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Avaliação em IHC

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INTERFACE 
HUMANO-COMPUTADOR
Fabrício Felipe Meleto 
Barboza
Avaliação em IHC
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a avaliação em interação computador-humano (IHC).
  Identificar os tipos de avaliação.
  Analisar o framework DECIDE.
Introdução
A avaliação da interface é um elemento de extrema importância na IHC e, 
por isso, deve ser realizada ao longo do ciclo de vida do processo de design.
Diferentes tipos de avaliação são necessários, de acordo com o estágio 
em que o design se encontra. Para escolher entre eles, deve-se levar em 
consideração o ambiente onde a avaliação será realizada, e, ainda, o 
envolvimento dos usuários no processo, bem como o nível de controle 
das atividades durante os procedimentos de avaliação.
Neste capítulo, você vai estudar a avaliação em IHC, os tipos de ava-
liação e o framework DECIDE. 
Avaliação em IHC
A avaliação em IHC é uma das partes que integram o processo de design. 
Ela se aplica, principalmente, para que o designer consiga compreender se os 
usuários se interessam pela interface desenvolvida e se vão utilizá-la, e serve 
sempre para que seja possível melhorar o design, por meio das informações 
retiradas dos dados coletados.
Por meio da avaliação da IHC, quem avalia consegue coletar informações 
sobre a experiência vivenciada pelo usuário durante a utilização do protótipo, 
do software, de um componente de software, ou de um outro tipo de artefato 
qualquer (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013).
Avaliação em IHC2
É importante ressaltar que a avaliação da IHC vai levar em consideração a 
usabilidade do artefato e, ainda, a experiência que o usuário percebe ao interagir 
com o artefato, que pode ser referenciada pela expressão em inglês user experience.
Usabilidade e user experience não são sinônimos. O primeiro termo se refere à 
facilidade percebida pelo usuário ao aprender a trabalhar com a interface, e, ainda, ao 
utilizá-la. User experience se refere à sensação de satisfação e motivação experimentada 
pelo usuário durante a utilização da interface.
Um bom designer deve levar em consideração que a interface não é desenvol-
vida para o seu próprio uso e deve ter empatia com os usuários que vão realmente 
utilizá-la. A avaliação é útil nesse caso, pois permite a verificação e o esclareci-
mento se o design foi desenvolvido de maneira aceitável e satisfatória para aqueles 
que precisam da interface para realizarem suas atividades cotidianamente.
Para realizar a avaliação a respeito da interface, deve haver o entendimento 
dos motivos pelos quais a avaliação é importante, e também de quais aspectos 
da interface devem ser avaliados, além da decisão sobre qual o melhor lugar 
para avaliá-la e quando a avaliação deve ser realizada.
Historicamente, bastava que os usuários conseguissem utilizar um software, 
mesmo passando por dificuldades, para que ele fosse avaliado como satisfatório. 
Atualmente, esse aspecto já não é mais suficiente, pois é preciso que os usuários 
experimentem momentos agradáveis e motivadores ao utilizarem o software. Sob 
esse ponto de vista, a avaliação se torna um elemento ainda mais importante, porque 
é muito difícil obter essa percepção do usuário sem avaliá-lo durante a interação.
A avaliação também tem o propósito de possibilitar que os designers 
corrijam problemas com a interface antes que o artefato seja vendido ou 
entre em produção, o que é importante, uma vez que, sob o ponto de vista do 
marketing, produtos bonitos e com bom design vendem melhor do que outros 
com funcionalidades semelhantes.
A avaliação na IHC pode envolver protótipos de partes de softwares, sis-
temas completos, funcionalidade específica que represente uma parte do 
trabalho do usuário, conceitos estéticos ou, ainda, elementos de segurança.
3Avaliação em IHC
Aplicação da avaliação de IHC em vários setores
Quem desenvolve um novo navegador para a internet deseja saber se os usuários 
encontram informações mais rapidamente com o seu produto. Segmentos do governo 
responsáveis pelo transporte público desejam saber se um software que controla o 
tráfego evita acidentes. Desenvolvedores de softwares para inclusão de deficientes 
desejam saber se a interface que desenvolveram realmente facilita a utilização.
O local em que a avaliação vai ser realizada não está diretamente vinculado 
aos objetos que estão sendo avaliados na interface.
A avaliação pode acontecer em lugares como laboratórios de desenvolvimento, 
em ambientes de trabalho, ou até mesmo nas residências das pessoas. Seja qual 
for o local escolhido, ela deve envolver a observação do usuário enquanto realiza 
suas atividades e, ainda, a medição do seu desempenho durante esse processo.
Quando se avaliam características de sites da web, normalmente a avaliação é feita 
em laboratórios de desenvolvimento, pois o ambiente oferece o controle necessário 
para identificar se os requisitos, inclusive os de segurança, estão sendo cumpridos. 
No caso de avaliar se crianças gostam de interagir com a interface de um jogo, por 
exemplo, a melhor ideia é realizar a avaliação diretamente no seu contexto natural, 
como a sua casa, proporcionando que elas brinquem e se divirtam longe de um 
laboratório, que configuraria um contexto artificial.
Ao avaliar a utilização de redes sociais, o estudo remoto de comportamento deve ser 
escolhido, uma vez que possibilita avaliar interações de grandes números de usuários 
ao mesmo tempo, de forma barata e mais rápida.
No caso do desenvolvimento de um artefato novo, vai haver um esforço por 
parte da equipe para pesquisar o mercado em que o artefato será utilizado e 
também para identificar os requisitos dos usuários. Depois que os requisitos 
estiverem estabelecidos, serão criados protótipos ou desenhos da interface 
idealizada, que deverão ser avaliados para que, se possível, verifiquem se os 
designers interpretaram de maneira correta os desejos dos usuários e, ainda, 
se esses desejos foram inseridos de maneira correta na interface. 
Avaliação em IHC4
O tipo de artefato desenvolvido vai influenciar o momento ou a fase em 
que a avaliação deverá ocorrer. As modificações no design são feitas à me-
dida em que são recebidos os resultados das avaliações, o que vai resultar 
na produção de novos protótipos e novos ciclos de avaliação. As avaliações 
podem ser classificadas, de acordo com o momento em que são realizadas, 
em (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013):
  Avaliação formativa — é a avaliação realizada durante o processo 
de desenvolvimento de design da interface. Ela serve para analisar, 
de forma contínua, se o artefato segue atendendo às necessidades do 
usuário, que foram os requisitos identificados no início do projeto. As 
avaliações formativas perpassam muitas atividades que compõem os 
processos de design, indo desde a elaboração de esboços e protótipos 
até o momento em que a realização de correções e melhorias no design 
de interface é entendida como finalizada.
  Avaliação somativa ou conclusiva — é a avaliação realizada com 
o objetivo de identificar a aceitação de um artefato finalizado, se 
ele opera de forma eficiente e eficaz, e em quais aspectos ele pre-
cisa melhorar, além de identificar erros de design que precisam ser 
solucionados.
A avaliação da interface desenvolvida pelo designer certamente desempenha 
um papel fundamental na satisfação que os usuários vão obter ao utilizar a in-
terface. Em vista disso, pode-se listar alguns dos principais objetivos definidos 
para a realização da avaliação de IHC (ROCHA; BARANAUSKAS, 2003).
  Verificar se o artefato proporciona acessibilidade para todos os usuários 
envolvidos.
  Verificar se a utilização da interface melhora a forma como os usuários 
trabalham ou desempenham suas atividades.
  Verificar se todas as necessidades dos usuários estão inseridas na 
interface.
  Entender se podem existir outras formas de design que tornem os usu-
ários mais satisfeitos.
  Identificar se a interface segue regulamentosou diretrizes por vezes 
exigidas pelos usuários.
5Avaliação em IHC
Tipos de avaliação
Via de regra, a avaliação em IHC é classifi cada por três maneiras, conforme 
o ambiente, a nível de envolvimento do usuário e ainda o nível de controle 
sobre as atividades da avaliação, em ambientes controlados que envolvem os 
usuários, ambientes naturais que envolvem os usuários e ambientes que não 
envolvem os usuários (ROGERS; SHARP; PREECE, 2013).
Existem, então, métodos que envolvem os usuários e ainda aqueles em que 
é feita a modelagem do comportamento do usuário, sem que ele seja envolvido 
no processo. A modelagem do comportamento do usuário representa uma 
aproximação do que ele pode realizar durante a interação com a interface, o que 
pode configurar uma maneira mais barata, fácil e rápida de avaliar interfaces.
São muitas as maneiras de realizar a avaliação de IHC, e a sua escolha 
vai depender diretamente do objetivo da avaliação, do objeto que está sendo 
avaliado. Cada tipo de avaliação tem vantagens e desvantagens, mas, basica-
mente, os ambientes controlados oferecem a possibilidade de testar aspectos 
específicos da interface, decidindo as ações dos usuários, e nos ambientes não 
controlados podem surgir problemas totalmente inesperados, que só serão 
obtidos pela ação voluntária do usuário.
Uma forma de decidir qual método deve ser utilizado é descobrir qual o 
nível de controle que é preciso para identificar como o artefato é utilizado. 
Além disso, é importante destacar que é comum que os tipos de avaliação 
sejam combinados, para que o entendimento acerca do design da interface e da 
realização das atividades pelos usuários resulte mais consistente e detalhado.
Ambientes controlados que envolvem usuários
As avaliações são realizadas normalmente em laboratórios e envolvem o 
controle sobre as atividades realizadas pelos usuários, o que serve para testar 
hipóteses e ainda fazer a observação de comportamentos que os usuários 
apresentem. Durante essa avaliação, é identifi cado tudo o que os usuários 
fazem quando fazem e por quanto tempo seguem fazendo. 
Nesse tipo de avaliação existe sempre um pesquisador ou investigador que 
está registrando as atividades dos participantes, seja por meio de câmeras ou 
de microfones, e os principais métodos utilizados são os testes de usabili-
dade. Esses testes consistem em coletar dados em um ambiente controlado, 
por meio da utilização de métodos, que podem ser entrevistas, questionários 
ou observações. Serve para definir se a interface consegue ser usada pelos 
usuários para realizar as tarefas para as quais foi proposta.
Avaliação em IHC6
Ambientes naturais que envolvem usuários
As avaliações são realizadas geralmente em comunidades on-line e locais 
públicos. Apesar de envolverem usuários, existe pouco controle, ou não existe 
nenhum controle sobre as atividades dos usuários, o que é muito importante 
para identifi car como o artefato é utilizado na realidade. 
Uma grande desvantagem de abandonar o controle da execução das ativi-
dades é que algo importante pode acontecer quando o pesquisador não estiver 
perto. Em outras palavras, o pesquisador vai precisar contar com a boa vontade 
dos participantes em relatar, refletir e registrar o que aconteceu durante a 
experiência com o artefato, uma vez que não há controle sobre as atividades. 
Os relatos normalmente são feitos por meio de formulários on-line, entrevistas 
frequentes ou questionários enviados eletronicamente para os participantes. 
É possível que, deixando essa tarefa apenas para os usuários, eles não se 
lembrem nem tenham paciência ou tempo suficiente para registrar de maneira 
fiel o que ocorreu durante as atividades, ou, ainda, que não experimentem a 
totalidade de funcionalidades oferecida pela interface.
O estudo de campo é o principal método utilizado nesse tipo de avaliação. É 
um método que consiste na avaliação dos usuários diretamente no seu ambiente 
natural de atuação. Um estudo de campo normalmente tem como objetivos:
  auxiliar na identificação de oportunidades para outras tecnologias;
  auxiliar na definição e no estabelecimento de requisitos e necessidades 
para um novo design;
  auxiliar na introdução de tecnologias já existentes em novos contextos.
Os métodos mais comuns no estudo de campo são a entrevista e a obser-
vação. Todos os dados coletados serão registrados em forma de conversas, 
anotadas ou gravadas em áudio e vídeo pelos pesquisadores ou designers, ou, 
ainda, pelos próprios usuários participantes.
A discrição deve ser obrigatória para os pesquisadores, para que a avaliação 
da interface não acabe interferindo no andamento das atividades realizadas 
pelos usuários.
Para que a avaliação seja realizada em campo, é necessário que os pes-
quisadores descartem o objetivo de controlar as atividades dos usuários, para 
dar liberdade para as pessoas poderem atuar da maneira como atuariam na 
realidade, durante o seu dia a dia. 
7Avaliação em IHC
No caso de uma avaliação a respeito de um navegador web para dispositivos móveis, 
seria interessante que os participantes utilizassem o aplicativo em seus dispositivos 
durante alguns dias em seu ambiente natural.
O pesquisador deveria informar aos participantes, basicamente, sobre quais as 
funcionalidades oferecidas pelo aplicativo, mas caberia a eles tomar a decisão sobre 
como e quando utilizar o artefato.
Ambientes que não envolvem usuários
As avaliações são realizadas sem o envolvimento de usuários, e consultores e 
profi ssionais modelam aspectos da interface com o objetivo de fazer a identifi -
cação de problemas de usabilidade mais evidentes. Normalmente, esse tipo de 
avaliação acontece por meio da imaginação ou da modelagem do pesquisador 
acerca da maneira como a interface poderia ser utilizada pelos usuários. Esse 
é o tipo de avaliação mais barato e rápido de realizar, e dentre os métodos 
disponíveis estão as inspeções, a modelagem e as avaliações heurísticas.
A heurística se refere à descoberta de fatos, de verdades. 
  Métodos de inspeção: são usados para fazer uma previsão do compor-
tamento do usuário durante a utilização da interface e para identificar 
problemas de usabilidade.
  Avaliações heurísticas: consistem na aplicação do conhecimento dos 
usuários para percorrer o cenário da interface ou, ainda, responder a 
várias perguntas sobre um protótipo.
  Percursos cognitivos: servem para simular o procedimento de solu-
ção de um problema de usuário, por meio da verificação de como ele 
progride a cada passo, durante a IHC, na tentativa de realizar as suas 
atividades. O grande objetivo do percurso cognitivo é avaliar o design 
da interface com relação à facilidade de aprendizagem experimentada 
pelo usuário, sem que o designer interfira auxiliando-o.
Avaliação em IHC8
  Avaliações analíticas: servem especificamente para avaliar o design de 
sites para a internet, configurando uma técnica para efetuar a coleta e a 
análise de relatórios de dados da internet, para compreender e melhorar 
o uso do site. Esse é o caso de uma empresa que queira saber acerca 
dos comentários de seus usuários acerca dos produtos expostos no seu 
comércio eletrônico. Ela pode utilizar ferramentas que analisem os 
dados de interação e também as páginas visitadas, para que isso sirva 
de insumo para campanhas via e-mail ou mala direta.
  Modelagem: são utilizados para fazer a comparação da eficácia de 
diferentes tipos de design de interface, o que envolve principalmente a 
maneira como estão localizadas as funcionalidades ao longo da interface 
e também a maneira ideal de organizá-las.
Framework DECIDE
As avaliações precisam ser bem planejadas, a fi m de obter respostas para per-
guntas elaboradas antecipadamente e para questões que surgem inesperadamente 
durante o processo de avaliação. Essas questões são formuladas dependendo do 
nível de desenvolvimento em que o design da interface está e ajudam a defi nir 
o tipo de avaliação que será utilizado (ROCHA; BARANAUSKAS, 2003).Nesse sentido, o framework DECIDE traz uma lista de verificações que pre-
tendem auxiliar no planejamento da avaliação. Essa lista normalmente informa 
uma ordem para que as atividades aconteçam, mas como os itens são trabalhados 
de forma iterativa com esse framework, eles podem ser movidos para trás ou para 
frente, dependendo da necessidade. É preciso, no entanto, levar em consideração 
que a movimentação das atividades deverá gerar impacto sobre as demais. O nome 
desse framework representa uma sigla, que informa as iniciais dos seis itens que 
o compõem (BARBOSA; SILVA, 2010). A seguir, são explicados cada um deles.
  Determine (determinar): envolve a determinação dos objetivos da 
avaliação.
  Explore (explorar): envolve a exploração das questões a serem feitas 
durante a avaliação.
  Choose (escolher): envolve a escolha do tipo e dos métodos de avaliação.
  Identify (identificar): envolve a identificação das questões práticas 
que a avaliação vai envolver.
9Avaliação em IHC
  Decide (decidir): envolve a decisão sobre como trabalhar as questões 
éticas que envolvem a interface e a avaliação.
  Evaluate (avaliar): envolve as atividades de avaliação, análise, inter-
pretação e apresentação dos dados obtidos com a avaliação.
Os objetivos da avaliação vão influenciar na definição das questões, que vão influenciar 
na escolha do tipo de avaliação, que vai influenciar na maneira como os dados obtidos 
serão coletados, avaliados e apresentados.
Determine (determinar)
Essa fase envolve o questionamento acerca dos objetivos da avaliação, quem 
os defi niu e, ainda, quais os motivos dessa escolha. Deve-se compreender que 
uma avaliação que serve para identifi car se os requisitos iniciais dos usuários 
foram atendidos no projeto tem objetivos diferentes de uma avaliação feita 
para o aperfeiçoamento de um site da internet, que, por sua vez, tem objetivos 
diferentes de uma avaliação feita para identifi car se houve melhoria na rea-
lização das atividades, que tem propósitos diferentes de uma avaliação para 
verifi car se algum jogo atrai a utilização do usuário.
A definição de objetivos vai servir para orientar a avaliação e também 
para determinar o seu escopo, por isso esse é o primeiro passo a ser tomado 
ao planejar a avaliação.
Explore (explorar)
Para fazer com que os objetivos da avaliação sejam atingidos, é muito impor-
tante que as questões sejam elaboradas de maneira clara, precisa e objetiva, 
para que possam ser respondidas no decorrer do processo avaliativo.
Pode ser que o pesquisador precise dividir suas questões em questões mais 
genéricas e questões mais específicas, que vão servir para detalhar ainda mais 
a avaliação. Uma questão genérica poderia perguntar ao usuário se ele acha a 
interface ruim; já as questões específicas poderiam perguntar se ele acha difícil 
navegar por meio da interface, ou se as cores utilizadas na interface são agressivas 
Avaliação em IHC10
à sua visão, ou, ainda, se as informações são encontradas rapidamente. Deve-se 
salientar que se o pesquisador achar importante detalhar ainda mais as respostas, 
ele pode elaborar a quantidade de níveis necessária para questões específicas.
Choose (escolher)
Depois que os objetivos da avaliação estiverem defi nidos e também que as 
questões necessárias para atingir esses objetivos estiverem elaboradas, é preciso 
escolher o tipo de avaliação que será adotado. Para essa decisão, leva-se em 
conta os dados necessários para responder às questões e, ainda, a teoria que 
melhor se adapta ao contexto da avaliação.
Pode-se optar também por combinar os tipos de avaliação, o que vai resultar 
em uma avaliação que fornece dados mais ricos e detalhados.
Identify (identificar)
É importante que as questões práticas envolvidas na avaliação sejam identifi cadas 
com antecedência, caso existam. Nesse sentido, torna-se importante fazer uma 
amostra da avaliação, como se fosse um piloto antes da avaliação verdadeira.
Isso se deve ao fato de que é praticamente impossível planejar e prever tudo, 
porém, realizando o piloto, é possível identificar problemas antecipadamente 
e pensar em maneiras de corrigi-los antes que aconteçam na avaliação real.
As questões de ordem prática normalmente envolvem aspectos como o 
acesso dos participantes às instalações do ambiente onde a avaliação será 
realizada e também aos dispositivos que serão utilizados durante a avaliação. 
Envolvem, ainda, aspectos como a disponibilidade dos participantes com 
relação ao cronograma estipulado para a avaliação e se o orçamento disponível 
para a avaliação será suficiente.
Depois de identificadas as questões práticas, é preciso que os pesquisa-
dores elaborem planos de contingência para que elas sejam contornadas ou 
solucionadas e estejam preparados para enfrentar problemas que surjam no 
momento do processo avaliativo.
É importante que os participantes eleitos para participar da avaliação 
sejam os mais adequados. Por isso, em vez de ter um público de participan-
tes formado apenas de usuários comuns, é excelente quando usuários sem 
experiência alguma, consultores e especialistas no domínio da interface são 
escolhidos. A escolha assertiva dos participantes se torna essencial quando o 
tipo de avaliação escolhido envolve o usuário.
11Avaliação em IHC
Outro aspecto prático que é fundamental é a escolha do equipamento que 
fará a gravação dos dados coletados, o que normalmente envolve áudio ou 
vídeo. Um bom pesquisador considera que existem pessoas que não gostam 
de se expor diante das câmeras e, por isso, deve pensar em maneiras de fazer 
com que fique o mais natural possível.
Decide (decidir)
Toda avaliação envolve a obediência a questões éticas, como a proteção da 
identidade das pessoas que participam do processo avaliativo. A privacidade 
dos participantes deve ser preservada e de maneira alguma as respostas dadas 
às questões devem ser vinculadas à sua real identifi cação. Em outras palavras, 
cadastros preenchidos com dados pessoais e a maneira como o usuário avalia 
a interface devem ser mantidos sob sigilo.
Uma maneira de informar aos participantes sobre a maneira como os pes-
quisadores tratam a sua privacidade é pedir para cada participante assinar um 
termo de consentimento, deixando claro que as suas respostas serão utilizadas 
para auxiliar no desenvolvimento da interface, mas que seu nome não será 
vinculado aos dados coletados.
Existem algumas atitudes que os pesquisadores podem adotar e que 
vão comprovar para os participantes que a avaliação vai valorizar a ética 
(BARBOSA; SILVA, 2010), descritas a seguir.
  Informar aos participantes os objetivos da avaliação, quanto tempo 
deve demorar aproximadamente, quais os tipos de dados coletados e 
como serão consolidados.
  Informar aos participantes que quaisquer informações confidenciais 
serão mantidas em sigilo e que os nomes, caso sejam necessários, serão 
alterados para nomes fictícios.
  Informar aos participantes que eles podem interromper ou desistir da 
participação na avaliação a qualquer tempo.
Evaluate (avaliar)
Nessa fase, deve ser decidido como os dados coletados serão avaliados, ana-
lisados, interpretados e apresentados, o que vai depender do tipo de dados 
coletados. Para auxiliar nessa tarefa, alguns aspectos podem ser considerados:
Avaliação em IHC12
  Confiabilidade — informa se um mesmo tipo de avaliação vai produzir 
os mesmos resultados em ocasiões diferentes. Um pesquisador diferente 
que segue os mesmos passos definidos para a avaliação deve chegar a 
resultados semelhantes.
  Validade — informa se a avaliação, da maneira como foi definida, 
mede exatamente o que se pretendia medir no início.
  Validade ecológica — informa o nível em que o ambiente onde a avaliação 
é realizada tem a capacidade de distorcer ou alterar os dados coletados.
  Desvios — informa se os dados coletados sofreram distorção. É o caso, por 
exemplo, de os pesquisadores influenciarem os participantes por meio da 
alteração do tom de voz, pela expressãofacial ou pela maneira de questionar.
  Escopo — informa em que nível os resultados obtidos podem ser agru-
pados e generalizados. 
BARBOSA, S. D. J.; SILVA, B. S. Interação humano-computador. Rio de Janeiro: Campus-
-Elsevier, 2010.
ROCHA, H. V.; BARANAUSKAS, M. C. Design e avaliação de interfaces humano-computador. 
São Paulo: NIED/UNICAMP, 2003.
ROGERS, I.; SHARP, H.; PREECE, J. Design de interação: além da interação humano-com-
putador. Porto Alegre: Bookman, 2013.
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