Buscar

Relatorio carotenoides - Farmacognosia

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS 
CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
 
ANA VITÓRIA SOARES 
BRENDA PINA SANTOS 
CAROLINE CARVALHO S. DANTAS 
MARIA EDUARDA SILVA MOREIRA 
MARIANA SOUZA DOS SANTOS 
NATHAN AMORIM BRUGNEROTTO 
YAZMIN ROSALIA COSTA NOVAIS PINTO 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA EM LABORATÓRIO 
Cromatografia em Papel – Carotenoides 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador, 2022 
INTRODUÇÃO 
 
A cromatografia é uma técnica de separação utilizada para demostrar os 
conceitos de interações moleculares, polaridade e propriedades orgânicas, de 
forma interativa e ilustrativa. O processo da cromatografia acontece por meio de 
moléculas presentes em misturas complexas, que podem ser separadas com 
base na solubilidade de diferentes solventes e em suas mobilidades nos 
substratos. Ele pode ser utilizado para identificar compostos, por comparação 
com padrões previamente existentes, para purificar compostos, e para separar 
os componentes de uma mistura. 
Um dos pigmentos que podem ser analisados através desse método, são 
os carotenóides, que podem ser divididos de acordo com as grandes famílias: 
os carotenos (carotenóides hidrocarbonetos) e as xantofilas (carotenóides 
oxigenados). E podem ser divididos também em três grupos: acíclicos, 
monocíclicos e bicíclicos. A maioria deles se mantém estáveis em temperatura 
ambiente, mas por causa do grande número de ligações duplas, quando 
purificados, têm que ser conservados em ambientes sem luz, oxigênio e bem 
refrigerado. A coloração dos carotenoides varia entre o amarelo, laranja e 
vermelho. 
Uma das formas de realizar a cromatografia, é utilizando a técnica de 
cromatografia em papel (CP), que é consideravelmente simples e serve para 
analisar amostras em pequenas quantidades, na identificação de compostos 
como açúcares, pigmentos e íons metálicos. A cromatografia em papel, o papel 
é constituído de celulose e usado para absorver a água, dessa forma, compõe 
junto com a água a fase estacionária. A celulose é formada por várias unidades 
de glicose que possuem hidroxilas, interagindo, por ligação de hidrogênio, com 
as moléculas de água. Já a fase móvel corresponde aos solventes orgânicos 
que, em geral, são menos polares que a água (Collins et al., 2010). 
O pimentão (Capsicum annuum L.) é uma planta da família Solanaceae, 
cuja cor depende da capacidade de sintetizar carotenóides e de reter pigmentos 
de clorofilas (Collera-Zuniga e cols., 2005). Os carotenoides formam um grupo 
de pigmentos naturais com aproximadamente 700 representantes, sua 
ocorrência na natureza é abrangente e eles podem ser encontrados em vários 
seres vivos, desde microrganismos até animais. São tetraterpenos (C40), 
formados a partir de unidades de isopreno, o isopentenil pirofosfato (IPP) e seu 
isômero dimetilalil difosfato (DMAPP), cada um contendo cinco átomos de 
carbono (C5). Essas moléculas podem ser obtidas pela via do ácido mevalônico 
(MVA) ou do metileritritol fosfato (MEP), variando de acordo com o organismo 
produtor. Na primeira via há o uso de Acetil-CoA para produzir IPP, como visto 
em sala. 
O objetivo da prática realizada, foi extrair os pigmentos dos pimentões 
amarelo, verde e vermelho a partir da técnica de Cromatografia em Papel (CP), 
que se caracteriza por sua simplicidade e favorece as associações 
interdisciplinares, dessa forma, despertando o interesse dos alunos diante as 
aulas teóricas. Permitindo visualizar as propriedades orgânicas e interações 
intermoleculares, além de observar uma das características adaptativas dos 
metabólitos secundários, nesse caso, o pigmento. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Cerqueira, 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 Diferentes tipos de cromatografia: 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Foram utilizados: 
• Acetona 
• Hexano 
• Água destilada 
• Sulfato de Sódio Anidro 
• Banho-maria 
• Papel de filtro 
• Cubas cromatográficas 
• Graal e pistilo 
• Erlenmeyer (125 mL) 
• Funil de filtração 
• Becker (50 mL) 
• Funil de separação 
• Provetas (50 mL) 
• Pipetas graduadas (10 mL) 
• Luvas 
 
Para iniciar, cortamos a amostra do pimentão vermelho (Capsicum annuum 
L.) em pequenos pedaços e pesamos cerca de 25g do vegetal, em seguida 
maceramos a amostra em graal com o pistilo para melhor absorção dos 
solventes que adicionamos logo após, sendo 10mL de acetona e 50mL de 
hexano (proporção 5:1), que foi escolhido por ele ser apolar assim como os 
carotenoides, e deixamos em repouso por cercar de 20 minutos. 
Após o repouso, filtramos o extrato com o funil de filtração e transferimos para 
um funil de separação para eliminar toda a fase aquosa, porém é comum não 
conseguir eliminar toda essa fase, tendo que acrescentar o sulfato de sódio 
anidro na parte orgânica do extrato pois ele não contém água, podendo capturar 
toda o restante de água destilada e então levamos ao banho-maria por 15 
minutos. 
Depois dos 15 minutos, aplicamos uma gota do extrato em fita de papel 
preparada com o papel de filtro próxima a base do papel, em seguida foi 
preparada a cuba cromatográfica com um recipiente cilíndrico de vidro com 
tampa e com um pedaço de papel de filtro úmido com fase móvel (solventes), 
deixando a parte interna do recipiente saturada com vapores da fase móvel para 
facilitar a “corrida” cromatográfica. E então, posicionamos a fita de papel (fase 
estacionária) na cuba cromatográfica de modo que o nível da fase móvel fique 
abaixo do ponto onde a amostra foi aplicada. Por fim procedemos a ebulição do 
solvente e observamos o cromatograma obtido. Foi observado então, que, os 
carotenoides têm pouca afinidade com a fase estacionária (papel e água) e maior 
afinidade com a fase móvel (solventes). 
 
Fonte: Autoria própria 
Figura 5 Funil de separação Figura 6 Adição do Sulfato de 
Sódio 
Figura 7 Banho-maria 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Como os carotenoides possuem características apolares, o solvente 
escolhido foi o hexano, por possuir também características apolares. 
Uma etapa muito importante foi a adição do sulfato de sódio anidro na 
fase orgânica, para absorver resíduos de substâncias ligadas a água, tornando 
a amostra mais apolar. Em seguida essa foi submetida a banho-maria, para 
eliminar a maior parte do solvente precisando assim fazer ressuspensão por ter 
ultrapassado do tempo necessário. 
Para finalizar foi realizada a cromatografia em papel e através dos 
resultados obtidos foi confirmada a presença dos carotenoides nos pimentões e 
verificou-se as substâncias dos pimentões vermelhos com maior concentração 
de carotenoides, em comparação com as dos pimentões verde e amarelo, devido 
a coloração da fita. 
O extrato não ficou tão concentrado em questão ao pouco período de 
tempo da exposição da amostra ao solvente e por isso o pigmento ficou tão claro. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 Técnica de extração: 
Maceração 
Figura 3 Adição do Solvente 
Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria 
Figura 4 Filtração de fases 
Figura 9 Cromatograma final Figura 8 Técnica de Cromatografia 
 
Fonte: Autoria própria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Autoria própria 
CONCLUSÃO 
 
O experimento abordado foi a cromatografia em papel para obter o extrato 
dos pimentões, que no caso em questão, foi usado o pimentão vermelho. 
No qual, foi permitido a visualização da separação cromatográfico dos 
principais pigmentos existentes no extrato, sendo eles: os carotenos, as 
criptoxantinas, as capsantinas e a capsorubina. 
Diante disso, o experimento descrito elucida as discussões sobre as 
interações intermoleculares: polaridade e funções orgânicas. Com isso, a prática 
permitiu, aos estudantes presentes, através da simplicidade do experimento, 
tornar a sua realização viável no laboratório e permitir, de forma palpável, a 
visualização do que foi relatado em sala de aula.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AQUINO NETO, F.R. e NUNES, D.S.S. Cromatografia: princípios básicos 
e técnicas afins. Rio de Janeiro: Interciência, 2003. 
COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. (Orgs.). Fundamentos de 
Cromatografia. Campinas: Editora da Unicamp. 2010. 
Okumura, F.; Soares, M. H. F. B.; Cavalheiro, E. T. G. Identificação de 
pigmentos naturais de espécies vegetais utilizando-se cromatografia em papel. 
Química Nova, São Paulo, v. 25, n. 4, p. 680-683, 2002. 
COLLERA-ZUNIGA, O.; JIMENEZ, F.G. e GORDILLO, R.M. Comparative 
study of carotenoid composition in three mexican varieties of Capsicum annuum 
L. Food Chemistry, 90, 109-114, 2005.

Continue navegando