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terapia cognitivo comportamental

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Terapia Cognitivo-
Comportamental
Pressupostos teóricos da TCC e 
suas aplicações
Fundamentos históricos
Origem da TCC
A TCC não é uma única abordagem, mas a reunião de mais
de vinte abordagens, nas áreas da psicologia
comportamental e psicologia cognitiva, feita por Aaron
Beck e Albert Ellis a partir da década de 1960.
Embora haja profissionais que trabalhem com as duas 
áreas isoladas a maioria pensa que uma abordagem 
integrada funciona melhor e oferece mais oportunidades 
de intervenção.
Segundo Beck e cols. a TCC se baseia em pressupostos que
foram descritos pela primeira vez há cerca de 2000 anos.
Que importância as coisas têm 
em nossa vida?
“Os homens não se perturbam pelas coisas que
acontecem, mas sim pelas opiniões sobre as coisas” –
Enchiridion, Epíteto.
“Pensar bem, agir bem, falar bem” – Zoroastro.
“Se o seu problema tem solução, então não há com o que
se preocupar. E se o seu problema não tem solução, toda
preocupação será em vão” - Provérbio Tibetano
Objetivos
Objetivos do trabalho clínico na
TCC
A TCC não trabalha com “estruturas” ou “defesas” do
pensamento:
Ajudar a detectar e modificar os pensamentos profundos
para transformar os comportamentos disfuncionais;
“Pensar sobre o pensamento” para trazer as cognições
autônomas à consciência e ao controle consciente.
Pressupostos teóricos
Níveis de processamento
cognitivo
Há três níveis básicos de processamento cognitivo,
segundo Beck:
Consciência;
É o nível em que o terapeuta incentiva ao desenvolvimento de
processos conscientes adaptativos de pensamento.
Pensamentos automáticos;
Esquemas.
É o nível autônomo em que o terapeuta ajuda o paciente a
reconhecer e mudar.
Temas dos transtornos
Todas as psicopatologias apresentam algum
processamento cognitivo desadaptativo que se chama
“tema”:
Depressão: desvalorização e perda.
Transtornos alimentares: medos relacionados a
autoimagem.
Paranoia: desconfiança em relação aos outros.
Fobias: perigo.
Pensamentos automáticos
Um grande número de pensamentos faz parte de um fluxo de
processamento cognitivo que se encontra logo abaixo da
consciência.
São os chamados “pensamentos automáticos” e ocorrem à
medida que avaliamos o significado dos acontecimentos da
vida.
Pessoas com transtornos psicológicos têm uma enxurrada de
pensamentos automáticos distorcidos e desadaptativos que
levam a comportamentos disfuncionais.
Indício de que pensamentos automáticos estão ocorrendo:
emoções fortes.
Método para o registro dos
pensamentos automáticos
Desenhar três colunas em uma folha de papel.
Na primeira escrever “situação”; na segunda “pensamentos
automáticos”; na terceira “emoções”.
Relembrar uma situação recente (ou lembrança de um
evento) que tenha gerado emoções como ansiedade, raiva,
tristeza, tensão física ou alegria – Escrever nas duas colunas.
Tentar se imaginar de volta à situação.
Quais foram os pensamentos automáticos que ocorreram na
situação? – Escrever.
Registro de pensamentos
automáticos
Situação Pens. 
Automáticos
Emoções
Minha mãe 
telefona e 
pergunta por que 
eu esqueci o 
aniversário de 
minha irmã
“Fiz besteira de 
novo. Não tem 
jeito, nunca vou 
conseguir 
agradá-la. Não 
consigo fazer 
nada direito. O 
que adianta?”
Tristeza, raiva
Wright e cols.
Erros cognitivos
Existem erros de lógica no processamento de informações
que levam a comportamentos desajustados.
Nos transtornos mentais ocorrem mais equívocos do
pensamento do que nos casos saudáveis.
Beck e cols. Descreveram seis categorias principais de erros
cognitivos: abstração seletiva, inferência arbitrária,
supergeneralização, maximização e minimização,
personalização e pensamento absolutista (dicotômico ou
tudo-ou-nada).
Pode haver superposição entre os erros cognitivos.
Erros cognitivos
Erros Definição Exemplo
Abstração seletiva (ignorar 
as evidências ou filtro 
mental)
Chega-se a uma conclusão 
após examinar apenas uma 
pequena porção de 
informações. Outras 
informações importantes são 
descartadas.
Um homem deprimido não 
recebe um cartão de boas-
festas de um amigo e pensa 
“ninguém se importa 
comigo”.
Inferência arbitrária Chega-se a uma conclusão a 
partir de evidências 
contraditórias ou sem 
evidências.
Uma mulher com medo de 
elevador prevê que as 
chances de o elevador cair 
são de 10%.
Supergeneralização Chega-se a uma conclusão 
sobre o evento isolado e, 
então, a conclusão é 
estendida para amplas áreas.
Um universitária tira uma 
nota ruim em uma prova e 
pensa “estou ficando para 
trás em todas as áreas da 
minha vida, não consigo 
fazer nada direito”.
Beck e cols.
Erros cognitivos
Erros Definição Exemplo
Maximização e minimização A relevância de um evento, 
atributo ou sensação é 
exagerada ou minimizada.
Uma mulher começa a ter 
um ataque de pânico e 
pensa “vou ter um ataque 
cardíaco e morrer”.
Personalização Eventos externos são 
relacionados a si próprio.
Assume-se responsabilidade 
excessiva por eventos 
negativos.
Há uma crise econômica e 
foi preciso haver demissões 
e o funcionário pensa “é 
tudo culpa minha, falhei com 
todos”.
Pensamento absolutista ou 
polarizado (do tipo 
dicotômico ou “tudo ou 
nada”).
Os julgamentos sobre si
mesmo, experiências 
pessoais ou com outros são 
separados em duas 
categorias (totalmente 
bom/totalmente ruim, cheio 
de defeitos/completamente 
perfeito)
Um indivíduo se compara a 
outro que parece ter o 
casamento perfeito e, 
embora aquele também 
esteja passando por 
problemas o sujeito pensa
“tudo vai bem para ele, para 
mim nada dá certo”.
Beck e cols.
Para que servem as emoções?
A emoção é uma resposta que damos às coisas que
acontecem em nossa vida.
Como seria uma pessoa sem emoções?
Se as nossas emoções vão mal tudo vai mal.
Como faço para manter minhas
emoções saudáveis?
Regra dos 6 meses de Arnold
Lazarus:
Daqui a seis meses qual a importância que isto terá em
minha vida?
Como a psicologia pode me
ajudar?
Os psicólogos sabem há bastante tempo que se mudarmos
nossa forma de pensar então mudaremos nossa forma de
agir.
Para o psicólogo William James os seres humanos podem
mudar suas vidas se mudarem de atitude.
Como a psicologia pode me
ajudar?
“Não choramos porque ficamos tristes. Ficamos tristes
porque choramos”
- William James
Esquema de James sobre a origem das emoções:
Modelo Cognitivo-Comportamental:
Exemplo:
Esquemas
Os esquemas atuam no nível mais profundo do
processamento cognitivo e por isso são os últimos a serem
encontrados no trabalho clínico.
São definidos como matrizes ou regras fundamentais que
auxiliam a tomar decisões no dia-a-dia.
São princípios duradouros do pensamento que começam a
se formar na infância e recebem influência de todas as
experiências na vida.
O objetivo para um resultado mais duradouro do trabalho
clínico está no reconhecimento e na mudança dos
esquemas do paciente.
Grupos de esquemas
Esquemas simples: regras sobre a natureza física dos
objetos, gerência de situações cotidianas.
Ex.: “Abrigue-se durante uma tempestade”.
Crenças e pressupostos intermediários: regras do tipo se-
então sobre auto-estima e emoções.
Ex.: “Tenho de ser perfeito para ser aceito”.
Crenças nucleares sobre si mesmo: regras globais e
absolutas sobre o meio que se relacionam à auto-estima.
Ex.: “Sou burra”.
Esquemas adaptativos e
desadaptativos
Esquemas adaptativos Esquemas desadaptativos
Não importa o que 
aconteça, consigo lidar.
Se decidir fazer alguma 
coisa, tenho que ter 
sucesso.
Se eu trabalhar com 
alguma coisa, posso fazê-
lo bem.
Sou burro.
Sou um sobrevivente. Sou um fracasso.
Os outros podem confiar 
em mim.
Nunca me sinto bem com 
os outros.
Wright e cols.

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