o local do estímulo e não o discrimina. É o primeiro tipo de 
sensibilidade que aparece quando da regeneração de um nervo sensitivo-
cutâneo seccionado. 
- Sensibilidade específica: a discriminação é mais fina, com localização 
precisa. Aparece mais tarde quando da regeneração do nervo. 
Compreende a sensibilidade tátil, térmica, alterações leves de temperatura 
com poder de localização e discriminação. 
b) Sensibilidade muscular e óssea ou profunda consciente. Engloba os 
diferentes tipos de sensibilidade, como: 
- Sensibilidade ou sentido de pressão ou barestesia; apreciação de peso ou 
pressão sobre partes do corpo. 
- Sensibilidade vibratória ou palestesia: sensibilidade dos 05505 ou periósteo 
a estímulos vibratórios. 
- Sensibilidade das atitudes segmentares ou batiestesia: consciência exata 
da posição das partes do corpo e relação de uma parte com a outra. 
b.1- Sensibilidade geral proprioceptiva articular: durante os movimentos 
das articulações as cápsulas articulares sofrem compreensão ou distensão. Na 
cápsula articular encontramos receptoresde Ruffini e de Golgi, fornecendo 
informações, como a posição da articulação, direção e velocidade dos 
movimentos articulares posturais e/ou cinestésicas. 
b.2- Sensibilidade geral proprioceptiva músculo-tendinosa: interfere na 
regulação do tônus, postura, equilíbrio estático e dinâmico e também na 
coordenação dos movimentos. 
c) Sentido esteriognóstico / estereognosia: possibilita ao indivíduo o 
reconhecimento de um objeto pela sensibilidade tátil, térmica, barestesia, 
estabelecendo a forma, contorno e estado dos objetos. 
d) Sensibilidade visceral: tipo doloroso, localizado em certos órgãos, como 
bexiga, testículos, seios e globo ocular. 
EXPLORAÇÃO DA SENSIBILIDADE 
Para Dossen e Fustinoni (1955), antes de ser realizada a exploração da 
sensibilidade subjetiva da objetiva. 
A sensibilidade subjetiva é manifesta espontaneamente e explorada por 
anamnese. 
A objetiva é a que se pode determinar por diferentes técnicas: 
- Exploração da sensibilidade profunda; 
a) Exploração da sensibilidade à pressão (barestesia): fazer pressão 
sobre pontos distintos do corpo com a polpa dos dedos. 
b) Exploração da sensibilidade vibratória (parestesia): uso do diapasão 
aplicado sobre a superfície óssea. 
c) Exploração da sensibilidade das atitudes segmentares (batiestesia): 
equivale à sensibilidade articular e muscular. E testada realizando movimentos 
passivos de uma articulação em diferentes direções, após estabiliza-se e o 
paciente deve descrever, com reprodução do movimento com a articulação 
oposta. 
d) Exploração da sensibilidade dolorosa profunda: sensibilidade dos 
músculos, tendões, com a compressão profunda. Consiste em comprimir com a 
mão as massas musculares, ou beliscar os tendões acessíveis. 
- Exploração da sensibilidade superficial e profunda (esterognosia): é 
explorada sem que o paciente olhe, colocando na palma da mão objetos dos 
quais ele deve reconhecer e mover entre os dedos, caracterizando quanto ao 
tamanho, forma, consistência e nome. 
Testes de sensibilidade nos diferentes segmentos do corpo: 
Segundo Hoppenfield (1987), deve-se identificar os dermátomos por níveis 
neurológicos, testados bilateralmente para comparação, determinando o 
número de dermátomos compreendidos. Testa-se espetando com alfinete cada 
dermátomo, perguntando a sensação do paciente. 
FISIOLOGIA DA AÇÃO MUSCULAR, ARTICULAR E SISTÊMICA 
O movimento nas várias partes do corpo é produzido pela contração dos 
músculos. 
A energia de uma contração toma-se mecanicamente eficiente por meio dos 
tendões, aponeuroses e fáscias, que prendem as extremidades dos músculos e 
controlam a direção da tração. 
Tanto os músculos estriados como os lisos, com exceção de poucos são de 
origem ectodérmica. Os músculos intrínsecos do tronco são derivados dos 
miótomos enquanto os músculos da cabeça e dos membros inferiores e 
membros superiores se diferenciam diretamente do mesoderma. 
Quando um músculo se contrai, ele age sobre partes móveis para executar 
certos movimentos. Estas ações dos músculos devem ser estriadas sob três 
pontos de vista: 
a) Ação isolada; 
b) Ações em grupo; 
c) Ações correlacionadas com a suplência nervosa. 
A ação isolada (individual) está relacionada intimamente com a anatomia do 
músculo, porque mecanicamente a ação é o resultado direto das inserções e 
suas extremidades. 
Porém, é quase impossível que uma pessoa faça voluntariamente um 
músculo contrair-se isoladamente. Em outras palavras, os movimentos, e não 
os músculos são representados no SNC. 
O processo da contração muscular inicia pela excitação dada através do 
nervo motor que estimula o músculo e o potencial de ação propagado 
despolariza a membrana da célula muscular. Ocorre então a propagação do 
potencial ao longo do sistema T. 
SENSIBILIDADE PROPRIOCEPTIVA 
Pode definir-se como sentido de movimento e de posição dos diferentes 
segmentos corporais. Está integrada pelos diferentes meios, pelos quais o 
indivíduo conhece a posição de seus segmentos corporais e suas relações 
recíprocas com a gravidade. 
 
➢ Sensibilidade profunda consciente: 
 
 
- Fascículo Cuneiforme - responsável pela condução dos estímulos do tronco 
superior e membros superiores. 
- Fascículo Grácil responsável pela condução dos estímulos do tronco 
inferior e membros inferiores. 
Dai vai ao córtex cerebral e chega até a área somestésica, que é o centro 
receptor da sensação proprioceptiva (sensação bulbo-pata). 
 
 
 
➢ Sensibilidade profunda inconsciente: 
 
 
 
 
Os estímulos seguem o mesmo trajeto descrito anteriormente até chegarem 
aos Fascículos Cuneiforme e Grácil, onde passam do Funículo Posterior para o 
Funículo Lateral, dirigindo-se então para o Córtex Cerebral, onde ocorre a 
regulagem de ação reflexa muscular, para a manutenção do equilíbrio e 
postura (sensação mielopata). 
 
PROPRIOCEPÇÃO NA REABILITAÇÃO 
Conceito: é um input sensorial (entrada de sensações) que se refere a 
percepção sensorial de posicionamento de um segmento corporal em relação 
ao espaço, incluindo direção, velocidade dos movimentos, tensão relativa sobre 
os músculos, tendões e ligamentos, cápsulas articulares e aponeuroses. 
Esta percepção é absorvida por receptores gerais tipo os exteroceptores 
(Ruffini, Valter-Paccini, Krause) e os proprioceptores (fusos neuromusculares, 
Órgãos Tendinosos de Golgi e receptores articulares e ligamentos). 
Tipos: Estática e Dinâmica 
Propriocepção pode ser consciente (córtex cerebral) e inconsciente (arco 
reflexo). 
Chamamos de propriocepção consciente toda aquela informação que chega 
ao córtex cerebral e que permite que saibamos como está o segmento no 
espaço e de propriocepção inconsciente aquela que é proveniente do arco 
reflexo, imperceptível e que tem seus trajetos corticais específicos, realizada 
pelo fuso muscular (ex: contração muscular). 
A propriocepção dinâmica é o sentido da velocidade do movimento sendo 
também chamada de cinestesia, já a estática significa percepção consciente da 
orientação das diversas partes do corpo em relação umas as outras. 
No que diz respeito às técnicas proprioceptivas cada qual estimula um 
receptor. É necessário que tais estímulos ativem os receptores para que após, 
o mesmo seja transmitido pelas vias aferentes aos centros superiores no córtex 
que faz o reconhecimento para gerar então equilíbrio, postura (ao darmos um 
estímulo buscamos uma resposta motora). 
Além disso, para que o estímulo proprioceptivo seja suficiente para estimular 
as vias aéreas superiores do córtex, é preciso estímulo verbal do fisioterapeuta 
junto ao estímulo mecânico, é preciso diversidade (neste instante entra a 
participação das aferências auditivas). 
Quando Usar: em qualquer lesão traumato-ortopédica, seja em pacientes 
idosos, jovens, sedentários, mas principalmente em atletas. 
Quando Começar: quando seu paciente já estiver sem dor, edema e com 
bom arco de movimento e boa força. 
Objetivos: trabalhar consciência corporal, dar noção de esquema corporal, 
evitar recidivas da lesão, fazer com que o paciente sinta como está seu 
segmento em relação ao espaço, trabalhar movimento lesivo (principalmente 
em atletas) e movimento inconsciente. É importante repetir os gestos de modo 
que o paciente automatize o movimento correto. 
TÉCNICAS PROPRIOCEPTIVAS 
É importante, no caso principalmente de atletas, trabalhar o movimento 
lesivo. Ele deve se acostumar ao movimento que cause a lesão. 
Trabalhar ao máximo os movimentos inconscientes, tirando dele a atenção 
visando efetividade do tratamento. 
As fases de tratamento são três e ocorre mudança de uma fase para a outra, 
quando o paciente já estiver dominando aquela fase anterior. São elas: 
1- Baixo Impacto: Feita sem carga e peso corporal sobre o segmento. 
Objetivo: dar velocidade ao movimento. 
1.1- Leito: trabalho com toques em várias regiões solicitando que o paciente 
faça movimentos na direção que você estimulou.O objetivo é dar velocidade 
aos movimentos aumentando gradativamente. 
1.2- Deslizamento: mesma coisa da fase anterior só que vedando os olhos 
do paciente. 
2- Médio Impacto: Coloca peso do corpo. Sempre usar bom senso, 
dependendo do paciente e do tipo de lesão. Há um leve apoio sobre segmento 
e articulação sofre uma leve pressão. Pode-se usar uma tábua com talco com 
uma meia para diminuir o atrito. Podes ser feito com bola ou skate. Solicitar ao 
paciente que ele faça movimentos para frente e para trás e depois de um lado 
para o outro. 
2.1- Distribuição de Peso (ortostática): inicialmente bipodal. 
2.2- Giroplanos: com um pino você faz a associação de movimentos e com 
dois pinos se faz a flexão e extensão. O objetivo é não deixar o paciente se 
equilibrar. 
Pede-se que o paciente coloque o peso do corpo em cada um dos membros, 
desequilibrar o paciente para frente e para trás. Depois apoio unipodal com 
semi-flexão de joelho. Pode aumentar a dificuldade, associar a flexão de tronco 
(tudo em solo duro e firme). Pode dar toques para que ele caia e tente se 
reequilibrar. 
Movimento Pivô: semi-flexão de joelho e rotação de tronco é um movimento 
lesivo. Só pode ser feito se a pessoa estiver bem preparada, com musculatura 
firme e trabalhada. 
2.3- Skate: com resistência, pode fazer movimentos de instabilidade bi ou 
unipodal, pode substituir o giroplano. O skate deve ser do maior. Trabalha 
desaceleração. 
A partir do momento que se colocou peso corporal, colocar calçado no 
paciente. 
Há um leve apoio sobre o segmento e a articulação sofre uma leve pressão. 
Pode-se usar uma tábua com talco com paciente de meia para diminuir o atrito. 
Pode ser feito com bola ou skate (que trabalha desaceleração). 
3- Alto Impacto: Pessoas com bom condicionamento físico. 
3.1- Solos: vários solos diferentes e várias formas de trabalho, ocorre 
impacto sobre a articulação (objetivo da técnica). Colocar o paciente para 
saltitar de um lado para o outro, para frente e para trás com um só pé ou com 
os dois. Sempre calçado, na areia pode ser descalço. 
3.2- Espuma/Cama Elástica: para isso é importante ter condicionamento 
físico, musculatura forte. A espuma promove uma estabilidade maior e você 
pode usar diferentes densidades para que ele pule de uma para outra, e a 
cama elástica dependendo do paciente podemos colocá-lo para pular corda na 
cama elástica. 
3.3- Escada/Estepe: trabalhar condicionamento físico da musculatura com 
amplitudes pequenas (movimentos pequenos), começar lento e depois 
aumenta a velocidade e amplitude dos movimentos. 
3.4- Circuito (Clínica/Praia): vários solos, obstáculos diferentes (com zigue-
zague por exemplo), cones, caixas de areia, pneus, traves para que ele pule, 
associando a solos diferentes. Esse tipo é feito somente com atletas. 
3.5- Corrida: para condicionamento do paciente. Pode ser livre, 
cronometrada ou para ver se o atleta sente algo. 
Observações finais: 
1- Sempre antes da propriocepção fazer escovação para dessensibilizar a 
área; 
2- Havendo qualquer estimulo nocivo (dor) parar o tratamento; 
3- Antes fazer cinesioterapia; 
4- A partir do momento que colocou peso corporal, paciente calçado; 
5- Pode-se após fazer a propriocepção, fazer crioterapia, para diminuição de 
edema e possível dor.

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