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Ética e Administração Pública

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Prévia do material em texto

2012
Ética e administração 
Pública
Prof.a Isabella Maria Nunes Ferreirinha
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Isabella Maria Nunes Ferreirinha
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 350
F383e Ferreirinha, Isabella Maria Nunes
 Ética e administração pública / Isabella Maria Nunes Ferreirinha.
 Indaial : Uniasselvi, 2012. 
 198 p. : il 
 
 
 ISBN 978-85-7830- 552-9
 1. Administração pública.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
 
III
aPresentação
A vida vem nos apresentando situações em que as condutas morais 
vêm se transformando constantemente. Mas em meio às transformações das 
condutas morais, dos costumes, que a sociedade vem sofrendo, os valores 
vão se transformando em outros e em outros mais.
A ética e a moral são os condutores para a sustentabilidade de uma 
sociedade mais humana, mais justa, mais igualitária. É o bem comum que 
subsidia as condições para as condutas morais, para a manutenção de valores 
que coadunam com o interesse coletivo.
Não basta fazer, é preciso saber fazer! Esse é o princípio da UNIASSELVI, 
em que o processo de aprendizagem torna-se uma constante, num eterno 
movimento de aprender a aprender. A ética nos proporciona isso, um eterno 
exercício de reflexão frente ao comportamento humano e suas ações.
Saber fazer requer, portanto, que as reflexões sejam fomentadas, 
para que as nossas ações estejam pautadas num alicerce coeso de princípios, 
conhecimento e criticidade. Criticidade voltada para anunciar, porque anunciar 
denota movimento, um novo olhar, uma nova ação, um novo saber fazer.
Então, querido(a) acadêmico(a), espero que você aproveite esse Caderno 
de Estudos, e que se torne um disseminador de condutas éticas e morais, para 
que os setores de nossa sociedade se enriqueçam de profissionais capazes, 
eficientes, conscientes, proativos e transformadores na geração do bem comum.
Bons estudos!
Prof.a Isabella Maria Nunes Ferreirinha
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À ÉTICA ............................................................................................ 1
TÓPICO 1 - ÉTICA .................................................................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 CONCEITO DE ÉTICA ........................................................................................................................ 4
3 O CAMPO DA ÉTICA ......................................................................................................................... 7
4 POLÍTICA E ÉTICA ............................................................................................................................. 8
5 CÓDIGO DE ÉTICA ............................................................................................................................ 9
6 O VALOR DA ÉTICA ........................................................................................................................... 14
7 ÉTICA E FILOSOFIA ........................................................................................................................... 16
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 - PRINCIPAIS DOUTRINAS ÉTICAS ............................................................................ 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 21
2 IDADE ANTIGA ................................................................................................................................... 21
3 IDADE MÉDIA ..................................................................................................................................... 24
4 IDADE MODERNA ............................................................................................................................. 25
5 IDADE CONTEMPORÂNEA ............................................................................................................. 27
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 30
TÓPICO 3 - MORAL ............................................................................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 CONCEITO DE MORAL ..................................................................................................................... 31
3 O CAMPO DA MORAL ...................................................................................................................... 34
3.1 A PRÁTICA MORAL ...................................................................................................................... 35
3.2 A MORAL E O COMPORTAMENTO HUMANO ..................................................................... 36
3.3 A PRÁTICA MORAL EM NOSSA SOCIEDADE ........................................................................ 38
4 MORAL, AMORAL E IMORAL ........................................................................................................41
5 PROBLEMAS MORAIS E PROBLEMAS ÉTICOS ........................................................................ 41
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 45
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 46
TÓPICO 4 - RELAÇÕES HUMANAS .................................................................................................. 49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 RELAÇÕES SOCIAIS .......................................................................................................................... 49
2.1 URBANIDADE E CIVILIDADE .................................................................................................... 53
2.2 SOLIDARIEDADE ........................................................................................................................... 54
3 RESPONSABILIDADE SOCIAL ....................................................................................................... 56
3.1 GESTÃO PÚBLICA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL ........................................................ 59
4 DIREITOS .............................................................................................................................................. 59
5 CIDADANIA ......................................................................................................................................... 61
5.1 CONCEITO DE CIDADANIA ....................................................................................................... 61
sumário
VIII
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 66
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 70
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71
UNIDADE 2 - ÉTICA PROFISSIONAL .............................................................................................. 73
TÓPICO 1 - PROFISSÃO E SUAS CONDUTAS ............................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 FUNÇÃO SOCIAL DA PROFISSÃO ................................................................................................ 75
2.1 VALOR SOCIAL DA PROFISSÃO ................................................................................................ 75
2.2 RESPONSABILIDADE DA PROFISSÃO ..................................................................................... 77
3 TOMADA DE DECISÃO E ÉTICA ................................................................................................... 78
3.1 RACIONALIDADE ÉTICA ............................................................................................................ 80
3.2 ÉTICA DA CONVICÇÃO E ÉTICA DA RESPONSABILIDADE ............................................. 84
4 DEVERES PROFISSIONAIS .............................................................................................................. 86
4.1 OS DILEMAS ÉTICOS..................................................................................................................... 86
4.2 ASPECTOS DA CONSCIÊNCIA ÉTICA E DA LEI .................................................................... 86
4.3 DISCRICIONARIEDADE E ÉTICA .............................................................................................. 88
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 90
TÓPICO 2 - O ATO ADMINISTRATIVO .......................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 A LEI Nº 8.112/90 ................................................................................................................................... 93
3 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO..................................................................................... 99
3.1 COMPETÊNCIA DO ATO ADMINISTRATIVO .......................................................................100
3.2 FINALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................101
3.3 FORMA DO ATO ADMINISTRATIVO ......................................................................................101
3.4 MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO ....................................................................................102
3.5 OBJETO DO ATO ADMINISTRATIVO ......................................................................................102
4 DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO ............................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 2 .....................................................................................................................104
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106
TÓPICO 3 - AS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS ...............................................................................107
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................107
2 OS DIFERENTES TIPOS DE ORGANIZAÇÕES.........................................................................107
3 ÉTICA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO ............................................................................108
3.1 GESTÃO E LIDERANÇA .............................................................................................................108
4 DIFERENTES TIPOS DE INTERESSES .........................................................................................110
4.1 O BEM COMUM ............................................................................................................................110
4.2 O INTERESSE INDIVIDUAL .......................................................................................................111
4.3 O INTERESSE COLETIVO ...........................................................................................................111
4.4 O INTERESSE PÚBLICO ..............................................................................................................112
4.5 O INTERESSE PROFISSIONAL ...................................................................................................112
5 TENSÕES ÉTICAS NA ORGANIZAÇÃO ....................................................................................113
5.1 VALORES NAS ORGANIZAÇÕES.............................................................................................113
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................115
RESUMO DO TÓPICO 3 .....................................................................................................................119
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
IX
UNIDADE 3 - GESTÃO PÚBLICA E ÉTICA ...................................................................................121
TÓPICO 1 - PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA ....................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ........................................................................................124
3 OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREVISTOS NA 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ............................................................................................124
3.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ...................................................................................................125
3.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE .........................................................................................126
3.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE .................................................................................................126
3.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE ..................................................................................................127
3.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA ......................................................................................................127
4 OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .....................................................128
RESUMO DO TÓPICO 1 .....................................................................................................................130
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................131
TÓPICO 2 - ÉTICA E QUALIDADE EM GESTÃO PÚBLICA .....................................................135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................135
2 CONCEITO DE QUALIDADE .........................................................................................................135
3 PROGRAMAS DE QUALIDADE E PARTICIPAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO 
 PÚBLICA – CADERNO MARE ........................................................................................................137
3.1 A QUALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...............................................................138
3.2 QUALIDADE E PARTICIPAÇÃO ...............................................................................................140
4 COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA ..................................................................................................142
4.1 MISSÃO ...........................................................................................................................................144
4.2 GESTÃO DE ÉTICA - ENTIDADE - COMPETÊNCIAS/ATRIBUIÇÕES ..............................144
RESUMO DO TÓPICO 2 .....................................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................149
TÓPICO 3 - O PERFIL MODERNO DO SERVIDOR PÚBLICO .................................................151
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................151
2 DEVER DO SERVIDOR PÚBLICO .................................................................................................151
3 QUALIDADES DO SERVIDOR PÚBLICO ...................................................................................153
3.1 INICIATIVA ....................................................................................................................................153
3.2 HONESTIDADE .............................................................................................................................154
3.3 RESPONSABILIDADE ..................................................................................................................155
3.4 SIGILO .............................................................................................................................................156
3.5 COMPETÊNCIA ............................................................................................................................157
4 FRAGILIDADES DO SERVIDOR PÚBLICO ...............................................................................158
4.1 OPORTUNISMO ............................................................................................................................158
4.2 ORGULHO......................................................................................................................................159
5 ASSÉDIO MORAL .............................................................................................................................159
5.1 OBJETIVOS E ESTRATÉGIA DO AGRESSOR NO ASSÉDIO MORAL .................................163
5.2 EXEMPLOS DE ASSÉDIO MORAL ............................................................................................163
5.3 PROCEDIMENTOS AO ASSÉDIO MORAL ..............................................................................164
6 ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES .......................................165
7 MODELOS DE HOMEM ..................................................................................................................166
7.1 HOMEM OPERACIONAL ...........................................................................................................167
7.2 HOMEM REATIVO .......................................................................................................................167
7.3 HOMEM PARENTÉTICO .............................................................................................................168
7.4 HIERARQUIA DE NECESSIDADES ..........................................................................................168
X
8 ÉTICA E JUSTIÇA ..............................................................................................................................170
9 ÉTICA E A MELHORIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ...............................................................172
10 CÓDIGO DE ÉTICA DA ADMINISTRAÇÃO ...........................................................................175
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................178
RESUMO DO TÓPICO 3 .....................................................................................................................188
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................189
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................193
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• compreender o conceito de ética e o conceito de moral;
• identificar a aplicabilidade dos conceitos de ética e moral na administração 
pública;
• verificar as transformações das condutas morais ao longo dos anos;
• identificar as relações humanas e suas interações;
• perceber o papel do Estado diante das relações humanas.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos e, no final de cada um deles, 
você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – ÉTICA
TÓPICO 2 – PRINCIPAIS DOUTRINAS ÉTICAS
TÓPICO 3 – MORAL
TÓPICO 4 – RELAÇÕES HUMANAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ÉTICA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico iniciaremos nosso aprendizado compreendendo os conceitos 
de ética e moral e a sua verdadeira contribuição na prática da administração 
pública. Você verá o quanto o campo da ética e da moral é vasto e a sua importância 
para as ações administrativas.
Para iniciarmos a disciplina de Ética e Administração Pública, é importante 
destacarmos os liminares da disciplina. Quando se fala em ética, existe umatendência natural de associarmos ao campo da filosofia, e é claro que não poderia 
ser diferente, pois o alicerce e o desenvolvimento da ética têm seus primórdios 
nos campos filosóficos.
Ao longo da história da humanidade, várias têm sido as áreas que 
fomentam reflexões acerca da ética, até porque a humanidade necessita de 
acordos para que a sua interação e convivência se tornem sustentáveis.
Quando falamos em administração pública, a ética torna-se parte implícita 
aos atos administrativos. Mesmo que não tenhamos um aprofundamento 
filosófico, ainda assim, as diretrizes éticas são as premissas que permeiam o 
campo da administração pública.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
4
FIGURA 1 – ÉTICA
FONTE: Disponível em: <http://www.coladaweb.com/filosofia/moral-e-etica-dois-conceitos-de-
uma-mesma-realidade>. Acesso em: 20 jan. 2012.
2 CONCEITO DE ÉTICA
Ao falarmos em ética, a princípio, pode nos parecer um assunto meramente 
conceitual, em que as práticas encontram-se distanciadas do nosso dia a dia, mas, 
na verdade, ao estudarmos a ética poderemos observar que a mesma se encontra 
em todo momento implícita nas ações humanas.
É nas ações cotidianas, sejam no nosso trabalho, na nossa família, no 
nosso lazer, enfim, em todo e qualquer lugar em que haja interações humanas, 
que podemos observar atitudes éticas ou não.
Uma boa percepção de ética vem de Solomon (2006, p. 12), segundo o 
qual “estudar ética não é escolher entre o bem e o mal, mas é se sentir confortável 
diante da complexidade moral”. E ainda acrescentaria: diante da complexidade 
moral e humana. Nesse sentido, estudar, refletir e entender ética, a sua mais-
valia, se faz ao pensarmos no contexto da nossa sociedade, nas atitudes humanas.
TÓPICO 1 | ÉTICA
5
Como se já não bastasse entender o que é ética, ainda temos que saber 
a diferença entre ética e moral, porque a interface entre uma e outra está 
permanentemente articulada. Você sabe a diferença entre ética e moral?
Diversas questões éticas e morais são facilmente confundidas, como coloca 
Valls (1994, p. 7): “A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas 
que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”.
Vejamos então algumas definições sobre ética dentre as referências 
bibliográficas pesquisadas para nos auxiliar na formação do conceito de ética:
Tradicionalmente, ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, 
científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes 
ou sobre as ações humanas. Mas também chamamos de ética a própria 
vida, quando conforme aos costumes, e pode ser a própria realização 
de um tipo de comportamento. (VALLS, 1994, p. 7).
“A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em 
sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano.” 
(VÁZQUEZ, 2003, p. 23).
Ética é a ciência da conduta humana, segundo o bem e o mal, com 
vistas à felicidade. É a ciência que estuda a vida do ser humano, sob o 
ponto de vista da qualidade da sua conduta. Disto precisamente trata 
a Ética, da boa e da má conduta e da correlação entre boa conduta e 
felicidade, na interioridade do ser humano. A Ética não é uma ciência 
teórica ou especulativa, mas uma ciência prática, no sentido de que 
se preocupa com a ação, com o ato humano. (ALONSO, LÓPEZ e 
CASTRUCCI, 2010, p. 3).
A Ética é um saber científico que se enquadra no campo das Ciências 
Sociais. É uma disciplina teórica, um sistema conceitual, um corpo de 
conhecimentos que se torna inteligível aos fatos morais. Mas o que 
são fatos morais? São os fatos sociais que dizem respeito ao bem e ao 
mal, juízos sobre as condutas dos agentes, convenções históricas sobre 
o que é certo e errado, justo e injusto, o que é certo ou errado? Toda 
coletividade formula e adota os padrões morais que mais lhe convém. 
(SROUR, 2003, p. 7 e 8).
Ética é derivada do grego ethos, que significa costume, hábitos e valores 
de determinada coletividade. A palavra moral deriva do latim mos – ou mores no 
plural – que também significa costume ou as normas adquiridas como hábito. 
Segundo o Dicionário (1989, p. 323), ética é:“1) Estudo dos juízos de apreciação 
que se referem à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal; 2) Conjunto 
de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano”.
Portanto, do ponto de vista etimológico, ética e moral significam a mesma 
coisa, contudo há o limiar tênue entre uma e outra. E isso você poderá observar à 
medida que vamos nos aprofundando no assunto.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
6
 “A ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana 
ou forma de comportamento dos homens, ou da moral, considerado, porém, na sua 
totalidade, diversidade e variedade”. (VÁZQUEZ, 2003, p. 21). A moral é o estudo 
dos costumes de uma determinada sociedade numa determinada época e lugar.
IMPORTANT
E
Como destaca Srour (2003, p. 7), “A ética é perene, a moral pertence ao tempo”.
O que Srour (2003) quer observar é que a ética será sempre o estudo dos 
valores morais, e esses se relativizam conforme a história da humanidade, haja visto 
alguns exemplos que hoje consideramos chocantes, mas que em algum momento 
da história e em algum lugar eram (e muitos ainda são) práticas morais aceitáveis:
a) infanticídio: no Império Romano e na China contemporânea como exigência 
oficial do filho único;
b) poligamia: difundida entre os povos antigos e ainda praticada em alguns países 
mulçumanos;
c) excisão feminina ou circuncisão feminina: ainda é uma prática de países da 
África e Ásia.
Vários outros exemplos de práticas da coletividade mundial poderiam se 
perfilar aqui. E chegaríamos à conclusão de que as condutas morais, independente 
de serem aceitáveis ou não do nosso ponto de vista, são práticas de uma sociedade.
NOTA
Infanticídio significa assassínio de recém-nascido ou de criança; o ato de matar o 
próprio filho, sob a influência do estado puerperal, durante o parto ou logo depois. O infanticídio 
feminino é prática que ainda acontece na China, em função da política do único filho.
FONTE: Ferreira (2001, p. 417)
TÓPICO 1 | ÉTICA
7
NOTA
Excisão feminina ou circuncisão feminina é a mutilação genital feminina, prática 
realizada em meninas adolescentes para que não tenham prazer no ato sexual.
3 O CAMPO DA ÉTICA
Embora a ética seja um assunto basicamente filosófico, seu campo de atuação 
e reflexão pode ser estendido por todas as áreas. A ética também se divide em 
vários campos do saber: teologia, filosofia, psicologia, direito, economia e outros.
A ética como disciplina teórica busca explicar e indicar o melhor 
comportamento do ponto de vista moral, mas como toda teoria que não se distancia 
da prática, porque é a prática do comportamento humano que a sustenta e tem 
como função fundamental “explicar, esclarecer ou investigar uma determinada 
realidade, elaborando os conceitos correspondentes”. (VÁZQUEZ, 2003. p. 20).
Os problemas teóricos da ética podem ser divididos em dois campos:
1) os problemas gerais e fundamentais - liberdade, consciência, bem, valor, lei 
e outros;
2) os problemas específicos - aplicação concreta, ou seja, ética profissional, ética 
política, entre outros.
FONTE: Adaptado de: Valls (1994, p. 8)
Srour (2011) aborda sobre as acepções e confusões que a ética provoca. 
Ele considera que existam três tipos de acepções que podem causar confusões, 
porque ampliam demais as concepções da ética: 
1- A ética é descritiva – que corresponde a juízo de valor, ou seja, quem tem boa 
conduta pode ser considerado como uma pessoa ética, ou seja, uma pessoa 
virtuosa e íntegra. Enquanto quem não condiz com as expectativas sociais pode 
ser considerado ‘sem ética’. Nesse sentido, Srour (2011) considera que a ética 
assume uma ideia simplista reduzida a um valor social, ou apenas um adjetivo.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
8
2- A ética é prescritiva – a ética como “sistema de normas morais ou a um código 
de deveres” (SOUR, 2011, p. 19), ou seja, os padrõesmorais que deveriam 
conduzir categorias sociais ou organizações passam a se chamar de código 
de ética; nesse sentido de prescrição a ética e moral tornam-se sinônimo 
indistinguível.
3- A ética é reflexiva – que corresponde à teoria de um estudo sistemático 
como objeto de investigação que, ao transitar por diferentes áreas, pode ser 
considerada como:
• Ética filosófica – que reflete sobre a melhor maneira de viver (ideais morais).
• Ética científica – que estuda, observa, descreve e explica os fatos morais (a 
moralidade como fenômeno).
A Ética filosófica quer refletir sobre a maneira de viver.
A Ética científica quer observar e descrever a maneira de viver.
ATENCAO
Visto tudo isso, você pode estar pensando: então estudar ética é muito 
complicado? Claro que não, a ética dá a oportunidade para refletir a maneira de 
viver e entender os costumes do nosso tempo.
A ética pode ajudar na prática da administração pública. A administração 
pública, imbuída de servir aos seus cidadãos e de produzir práticas morais 
exemplares, deve fazer uso do corpo teórico e do conhecimento da ética dentro 
dos padrões morais ou normas convencionadas.
4 POLÍTICA E ÉTICA
De acordo com Aristóteles (1989, p. 30), “a política é um desdobramento 
natural da ética”. A ética preocupa-se com a felicidade do homem, que é a 
doutrina moral individual. Enquanto que a política preocupa-se com a felicidade 
da cidade, que é a doutrina moral social.
TÓPICO 1 | ÉTICA
9
ÉTICA – preocupa-se com a felicidade individual do homem, e a doutrina moral 
individual.
POLÍTICA – preocupa-se com a felicidade coletiva da cidade (polis), e doutrina moral social.
ATENCAO
Portanto, é a soma dessa felicidade individual e coletiva que nos interessa e 
que podemos chamar de bem comum, assim como aponta Aristóteles (1989, p. 12):
Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda 
comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações 
de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um 
bem; se todas as comunidades visam a algum bem, é evidente que a 
mais importante de todas elas, e que inclui todas as outras, tem mais 
que todas este objetivo e visa ao mais importante de todos os bens; ela 
se chama cidade e é a comunidade política.
Hoje, quando se fala em política, logo vem à mente a ideia do Estado, 
dos políticos, das questões eleitorais, partidos políticos etc. De acordo com o 
Dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 2001, p. 579), verificam-se cinco 
explicações para a palavra política:
1 Conjunto de fenômenos e das práticas relativos ao Estado ou a uma 
sociedade.
2 Arte e ciência de bem governar, de cuidar dos negócios públicos.
3 Qualquer modalidade de exercício de política.
4 Habilidade no trato das relações humanas.
5 Modo acertado de conduzir uma negociação, estratégia.
Então, do ponto de vista dos sinônimos apresentados, a política abrange 
uma gama enorme de competências, mas se preferirmos o modo simplório de 
Aristóteles, que é cuidar de todos, cuidar do bem comum, parece resumir a 
verdadeira preocupação das reflexões éticas.
5 CÓDIGO DE ÉTICA
Código de ética é um instrumento muito utilizado nas organizações, a fim 
de estabelecer os limites de atuação de seus funcionários, seja numa organização 
pública ou privada. É esse instrumento, a ética prescritiva caracterizada por Srour 
(2011), que pode contribuir na confusão entre ética e moral. Segundo a maioria dos 
autores, o termo correto para o código que estabelece a conduta dos profissionais 
deveria se chamar Código de Moral e não Código de Ética, como é costume usar.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
10
IMPORTANT
E
Códigos de ética deveriam se chamar códigos morais.
A maioria das empresas privadas, conselhos federais, entre outras 
organizações, faz uso de um código de ética, como instrumento que visa colocar 
para toda a organização e também seu público quais são os princípios, valores e 
missão da empresa ou organização. Os códigos de ética, na verdade, deveriam 
buscar a inspiração em Rousseau (2006), que escreveu sobre o contrato social, 
que estabelece um acordo para que os indivíduos possam criar uma sociedade e 
viver em harmonia, mas no sentido da associação e não da submissão; ou ainda 
melhor, de acordo com Camargo (apud SÁ, 2009, p. 34):
Quando a consciência profissional se estrutura em um trígono, formado 
pelos amores à profissão, à classe e à sociedade, nada existe a temer 
quanto ao sucesso da conduta humana; o dever passa então a ser uma 
simples decorrência das convicções plantadas nas áreas recônditas do 
ser, ali depositadas pelas formações educacionais básicas.
Deontologia vem do grego deon, que significa dever, obrigação; logia vem 
de logos, que significa ciência, então seria a ciência do dever ou obrigação. 
Consiste no conjunto de regras e princípios que regem a conduta de um 
profissional, uma ciência que estuda os deveres de uma determinada profissão. 
FONTE: Disponível em: <http://www.garraconcursos.com.br/videoblog/wp-content/uploads/201
1/04/%C3%89tica.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2012.
Conforme explica Ávila (1967, p. 145), deontologia “é a ciência que 
estabelece normas diretoras da atividade profissional sob o signo da retidão moral 
ou da honestidade; busca o bem a fazer e o mal a evitar no exercício da profissão”.
TÓPICO 1 | ÉTICA
11
NOTA
Deontologia é um termo criado por Jeremy Bentham (1748-1832) para designar 
uma ciência do “conveniente”, ou seja, uma moral fundada na tendência a perseguir o prazer 
e fugir da dor que, portanto, não lance mão de apelo à consciência, ao dever, etc. “A tarefa 
do deontólogo”, segundo Bentham, é ensinar ao homem como dirigir suas emoções de tal 
modo que as subordine, na medida do possível, a seu próprio bem-estar. 
FONTE: Abbagnano (2007, p. 280)
Embora a deontologia esteja estabelecida em vários dos códigos de ética 
profissionais, é uma diretriz que não só diz respeito ao comportamento técnico 
profissional, mas, principalmente, à conduta pessoal. Nesse sentido, o diagrama 
representa o cumprimento de regras deontológicas, no que diz respeito à 
administração pública, quanto às duas esferas humanas: pessoal e profissional.
FIGURA 2 – VISÃO PRÁTICA DA DEONTOLOGIA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
E A SOCIEDADE
O SER HUMANO
ESFERA PESSOAL
O SER HUMANO
ESFERA
PROFISSIONAL
CÓDIGO DE ÉTICA
PROFISSIONAL
FONTE: Adaptado de: Guariglia; Vidiella (2011, p. 97)
O Governo Federal, em junho de 1994, aprovou seu Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, denominado 
Decreto no 1.171 (BRASIL, 1994). Em seu capítulo I, Seção I, a lei estabelece as regras 
deontológicas, distribuídas em 13 itens, que vamos analisar resumidamente:
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
12
ESTUDOS FU
TUROS
O Decreto no 1.171, de 1994, será abordado também na Unidade 2, Tópico 2.
O texto da lei que segue está resumido. Para compreender a lei é importante 
estudá-la em seu texto original. Para tanto, acesse o site: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/d1171.htm>. Nele, você encontra o Decreto na íntegra.
ATENCAO
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios 
morais são os norteadores dos servidores públicos.
II - O servidor não terá que decidir entre o legal e o ilegal, o justo ou injusto, 
mas entre o honesto e o desonesto, como elemento ético de sua conduta.
III - A moralidade da administração pública é ter o fim no bem comum.
IV - A remuneração do servidor público é paga pelos tributos pagos direta 
ou indiretamente por todos, e até por ele próprio, por isso que se exige 
a contrapartida.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade 
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se 
integra na vida particular de cada servidor público.
VII - A publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de 
eficácia e moralidade, salvo em casos de segurança nacional, investigaçãopolicial ou de interesse superior do Estado e da administração pública.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço 
público caracterizam esforço pela disciplina, não tratar bem a uma pessoa 
que paga seus tributos direta ou indiretamente e causar-lhe dano moral. 
Da mesma forma, deve-se preservar o patrimônio público.
TÓPICO 1 | ÉTICA
13
X - É ato de grave dano moral deixar qualquer pessoa à espera de solução na 
prestação de serviços por parte do serviço público.
XI - O servidor deve prestar atenção às ordens superiores e estar atento ao seu 
cumprimento, a fim de não configurar negligência.
XII - A ausência do servidor do local de trabalho é fator de desmoralização do 
serviço público e isso implica desordem nas relações humanas.
XIII - O trabalho em harmonia do servidor público com suas funções e com 
a estrutura organizacional, em respeito aos seus colegas e concidadãos, 
contribui para o crescimento e engrandecimento da nação.
FONTE: Adaptado de: Brasil (1994)
Na Seção III, o Decreto no 1.171/94 dá as providências quanto às Vedações 
ao Servidor Público, em 15 itens, aqui apresentados em síntese:
a) obter favorecimento no uso do cargo e função para si ou outrem;
b) prejudicar a reputação de outrem;
c) ser solidário a qualquer infração ao Código de Ética de sua profissão;
d) dificultar o direito de qualquer pessoa;
e) deixar de utilizar avanços técnicos e científicos;
f) permitir que interesses de ordem pessoal (simpatia, antipatias, paixões, etc.) 
interfiram no trato com público e/ou colegas;
g) receber qualquer ajuda financeira, doação ou vantagem no cumprimento de 
sua missão; 
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para 
providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite de atendimento em 
serviços públicos;
j) desviar qualquer servidor para atendimento de interesse particular;
k) retirar qualquer documento da repartição pública sem estar legalmente 
autorizado;
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
14
l) fazer uso de informações privilegiadas;
m)apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
n) dar afluência a qualquer instituição que atente contra a moral, honestidade 
ou a dignidade da pessoa humana;
o) exercer atividade profissional sem ética ou ligar seu nome a empreendimentos 
de cunho duvidoso.
FONTE: Adaptado de: Brasil (1994)
E o Capítulo II, último do Decreto no 1.171/94, vem dispor dos 
procedimentos para se compor as comissões de ética nas “entidades da 
administração pública federal direta, indireta, autárquica e fundacional, ou 
em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder 
público”. (BRASIL, 1994).
Para quem pretende ingressar na carreira pública através de processo seletivo, o 
Decreto no 1.171/94 é tema de prova na maioria dos concursos públicos federais.
ATENCAO
6 O VALOR DA ÉTICA
Qual seria mesmo o valor da ética para a administração pública? A ética é 
o discernimento de que embora existam práticas que poderiam ser consideradas 
‘morais’, por se tratarem de recorrentes na sociedade, ainda assim são práticas 
que não se suportam do ponto de vista ético. A corrupção, por exemplo, tem sido 
ato recorrente no cenário político nacional e nem por isso tornou-se moralmente 
e eticamente aceitável.
Então podemos dizer que tudo que é legal é moral? Ou se é moral é legal? 
Falamos anteriormente sobre as práticas que com o passar do tempo tornavam-se 
costumes e hábitos. Mas não quer dizer que práticas como a corrupção passarão a 
ser aceitas, pela sua recorrência ou porque a sociedade já se acostumou.
Práticas que prejudicam a maioria, que não preservam o bem comum, que não 
beneficiam a sociedade, que não preservam a felicidade apontam ao valor da ética, 
porque é através da ética que é possível fundamentar a moralidade e a legalidade.
TÓPICO 1 | ÉTICA
15
Então é por isso que a ética tem enorme valor para a administração 
pública, porque seu papel é fazer reflexões acerca do comportamento humano e 
a preservação do bem comum e da felicidade da ‘cidade’.
Nem tudo que é legal é moral e nem tudo que é moral é legal.
ATENCAO
As questões de legalidade, ilegalidade, moralidade e imoralidade, 
apresentadas por Srour (2003), são muito importantes para que se possa observar 
na prática o que há de legal e moral nas ações do nosso cotidiano.
Nem tudo que é legal é moral e nem tudo que é moral é legal. Vejamos 
algumas situações apresentadas por Srour (2003, p. 59), de acordo com o 
quadro que segue:
QUADRO 1 – LEGALIDADE E MORALIDADE
Quanto à legalidade? Quanto à moral? Exemplo:
LEGAL MORAL Treinamento de funcionários patrocinado por uma empresa.
LEGAL IMORAL
Falta de correção da tabela do Imposto de Renda 
por longos anos, sob a alegação de que fazê-lo seria 
introduzir o instituto de correção monetária.
ILEGAL MORAL Desrespeito aos sinais vermelhos de madrugada nas grandes cidades pelo receio de assaltos.
ILEGAL IMORAL As fraudes em licitações públicas.
FONTE: Adaptado de: Srour (2003, p. 59)
Estudar ética, falar de ética, refletir sobre a ética é, portanto, entender toda 
a dimensão da sociedade, da humanidade. A ética, por si só, não vai elaborar um 
manual de condutas, nem tampouco elencar um rol de atitudes certas e erradas.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
16
7 ÉTICA E FILOSOFIA
A ética tornou-se um campo vasto nas diversas áreas científicas. Na área 
médica, por exemplo, existe uma grande preocupação quanto ao que é ético ou 
não nas pesquisas de campo, por se tratarem de pesquisas que lidam com o ser 
humano. Existe um código de moral, na verdade chamado de código de ética, que 
limita e/ou exige que a integridade do ser humano seja respeitada.
Apesar de hoje a ética ser uma disciplina adotada em quase a totalidade de 
áreas existentes, seja nas ciências exatas, humanas, biomédicas, sociais, entre outras, 
ainda assim, para que se possa entender a complexidade de seu dinamismo e, por 
que não, a simplicidade de sua reflexão, não se pode fugir da sua origem filosófica.
A filosofia é o arcabouço para os desdobramentos da ética, por isso 
que existem algumas correntes que argumentam contra o caráter científico e 
independente da ética. A respeito disso, Vázquez (2003, p. 25) observa:
Mas, já como assinalamos, isso se aplica a um tipo determinado de 
ética – a normativa –, que se atribui a função fundamental de fazer 
recomendações e formular uma série de normas e prescrições morais; 
mas esta objeção não atinge a teoria ética, que pretende explicar a 
natureza, fundamentos e condições da moral, relacionando-a com as 
necessidades sociais do homem.
Nesse sentido, a apropriação da ética, seja no sentido filosófico ou científico, 
busca na fonte filosófica a doutrina para melhor entender a ética, seja em qual 
área for. No intuito de perpassar pela raiz filosófica, veremos sinteticamente a 
trajetória filosófica da ética, no próximo tópico.
17
Nesse tópico você pôde observar:
● Os principais conceitos de ética.
● Os campos em que a ética se aplica.
● Os códigos de moral, comumente chamados de código de ética, e sua 
aplicabilidade na vida profissional.
● O que são regras deontológicas.
● O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo 
Federal.
● Legalidade e moralidade.
● A importância da ética e a filosofia.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Baseado na leitura sobre ética e nos conceitos apresentados, como você, com 
suas palavras, conceituaria ética?
2 Apresente a definição de Código de Ética. Qual o contexto de sua realização? 
Qual o seu objetivo?
3 Qual a função do código de ética da administração pública – Decreto no 1.171/94?
4 Apresente o modo (onde e como) como o Código de Ética estabelece cada 
um dos valores norteadores da administração pública com princípios 
fundamentais da administração. 
Caro(a) acadêmico(a)! Vários concursos públicos em que se exigem 
conhecimentos de ética e administração pública, ou Direito Administrativo,têm como conteúdo o Decreto no 1.171/94. Teste o seu conhecimento com 
algumas das questões:
5 (Fundação Carlos Chagas (FCC) – Empresa Brasileira de Infraestrutura 
Aeroportuária – INFRAERO – 2011 – Analista Superior III – Desenvolvimento 
e Manutenção).
João, servidor público civil do Poder Executivo Federal, retirou da repartição 
pública, sem estar legalmente autorizado, documento pertencente ao patrimônio 
público. Já Maria, também servidora pública civil do Poder Executivo Federal, 
deixou de utilizar avanços técnicos e científicos do seu conhecimento para 
atendimento do seu mister. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar que:
a) ( ) Nenhuma das condutas narradas constitui vedação prevista no Código de 
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
b) ( ) Apenas João cometeu conduta vedada pelo Código de Ética Profissional 
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
c) ( ) Apenas Maria cometeu conduta vedada pelo Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
d) ( ) Ambos praticaram condutas vedadas pelo Código de Ética Profissional 
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
e) ( ) João e Maria não estão sujeitos a Código de Ética; portanto, suas 
condutas, ainda que eventualmente irregulares, deverão ser apreciadas 
na seara própria.
FONTE: Disponível em: <http://www.questoesdeconcursos.com.br/imprimir?og=1&ss=460&
di=2&md=>. Acesso em: 26 mar. 2012.
AUTOATIVIDADE
19
6 (Fundação Carlos Chagas (FCC) – Tribunal Regional Eleitoral - TRE/TO – 
2011 – Analista Judiciário). 
Em face do Código de Ética do Servidor Público Federal, considere as seguintes 
afirmações:
I - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, 
se integra na vida de cada servidor público. Entretanto, os fatos e atos 
verificados na conduta do dia a dia em sua vida privada não poderão 
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
II - A ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho não é fator de 
desmoralização do serviço público.
III - Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra 
qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o 
Poder Estatal, é dever fundamental do servidor público.
IV - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua 
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo 
e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, 
mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
V - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse 
superior do Estado e da administração pública, a serem preservados em 
processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade 
de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, 
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, 
imputável a quem a negar.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) ( ) I, II e IV. 
b) ( ) I e III.
c) ( ) II, III e V.
d) ( ) II e IV.
e) ( ) III, IV e V.
FONTE: Disponível em: <http://www.concursocec.com.br/_files/cursos/arquivos/provas/49c
0f31e67ef548ecab93fec9eaf5404.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2012.
7 (MTE – 2003) 
 No âmbito das regras deontológicas do Código de Ética do Servidor Público 
Civil do Poder Executivo Federal, assinale a afirmativa falsa.
a) Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de 
desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem 
nas relações humanas.
b) O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus 
superiores, velando atentamente por seu cumprimento e, assim, evitando a 
conduta negligente.
20
c) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público 
caracterizam o esforço pela disciplina.
d) O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, 
é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
e) A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, não se 
integra na vida particular de cada servidor público.
FONTE: Disponível em: <http://www.garraconcursos.com.br/videoblog/wp-content/uploads/
2011/04/%C3%89tica.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2012.
8 (Centro de Seleção e Promoção de Eventos (CESPE) - 2011 – Fundação 
Universidade de Brasília (FUB) - Analista de Tecnologia da Informação).
 Em cada um dos itens a seguir é apresentada uma situação hipotética 
seguida de uma assertiva a ser julgada com relação à conduta dos agentes 
em conformidade com o que dispõe o Código de Ética do Servidor Público.
a) Um servidor público vem sendo pressionado por seu chefe a, deliberadamente, 
procrastinar a entrega de um relatório a fim de favorecer os interesses de 
terceiro. Nessa situação, o servidor agiria de acordo com o que prevê o referido 
código de ética se resistisse às pressões e denunciasse o chefe.
( ) certo ( ) errado
b) João, servidor público, é muito religioso e não consegue admitir que Paulo, 
seu colega de setor, seja ateu. Sempre que Paulo está presente, João perde a 
paciência ao realizar seus afazeres, permitindo que sua antipatia pelo colega 
interfira no trato com o público. Nesse caso, João deve ser advertido em razão 
de sua conduta, vedada aos servidores públicos.
( ) certo ( ) errado
c) Marcos exerce cargo de chefia em determinado órgão público. Ao 
recepcionar os servidores recém-empossados, exorta-os a cumprir fielmente 
seus compromissos éticos com o serviço público, afirmando que a atividade 
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento 
da nação. Nessa situação, Marcos descumpre o código de ética, de acordo 
com o qual o servidor deve evitar comentários exagerados e ufanistas.
( ) certo ( ) errado
FONTE: Disponível em: <http://www.questoesdeconcursos.com.br/imprimir?og=2&ss=1310&
di=25&md=>. Acesso em: 26 mar. 2012.
21
TÓPICO 2
PRINCIPAIS DOUTRINAS ÉTICAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O conceito de ética foi apresentado no tópico anterior, bem como foi feita 
uma introdução sobre ética e filosofia. Dada a grande contribuição e importância 
da corrente filosófica ao mundo da ética e da moral, esse tópico pretende 
apresentar as principais doutrinas éticas de acordo com o seu tempo.
2 IDADE ANTIGA
A Idade Antiga é representada pelos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles, 
e é nessa época que a ética adquire extremo valor. Esses filósofos se preocupavam 
com o ser no mundo físico, voltados aos problemas sociais e morais. Embora não 
haja propriamente coesão no pensamento e doutrina dos três, ainda assim suas 
ideias tornam-se próximas no sentido da reflexão acerca do homem e da cidade. 
O estudo da Ética pode-se dizer que teve início com os filósofos Sócrates, 
Platão e Aristóteles. O livro Ética a Nicômaco é uma obra de referência, em que a 
ética vai determinar que a finalidade suprema é a felicidade (eudaimonia).
NOTA
Eudaimonia – quer dizer felicidade para a filosofia. “Em geral, estado de satisfação 
de alguém com sua situação no mundo”. 
FONTE: Abbagnano (2007, p. 455-505)
Nessa época, a questão da ética era o bem supremo da vida humana e, de 
acordo com Passos (2004, p. 32), “não devia consistir em ter a sorte ou ser rico, por 
exemplo, e sim em proceder e ter uma alma boa”.
Para Socrátes, a questão ética era o que bastava o homem saber, ter bondade 
para ser bom. O conhecimento, para Sócrates, era uma virtude, porque pensava 
que com o conhecimento o homem conseguia ser bom e ter a felicidade. Por esse 
motivo é que há um entrelaçamento entre bondade, conhecimento e felicidade.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
22
Para Platão, o conceito de cidade (polis) perfeita estava baseado em valores 
éticos e morais. Platão aborda que os conceitos da mente humana não são reais, 
mas sim imagens reflexas. Diferente de Socrátes, Platão considerava que a moral é a 
arte de preparar o indivíduo para a felicidade que não se encontrana vida terrena.
Em Aristóteles a felicidade, finalidade suprema da ética, só pode 
ser alcançada se o homem fosse capaz de moderar suas paixões. Aristóteles 
preocupou-se com a forma como as pessoas viviam na sociedade e contribuiu 
muito para o entendimento da ética e a busca da felicidade individual e coletiva. 
De acordo com Passos (2004, p. 34), Aristóteles propunha:
Sua ética era finalista, no sentido de visar um fim, no caso, que o ser 
humano pudesse alcançar a felicidade. Entendia a moral como um 
conjunto de qualidades que definia a forma de viver e de conviver das 
pessoas, uma espécie de segunda natureza que guiaria o homem para 
a felicidade, considerada a aspiração da vida humana.
Sócrates foi considerado um marco da filosofia, de modo que todos os 
filósofos que antecederam a época dos filósofos citados são conhecidos por pré-
socráticos. Os pré-socráticos também eram conhecidos como naturalistas, ou 
filósofos da natureza. Esses filósofos preocupavam-se mais em entender as coisas, 
em dar explicação para a natureza e para o mundo.
NOTA
Sócrates (469-399 a. C.) – é responsável pelo método da indagação, o que se 
restringe ao homem, sem interesse na natureza. “Identificação entre ciência e virtude, no 
sentido de que só é possível ensinar e aprender a virtude, e não é possível praticar o bem sem 
conhecê-lo”. (ABBAGNANO, 2007, p. 1085).
Platão (427 – 347 a. C.) – responsável pela doutrina das ideias, sabedoria e dialética. 
(ABBAGNANO, 2007, p. 892).
Aristóteles (394 – 322 a. C.) – responsável pelo conceito da metafísica, da lógica, inspirou 
várias outras tendências do mundo medieval e moderno. 
FONTE: Abbagnano (2007, p. 90)
A ideia da polis (cidade) para a administração pública é muito importante, 
porque é referência na organização social da sociedade em prol do bem comum. 
É que os homens se reuniam e decidiam o melhor para todos, assim como aborda 
Passos (2004, p.32):
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS DOUTRINAS ÉTICAS
23
O surgimento da polis fez com que o centro da cidade passasse a ser a 
praça pública, o ágora. Nela aconteciam as discussões e era permitida 
a participação de todos os cidadãos, quais sejam: os homens adultos, 
excetuando-se os escravos e os estrangeiros. Nessa nova forma de 
organização social e política, a democracia, o logos, ou seja, a razão, a 
palavra e o discurso tornaram-se mais importantes do que a condição 
social e econômica do indivíduo. Isso porque entendia-se que os 
assuntos públicos dependiam do poder de argumentação.
Passos (2004), em seu livro “Ética nas organizações”, discorre e elucida 
resumidamente sobre as principais doutrinas éticas, apresentando como 
principais filósofos:
● Sócrates (469-399 a. C.):
dedicou-se à busca da verdade, que deveria ser uma forma de juízo 
universal, capaz de dirigir a vida das pessoas, no plano pessoal e 
político”. Para Sócrates, “as questões morais não são puramente 
convenções influenciadas pelas circunstâncias, mas problemas que 
devem ser resolvidos à luz da razão. (PASSOS, 2004, p. 32 e 33).
● Platão (427-347 a. C.): sua teoria ética relaciona-se com a política e a razão 
(prudência), sua maior contribuição foi vislumbrar a cidade perfeita guiada 
pelos princípios morais.
● Aristóteles (384-322 a. C): “O bem moral consistia em agir de forma equilibrada 
e sob a orientação da razão. O ‘meio-termo’, o ponto justo, levaria à felicidade, 
a uma vida ‘boa e bela’, não como privilégio individual e sim coletivo”. 
(PASSOS, 2004, p. 35).
● Epicuro (341-270 a. C): teve sua filosofia dividida em três partes: canônica, física 
e ética; “uma vida feliz é impossível sem a sabedoria, a honestidade e a justiça, 
e estas, por sua vez, são inseparáveis de uma vida feliz”. (CARBISIER apud 
PASSOS, 2004, p. 35).
● Zenão (324-263 a. C.): doutrina do estoicismo, que é uma ética, uma forma de 
viver em que a natureza consistia na orientação central, que significava viver 
conforme a virtude.
Vistos os principais nomes da filosofia da Idade Antiga, é interessante o 
seu estudo e sua contribuição à ética, na medida em que o pensamento filosófico, 
também como os costumes, se embebe de novas fontes, contudo sem perder o fio 
condutor em relação à sua reflexão quanto aos aspectos morais e às virtudes.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
24
3 IDADE MÉDIA
A Idade Média, conhecida pelo Renascimento, que foi considerado um 
movimento literário, artístico e filosófico que teve duração entre o fim do século 
XIV ao fim do século XVI. Suas características principais foram o humanismo, a 
renovação religiosa, a renovação das concepções políticas e o naturalismo (novo 
interesse pela investigação da natureza).
Nessa época, a situação política e social era mais complexa, por esse 
motivo não se podia pretender a mesma harmonia da polis. De acordo com Passos 
(2004, p. 37), “também por questões ideológicas houve o predomínio da teoria 
sobre a prática”, e o cristianismo tornou-se a religião oficial, o que influenciou as 
condutas morais.
As concepções filosóficas destacadas por Passos (2004), ou seja, os 
principais filósofos, foram:
● Santo Agostinho (354-430): ‘compreender para crer, crer para compreender’. 
Para Agostinho, o dom divino era o único capaz de resgatar o homem de seus 
pecados. Nesse sentido, a ética estava ligada aos valores da moral cristã.
● Tomás de Aquino (1225-1274): a ética consiste em agir de acordo com a ordem 
natural, o homem tem livre-arbítrio e, orientado pela consciência, tem uma 
capacidade de captar, pela intuição, a ordem moral – ‘faz o bem e evita o mal’.
DICAS
Na Idade Média, a ética tem sua base na moral cristã.
De acordo com Passos (2004, p. 39), a Idade Média inaugura uma novidade 
na questão da moral:
ao deslocar o eixo fim último da vida humana, de um valor bom em 
si mesmo para um bem que está em Deus. Se, para as concepções 
anteriores, a felicidade era atingida no próprio ser, agora ele se 
encontra no plano transcendental, e atingi-la requer apreender o fim 
último que se encontra em Deus.
A ética na Idade Média, portanto, foi considerada a fase da era cristã, em que 
os desígnios morais do cristianismo tornavam-se os ditames do comportamento 
moral. Na Idade Média, portanto, o conceito de felicidade não pode ser atingido 
nem pela razão, nem pela filosofia, mas pela fé cristã.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS DOUTRINAS ÉTICAS
25
4 IDADE MODERNA
Como estudamos, a ética, na Idade Antiga, era explicada pela perspectiva 
da natureza ou pela perspectiva cristã, em que tudo vinha da natureza ou de Deus. 
Na Idade Moderna essa perspectiva muda e traz o homem como responsável 
pelas suas ações.
A Idade Moderna, que ocorreu entre os séculos XVI e XIX, difere das 
anteriores, porque passa a existir uma complexidade ainda maior referente aos 
aspectos econômico, político, social e espiritual, principalmente em virtude do 
capitalismo, desenvolvimento científico e estados centralizados.
Na Idade Moderna, a ética passa a ter uma perspectiva diferente, rompe 
com essa ideia suprema de felicidade e traz para a ação humana a responsabilidade 
de suas ações, e não como explicação divina e abstrata, assim como aprofunda 
Passos (2004, p. 40):
A ética que surge e vigora nesse período é de tendência antropocêntrica, 
em que o ser humano é o seu fim e fundamento, apesar de ainda 
consistir na ideia de um ser universal e possuidor de uma natureza 
instável. Assim mesmo, ele aparece como o centro de tudo: da ciência, 
da politica, da arte e da moral.
Na verdade, o período da Idade Moderna é rico em teorias sobre a ética, 
mas segundo Passos (2004), destaca-se Kant.
DICAS
O homem é o responsável por suas ações.
Immanuel Kant foi um dos primeiros pensadores responsáveis por esse 
rompimento. De acordo com Guariglia e Vidiella (2011, p. 97), “Kant estabelece 
de maneira categórica a concepção do dever como o centro neurológico da 
moralidade e imprimindo assim a ética, ou seja, a ética torna-se o fim do ser 
humano, que é a felicidade (ideal de perfeição)”.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
26NOTA
Immanuel Kant (1724-1804) – nasceu e morreu na Alemanha. Foi o grande 
responsável pela escola do criticismo e dentre a filosofia moderna e contemporânea.
Kant nos apresentou dois imperativos em que a ética pode ser 
compreendida: hipotético e categórico. No imperativo hipotético as condições 
são subordinadas, dessa forma a ética não se explica, porque as ações humanas 
são consequências de um interesse.
Já no imperativo categórico, em Kant, é o axioma básico para o 
comportamento moral, em que se pode explicar ética. Para Kant, a moralidade, 
o comportamento moral, vem da razão, vem do rigor do raciocínio, é uma lei 
inflexível, ou seja, as suas ações não são subordinadas a condições, são desprovidas 
de interesse, e, portanto, são de interesses gerais, podem tornar-se leis universais.
NOTA
“Imperativo categórico, em analogia ao termo mandamento, indica a norma da 
razão”. (ABBAGNANO, 2007, p. 628).
Na Idade Moderna, então, se pode perceber que a razão ao cumprimento 
das leis, da moral, torna-se por efeito o dever do cidadão. Assim como destaca 
Passos (2004, p. 41):
Enquanto as doutrinas éticas anteriores tinham por objetivo atingir 
uma felicidade ou um bem, esta é uma moral da pura razão e do puro 
dever. A prática moral devia basear-se apenas nas orientações da razão, 
deixando totalmente de lado o mundo empírico. Assim, ele construiu 
uma moral desinteressada, desprovida de qualquer finalidade e de 
qualquer motivação, que não fosse o ‘cumprimento do dever pelo 
dever’, pois, para ele (Kant), a única coisa verdadeiramente boa seria, 
como dissemos, ‘uma boa vontade’, a disposição em seguir a lei 
moral em detrimento de vantagens que ela pudesse proporcionar ao 
indivíduo. Assim, a lei moral seria incondicional e absoluta.
Então, para Kant, a felicidade só seria possível se o dever se submetesse 
à moralidade. Dessa forma, a ética e a moral nesse tempo estão relacionadas ao 
cumprimento do dever.
TÓPICO 2 | PRINCIPAIS DOUTRINAS ÉTICAS
27
5 IDADE CONTEMPORÂNEA
A Idade Contemporânea é marcada pelo progresso científico e pela 
valorização do ser humano concreto. Essa época não busca a humanidade perfeita, 
ou seja, a ideia de cidade (polis) perfeita ou da suprema felicidade, nem tampouco 
a moral cristã dá conta de responder aos novos anseios.
É a época da igualdade e liberdade, marcada pelos direitos fundamentais, 
“não pela imposição ou obrigação, com códigos a serem estabelecidos”. (PASSOS, 
2004, p. 42). Destacam-se três grandes concepções: marxismo, pragmatismo e 
existencialismo, que brevemente podemos entender:
O marxismo se refere às ideias filosóficas, políticas e sociais elaboradas 
por Karl Marx e Friedrich Engels. O marxismo entende o homem como ser social e 
histórico e também aborda a questão da sociedade produtiva e as lutas de classes.
O pragmatismo é uma doutrina filosófica que adota a utilidade prática. O 
pragmatismo está ligado ao senso prático, em que a verdade está relacionada à 
utilidade.
O existencialismo tem como ponto de partida o ser humano. O indivíduo, 
pelas suas ações, sentimentos, então essa doutrina preocupa-se com o ser humano 
em relação ao mundo.
Os principais pensadores destacados por Passos (2004) são:
● Karl Marx (1818-1883):
Entendia que o ser humano era ao mesmo tempo social e histórico, 
objetivo e subjetivo, capaz de criar e de interferir na realidade e 
transformá-la à sua medida. Nesse processo, ele não só contribuía a 
seu mundo concreto, como também à sua fundamentação valorativa. 
(PASSOS, 2004, p. 42).
● Friedrich Nietzsche (1844-1900): procurou estudar a origem dos valores e 
entender o porquê da valorização de uns atos e não de outros, ou seja, a 
dicotomia entre o bem e o mal.
● Charles Sanders Peirce (1854-1914): apresentou o pragmatismo como um 
método e não como teoria. A moral é algo quando o fim é bom; nesse sentido, 
quanto aos valores, são absolutos. “O que é bom ou mau é relativo, variando 
de situação para situação. Depende de sua utilidade para a atividade prática”. 
(PASSOS, 2004, p. 45).
● Habermas (1929): as argumentações morais servem para que os conflitos sejam 
desfeitos pelo consenso. O processo reflexivo, intersubjetivo, argumentativo, 
leva os participantes ao comum acordo.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
28
DICAS
O ser humano é concreto, real e histórico.
A Idade Contemporânea marca então uma nova forma de comunicação 
entre a sociedade, com base na premissa de que o homem é um ser concreto, real 
e histórico. E é pelo diálogo, num processo de argumentação mútuo, que pode 
haver o consenso entre os homens e, assim, as definições morais de conduta.
29
RESUMO DO TÓPICO 2
O Tópico 2 foi apresentado de forma breve, para que o panorama das 
influências teóricas e filosóficas pudesse constituir o pensamento ético e a 
sua contribuição aos tempos de hoje e, mais tarde, ajudar na prática da gestão 
pública. Assim foi possível observar que:
● A Idade Antiga foi a época do surgimento da ética.
● A Idade Média determina a ética pelos princípios da moral cristã.
● A Idade Moderna, através de Kant, traz ao homem a responsabilidade de seus atos.
● A Idade Contemporânea reflete sobre as novas formas de interação humana 
dentre a sua complexidade e novas relações, para assim descobrir novas formas 
consensuais e conceituais.
30
1 As principais doutrinas éticas apresentaram as ideias de filósofos que em 
seu tempo contribuíram para a ética e a moral. Resumidamente, como você 
escreveria sobre ética e moral em cada tempo?
2 O que representa a polis para a administração pública?
3 Quais foram os principais filósofos comentados no livro “Ética nas 
organizações”, de Passos (2004), e que foram apresentados nesse Caderno 
de Estudos como referência sobre doutrinas éticas?
AUTOATIVIDADE
31
TÓPICO 3
MORAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico 3 da Unidade 1 abordaremos a visão conceitual da moral. 
Embora o Tópico 1 sobre a ética já tenha adiantado alguns aspectos da moral, como 
dito anteriormente, existe uma interface entre moral e ética que é indissociável. 
O importante desse tópico, portanto, é dar destaque ao conceito de moral e você 
compreender o comportamento humano em relação ao que é moral.
2 CONCEITO DE MORAL
De acordo com Srour (2003), a ética é perene e a moral é mutável. A ideia 
de ética é que ela não muda, a ética faz reflexões acerca dos costumes, que é o 
campo da moral. Para melhor compreendermos, no Brasil, temos a história da 
mulher como um bom exemplo de mudança de costumes e, por conseguinte, 
mudança de valores morais.
Até a década de 30 a mulher não podia votar e nem ser votada, portanto o 
sufrágio feminino foi uma conquista de equiparar a mulher ao homem e torná-la 
um membro da sociedade como qualquer um, ou seja, uma pessoa participativa 
aos desígnios políticos do país.
No cenário político nacional, a primeira mulher a se tornar deputada 
federal foi em 1933, e somente em 1979 foi eleita a primeira senadora. Em 2011 
o país elege pela primeira vez uma mulher como Presidente da República. Se 
você observar os anos - 1933, 1979 e 2011 -, verá o quanto demora para que os 
valores se transformam e, ao mesmo tempo, depois de estabelecida a mudança, 
esses valores tornam-se tão familiares que nem mais pensamos nessa trajetória de 
conquista e transformação.
32
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
FIGURA 3 – A CONQUISTA DA MULHER
FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_downz5jC7EU/SdjYjhkp8AI/
AAAAAAAAAMQ/1fH40DR7WIU/s400/Image180.gif>. Acesso em: 15 jan. 2012.
No mundo do trabalho a mulher conquistou espaço tardiamente, e por 
esse motivo, várias são ainda as desigualdades entre a mulher e o homem no 
mundo do trabalho. Existem diversas pesquisas que apontam mulheres e homens 
com mesmo nível de escolaridade e mesma função e que têm salários diferentes.
Não se pretende aqui fazer nenhum tipo de apologia à mulher, muito pelo 
contrário, a mulher é só um bom exemplo para que possamos perceber o quanto 
ela se transformou perante a sociedade. Antesela não votava e nem era votada, 
antes ela não trabalhava fora de casa, antes a sua vida limitava-se a cuidar de 
filhos e marido. E hoje?
IMPORTANT
E
A moral é temporal e é reflexo dos costumes da sociedade.
TÓPICO 3 | MORAL
33
Portanto, a moral são os costumes, são as práticas do comportamento 
humano e as práticas aceitáveis de uma sociedade. Então, como esses costumes, 
práticas e culturas mudam? Mudam quando a própria sociedade clama por 
mudanças ou quando, a partir de um movimento de um grupo, procura-se 
conscientizar o resto da sociedade da importância de pensar e agir diferente. Foi 
dado o exemplo da mulher, mas muitos são outros exemplos que se enquadrariam 
nesse momento para ilustrar essa transformação de valor e costume, a exemplo 
do homossexualismo, doenças que carregavam preconceitos e hoje não mais, 
entre outros grandes exemplos.
Então se pode dizer que a moral é mutável, como diziam os romanos – “o 
tempora, o mores” – ou seja, os costumes mudam com o tempo. Srour (2003, p. 56) 
elenca alguns itens para a compreensão do que vem a ser moral:
● É um sistema de normas culturais que pauta as condutas dos agentes sociais 
de uma determinada coletividade e lhes diz o que é certo ou não fazer.
● Depende da adesão de seus praticantes aos pressupostos e valores que lhe 
servem de fundamentos.
● Representa um posicionamento diante das questões polêmicas ou sensíveis 
e constitui um discurso que justifica interesses coletivos.
● Organiza expectativas coletivas ao selecionar e definir melhores práticas a 
serem observadas.
● Tem natureza simbólica, essência histórica e caráter plural, e seus cânones 
variam à medida que espelham as coletividades históricas que o cultivam.
Srour (2003, p. 57) ainda resume a moral comparativamente à ética:
Por isso mesmo, as morais são as nervuras sensíveis das culturas e dos 
imaginários sociais, as peças de resistência que armam as identidades 
organizacionais, códigos genéticos das condutas sociais requeridas 
pelas coletividades. Assim sendo, enquanto as morais correspondem 
às representações mentais que dizem aos agentes sociais o que se 
espera deles, quais comportamentos são recomendados e quais não 
o são, a ética diz respeito à disciplina teórica e ao estudo sistemático 
dessas morais e de suas práticas efetivas.
Portanto, o quadro que segue auxilia na formulação de um comparativo 
entre ética e moral, para que essas palavras-chave possam ajudar na diferenciação 
de uma e outra.
34
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
QUADRO 2 – COMPARATIVO ENTRE ÉTICA E MORAL
ÉTICA MORAL
Perene Temporal
Universal Cultural
Regra Conduta da regra
Teoria Prática
FONTE: A autora
A ética é perene porque as suas reflexões são num curso contínuo e eterno, 
sempre haverá reflexões sobre a ética. Já a moral é temporal, porque de acordo 
com o tempo, os costumes e valores de uma sociedade se modificam.
A ética é universal porque as suas reflexões independem da cultura, 
sociedade ou tempo histórico, as suas reflexões cabem em qualquer lugar e em 
qualquer tempo, porque se referem ao comportamento humano. A moral é cultural 
porque em cada sociedade, em cada lugar, os costumes e valores serão diferentes.
A ética é regra, porque não existe mutabilidade em suas reflexões, as 
suas reflexões é que podem ser realizadas perante as mudanças. A moral é 
conduta de regra, porque é preciso relacionar os valores para que a moral possa 
instituir a sua conduta.
A ética é teoria porque está situada no campo das reflexões, enquanto 
a moral se refere às práticas do comportamento humano, seus costumes, seus 
hábitos e seus valores.
Essas as principais diferenças entre ética e moral, que ajudam para auxiliar 
na compreensão quanto às suas ramificações e desdobramentos.
3 O CAMPO DA MORAL
O campo da moral, pela sua mutabilidade, se torna um campo vasto, em 
que se possibilita uma multiplicidade de ações. Até porque a moral é oriunda das 
ações e interações humanas. A moral, portanto, está em toda parte, nas escolas, 
nas igrejas, nos hospitais, nas organizações privadas e públicas.
É através da moral que os códigos de convivência são estipulados, para 
que as pessoas se comportem adequadamente e também para que haja harmonia 
na interação humana e da instituição.
Do ponto de vista dessas ações humanas existem dois universos que se 
constroem perante o fim de suas ações: universal e particular.
TÓPICO 3 | MORAL
35
Na administração pública, os atos administrativos devem estar voltados 
ao universal, porque as suas ações sempre devem preservar o interesse coletivo, 
portanto no meio da administração pública não cabem atos administrativos 
voltados ao interesse particular.
O campo da moral é vasto, a moral é o alicerce para que a sociedade 
possa estipular as suas regras de convivência. Portanto, condutas morais não são 
exclusividade da administração pública, as condutas morais estão presentes a 
todo tempo e em qualquer lugar.
3.1 A PRÁTICA MORAL
Se você for um servidor público, legislador, ou quem sabe um responsável na 
elaboração de políticas públicas, ou simplesmente um cidadão, deve se perguntar: 
Quem são as pessoas que irão se beneficiar com a minha ação? Quais são as atitudes 
mais apropriadas para que um maior número de pessoas possam se beneficiar com 
as minhas atitudes? A minha ação é de interesse próprio ou de interesse coletivo?
Essas perguntas e tantas outras ajudam a sinalizar em qual campo da 
moral se encaminham as nossas ações.
Segundo Srour (2011), existem dois universos que se podem tomar como o 
início para melhor compreensão da prática moral: particularismo e universalismo.
FIGURA 4 – UNIVERSALISMO E PARTICULARISMO
UNIVERSALISMO PARTICULARISMO
• É consensual porque interessa 
a todos: o bem de uns e o bem 
de outros não rivalizam.
• Os interesses pessoais, grupais 
ou gerais se realizam sem 
prejudicar ninguém.
• É abusivo porque o bem de 
uns causa mal aos outros.
• Os interesses pessoais ou 
grupais se realizam à custa dos 
interesses alheios.
FONTE: Srour (2011, p. 9)
O universalismo dita as condutas morais positivas, em que existe o 
consenso para que o bem comum seja preservado. Nesse sentido, mesmo quando 
existem ações voltadas ao interesse de uma minoria ou de um grupo específico, 
ainda assim esses interesses não vão se confrontar com o interesse dos demais. 
Não há uma rivalidade de interesses, pelo contrário, a satisfação dos interesses se 
dá de forma consensual.
36
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ÉTICA
No particularismo, os interesses pessoais ou de um grupo se prevalecem 
em detrimento do interesse de outros, por isso são práticas negativas. Não 
há um consenso de quem precisa mais, para que as práticas nesse universo 
sejam realizadas de forma consensual e em preservação do bem comum. Pelo 
contrário, existe uma rivalidade de interesses para que a vontade de uns se realize 
independente da necessidade de um ou de outro ser maior.
A administração pública, com certeza, está na esfera do universalismo, 
e é por isso que ela existe e é dessa forma que ela deve servir aos cidadãos. Mas 
o servidor público, que é o condutor da prática do serviço público, poderá se 
encontrar na polaridade da escolha entre universalismo e o particularismo, em 
pequenas atitudes do seu cotidiano.
3.2 A MORAL E O COMPORTAMENTO HUMANO
De acordo com Alonso, López e Castrucci (2010, p. 29), “a ética é a arte de 
administrar a própria liberdade, de administrar os chamados atos humanos”. Por 
essa concepção pode-se dizer que exista uma discricionariedade ou livre-arbítrio 
no uso da liberdade. Parece que não. A liberdade é restrita se a analisarmos ao pé 
da letra, a liberdade de administrar cabe aqui como deferência à felicidade coletiva.
Na verdade, o que os autores querem dizer é que por trás de toda 
liberdade existe uma condição moral e um fim no bem comum, como afirmam: 
“Uma primeira afirmação da ética consiste em que a liberdade não está para fazer 
qualquer coisa, ou a serviço do agir sem rumo ou irresponsável, mas deve estar

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