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Gestão de Compras na Área Pública

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Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
O que é uma licitação; princípios constitucionais da administração pública aplicados à licitação; tipos de
licitações classificadas em função das faixas de valores; modalidades de dispensa de licitação em
função do objeto e da pessoa, e especificidades das licitações tratadas pela Lei 13303/16.
PROPÓSITO
Compreender as diferenças entre os bens públicos e os bens particulares, principalmente no que tange
às características particulares das Leis 8666/93 e 13303/16.
PREPARAÇÃO
Para acompanhar o tema, é necessário estar com uma cópia da Constituição Federal de 1988, Lei
8666/93, LC 101/02, das Leis 10520/02 e 13303/16 para consulta.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever as compras no setor públicos e suas especificidades
MÓDULO 2
Identificar os principais aspectos das compras públicas na Lei 8666/93
MÓDULO 3
Descrever as modalidades de inexigibilidade e dispensa de licitações
MÓDULO 4
Descrever as especificidades da Lei 13303/16 e as fases pós-licitação e o contrato público
INTRODUÇÃO
No estudo da gestão das compras públicas, temos diversos aspectos que as diferenciam das compras
de uma empresa privada ou de um cidadão. Como, no serviço público, toda compra deve, a princípio,
ser precedida de licitação — ou seja, a não existência de um processo de negociação tradicional, mas
uma concorrência em que vence o melhor preço, como em um leilão —, as cadeias de suprimentos
desses órgãos ficam sempre condicionadas a esse regramento.
Diversos aspectos desse regramento serão abordados nos módulos a seguir. Dessa forma, é muito
importante entender que isso provoca uma restrição muito grande a processos amplamente difundidos
na indústria, como o Just-in-Time ou outros processos mais flexíveis de produção ou desenvolvimento
de produtos. Apesar da busca pela eficiência como meta constitucional, conforme apresentado no artigo
37 da CF88, ela deve estar subordinada ao estrito processo legal e burocrático prescrito pela lei,
buscando evitar desvios e fraudes nos processos e tornando-os rastreáveis em caso de suspeitas de
desvios ou malversação dos recursos públicos.
MÓDULO 1
 Descrever as compras no setor públicos e suas especificidades
LIGANDO OS PONTOS
No ano de 2016, foi promulgada a Lei nº 13.303 que trata especificamente da governança nas Empresas
Públicas e nas de Capital Misto. Essa lei trouxe várias inovações, aproximando a governança das
empresas independentes daquela exigida das empresas S/A, que já eram regidas pela Lei nº 6.404 de
1976. Essa nova lei também trouxe inovações paras as compras públicas executadas por essas
empresas. Para entendermos melhor os aspectos mais gerais da Lei nº 13.303/16, vamos estudar o
caso da empresa pública SERPRO.
O SERPRO é uma empresa pública que fornece serviços de comunicação e TI para o governo federal.
Seu principal cliente é a Receita Federal do Brasil, dentro do Ministério da Economia. O SERPRO
atende ainda a diversos outros órgãos do governo federal, do legislativo, do judiciário, além de estados e
municípios. A empresa também vende para o particular cerificados digitais para acesso e assinaturas
eletrônicas dentro dos sistemas federais.
Importante destacar que o SERPRO é uma empresa independente, pois tem seu próprio faturamento
que cobre as suas despesas correntes e, inclusive, de capital, apresentando lucro em suas operações.
Como uma empresa independente, está obrigada a seguir as regras da Lei nº 13.303/16 no que tange à
governança e às licitações.
No último ano, a empresa foi procurada pelo Ministério do Trabalho para o fornecimento de controles de
presença de seus servidores via sistema biométrico de monitoramento. Para tal, a empresa indicou que
poderia fornecer os serviços e que o ministério poderia contratá-la por dispensa de licitação, conforme
consta como hipótese na Lei nº 13.303/16. A contratação foi realizada nessa modalidade, mas, após
uma análise dos auditores do TCU, foi indicado que o enquadramento dado ao contrato estava incorreto.
APÓS A LEITURA DO CASE, É HORA DE APLICAR
SEUS CONHECIMENTOS! VAMOS LIGAR ESSES
PONTOS?
1. SEGUNDO A LEI Nº 13.303/16, ALGUMAS EMPRESAS PÚBLICAS
INDEPENDENTES PODEM DEIXAR DE SEGUIR REGRAS ESTIPULADAS. DE
ACORDO COM UMA DESSAS REGRAS, EMPRESAS COM FATURAMENTO
ABAIXO DE CERTO VALOR PODEM DEIXAR DE CUMPRIR A OBRIGATORIEDADE
DE SEREM CONSTITUÍDAS REGRAS ESPECÍFICAS DE GOVERNANÇA. QUAL O
VALOR MÁXIMO DESSE FATURAMENTO?
A) Abaixo de 30 milhões.
B) Abaixo de 45 milhões.
C) Abaixo de 60 milhões.
D) Abaixo de 80 milhões.
E) Abaixo de 90 milhões.
2. AS EMPRESAS PÚBLICAS E AS DE ECONOMIA MISTA TAMBÉM ESTÃO
OBRIGADAS A SEGUIR OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EM SUA ATUAÇÃO.
ESSES PRINCÍPIOS APLICADOS A TODAS AS AÇÕES NA ESFERA PÚBLICA
SÃO RESUMIDOS EM CINCO PALAVRAS QUE FORMAM O ACRÔNIMO LIMPE.
INDIQUE QUAL ALTERNATIVA APRESENTA ESSAS PALAVRAS DE FORMA
CORRETA.
A) Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade; Eficácia.
B) Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade; Eficiência.
C) Lealdade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade; Eficácia.
D) Legalidade, Improbidade, Moralidade, Publicidade; Eficiência.
E) Legalidade, Impessoalidade, Modicidade, Publicidade; Eficácia.
GABARITO
1. Segundo a Lei nº 13.303/16, algumas empresas públicas independentes podem deixar de
seguir regras estipuladas. De acordo com uma dessas regras, empresas com faturamento abaixo
de certo valor podem deixar de cumprir a obrigatoriedade de serem constituídas regras
específicas de governança. Qual o valor máximo desse faturamento?
A alternativa "E " está correta.
 
Comentário
A Empresas Públicas e de Capital Misto que não dependem de recursos do orçamento público para
pagarem suas despesas correntes são consideradas independentes conforme definição apresentada na
Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal. Todas as empresas estão obrigadas a
seguir as regras de governança apresentadas na Lei nº 13.303/16. No entanto, as empresas públicas
com faturamento anual inferior a 90 milhões, mesmo sendo independentes, podem deixar de cumprir
algumas regras de governança.
2. As empresas públicas e as de economia mista também estão obrigadas a seguir os princípios
constitucionais em sua atuação. Esses princípios aplicados a todas as ações na esfera pública
são resumidos em cinco palavras que formam o acrônimo LIMPE. Indique qual alternativa
apresenta essas palavras de forma correta.
A alternativa "B " está correta.
 
Os princípios constitucionais para a administração pública descritos no artigo 37 são universais dentro
da gestão pública, abarcando todos que de alguma maneira tenham ligação administrativa ou
orçamentária com os recursos públicos. Sua criação objetiva resguardar os recursos públicos e levar a
administração pública a utilizá-los de modo racional e eficiente.
3. CONSIDERADO O CASO DA EMPRESA SERPRO
APRESENTADO, POR QUE O AUDITOR INDICOU QUE O
ENQUADRAMENTO DO CONTRATO ESTAVA ERRADO?
RESPOSTA
Espelho de resposta
O contrato foi firmado baseado na Lei nº 13.303/16, que se refere às empresas públicas e de economia
mista. No entanto, quem está realizando a compra é um órgão público, que é regido pela Lei nº 8.666/93.
Isso aponta para um erro formal na motivação da dispensa no contrato. Contudo, a dispensa de licitação
poder acontecer por se tratar de uma compra de um órgão público federal em uma empresa pública federal,
ou seja, tanto o comprador como o vendedor têm o mesmo titular, a União. Esse é um caso previsto na Lei nº
8.666/93 de dispensa de licitação.
LEGISLAÇÃO
As compras efetuadas por entes públicos, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e de
capital misto devem seguir regras específicas, como dita o inciso XXI do artigo 37 da Constituição
Federal de 1988.
Nesse inciso, é informado que, exceto em casos especiais, todas as compras, obras, serviços e
alienações serão feitos por processo de licitação.
Esse processo é ditado pela Lei 8666/93 para todos os entes públicos, excetuando as empresas nãodependentes, tanto as públicas como as de capital misto e suas subsidiárias, conforme dita a Lei
13303/16, utilizando a definição da LC 101 — Lei de Responsabilidade Fiscal, quando define qual
empresa é dependente.
CF – Art. 37 – XXI.
LC 101/00 – Art. 2º – III
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 ATENÇÃO
(OBS.: Sempre que aparecer a referência de algum artigo das Leis 8666/93 e 13303/16, ele deve ser
lido antes de prosseguir na leitura da matéria)
É com base nessa definição de empresa dependente que a Lei 13303/16 irá construir a sua
flexibilização de alguns parâmetros da licitação e da contratação de compras, alienações, obras e
serviços das empresas públicas e mistas.
A LC 101/00 define quais são as empresas dependentes e dita que são aquelas que utilizam recursos
do tesouro para o seu funcionamento, ou seja, que não têm receitas próprias suficientes para se
manterem independentes de recursos públicos.
Nessa configuração, todos os entes federados, autarquias e fundações públicas são, a priori, excluídos.
No entanto, as empresas públicas e de capital misto podem ou não estar excluídas, dependendo de
serem ou não dependentes. As ONG’s e OCIP’s, por utilizarem e gerirem recursos públicos, também
precisam seguir algumas regras descritas na legislação de licitações da Lei 8666/93.
LEI 13303/16 – ART. 1º
Nesse ponto, é importante destacar que a Lei 13303/16 abrange todas as empresas públicas e de
capital misto que explorem comercialmente atividade empresarial, não importa o ente federado ao qual
estejam associadas, valendo, inclusive, para empresas federais ou mistas instituídas por autarquias.
 EXEMPLO
Um exemplo desse tipo de empresa é a Dataprev — empresa pública de tecnologia instituída pela
sociedade da União com a sua autarquia INSS. Como essa empresa tem receitas próprias, pela sua
prestação de serviços, que inclui órgãos tanto da União quanto de estados, municípios e do poder
judiciário, ela é considerada uma empresa não dependente, podendo utilizar a Lei 13303/16 em suas
contratações.
Vamos entender alguns parágrafos da Lei 1303/16 – Art. 1º:
LEI 1303/16 – ART. 1º – § 1º
As empresas com faturamento inferior a 90 milhões podem deixar de seguir algumas regras constantes
nessa lei, mesmo sendo consideradas independentes. Uma das exigências trazidas para as empresas
não dependentes, no artigo 6º, e que elas estão dispensadas de seguir, é a obrigatoriedade de serem
constituídas regras específicas de governança. Outras questões também são dispensadas, mas
nenhuma delas se refere às compras públicas, ficando tais empresas obrigadas a seguirem as regras.
LEI 1303/16 – ART. 1º – § 2º
Ao contrário do disposto no parágrafo anterior, aqui são ditadas as regras gerais para as empresas,
incluindo as dependentes, conforme definição da LC 101/00. Essas regras estão nos Capítulos I e II do
Título II, e tratam das licitações e de suas dispensas, assunto que trataremos, especificamente, no
módulo 3.
LEI 1303/16 – ART. 1º – § 3º E § 4º
Com essa permissão expressa dada à União, ela passa a poder ditar regras específicas para as
empresas públicas e de economia mista, principalmente em relação às questões que não são tratadas
nessa lei, bem como aos limites de valores de dispensa de licitação e de enquadramento dos tipos de
licitação possíveis. O poder público tem um prazo para a instituição dessas condições especiais,
conforme dita o § 4º.
LEI 1303/16 – ART. 1º – § 5º, § 6º, § 7º – I, II, III, IV, V, VI, VII,
VIII, IX, X
Os demais incisos e parágrafos desse artigo tratam das demais situações em que empresas
relacionadas com as empresas públicas e as sociedades de economia mista são obrigadas a
submeterem suas ações e documentações às exigências constantes na Lei 13303/16. Eles indicam que
empresas coligadas — ou seja, que o poder público tem participação acionária, mas não detêm o
controle da empresa — devem seguir regras ditadas por essa lei.
O QUE É UMA LICITAÇÃO E OS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA APLICADOS À LICITAÇÃO
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA LICITAÇÃO
Licitação é um processo de compras em que regras rígidas são ditadas e devem ser seguidas
estritamente, sob pena de punição para o agente que não as segue. De acordo com alguns estudiosos
da área pública, só é permitido ao agente público fazer aquilo que a lei autoriza, enquanto que, ao
particular, tudo é permitido, exceto o que a lei proíbe. Essa é a base para a obrigatoriedade de seguir o
processo de licitação, uma vez que, como já demonstrado, o art. 37 da CF obriga a adoção desse
procedimento.
A licitação é como um leilão, pois o objetivo é contratar aquele que oferece o menor preço, podendo ser
requeridos outros dois parâmetros — qualificação técnica e econômica. Esse processo foi estabelecido
como uma forma de isonomia entre os concorrentes e está embasado no caput do art. 37, que coloca
como diretrizes da administração pública a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência (LIMPE). Essas diretrizes ou princípios norteiam toda a administração pública e têm amplo
impacto nas licitações.
Todo o processo de licitação está ancorado nos princípios da administração, pois deve seguir todo um
processo legal, determinado por lei específica e que procura abarcar todas as possibilidades existentes.
São princípios da administração:
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
PUBLICIDADE
IMPESSOALIDADE
A impessoalidade é tratada de forma objetiva, buscando promover um certame público, buscando
identificar possíveis pontos de interferência dos agentes públicos e neutralizando-os, de forma a tornar
todo o processo apenas burocrático, na melhor concepção da palavra.
MORALIDADE
A moralidade é buscada de forma diuturna em todo o processo de licitação, apesar de vermos tantos
casos de fraudes e desvios, como os casos das empreiteiras em licitações feitas pela Petrobrás durante
os governos federais do PT. Esse princípio está diretamente ligado com a ética na gestão pública e recai
de forma acintosa nos processos de licitações, impactando diretamente os demais princípios da
administração pública.
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PUBLICIDADE
A publicidade indica que qualquer licitação seja tornada pública, não importando o tipo de licitação
proposta. Existem casos em que esse princípio deixa de ser cumprido, principalmente quando envolve
segurança nacional com informações confidenciais. Esse tipo de processo deve ser muito bem
fundamentado, e sua necessidade deve ser comprovada, pois a divulgação é um instrumento muito
importante de controle da administração pública. É por meio dele que se pode verificar o trabalho dos
agentes públicos, principalmente com o advento da Lei de Acesso a Informação Lei 12.527/11, que
garantiu o acesso livre a todo cidadão das informações disponíveis e não disponibilizadas
automaticamente nos sites e demais meios pela administração pública.
IMPESSOALIDADE
A impessoalidade garante que o agente público não favorecerá seus amigos ou conhecidos, sendo
a influência ilegal e punida de diversas formas, conforme consta na Lei 8666/93, 13303/16 e no
Código Penal. Esse tipo de comportamento por parte do agente público responsável pelo certame
ou de funcionário público não envolvido diretamente — terceiro —, enseja a dispensa do servidor
por justa causa, após Processo Administrativo Disciplinar (PAD), seguido à investigação prévia ou
à denúncia que indique irregularidade cometida pelo servidor..
Por fim, em relação aos princípios listados na CF, temos a eficiência como um dos princípios da
administração pública.
 COMENTÁRIO
Esse princípio foi incorporado à CF posteriormente, durante o governo do presidente Fernando Henrique
Cardoso, no bojo da reforma gerencialista trazida por Bresser-Pereira, na década de 1990, com a
Emenda Constitucional nº 19/98.
Esse princípio veio para acomodar a ideia de que o serviço público deveria buscar a eficiência e
garantir que o estado gerasse economia em suas contas, como um dos pilares da macroeconomia. Ele
foi introduzidojunto com a figura do Contrato de Gestão, que garantiu maior liberdade aos gestores
públicos, desde que algumas metas fossem cumpridas.
CF art. 37 – § 8º e Incisos I, II, III
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EFICIÊNCIA
Virtude ou característica de (alguém ou algo) ser competente, produtivo, de conseguir o melhor
rendimento com o mínimo de erros e/ou dispêndios. A eficiência é um conceito que se baseia no
melhor resultado entre custo e benefício, buscando o menor custo com o melhor benefício..
CONTRATO DE GESTÃO
Contrato firmado entre o ente público e órgão, autarquia ou Fundação Pública no intuito de garantir
maior autonomia aos gestores em troca do atingimento de metas preestabelecidas e postas em
contrato, tendo prazo de duração como uma das cláusulas obrigatórias..
RESTRIÇÕES PARA O DESCUMPRIMENTO DAS
NORMAS DA LICITAÇÃO E DOS CONTRATOS
NA LEI 8666/93
Quando existe algum tipo de irregularidade na licitação ou no contrato administrativo, o concorrente ou
contratado pode ser punido, conforme lista a Lei 8666/93.
Essas punições independem de ação judicial e estão ancoradas no Poder de Polícia pertencente ao
Estado.
Esse poder garante que o Estado tem o direito de exercer a fiscalização e de aplicar punições ao
cidadão ou à organização que deixar de cumprir a regra estabelecida. Toda punição aplicada pelo
Estado pode ser discutida no poder judiciário.
Dentro dos atos administrativos, existem etapas que não podem ser objeto de discussão na justiça, no
entanto, qualquer punição imposta pelo Estado possui a prerrogativa de ser modificada pelo poder
judiciário. Essa possibilidade garante ao cidadão e à organização o direito de ampla defesa, expresso na
CF88. Mesmo durante a fiscalização e a aplicação da punição, já na esfera administrativa, o contratado
tem o direito à ampla defesa e ao contraditório. Todo processo de punição imposto pelo Estado deve
conter período de defesa e direito a recorrer da punição ainda na esfera administrativa.
As punições impostas pela Lei 8666/93 seguem esse princípio e estão expostas nos artigos
81 A 88
81 A 99
100 A 108
109
81 A 88
Nesses artigos, são classificados os tipos de infrações que podem ser cometidas e as punições para
cada uma delas.
81 A 99
Tratam dos crimes e das penas impostas tanto aos funcionários públicos envolvidos nos crimes como
aos participantes de licitações ou contratos.
100 A 108
Tratam do processo e do procedimento judicial envolvido nesses crimes, momento no qual o processo
disciplinar administrativo é enviado ao poder judiciário, que irá proceder com o processo legal para
penalização dos envolvidos em crimes contra o patrimônio público.
109
O artigo 109 e seus incisos e parágrafos tratam dos recursos administrativos que garantem o amplo
direito de defesa dos acusados.
Neste momento, trataremos apenas do primeiro grupo de artigos, pois tratam de assunto específico
desse tipo de licitação e contrato. Nos artigos 89 a 89, ao falar sobre as punições para alguns tipos de
infrações cometidas durante a licitação e a vigência dos contratos, são listadas apenas as sanções
administrativas que os contratados podem sofrer. Ele inicia com a recusa a adjudicação do objeto por
parte do licitante vencedor da concorrência. Lei 8666/93 – Art. 81 e parágrafo único.
ADJUDICATÁRIO
Adjudicatário – Termo utilizado para o processo de declaração do vencedor da concorrência dada
pela licitação. O adjudicatário é a pessoa física ou jurídica que assume a obrigação de assinar o
contrato e cumprir esse contrato, fornecendo os produtos, executando a obra ou fornecendo os
produtos.
Quando um concorrente da licitação é declarado vencedor do certame, ele tem por direito ser declarado
habilitado para a adjudicação do objeto da licitação. Nesses casos, ele ainda pode recusar a
adjudicação, desde que fundamente sua alegação.
Após esse processo de adjudicação, ou seja, o aceite do objeto da licitação pelo fornecedor, ele não
pode mais recuar desse compromisso. Se recuar, receberá punição, pois estará impondo prejuízo ao
erário público, incorrendo em infração passível de punição conforme o artigo 81 da Lei 8666/93.
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Fonte: create jobs 51/Shutterstock
A exceção ditada pelo parágrafo primeiro diz respeito ao segundo colocado na concorrência: ele não
está obrigado a aceitar a adjudicação do objeto da licitação nas mesmas condições dadas pelo primeiro
colocado. Essa exceção se deve ao fato de ele não ter apresentado uma proposta com o mesmo valor
do vencedor. No entanto, se ele quiser aceitar o objeto da concorrência nas mesmas condições que o
vencedor desistente, terá a adjudicação transferida para seu nome.
Os artigos 82 a 84 tratam das sanções a agentes públicos que podem se somar a punições civil e
penais, ou seja, não se confundem com elas e podem ser aplicadas independentemente e
cumulativamente a outras punições dadas em esferas distintas do Direito. É importante entender que
essas sanções aplicadas administrativamente não substituem as outras sanções, penas e demais
restrições impostas por outras esferas públicas.
Lei 8666/93 – Art. 82, 83, 84 – § 1º, 2º.
Vale a pena chamar a atenção para a definição de servidor público tratado nessa lei, que é dado pelo
artigo 84, pois não é a definição dada em outras leis, mas abarca todo agente físico ou jurídico que
exerce cargo, emprego ou função. Nessa definição, estão abarcados todos os que, de alguma forma,
respondem por erário público, pois lista, inclusive, as paraestatais, como ONG’s, OSCIP’s e demais
paraestatais, como cooperativas que recebem dinheiro do poder público, normalmente via contrato de
gestão, para desenvolverem serviço tipicamente do estado.
Quando tratam das sanções administrativas especificamente em relação às organizações que
participam da licitação e do contrato administrativo, estas são listadas em três categorias.
Essas categorias são: advertência, multa, suspensão temporária da participação em licitações ou
contratações com a administração pública, por prazo não superior a dois anos, e declaração de
inidoneidade para participar de licitações ou contratações com a administração pública, pelo tempo que
durar os motivos que deram causa ou até a reabilitação pela administração pública.
Lei 8666/93 – Art. 86. – §1º, 2º, 3º – art. 87, I, II, III, IV.
 ATENÇÃO
Todas essas punições podem ser aplicadas em conjunto, ou seja, a aplicação da advertência não exclui
a possibilidade de aplicação de multa, e a aplicação de multa não exclui a possibilidade de suspensão
temporária ou mesmo permanente.
O interessado que sofrer essas punições tem o prazo de cinco dias para apresentar sua defesa prévia,
podendo ser exercida ou não, a critério do interessado. Outro ponto importante é que, se a multa
aplicada for maior do que a caução dada em garantia no momento da assinatura do contrato, uma das
cláusulas exorbitantes previstas na Lei 8666/93, o poder público pode cobrar essa diferença tanto
administrativamente, por meio da emissão de título executivo, como judicialmente, por meio de processo
de execução judicial. A aplicação das sanções administrativas é de exclusividade do Ministro de Estado,
Secretário Estadual ou Municipal, com prazo de defesa do interessado de 10 dias da abertura de vista.
Em caso de procedimento da defesa, a reabilitação pode ser requerida em 2 dias de sua aplicação.
As sanções previstas nesses artigos podem ser aplicadas a empresas e profissionais que tenham sido
condenados, por dolo, em fraude de recolhimento dos tributos, independentemente de quais sejam. Se
derem causa a atos ilícitos para frustrar os objetivos da licitação, também podem ser punidos com as
sanções listadas anteriormente, além de também se enquadrarem nessas sanções os concorrentes que
não tiverem condições de participarem da licitação ou que a vencerem sem condições de cumprir com o
objeto contratado.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FEPESE, 2016) A LEI Nº 8.666/93, AO REGULAMENTAR O INCISO XXI, DO
ARTIGO 37DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ESTABELECEU NORMAS GERAIS
SOBRE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. PARA TANTO, EXISTEM
ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS QUE NORTEIAM OS PROCEDIMENTOS
LICITATÓRIOS E QUE MERECEM O DEVIDO DESTAQUE. SÃO ELES:
A) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade e
da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da vinculação ao instrumento
convocatório, princípio do julgamento objetivo.
B) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade e
da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da moralidade, princípio do julgamento
objetivo.
C) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade e
da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da cidadania, princípio do julgamento
objetivo.
D) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da pessoalidade, princípio da moralidade e
da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da vinculação ao instrumento
convocatório, princípio do julgamento objetivo.
2. (MAKIYAMA, 2014) CONSIDERANDO O PREVISTO PELA LEI 8666/93, A
RESPEITO DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS NO ÂMBITO DA LICITAÇÃO E DO
CONTRATO ADMINISTRATIVO, PODE-SE AFIRMAR QUE:
A) A penalidade de advertência não é aplicável para o caso de inexecução parcial ou total do contrato.
B) No caso de aplicação da penalidade de multa, a Administração fica impedida de rescindir,
unilateralmente, o contrato pelo mesmo motivo.
C) A pena de suspensão temporária de participação em licitação e o impedimento de contratar com a
Administração será superior a quatro anos.
D) O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma
prevista no instrumento convocatório ou no contrato.
GABARITO
1. (FEPESE, 2016) A Lei nº 8.666/93, ao regulamentar o inciso XXI, do artigo 37 da Constituição
Federal, estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos administrativos. Para tanto,
existem alguns princípios básicos que norteiam os procedimentos licitatórios e que merecem o
devido destaque. São eles:
A alternativa "A " está correta.
 
Comentário
A Lei 8666/96 lista os princípios contidos no art. 37 da CF e acrescenta mais alguns, como o princípio da
Isonomia, ou seja, igualdade entre os participantes das licitações, além de outros princípios.
2. (Makiyama, 2014) Considerando o previsto pela Lei 8666/93, a respeito das sanções
administrativas no âmbito da licitação e do contrato administrativo, pode-se afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
Comentário
Uma vez que, para que a multa seja aplicada, ela deve constar no contrato firmado com a administração
pública, conforme indica o caput do artigo 86 da Lei 8666/93.
MÓDULO 2
 Compreender os principais aspectos das compras públicas na Lei 8666/93
LIGANDO OS PONTOS
As compras públicas sempre foram uma preocupação da sociedade que acabaram por influenciar o
legislador a construir leis que regulamentassem esse processo. Em 1993, foi criada a Lei nº 8.666/93,
que regulamentou todo o processo de licitações considerando os princípios constitucionais de
administração pública e os princípios listados nela própria. Com essa lei, a licitação passou a ter regras
específicas que procuravam resguardar os recursos públicos, trazendo transparência e isonomia para as
concorrências e gerando equilíbrio e busca pelo preço justo nas compras públicas. Para entendermos
melhor o processo de licitação introduzido pela Lei nº 8.666/93, iremos estudar o caso do Ministério da
Educação – MEC.
O Ministério da Educação cuida de toda a educação nacional. Apesar de algumas etapas da educação
estarem a cargo de outros entes federados, é o MEC que emite todas as regras gerais da educação
nacional, desde a pré-escola até o pós-doutorado. O MEC também cuida da distribuição e da
fiscalização dos fundos específicos da educação, como o FUNDEB. Assim, esses fundos podem ser
investidos por estados e municípios para o desenvolvimento da educação básica, fundamental e do
ensino médio.
Todos os recursos utilizados na educação em escolas públicas vêm do orçamento público. Por isso,
esses recursos precisam seguir os tramites indicados pela Lei nº 8.666/93. Determinado município, ao
efetuar uma compra para uma escola utilizando recursos do FUNDEB, gerido pelo MEC, realizou a
dispensa de licitação. O valor da compra de R$200.000,00 abrangeu carteiras e cadeiras para as salas
de aula das escolas municipais. O contrato foi assinado e as carteiras e cadeiras foram entregues no
prazo e em ordem. Porém, quando o prefeito foi prestar contas para o MEC, teve suas verbas
bloqueadas por estar desenquadrado na Lei nº 8.666/93.
APÓS A LEITURA DO CASE, É HORA DE APLICAR
SEUS CONHECIMENTOS! VAMOS LIGAR ESSES
PONTOS?
1. NO JULGAMENTO DAS LICITAÇÕES, SEGUNDO A LEI Nº 8.666/93, ALGUMAS
EMPRESAS E SEGUIMENTOS TÊM VANTAGEM EM CASO DE DESEMPATES.
APONTE A ALTERNATIVA QUE INDICA ESSAS EMPRESAS E SITUAÇÕES.
A) Produtos produzidos no exterior sem similar nacional; Produtos produzidos ou serviços prestados por
empresas brasileiras; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que invistam em
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no país; Produtos produzidos ou serviços prestados por
empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
B) Produtos produzidos em território nacional; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas
estrangeiras sem similar no Brasil; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que
invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no país; Produtos produzidos ou serviços
prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa
com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
C) Produtos produzidos no exterior sem similar nacional; Produtos produzidos ou serviços prestados por
empresas estrangeiras sem similar no Brasil; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas
que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no país; Produtos produzidos ou serviços
prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa
com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
D) Produtos produzidos em território nacional; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas
brasileiras; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no país; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social, e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
E) Produtos produzidos no exterior sem similar nacional; Produtos produzidos ou serviços prestados por
empresas estrangeiras sem similar no Brasil; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas
que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no país; Produtos produzidos ou serviços
prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa
com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social.
2. A LEI Nº 8.666/93 PREVÊ TRÊS TIPOS DISTINTOS DE MODALIDADES DE
LICITAÇÃO REGRADA PELO VALOR DAS LICITAÇÕES, ALÉM DE TIPOS DE
CLASSIFICAÇÃO DE OBJETOS LICITADOS. SELECIONE A ALTERNATIVA QUE
APONTA OS TIPOS DE LICITAÇÃO AUTORIZADAS POR ESSA LEI. VALE
RESSALTAR QUE UMA DESSAS MODALIDADES DEIXOU DE EXISTIR NA NOVA
LEI DE LICITAÇÕES Nº 14.133/21.
A) Concorrência, Convite, Acordo de disputa, Concurso,Pregão e Leilão.
B) Concorrência, Convite, Tomada de Preço, Pregão, Pregão eletrônico e Leilão.
C) Concorrência, Tomada de Preço, Concurso, Pregão; Leilão e Diálogo Competitivo.
D) Concorrência, Tomada de Preço, Concurso eletrônico, Pregão; Leilão e Diálogo Competitivo.
E) Concorrência, Convite, Tomada de Preço, Concurso, Pregão e Leilão.
GABARITO
1. No julgamento das licitações, segundo a Lei nº 8.666/93, algumas empresas e seguimentos têm
vantagem em caso de desempates. Aponte a alternativa que indica essas empresas e situações.
A alternativa "D " está correta.
 
As preferências no momento do desempate é algo importante previsto por lei no processo de licitação,
pois ajuda empresas com características que trazem desenvolvimento para o país para além da mera
produção.
2. A Lei nº 8.666/93 prevê três tipos distintos de modalidades de licitação regrada pelo valor das
licitações, além de tipos de classificação de objetos licitados. Selecione a alternativa que aponta
os tipos de licitação autorizadas por essa lei. Vale ressaltar que uma dessas modalidades deixou
de existir na nova Lei de licitações nº 14.133/21.
A alternativa "E " está correta.
 
A Lei nº 8.666/93 traz uma série de possibilidades de licitação, as quais foram ampliadas conforme
novas possibilidades foram criadas. No entanto, apenas 5 modalidades são originárias da Lei nº
8.666/93. No ano de 2021, foi aprovada e entrou em vigor a Lei nº 14.133/21, que mantém algumas
questões da Lei nº 8.666/93 e altera outras, como, por exemplo, elimina a modalidade de licitação
Convite.
3. SEGUINDO AS INFORMAÇÕES APRESENTADAS NO
CASO, SE VOCÊ FOSSE CHAMADO PARA DAR UMA
EXPLICAÇÃO AO PREFEITO DO PORQUÊ O MEC
BLOQUEOU OS NOVOS REPASSES PARA O MUNICÍPIO,
QUAL SERIA A SUA EXPLICAÇÃO?
RESPOSTA
Espelho de resposta
A explicação para esse bloqueio é bem simples: a Lei nº 8.666/93 só autoriza a dispensa de licitação por
valor para compras inferiores a R$15.000,00. Nesse caso, a compra foi de R$200.000,00 sem a
concorrência, sendo uma infração à Lei nº 8.666/93, mesmo que a licitação tenha alcançado o menor preço
do mercado e que tudo tenha transcorrido de forma precisa e em excelência.
INTRODUÇÃO À LEI 8666/93
A Lei 8666/93 — Lei das Licitações, como ficou conhecida — versa sobre os processos de licitação em
todos os entes federados, incluindo as autarquias, fundações públicas e, até a aprovação da Lei
13303/16, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, como lista seu artigo 1º e
parágrafo único. Essa lei, além de versar sobre a licitação, trata das fases precedentes e da adjudicação
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do objeto licitado, do contrato administrativo, suas características e particularidades, das infrações e
punições dos envolvidos em todo esse processo.
Lei 8666/93 Art. 1o e Parágrafo único.
É nessa lei que se especifica a obrigatoriedade da licitação, em cumprimento ao disposto no inciso XXI
do artigo 37 da CF88, colocados todos os procedimentos, valores limites, as formas de constituição das
comissões de julgamento das licitações, entre outros aspectos relevantes. Esses aspectos são todos
tratados de forma minuciosa, procurando resguardar o erário público e garantir o interesse público em
todos os certames desenvolvidos pelos entes públicos.
O artigo 3º trata dos princípios que norteiam as compras públicas. São eles: a isonomia entre os
concorrentes, a seleção da melhor proposta para a administração pública, a legalidade, a
impessoalidade, a moralidade, a igualdade, a publicidade, a probidade administrativa, a vinculação ao
instrumento convocatório, o julgamento objetivo e os princípios correlatos.
Lei 8666/93 – Art. 3º
Além desses princípios, o artigo trata das vedações aos agentes públicos, listando-os nos incisos
subsequentes:
Lei 8666/93 – Art. 3º Inciso I e II.
Todas essas restrições têm como objetivo promover a impessoalidade do agente público na escolha do
vencedor da licitação, identificando proibições específicas além das já estabelecidas em outras leis.
Esse mesmo artigo trata das exceções que alguns licitantes têm em relação a outros no momento do
desempate de escolha. Quando há igualdade de condições e as propostas são semelhantes, são
considerados critérios de desempate:
Produtos produzidos em território nacional;
Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas brasileiras;
Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no país;
Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, e
que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
Além desses casos listados como critérios de desempate mais gerais, as licitações, em seu processo,
podem acrescentar outros critérios de preferência, restritos a: produtos manufaturados e serviços
nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras; bens e serviços produzidos ou prestados por
empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
Essa margem de preferência, citada anteriormente como podendo constar do processo de licitação,
deve seguir ao estudo revisto periodicamente e com prazo não superior a cinco anos.
Ele deve considerar, como base mínima, os seguintes critérios:
Geração de emprego e renda;
Efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
Desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país;
Custo adicional dos produtos e serviços, e análise retrospectiva de resultados em suas revisões
Todo esse processo de preferências nas compras públicas deve ser divulgado anualmente pela Internet,
listando todas as empresas favorecidas. Essas preferências são somadas a outras, garantidas em
outras leis, e se sobrepõe a essas, além de garantir privilégios a microempresas e empresas de
pequeno porte listadas na LC 123/06 — Lei das Micro e Pequenas Empresas.
Lei 8666/93 – Art. 5o-A.
TIPOS DE LICITAÇÕES CLASSIFICADAS EM
FUNÇÃO DAS FAIXAS DE VALORES
As licitações, como desenhadas pela Lei 8666/93, são divididas em três categorias em relação ao valor,
além dos casos de dispensa e inexigibilidade de licitações tratadas de forma independente e taxativa, ou
seja, valendo apenas para os casos listados nessa lei, não aceitando analogias ou aproximações, e os
casos especiais devido ao objeto tratado pela licitação. Os casos de licitação em função do valor são
concorrência, tomada de preços e convite. Para os casos em razão do objeto do contrato, temos
concurso, leilão e pregão.
 
Fonte: Natali_ Mis/Shutterstock
CONCORRÊNCIA
A concorrência é o processo de licitação mais complexo e, por isso, é utilizado nas licitações de maior
vulto ou com maior risco de problemas específicos.
Ela é obrigatória para valores de compras e serviços superiores a R$650.000,00, e de obras de
engenharia superiores a R$1.500.000,00, não sendo proibida para a contratação de valores menores do
que esses, casos em que deve ser julgada a eficiência do seu uso.
Ela também é obrigatória para alienações de bens imóveis (salvo a venda de imóvel por leilão em casos
específicos), na concessão de direito real de uso, nas licitações internacionais (ressalvada a
possibilidade de tomada de preços, quando o órgão tem cadastro de fornecedores internacionais, e do
convite, quando não existirem fornecedores internos, seguindo os limites de cada modalidade), nas
contratações de Parcerias Público Privadas (PPP’s) e na concessão de serviços públicos (Lei 11.079/04
art. 10).
 COMENTÁRIO
Essa modalidade de licitação tem como uma de suas características principais a possibilidade de
participação de qualquer pessoa física ou jurídica interessada, que deve ser habilitada na fase preliminar
da licitação, comprovando preencher os requisitos básicospara a adjudicação do objeto da
concorrência.
Para a realização e o julgamento das propostas dos concorrentes nessa modalidade de licitação, é
obrigatória a formação de comissão julgadora. Essa comissão pode ser permanente ou formada
especificamente para a concorrência, devendo conter, no mínimo, três integrantes. Dos três integrantes,
dois precisam ser servidores públicos pertencentes aos quadros permanentes do órgão responsável
pela licitação.
Quando a comissão de licitações é permanente, seus membros devem ter mandato de um ano, não
podendo ser reconduzidos de forma integral a um novo mandato (art. 51, §4º). Eles podem ser indicados
para outra comissão ou permanecer na mesma, desde que algum dos membros seja anualmente
trocado. É interessante que haja um rodízio dos membros dessas comissões para que a lisura do
certame seja mantida, procurando tratar a coisa pública da forma mais prudente possível.
A divulgação do instrumento convocatório das demais fases da concorrência é obrigatória, sendo que,
para a União, é obrigatória a publicação no Diário Oficial da União (DOU), estendendo-se essa
obrigação em caso de outros entes que estejam recebendo verbas, financiamento ou garantias da
União, mesmo que parcial. Os estados e o DF devem publicar, no Diário Oficial de seu Próprio estado
(DOE), incluindo os municípios que publicam no DOE do estado. Além dessas formas de publicação, é
obrigatória a publicação em jornal diário de grande circulação, em diário oficial do município ou em jornal
de circulação do local onde a obra, o serviço ou a alienação acontecerá. Pode ainda ser divulgado na
Internet ou em qualquer outro meio de comunicação que aumente a concorrência, provocando o
interesse de concorrentes.
Outra característica da concorrência é a necessidade de uma fase pré-licitação de habilitação dos
concorrentes.
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HABILITAÇÃO DOS CONCORRENTES
Essa habilitação, quando se fizer necessária, pode ser técnica, fiscal, econômico-financeira,
regularidade fiscal e declaração de não utilização de trabalho infantil. A comissão deve fazer a
conferência dos documentos de forma pública e pode, ao final, declarar qualquer uma das
empresas que queiram concorrer na licitação como inabilitada a participar do certame. Essa fase
de habilitação prévia é exclusiva das concessões, sendo sua principal característica.
TOMADA DE PREÇOS
A tomada de preços, outra modalidade de licitações, pode ser utilizada para valores entre R$80.000,00 e
R$650.000,00 para compras e serviços, e R$150.000,00 e R$1.500.000,00 para obras de engenharia,
não excluindo a possibilidade do uso da concorrência para compras, serviços e obras de engenharia
dentro dessa faixa de valores.
Esse processo de compra é mais simples, baseando-se no princípio da eficiência, na busca por
economizar nos custos de todo o processo. Essa modalidade é admitida nas licitações internacionais,
desde que o poder público tenha cadastro prévio dos fornecedores internacionais e os valores estejam
na faixa admitida para essa modalidade.
 
Fonte: Natali_ Mis/Shutterstock
Podem participar dessa modalidade de licitação todos os fornecedores que forem previamente
cadastrados junto ao órgão licitante ou os fornecedores interessados que se cadastrarem até três dias
antes da data final do recebimento das propostas e que atenderem às exigências contidas no edital de
Tomada de Preços (art. 22 § 2º). Essa modalidade exige o mesmo padrão de divulgação da
concorrência, devendo seguir as mesmas regras já listadas.
Lei 8666/93 – Art. 22 – § 2º.
A comissão de julgamento para essa modalidade pode ser permanente ou especialmente constituída
para o certame, compostas, no mínimo, de três membros. Dos três, dois devem ser servidores
permanentes do órgão responsável pela licitação — mesmo padrão exigido na concorrência, inclusive
em relação à substituição e ao mandato de cada membro dessa comissão. Com isso, podemos afirmar
que a principal característica da tomada de preços é a exigência de que os participantes estejam
habilitados previamente, em prazo anterior a três dias da entrega das propostas ao poder público
responsável pelo julgamento do certame.
CONVITE
A última modalidade de licitação classificada em função da faixa de valor permitida é o convite.
Essa modalidade é a mais simples das três, sendo utilizada para valores entre R$8.000,00 e
R$80.000,00 para compras e serviços, e R$15.000,00 a R$150.000,00 para obras de engenharia, ou
seja, a faixa de preços mais baixa entre as licitações, sendo suas características praticamente
exclusivas dessa modalidade.
A comissão que deve julgar o certame segue os padrões já ditados para as outras modalidades de
licitação, sendo formada por três servidores, com dois sendo, obrigatoriamente, servidores permanentes
do órgão licitante. Seu mandato e sua substituição seguem o padrão já ditado para a concorrência. No
entanto, essa modalidade aceita a exceção de comissão formada por um servidor permanente do
quadro do órgão licitante, em casos de unidades muito pequenas que não possuam servidores
suficientes para formação de comissão seguindo os padrões exigidos (Art. 51 §1º)
Lei 8666/93 – Art. 51 – § 1º
 
Fonte: KorArkaR/Shutterstock
Na modalidade de convite, o poder público pode convidar a participar do certame, no mínimo, três
empresas para a concorrência de lista do ramo pertinente ao objeto da licitação, abrindo para demais
empresas que se interessarem em concorrer. A divulgação do certame será pela fixação, em local
apropriado, de cópia do instrumento convocatório, licitação, estendendo aos demais cadastrados a
oportunidade de participação, desde que se manifestem em prazo de até 24 horas antecedentes à
apresentação das propostas.
Lei 8666/93 – Art. 22 – § 3º
O instrumento convocatório para participação na modalidade de licitação Convite é a carta-convite,
enviada a, no mínimo, três empresas, que poderão participar do certame. A exceção é o caso de não
existirem empresas que forneçam o produto ou serviço necessário, situação em que se deve justificar a
não convocação de substituto. Se alguma das empresas não responder a carta-convite, outra empresa
deve ser convocada a partir da lista de empresas existentes no órgão público que está executando o
certame (Art. 22 § 7º). No caso de novo certame para o mesmo produto ou serviço, ou produto ou
serviço assemelhado, o poder público responsável deve incluir, obrigatoriamente, no mínimo, uma nova
empresa à lista, eliminado ou não um dos concorrentes convidados em lista anterior (art. 22 § 6º).
Lei 8666/93 – Art. 22 – § 6o e 7º
É importante salientar que a utilização da concorrência ou da tomada de preços para os casos de
licitações com valores contidos na faixa de valores referente a convite não estão excluídas ou proibidas.
Cabe ao gestor público responsável o julgamento de qual modalidade se encaixa melhor em suas
necessidades e ao interesse público — alvo final de todos esses processos listados. O gestor deve
julgar diversos aspectos da licitação, sempre baseado nos princípios que regem as licitações e garantir
que estão sendo seguidos da melhor forma possível.
OS TIPOS DE LICITAÇÃO NAS LEIS 8666/93 E
13303/16
TIPOS DE LICITAÇÕES CLASSIFICADAS EM
FUNÇÃO DO OBJETO QUE LICITAM
Quando olhamos em função, especificamente, do objeto que se está licitando, podemos verificar que
existem alguns tipos específicos de licitações específicas. Essas licitações são concurso, leilão, pregão
e pregão eletrônico. Para cada uma dessas modalidades, a legislação prescreve diversos
procedimentos e premissas, que devem ser seguidas para um bom cumprimento do dever constitucional
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
CONCURSO
O concurso é a modalidade em que se pretende contratar serviço técnico, científico ou artístico. Nesse
caso, podem participar todos os interessados que atenderem às exigências para a realização do serviço
contidas em edital, sendo que os valorespagos como prêmio ou remuneração serão condicionados à
seção dos direitos autorais do trabalho ao poder público, no momento em que ela se encerrará.
O vencedor desse tipo de concurso não poderá concorrer à execução da obra que propuser em seu
projeto vencedor, sendo apenas permitida a sua contratação para a fiscalização e o acompanhamento
da execução dessa obra.
 
Fonte: King Ropes Access/Shutterstock
Para a comissão de julgamento, não é obrigatório que os membros sejam servidores públicos do quadro
permanente de funcionários do órgão licitante, como nas modalidades de concorrência, tomada de
preços e convite. No entanto, os membros devem ter conhecimento técnico do assunto julgado e
reputação ilibada, sendo a única possibilidade listada pela lei em que uma comissão pode ser totalmente
formada por pessoas não pertencentes aos quadros permanentes de funcionários do órgão público
licitante.
O instrumento convocatório do certame deve seguir os mesmos padrões já ditados para as outras
modalidades de licitação até aqui tratadas, sendo obrigatória sua divulgação. Essa divulgação deve
acontecer em prazo anterior a 45 dias do momento final de recebimento das propostas, como forma de
garantir que todos os interessados tenham tempo de preparar as suas propostas.
Lei 8666/93 – Art. 22 – § 4º.
LEILÃO
O leilão é outra modalidade de licitação baseada no objeto que se está alienando. Ela é utilizada para a
alienação de bens móveis e semoventes, classificados como inservíveis, ou apreendidos pelos órgãos
públicos de fiscalização ou polícias em geral, e dados como perdidos pela justiça ou como punição por
crimes cometidos pelos proprietários originais. Além destes, os bens imóveis provenientes da
modalidade de Dação em Pagamento ou de Procedimento Judicial também podem ser vendidos por
leilão. Chama a atenção, aqui, que todos os bens imóveis podem ser vendidos por concorrência, mas
apenas os bens adquiridos por dação em pagamento e por processo judicial podem ser alienados por
leilão (Art. 19).
SEMOVENTES
São os animais e demais seres vivos da natureza que tenham valor comercial e não estejam
protegidos por leis de proteção ambiental, sendo essa definição própria de bens que podem se
mover independentemente da ação humana..
DAÇÃO EM PAGAMENTO
Modalidade de pagamento de dívidas com o poder público, em que o devedor entrega um bem
móvel ou imóvel como forma de adimplemento de dívida previamente constituída, ou seja, não
estava em contrato que o pagamento seria por meio da entrega do bem.
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PROCEDIMENTO JUDICIAL
Bens que a justiça atribuiu ao estado em face de processo judicial, como no caso de plantação de
entorpecentes em propriedade particular, e que é dada ao Estado como punição ao proprietário.
Os bens frutos de atividade criminosa, como o tráfico de drogas, também entram nessa categoria.
Lei 8666/93 – Art. 22 – § 5º e Art. 19 – I, II, III.
A divulgação obrigatória deve seguir o já ditado para as outras modalidades de licitação, podendo
concorrer qualquer interessado que se dispuser a adquirir os bens leiloados. O leilão é uma modalidade
bastante procurada por investidores, que podem adquirir os imóveis e, em seguida, vendê-los, com ou
sem melhorias, no intuito de auferirem lucro com a negociação (por terem mais liberdade do que o ente
público no momento da negociação). O leilão pode ser conduzido tanto por servidor público como por
leiloeiro oficial especialmente contratado para esse fim.
PREGÃO
O pregão é a modalidade de licitação utilizada para a compra de bens comuns, ou seja, que podem ter
suas características, especificações e desempenho listados de forma objetiva, além de tais
características serem usuais de mercado. Sua realização pode ser presencial ou por meio eletrônico,
sendo o último o mais utilizado na atualidade, devido à facilidade de execução e à maior possibilidade
de participação de diversos concorrentes, aumentando as chances de uma melhor contratação por parte
da administração pública.
 
Fonte: fizkes/Shutterstock
A publicação dessa modalidade segue um padrão especial, sendo que valores de até R$650.0000,00
devem ser publicados no DOU e na Internet, em site oficial do órgão licitante, podendo ser divulgado em
outros sites. Já os valores, contidos na faixa entre R$650.000,00 e R$1.300.000,00, devem ser
divulgados na DOU, na Internet e em jornal de grande circulação local. Para os valores acima de
R$1.300.000,00, a divulgação deve ser feita na DOU, na Internet e em jornal de grande circulação
regional e nacional.
A realização do certame deve ser assistida por comissão formada, em sua maioria, por servidores
permanentes dos órgãos públicos licitantes ou empregados públicos não obrigatoriamente pertencentes
ao órgão responsável pela licitação. A realização do pregão deve ser feita por pregoeiro designado pela
autoridade competente entre os servidores do órgão ou entidade que esteja promovendo o pregão. O
pregoeiro designado recebe as propostas, em hora e local previamente marcados, e abre a seção. Esta
deverá ser iniciada com a entrega da declaração formal dos concorrentes e interessados que atendem
às exigências e à habilitação para participar do pregão, possibilitando sua execução sem uma
habilitação prévia dos concorrentes e interessados.
 COMENTÁRIO
Durante a seção do pregão, o autor da proposta de menor valor e os autores de propostas de valores
até 10% superiores à menor poderão apresentar novas propostas de forma verbal, até que um seja
declarado vencedor do certame. Se não houver pelo menos três propostas dentro da faixa de 10% do
valor da menor proposta, podem ser chamados os demais concorrentes, até um total de três, para
oferecerem novos lances durante o pregão, independentemente do valor da proposta inicial.
Após a declaração do vencedor do certame e o encerramento do pregão, a comissão de licitação irá
proceder ao ordenamento das propostas e à abertura do envelope com os documentos de habilitação da
melhor proposta, ou seja, do vencedor, para a verificação de sua real condição frente às exigências
contidas no edital. Ficará impedido de licitar, por prazo de cinco anos, com os entes públicos, suas
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de capital misto, sem prejuízo de demais
punições em esferas judiciais, o vendedor que:
Não cumprir o contrato de fornecimento ou deixar de iniciar a obra ou serviço no prazo de 60 dias,
ou outro determinado pela licitação, frustrando o certame;
Apresentar documentação falsa de habilitação; retardar o início da execução;
Não assinar o contrato; falhar ou fraudar durante a execução do contrato.
O pregão eletrônico aqui tratado segue as determinações da Lei 10.520/02, regulamentada pelo decreto
5.450/05. Ele segue todas as regras do pregão presencial, exceto por não haver um pregoeiro
presencialmente, pois o processo acontece pela Internet. Os concorrentes devem se cadastrar
previamente em site oficial do governo destinado para os leilões e, no dia previsto, apresentar os seus
lances, caso estejam enquadrados nas regras previstas para o pregão. No final do processo, inicia-se a
verificação da habilitação pela empresa com menor valor de proposta. Se esta não atender às
exigências, passa-se à segunda colocada, e assim por diante, até que alguma preencha as exigências
de habilitação constantes no edital.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FUNDEPES, 2016) SE UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO RESOLVER
CONSTRUIR, NA ENTRADA PRINCIPAL DA SUA REITORIA, UMA RAMPA DE
ACESSO, CUJO VALOR ESTIMADO SEJA DE R$120.000,00, PODERÁ REALIZAR
A LICITAÇÃO NA MODALIDADE:
A) Convite, apenas.
B) Concorrência, apenas.
C) Convite, tomada de preço ou concorrência.
D) Tomada de preço, apenas.
2. (FAFIPA, 2014) SÃO MODALIDADES DE LICITAÇÃO (ART. 22 DA LEI 8666/93):
A) Concorrência, convite, leilão, pregão.
B) Concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão, pregão.
C) Convite, concurso, leilão,pregão.
D) Concorrência, tomada de preços, convite concurso, leilão.
GABARITO
1. (FUNDEPES, 2016) Se um instituto federal de educação resolver construir, na entrada principal
da sua reitoria, uma rampa de acesso, cujo valor estimado seja de R$120.000,00, poderá realizar a
licitação na modalidade:
A alternativa "C " está correta.
 
Comentário
O fato de o valor da licitação estar abaixo do valor máximo pela modalidade de convite, que é de
R$150.000,00 para as obras de engenharia, não é empecilho para a escolha das outras modalidades de
licitação, que tenham o seu valor limite mais elevado. Destaca-se que o que deve ser considerado,
nesse caso, é a observância do interesse público e os princípios da licitação, como a eficiência.
2. (FAFIPA, 2014) São modalidades de licitação (Art. 22 da Lei 8666/93):
A alternativa "D " está correta.
 
Comentário
Todas as modalidades listadas na resposta estão previstas na Lei 8666/93, sendo que o pregão está
listado na Lei 10520/02, não constando na Lei 8666/93.
MÓDULO 3
 Entender as modalidades de Dispensa e Inexigibilidade das licitações.
LIGANDO OS PONTOS
As modalidades de dispensa e inexigibilidade de licitação são muito importantes para a gestão pública.
Isso acontece porque abarcam as possibilidades que o poder público tem de deixar de aplicar os
padrões existentes para as compras públicas em casos específicos, e no caso da dispensa, com rol de
possiblidades taxativo, não podendo ser estendido a casos semelhantes. Para entendermos um pouco
mais da possibilidade de dispensa de licitação, vamos estudar o caso da licitação do SBCPREV para a
contratação do serviço de consultoria especializada em gestão de ativos financeiros.
O SBCPREV é um instituto de previdência pública. Sua constituição jurídica é de uma autarquia, o que o
obriga a se enquadrar na legislação que trata das compras públicas obrigatoriamente por licitação
pública. Sua gestão é tutelada politicamente pela Prefeitura de São Bernardo do Campo – SP e,
conforme dita a CF88, tem autonomia administrativa, financeira e orçamentária.
Uma das obrigações listadas na Lei nº 6.142/2011, que constituiu a autarquia, é a de administrar os
recursos dos servidores acumulados pelos descontos de folha de pagamentos e de contribuição patronal
do ente para posterior cobertura das aposentadorias desses servidores. Esses valores acumulados são
investidos no mercado financeiro na busca da melhor rentabilidade possível para a cobertura e o
pagamento das aposentadorias e pensões geradas pelos servidores do município.
Para ajudar nessa missão, o instituto contrata o serviço de consultoria e acompanhamento de
investimentos. Para essa contratação, é obrigatória a realização de licitação. Nas últimas duas tentativas
de contratação desse serviço, via processo de leilão presencial, os dois concorrentes que se
apresentaram realizaram lances sucessivos até que o valor cobrado chegou a zero. Diante dessa
postura dos concorrentes e da deslealdade entre ambos e o Instituto, a primeira licitação foi declarada
como frustrada e novo pregão foi agendado. Em segunda rodada, aconteceu a mesma situação. Como o
Instituto não pode contratar um serviço como esse sem que haja um custo, pois indicaria que a empresa
poderia estar rentabilizando o serviço por meio de recebimento dos fundos de investimentos para indica-
lo, a licitação foi declarada frustrada.
APÓS A LEITURA DO CASE, É HORA DE APLICAR
SEUS CONHECIMENTOS! VAMOS LIGAR ESSES
PONTOS?
1. A DISPENSA DE LICITAÇÃO, CONFORME PREVISTA NA LEI Nº 8.666/93 E EM
LEIS POSTERIORES, SEGUE UMA CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA QUE A
DIVIDE EM FUNÇÃO DE DOIS FATORES. APONTE A ALTERNATIVA QUE TRAZ
ESSES DOIS FATORES E SUAS EXPLICAÇÕES DE FORMA CORRETA.
A) Objetivo – A coisa que se está licitando; Pessoa – Quem está licitando.
B) Objeto – A coisa que se está licitando; Problema – O que se deseja resolver.
C) Objeto – A coisa que se está licitando; Pessoa – Quem está licitando.
D) Objetivo – O objetivo que se busca com a licitação; Pessoa – Quem está licitando.
E) Objetivo – O objetivo que se busca com a licitação; Problema – O que se deseja resolver.
2. A LEI Nº 8.666/93 LISTOU UMA SÉRIE DE POSSIBILIDADE DE DISPENSA DE
LICITAÇÃO, ENTRE ELAS UMA QUE TRATA DE COMPRAS ENTRE ÓRGÃOS E
EMPRESAS PÚBLICAS. QUAL A DEFINIÇÃO DADA PELA LEI PARA ESSA
QUESTÃO ESPECÍFICA DE DISPENSA DE LICITAÇÃO?
A) A dispensa de licitação para as compras entre entes federados e suas empresas e autarquias tem o
intuito de facilitar essa contratação. Isso só pode acontecer se for provado que o preço é compatível
com o preço de mercado. Essa dispensa procura dar maior celeridade ao processo e garantir que a
empresa pública servirá ao propósito para o qual foi criada.
B) A dispensa de licitação para as compras entre entes federados e suas empresas e autarquias tem o
intuito diminuir o custo para esses entes, pois a compra só pode acontecer se o preço cobrado for
inferior ao menor preço praticado no mercado. Essa dispensa procura dar maior celeridade ao processo
e garantir que a empresa pública servirá ao propósito para o qual foi criada.
C) A dispensa de licitação para as compras entre entes federados e suas empresas e autarquias tem o
intuito de facilitar essa contratação. Isso só pode acontecer se for provado que o preço é superior ao
praticado no mercado. Essa dispensa procura dar maior celeridade ao processo e garantir que a
empresa pública servirá ao propósito para o qual foi criada.
D) A dispensa de licitação para as compras entre entes federados e suas empresas e autarquias tem o
intuito diminuir o custo para esses entes. Isso só pode acontecer se for provado que o preço é superior
ao preço de mercado. Essa dispensa procura dar maior transparência ao processo e garantir que a
empresa pública servirá ao propósito para o qual foi criada.
E) A dispensa de licitação para as compras entre entes federados e suas empresas e autarquias não
pode ser realizada. Isso acontece porque, se for realizada essa dispensa, os preços praticados serão
maiores que o preço de mercado. Essa proibição procura dar maior transparência ao processo e garantir
que a empresa pública não será usada para fins diversos para o qual foi criada.
GABARITO
1. A dispensa de licitação, conforme prevista na Lei nº 8.666/93 e em leis posteriores, segue uma
classificação doutrinária que a divide em função de dois fatores. Aponte a alternativa que traz
esses dois fatores e suas explicações de forma correta.
A alternativa "C " está correta.
 
As dispensas de licitação podem ser classificadas em função do objeto que se está licitando. Por
exemplo, não há como realizar licitação de um bem que não possua outro semelhante no mercado ou do
aluguel de um imóvel em determinada localidade e com características que não possam ser
substituídas, pois, nesses casos, não haverá concorrência. Quando a pessoa, a administração pública,
precisa comprar um bem ou serviço de um monopólio, não temos como licitar, pois não haverá
empresas para concorrerem.
2. A Lei nº 8.666/93 listou uma série de possibilidade de dispensa de licitação, entre elas uma que
trata de compras entre órgãos e empresas públicas. Qual a definição dada pela lei para essa
questão específica de dispensa de licitação?
A alternativa "A " está correta.
 
A dispensa de licitação para compras do governo em suas empresas tem sentido por se tratar de
empresas criadas exatamente para atender a necessidades existentes nesses governos. Essas
empresas podem fornecer para o mercado privado e para outros entes, autarquias e empresas públicas,
desde que seu preço seja compatível com os preços praticados no mercado.
3. VOCÊ É O RESPONSÁVEL PELA LICITAÇÃO REALIZADA
PELO SBCPREV CUJO PROCESSO FOI FRUSTRADO PELOS
CONCORRENTES. QUAIS AS POSSIBILIDADES DE
DISPENSA DE LICITAÇÃO QUE VOCÊ USARIA PARA
REALIZAR ESSA LICITAÇÃO TENDO EM VISTA A
FRUSTRAÇÃO NARRADA NO CASO DE ESTUDO?
RESPOSTA
Espelho de resposta
No caso de SBCPREV, uma opção é fazer a dispensapor frustração de licitação, que se encaixa no artigo 23
inciso VII da Lei nº 8.666/93: “quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será
admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
preços, ou dos serviços”. O nosso caso se encaixa na questão de o preço ser inexequível, pois se o custo
para o SBCPREV for zero e o fornecedor precisar no mínimo de uma pessoa para nos atender, será uma
clara indicação de o contrato será inexequível.
MODALIDADES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
EM FUNÇÃO DO OBJETO E DA PESSOA
A obrigação de licitação, regra geral das compras públicas, tem uma série de possibilidades de
dispensa, além de uma série de casos em que a execução de uma licitação é impossível. Esses casos
são tratados, de forma categórica, pela Lei 8666/93 e são aproveitados pela Lei 13303/16 em sua
constituição. Abordaremos aqui as exceções à obrigatoriedade de licitação de forma individualizada, por
se tratarem de casos específicos e taxativos.
A alienação de bens imóveis, móveis e semoventes pode ser dispensada, dependendo de algumas
características específicas listadas nas letras dos incisos I e II do artigo 17 da Lei 8666/93.
Lei 8666/93 – art. 17 – I – a, b, c, d, e, f, g, h, i – II – a, b, c, d, e, f – § 1º 
Toda essa lista de possibilidades exaure as condições em que o poder público está dispensado de fazer
licitação. Vale destacar que as doações de bens para a execução de obras públicas, como o caso da
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construção de um hospital, devem ser precedidas de licitação, pois pode haver mais de um interessado
em executar a obra — o que abre a exigência de uma licitação (§ 4º esse mesmo artigo).
Outra possibilidade de dispensa de licitação é em razão do ente ou órgão que está licitando, em razão
das circunstâncias ou do valor.
Nesses casos, o artigo 24 da Lei 8666/93 distinguirá os diversos casos de dispensa possíveis para a
licitação, como podemos ver em seus seguintes incisos:
LEI 8666/93 – ART. 24 – III
Para esse inciso, a guerra é caracterizada pela declaração solene do Chefe de Estado, sendo que o
Estado só está dispensado após esse ato. Só se enquadram nesse artigo compras relacionadas com o
ato de guerra em si, de modo que todas as outras continuam sendo regidas pelas regras da licitação.
A grave perturbação da ordem se encaixa nas comoções interna geral ou parcial de uma região,
reconhecidas pela autoridade competente por meio de declaração oficial de estado de defesa ou sítio
(CF art. 136 e 137). Nesses casos, a autoridade está dispensada de licitação para os casos que possam
diminuir o impacto do advento que deu ensejo à declaração de estado de defesa ou sítio.
LEI 8666/93 – ART. 24 – IV
Nesse inciso, são tratados os casos de dispensa de licitação que, por alguma emergência ou
calamidade, legalmente decretada por autoridade competente, possam causar algum tipo de dano, caso
esperem os procedimentos normais de uma licitação. Nesse caso, o que se está buscando é a eficiência
e o atendimento do interesse e do bem público, que necessita de celeridade em seu implemento para
ser atingido. Essa prerrogativa também vale para parcelas de obras que possam ser concluídas em
prazo não superior a 180 dias ininterruptos e consecutivos.
LEI 8666/93 ART. 24 – V
Esse caso é o que chamamos de licitação deserta, ou seja, não houve interessados em participar da
licitação, que seguiu todos os ditames legais em seu processamento. Por essa razão, o poder público
pode utilizar da dispensa e chamar uma empresa para prestar fornecimento ou serviço, desde que
mantenha as condições da licitação declarada deserta e que ela seja justificada formalmente.
LEI 8666/93 – ART. 24 – VI
Esse artigo garante à União o poder de interferir no domínio econômico do ente particular para promover
o equilíbrio econômico, promovendo a distribuição de produtos para provocar o equilíbrio dos preços e
demais condições do mercado. Essa prerrogativa está na base do Estado moderno, que tem como
função a correção de desequilíbrios para promover o bem-estar geral da população. Nesse ponto, o
particular pode ser penalizado para que o bem geral seja promovido.
LEI 8666/93 ART. 24 – VII
Esse caso trata de manifesto sobrepreço nos valores apresentados como propostas para a licitação.
Como o preço de mercado é menor do que os apresentados, compensa para a administração pública a
contratação direta com o fornecedor que aceite vender pelo preço de mercado, manifestadamente
menor do que as propostas das na licitação. Esse procedimento também vale quando o preço oficial ou
em tomada de preços é inferior às propostas dadas na licitação. Nesses casos, a administração pública
pode adjudicar o objeto da licitação diretamente a um fornecedor, por preço não superior ao valor de
mercado para o produto ou serviço.
LEI 8666/93 ART. 24 – VIII
Esse artigo dispensa a licitação para as compras entre entes federados e suas empresas e autarquias
no intuito de facilitar essa contratação, desde que seja provado que o preço é compatível com o do
mercado, procurando dar maior celeridade ao processo e garantindo que a empresa pública servirá ao
propósito para o qual foi criada. Esse é o caso das empresas de processamentos de dados instituídas
pela União, como o Serpro e a Dataprev. Elas lidam com dados sensíveis da população e, por isso,
devem ser contratadas pelos órgãos públicos quando estes lidam com tais dados
LEI 8666/93 – ART. 24 – IX
Esse caso está diretamente ligado à segurança nacional, de modo que não se pode dividir informações
sensíveis com terceiros. A contratação deve ser, muitas vezes, mantida em sigilo para a segurança da
nação ou de seus cidadãos. Essa dispensa deve ser muito bem fundamentada e deve seguir processo
próprio, além de ser utilizada em casos muito específicos.
LEI 8666/93 – ART. 24 – X
Essa modalidade de dispensa está diretamente ligada à não existência de uma alternativa para a
implantação de serviço ou obra em local específico — por exemplo, um hospital em local próprio e que
melhor atenderia à população daquela área. Para que seja feita a dispensa, é necessário provar, por
avaliação prévia, que o imóvel está em valor compatível com o mercado, garantindo um atendimento
das necessidades sem que haja a escolha por conveniência de terceiros que não o interesse público
geral.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XI
Para os casos em que a administração pública tenha rescindido unilateralmente o contrato, ou que haja
desistência do contratado, a administração pode contratar o restante da obra por dispensa de nova
licitação. Essa contratação deve ser feita oferecendo aos próximos concorrentes da lista, seguindo a
ordem de classificação, a oportunidade de concluírem a obra, desde que aceitem as condições de
contratação do antigo vencedor da licitação.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XII
Esse artigo dá tratamento especial a alimentos frescos que podem estragar se forem comprados de
forma não escalonada e nas quantidades ideais para consumo em curto prazo. Essa prerrogativa ajuda
o Estado a se adequar rapidamente às oscilações no consumo e de preço, garantindo a possibilidade de
substituição de um alimento por outro, em prol do interesse público e da eficiência.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XIV
Quando o Estado brasileiro firma acordo internacional com outro país ou órgão internacional, se estiver
obrigado a comprar qualquer bem ou imóvel, pode fazê-lo por dispensa de licitação, desde que o acordo
já esteja aprovado pelo Congresso Nacional, condição precípua de validade do acordo, e que as
condições de compra se apresentem como vantagem manifesta para o poder público.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XV
A questão aqui se refere a bens infungíveis, ou seja, bens que não podem ser substituídos sem que
sejam,de alguma forma, diferentes do original. Nesse caso, não seria possível a licitação sem que
houvesse uma substituição da peça a ser comprada. No entanto, essa possibilidade só existe se o órgão
licitante for diretamente ligado à obra de arte ou à restauração que se está buscando contratar.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XVI
Quando um órgão ou empresa – como a imprensa oficial, na área de impressão de jornais, ou o Serpro,
na área de processamento de dados — é criada, ela passa a ter privilégio no momento da contratação.
Essa vantagem deve ser exercida com parcimônia, pois é necessário que seu preço esteja compatível
com o preço de mercado do mesmo serviço e que ela atenda a certos pré-requisitos de qualidade e
prazos de entrega. Essa premissa é baseada na finalidade para a qual a empresa pública ou autarquia
foi criada, pois não faria sentido uma licitação se o poder público já dispusesse de uma empresa que
presta esse serviço.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XVII
Quando em garantia, os equipamentos comprados pela administração pública normalmente são
reparados pelas empresas que os forneceram. Normalmente, essa é uma das condições para a
manutenção da garantia por todo o período de sua vigência. Quando essa condição é a prática de
mercado, ou está em contrato, a administração pública pode dispensar a licitação da compra dessas
peças e dos serviços necessários à manutenção da garantia. Um exemplo bem comum desse tipo de
situação é na compra de carros. A montadora só mantém a garantia se as revisões forem feitas de
forma regular e com a autorizada de sua marca.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XVIII
Essa possibilidade de dispensa é exclusiva para as forças armadas, que precisa, em algum tipo de
treinamento ou missão, comprar algum produto ou serviço indispensável ao bom aproveitamento da
missão. Esse caso está limitado ao valor de R$80.000,00, conforme apregoa o art. 23 inciso II. Nesses
casos, a dispensa é para evitar problemas pela falta do objeto ou serviço, que não pode esperar os
prazos legais, o que atrapalharia a missão ou treinamento.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XIX
Esse caso também está direcionado às forças armadas, mas vale em território nacional. Um exemplo
desse tipo de compra são as de uniformes, que precisam manter padrões rígidos de composição,
conforme especificações muito precisas. Outro exemplo são as peças de reposição em certos tipos de
equipamentos e armamentos, por motivo de patente ou mesmo de uniformização, evitando-se
problemas graves de falhas por incompatibilidade.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XX
Associações de deficientes têm prerrogativa na contratação da prestação de serviços por parte do poder
público. São condições para essa contratação a idoneidade da associação e a ausência de fins
lucrativos. Com isso, o poder público busca a inclusão social dessas pessoas com deficiências (PcD),
proporcionado um trabalho e uma renda a elas, e desenvolvendo um serviço social essencial a esse
grupo de cidadãos.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXI
Esse artigo trata do fomento à pesquisa e ao desenvolvimento, que pode contratar, com dispensa de
licitação, valores de até R$300.000,00, trazendo agilidade e velocidade às compras públicas — questão
essencial à pesquisa científica. Essa agilidade precisa ser bem utilizada, já que, em casos como os da
COVID-19, o tempo é primordial para a descoberta de uma vacina. As compras por licitação podem ter
tempo de processamento muito demorado, inviabilizando certas pesquisas científicas.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXII
Como as concessionárias utilizam um contrato padrão que funciona por aderência, não seria viável a
concorrência nesse caso. Outro ponto a se destacar é que esses preços são controlados pelo Estado,
por isso, não faria sentido um processo de concorrência.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXIII
Quando o contrato é intragrupo econômico, desde que o preço seja compatível com o mercado, a
compra pode ser feita com dispensa de licitação. Isso acontece porque, na consolidação dos balanças
dessas empresas, o lucro obtido pela empresa vendedora será anulado. O mesmo ocorre com as
receitas intraorçamentárias, traçando uma analogia com o setor público puro, quando seu efeito é
anulado na consolidação dos balanços públicos.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXIV
Esse caso de dispensa é voltado para o atendimento da função social do Estado. Ele pode contratar
essas organizações sociais sem a licitação, dando preferência a elas por se tratarem de paraestatais, ou
seja, estão desempenhando um papel que deveria ser do Estado. O contrato de gestão é o meio de
imposição de metas para que a contratação aconteça e as organizações sociais possam ter maior
liberdade na gestão dos recursos públicos.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXV
Esse inciso trata da transferência tecnológica e científica, e da criação protegida, ambas singulares em
seu fornecimento. Quando uma obra ou patente é necessária para a boa execução do interesse público
pela administração pública, ela pode ser adquirida sem a licitação. Nesse caso, a escolha é pela que
melhor resolve o problema encontrado, trazendo o maior ganho possível ao interesse público. Para que
isso aconteça, é necessário que haja a transferência de tecnologia para o serviço público, que passa a
desfrutar dessa tecnologia e pode empregá-la em outras situações que melhor lhe prouver. Um exemplo
desse tipo de compra foi a dos aviões de guerra da empresa belga pelo governo brasileiro. O governo só
aceitou negociar com empresas que se dispusessem a compartilhar sua tecnologia aeronáutica com o
Brasil.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXVI
Os consórcios entre entes federados podem firmar contratos de prestação de serviços com autarquias e
demais empresas públicas e de capital misto sem que haja licitação para a escolha desses contratados.
Esse artigo equipara os consórcios a outros entes da federação, que também podem contratar suas
empresas e autarquias sem a licitação, pelo fato de estas serem criadas com a finalidade de prestar
serviço aos entes públicos.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXVII
Para o atendimento da função social do Estado, ficou dispensada a licitação na contratação de
associações de catadores de recicláveis, desde que formada por pessoas físicas de baixa renda. Essa é
uma forma de gerar renda estável para essas pessoas e ainda ajudar ao meio ambiente. No Brasil, por
exemplo, a reciclagem de latas de alumínio chega a 98% do material produzido. Essa reciclagem
garante uma enorme economia de energia na produção do alumínio e ainda impede que esse produto
contamine a natureza por anos em lixões espalhados pelo país. Outros produtos, como o plástico,
também são reciclados e podem beneficiar uma gama de ecossistemas, que não sofrerão o impacto
desse lixo.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXVIII
Quando se trata de tecnologias complexas, a dispensa de licitação busca proporcionar ao Estado uma
forma de se defender frente à concorrência. Essa modalidade está ancorada no aspecto da defesa
nacional. No entanto, para que seja dispensada, é necessário que uma comissão especialmente
designada pela autoridade máxima do órgão que está licitando ateste essa necessidade de forma clara
e precisa.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXIX
Esse caso de dispensa trata apenas das forças de paz das quais o Brasil participa. Um exemplo foi a
força de paz da ONU que o Brasil liderou no Haiti. Nesses casos, as compras necessárias serão feitas
diretamente, desde que o preço e as condições sejam compatíveis e com a aprovação final do dirigente
da força de paz ou missão.
LEI 8666/93 – ART. 24 – XXX
Quando da contratação para o desenvolvimento de atividades no âmbito do Programa Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, essas empresas
podem ser contratadas sem a licitação, pois prestarão um serviço voltado para o social, precisando de
celeridade em todo esse processo, buscando o bem-estar dessas famílias por meio do desenvolvimento
de atividade que possa gerar renda e dignidade aos participantes

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