Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exercícios Proprioceptivos. São exercícios específicos que visam estabelecer o equilíbrio dinâmico das articulações. São executados mediante tomada de peso sobre a articulação e situações criadas a fim de promover a reeducação do equilíbrio. Promovem desequilíbrio músculo-articular, que proporcionam movimentos complexos e estabilizam a articulação. A importância e o objetivo destes exercícios consistem em após uma lesão provocar desequilíbrios, através de diferentes estímulos para que haja equilíbrio e conseqüente formação de novo engrama. Finalidade: - Diminuição do período de latência nervosa, ou seja, do tempo existente entre a introdução de um estímulo e uma resposta a ele. - Formação de engrama sensorial, importante para que se evite lesões repetitivas. - Aquisição de confiança por parte do paciente para voltar as suas atividades. - Importância emocional. Os exercícios proprioceptivos podem ser divididos em três fases: 1. Fase ativa-estática: desequilíbrio provocado pelo fisioterapeuta, onde o paciente fica aproximadamente 40 segundos tentando reagir para manter-se equilibrado. 2. Fase ativa-dinâmica: exercícios mais complexos, com adição de superfícies de apoio para execução de cada exercício. 3. Fase de proteção de prática desportiva: alterna-se o ritmo, as superfícies de execução e as posições de simulações dos gestos desportivos, tendo como principal objetivo à integralização dos movimentos globais e específicos do gesto desportivo. Podem ser utilizados ainda na propriocepção aparelhos como o "skate", "cama elástica", "balancinho", "giro-plano", podem ser feitos circuitos, enfim, o mais importante para o terapeuta e ter criatividade para inventar o máximo de situações diferentes de desequilíbrio do paciente para que haja posteriormente o equilíbrio. NEUROFISIOLOGIA: Sabe-se que praticamente todas as pessoas passaram, passam ou passarão um dia por algum tipo de lesão, refiro-me especialmente as lesões articulares e musculares, e boa parte dessas lesões são causadas por algum tipo de trauma que levam a pessoa ao desequilíbrio, instabilidade, e por conseqüência a lesão. Entretanto, muitas vezes uma pessoa se encontra em uma situação de total desequilíbrio e não se lesiona. Isso ocorre graças ao engrama sensorial, que é formado, de diferentes formas e individualmente, de acordo com as experiências já vivenciadas. Quanto mais e diferentes estímulos uma pessoa teve em sua vida, provavelmente terá menos lesões por falta de estabilidade, uma vez que o organismo reconhecerá aquele estimulo e desta forma rapidamente será capaz de se adaptar, gerando equilíbrio. Quando uma articulação é lesionada toda aquela memória antes formada é perdida, sendo necessário que haja formação de nova memória para evitar lesões repetitivas naquela articulação. Deve-se prevenir a formação de um engrama sensorial patológico, normalmente adquirido pela posição antálgica. Os grandes responsáveis por todo esse processo de percepção de movimento, posição articular etc. são os receptores. Os receptores são pequenos órgãos especializados em internalizar informações obtidas do meio externo ou mesmo de enviar informações ao SNC sobre as relações do corpo com ele mesmo ou com o meio externo. "As informações partidas dos receptores, chegada rápida e corretamente ao SNC, determinará uma resposta adequada, equilibrando músculos agonistas e antagonistas, ajustando a posição ou o movimento articular". Tais informações chegam ao SNC pela capacidade que os receptores de converter diferentes formas de energia em alterações do potencial de sua membrana. Esse fato é chamado de potencial gerador. As fibras nervosas aferentes, ou seja, que levam as informações ao SNC, transformam esse potencial gerador inicial em potenciais de ação, que serão transmitidos ao longo dessas fibras até o SNC. Para cada mínimo movimento haverá uma despolarização da membrana com uma voltagem específica. O equilíbrio também é dado por esses receptores que informam constantemente ao SNC a posição articular e a velocidade do movimento através das fibras eferentes, que trazem as respostas do SNC. TIPOS DE RECEPTORES: Receptores articulares musculares e tendinosos Detectam alterações de tensão e posição das estruturas na qual estão localizados: ângulo articular, velocidade de movimento articular, tração articular, contração muscular e força da contração muscular. Receptores articulares São encontrados nas cápsulas e ligamentos articulares. São estimulados a partir da deformação. A informação destes receptores articulares notifica continuamente o SNC sobre a angulação momentânea e a velocidade do movimento da articulação. Tipo 1 São encontrados no interior da cápsula articular. Fornecem informações acerca das mudanças na posição articular. É um mecanorreceptor estático e dinâmico, dependendo da posição, pressão intra-articular, e dos movimentos articulares (ativos e passivos). Sua adaptação é lenta, sendo ativado em todas as posições articulares, mesmo com a articulação em repouso. Podem ser ativados também por tato e pressão. Tipo II São encontrados na cápsula articular. Fornecem informações sobre a velocidade do movimento. E um mecanorreceptor dinâmico. Sua adaptação é rápida e inativa em repouso. E estimulado por estímulos mecânicos rápidos e repetitivos. Tipo III São encontrados nos ligamentos. Registram a verdadeira posição articular. E um mecanorreceptor dinâmico. Sua adaptação é lenta. E estimulado com movimentos externos ativos ou passivos. Tipo IV São encontrados nas cápsulas articulares. Fornecem informações dolorosas a nível dos tecidos articulares. Sua adaptação é lenta. E ativado pelas deformações mecânicas. - Receptores musculares Fusos neuromusculares São encontrados nos músculos esqueléticos. Sinalizam o comprimento do músculo e a velocidade do movimento. Detectam as modificações no comprimento das fibras musculares extrafusais pela contração e enviam essas informações para o SNC onde se geram reflexos para manter a postura do corpo e regulam as contrações dos músculos envolvidos nas atividades motoras. As fibras intrafusais do fuso neuromuscular são envoltas por terminações nervosas anuloespirais. Quando há alongamento ou estiramento dessas fibras, as terminações nervosas sofrem deformações e são ativadas. Dai essa informação de deformação passa pelas fibras nervosas aferentes que fazem sinapse com os grandes neurônios motores do corno anterior da medula, chegam a área somestésica e voltam através dos neurônios eferentes. O estímulo é transmitido as fibras extrafusais, através das placas motoras, que então se contraem. A esse fenômeno chamamos de reflexo miotátíco O encurtamento do músculo como um todo alivia o estiramento dos fusos musculares, removendo, portanto o estimulo dos receptores. - Receptores tendinosos Órgão tendinoso de Golgi (OTG) Situam-se dentro dos tendões, próximos do ponto de fixação das fibras musculares. Algumas fibras se conectam diretamente com o OTO, que é estimulado pela tensão produzida por esse feixe de fibras, ou seja, quando há estiramento do tendão (ou contração muscular). A chegada destes impulsos aferentes na medula excita os interneurônios inibitórios, que por sua vez inibem os motoneurônios do músculo em contração, limitando assim a força desenvolvida e que será maior que a tolerada pelos tecidos que estão sendo estirados. Neste ponto agem como "disjuntores" do músculo. Esse fato é chamado de reflexo miotático inverso Em casos de lesões os receptores podem estar alterados, causando desequilíbrios. Devido à posiçãoantálgica, adquirida como um mecanismo pessoal de proteção, há formação de engrama sensorial patológico. Deve-se prevenir este engrama patológico Essa articulação deve ser trabalhada o mais rápido possível para a formação de um novo engrama sadio. Isto pode ser feito através de exercícios proprioceptivos que através dos desequilíbrios estimulam os receptores a enviarem informações ao cérebro para que este envie respostas motoras na tentativa de equilibrar o corpo. Este ciclo equilíbrio/desequilíbrio atuará na formação da "memória do movimento". No SNC a informação é integrada com as que vêm dos órgãos sensoriais: retina e aparelho vestibular. Esses sentidos são usados para ajustar a localização, tipo, número e freqüência de ativação das unidades motoras, de tal modo que uma apropriada tensão muscular seja desenvolvida para efetuar os movimentos desejados. SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é responsável pelo controle das atividades, como a contração muscular e fenômenos viscerais. Recebe milhares de informações de diferentes órgãos sensoriais, integrando-se para determinar uma resposta a ser executada pelo organismo. Conforme a evolução da espécie e aumento das exigências funcionais, o sistema nervoso também toma-se mais eficiente com respostas mais complexas e perfeitas. Critérios Funcionais: O sistema nervoso, segundo os critérios funcionais, é dividido em: Sistema Nervoso Somático - apresenta componentes aferentes e eferentes e relaciona o organismo com o meio ambiente. O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos dos receptores periféricos, informando o que se passa no meio ambiente. O componente eferente leva o comando dos centros nervosos aos músculos estriados, determinando movimentos voluntários. Sistema Nervoso Visceral - controla e relaciona as estruturas viscerais. Suas vias aferentes conduzem impulsos dos receptores viscerais até o sistema nervoso. Sua porção eferente leva impulsos até as vísceras, glândulas, musculatura lisa ou cardíaca. Faz parte do componente eferente o sistema nervoso autônomo, subdividido em simpático e parassimpático. Sistema Sensitivo Para Denis (1989) a sensibilidade do corpo baseia-se primeiramente na ativação de determinadas terminações nervosas (receptores), distribuídos na pele, e em estruturas profundas, músculos, vasos e vísceras. Os receptores são órgãos sensoriais especializados , que transformam o estimulo mecânico, térmico, químico ou elétrico em mensagens aferentes. Conforme suas funções, podem ser classificadas em exteroceptivas, proprioceptivas e êntero ou interoceptivas. Os exteroceptores são destinados a informar ao corpo sobre o que se passa no meio ambiente, como dor superficial, frio, calor e tato. Os proprioceptores transmitem a sensibilidade cinética, postural, barestesia, dor profunda e vibratória. Fornecem informações sobre a posição e os movimentos da cabeça no espaço, estado de tensão de músculos e tendões, posição da articulação, força muscular e outros movimentos e posições do corpo. Êntero e interoceptores: os viscerorreceptores informam o que se passa dentro do organismo. Os receptores cutâneos dividem-se em receptores táteis ou mecanorreceptores (tato e pressão), termorreceptores (calor e frio) e nociorreceptores (dor). Vias Aferentes Para Machado, são considerados como cadeias neuronais que ligam os receptores ao córtex. No caso das vias inconscientes, as cadeias são constituídas por dois neurônios; já nas vias conscientes esses neurônios são geralmente três, com os seguintes princípios gerais: Neurônio I - localiza-se fora do SNC em um neurônio sensitivo pseudo- unipolar, que se bifurca, dando um prolongamento periférico que se liga ao receptor, e um central que se liga ao SNC. Neurônio II - localiza-se no corno posterior da medula. Origina axônios que cruzam medialmente a substância cinzenta para formar um tracto ou lemnisco. Neurônio III - localiza-se no tálamo e origina um axônio que chega ao córtex cerebral. As vias aferentes são: - Via da temperatura e da dor (feixe espinotalâmico lateral); - Via da pressão e tato protopático (feixe espinotalâmico anterior); - Via de propriocepção consciente e tato epicrítico (feixe espinocerebelar posterior). Sensibilidade Segundo Dassem e Fustinoni (1955), a sensibilidade constitui uma das grandes funções SN, por meio da qual o organismo adquire o conhecimento das modificações do meio que o cerca, sua própria atividade e dos fatores nocivos que passam a prejudicá-lo. Os estímulos de natureza variada impressionam os órgãos receptores distintos, ocorre um reconhecimento e discriminação. Portanto, o estímulo impressiona o órgão receptor determinando o fenômeno da sensação. São várias formas de sensibilidade consciente ou sentido, como: a) Sensibilidade da pele; b) Sensibilidade muscular e óssea; c) Sensibilidade do olho, ouvido, equilíbrio, olfato e gustação. As terminações nervosas podem ser sensitivas ou aferentes (receptores) e motoras ou eferentes. Com a estimulação das terminações nervosas temos impulsos nervosos que chegam ao SNC sendo interpretados resultando em diferentes formas de sensibilidade. As terminações nervosas motoras estão localizadas na porção terminal das fibras eferentes, ligando o órgão efetor a músculos e glândulas. Terminações nervosas sensitivas (receptor): Os receptores apresentam dois grandes grupos: a) Receptores especiais de que fazem parte os órgãos especiais dos sentidos: visão, audição, equilíbrio, gustação e olfação. Estão localizados na cabeça; b) Receptores gerais localizados em todo o corpo. São classificados em livres e encapsulados. As terminações nervosas livres são responsáveis pelos impulsos dolorosos. As principais terminações nervosas encapsuladas são: - Corpúsculos de Meissner: órgãos do tato, localizados nas pupilas dérmicas. - Corpúsculos de Vater-Paccini: localizado no tecido subcutâneo das mãos e pés, etc. Está relacionado com a percepção da pressão. - Corpúsculo de Ruffini: receptor do calor. - Corpúsculos de Krause: receptores do frio, localizados na derme, conjuntiva. - Fusos neuromusculares: localizados nos ventres musculares dos músculos estriados esqueléticos. - Órgãos neuro-tendinosos de Golgi: encontrados nas funções dos músculos estriados como seu tendão. São ativados quando ocorre estiramento do tendão. TIPOS DE SENSIBILIDADE a) Sensibilidade da pele ou superficial consciente. Compreende a sensibilidade tátil, térmica e dolorosa. As sensações são originadas pela ação do estímulo sobre a pele excitação de um receptor ou órgão sensorial. - Sensibilidade protopática: é a mais primitiva e difusa, responde a todos os estímulos cutâneos dolorosos, ao calor e frio. O indivíduo não localiza com exatidão o local do estímulo e não o discrimina. É o primeiro tipo de sensibilidade que aparece quando da regeneração de um nervo sensitivo- cutâneo seccionado. - Sensibilidade específica: a discriminação é mais fina, com localização precisa. Aparece mais tarde quando da regeneração do nervo. Compreende a sensibilidade tátil, térmica, alterações leves de temperatura com poder de localização e discriminação. b) Sensibilidade muscular e óssea ou profunda consciente. Engloba os diferentes tipos de sensibilidade, como: - Sensibilidade ou sentido de pressão ou barestesia; apreciação de peso ou pressão sobre partes do corpo. - Sensibilidade vibratória ou palestesia: sensibilidade dos 05505 ou periósteo a estímulos vibratórios. - Sensibilidade das atitudes segmentares ou batiestesia: consciência exata da posição das partes do corpo e relação de uma parte com a outra. b.1- Sensibilidade geral proprioceptiva articular: durante os movimentos das articulações as cápsulas articulares sofrem compreensão ou distensão. Na cápsula articular encontramos receptoresde Ruffini e de Golgi, fornecendo informações, como a posição da articulação, direção e velocidade dos movimentos articulares posturais e/ou cinestésicas. b.2- Sensibilidade geral proprioceptiva músculo-tendinosa: interfere na regulação do tônus, postura, equilíbrio estático e dinâmico e também na coordenação dos movimentos. c) Sentido esteriognóstico / estereognosia: possibilita ao indivíduo o reconhecimento de um objeto pela sensibilidade tátil, térmica, barestesia, estabelecendo a forma, contorno e estado dos objetos. d) Sensibilidade visceral: tipo doloroso, localizado em certos órgãos, como bexiga, testículos, seios e globo ocular. EXPLORAÇÃO DA SENSIBILIDADE Para Dossen e Fustinoni (1955), antes de ser realizada a exploração da sensibilidade subjetiva da objetiva. A sensibilidade subjetiva é manifesta espontaneamente e explorada por anamnese. A objetiva é a que se pode determinar por diferentes técnicas: - Exploração da sensibilidade profunda; a) Exploração da sensibilidade à pressão (barestesia): fazer pressão sobre pontos distintos do corpo com a polpa dos dedos. b) Exploração da sensibilidade vibratória (parestesia): uso do diapasão aplicado sobre a superfície óssea. c) Exploração da sensibilidade das atitudes segmentares (batiestesia): equivale à sensibilidade articular e muscular. E testada realizando movimentos passivos de uma articulação em diferentes direções, após estabiliza-se e o paciente deve descrever, com reprodução do movimento com a articulação oposta. d) Exploração da sensibilidade dolorosa profunda: sensibilidade dos músculos, tendões, com a compressão profunda. Consiste em comprimir com a mão as massas musculares, ou beliscar os tendões acessíveis. - Exploração da sensibilidade superficial e profunda (esterognosia): é explorada sem que o paciente olhe, colocando na palma da mão objetos dos quais ele deve reconhecer e mover entre os dedos, caracterizando quanto ao tamanho, forma, consistência e nome. Testes de sensibilidade nos diferentes segmentos do corpo: Segundo Hoppenfield (1987), deve-se identificar os dermátomos por níveis neurológicos, testados bilateralmente para comparação, determinando o número de dermátomos compreendidos. Testa-se espetando com alfinete cada dermátomo, perguntando a sensação do paciente. FISIOLOGIA DA AÇÃO MUSCULAR, ARTICULAR E SISTÊMICA O movimento nas várias partes do corpo é produzido pela contração dos músculos. A energia de uma contração toma-se mecanicamente eficiente por meio dos tendões, aponeuroses e fáscias, que prendem as extremidades dos músculos e controlam a direção da tração. Tanto os músculos estriados como os lisos, com exceção de poucos são de origem ectodérmica. Os músculos intrínsecos do tronco são derivados dos miótomos enquanto os músculos da cabeça e dos membros inferiores e membros superiores se diferenciam diretamente do mesoderma. Quando um músculo se contrai, ele age sobre partes móveis para executar certos movimentos. Estas ações dos músculos devem ser estriadas sob três pontos de vista: a) Ação isolada; b) Ações em grupo; c) Ações correlacionadas com a suplência nervosa. A ação isolada (individual) está relacionada intimamente com a anatomia do músculo, porque mecanicamente a ação é o resultado direto das inserções e suas extremidades. Porém, é quase impossível que uma pessoa faça voluntariamente um músculo contrair-se isoladamente. Em outras palavras, os movimentos, e não os músculos são representados no SNC. O processo da contração muscular inicia pela excitação dada através do nervo motor que estimula o músculo e o potencial de ação propagado despolariza a membrana da célula muscular. Ocorre então a propagação do potencial ao longo do sistema T. SENSIBILIDADE PROPRIOCEPTIVA Pode definir-se como sentido de movimento e de posição dos diferentes segmentos corporais. Está integrada pelos diferentes meios, pelos quais o indivíduo conhece a posição de seus segmentos corporais e suas relações recíprocas com a gravidade. ➢ Sensibilidade profunda consciente: - Fascículo Cuneiforme - responsável pela condução dos estímulos do tronco superior e membros superiores. - Fascículo Grácil responsável pela condução dos estímulos do tronco inferior e membros inferiores. Dai vai ao córtex cerebral e chega até a área somestésica, que é o centro receptor da sensação proprioceptiva (sensação bulbo-pata). ➢ Sensibilidade profunda inconsciente: Os estímulos seguem o mesmo trajeto descrito anteriormente até chegarem aos Fascículos Cuneiforme e Grácil, onde passam do Funículo Posterior para o Funículo Lateral, dirigindo-se então para o Córtex Cerebral, onde ocorre a regulagem de ação reflexa muscular, para a manutenção do equilíbrio e postura (sensação mielopata). PROPRIOCEPÇÃO NA REABILITAÇÃO Conceito: é um input sensorial (entrada de sensações) que se refere a percepção sensorial de posicionamento de um segmento corporal em relação ao espaço, incluindo direção, velocidade dos movimentos, tensão relativa sobre os músculos, tendões e ligamentos, cápsulas articulares e aponeuroses. Esta percepção é absorvida por receptores gerais tipo os exteroceptores (Ruffini, Valter-Paccini, Krause) e os proprioceptores (fusos neuromusculares, Órgãos Tendinosos de Golgi e receptores articulares e ligamentos). Tipos: Estática e Dinâmica Propriocepção pode ser consciente (córtex cerebral) e inconsciente (arco reflexo). Chamamos de propriocepção consciente toda aquela informação que chega ao córtex cerebral e que permite que saibamos como está o segmento no espaço e de propriocepção inconsciente aquela que é proveniente do arco reflexo, imperceptível e que tem seus trajetos corticais específicos, realizada pelo fuso muscular (ex: contração muscular). A propriocepção dinâmica é o sentido da velocidade do movimento sendo também chamada de cinestesia, já a estática significa percepção consciente da orientação das diversas partes do corpo em relação umas as outras. No que diz respeito às técnicas proprioceptivas cada qual estimula um receptor. É necessário que tais estímulos ativem os receptores para que após, o mesmo seja transmitido pelas vias aferentes aos centros superiores no córtex que faz o reconhecimento para gerar então equilíbrio, postura (ao darmos um estímulo buscamos uma resposta motora). Além disso, para que o estímulo proprioceptivo seja suficiente para estimular as vias aéreas superiores do córtex, é preciso estímulo verbal do fisioterapeuta junto ao estímulo mecânico, é preciso diversidade (neste instante entra a participação das aferências auditivas). Quando Usar: em qualquer lesão traumato-ortopédica, seja em pacientes idosos, jovens, sedentários, mas principalmente em atletas. Quando Começar: quando seu paciente já estiver sem dor, edema e com bom arco de movimento e boa força. Objetivos: trabalhar consciência corporal, dar noção de esquema corporal, evitar recidivas da lesão, fazer com que o paciente sinta como está seu segmento em relação ao espaço, trabalhar movimento lesivo (principalmente em atletas) e movimento inconsciente. É importante repetir os gestos de modo que o paciente automatize o movimento correto. TÉCNICAS PROPRIOCEPTIVAS É importante, no caso principalmente de atletas, trabalhar o movimento lesivo. Ele deve se acostumar ao movimento que cause a lesão. Trabalhar ao máximo os movimentos inconscientes, tirando dele a atenção visando efetividade do tratamento. As fases de tratamento são três e ocorre mudança de uma fase para a outra, quando o paciente já estiver dominando aquela fase anterior. São elas: 1- Baixo Impacto: Feita sem carga e peso corporal sobre o segmento. Objetivo: dar velocidade ao movimento. 1.1- Leito: trabalho com toques em várias regiões solicitando que o paciente faça movimentos na direção que você estimulou.O objetivo é dar velocidade aos movimentos aumentando gradativamente. 1.2- Deslizamento: mesma coisa da fase anterior só que vedando os olhos do paciente. 2- Médio Impacto: Coloca peso do corpo. Sempre usar bom senso, dependendo do paciente e do tipo de lesão. Há um leve apoio sobre segmento e articulação sofre uma leve pressão. Pode-se usar uma tábua com talco com uma meia para diminuir o atrito. Podes ser feito com bola ou skate. Solicitar ao paciente que ele faça movimentos para frente e para trás e depois de um lado para o outro. 2.1- Distribuição de Peso (ortostática): inicialmente bipodal. 2.2- Giroplanos: com um pino você faz a associação de movimentos e com dois pinos se faz a flexão e extensão. O objetivo é não deixar o paciente se equilibrar. Pede-se que o paciente coloque o peso do corpo em cada um dos membros, desequilibrar o paciente para frente e para trás. Depois apoio unipodal com semi-flexão de joelho. Pode aumentar a dificuldade, associar a flexão de tronco (tudo em solo duro e firme). Pode dar toques para que ele caia e tente se reequilibrar. Movimento Pivô: semi-flexão de joelho e rotação de tronco é um movimento lesivo. Só pode ser feito se a pessoa estiver bem preparada, com musculatura firme e trabalhada. 2.3- Skate: com resistência, pode fazer movimentos de instabilidade bi ou unipodal, pode substituir o giroplano. O skate deve ser do maior. Trabalha desaceleração. A partir do momento que se colocou peso corporal, colocar calçado no paciente. Há um leve apoio sobre o segmento e a articulação sofre uma leve pressão. Pode-se usar uma tábua com talco com paciente de meia para diminuir o atrito. Pode ser feito com bola ou skate (que trabalha desaceleração). 3- Alto Impacto: Pessoas com bom condicionamento físico. 3.1- Solos: vários solos diferentes e várias formas de trabalho, ocorre impacto sobre a articulação (objetivo da técnica). Colocar o paciente para saltitar de um lado para o outro, para frente e para trás com um só pé ou com os dois. Sempre calçado, na areia pode ser descalço. 3.2- Espuma/Cama Elástica: para isso é importante ter condicionamento físico, musculatura forte. A espuma promove uma estabilidade maior e você pode usar diferentes densidades para que ele pule de uma para outra, e a cama elástica dependendo do paciente podemos colocá-lo para pular corda na cama elástica. 3.3- Escada/Estepe: trabalhar condicionamento físico da musculatura com amplitudes pequenas (movimentos pequenos), começar lento e depois aumenta a velocidade e amplitude dos movimentos. 3.4- Circuito (Clínica/Praia): vários solos, obstáculos diferentes (com zigue- zague por exemplo), cones, caixas de areia, pneus, traves para que ele pule, associando a solos diferentes. Esse tipo é feito somente com atletas. 3.5- Corrida: para condicionamento do paciente. Pode ser livre, cronometrada ou para ver se o atleta sente algo. Observações finais: 1- Sempre antes da propriocepção fazer escovação para dessensibilizar a área; 2- Havendo qualquer estimulo nocivo (dor) parar o tratamento; 3- Antes fazer cinesioterapia; 4- A partir do momento que colocou peso corporal, paciente calçado; 5- Pode-se após fazer a propriocepção, fazer crioterapia, para diminuição de edema e possível dor.
Compartilhar