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Legislação Penal Especial - Estatuto do Desarmamento

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
 
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ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
HISTÓRICO 
Conceito: até 1997 toda e qualquer conduta que envolvesse arma de fogo, seja porte ou possa era 
caracterizada por ser uma contravenção penal. Após a data supra, a lei 9.473/97 transforma essas 
contravenções penais em crimes e por fim, em 2003, é criado o Estatuto do Desarmamento, Lei 
10.826/03 que pune as condutas de: 
a) posse de arma de uso permitido; 
b) porte de arma de uso permitido. 
c) posse ou porte de arma de uso proibido; 
d) disparo; 
e) comércio; e 
f) tráfico internacional de armas de fogo. 
 
COMPETÊNCIA 
Conceito: em regra, a competência será da Justiça Estadual para julgar e processar os crimes 
previstos no Estatuto do Desarmamento, pois o bem jurídico protegido é a segurança pública 
e os crimes atingem interesse genérico e indireto da União. 
Atenção: a competência será da Justiça Federal se atingir interesse direto e específico da 
União, sendo o único crime previsto no Estatuto do Desarmamento, o tráfico internacional de 
armas de fogo. 
Observação: a arma raspada é de competência da Justiça Estadual. 
 
DIFERENÇA ENTRE POSSE E PORTE 
Conceito: a posse de arma de fogo permite o cidadão manter a arma exclusivamente no interior 
de sua residência ou no local de trabalho. Já o porte de arma de fogo é a possibilidade de 
circulação com a arma fora da residência ou do local de trabalho. 
 
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POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO 
Sujeito ativo: disposto pelo art. 12° quanto ao sujeito ativo há uma divergência doutrinária, pois, 
uma corrente defenre ser crime comum (qualquer pessoa), não exigindo qualquer qualidade 
especial, e a outra entende como crime próprio, podendo ser sujeito ativo o morador da 
residência ou responsável legal pelo estabelecimento ou empresa onde está a arma. 
Sujeito passivo: o sujeito passivo é a coletividade. 
Bem jurídico: segurança pública da coletividade. 
Objeto: arma, municação e acessório. 
Atenção: o mero porte de munição e acessório de arma de fogo já configura crime, não 
havendo princípio da insignificância no Estatuto do Desarmamento. 
Observação: por acessório de arma de fogo se entende qualquer produto que melhore a 
eficiência ou o funcionamento da arma. 
Exemplo: mira telescópia. 
 
OMISSÃO DE CAUTELA 
Conceito: disposto pelo art. 13° ocorre quando o indivíduo não impede que menor de 18 anos 
ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua 
posse ou que seja de sua propriedade. 
Sujeito ativo: o sujeito ativo é o responsável pela arma de fogo, o proprietário ou possuidor. 
Sujeito passivo: o sujeito passivo é o menor de 18 anos ou o deficiente mental. 
Bem jurídico: a incolumidade pública (imediato) e a integridade física do sujeito passivo 
(mediato). 
Objeto: arma de fogo. 
Atenção: o crime se configura com o aponderamento da arma pelo sujeito passivo, é um crime 
culposo de perigo abstrato. 
 
DEVER DE COMUNICAÇÃO 
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Conceito: trata-se de um crime omissivo, no qual o diretor responsável ou o proprietário da 
empresa de segurança e transporte de valores tem o dever legal de fazer uma dupla 
comunicação sobre o crime de extravio, furto ou roubo de arma de fogo à Polícia Civil e à 
Polícia Federal no prazo de 24 horas a partir da ciência do crime. 
 
PERÍCIA DA ARMA APREENDIDA 
Conceito: segundo entendimentos do STF e STJ o crime de posse de arma de fogo é um crime 
abstrato, assim não é necessário demonstrar que a arma é perigosa realizando perícias. 
Porém, a perícia se faz necessária para verificar a capacidade de disparo da arma, pois, se não 
possuir, configura crime impossível. 
 
INAFIANÇABILIDADE DO PORTE ILEGAL DA ARMA DE FOGO DE USO 
PERMITIDO 
Conceito: o Supremo declarou inconstitucional a inafiançabilidade do crime, logo, cabe fiança. 
 
DISPARO EM DIREÇÃO À VIA PÚBLICA 
Conceito: disposto pelo art. 15° trata-se de crime subsidiário, o qual será punido apenas e tão 
somente quando não houver outra intenção além de disparar em via pública. Logo, se 
houver crime de maior gravidade, este é absolvido, como por exemplo, quando esse disparo 
atinge alguém. 
 
COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO 
Conceito: disposto pelo art. 17°, se refere ao exercício de atividade comercial ou industrial, de 
modo que o sujeito ativo é o comerciante de armas, não somente o indivíduo que vende a sua 
arma. 
 
 
 
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TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO 
Conceito: está disposto no art. 18° se refere à “importar, exportar, favorecer a entrada ou saída 
do teritório nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização 
da autorizade competente.

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