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Síntese do livro Vigiar e Punir - Parte 3 capítulo I e capítulo II Capítulo I Os Corpos Dóceis

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Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA) 
Curso: Enfermagem – Período: 1º período – Disciplina: Educação em Saúde 
Nome: Fernanda Machado Nogueira Castro 
 
Síntese do livro “Vigiar e Punir” de Michel Foucault - Parte 3: capítulo I e capítulo II 
Capítulo I – Os Corpos Dóceis 
No primeiro capítulo da parte três do livro Vigiar e Punir de Michel Foucault, o 
texto se inicia através da perspectiva dos soldados do século XVII e os soldados do século 
XVIII. Esta abordagem compara do ponto de vista comportamental-anatômico os corpos 
dos soldados. 
Um corpo dócil 
O corpo docilizado é um corpo fabricado pela disciplina para se tornar submisso, 
exercitado e útil. Essa esquadrinha de poder desarticula o indivíduo e o recompõe. Um 
corpo dócil é submetido, utilizado, transformado e aperfeiçoado. 
A partir dos séculos VXII e XVIII, a mecânica do poder se reinventou para tornar os 
corpos mais obedientes e produtivos. Assim, nasce as fórmulas gerais de dominação, 
que permitem um controle minucioso das operações do corpo e o impõe constante 
assujeitamento a uma relação de docilidade-utilidade. 
A disciplina é um conjunto de métodos que dominam os corpos para se fazer não 
somente o que se quer, mas para que operem como quer, utilizando técnicas, segundo 
a rapidez e a eficácia que se determina. Ela está presente na minúcia dos regulamentos, 
o olhar das inspeções, no quadro, na classificação, na organização do espaço e no 
controle das atividades, pois a disciplina é a anatomia política do detalhe. 
A organização das gêneses e a composição das forças 
A macro e a microfísica do poder integraram as práticas de dominações e o 
controle temporal em uma organização unitária e cumulativa, ou seja, em uma forma 
linear do tempo. Essa linha é composta por divisões em séries, na qual para cada avanço 
é necessária uma avaliação positiva, pois o fim de uma série marcar o início de outra. 
A composição da força é a articulação dos corpos para obter um aparelho 
eficiente. O tempo de um se ajusta e combina ao tempo dos outros para que se possa 
extrair o máximo de quantidade de forças. Deve bastar um sinal para que o assujeitado 
faça o que se quer. 
 
 
Capítulo II – Recursos para um bom adestramento. 
No segundo capítulo da parte três do livro Vigiar e Punir de Michel Foucault, o 
tema principal é o adestramento do corpo para se apropriar dele mais e melhor. A 
disciplina toma os indivíduos ao mesmo tempo como objetos e como instrumentos de 
seu exercício. 
Poder disciplinar 
O poder flui não somente em um ponto, mas em linhas e fluxos diversos. Devido 
a isso, não há distância entre o indivíduo e o poder. Ele só reprime em última hipótese, 
pois antes disso ele forma, treina, exercita e conduz, de maneira lenta e contínua. 
As instituições disciplinares produziram uma maquinaria de controle que funciona 
como um microscópio de comportamento. As divisões tênues e analíticas por elas 
realizadas formaram, ao redor dos homens, um aparelho de observação, registro e 
treinamento. Assim, a hierarquia, que possui andares como uma pirâmide social, faz 
com que os indivíduos possam observar o andar de baixo e o seu andar, tornando a 
vigilância mais refinada, ou seja, quanto maior o número de pessoas, maior as divisões 
de trabalho e maior será a vigilância hierárquica. 
Na essência de todos os sistemas disciplinares, funciona um mecanismo penal. Um 
aparelho de micro penalidades se forma em torno do indivíduo sujeito à instituições 
disciplinares: o castigo pode ser leve, mas deve gerar efeitos no âmbito moral. 
 
Discussões em sala de aula 
Educação e disciplina 
As escolas partiram de uma perspectiva foucaultiana de poder, inclusive as do 
Brasil. O processo disciplinar e suas formas de vigilância e manipulação são presentes 
dentro do diário escolar, da mesma maneira que o assujeitamento dos indivíduos para 
uma submissão anatômica-comportamental. 
Atualmente, com os avanços e o surgimento de outras perspectivas no contexto 
da educação escolar, podemos ver correntes educacionais que advogam pela autonomia 
do conhecimento por parte dos discentes. Estes pensamentos entram em dialética com 
a perspectiva foucaultiana de ensino. Entretanto, a busca pelo conhecimento por um 
processo autônomo gera efeitos mais assertivos no contexto educacional, pois ocasiona 
em uma maior apropriação e internalização das informações.

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