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LivroContabilidadeAvancada_completo

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William Alves Notario
Contabilidade avançada
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
 Notario, William Alves. 
N843c Contabilidade avançada / William Alves Notario. – 
Uberaba : Universidade de Uberaba, 2016.
 215 p. : il. 
 Programa de Educação a Distância – Universidade de 
Uberaba. 
 ISBN: 978-85-7777-570-5
 
 1. Contabilidade. 2. Investimentos. 3. Empresas – 
Contabilidade. I. Universidade de Uberaba. Programa de 
Educação a Distância. II. Título. 
 
 CDD 657.046
© 2017 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, 
da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Coordenação de Graduação a Distância
Sílvia Denise dos Santos Bisinotto
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
William Alves Notario
Atualmente, estou cursando uma especialização pelo Unicesumar 
- Centro Universitário Cesumar, em EAD e as Tecnologias Educa-
cionais. Sou especialista em Controladoria e Auditoria, pelo Insti-
tuto Paranaense de Ensino - IPE, possuo extensão universitária 
em Metodologia e Didática para o Ensino Superior, pela Faculdade 
Cidade Verde - FCV, e graduação em Ciências Contábeis pela Uni-
versidade Estadual de Maringá - UEM. Tenho experiência na área 
contábil com assessoria e consultoria empresarial. Fui professor 
para os cursos técnicos oferecidos pelo TECPUC - Cursos Técni-
cos do Grupo Marista, para os cursos de Administração e Ciências 
Contábeis, sendo, inclusive, coordenador adjunto do curso de Ci-
ências Contábeis. Atualmente, sou professor no NEAD - Núcleo de 
Educação a Distância, do Unicesumar, para os cursos de Ciências 
Contábeis e Gestão Financeira. Também sou professor de cursos 
preparatórios para concursos públicos, elaborador de questões 
para bancas de concursos públicos, autor de livros para graduação 
e pós-graduação, e sócio em um escritório de contabilidade e as-
sessoria para pequenas e médias empresas.
Link para acesso ao currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.
br/1203900123287109>.
Sobre o autor
Sumário
Capítulo 1 Demonstração das origens e aplicações de recursos - 
DOAR e demonstração dos fluxos de caixa - DFC ..........................9
1.1 Demonstração das origens e aplicações dos recursos - DOAR ..................... 10
1.1.1 Obrigatoriedade...................................................................................... 12
1.1.2 Composição da doar .............................................................................. 13
1.2 Elaboração da doar .......................................................................................... 19
1.3 Demonstração dos fluxos de caixa - DFC ....................................................... 26
1.3.1 Fluxos de caixa ...................................................................................... 27
1.3.2 Transações que não afetam os fluxos de caixa .................................... 31
1.3.3 Métodos de apresentação da DFC ........................................................ 33
Capítulo 2 Demonstração do valor adicionado - DVA e balanço social .....41
2.1 Demonstração do valor adicionado - DVA ....................................................... 42
2.1.1 Definições ............................................................................................... 44
2.1.2 Informações da DVA .............................................................................. 46
2.1.3 A riqueza e a distribuição ....................................................................... 47
2.1.4 Situações especiais na DVA .................................................................. 51
2.1.5 Visão geral da demonstração do valor adicionado - DVA ..................... 53
2.2 Balanço social .................................................................................................. 55
2.2.1 Histórico do balanço social .................................................................... 57
2.2.2 Obrigatoriedade...................................................................................... 58
2.2.3 A importância do balanço social ............................................................. 59
Capítulo 3 Avaliação de investimentos ............................................73
3.1 Investimentos ................................................................................................... 75
3.1.1 Classificação .......................................................................................... 76
3.1.2 Critérios de Avaliação............................................................................. 77
3.1.3 Investimentos Financeiros ..................................................................... 78
3.1.4 Valor de Mercado ................................................................................... 79
3.2 Investimentos avaliados pelo método do custo de aquisição ......................... 79
3.2.1 A Técnica do Método do Custo de Aquisição ........................................ 80
3.3 Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial ................ 82
3.3.1 Sociedades Controlada e Controladora................................................. 83
3.3.2 Sociedades Coligadas ........................................................................... 84
3.3.3 Sociedades que fazem parte do mesmo grupo ..................................... 86
3.3.4 Sociedades que estejam sob controle comum ...................................... 86
3.3.5 A Técnica do Método da Equivalência Patrimonial ................................ 86
3.4 Método de custo x método da equivalência patrimonial ................................. 89
3.5 Ágio e deságio na aquisição de investimentos avaliado pelo método da 
equivalência patrimonial ........................................................................................ 90
3.5.1 Amortização do Ágio ou Deságio ........................................................... 92
3.6 Lucros não realizados ...................................................................................... 93
3.6.1 Exclusão dos Lucros Não Realizados ................................................... 94
3.7 Variação no percentual de participação societária .......................................... 95
Capítulo 4 Aplicações e instrumentos financeiros ...........................103
4.1 Instrumentos financeiros .................................................................................. 105
4.1.1 Definições e Embasamento Legal ......................................................... 108
4.2 Aplicações ........................................................................................................ 112
4.2.1 Aplicações de Renda Fixa em Títulos Privados .................................... 112
4.2.2 Aplicações de Renda Fixa em Títulos Públicos ..................................... 115
4.2.3 Aplicações em Instrumentos Financeiros de Renda Variável ............... 117
4.3 Operações de swap ......................................................................................... 120
4.4 Contratos a termo e futuros ............................................................................. 122
Capítulo 5 Processos de reorganização societária - parte I ...........1275.1 Transformação ................................................................................................. 128
5.2 Dissolução, liquidação e extinção ................................................................... 131
Capítulo 6 Processos de reorganização societária - parte II ..........145
6.1 Desenvolvimento ............................................................................................. 146
6.2 Fusão de empresas ......................................................................................... 148
6.3 Cisão de empresas .......................................................................................... 152
6.4 Incorporação de empresas .............................................................................. 159
Capítulo 7 Conversão das demonstrações contábeis .....................167
7.1 Desenvolvimento ............................................................................................. 168
7.2 Noções introdutórias sobre taxas de câmbio e operações no exterior ........... 169
7.2.1 Moeda funcional ..................................................................................... 171
7.2.2 Reconhecimento das transações .......................................................... 172
7.2.3 Apresentação de balanço patrimonial .................................................... 173
7.2.4 Conversão das demonstrações contábeis ............................................ 173
7.3 Ajuste a valor presente e a valor justo ............................................................. 175
7.3.1 Ajuste a valor presente de ativo ............................................................. 179
7.3.3 Ajuste a valor justo ................................................................................. 182
7.4 Exemplo prático ............................................................................................... 184
Capítulo 8 Consolidação das demonstrações contábeis ................189
8.1 Desenvolvimento ............................................................................................. 190
8.2 Obrigatoriedade e conceitos ............................................................................ 193
8.3 Abrangência ..................................................................................................... 197
8.4 A importância das notas explicativas ............................................................... 202
8.5 Procedimentos para a elaboração das demonstrações consolidadas ........... 204
8.5.1 Procedimentos para a DRE ................................................................... 207
8.5.2 Procedimentos específicos para as demonstrações consolidadas em 
conjunto ........................................................................................................... 208
CONCLUSÃO ...................................................................................213
REFERÊNCIAS ................................................................................215
Este material está dedicado a explorar os principais aspectos do que cha-
mamos da Contabilidade Avançada, distribuído de maneira a te assegu-
rar um bom aproveitamento e compreensão dos temas abordados.
O Capítulo I será dedicado à DOAR - Demonstração das Origens e 
Aplicações dos Recursos e a DFC - Demonstração dos Fluxos de Cai-
xa. Abordaremos os principais aspectos legais, práticos e contábeis 
dessas demonstrações e a sua relevante importância no auxílio às 
tomadas de decisões por parte dos usuários da informação contábil.
Depois, no Capítulo II, iremos abordar a DVA - Demonstração do 
Valor Adicionado e o Balanço Social, duas importantes ferramentas, 
principalmente nos dias atuais. O balanço social, inclusive, chama 
a atenção por ser um relatório não obrigatório por lei, mas que está 
cada vez mais sendo utilizado pelas sociedades empresárias, uma 
vez que as principais instituições financeiras fizeram dele, do ba-
lanço social, um item quase que determinante na concessão ou 
não de empréstimos e financiamentos.
Já no Capítulo III, iremos estudar a avaliação de investimentos, prin-
cipalmente pelos métodos do custo de aquisição e pela equivalência 
patrimonial. Neste capítulo também, iremos dedicar esforços para o 
estudo dos lucros não realizados e a variação no percentual de partici-
pação societária. Vale a pena a sua dedicação nesse tema!
Continuando, no Capítulo IV, iremos estudar sobre as principais ope-
rações financeiras de investimentos e aplicações no mundo dos negó-
Apresentação
cios. Vamos estudar, dentre outras, os Contratos a Termo e Futuros, 
de Opções, de Swap, sobre suas contabilizações, e por aí vai: mergu-
lharemos no mundo dos investimentos e aplicações financeiras.
No Capítulo V, começaremos o estudo sobre as reorganizações 
societárias, importantes processos de reestruturação das socieda-
des empresárias - cada vez mais comuns, principalmente nos dias 
de hoje, onde a concorrência e a complexidade dos negócios está 
cada vez mais acirrada. Neste momento, iremos abordar a Dissolu-
ção, Liquidação e Transformação de empresas.
Da mesma forma, no Capítulo VI, daremos continuidade nos estudos 
sobre os processos de reorganização societária, abordando agora te-
mas como Incorporação, Fusão e Cisão de sociedades empresárias.
Assim, no Capítulo VII iremos trabalhar com a Conversão das De-
monstrações Contábeis, contemplando assuntos como moeda fun-
cional, moeda estrangeira, negócios e investimentos no exterior, 
Ajustes a Valor Presente e a Valor Justo, dentre outros.
Por último e não menos importante, iremos abordar no Capítulo 
VIII a Consolidação das Demonstrações Contábeis das sociedades 
empresárias que possuem investimentos em outras entidades, as 
quais por determinação legal, devem apresentar as demonstrações 
consolidadas para um maior entendimento e análise da real posi-
ção financeira de determinado grupo de investimento. Ainda, neste 
momento, iremos trabalhar além da obrigatoriedade e abrangên-
cia, com os procedimentos necessários para tal elaboração das 
demonstrações principais e em conjunto.
Espero que você goste e tenha um excelente aproveitamento. Bons 
estudos, sucesso!
O autor. 
William Alves Notario
Introdução
Demonstração das origens 
e aplicações de recursos - 
DOAR e demonstração dos 
fluxos de caixa - DFC
Capítulo
1
Olá, aluno(a),
Neste capítulo você irá estudar sobre a Demonstração das Origens 
e Aplicações dos Recursos - DOAR, e sobre a Demonstração dos 
Fluxos de Caixa - DFC.
A DOAR e sua obrigatoriedade de elaboração e publicação pelas 
sociedades por ações estava prevista até 31/12/2007. Essa 
demonstração foi muito importante, tendo em vista a complexidade 
e relevância do tema às entidades empresariais e mais que isso, 
aos usuários das informações contábeis. 
A partir de 01/01/2008, por meio da publicação da Lei nº 11.638/07, 
a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) 
foi substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a 
qual também iremos estudar neste capítulo.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) foi instituída no Brasil 
por meio da alteração do inciso IV do § 6º do art. 176 da Lei das 
S.A., pela Lei nº 11.638/07, que passou a exigir a elaboração dessa 
demonstração pelas sociedades fechadas com patrimônio líquido 
superior a R$ 2.000.000,00 e por todas as companhias abertas.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), como seu próprio 
nome indica, destina-se a prestar informações sobre os fluxos 
financeiros (entradas e saídas de dinheiro) no decorrer do 
exercício social e possibilita melhor avaliação da capacidade 
de geração de caixa da empresa e, também, das condições de 
12 UNIUBE
• Compreender a estrutura, elaboração e análises das DOAR. 
• Entender a aplicabilidade da DFC.
• Estudar a DFC pelos métodos direto e indireto.
• Demonstração das origens e aplicações dos recursos (doar)
• Obrigatoriedade
• Composição da doar
• Origens e aplicações de recursos
• Itens que não afetam o capital circulantelíquido (ccl)
• Elaboração da doar
• Demonstração dos fluxos de caixa
• Fluxos de caixa
• Atividades operacionais
• Atividades de investimentos
• Atividades de financiamentos
• Transações que não afetam os fluxos de caixa
• Métodos de apresentação da dfc
• Método direto
• Método indireto
Objetivos
Esquema
liquidez e solvência. Portanto, a Demonstração dos Fluxos de 
Caixa dá maior transparência ao conjunto de demonstrações 
divulgadas no mercado.
Aproveite e bons estudos!
Demonstração das origens e aplicações dos recursos - DOAR1.1
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR 
- tem por objetivo evidenciar as modificações ocorridas na posi-
ção financeira de curto prazo da entidade empresarial, onde alguns 
 UNIUBE 13
autores afirmam que o compromisso básico é relatar as movimen-
tações de valores ocorridas no exercício em questão, que tenha 
provocado variação no ativo circulante líquido, sendo que toda en-
trada (origem) ou saída (aplicação) de recursos aumente ou dimi-
nua o ativo circulante ou o passivo circulante.
Segundo Ferreira (2007, pp.9 e 10), temos que:
A demonstração das origens e aplicações de 
recursos evidencia o aumento ou a redução do 
capital circulante líquido da companhia durante o 
exercício. O capital circulante líquido, ou o capital 
de giro líquido, é representado pela diferença en-
tre o ativo circulante e o passivo circulante. Sua 
análise pode evidenciar, por exemplo, a capacida-
de de pagamento das obrigações de curto prazo.
Desta forma, podemos entender que por meio da DOAR é possível 
identificar as origens do capital circulante líquido vindas das ativi-
dades da companhia, por exemplo, o lucro líquido ajustado, os au-
mentos de capital, da alienação de bens do ativo imobilizado, dos 
recursos obtidos de terceiros etc.
A posição financeira de curto prazo da empresa é representada pelo 
valor do Capital Circulante Líquido, ou seja, o CCL. O CCL também 
é conhecido como Capital de Giro Líquido, o CGL, que correspon-
de à diferença do Ativo Circulante (AC) e o passivo Circulante (PC).
Fórmula: CCL ou CGL = AC - PC
Neste sentido, podemos entender que o CCL pode tomar algumas 
formas, conforme veremos a seguir:
14 UNIUBE
a. O CCL poderá ser próprio ou positivo, quando o AC for superior ao PC;
b. O CCL poderá ser de terceiros ou negativo, quando o PC for 
superior ao AC;
c. O CCL poderá ser nulo, quando o AC for igual ao PC.
1.1.1 Obrigatoriedade
A obrigatoriedade da elaboração e publicação da Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pelas sociedades por 
ações estava prevista até 31/12/2007 no inciso IV do art. 176 da Lei 
nº 6.404/76, exceto para as companhias fechadas cujo patrimônio lí-
quido, na data do balanço, não fosse superior a um milhão de reais. 
Entretanto, a partir de 01/01/2008, por meio da publicação da Lei nº 
11.638/07, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 
(DOAR) foi substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).
RELEMBRANDO
A DOAR foi substituída pela DFC, a qual segregou de uma melhor 
forma as atividades da entidade empresarial, em operacional, de 
investimentos e de financiamentos.
Fique tranquilo(a), iremos estudar em breve sobre a Demonstração 
dos Fluxos de Caixa - DFC.
 UNIUBE 15
A DOAR evidenciava em um determinado período, as modificações 
que originavam as variações na posição financeira, ou seja, no ca-
pital circulante líquido da entidade. Assim, todos os fatos que mo-
dificam o capital circulante líquido da empresa faziam parte dessa 
demonstração, que é útil para compreender a evolução da posição 
financeira da empresa, bem como para assimilar a política adotada 
pela diretoria dela na gestão dos seus recursos.
Não se pode esquecer que o Balanço Patrimonial, acompanhado 
da Demonstração do Resultado, são peças contábeis que relatam 
mais a realidade econômica da empresa, enquanto a realidade fi-
nanceira é apresentada com mais elementos e com maior clareza 
por meio da DOAR. Vale ressaltar que muitas das dúvidas de cunho 
financeiro, apresentadas pelos empresários aos profissionais da 
contabilidade, eram esclarecidas pela elaboração da DOAR.
É comum os empresários, ao deparar-se com um balanço patrimo-
nial, querer obter conclusões por uma ótica eminentemente finan-
ceira, e o balanço deve ser visto, como regra, mais por uma ótica 
econômica; assim, eis aí a utilidade da DOAR, pois esta demons-
tração proporciona ao usuário das informações contábeis uma vi-
são da empresa segundo a ótica financeira.
1.1.2 Composição da doar
Os itens que compunham a DOAR estavam disciplinados pelo art. 
188 da Lei das S.A., e pela NBC T 3.6 - Da Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos, aprovada pela Resolução CFC 
nº 686/90, que foi revogada pela Resolução CFC nº 1.283/10.
É interessante observarmos que muito embora o conteúdo da de-
monstração apresentados em ambas as normas fosse basicamente 
16 UNIUBE
o mesmo, a disposição da apresentação não era coincidente. Como 
principal diferença, podemos citar que a Lei das S.A., incluía o lu-
cro do período entre as origens de recursos e a NBC T 3.6 trazia o 
lucro do período ajustado em item separado das demais origens.
Entendemos que tal diferença não afetava a compreensão da 
DOAR. O profissional poderia dispor os itens da demonstração to-
mando ambas as normas como base, entendendo que nelas figura-
vam o conteúdo mínimo e, sempre que fossem necessários e não 
afetassem substancialmente a estrutura, destaques e desdobra-
mentos que viessem a melhorar a apresentação e o entendimento 
por parte dos usuários eram bem-vindos e recomendados.
1.1.2.1 Origens e Aplicações de Recursos
De um modo geral, podemos entender que as origens dos re-
cursos correspondem às fontes de financiamentos dos recursos 
que a empresa possui, ou seja, de onde vieram os recursos que 
compõem o patrimônio.
Por sua vez, as aplicações dos recursos correspondem aos investi-
mentos dos recursos da empresa, ou seja, onde a entidade empre-
sarial está investindo seus recursos.
Certamente, você já deve ter estudado o Balanço Patrimonial, que 
é, sem dúvida, um dos mais importantes relatórios contábeis atu-
ais, que evidencia por meio dos saldos das contas que nele são 
contidas, a posição patrimonial naquele momento. 
No Balanço Patrimonial, temos as contas representativas dos bens 
e direitos, que chamamos de Ativo, da mesma forma que, temos as 
 UNIUBE 17
contas que representam as obrigações com terceiros e com os sócios, 
que chamamos de Passivo e Patrimônio Líquido, respectivamente.
Sendo assim, já podemos entender que o Passivo demonstra as 
origens dos recursos, enquanto o Ativo mostra onde esses recur-
sos foram aplicados. No entendimento de Ribeiro (2005, pp.255 e 
256), temos que os recursos se originam de três formas:
a. das operações - compreendem os lucros apu-
rados pela empresa. As receitas representam ori-
gens de recursos enquanto as despesas repre-
sentam aplicações. Quando as receitas superam 
as despesas, o resultado corresponde ao lucro, 
que é a origem dos recursos. Quando as despe-
sas superam as receitas, o Resultado correspon-
de ao prejuízo, que é a aplicação dos recursos;
b. dos proprietários - correspondem aos recursos 
colocados na empresa pelos proprietários, no 
momento da constituição do capital e durante a 
gestão da empresa, por ocasião de novas integra-
lizações (aumentos de capital);
c. de terceiros - compreendem os recursos colo-
cados na empresa pelas pessoas que se relacio-
nam com ela. Esses recursos são representados 
pelas obrigações de curto e de longo prazo a pa-
gar para fornecedores, empregados, bancos etc.
Assim sendo, temos que as origens e as aplicações de recursos 
decorrem de fatos administrativos que diariamente acontecem na 
empresa. Todavia, nem todos os fatos administrativos que ocorrem 
na empresa interfere na DOAR. Para que possa interferir e fazer 
parte dela, da DOAR, é preciso que o fato administrativo provoque, 
direta ou indiretamente, modificaçãono CCL ou CGL.
Dessa forma, podemos compreender que as origens de recursos 
correspondem aos aumentos do CCL, de igual modo que, as apli-
cações dos recursos correspondem às diminuições do CCL.
18 UNIUBE
O art. 188 da Lei das S.A., relacionava os seguintes itens a serem 
discriminados na DOAR, sendo as origens dos recursos agrupadas 
em: lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou 
exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios fu-
turos; realização do capital social e contribuições para reservas de 
capital; recursos de terceiros, originários do aumento do passivo 
exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo 
e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado.
Por sua vez, as aplicações de recursos, agrupadas em: dividendos 
distribuídos; aquisição de direitos do ativo imobilizado; aumento do 
ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; 
redução do passivo exigível a longo prazo.
Ainda, de acordo com o art. mencionado anteriormente, era apre-
sentado o excesso ou insuficiência das origens de recursos em re-
lação às aplicações, representando aumento ou redução do capital 
circulante líquido; e os saldos, no início e no fim do exercício, do 
ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido 
e o seu aumento ou redução durante o exercício.
Já de acordo com a NBC T 3.6, no que diz respeito ao conteúdo e 
estrutura, tínhamos que a DOAR discriminará: o valor resultante 
das operações da entidade, correspondente ao resultado líquido 
do período, retificado por valores que não geraram movimenta-
ção de numerário ou não afetaram o capital circulante, que tanto 
poderá constituir-se em origens ou em aplicação de recursos; 
as origens dos recursos, compreendendo os aportes de capi-
tal; os recursos provenientes da realização de ativos de longo 
prazo e permanente; os recursos provenientes de capital de ter-
ceiros de longo prazo. De igual modo, as aplicações dos recur-
sos, compreendendo os recursos destinados ao pagamento das 
 UNIUBE 19
participações nos lucros aos sócios ou acionistas; os recursos 
aplicados na aquisição do permanente e no aumento dos ativos 
de longo prazo; os recursos aplicados na redução de obrigações 
de longo prazo; os reembolsos de capital.
Representava ainda, a variação do capital circulante líquido, resul-
tante da diferença entre os totais das origens e das aplicações dos 
recursos, e a demonstração da variação do capital circulante líqui-
do, compreendendo os saldos iniciais e finais do ativo e do passivo 
circulante, e respectivas variações líquidas do período.
De um modo geral, todo o passivo é uma origem de recurso, in-
dependentemente de ser de curto ou de longo prazo ou, ainda, 
de terceiros ou dos sócios ou acionistas, assim como todo o ativo 
representa uma aplicação de recursos, seja qual for o prazo da 
expectativa de sua realização.
A DOAR trabalhava com as origens e aplicações de recursos de 
longo prazo e deixava a evidenciação do curto prazo por conta da 
variação do capital circulante líquido obtida pela confrontação do 
ativo circulante com o passivo circulante.
Portanto, a DOAR acabava por cobrir totalmente o ativo e o pas-
sivo e denominava como origem ou aplicação somente os itens 
não circulantes, de modo que ficassem evidenciadas as parcelas 
captadas de terceiros ou dos sócios ou acionistas, assim como as 
relativas aos lucros e, também, os montantes aplicados nos bens 
e direitos destinados à manutenção das atividades, assim como na 
remuneração do capital próprio. Sendo assim, a variação do capital 
circulante líquido representava a modificação efetiva da posição 
financeira sofrida pela companhia.
20 UNIUBE
1.1.2.2 Itens que não afetam o Capital Circulante Líquido (CCL)
Na DOAR, o resultado do exercício deve ser ajustado pelos itens 
que contribuíram para a sua formação, mas que não afetaram o 
capital circulante líquido, ou seja, separam-se os itens que não al-
teraram os ativos e/ou passivos circulantes.
Dentre as situações possíveis, temos a depreciação, amortização 
e exaustão de bens do ativo imobilizado, cujos montantes levados 
ao resultado do período devem ser a ele adicionados na DOAR, 
uma vez que o desgaste do ativo imobilizado não está vinculado ao 
desembolso financeiro para sua obtenção ou à forma de financia-
mento do bem e, portanto, não afetará o capital circulante líquido.
Podemos ter ainda, ganho ou perda de equivalência patrimonial, 
cujo ajuste do investimento deve ser adicionado ao lucro se cor-
responder à perda e subtraído, no caso de ganho; ajustes dos re-
sultados de exercícios futuros, as apropriações aos resultados de 
exercícios futuros em cumprimento ao regime de competência já 
afetaram o capital circulante líquido por ocasião de sua constitui-
ção. O efeito líquido dessas apropriações deve ser adicionado ao 
lucro ou ao prejuízo do período como ajuste na DOAR.
Entram nesse rol de possíveis situações, as variações monetárias de 
dívidas ou valores a receber de longo prazo - a parcela das variações 
monetárias ativas e passivas e de juros referentes aos direitos a rece-
ber ou obrigações de longo prazo não afetam o capital circulante líqui-
do, pois as contrapartidas das contas de despesas ou receitas finan-
ceiras são feitas diretamente nas contas do passivo não circulante ou 
do realizável a longo prazo, e não afetam o capital circulante líquido.
Temos ainda, as provisões para contingências cuja expectativa 
de perda não geraram movimentações nos ativos ou passivos 
 UNIUBE 21
circulantes; e o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido diferidos, cujas contrapartidas da provisão constituí-
da no passivo não circulante ou do direito a recuperar reconhecido 
no realizável transitaram pelo resultado como imposto corrente ou 
diferido, não tendo afetado, portanto, o capital circulante líquido.
Um outro ponto importante a ser observado, são os ajustes de exer-
cícios anteriores, onde na DOAR, os ajustes de exercícios anterio-
res, quando afetam o capital circulante líquido, não devem figurar 
como origem nem como aplicação de recursos. Desta forma, ao 
montar-se os papéis ou planilhas de trabalho, os saldos das contas 
já devem estar ajustados. Por sua vez, os ajustes de exercícios 
anteriores que não envolvem contas do circulante serão eliminados 
com as demais transferências entre as contas dos ativos e passi-
vos não circulantes.
Nesse sentido, Ferreira (2007, p.423) afirma que:
Os ajustes de exercícios anteriores são lança-
dos diretamente na conta Lucros ou Prejuízos 
Acumulados, sem transitar pelo resultado. Alguns 
ajustes de exercícios anteriores afetam o capital 
circulante líquido. É o caso do ajuste por erro na 
apuração do estoque final de exercício anterior.
Vale lembrar ainda que, os ajustes irão seguir o mesmo sinal matemá-
tico e valor de representação que constar na demonstração original.
1.2 Elaboração da doar
Conforme estudamos nos itens anteriores, as informações conti-
das na DOAR complementam as que são fornecidas pelo Balanço 
Patrimonial e pela Demonstração do Resultado do Exercício.
22 UNIUBE
Uma informação importante: alguns, ou a maioria dos dados indi-
cados na DOAR podem ser extraídos com segurança do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Porém, 
boa parte deles devem ser extraídos mediante consultas nas fichas 
analíticas do Razão das contas envolvidas e necessárias.
Vamos trabalhar agora, com fatos hipotéticos ocorridos em uma 
entidade empresarial, lembrando que não iremos considerar as-
pectos legais e composição ideal de valores para o nosso exemplo, 
uma vez que o objetivo é aplicar e entender os conceitos de elabo-
ração da DOAR.
Fatos ocorridos no ano de 2016: imagine uma empresa constituída 
por dois sócios, na data de 15 de dezembro de 2016, para explorar 
o ramo de comércio varejista de confecções, com capital social no 
valor de R$ 50.000,00, totalmente subscritos e integralizadospelos 
sócios, na ordem de 50% de cada um deles.
Sequencialmente, no ano de 2017, houve a realização dos se-
guintes fatos:
1. Abertura de uma conta bancária, em 20 de agosto de 2016, 
no Banco dos Brasileiros, com depósito inicial no valor de 
R$ 40.000,00.
2. Reembolso efetuado aos sócios, por meio dos cheques nº 1 
e 2, referentes aos gastos com a constituição da empresa, 
incluindo as despesas de legalização e pequenas reformas 
no imóvel, no valor de R$ 5.000,00.
3. Compra de Móveis e Utensílios, conforme nota fiscal nº 1.000 
da empresa ABC Comércio de Móveis S.A., no valor de R$ 
10.000,00, sendo o pagamento mediante emissão de dez 
 UNIUBE 23
duplicatas no valor de R$ 1.000,00 cada uma delas, sendo o 
primeiro pagamento/vencimento a partir de dois anos dessa 
data, ou seja, data de compra.
4. Compra de Mercadorias para revenda, conforme nota fiscal 
nº 123, da empresa XYZ Indústria e Comércio de Confecções 
Ltda., no valor de R$ 60.000,00, sendo 50% pago à vista, com 
cheque nº 3, e o restante para pagamento em 60 dias.
Fatos ocorridos no ano de 2018:
5. Vendas de Mercadorias conforme notas fiscais emitidas, 
no valor de R$ 80.000,00, sendo R$ 45.000,00 à vista e R$ 
35.000,00 a prazo.
6. Pagamento efetuado em dinheiro a fornecedores, no valor de 
R$ 30.000,00.
7. Pagamento de duplicatas (longo prazo) no valor de R$ 2.000,00.
8. Depósito efetuado na conta corrente da empresa, no valor de 
R$ 20.000,00.
9. Despesas de aluguéis, pagas durante o ano, em cheque, no 
valor de R$ 11.000,00.
10. Compras de Mercadorias do fornecedor JKL Indústria e 
Comércio de Confecções Ltda., no valor de R$ 25.000,00, sen-
do R$ 5.000,00 à vista, pagos em cheque, e o restante a prazo.
11. Despesas com vendas, pagas durante o ano, em dinheiro no 
valor de R$ 4.000,00.
24 UNIUBE
12. Despesas Gerais e Administrativas no valor de R$ 8.000,00 
a serem pagas no exercício seguinte.
13. Os sócios aumentaram o capital no valor de R$ 30.000,00, 
com realização efetuada da seguinte forma: o sócio A realizou 
sua parte com um imóvel, no valor de R$ 15.000,00, e o sócio 
B realizou sua parte em dinheiro.
Com base nas informações apresentadas, após as contabilizações 
necessárias, já considerando as apropriações das despesas, depre-
ciações e amortizações, provisões necessárias, apuração do resulta-
do e cálculos dos impostos sobre o lucro, temos condições de elaborar 
o Balanço Patrimonial, a DRE, a DLPA e a DOAR, conforme a seguir:
Balanço Patrimonial - encerrado em 31/12/2018 - valores expressos em R$
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
DISPONÍVEL
Caixa 14.000,00
Bancos conta Movimento 9.000,00
Total do Disponível 23.000,00
CONTAS A RECEBER
Clientes 35.000,00
(-) Provisão para Devedores Duvidosos (700,00)
Total do Contas a Receber 34.300,00
ESTOQUES
Estoques de Mercadorias 53.000,00
Total do Ativo Circulante 110.300,00
ATIVO NÃO CIRCULANTE
IMOBILIZADO
Móveis e Utensílios 10.000,00
 UNIUBE 25
(-) Depreciação Acumulada (1.000,00)
Imóveis 15.000,00
Instalações 5.000,00
(-) Depreciação Acumulada (1.000,00)
Total do Ativo Não Circulante 28.000,00
Total do Ativo 138.300,00
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores 20.000,00
Contas a Pagar 14.500,00
Impostos a Recolher 8.000,00
Provisão para Contribuição Social 780,00
Provisão para IRPJ 1.560,00
Dividendos a Pagar 1.638,00
Total do Passivo Circulante 46.478,00
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Duplicatas a Pagar 8.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 80.000,00
Reserva Legal 273,00
Lucros ou Prejuízos Acumulados 3.549,00
Total do Patrimônio Líquido 83.822,00
Total do Passivo 138.300,00
26 UNIUBE
Demonstração do Resultado do Exercício - encerrada 
em 31/12/2018 - valores expressos em R$
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 80.000,00
Venda de Mercadorias 80.000,00
DEDUÇÕES E ABATIMENTOS (8.000,00)
Impostos e Contribuições sobre Vendas (8.000,00)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 72.000,00
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (32.000,00)
Custo das Mercadorias Vendidas - CMV (32.000,00)
LUCRO BRUTO 40.000,00
DESPESAS OPERACIONAIS (32.200,00)
Despesas com Vendas (4.700,00)
Despesas Gerais e Administrativas (27.500,00)
RESULTADO ANTES DAS RECEITAS 
E DESPESAS FINANCEIRAS
7.800,00
RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS 
SOBRE O LUCRO
7.800,00
Provisão para o IRPJ (1.560,00)
Provisão para a CSLL (780,00)
RESULTADO LÍQUIDO DAS 
OPERAÇÕES CONTINUADAS
5.460,00
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - 
encerrada em 31/12/2018 - valores expressos em R$
Lucro do Exercício 5.460,00
DESTINAÇÃO DO EXERCÍCIO
Reserva Legal (273,00)
Dividendos Obrigatórios (1.638,00)
Saldo no fim do Exercício 3.549,00
 UNIUBE 27
Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos - 
encerrada em 31/12/2018 - valores expressos em R$
1. ORIGENS DOS RECURSOS
1.1 Recursos derivados das operações
Lucro Líquido do Exercício 5.460,00
(+) Depreciação, amortização e exaustão 2.000,00
Total dos recursos das operações 7.460,00
1.2 Recursos derivados dos proprietários
Integralização de capital social 30.000,00
Total dos recursos dos proprietários 30.000,00
TOTAL DAS ORIGENS 37.460,00
2. APLICAÇÕES DOS RECURSOS
Dividendos distribuídos 1.638,00
Aumento (compra) de Ativo Imobilizado 15.000,00
Redução do Passivo Exigível a longo prazo 2.000,00
TOTAL DAS APLICAÇÕES 18.638,00
3. AUMENTO OU DIMINUIÇÃO DO CCL 18.822,00
4. VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)
4.1 Capital Circulante Líquido inicial
Ativo Circulante no início do período 75.000,00
(-) Passivo Circulante no início do período (30.000,00)
(=) Capital Circulante Líquido no início do período 45.000,00
4.2 Capital Circulante Líquido final
Ativo Circulante no final do período 110.300,00
(-) Passivo Circulante no final do período (46.478,00)
(=) Capital Circulante Líquido final 63.822,00
4.3 Variação do CCL 18.822,00
Desta forma, podemos perceber a importância e complexidade na 
elaboração e apresentação da DOAR, uma vez que os dados de-
vem ser apurados e trabalhados com muita atenção.
28 UNIUBE
Além disso, para a preparação da DOAR, é preciso distinguir ope-
rações que movimentam somente contas não circulantes e, portan-
to, não afetam o capital circulante líquido, mas que representam 
ingressos e aplicações expressivos de recursos e, principalmente, 
movimentação da conta “Capital Social”, que necessitam ser evi-
denciadas e vão figurar tanto nas origens quanto nas aplicações de 
recursos, tais como a integralização de capital com bens do ativo 
imobilizado; o aumento de capital social em virtude de conversão 
de empréstimos de longo prazo, inclusive contas correntes com 
controladora; a aquisição de imobilizado com financiamento de lon-
go prazo; a venda de bens do ativo imobilizado com pagamento 
previsto para o longo prazo etc.
1.3 Demonstração dos fluxos de caixa - DFC
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) foi instituída no Brasil 
por meio da alteração do inciso IV do § 6º do art. 176 da Lei das 
S.A., pela Lei nº 11.638/07, que passou a exigir a elaboração dessa 
demonstração pelas sociedades fechadas com patrimônio líquido 
superior a R$ 2.000.000,00 e por todas as companhias abertas.
SAIBA MAIS
Quando tratarmos de uma entidade empresarial estrangeira, os 
fluxos de caixa decorrentes de transações em moeda estrangeira 
devem ser registrados na moeda funcional da entidade, converten-
do-se o montante em moeda estrangeira à taxa cambial na data de 
cada fluxo de caixa.
 UNIUBE 29
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), como seu próprio 
nome indica, destina-se a prestar informações sobre os fluxos fi-
nanceiros (entradas e saídas de dinheiro) no decorrer do exercício 
social e possibilita melhor avaliação da capacidade de geração de 
caixa da empresa e, também, das condições de liquidez e solvên-
cia. Portanto, a Demonstração dos Fluxos de Caixa dá maior trans-
parência ao conjunto de demonstrações divulgadas no mercado.
1.3.1 Fluxos de caixa
Fluxos de caixa são as entradas e as saídas de caixa e equiva-
lentes de caixa. Todo fluxo denota movimento, logo aDFC é dinâ-
mica e mostra as variações ocorridas entre os saldos de caixa de 
dois períodos consecutivos. Para entendermos um fluxo de caixa, é 
necessário observarmos as operações realizadas pela empresa e 
outros eventos que afetam o caixa de maneira positiva ou negativa.
REFLITA
Observe que a DOAR foi substituída pela DFC. Desta 
forma, compare a estrutura dessas demonstrações, para 
identificar as semelhanças e as diferenças. Com certeza, 
isso vai contribuir com o seu aprendizado!
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as movimentações das dis-
ponibilidades são divididas em três grupos distintos: atividades opera-
cionais, atividades de investimentos e atividades de financiamentos.
30 UNIUBE
1.3.1.1 Atividades Operacionais
Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais têm ori-
gem nas principais atividades geradoras de receitas da empresa, 
que resultam das transações e de outros eventos que são compu-
tados na apuração do lucro líquido ou prejuízo, tais como:
Recebimentos de caixa pela venda de merca-
dorias e pela prestação de serviços.
Recebimentos de caixa decorrentes de royalties, ho-
norários, comissões e outras receitas.
Pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços.
Pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados.
Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prê-
mios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice.
Pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a ren-
da, a menos que possam ser especificamente identificados 
com as atividades de financiamento ou de investimento.
Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos 
para negociação imediata ou disponíveis para venda futura.
Também são considerados fluxos de caixa das atividades opera-
cionais os pagamentos efetuados para a produção ou aquisição de 
ativos destinados à locação e subsequente venda, bem como os 
recebimentos de aluguéis ou auferidos dessa referida venda.
1.3.1.2 Atividades de Investimentos
As atividades de investimento, geralmente, consomem caixa e em 
grandes quantidades. Por sua vez, os investimentos realizados vão 
gerar caixa por sua utilização que, na maioria das vezes, se con-
centram em atividades operacionais. 
 UNIUBE 31
Entendemos a importância da divulgação dos fluxos de caixa 
decorrentes das atividades de investimentos separada das de-
mais atividades, principalmente na observação do montante de 
recursos destinados a itens cuja função patrimonial é a geração 
de fluxos de caixa futuros.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
A entidade deve divulgar os componentes de caixa e equivalentes 
de caixa e deve apresentar uma conciliação dos valores em sua 
demonstração dos fluxos de caixa com os respectivos itens divul-
gados no balanço patrimonial.
Em vista da variedade de práticas de gestão de caixa e de produtos 
bancários, a entidade deve divulgar a política que adota na deter-
minação da composição do caixa e equivalentes de caixa.
O efeito de qualquer mudança na política para determinar os com-
ponentes de caixa e equivalentes de caixa, por exemplo, mudança 
na classificação dos instrumentos financeiros previamente consi-
derados como parte da carteira de investimentos da entidade, deve 
ser apresentado de acordo com regra específica sobre Práticas 
Contábeis, Mudanças em Estimativas e Correção de Erro.
32 UNIUBE
Alguns exemplos de atividades de investimentos, são:
Pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e 
outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de 
desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria.
Recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imo-
bilizado, intangível e outros ativos de longo prazo.
Pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de 
outras entidades e participações societárias em joint ventures (exce-
to desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes 
de caixa ou mantidos para negociação imediata ou venda futura).
Recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instru-
mentos de dívida de outras entidades e participações societárias em 
joint ventures (exceto recebimentos referentes aos títulos considera-
dos como equivalentes de caixa e os mantidos para negociação).
Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exce-
to adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira).
Recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amor-
tização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto adian-
tamentos e empréstimos de uma instituição financeira).
Pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de op-
ção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para 
negociação imediata ou venda futura ou os pagamentos fo-
rem classificados como atividades de financiamento.
Recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de op-
ção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para 
negociação imediata ou venda futura ou os recebimentos fo-
rem classificados como atividades de financiamento.
Observemos, então, a importância e o grande volume das opera-
ções que representam as atividades de investimento.
Uma outra observação oportuna é que o caixa gerado diretamente pe-
las operações de investimentos resume-se na venda de ativos, ou seja, 
aquelas decorrentes das baixas com entradas de fluxos financeiros.
 UNIUBE 33
1.3.1.3 Atividades de Financiamentos
O financiamento de um empreendimento pode ser feito com capital 
próprio ou capital de terceiros. A geração ou consumo de caixa de-
correntes de atividades financeiras concentram os fluxos de capitais 
de terceiros (instituições financeiras) ou próprio (sócios ou acionistas).
Como exemplos de situações das atividades de financiamentos, temos:
Caixa recebido pela emissão de ações ou ou-
tros instrumentos patrimoniais.
Pagamentos de caixa a investidores para ad-
quirir ou resgatar ações da entidade.
Caixa recebido proveniente da emissão de debêntu-
res, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e ou-
tros empréstimos de curto e longo prazos.
Amortização de empréstimos e financiamentos, in-
cluindo debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e ou-
tros empréstimos de curto e longo prazo.
Pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do 
passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro.
De um modo geral, as atividades de financiamento são aquelas 
que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capi-
tal próprio e no capital de terceiros da entidade.
1.3.2 Transações que não afetam os fluxos de caixa
Por suas características naturais, alguns itens não afetam dire-
tamente o caixa. O fato contábil deles decorrentes não gera en-
tradas ou saídas de caixa. Os itens referentes às transações de 
34 UNIUBE
investimento e financiamento, que por não afetarem o uso de caixa 
ou equivalentes de caixa, não são objeto de inclusão na demonstra-
ção dos fluxos de caixa, mas são divulgadas em notas explicativas.
PARADA OBRIGATÓRIA
Embora existam transações que não afetam o caixa ou 
seus equivalentes da entidade empresarial, elas são de 
suma importância, tanto que são registradas nas Notas 
Explicativas - quando for o caso, bem como nas demais demons-
trações, por exemplo, as despesas com depreciação. Pense nisso!
Alguns exemplos de transações que não envolvem o caixa ou o equi-
valente de caixa são a transferência de direitos a receber ou de valo-
res a pagar do longo para o curto prazo, muito embora afete o capital 
circulante líquido, não movimenta nenhuma conta de disponibilidades. 
Evidentemente, é necessário distingui-las das contas de ativo não cir-
culante e passivo não circulante que são assim classificadas por exi-
gência legal, como é o caso das contas correntes com coligadas ou 
controladas ou as provisões para o Imposto de Renda.
Temos ainda os encargos de depreciação, amortização ou exaustão 
de bens e direitos do ativo imobilizado que geram a diminuição dos ati-
vos por sua utilização ou desgaste natural e o consequente aumento 
de despesas oucusto de produção sem transitar pelo caixa; o resul-
tado de equivalência patrimonial decorrente da avaliação de investi-
mentos em coligadas e controladas, que também não afetam o caixa. 
Tratando-se de ganho, aumenta-se o ativo imobilizado e gera-se 
uma receita, na hipótese de perda, diminui-se o ativo imobilizado 
 UNIUBE 35
e incorre-se em uma despesa; a constituição ou reversão de uma 
provisão ou de uma reserva também não implicam movimentação 
no caixa, muito embora tenham sido constituídas justamente para a 
proteção dos fluxos financeiros e a avaliação adequada dos ativos. 
Aqui também é ideal fazer uma distinção entre a reversão de uma 
provisão e sua baixa; a baixa pode ter sido originada justamente 
de um desembolso de caixa, como é o caso das provisões para 
férias e 13º salário, que são baixadas justamente pela quitação da 
obrigação com os funcionários. Também é importante salientarmos 
que as reservas são constituídas a partir do lucro líquido e não afe-
tam sua formação.
1.3.3 Métodos de apresentação da DFC
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) e a NBC 
TG 3, a DFC poderá ser apresentada de duas formas distintas:
a. Método Direto;
b. Método Indireto.
DICAS
Fique atento(a) nos seus estudos, inclusive para prestar provas de 
concursos ou até mesmo, para o Exame de Suficiência do CFC - 
só existem duas formas possíveis de apresentação da DFC: pelo 
método direto ou pelo método indireto.
36 UNIUBE
1.3.3.1 Método Direto
Essa forma de apresentação, pelo método direto, evidencia as en-
tradas e as saídas de caixa decorrentes dos principais componentes 
das atividades operacionais, organizadas por tipo de pagamento ou 
recebimento. Para sua elaboração é necessário estar de posse das 
informações de entradas e saídas nas contas de Caixa e Equivalente 
de Caixa no decorrer do exercício, segregados por espécie.
Como a movimentação das contas de Caixa e Equivalente de Caixa 
é feita diariamente, há um grande volume de lançamentos, por isso 
é bastante dificultoso obter essas informações nas razões contá-
beis, sendo necessário lançar mão de resumos mensais de fluxos 
de caixa gerenciais.
A seguir, um modelo básico da DFC pelo método direto:
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 20XX
Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais 
Recebimentos de clientes xxx
Pagamentos a fornecedores e empregados (xxx)
Caixa gerado pelas operações xxx
Juros pagos (xxx)
Imposto de renda e contribuição social pagos (xxx)
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos (xxx)
Caixa Líquido Proveniente das Atividades Operacionais xxx
Fluxos de Caixa das Atividades de Investimento 
Aquisição da controlada x líquido do caixa incluído na aquisição (A) (xxx)
Compra de ativo imobilizado (xxx)
Recebimento pela venda de equipamento xxx
Juros recebidos xxx
Dividendos recebidos xxx
 UNIUBE 37
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Investimento (xxx)
Fluxos de Caixa das Atividades de Financiamento 
Recebimento pela emissão de ações xxx
Recebimento por empréstimo a longo prazo xxx
Pagamento de passivo por arrendamento (xxx)
Dividendos pagos (xxx)
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Financiamento (xxx)
Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa xxx
Caixa e equivalentes de caixa no início do período (B) xxx
Caixa e equivalentes de caixa ao fim do período (B) xxx
1.3.3.2 Método Indireto
A forma de apresentação da DFC pelo método indireto parte do lu-
cro líquido, ajustando-os pelos valores referentes a receitas e des-
pesas que não interferem diretamente no caixa (tratadas anterior-
mente) da empresa e evidencia as variações positivas ou negativas 
ocorridas nas demais contas do ativo circulante, tais como: contas 
a receber de clientes; créditos diversos; estoques e despesas pa-
gas antecipadamente; fornecedores; tributos a pagar etc.
Para a elaboração da DFC pelo método indireto é necessário es-
tar de posse das demonstrações contábeis dos dois períodos, cuja 
variação do caixa se pretende evidenciar, que torna possível a ob-
tenção das variações dos saldos.
38 UNIUBE
IMPORTANTE!
Na grande maioria das vezes, a DFC é apresentada pelo método 
indireto, uma vez que estar em posse de todas as informações ne-
cessárias é um tanto quanto difícil…
Esse método é o mais usado em razão de ser o mais prático, pois 
nem sempre é possível estar de posse dos resumos das operações 
que afetaram o caixa e, ainda, muitos empresários entendem que, 
muito embora seja importante evidenciar o fluxo de caixa, o método 
direto expõe excessivamente as operações realizadas.
Analise, a seguir, o modelo básico da apresentação pelo método indireto:
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto 20XX
Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais 
Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social xxx
Ajustes por: 
Depreciação xxx
Perda cambial xxx
Renda de investimentos (xxx)
Despesas de juros xxx
Aumento nas contas a receber de clientes e outros (xxx)
Diminuição nos estoques xxx
Diminuição nas contas a pagar - fornecedores (xxx)
Caixa proveniente das operações xxx
Juros pagos (xxx)
Imposto de renda e contribuição social pagos (xxx)
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos (xxx)
Caixa Líquido Proveniente das Atividades Operacionais xxx
 UNIUBE 39
Fluxos de Caixa das Atividades de Investimento 
Aquisição da controlada X menos cai-
xa líquido incluído na aquisição
(xxx)
Compra de ativo imobilizado (A) (xxx)
Recebimento pela venda de equipamento xxx
Juros recebidos xxx
Dividendos recebidos xxx
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Investimento (xxx)
Fluxos de Caixa das Atividades de Financiamento 
Recebimento pela emissão de ações xxx
Recebimento por empréstimos a longo prazo xxx
Pagamento de obrigação por arrendamento (xxx)
Dividendos pagos (xxx)
Caixa Líquido Usado nas Atividades de Financiamento (xxx)
Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa xxx
Caixa e equivalente de caixa no início do período xxx
Caixa e equivalente de caixa no fim do período xxx
O que diferencia o modelo da DFC pelo método indireto do modelo 
pelo método direto é a apresentação das atividades operacionais.
SINTETIZANDO
Estudamos neste capítulo duas importantes demonstrações con-
tábeis, embora uma delas, a DOAR, não esteja mais em uso. Ah, 
mesmo não fazendo mais parte das demonstrações contábeis vi-
gentes, é importante estar por dentro, pois algumas bancas ain-
da a cobram em concursos e até mesmo na prova do Exame de 
Suficiência do CFC - Conselho Federal de Contabilidade.
40 UNIUBE
Vimos que a DOAR tem por objetivo evidenciar as modificações 
ocorridas na posição financeira de curto prazo da entidade empre-
sarial, onde alguns autores afirmam que o compromisso básico é 
relatar as movimentações de valores ocorridas no exercício em 
questão, que tenha provocado variação no ativo circulante líquido, 
sendo que toda entrada (origem) ou saída (aplicação) de recursos 
aumente ou diminua o ativo circulante ou o passivo circulante.
Por sua vez, a DFC destina-se a prestar informações sobre os flu-
xos de entradas e saídas de dinheiro (financeiro) no decorrer do 
exercício social e possibilita melhor avaliação da capacidade de 
geração de caixa da empresa e, também, das condições de liqui-
dez e solvência. Portanto, a Demonstração dos Fluxos de Caixa dá 
maior transparência ao conjunto de demonstrações divulgadas no 
mercado. Além disso, pode ser divulgada de duas formas possí-
veis: pelo método direto ou, pelo método indireto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá!
Chegamos ao final desse capítulo, onde estudamos duas importan-
tes demonstrações contábeis: a DOAR e a DFC.
Sobre a DOAR, passamos desde a sua obrigatoriedade às em-
presas, e a sua forma de evidenciação: a DOAR evidenciava 
em certo período, as modificações que originavam as variações 
na posição financeira, ou seja, no capital circulante líquido da 
entidade. Desta forma, todos os fatos que modificam o capital 
circulante líquido da empresafaziam parte dessa demonstração, 
a qual é útil para compreender a evolução da posição financeira 
 UNIUBE 41
da empresa, bem como para assimilar a política adotada pela 
diretoria dela na gestão dos seus recursos.
Vimos em nossos estudos também que a DOAR foi substituída 
pela DFC em 31/12/2007, a qual destina-se a prestar informa-
ções sobre os fluxos financeiros (entradas e saídas de dinheiro) 
no decorrer do exercício social e possibilita melhor avaliação da 
capacidade de geração de caixa da empresa e, também, das 
condições de liquidez e solvência. Portanto, a Demonstração 
dos Fluxos de Caixa dá maior transparência ao conjunto de de-
monstrações divulgadas no mercado.
Ainda na DFC, estudamos os fluxos de caixa e as atividades 
empresariais, que se dividem em operacionais, de investimentos 
e de financiamentos.
Além disso, conseguimos estudar os modelos e métodos de divul-
gação da demonstração dos fluxos de caixa - DFC, os quais são o 
método direto e o método indireto, e pudemos perceber que o mé-
todo indireto é o mais usual, uma vez que estar em posse de todas 
as informações necessárias para a divulgação pelo método direto 
é um tanto quanto difícil.
Bons estudos, sucesso sempre!
William Alves Notario
Introdução
Demonstração do valor 
adicionado - DVA e 
balanço social
Capítulo
2
Olá,
Neste capítulo vamos estudar sobre a Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA), que trata-se de uma declaração muito 
importante, mas não obrigatória a todas entidades empresariais. 
Mesmo assim, é uma declaração de suma importância e muito 
utilizada pelos analistas e profissionais da área.
A DVA é um dos componentes do balanço social e por isso tem 
a finalidade de demonstrar a riqueza e sua distribuição pela 
entidade, e sua elaboração deverá ser feita de acordo com as 
regras constantes na NBC T 1 - Estrutura Conceitual Básica 
para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações 
Contábeis, cujos dados são obtidos principalmente por meio 
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
Na sequência, vamos estudar o balanço social. 
O balanço social também não traz em suas diretrizes a 
obrigação de elaboração e publicação, mas nos dias atuais, 
está sendo um requisito decisivo para o sucesso empresarial 
no mundo dos negócios.
Tendo em vista a alta complexidade do mercado, bem como a 
alta competitividade entre as empresas, o balanço social está 
sendo um diferencial nesse processo, uma vez que traz em 
suas bases ser um demonstrativo de elaboração espontânea 
• Estudar a estrutura da Demonstração do Valor 
Adicionado - DVA
• Compreender o Balanço Social e sua estrutura
• Entender a aplicabilidade do Balanço Social
• Demonstração do Valor Adicionado - DVA
• Definições
• Informações da DVA
• A riqueza e a distribuição
• Situações especiais na DVA
• Visão geral da DVA
• Balanço Social
• Histórico do balanço social
• Obrigatoriedade
• A importância do balanço social
Objetivos
Esquema
e voluntária, publicado anualmente pelas empresas, reunindo 
um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e 
ações sociais dirigidos aos empregados, aos investidores, 
aos analistas de mercado, aos acionistas e à comunidade. 
Vamos nessa e bons estudos!
Demonstração do valor adicionado - DVA2.1
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é um dos componen-
tes do balanço social e por isso tem a finalidade de demonstrar 
a riqueza e sua distribuição pela entidade, e sua elaboração de-
verá ser feita de acordo com as regras constantes na NBC T 1 - 
Estrutura Conceitual Básica para a Elaboração e Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, cujos dados são obtidos principalmente 
por meio da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
 UNIUBE 45
Segundo Ferreira (2007, p.575), temos que:
A demonstração do valor adicionado evidencia 
a riqueza econômica produzida pela companhia 
em determinado exercício. A DVA expõe: o valor 
adicionado pela empresa em razão de suas ativi-
dades; a forma de distribuição da riqueza gerada, 
entre empregados, acionistas, financiadores de 
capital, governo, comunidade; e a parcela retida 
na empresa para reinvestimento.
A DVA elaborada pela entidade deve ser apresentada ao término 
de cada exercício social como parte integrante das demonstrações 
contábeis que são divulgadas.
Com a alteração promovida pela Resolução CFC nº 1.162/09, a 
obrigatoriedade de elaboração da DVA e sua apresentação como 
parte das demonstrações contábeis, divulgadas ao término de 
cada exercício social, se aplica às sociedades anônimas de capital 
aberto e outras que a legislação exigir. Anteriormente à sua publi-
cação, a obrigatoriedade se aplicava a todas as pessoas jurídicas 
que divulgassem suas demonstrações contábeis.
Embora a obrigatoriedade se refira apenas a um grupo de socieda-
de, é importante que todas as pessoas jurídicas que divulgam suas 
demonstrações contábeis procedam à elaboração da DVA.
Sobre a obrigatoriedade e apresentação da DVA, Montoto (2015, 
p.987), entende que:
A entidade, sob a forma jurídica de sociedade por 
ações, com capital aberto, e outras entidades que a lei 
assim estabelecer, devem elaborar a DVA e apresentá
-la como parte das demonstrações contábeis divulga-
das ao final de cada exercício social. É recomendado, 
entretanto, a sua elaboração por todas as entidades 
que divulgam demonstrações contábeis (Redação 
dada pela Resolução CFC nº 1.162/2009).
46 UNIUBE
A DVA deve evidenciar a participação dos sócios não controladores 
e prestar informações aos usuários das demonstrações contábeis re-
lativas à maneira como a riqueza de determinada entidade foi criada, 
bem como os procedimentos utilizados para a sua distribuição. O de-
talhamento da riqueza deverá ser feito da seguinte maneira:
Tabela 1: Detalhamento da riqueza na DVA
Pessoal e encargos.
Impostos, taxas e contribuições.
Juros e aluguéis.
Juros sobre o Capital Próprio (JCP) e dividendos.
Lucros retidos/prejuízos do exercício.
Fonte: o autor
2.1.1 Definições
Entende-se por valor adicionado a riqueza criada pela empresa e 
mensurada pela diferença entre o valor das vendas e dos insumos 
adquiridos. Referida riqueza também pode decorrer de transferên-
cias realizadas por terceiros à entidade.
Nesse sentido, segundo Montoto (2015, p.988), “o valor adiciona-
do que uma empresa ou uma pessoa física pode gerar fazendo 
negócios com a venda de mercadorias é calculado pela simples 
diferença entre o valor da venda e o custo da mercadoria vendida”.
Representa a receita de venda de produtos e serviços a importân-
cia reconhecida na contabilidade a esse título, segundo o regime 
 UNIUBE 47
de competência e incluída na demonstração do resultado do perí-
odo a que se refere.
Consideram-se outras receitas as importâncias decorrentes da bai-
xa de ativos não circulantes por ocasião da venda e demais transa-
ções incluídas na DRE que não configurem transferência de uma 
entidade à outra.
As outras receitas também incluem, para o propósito da elabora-
ção e divulgação da DVA, valores que não transitam pela DRE, 
tais como os relativos à construção de ativos para uso próprio da 
entidade e aos juros pagos ou creditados incorporados aos valores 
dos ativos de longo prazo.
Os juros relativos a estoques de longa maturação deverão ser in-
formados como riqueza apenas no momento de suas baixas, o que 
afasta qualquer possibilidade de considerá-lo como outras receitas.
Os insumos adquiridos de terceiros são representativos dos valores 
correspondentes às aquisições de matérias-primas, energia, servi-
ços etc., que tenham sido transformados em despesas do período. 
Enquanto se mantiverem nos estoques, os insumos adquiridos de 
terceiros não compõem a formação de riqueza.
Os valores a título de depreciação, amortização e exaustão corres-
pondem as importâncias reconhecidas no período e utilizadas na con-
ciliação entre os fluxos de caixa e o resultado líquido do período.
Sobre o conceito de valor adicionado, Reis e Marion (2006, p.250) 
entendem que:
Somatório da remuneraçãopaga a todos aqueles 
que participaram do processo de produção adi-
cionada do valor correspondente ao desgaste do 
ativo fixo (depreciação) e mais o valor transferido 
ao Governo sob a forma de tributo indiretos.
48 UNIUBE
O valor adicionado recebido em transferência evidencia a riqueza não 
criada pela entidade que a detém, mas por terceiro que a cedeu. A 
riqueza objeto de transferência deve ser divulgada em separado.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Por intermédio da Resolução CFC nº 1.138, de 21/01/2008, publicada 
no Diário Oficial da União de 28/11/2008, com alteração dada pela 
Resolução CFC 1.162/09, foi aprovada a NBC TG 09, que trata da 
Demonstração do Valor Adicionado. A Comissão de Valores Mobiliários, 
por meio da Deliberação CVM nº 557, de 12/11/2008, publicada no 
Diário Oficial da União de 17/11/2008, aprovou o Pronunciamento 
Técnico CPC 09 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que tra-
ta sobre a Demonstração do Valor Adicionado (DVA). O item 3 da 
mencionada norma recebeu nova redação pela Resolução CFC nº 
1.162, de 27/03/2009, e foi publicada no Diário Oficial da União de 
31/03/2009, com a recomendação de que toda a entidade que divul-
gou demonstrações contábeis deve elaborar a DVA.
2.1.2 Informações da DVA
A DVA procura demonstrar a parcela de contribuição da entidade 
na formação do Produto Interno Bruto (PIB), bem como o valor 
agregado aos insumos adquiridos pela entidade e que são vendi-
dos ou consumidos.
O cálculo do valor adicionado possui diferenças entre os modelos 
contábil e econômico, ou seja, para cálculo do PIB, enquanto a 
economia se baseia na produção, a contabilidade evidencia a rea-
lização da receita com base no regime de competência.
 UNIUBE 49
Desta forma, como a produção e a venda ocorrem em momentos 
distintos, o cálculo do PIB com base na economia e na contabilida-
de geralmente apontam diferenças.
A diferença entre os dois cálculos será menor quando comparadas 
à diferença entre os estoques inicial e final, ou seja, quanto menor 
a diferença entre os estoques, ou na inexistência desses, os cálcu-
los com base nas ciências econômica e contábil conciliarão.
RELEMBRANDO
Embora não seja obrigatória a todas as pessoas jurídicas, é impor-
tante que todas as entidades empresariais divulguem a DVA junto 
às demais demonstrações contábeis.
A DVA permite aos usuários das demonstrações contábeis a possi-
bilidade de avaliarem as atividades da entidade dentro da socieda-
de a que fazem parte. Muitas vezes, o recebimento de investimento 
por órgão público não é capaz de ter as suas informações presta-
das apenas pela DRE.
2.1.3 A riqueza e a distribuição
A DVA é construída a partir da DRE. A receita a ser considerada na 
DVA é determinada a partir da receita bruta da DRE com impostos, 
considerando as deduções e adições descritas a seguir:
50 UNIUBE
Tabela 2: Ajustes da riqueza na DVA
Receita Bruta na DVA (com impostos)
(-) Devoluções
(-) Abatimentos
(-) PCLD/PDD
(+) Reversão de PCLD/PDD
(+) Ganhos de Capital
(-) Perdas de Capital
Fonte: adaptada de Montoto (2015, p.991)
A receita bruta na DVA é o valor que a empresa fatura incluindo to-
dos os impostos de venda (IPI, ICMS, PIS e COFINS), deduzindo as 
devoluções, abatimentos, a Provisão para Créditos de Liquidação 
Duvidosa (PCLD) e perdas de Capital, somando a eventual rever-
são de PCLD e ganhos de Capital.
Existe também a determinação dos insumos utilizados para ge-
rar a receita, onde deve ser considerado o valor das mercado-
rias mais as despesas com contratação de serviços de terceiros 
e materiais diversos. O conceito para o cálculo do valor dos in-
sumos consiste em somar ao CMV materiais diversos e todas as 
despesas que não sejam pagamentos diretos ou indiretos aos 
empregados, nem impostos ou remuneração por utilização de 
um Ativo de terceiros (aluguéis).
Todos esses valores devem ser considerados com os impostos e 
contribuições:
 UNIUBE 51
Tabela 3: Insumos utilizados para gerar a receita
CMV com impostos
(+) Serviços de terceiros (energia elétrica, telefonia, consulto-
rias, treinamento, advogados, pessoal terceirizado etc.)
(+) Materiais diversos utilizados
(+) Outros gastos realizados para vender, produzir ou pres-
tar serviços que não sejam distribuição do valor gerado
Fonte: adaptada de Montoto (2015, p.991)
O valor adicionado gerado é a diferença entre a receita gerada e os 
insumos utilizados para produzir a receita:
Valor Adicionado = Receita Gerada - Insumos
As normas e diretrizes determinam que a DVA apresente a distri-
buição do valor adicionado para apenas quatro grupos de pessoas:
• Empregados;
• Terceiros;
• Governos; e
• Sócios ou retidos na empresa.
52 UNIUBE
IMPORTANTE!
A distribuição do valor adicionado pode ser feita apenas para os 
quatro grupos apresentados.
Com base nesses grupos permitidos, segue um melhor detalha-
mento sobre esses quatro grupos:
Tabela 4: Detalhamento dos grupos para distribuição da riqueza
VALOR BASE TOTAL DAS DESPESAS NA DRE
(-) Distribuído aos Empregados
(-) Salários, Honorários, Horas 
Extras, Comissões, Prêmios etc.
(-) FGTS
(-) Benefícios (assistência mé-
dica, alimentação etc.)
(-) Distribuído a Terceiros
(-) Juros Passivos
(-) Aluguéis Passivos
(-) Royalties Passivos
(-) Distribuído aos Governos
(-) Federal (IR, CSLL, IOF, PIS, 
COFINS, INSS patronal)
(-) Estadual (ICMS, IPVA)
(-) Municipal (ISS, IPTU, taxas diversas)
(-) Distribuído aos Sócios 
ou Retidos na Empresa
Dividendos distribuídos ou lu-
cros utilizados para constituição 
de reservas de lucros, aumento de 
Capital ou ainda não destinados
Fonte: Montoto (2015, p.991)
 UNIUBE 53
2.1.4 Situações especiais na DVA
Existem algumas situações especiais que afetam a elaboração da 
DVA, conforme a seguir:
• Depreciação de itens avaliados ou reavaliados ao valor justo 
(fair value)
• A avaliação de ativos ao seu valor justo ou a reavaliação pro-
voca mudanças na estrutura patrimonial da empresa. As re-
feridas alterações promovem efeitos tributários que devem 
ser registrados contabilmente. Dessa forma, a realização de 
ativos reavaliados ou avaliados ao seu valor justo afeta os 
resultados da empresa, e por consequência a DVA.
• Ajustes de exercícios anteriores
• Os ajustes de exercícios anteriores devem ser adaptados 
na DVA relativa ao período mais antigo apresentado, da 
mesma forma que os valores comparativos apresentados.
• Ativos construídos pela empresa para uso próprio
• A construção de ativos na empresa destinada a uso próprio 
é procedimento comum e engloba a utilização de recursos 
externos (materiais etc.) e internos (mão de obra). Na ela-
boração da DVA, o valor contábil dessa construção será 
considerado receita, pois se equipara à produção vendida 
para a própria empresa. Já a mão de obra alocada, juros 
ativados e tributos incidentes serão considerados distribui-
ção de riqueza e os gastos com serviços de terceiros e 
materiais apropriados como insumos. Os resultados ge-
rados pelos ativos colocados em uso recebem o mesmo 
tratamento conferido aos resultados de ativos adquiridos 
54 UNIUBE
de terceiros. O tratamento da depreciação obedece a essa 
mesma comparação. Na elaboração da DVA, os gastos de 
construção devem ser tratados como receitas relativas à 
construção de ativos próprios para que se evite o desmem-
bramento das despesas de depreciação.
• Distribuição de lucros relativos a exercícios anteriores
• A DVA, embora elaborada a partir da DRE, também se es-
trutura a partir da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados na parte em que movimentações nesta con-
ta dizem respeito à distribuição do resultado do exercício 
apurado na demonstração própria. Embora seja permitida 
pela entidade a distribuição de lucros relativos a exercícios 
anteriores ou vigentes para a elaboração da DVA, deve-
rão ser considerados apenas os dividendos apurados com 
base nos resultados do próprio período.
• Substituição Tributária
• As normas legais vigentes permitem a transferência daresponsabilidade (parcial ou total) tributária a um terceiro, 
desde que vinculado ao fato gerador do tributo, por meio 
de duas formas:
• Substituição Tributária Progressiva: ocorre com a ante-
cipação do pagamento do tributo devido apenas na ope-
ração seguinte. Para o substituto tributário (fabricante ou 
importador), o valor do imposto antecipado primeiro é 
incluído e depois deduzido do faturamento.
• Substituição Tributária Regressiva: nas operações em 
que o tributo é recolhido e tratado contabilmente como 
 UNIUBE 55
impostos a recuperar, o valor desses incidentes na ven-
da é apresentado na DVA pelo valor total. Quando não 
houver direito ao crédito, o valor recolhido será tratado 
como custo dos estoques.
2.1.5 Visão geral da demonstração do valor adicionado - DVA
De um modo geral, a DVA é subdividida em duas partes, onde na 
primeira calculamos o valor adicionado a distribuir, e na segunda, 
quem se beneficiou com a distribuição.
Para determinar o valor adicionado total das riquezas geradas que 
podem ser distribuídas a partir do valor adicionado bruto, descon-
tamos o valor também conhecido como retenção, que é a deprecia-
ção, amortização ou exaustão.
Esses valores não podem ser distribuídos porque são valores que refe-
rem-se à recuperação de Capital investido em Ativos Não Circulantes. 
Nesse sentido, Montoto (2015, p.994) afirma que “o valor adicionado 
líquido é obtido descontando a retenção do valor adicionado bruto. 
Somando o valor adicionado recebido de terceiros ao valor adicionado 
líquido, obteremos o valor total adicionado a distribuir”.
Dessa forma, o valor adicionado recebido de terceiros por uma em-
presa é constituído, basicamente, dos ganhos em função da aplica-
ção de recursos em ação ou quotas de Capital (dividendos ou ga-
nhos de equivalência patrimonial), receitas de aluguéis, comissões 
e licenciamento de Ativos (royalties ou taxas de franquia).
Com base nessas informações, seguem ambas as partes da DVA:
56 UNIUBE
Tabela 5: Primeira parte da DVA
1 Receita (descontando as devoluções, a provisão para créditos de 
liquidação duvidosa (PCLD) e as perdas de capital e adicionan-
do os ganhos de Capital e as eventuais reversões da PCLD)
2 (-) Insumos (CMV adicionado a serviços, materiais de terceiros e outros)
3 Valor adicionado bruto (3 = 2 - 1)
4 (-) Depreciação, amortização e exaustão
5 Valor adicionado líquido gerado pela empresa (5 = 3 - 4)
6 (+) Valor adicionado recebido de terceiros (aluguéis, juros, ganhos de 
equivalência patrimonial, dividendos, royalties recebidos ou ganhos)
7 Valor adicionado total a distribuir (7 = 5 + 6)
Fonte: adaptada de Montoto (2015, p.994)
Conforme estudamos, existem duas partes na DVA, e a segunda 
aborda quem se beneficiou com as riquezas geradas pela entidade 
empresarial, e apuradas pela primeira parte da demonstração.
Dessa forma, na segunda parte da DVA, deve ser demonstrada a 
distribuição da riqueza entre apenas os quatros grupos permitidos 
pela legislação: pessoal próprio, governos, terceiros e lucros dos 
sócios e/ou retidos na própria empresa.
Vamos analisar, então, a segunda parte da DVA:
 UNIUBE 57
Tabela 6: Segunda parte da DVA
I
Valor distribuído aos empregados (pessoal)
Salários, honorários, comissões e adicionais benefícios e FGTS
II
Valor distribuído aos governos
Impostos, contribuições e taxas federais, estaduais e municipais
III
Valor distribuído aos terceiros
Juros, aluguéis e royalties pagos ou creditados a terceiros
IV
Valor distribuído aos sócios e lucros retidos
 Dividendos, juros sobre o Capital próprio e reservas de lucros
(-) Prejuízo do exercício
V Valor total distribuído (V = I + II + III + IV)
Fonte: adaptada de Montoto (2015, p.995)
2.2 Balanço social
O balanço social é um demonstrativo de elaboração espontânea 
e voluntária, publicado anualmente pelas empresas, reunindo um 
conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações so-
ciais dirigidos aos empregados, aos investidores, aos analistas de 
mercado, aos acionistas e à comunidade. 
É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o 
exercício da responsabilidade social corporativa.
De acordo com Ferreira (2007, p.578):
Entende-se por balanço social o documento pelo 
qual a empresa apresenta dados que permitam 
identificar o perfil da sua atuação sócio-ambiental, 
58 UNIUBE
a quantidade de suas relações com os emprega-
dos, a participação destes nos resultados eco-
nômicos da empresa e as possibilidades de seu 
desenvolvimento pessoal, o cumprimento das 
cláusulas sociais e a interação da empresa com a 
comunidade e sua relação com o meio ambiente.
No balanço social a empresa mostra o que faz por seus profissio-
nais, dependentes, colaboradores e comunidade, dando transpa-
rência às atividades e buscando melhorar a qualidade de vida, ou 
seja, sua função principal é tornar pública a responsabilidade social 
empresarial, construindo maiores vínculos entre as empresas, a 
sociedade e o meio ambiente.
REFLITA
Você já parou para pensar o quanto é importante o balanço 
social nos dias atuais, tendo em vista a complexidade do 
mundo dos negócios e a alta competitividade?
Ainda nesse sentido, Reis e Marion (2006, p.254) entendem que:
No balanço social a empresa mostra o que faz 
por seus profissionais, dependentes, colaborado-
res e comunidade, dando transparência às ativi-
dades que buscam melhorar a qualidade de vida 
para todos. Ou seja, sua função principal é tornar 
pública a responsabilidade social empresarial, 
construindo maiores vínculos entre a empresa, a 
sociedade e o meio ambiente.
O balanço social é uma ferramenta que, quando construída por 
múltiplos profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a 
preocupação da empresa com as pessoas e a vida no planeta.
 UNIUBE 59
2.2.1 Histórico do balanço social
Na década de 60, nos EUA e na Europa, o repúdio da população 
à Guerra do Vietnã deu início a um movimento de boicote à aqui-
sição de produtos e ações de algumas empresas ligadas ao con-
flito. Nesse contexto, a sociedade exigia uma nova postura ética 
e diversas empresas passaram a prestar contas de suas ações e 
objetivos sociais.
Foi buscando atender a essa demanda, que iniciou-se a elabora-
ção e divulgação anual de relatórios com informações de caráter 
social, que hoje chamamos de balanço social.
No Brasil, a ideia começou a ser discutida na década de 70. 
Entretanto, apenas a partir de 1980 surgiram os primeiros balanços 
sociais de empresas. 
A partir da década de 90, corporações de diferentes setores passa-
ram a publicar o balanço social anualmente.
A proposta, no entanto, só ganhou projeção nacional quando o so-
ciólogo Herbert de Souza, o “Betinho”, lançou uma campanha pela 
divulgação voluntária do balanço social em junho de 1997. 
Tendo o apoio e a participação de lideranças empresariais, a cam-
panha decolou e vem gerando debates até os dias de hoje, por 
meio da mídia, seminários e fóruns.
Atualmente é possível contabilizar o sucesso dessa iniciativa e afir-
mar que o processo de construção de uma nova mentalidade e de 
novas práticas no meio empresarial está em pleno curso.
60 UNIUBE
PARADA OBRIGATÓRIA
Hoje, no Brasil, temos diversas entidades que publicam 
seu balanço social junto às demais declarações contábeis. 
Pesquise sobre isso, buscando os modelos e estruturas de 
publicações das entidades empresariais.
É visível a preocupação com a divulgação desse balanço, embora 
não obrigatória, isto porque passa a ser um marketing para a em-
presa que o divulga.
2.2.2 Obrigatoriedade
Não existe previsão legal para a elaboração e publicação do balanço social.
Porém, existem setores comerciais, industriais e instituições fi-
nanceiras que exigem o balanço para fins de análise, inclusive 
para aprovação de créditos e pesquisas no âmbito do interesse 
social e ambiental.
Para os analistas de mercado, o balanço social é um valoroso do-
cumento porque propicia analisar a situação econômica e financei-
ra da empresa,

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