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Aprendizagem sócio Interacionista

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Aprendizagem sócio interacionista
Maria Aparecida Gonçalves Evangelista[footnoteRef:1] [1: Concludente do curso de Pós-graduação em Educação Especial com ênfase em deficiência intelectual, física e psicomotora Institucional e Graduada em Licenciatura em História UNEB. E-mail: Katehrinemary0508@gmail.com.
] 
Neurociência e a aprendizagem
Resumo
Este trabalho tem por objetivo apresentar quais as contribuições que o sociointeracionismo como Teoria da Aprendizagem oferece. Assim, a pesquisa enfatiza a contribuição da teoria sócio interacionista de Lev Vygotsky para a aprendizagem comunicativa. Que propõe entender o indivíduo dentro do sistema social num processo mutuamente e interativamente constituídos. Enfatizado que a aprendizagem ocorrerá através da interação de um indivíduo com os outros em conjunto ou em pares, o que se constituirá como subsídio para o desenvolvimento da competência comunicativa pois está em constante negociação, mediação.
 
.
 Palavras chave: Ensino e aprendizagem, Sociointeracionismo, Educação.
Introdução
Os conceitos da teoria sócio- interacionista, cujo precursor é L.S. Vygotsky, o qual propõe que a unidade do conhecimento se encontra na relação entre o homem e meio, sujeito e objeto, num movimento dialético. Elucida também que Vygotsky tem como objetivo principal estudar como se constroem as funções psicológicas superiores que caracterizam o funcionamento psicológico tipicamente humano (atenção voluntária, memória, abstração, capacidade de resolver problemas, etc.). Essas funções psicológicas superiores, além de serem produto da atividade cerebral, também constituem o resultado da própria história da sociedade humana e da cultura em que o indivíduo está inserido. Neste aspecto, o homem é um ser social e histórico, que produz sua ação para suprir necessidades criadas pelo meio em que vive e cria novas necessidades, que não são puramente biológicas[footnoteRef:2]. [2: JUNIOR, Luiz Carlos Leal; ONUCHIC, Lourdes de la Rosa. Ensino e Aprendizagem de Matemática Através da Resolução Problemas Como Prática Sociointeracionista. Boletim de Educação Matemática, vol. 29, núm. 53, diciembre, 2015, pp. 955 978 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Rio Claro, Brasil.] 
E de acordo com Vygotsky (1998) a linguagem é o espaço de interação e consequentemente a interação é o próprio processo de aprendizagem, o que favorece a aprendizagem comunicativa, pois a atividade de discussão estimulará o desenvolvimento oral do aluno.
Podemos entender a teoria interacionista de Piaget como aquela que compreende o desenvolvimento do sujeito através da maturação, exercitação e aprendizagem social. Para Piaget, a aprendizagem ocorre através de situações desafiadoras que busquem instigar processos de desiquilíbrios e reequilíbrios, onde a construção do conhecimento não depende apenas da interação com o outro ou simples transmissão de conteúdo, mas sim da participação ativa do sujeito no meio social. Sob outra rica perspectiva há a teoria sócio interacionista sublinhada por Vygotsky como aquela em que a aprendizagem ocorre através da interação social, onde através das relações os sujeitos trocam ideias, leituras e experiências que culminarão na produção de conhecimentos. [1] (Kohl, 2012).
O sóciointeracionismo propõe um trabalho pedagógico que provoca questionamentos, autonomia, percepção, raciocínio, participação, socialização e interatividade. O sócio interacionismo pressupõe práticas educativas diferenciadas que impreterivelmente trazem dinamismo, mobilidade, ludicidade e estímulos à cognição. O que marca as posturas tradicionais ou inovadoras na educação é a concepção de aprendizagem, de produção de conhecimento que estas carregam através de seus recursos e metodologias[footnoteRef:3]. [3: OLIVEIRA, Ana Paula da Silva Conceição. Praticas pedagógicas inspiradas no sociointeracionismo: Em busca de uma educação a distância significativa. Rio de Janeiro- RJ- maio 2014. AVM Faculdade integrada).] 
Desenvolvimento
Vygotsky é o representante inicial da abordagem sócio interacionista, cujas ideias têm influenciado diversos pesquisadores da área de Educação e Psicologia. Ele explica a origem e evolução do psiquismo humano, as relações entre indivíduos e sociedade. Ele ressaltou a importância de que a cognição fosse estudada em um contexto sócio histórico e cultural. Foi inspirado nos princípios do materialismo dialético, em que o organismo e o meio exercem influência recíproca. Portanto o biológico e o racional não estão dissociados. O homem é visto como alguém que transforma e é transformado, nas relações produzidas em uma determinada cultura (Rego, 1997).
Para Vygotsky (1987), o indivíduo não é resultado de um determinismo cultural, ou seja, não é uma "tábula rasa", um ser passivo, que só reage frente às pressões do meio, mas um sujeito que realiza uma atividade organizadora em sua intervenção no mundo, capaz de mudar a própria cultura. É, portanto, na relação dialética com o mundo que o sujeito se constitui e se liberta[footnoteRef:4]. [4: SILVA, Severino Henrique da. JUNIOR, Silas Câmara Brito. MESQUITA, Sueli Rodrigues de. BASTOS, Heloisa Flora B.N. ALBUQUERQUE, Eneri Saldanha C. de. A influência de uma abordagem sócio interacionista para a evolução conceitual sobre a existência e importância do plâncton na cadeia alimentar marinha. II Encontro Nacional de pesquisa em educação em Ciências.] 
De acordo com a abordagem sócio interacionista, temos alguns elementos e suas características:
A escola - oferece conteúdos e desenvolve modalidades de pensamentos bastante específicos, tem um papel diferente e insubstituível na apropriação pelo sujeito da experiência culturalmente acumulada. A escola representa o elemento imprescindível para a realização plena do desenvolvimento dos indivíduos, já que promove um modo mais sofisticado de analisar e generalizar os elementos da realidade: o pensamento conceitual. As atividades são sistemáticas, têm uma intenção deliberada e compromisso explícito (legitimado historicamente) em tornar acessível o conhecimento formalmente organizado.
O ensino-aprendizagem - a base é a compreensão de muitos conceitos. A aprendizagem ocorre com facilidade quando o aluno interage com outros, já que é através dos outros que as relações entre sujeito e objeto de conhecimento são estabelecidas. As aulas participativas podem ser discussões em grupo, quando os alunos opinam, apresentam hipóteses, classificam, estabelecem comparações, fazem observações. Durante essas aulas, tem que haver um "clima" de sala de aula amigável, mesmo que variável, para que haja respeito por posições contrárias. Devem ser valorizados os conhecimentos prévios porque são o fator mais importante que influi na aprendizagem, levando-se em consideração que estes conhecimentos abrangem tantas informações sobre os conteúdos a serem aprendidos como conhecimentos que, de maneira direta ou indireta, estão relacionados ou podem relacionar-se com ele. Considera-se que a aprendizagem de um novo conteúdo é produto de uma atividade mental construtivista realizada pelo aluno.
O aluno - neste tipo de abordagem, ele deve participar da construção do seu conhecimento, deve pensar, opinar, apresentar hipóteses, trabalhar em grupo, fazer comparações, observações, interagir com o professor, com seus pares, com o meio social. O diálogo, cooperação e troca de informações mútuas são indispensáveis.
O professor - não é dispensável, nesse tipo de abordagem, mas não deve ser visto como agente exclusivo de formação e informações dos alunos e sim atuando como mediador, intervindo na "zona de desenvolvimento proximal" porque tem mais experiência, informações e deve facilitar a aquisição do patrimônio cultural, construir através da interação, a aprendizagem e o desenvolvimento humano. Nessa perspectiva, as explicações, demonstrações, justificativas, abstrações e questionamentos do professor, sem "dar a resposta pronta", auxiliam no processo educativo. É o professor, ao promover situações de curiosidade entreos alunos, atividades planejadas de observações, de pesquisas, resoluções de questões específicas e preparação de seminários, palestras, etc., quem facilita o aprendizado, fonte de acesso ao conhecimento. Faz-se necessário, também, ao professor, que conheça o nível afetivo dos alunos, suas "teorias", que possa ouvi-los, dialogar e anotar as manifestações infantis, para que ele possa melhor intervir e planejar estratégias que venham permitir avanços, reestruturação e ampliação do conhecimento dos alunos. Os registros são necessários para fazer-se planejamentos significativos e eficientes em termos de objetivos maiores que se quer alcançar ou avançar[footnoteRef:5]. [5: SILVA, Severino Henrique da. JUNIOR, Silas Câmara Brito. MESQUITA, Sueli Rodrigues de. BASTOS, Heloisa Flora B.N. ALBUQUERQUE, Eneri Saldanha C. de. A influência de uma abordagem sócio interacionista para a evolução conceitual sobre a existência e importância do plâncton na cadeia alimentar marinha. II Encontro Nacional de pesquisa em educação em Ciências] 
A aprendizagem de crianças se processa nas relações sociais e culturais, historicamente desenvolvidas, de modo que a criança é um ser ativo dentro desse processo e o conhecimento é estabelecido por meio da interação com o adulto ou outra criança mais experiente, com o objetivo de compreensão do meio. A criança depende da interação com o outro para aprender e, consequentemente, desenvolver-se cognitivamente. Vygotsky acreditava que a aprendizagem é que promove o desenvolvimento. Então é porque a criança aprende que ela se desenvolve e não o contrário. No processo de aprendizagem e desenvolvimento, o outro, na função de mediador, assume um papel fundamental, pois se as ações dos sujeitos não fossem mediadas pelas experiências de outros indivíduos mais experientes, sempre se estaria partindo do marco inicial para a realização de determinadas tarefas e o desenvolvimento caminharia em passos mais estreitos. Segundo a teoria sócio histórica, se forem dadas condições adequadas a uma criança ela será capaz de, inicialmente, apreender o que lhe é transmitido, repetindo as ações dos adultos e, posteriormente, por meio da interação, construir sua própria visão sobre o que foi observado em seu meio. Este processo no qual o conhecimento parte do meio para o indivíduo, nesta ordem, é denominado de lei da dupla estimulação, conforme afirma Martins (1997, p. 114), baseado na teoria de Vygotsky: “tudo que está no sujeito existe antes no social (Inter psicologicamente) e quando é aprendido e modificado pelo sujeito e desenvolvido para a sociedade passa a existir no plano intrapsicológico (interno ao sujeito) ”[footnoteRef:6]. [6: ALVES, Vanessa da Silva. SILVA, Elisana Ribeiro da. A teoria sócia interacionista no ensino de matemática e filosofia. Revista eletrônica de Educação de Alagoas- REDUC. ISSN 2317-1170. Vol. 02, Nº 01, Maio- 2014.] 
Vygotsky defende que o desenvolvimento está relacionado à aprendizagem, que por sua vez, está interligada a capacidade de utilização dos signos. Para a aprendizagem, quanto à utilização e a significação dos signos, Vygotsky enfatiza a interação entre os sujeitos e os conhecimentos prévios que cada um adquire antes de frequentar a escola. O autor acredita que “a aprendizagem escolar nunca parte do zero. Toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história” (VYGOTSKY, 1988, p. 109), isto é, antes de chegar à escola a criança já aprendeu alguns conceitos através da interação com os adultos ao seu redor. Ela já passou por experiências que a fez ter noção de quantidade e de nomenclaturas.
Assim, o conhecimento precedente à vida escolar não deve ser ignorado e sim explorado para que o professor possa por meio da mediação auxiliar a criança a converter este conhecimento empírico em conhecimento científico, reforçando e aprofundando o conhecimento prévio da criança ou corrigindo-o no caso do mesmo está incoerente com o conhecimento científico[footnoteRef:7]. Revist201 [7: ALVES, Vanessa da Silva. SILVA, Elisana Ribeiro da. A teoria sócia interacionista no ensino de matemática e filosofia. Revista eletrônica de Educação de Alagoas- REDUC. ISSN 2317-1170. Vol. 02, Nº 01, Maio- 2014.] 
Vygotsky, autor de “Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem” (1988), expande o processo de aprendizado para além do desenvolvimento cognitivo, ressaltando que a aprendizagem “se constitui de conteúdos estruturados e organizados, os quais, por sua vez, são repassados por meio de uma interação social que tem como objetivo alcançar o desenvolvimento cognitivo, cultural e social de um aluno e, dessa maneira, a sua integração em seu meio social como um ser transformador desse meio” (FOSSILE, 2010, p. 114)[footnoteRef:8]. [8: CONS, Thais Rodrigues. O sociointeracionismo e o professor –reflexivo no ensino de língua estrangeira: uma ligação possível. Curitiba, Vol. 5, nº 8, jan.-jun. 2017 ISSN: 2318-1028. Revista Versalete.] 
Zona do desenvolvimento proximal
Quando se fala na relação existente entre desenvolvimento e aprendizagem, Vygotsky aponta pelo menos dois níveis de desenvolvimento da criança: um primeiro, denominado nível de desenvolvimento efetivo (ou real) e o segundo, chamado nível de desenvolvimento potencial. Ao considerar a existência desses dois níveis de desenvolvimento da criança, Vygotsky acredita que os processos mentais não são determinados apenas pelo desenvolvimento biológico de cada criança, pois, se assim ocorresse, todas as crianças pertencentes a uma mesma faixa etária seriam capazes de desempenhar sempre as mesmas atividades, independentemente de seu grau de dificuldade. Quando se observa a área educacional, não se teria, por exemplo, alunos que sempre estudaram em uma mesma escola, com os mesmos professores, tendo acesso ao mesmo ensino, e apresentando níveis de desempenho na aprendizagem diferentes. Dessa forma, a aprendizagem não depende apenas do fator biológico, mas também do fator social.
A dinâmica desse processo é que o que a criança consegue hoje fazer apenas mediante o auxílio dos adultos pode, depois, ser realizado por ela sozinha. Assim, o que hoje faz parte do nível de desenvolvimento potencial poderá ser incorporado às estruturas cognitivas da criança e passar, amanhã, a fazer parte do nível de desenvolvimento efetivo[footnoteRef:9]. [9: ALVES, Vanessa da Silva. SILVA, Elisana Ribeiro da. A teoria sócia interacionista no ensino de matemática e filosofia. Revista eletrônica de Educação de Alagoas- REDUC. ISSN 2317-1170. Vol. 02, Nº 01, Maio- 2014] 
A distância entre o nível de desenvolvimento efetivo e o nível de desenvolvimento potencial é denominada zona de desenvolvimento proximal. De acordo com Moreira (2009, p.21):
A zona de desenvolvimento proximal define as funções que ainda não amadureceram, mas que estão no processo de maturação. É uma medida do potencial de aprendizagem; representa a região na qual o desenvolvimento cognitivo ocorre; é dinâmica e está constantemente mudando.
Dessa forma, o ensino apenas será interessante para o processo de desenvolvimento cognitivo do aprendiz se a ele forem incorporadas novas informações. Ou seja, o professor, como mediador indispensável no processo de ensino e aprendizagem, deverá identificar o nível de desenvolvimento efetivo do aluno e buscar criar uma situação em que “diante de situações em que precisa manipular conceitos e realidades que já conhece, para chegar a saberes até então ignorados, o aluno sugere respostas e chega a resultados que lhes permitem alcançar novos níveis de conhecimento, informações e raciocínio” (MARTINS, 1997, p. 117)[footnoteRef:10]. [10: ALVES, Vanessa da Silva. SILVA, Elisana Ribeiro da. A teoria sócia interacionista no ensino de matemática e filosofia. Revista eletrônica de Educação de Alagoas-REDUC. ISSN 2317-1170. Vol. 02, Nº 01, Maio- 2014.] 
Em Vygotsky (2009), o autor apresenta o conceito de atividade criadora, que trata da criação de algo novo, algo inaugural no modo de pensar – produção de algo novo no pensamento, como este conceito se dá e por quemeios ele atua. Em uma atividade criadora, a representação se configura no estabelecimento e na preservação da experiência que o sujeito produziu ou vivenciou e que faz com que ele se aproprie dos elementos do mundo pela sua aprendizagem[footnoteRef:11]. [11: JUNIOR, Luiz Carlos Leal; ONUCHIC, Lourdes de la Rosa. Ensino e Aprendizagem de Matemática Através da Resolução Problemas Como Prática Sociointeracionista. Boletim de Educação Matemática, vol. 29, núm. 53, diciembre, 2015, pp. 955 978 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Rio Claro, Brasil.] 
Consoante o pensamento de Cassiano & Andrade (2010, p. 57), citamos:
Essa reprodução é fruto da capacidade de conservação cerebral que funciona em conjunto com outra capacidade cerebral: a atividade criadora. E, quanto à conservação, é voltada para o passado e para o presente, reproduzindo nossa experiência anterior, a imaginação […] seria a atividade criadora voltada para o futuro, para a invenção, capaz de transformar a natureza e o homem.
Para Vygotsky, todo sujeito tem a capacidade de criar e as atividades criadoras advém de suas experiências a priori. Ele entende, assim como nós, a criatividade como processualidade e a interpreta como descoberta de novas soluções, ao passo que, para ele, a invenção está idiossincraticamente relacionada[footnoteRef:12]. [12: JUNIOR, Luiz Carlos Leal; ONUCHIC, Lourdes de la Rosa. Ensino e Aprendizagem de Matemática Através da Resolução Problemas Como Prática Sociointeracionista. Boletim de Educação Matemática, vol. 29, núm. 53, diciembre, 2015, pp. 955 978 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Rio Claro, Brasil.
] 
Para que o homem construa sua consciência e alcance seu desenvolvimento é preciso estabelecer vínculos sociais e produtivos que acontecem pela capacidade natural de se relacionar com os indivíduos, assim de acordo com Mehan (1981) “as estruturas cognitivas e sociais são compostas e residem na interação entre pessoas”, por isso podemos afirmar que não apenas o desenvolvimento psicológico acontece, mas também a aprendizagem a partir da presença do outro, pois não se constitui apenas como fator cognitivo, é também fator social.
A compreensão dessa elevação de estruturas cognitivas além de levar em consideração o nível interpessoal, intrapessoal, a fase de interiorização, podemos mencionar o que o indivíduo é capaz de aprender através da interação, interação esta que pode ser medida entre o que o indivíduo consegue fazer sozinho e o que ele pode realizar com o auxílio de um adulto mais experiente, pois segundo Vygotsky (1978) a ZDP é:[footnoteRef:13] [13: ROZENO, Eliana Feitosa. SIQUEIRA, Kárpio Márcio de. A teoria sócio interacionista de Vygotsky como subsidio para a aprendizagem comunicativa de Língua Inglesa. Rios Eletrônica- Revista Científica da FASETE ano 5 n. 5 dezembros de 2011.] 
Definida como a distância que medeia entre o nível atual de desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade atual de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de problemas sob orientação de adultos ou em colaboração com pares mais capazes.
A importância da ZDP consiste em fornecer aos psicólogos e educadores uma ferramenta através da qual pode ser compreendido o curso interno do desenvolvimento, e que o uso desse método pode permitir a tomada em consideração dos ciclos e processo de maturação que já estão completos, além dos que estão em estado de formação. (VYGOTSKY apud FINO, 2001). Assim o professor com a ZDP pode perceber o desenvolvimento imediato da criança e o estado atual de aprendizagem também.
Daí a importância de se ter um leque de atividades que permitam ao aluno que suas janelas de aprendizagem se personalizem e de modo que ele seja capaz de aplicar um nível de conhecimento mais elevado do que lhe seria possível sem ajuda, pois segundo o psicólogo “É, por maioria de razão, que num grupo de aprendizes não existe uma única “janela de aprendizagem”, mas tantas quantas os aprendizes, e todas tão individualizadas quanto eles”. (VYGOTSKY apud FINO, 2001)[footnoteRef:14]. [14: ROZENO, Eliana Feitosa. SIQUEIRA, Kárpio Márcio de. A teoria sócio interacionista de Vygotsky como subsidio para a aprendizagem comunicativa de Língua Inglesa. Rios Eletrônica- Revista Científica da FASETE ano 5 n. 5 dezembros de 2011.
] 
Considerações finais 
Percebe-se que a abordagem sociointeracionista vai além da simples inserção de interação social em um curso estritamente individualista. Essa abordagem busca utilizar o ambiente social ao longo de todo o processo de aprendizado. Além disso, o sociointeracionismo mostra que há ferramentas de mediação e processos que podem ser levadas em consideração para uma aprendizagem mais eficiente. Os professores que se dedicavam ao estudo da teoria sócio interacionista demonstraram preocupações quanto à formação do homem, vinculando-as às questões de ordem social, política e econômica, e à formação de um aluno crítico e conhecedor de seus direitos e deveres perante a sociedade, com a visível preocupação de que a disciplina de Psicologia trouxesse benefícios à educação[footnoteRef:15]. [15: SILVA, Rosane Gumeiro Dias da. A importância da teoria sócio interacionista na formação de professores de ensino médio. Maringá. 1998 Londrina-PR.
] 
Referência bibliográfica
 
ALVES, Vanessa da Silva. SILVA, Elisana Ribeiro da. A teoria sócia interacionista no ensino de matemática e filosofia. Revista eletrônica de Educação de Alagoas- REDUC. ISSN 2317-1170. Vol. 02, Nº 01, Maio- 2014.
CONS, Thais Rodrigues. O sociointeracionismo e o professor –reflexivo no ensino de língua estrangeira: uma ligação possível. Curitiba, Vol. 5, nº 8, jan.-jun. 2017 ISSN: 2318-1028. Revista Versalete.
JUNIOR, Luiz Carlos Leal; ONUCHIC, Lourdes de la Rosa. Ensino e Aprendizagem de Matemática Através da Resolução Problemas Como Prática Sociointeracionista. Boletim de Educação Matemática, vol. 29, núm. 53, diciembre, 2015, pp. 955 978 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Rio Claro, Brasil.
OLIVEIRA, Ana Paula da Silva Conceição. Praticas pedagógicas inspiradas no sociointeracionismo: Em busca de uma educação a distância significativa. Rio de Janeiro- RJ- maio 2014. AVM Faculdade integrada.
ROZENO, Eliana Feitosa. SIQUEIRA, Kárpio Márcio de. A teoria sócio interacionista de Vygotsky como subsidio para a aprendizagem comunicativa de Língua Inglesa. Rios Eletrônica- Revista Científica da FASETE ano 5 n. 5 dezembros de 2011.
SILVA, Rosane Gumeiro Dias da. A importância da teoria sócio interacionista na formação de professores de ensino médio. Maringá. 1998 Londrina-PR
SILVA, Severino Henrique da. JUNIOR, Silas Câmara Brito. MESQUITA, Sueli Rodrigues de. BASTOS, Heloisa Flora B.N. ALBUQUERQUE, Eneri Saldanha C. de. A influência de uma abordagem sócio interacionista para a evolução conceitual sobre a existência e importância do plâncton na cadeia alimentar marinha. II Encontro Nacional de pesquisa em educação em Ciências.

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