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Tumores Odontogênicos - EPITÉLIO ODONTOGÊNICO

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Tumores Odontogênicos do epitélio odontogênico 
 Podem ser sólidos ou podem possuir uma 
cavidade 
 Origem do epitélio odontogênico SEM a 
participação do ectomesênquima odontogênico. 
 O ameloblastoma é o mais comum deles. 
 Não é crescimento por diferença de pressão 
osmótica e sim alguma alteração genética que traz 
modificações. 
 Não cresce por conta do líquido, pode existir e sair 
na punção aspirativa, mas vem pouco. 
 Possuem tecidos odontogênicos em comum. 
 Fase de botão – podem vir do - ectomesênquima/ 
epitélio odontogênico ou mistas + genética. - 
TUMORES 
 Se forem mistos, possuem combo para formar um 
dente. 
 Ameloblastoma 
 Teoria do surgimento: 
1. Restos da lâmina dentária 
2. Órgão de esmalte em desenvolvimento 
3. Revestimento epitelial de um cisto 
odontogênico 
 Cisto deve-se remover, pois pode culminar para o 
surgimento do ameloblastoma 
4. Células basais da mucosa oral. 
5. 3° molar incluso e jovem – melhor remover e 
acompanhar, pois pode desenvolver 
ameloblastoma. 
6. Se for mais velho, a chance de acontecer, 
diminui bastante. 
 Não se dever criar nem cistos e nem dentes 
inclusos dentro do paciente, pois pode 
desenvolvê-lo. 
 Deriva do epitélio odontogênico SEM participação 
de ectomesenquima. 
 Tipo mais comum de tumor odontogênico de 
epitélio odontogênico. (O odontoma é o tipo de 
tumor odontogênico mais comum) 
 Prevalência relativa: soma de todos os outros 
tumores, exceto odontoma. 
 Crescimento benigno, lento, indolor, localmente 
invasivo – cresce devagar e sempre – pode ficar 
bastante GRANDE, podendo comprimir diversas 
estruturas importantes. 
 Ameloblastoma sólido/ convencional ou 
multicístico – 86% 
 Ameblosatoma unilocular ou uincístico – 13% 
 Periférico/ extraósseo – 1% a 4% 
1. Ameloblastoma CONVENCIONAL 
 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 (Proliferação de massa tumoral sem luz, não há 
cavidade cística, não vem líquido na punção 
aspirativa/ várias ilhas de parênquima 
(proliferação da lesão) no estroma (tecido 
conjuntivo) fibroso) 
 Ameloblastoma multicístico (quando pega um 
pedaço e faz lâmina, existem várias ilhas de células 
proliferando com micro cavidades císticas dentro 
dessas micro ilhas) – nome caiu, pois existem 
variações que não existem isso, passando a se 
chamarem de convencional. 
 Mais comum! 
 Ampla faixa etária – raro em crianças <10 anos, 
incomum 10-19 anos, predileção – acima de 20 
anos 
 Apresenta prevalência igual entre a terceira e 
sétima década de vida. 
 Sexo M > Sexo F ou M=F 
 Raça: pardos e negros (alguns estudos) 
 Prevalência em relação aos demais tipos: 85% 
 Cerca de 80% a 85% dos ameloblastomas 
convencionais acontecem na mandíbula, com mais 
frequência na região de corpo e ramo. 
 Cerca de 15% a 20% dos ameloblastomas ocorrem 
na maxila, geralmente na região posterior. 
 Assintomático e lesões menores são detectadas 
somente durante a radiografia. 
 A apresentação clínica usual - aumento de volume 
indolor ou/com expansão da cortical (dos ossos 
gnáticos) 
 Crescimento lento dentro do osso do paciente 
 Diagnóstico: acidental ou quando há abaulamento 
das corticais 
 Pode causar dor, não diretamente – ela pode 
crescer tanto e pode pressionar ou comprimir uma 
terminação nervosa e sentir dor secundariamente. 
 Assimetria facial 
 Dor ou parestesia secundariamente – incomuns 
 Região posterior da mandíbula – região mais 
comum. 
 Se não for tratada, a lesão cresce lentamente até 
atingir proporções grotescas. 
 
 
 
 
 
 
Maria Eduarda Noronha tavares 
 Características radiográficas 
 Lesão radiolúcida 
 Multilocular (bolhas de sabão) – quando as 
loculações radiolúcidas são grandes ou (favos de 
mel) – quando as loculações são pequenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pode apresentar unilocular – se for muito inicial – 
o que pode se assemelhar a qualquer lesão cística) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Margens por vezes festonadas irregularmente. 
 Pode haver expansão da cortical (vestibular e 
lingual) 
 Reabsorção radicular em lâmina de faca dos 
dentes adjacentes ao tumor. 
 Padrões comum – favos de mel (loculações são 
menores) ou bolhas de sabão 
 Localmente invasivo, mas pode romper cortical 
óssea pois cresce lentamente e cresce além do 
que deveria. 
 Apesar de as características multiloculares serem 
altamente sugestivas do ameloblastoma, uma 
variedade de lesões odontogênicas e não 
odontogênicas pode mostrar características 
radiográficas similares. 
 Ao fazer palpação – aspecto “craquelar” 
 Agressiva pois se espalha no tecido. 
 Unilocular/ multilocular (aspectos radiográficos) é 
diferente de unicístico/ multicístico (apesctos 
histopatológcios) 
 Pode ser unilocular e multicístico 
 OBS: ameloblastoma desmoplásico – predileção 
pela região anterior dos ossos gnáticos. 
 
 CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
 O convencional, mostra uma grande tendência a 
desenvolver alterações císticas. 
 Macroscopicamente, a maioria dos tumores 
apresenta combinações variadas de características 
císticas e sólidas. 
 Os cistos podem ser observados apenas ao exame 
microscópico, ou podem estar presentes como 
cistos múltiplos grande, que incluem a maior parte 
do tumor. 
 Pode se organizar de diferentes formas 
1. Padrão histológico folicular 
2. Plexiforme 
3. Acantomatoso 
4. Desmoplasico 
5. Celulas granulares 
6. Basais 
 Folicular e plexiformar (mais importantes e mais 
comuns) 
1. Padrão folicular 
 Causa do nome multicístico 
 Ninhos e ilhas de epitélio tumorais que lembram o 
órgão do esmalte – células semelhantes ao 
ameloblasto – célular colunares empaliçadas com 
polaridade invertida (núcleo mais distante da fonte 
de nutrição) – não ameloblasto em si, porque não 
realiza síntese de esmalte, estão sem a sua função 
em meio a um estroma maduro de tecido 
conjuntivo fibroso. 
 Uma única camada de células colunares altas com 
polaridade invertida (periferia), semelhantes a 
ameloblatos, rodeiam essa região central. 
 O núcleo dessas células está localizado está no 
polo oposto à membrana basal (polaridade 
reversa). 
 Em outras áreas, as células da periferia podem se 
mostrar cuboides, assemelhando-se a células 
basais. 
 Não possui epitélio bem delimitado envolvendo. 
 A formação dos cistos é comum e pode variar 
desde microcistos, que se formam dentro das ilhas 
de epitélio, até grandes cistos macroscópicos, que 
podem ter centímetros de diâmetro. 
 Os ninhos epiteliais consistem em uma região 
central de células angulares arranjadas 
frouxamente, lembrando o retículo estrelado de 
um órgão do esmalte. 
 Uma única camada de células colunares alta 
semelhantes a ameloblastos rodeiam a área 
central. 
 Células frouxamente dispostas, retículo estrelado 
(centro) 
Maria Eduarda Noronha tavares 
 Degeneração cística – possui buraquinhos que 
tendem a se desenvolver, sendo as cavidades 
císticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Múltiplas ilhas de epitélio odontogênico exibindo 
diferenciação colunar periférica com polarização 
invertida. As zonas centrais lembram o retículo 
estrelado do esmalte e exibem focos de 
degeneração cística. 
 Em outras áreas, as células da periferia podem se 
apresentar cuboides, assemelhando-se a células 
basais. 
 Podem existir regiões acantóticas que são células 
semelhantes aos queratinócitos 
 Ao realizar punção aspirativa, vem um pouco de 
líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Essa fotomicrografia de grande aumento destaca o 
aspecto de polarização invertida das células 
colunares periféricas. 
2. Padrão plexiforme 
 Longos cordões anastomosados (cordões que vão 
se enlinhando uns nos outros) ou lençóis maiores 
de epitélio odontogênico. 
 Células formam cordões que vão se aproximando e 
afastando que dão impressões que existem 
buraquinhos no meio. Entre um cordão e outro, há espaço ou formação 
de estruturas semelhantes ao retículo estrelado – 
células semelhantes aos ameloblastos 
 Raras formações císticas e se existirem estão 
dentro do estroma 
 Estroma arranjado frouxamente e tende a ser 
vascular. 
 
 
 
3. Acantomatoso 
 Metaplasia escamosa (células mudam de formato) 
 Frequente formação de ceratina na região central 
do padrão folicular das ilhas epiteliais de um 
ameloblastoma folicular. 
 Pode confundir com CEC 
 Não existe reticulo estrelado e sim células 
semelhantes ao queratinocitos. 
 Sem inflamação do tecido conjuntivo 
 Essas alterações não indicam um curso mais 
agressivo para lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Padrao desmoplásico 
 Pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico 
em um estroma densamente colagenizado. 
 Clinicamente predileção pela região anterior de 
maxila 
 Células periféricas colunares semelhantes a 
ameloblastos nas ilhas epiteliais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tratamento 
1. Enucleação + osteotomia - lesão pequena 
2. Localmente invasivos – necessita de margem 
(mandibulectomia, hemimandibulectomia ou 
recceção em bloco), pois o ameloblastoma 
convencional tende a se infiltrar entre as 
trabéculas do osso esponjoso na periferia da 
lesão, se estendendo além de sua aparente 
margem radiográfica e clínica. 
3. Recidiva: até 15% 
4. Dente bem incluso que vai ser afastando. 
 
 
 
Maria Eduarda Noronha tavares 
2. Ameloblastoma unicístico 
 Prevalência 10-46% de todos os ameloblastomas 
intraóseeos 
 Mais tranquilo 
 Parece um cisto, mas é um tumor 
 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 Pacientes jovens – 2ª década de vida – média de 
idade: 23 anos. 
 Crescimento lento e assintomático – grandes 
lesões podem causar um aumento de volume 
indolor 
 Mais de 90% são encontrados na mandíbula 
(região posterior) 
 CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS 
 Diagnóstico diferencial – cisto dentígero 
 Lesão radiolúcida,circunscrita unilocular que 
envolve a coroa de um terceiro molar inferior não 
erupcionado, lembrando, clinicamente, um cisto 
dentígero. 
 Bem delimitada 
 
 
 
 
 
 
 
 Em alguns casos a área radiolúcida pode 
apresentar margens festonadas, mas ainda assim é 
um ameloblastoma unicístico. 
 Expansão ou perfuração da cortical 
 Deslocamento/ reabsorção dental 
 O aspecto cirúrgico pode também sugerir que a 
lesão em questão seja um cisto, e o diagnóstico de 
ameloblastoma somente será feito através de um 
estudo microscópico do espécime. 
 CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
 Padrões histológicos – luminal, intraluminal e 
mural 
 Proliferação do epitélio e dependendo de como 
cresce + relação com a luz/ cavidade, há diferença 
de nome 
1. PADRÃO LUMINAL 
 Células ao redor da luz 
 O tumor está confinado à superfície luminal do 
cisto. 
 A lesão consiste em uma parede cística fibrosa 
com um revestimento composto total ou 
parcialmente por epitélio ameloblástico. 
 Tal epitélio exibe uma camada basal de células de 
células colunares ou cúbicas com núcleo 
hipercromático, que apresenta polaridade reversa 
e vscuolização citoplasmática basilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As células epiteliais sobrejacentes estão 
frouxamente coesas e lembrar o retículo 
estrelado. 
2. INTRALUMINAL 
 Intraluminal (proliferaram para dentro da luz) e 
podem ter padrão plexiforme/ folicular 
 Se projetam do revestimento cístico em direção ao 
lúmen do cisto. 
 Esses nódulos podem ser relativamente pequenos 
ou preencher o lúmen cístico, grande parte. 
 Existe uma única cavidade cística com células 
crescendo 
 Sai um pouco de líquido 
 Nem sempre preenche os rigorosos critérios 
histopatológicos para diagnostico de 
ameloblastoma, isto pode ser secundário à 
inflamação que quase sempre acompanha esse 
padrão. 
 O ameloblastoma típico pode ser encontrado em 
outra região com menor inflamação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ameloblastoma unicístico tipo intraluminal 
plexiforme. 
3. MURAL 
 Células invadem os muros que protegem, 
crescendo para fora da cápsula – mais agressivo – 
não considera invasão de tecido. 
 A parede fibrosa do cisto está infiltrada por 
ameloblastoma típico folicular ou plexiforme. 
 A extensão e a profundidade da infiltração pelo 
ameloblastoma pode variar. 
 No ameloblastoma unicístico, múltiplos cortes em 
diferentes níveis do espécime são necessários para 
Maria Eduarda Noronha tavares 
descartar a possibilidade de invasão mural pelas 
células tumorais. 
 
 
 
 
 
 
 TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
 Os achados clínicos e radiográfico na maioria dos 
casos de ameloblastoma unicístico sugerem a 
presença de um cisto odontogênico. 
 Esses tumores usualmente são tratados, como 
cistos, por meio da enucleação. 
 O diagnóstico é feito somente após análise 
microscópica do suposto cisto. 
 Se os elementos ameloblásticos estiverem 
confinados ao lúmen do cisto, com ou sem 
extensão tumoral intraluminal, então a enucleação 
do cisto provavelmente foi o tratamento 
adequado. 
 O paciente deve ser mantido sob 
acompanhamento. 
 Se o espécime exibir extensão do tumor em 
direção à parede fibrosa do cisto, não importa em 
que distancia, então há maior controvérsia a 
respeito ao tratamento do paciente. 
 Alguns cirurgiões acreditam que a ressecção local 
da área está indicada como medida profilática; 
 Outros preferem mante o paciente sob rígido 
controle radiográfico e adiar o tratamento 
adicional até que haja recidiva. 
 Taxa de recidiva – 10 a 20% após enucleação e 
curetagem dos amelob. Unicísticos. 
 Menor recidiva do que a recidiva de 50 a 90% do 
convencional. 
 Um estudo determinou que 30% das lesões 
recidivavam após a enucleação, e um estudo 
recente de um único centro mostrou uma idêntica 
taxa de recidiva de 60% após enucleação em 
ambos ameloblastomas. 
3; AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO 
(EXTRAÓSSEO) 
 É uma lesão incomum, sendo responsável por 
cerca de 1% a 4% de todos os ameloblastomas. É 
provável que o tumor surja de restos epiteliais da 
lâmina dentária sob a mucosa oral, ou das células 
basais do epitélio de superfície. 
 Histopatologicamente, apresentam as mesmas 
características que a sua variante intraóssea. 
 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 É geralmente indolor, não ulcerada, séssil ou 
pediculada. 
 Acomete mucosa gengival ou alveolar. 
 Pode ser considerada clinicamente como um 
fibroma ou um granuloma piogênico. 
 A maioria mede menos que 1,5cm, mas já foram 
descritas lesões maiores. 
 Observa-se a maioria deles em pessoas de meia-
idade, com idade média de 52 anos. 
 
 
 
 
 
 
 São mais encontrados na mucosa alveolar e 
gengival posterior e na mandíbula. 
 O osso alveolar superficial pode se tornar 
levemente erodido, mas não há envolvimento 
ósseo. 
 CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 
 Apresentam ilhas de epitélio ameloblástico que 
ocupam a lâmina própria sob o epitélio superficial. 
 
 
 
 
 
 
 
 O epitélio em proliferação pode exibir qualquer 
uma das características descritas para o 
ameloblastoma intraósseo. 
 Padrões plexiforme ou folicular são mais comuns. 
 Nota-se conexão do tumor com epitélio em 50% 
dos casos – pode representar a origem do tumor a 
partir da camada basal, mas pode ter se 
desenvolvido no tecido conjuntivo gengival e se 
misturado com epitélio de superfície. 
 Foram descritos carcinomas de células basais da 
mucosa oral, mas a maioria deles seria mais bem 
designada como ameloblastomas periféricos. 
 TRATAMENTO E PROGNOSTICO 
 Comportamento clínico inofensivo. 
 Pacientes respondem bem à excisão cirúrgica. 
 Recidiva 15 a 20% - nova excisão – cura. 
Maria Eduarda Noronha tavares

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